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MODELAGEM MATEMÁTICA DE HORÁRIO

ESCOLAR – ESTUDO DE CASO EM UMA


UNIVERSIDADE PÚBLICA FEDERAL DE
MOSSORÓ/RN
MONALIZA FERREIRA RODRIGUES DE PAULA - monaliza-ferreira@hotmail.com
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA

VANESSA ELIONARA SOUZA FERREIRA - vanessaelionara@gmail.com


UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA

ANTONIA CLAUDENICE PINHEIRO DE ALMEIDA -


claudenice_sanus@hotmail.com
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA

MIRIAM KARLA ROCHA - miriamkrocha@hotmail.com


UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA

Resumo: PARA QUALQUER ORGANIZAÇÃO, INDEPENDENTEMENTE DO SEU


RAMO DE ATUAÇÃO, HÁ UMA NECESSIDADE DE SE UTILIZAR
TÉCNICAS QUE AGREGUEM VALOR AO SEU PROCESSO DE
PRODUÇÃO, SEJA DE BENS OU DE SERVIÇOS. E A PESQUISA
OPERACIONAL (PO) SURGE COMO UMA FERRAMMENTA
AUXILIADORA NA TOMADA DE DECISÃO QUE VEM SENDO
LARGAMENTE EMPREGADA PELOS GESTORES. NESSE CONTEXTO, O
PRESENTE TRABALHO TRAZ UM ESTUDO DE PO VOLTADO PARA O
SERVIÇO PÚBLICO, POIS TRATA-SE DE UMA MODELAGEM
MATEMÁTICA DESTINADA À RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
REFERENTES A HORÁRIOS ESCOLARES DE UMA INSTITUIÇÃO
FEDERAL DE ENSINO SUPERIOR (IFES). TENDO EM VISTA QUE
CONSTRUÇÃO DE HORÁRIO ESCOLAR É UMA TAREFA QUE DEMANDA
MUITO TEMPO, ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS DE
TIMETABLING E AUXÍLIO DO SOFTWARE XPRESS-MP (EM SUA VERSÃO
ESTUDANTE), FOI POSSÍVEL MODELAR UM HORÁRIO DE DISCIPLINAS
DE FORMA RÁPIDA E EFICIENTE, DEMONSTRANDO QUE, APESAR DA
LIMITAÇÃO DO SOFTWARE UTILIZADO, A PESQUISA OPERACIONAL
LIGADA A UMA FERRAMENTA COMPUTACIONAL PROPORCIONA
SOLUÇÕES SATISFATÓRIAS E CONFIÁVEIS.

Palavras-chaves: PESQUISA OPERACIONAL; TIMETABLING; XPRESS-MP;


HORÁRIO ESCOLAR.

Área: 6 - PESQUISA OPERACIONAL


Sub-Área: 6.1 - PROGRAMAÇÃO MATEMÁTICA
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MATHEMATICAL MODELING SCHOOL ZONE - A


CASE STUDY IN A PUBLIC UNIVERSITY OF
FEDERAL MOSSORÓ / RN

Abstract: FOR ANY ORGANIZATION, REGARDLESS OF THEIR FIELD OF


EXPERTISE, THERE IS A NEED TO EMPLOY TECHNIQUES THAT ADD
VALUE TO THEIR PRODUCTION PROCESS, WHETHER OF GOODS OR
SERVICES. AND THE OPERATIONAL RESEARCH (OR) EMERGES AS A
HELPER TOOL IN DECISSION MAKING THAT HAS BEEN WIDELY USED
BY MANAGERS. IN THIS CONTEXT, THIS PAPER PRESENTS A STUDY OF
PO FACING THE PUBLIC SERVICE, BECAUSE IT´S A MATHEMATICAL
MODELING AIMED AT SOLVING PROBLEMS RELATED TO SCHOOL
SCHEDULES A FEDERAL INSTITUTION OF HIGHER EDUCATION (IFES).
GIVEN THAT CONSTRUCTION OF SCHOOL TIME IS A TASK THAT
REQUIRES MUCH TIME, THROUGH THE USE OF KNOWLEDGE AND
TIMETABLING AID OF XPRESS-MP (IN HIS STUDENT VERSION)
SOFTWARE, IT WAS POSSIBLE TO MODEL A SCHEDULE OF COURSES
QUICKLY AND EFFICIENTLY, DEMONSTRATING THAT, DESPITE THE
LIMITATION OF THE SOFTWARE USED IN OPERATIONAL RESEARCH
CONNECTED TO A COMPUTATIONAL TOOL PROVIDES SATISFACTORY
AND RELIABLE SOLUTIONS.

Keyword: OPERATIONS RESEARCH; TIMETABLING; XPRESS-MP; SCHOOL


TIME.

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1. Introdução
Tomar a decisão correta é, por muitas vezes, vital para qualquer organização, independente
do seu ramo, pois seguir um caminho errado pode levar, não muito dificilmente, à falência de
muitos negócios. Por meio de recursos matemáticos e computacionais, o processo de tomada de
decisão deixou de ser fruto exclusivamente do feeling dos empresários, passando a ser orientado
por ferramentas computacionais e modelos matemáticos. E, ao contrário do que se pensa, tais
modelos não são utilizados somente em empresas de manufatura ou prestação de serviço.
Dentro desse contexto, as instituições acadêmicas também podem empregar métodos de
tomada de decisão em suas atividades rotineiras como, por exemplo, alocação de docentes nos
horários de aula. Problemas dessa natureza são estudados e conhecidos pelo termo timetabling,
que conforme Terra e Radaelli (2007), as soluções de problemas desse tipo surgiram de propostas
baseadas na teoria dos grafos, em soluções utilizando técnicas de otimização, e em algoritmos e
técnicas usadas em inteligência artificial.
SOBRAPO (2008) afirma que há uma infinidade de variações com problema turma-
professor (PTP) por causa dos critérios educacionais diferenciados entre países e regiões.
Trazendo para o contexto nacional, no Brasil há softwares que trabalham montando horários
escolares, entretanto, tais softwares são comprados, com validade técnica e suas licenças tem de
ser renovadas periodicamente, além de não serem construídos para balizar um horário de
Instituição Federal de Ensino Superior (IFES).
Coelho (2006) elucida que há consenso entre os profissionais construtores dos quadros de
horários quando afirmam que esta não é uma tarefa fácil, na qual geralmente é despendido muito
tempo de dedicação, chegando a atingir vários dias de elaboração.
Conforme Lara (2006, apud Carvalho, 2001), em se tratando de IFES brasileiras, como as
disciplinas compõem sua estrutura, uma solução em seu quadro de horários pode propiciar
arranjos melhores ou piores quanto aos conceitos obtidos pelas avaliações institucionais, já que as
IFES são avaliadas por um mecanismo de avaliação oficial feita pelo Ministério da Educação
(MEC). Diante disso tem-se mais uma razão para se construir um horário satisfatório e coerente.
Por meio de uma abordagem científica que utiliza modelagem matemática, o XPRESS-MP
surge como uma ferramenta auxiliadora da pesquisa operacional na resolução de problemas de
otimização de horários em IES, tendo como foco a alocação dos professores nos horários e
disciplinas disponíveis, considerando as restrições presentes no sistema.
Sob a ótica de propor melhorias para problemas referentes à timetabling, o referente
trabalho apresenta o objetivo de uma modelar os horários do curso de Engenharia de Produção em

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uma Instituição Federal de Ensino Superior, e posteriormente utilizar o XPRESS-MP para a


implementação e Validação do modelo.

2. Referencial teórico
2.1 Pesquisa operacional
Variedades da aplicação de Pesquisa Operacional (PO), tanto em setores públicos quanto
para setores privados, conforme Arenales et al. (2007) deu início na década de 1950 até o final de
1960, porém era estudada apenas em cursos de pós-graduação.
A PO é uma ciência aplicada direcionada a resolver problemas reais, tendo como foco a
tomada de decisões, emprega conceitos e métodos de diversas áreas científicas na concepção,
planejamento ou operação de sistemas, busca avaliar linhas de ação alternativas e encontrar
soluções que melhor atendam aos objetivos desejados (SOBRAPO, 2010). Trazendo para a
contextualização nacional, o primeiro grupo formal de PO estabelecido no Brasil em uma empresa
foi o da Petrobras, criado em 1965.
De acordo com Belfiore e Fávero (2013) a pesquisa operacional auxilia a tomada de
decisão através da aplicação de suas técnicas para solução de modelos representativos de sistemas
reais, tendo seu estudo dividido nas seguintes fases:
a) Definição do Problema: Definem-se claramente os objetivos a serem alcançados e os
possíveis meios de solução do problema;
b) Construção do Modelo Matemático: É um conjunto de equações e inequações que tem
como objetivo otimizar um sistema e dar subsídio para identificação das limitações do mesmo. É
composto por três elementos: variáveis de decisão (valores que serão determinados pela solução
do modelo) e parâmetros (valores fixos conhecidos), função objetivo (função matemática que
determina a qualidade da solução que se pretende alcançar) e restrições (conjunto de inequações e
equações que as variáveis de decisão precisam satisfazer);
c) Solução do Modelo: Utilização das diversas técnicas de PO para solucionar o modelo
matemático proposto;
d) Validação do Modelo: Um modelo é considerado válido se representar ou prever de
forma aceitável o comportamento do sistema estudado.
e) Implementação dos Resultados: aplicação dos resultados, com o monitoramento e
controle de possíveis mudanças de valores na solução.
f) Avaliação Final: Verificar se o objetivo final foi alcançado.

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De acordo com Lachtermacher (2009), muitas vantagens advêm de um processo de


modelagem:
a) Modelos forçam os decisores a tornarem os seus objetivos explícitos;
b) Forçam a identificação e o armazenamento dos relacionamentos das decisões;
c) Forçam a identificação das variáveis envolvidas e em quais termos serão quantificáveis;
d) Forçam o reconhecimento das restrições;
e) Permitem a comunicação das ideias dos decisores e seus conhecimentos, facilitando o
trabalho em grupo.

2.2 Tomada de decisão


Muitas organizações ao desenvolverem seus processos de tomada de decisão focam apenas
no alcance de objetivos, não se atentando para o fato de que uma tomada de decisão envolve
várias outras decisões que condicionarão o sucesso do objetivo principal. Segundo Chiavenato
(1997), o processo de tomada de decisão consiste no processo de análise entre as várias
alternativas de ação que uma pessoa terá de seguir.
Segundo Lachtermacher (2009), vários fatores influenciam na tomada de decisão,
destacando como principais: tempo disponível para se tomar a decisão; a importância que tal
decisão tem; o ambiente que contextualiza a decisão; a certeza ou incerteza e risco envolventes na
decisão; a quantidade de agentes decisores e o conflito de interesses entre os grupos envolvidos.
Mesmo que exista um responsável único pelo resultado de uma decisão, raramente estas
são tomada por um único indivíduo. Geralmente elas são resultado de diversas interações entre
indivíduos e grupos de influência que possuem diferentes interesses e sistemas de valores
(ENSSLIN et al., 2001). Para Chiavenato (1997), o processo decisório é complexo e se apresenta
sujeito a forma como o agente decisor compreende a situação e suas características individuais
quanto às circunstancias que os mesmo se encontra envolvido.
Ao se trabalhar com modelos formais, no apoio ou na tomada de decisão, é necessário que
sejam claramente definidas as regras de trabalho que serão utilizadas, determinando o que é válido
realizar, quais o objetivos, problemas, métodos a serem utilizados e como serão encaradas as
informações e os decisões (ENSSLIN et al., 2001).
De acordo com Fávero, Balfiore, Silva e Chan (2009) muitos profissionais de mercado
ainda insistem em tomar decisões sem o embasamento decorrente do tratamento de dados e
consideração dos riscos, incertezas e complexidades características do processo em questão. A
adequada analise e o correto tratamento de dados pode gerar informações mais precisas e

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confiáveis, que quando submetidas as restrições impostas pelo sistemas e confrontadas com outras
informações, dão o diferencial do conhecimento (apud BELFIORE E FÁVERO, 2013).

2.2.1 Timetabling
Carvalho (2011) relata que a primeira formulação completa para o problema de quadro de
horários para cursos (Timetabling Problem-Course Scheduling) foi apresentada por Gotlied
(1963). Tal fixou em um dado período de tempo, um conjunto de aulas de forma que atendesse as
exigências acadêmicas constituídas por um determinado currículo de estudos dentro de um grupo
de disciplinas. Porém, algumas restrições não foram contempladas como, por exemplo,
disponibilidade de professor.
Timetabling, segundo Ross et al. (1999), é um problema de escalonamento sujeito a
restrições, no qual os eventos são considerados como recursos do problema que devem acontecer
em um período finito de tempo. Seus recursos não podem ser solicitados por mais de um evento ao
mesmo tempo ou existir em uma quantidade suficiente para atender a todos os eventos durante o
tempo definido (apud BORGES, 2003). De acordo com Terra e Radaelli (2007) o problema de
alocação de horários é um problema típico dessa natureza, auxiliando na alocação de recursos sob
restrições.
A elaboração e definição de horários escolares é uma atividade bastante dispendiosa que
exige consideração de diversas restrições durante a alocação de recursos, entre as quais a carga
horária do professor, disponibilidade de espaço físico e recursos audiovisuais, disciplinas a serem
cursadas pelos alunos e carga horária disponível por dia.
Segundo Bardadym (1996) a solução manual desses problemas requer vários dias de
trabalho, sendo uma atividade árdua e complexa, cujas soluções podem ser insatisfatórias com
relação a vários aspectos (apud OLIVEIRA et al., 2012). Góes (2010) afirma que o trabalho de
elaboração de uma grade horária escolar torna-se muito complexo quando realizado manualmente
e com pouco tempo para sua execução, uma vez que a mesma deve satisfazer as preferências dos
professores, além das questões operacionais e pedagógicas.
Dada a dificuldade de elaboração de programação de horários escolares, tem-se
desenvolvido diversas pesquisas nas áreas de Pesquisa Operacional, ligadas a modelagem
matemática e computacional dos problemas. Santos e Souza (2007, apud Fonseca et al., 2011)
citaram algumas razoes para este interesse:
a) Dificuldade de Resolução: é uma tarefa difícil desenvolver um quadro de horários que
satisfaça a todos os interesses envolvidos;

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b) Importância Prática: a programação de um bom quadro de horários pode melhorar o


desempenho dos alunos, a satisfação do corpo docente e permitir que a instituição seja mais
eficiente na gestão de seus recursos;
c) Importância Teórica: problemas de programação de horários são do tipo NP-Completo
ou NP-Difícil e a solução de problemas desse tipo são um dos principais objetivos das pesquisas
correntes em pesquisa operacional, matemática e computação.

2.3 Modelagem matemática e o software Xpress – MP


Existe um grande número de problemas que são analisados constantemente, de natureza,
contexto e complexidade distintos, diante disso fica praticamente impossível alcançar uma solução
satisfatória sem auxilio de alguma ferramenta computacional. Uma das possíveis soluções para
resolução de problemas complexos seria a utilização do software Xpress-MP, para modelagem das
variáveis.
O Xpress-MP é uma ferramenta computacional de modelagem matemática, pois apresenta
comandos que auxiliam tanto a declaração como a manipulação de um modelo matemático
(variáveis e restrições), e pode ser vista como uma linguagem de programação por possuir
comandos para controle (loops e seleção) que possibilita a codificação de algoritmos e
manipulação de sistemas de resolução. (RANGEL, 2006). Conforme Rangel (2006) o Xpress-MP
é uma “linguagem ‘procedural’ e não declarativa, isto é, os comandos são compilados ao invés de
interpretados.”

3. Método de Pesquisa

3.1 Delineamento da pesquisa

A pesquisa, em seu início, teve caráter bibliográfico, empregando literatura voltada para
pesquisa operacional, timetabling e aplicação do software XPRESS - MP. Por conseguinte, foram
realizadas pesquisas de campo a fim de tomar ciência da situação atual da Universidade Federal,
local do referente estudo de caso, e entrevista com o coordenador do curso de Engenharia de
Produção. Com isso, a situação foi contextualizada, os dados foram recolhidos, aplicados no
software e posteriormente analisados os resultados.

3.2 Técnicas da pesquisa

3.2.1 Pesquisa de campo

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O estudo foi realizado em uma Universidade Pública Federal, e através do conhecimento


dos horários das disciplinas e as condições de tempo dos professores pôde-se propor uma
modelagem ao curso de Engenharia de Produção da referida instituição.

3.2.2 Modelagem matemática

Tomando como base a pesquisa bibliográfica e tendo conhecimento da real situação


através da pesquisa de campo, foi construído um modelo matemático, iniciado com a análise do
problema, seguido de sua formulação, análise e a interpretação da solução fornecida, a qual foi
obtida por meio da modelagem no Software XPRESS-MP. A Figura 1 mostra como o problema
em questão foi modelado.

FIGURA 1 – Modelagem do Problema. Fonte: Autoria Própria

4. Aplicação e resultados

4.1 Formulação do problema

Como se trata de um modelo matemático, primeiramente foi definido quais os parâmetros


adotados, as variáveis de decisão e posteriormente, construídas as restrições que condicionam o
problema estudado.
Primeiramente, é importante justificar a quantidade de discentes e de disciplinas
trabalhadas na modelagem proposta no referente estudo. Devido à limitação de capacidade do
software utilizado, foi escolhido aleatoriamente apenas 2 professores e 5 disciplinas.

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Com relação às restrições, as escolhidas fazem parte de uma proposta inicial, sendo
passível de alterações para futura implementação com o real número de professores e disciplinas
do curso de Engenharia de Produção, e acréscimo de restrições voltadas ao espaço físico, por
exemplo.
A quantidade de professores juntamente com as disciplinas do curso de Engenharia de
Produção e suas respectivas horas está exposto no Quadro 1.
Discentes Disciplinas
A (1) Engenharia Econômica e Finanças (EEF –
B (5) 60 horas),
Modelagem de Custos, Preços e Lucros para
Tomada de Decisão (MCT – 60 horas),
Gestão de Projetos I (GPI – 60 horas),
Gestão de Projetos II (GPII – 30 horas),
Tópicos Especiais de Engenharia e
Produção (TEEP – 30 horas).
QUADRO 1 – Disposição dos discentes e as disciplinas. Fonte: Autoria Própria

Cada professor possui um grau de satisfação relacionado à cada disciplina. O Quadro 2


mostra o grau de satisfação dos professores para as disciplinas disponíveis em uma escala de 0 à 3,
na qual 0 significa nada satisfeito, 1 é pouco satisfeito, 2 é indiferente e 3 significa muito
satisfeito.
Discente Disciplina Grau de Satisfação
A Engenharia Econômica e 3
B Finanças 0
A Modelagem de Custos, 3
B Preços e Lucros para 0
Tomada de Decisão
A Gestão de Projetos I 1
B 3
A Gestão de Projetos II 1
B 3
A Tópicos Especiais em 2
B Engenharia de 3
Produção

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QUADRO 2 – Satisfação dos Professores. Fonte: Autoria Própria

4.1.1 Notação
Os parâmetros adotados para a modelagem matemática para o horário do curso de
Engenharia de Produção estão dispostos a seguir.
prof : número total de professores;
turma: número total de turmas;
hora: quantidade de horários disponíveis;
dia: quantidade de dias da semana (segunda-feira à sexta-feira);
EP: conjunto de todos os professores de Engenharia de Produção;
Hd: conjunto de todos os horários de aula de um dia d da semana;
T: conjunto com NT = |T| turmas;
D: conjunto de todos os dias de aula por semana;
Rt: carga horária para a turma t;
Rp: carga horária total que o professor p pode atender;
S: Grau de satisfação do professor p na turma t;

4.1.2 Modelagem matemática


A modelagem matemática descrita no presente estudo baseia-se no agendamento de aulas
unitárias, pela variável de decisão binária x, onde:

xpthd =

4.1.2.1 Definição da função objetivo

Diante da contextualização e análise dos problemas referentes a satisfação dos docentes e a


alocação nas referentes disciplinas, a função objetivo é a maximização da satisfação de um
professor p em lecionar na turma t em um horário h do dia d.

4.1.2.2 Definição das restrições

As restrições do problema estão expostas abaixo:

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(1) A soma das cargas horárias das disciplinas de um professor não pode exceder sua carga
horária máxima.

(2) Se a disciplina tiver carga horária de 60 horas, o professor terá de dar aula em 1 turma
em 2 horários. E se a disciplina for de 30 horas, o mesmo só lecionará em 1 turma e em 1 horário
apenas.

(3) 1 turma, em 1 horário específico, só pode ter aula de 1 professor.

(4) 1 professor deve lecionar, ao total, no mínimo, 2 horários (4 créditos);

4.1 Aplicação no xpress – MP

Definidas a variável de decisão, a função objetivo e as restrições, o software foi alimentado


com os dados colhidos. Primeiramente declarou-se todas as variáveis (Figura 2).

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FIGURA 2 – Declaração das Variáveis. Fonte: Autoria Própria


Posteriormente, foram implantadas as restrições e a função objetivo, como demonstrado na
Figura 3.

FIGURA 3 – Restrições e Função Objetivo. Fonte: Autoria Própria


Depois de alimentar o Xpress, o mesmo ofereceu uma solução ótima, a qual é exposta na
Figura 4.

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FIGURA 4 – Solução Ótima. Fonte: Autoria Própria


Portanto os horários dos docentes estarão distribuídos da seguinte maneira (Figura 5):

FIGURA 5 – Horário. Fonte: Autoria Própria

5. Considerações finais
Apesar da modelagem não ter sido com todos os dados possíveis, foi possível perceber que
a Pesquisa Operacional abalizada pelo software Xpress proporciona respostas confiáveis, tornando
o processo de decisão muito mais eficiente.
No referente estudo pode-se concluir que, dentro dos limites, os objetivos foram atingidos
com êxito, uma vez que a modelagem no Xpress foi feita para o problema proposto, as principais
variáveis foram identificadas juntamente com as restrições e a solução ótima foi encontrada.
Conclui-se então, que o modelo matemático proposto é competente para, em um tempo
significantemente menor, proporcionar soluções melhores do que as existentes.

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COELHO, A. M. Uma Abordagem Via Algoritmos Meméticos para a Solução do Problema de Horário Escolar.
Dissertação (Mestrado em Modelagem Matemática e Computacional) - Curso de Mestrado em Modelagem
Matemática e Computacional - Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação, CEFET-MG, Minas Gerais, 2006.

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Alternativas. Florianópolis: Insular, 2001.
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