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© Didáticos Editora, 2019

Catalogação na publicação
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Messias, Ana Karlla


Arapiraca : cidade da gente : estudos regionais : ensino fundamental I /
Ana Karlla Messias, João Paulo Holanda, Lucicleide da Silva. -- Fortaleza,
CE : Didáticos Editora, 2019.

ISBN 978-65-5112-000-8

1. Arapiraca (AL) - Geografia (Ensino fundamental) 2. Arapiraca (AL)


- História (Ensino fundamental) 3. Estudos regionais I. Holanda, João
Paulo. II. Silva, Lucicleide da. III. Título.
CDD-372.8918135
20-33230
-372.898135

Índices para catálogo sistemático


1. Arapiraca : Alagoas : Geografia : Ensino
fundamental 372.8918135
2. Arapiraca : Alagoas : História : Ensino
fundamental 372.898135
Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Autores
Ana Karlla Messias
João Paulo Holanda
Lucicleide da Silva

Direção: Eric Medeiros


Coordenação editorial: Nara Moreira
Supervisão geral e gráfica: Telry Freire
Coordenação de equipe: Nilo Rocha
Coordenação pedagógica: Vangillye Carvalho
Conselho editorial: Hellayne Viana e Liane Frota
Projeto gráfico e diagramação: Rafael Mendes
Ilustrações: Eduardo Rosberg
Fotografias: Genival de Souza
Revisão ortográfica: Suzana Frota

Av. Oliveira Paiva, 1600, Sala 05 - Cidade dos Funcionários – Fortaleza-CE


CEP: 60822-131
email: didaticoseditora@gmail.com

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida e/ou transmitida, seja quais forem os meios empregados sem a permissão dos Autores e Editores.
Carta dos autores
Prezado estudante de nossa querida Arapiraca,

A cultura é grande fonte de conhecimento e inspiração de um


povo. Ela é capaz de explicar quem somos e mostrar o caminho que
devemos seguir para crescermos sempre. Um povo sem cultura é
um povo que não conhece a própria história, é como uma árvore
sem raízes. Este livro é um trabalho de ressignificação de nossa
gente, sendo contada por nós, arapiraquenses.
Arapiraca é um terra de diversidade – temos aqui a união de
muitas tradições: quilombolas, indígenas, brancos, camponeses,
sertanejos, que viram nessa terra um lugar propício ao desenvolvi-
mento e fizeram daqui o seu lar. Através da pesquisa e da memória,
buscamos criar uma obra de fácil leitura e compreensão para você,
aluno, como forma de garantir que nossa identidade será sempre
preservada.
Segundo Le Goff (1990), a memória acaba por estabelecer um
vínculo entre as gerações humanas e o tempo histórico que as
acompanha. Esse vínculo torna-se afetivo, colocando-nos como su-
jeitos da história, com direitos e deveres.
Esta obra representa uma estratégia para garantir o domínio
do conhecimento histórico e geográfico sobre nosso município, por
meio de você e de sua família. Não podemos silenciar diante da
multiplicidade de nossos elementos culturais. Pelo contrário, temos
que nos orgulhar daquilo que foi construído e daquilo que estamos,
todos os dias, construindo: uma Arapiraca viva, forte e frondosa.
Desejamos que este material seja o primeiro passo para que
cada um (a) de vocês possa construir novas e importantes formas
de escrever, respeitar e preservar a História de Arapiraca.
Boa leitura!

Os autores
Palavra da Prefeitura
Prezado estudante,

É com muita honra que criamos este livro que é, “antes de mais
nada”, um passeio por nossa história, um passeio em meio ao nos-
so povo e a tudo aquilo que construímos e estamos construindo.
Esta importantíssima obra busca, primeiramente, fazer-nos refletir
sobre quem nós somos, sobre a nossa cultura, rememorando o pas-
sado para trilharmos um futuro mais firme e robusto, como a árvore
que dá nome à nossa cidade: arapiraca.
O livro “Arapiraca: cidade da gente” é uma obra que causa-
rá grande impacto na sua vida e na de seus familiares. Você será
responsável por levar às futuras gerações os traços da formação
de nossa gente, despertando a sensação de pertencimento e a va-
lorização da cultura local. É nosso dever, enquanto educador, pai,
gestor, valorizar o que de bom nós temos a oferecer para os futuros
filhos de nossa terra.
Sabemos que a educação é importante para a nossa formação
intelectual e moral e que, sem a valorização de nosso povo, de
nossas origens, não temos condições de criar um futuro promissor.
Pela primeira vez na história de nossa cidade, ofertamos aos nossos
alunos, alunas, pais, mães, professores e professoras, um material
de resgate de nossa história, com linguagem acessível e apropriada
às nossas crianças e aos nossos jovens.
Esperamos de verdade que esta obra seja lida e relida, não ape-
nas em casa, mas que ela se estenda aos lares de cada arapira-
quense. Temos aqui a impressão digital de nosso povo, de nossa
terra e, acima de tudo, o compromisso e o respeito com a educação
de nosso município.
Prefeitura Municipal de Arapiraca - AL
Palavra da Secretaria de Educação
Estimado aluno,

Tenho a honra de apresentar a você, aluno, o livro “Arapiraca:


cidade da gente”, um alicerce de nosso município, uma fonte de
conhecimento e sabedoria sobre o nosso povo, sobre a nossa cultu-
ra e nossa história – com informações tão importantes para quem
busca uma identidade. Sabemos que a educação é um importante
instrumento de desenvolvimento de uma sociedade. Por isso, é tão
importante investir em recursos educacionais, a fim de traçarmos
um caminhar mais firme e forte rumo ao futuro.
Queremos aqui parabenizar pelo empenho nossos professores,
no belíssimo trabalho que vêm apresentando ao longo dos anos.
Parabenizamos também o trabalho de nossos autores – professores
de nossa terra – que souberam colher as informações, os relatos,
os documentos, além de consultar arquivos pessoais, para que a
concretização deste sonho fosse possível, resgatando nossa histó-
ria, possibilitando um debate sobre nossa geografia e estendendo o
conhecimento de nossa querida Arapiraca.
Este é um material de qualidade, um projeto pioneiro no muni-
cípio de Arapiraca, que não se perderá na história, mas ficará como
instrumento de propagação do desenvolvimento de nossa socieda-
de. As histórias serão contadas e recontadas pelas gerações futu-
ras, fazendo parte de nossa identidade.
Que possamos aproveitar ao máximo tudo o que este livro tem.
Por isso, convidamos você a viajar por nossa Arapiraca – desde a
sua origem até os dias de hoje.
Bons estudos!

Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Arapiraca - AL


Sumário
Unidade 1
Arapiraca - AL:
Lugar de viver

Unidade 2
Arapiraca - AL:
História e memória
14 Introdução à unidade
17 Arapiraca – terra do fumo
23 Arapiraca – localização geográfica
26 Símbolos oficiais da cidade
31 Economia e desenvolvimento urbano

42 Esta Arapiraca, por enquanto, é minha terra


42 Esta Arapiraca por enquanto é minha casa
46 Processo de emancipação
51 A feira livre e o fumo
55 Arapiraca – aspectos sociais
Unidade 3
Arapiraca - AL:
Lugar de memória

Unidade 4
Arapiraca - AL:
Educação
socioambiental
74 Memórias arapiraquenses
77 A Religiosidade de Arapiraca
97 Manifestações culturais: patrimônio imaterial
100 Preservação do patrimônio

106 Arapiraca e suas belezas naturais


112 Fauna e flora arapiraquenses
120 O ser humano e sua relação com o meio ambiente
123 Leis de proteção ambiental
Unidade 5
Arapiraca - AL:
Lazer e turismo

Unidade 6
Arapiraca - AL:
Poder e cidadania
138 O direito ao lazer
144 Praças e lugares comuns da cidade
147 Turismo arapiraquense
153 ASA, esporte e lazer

164 Comunidade, cultura e cidadania


169 Arapiraca: uma trajetória de luta e cidadania
177 Cidadania e cultura: as destaladeiras de fumo
181 Arapiraca e sua organização política
187 Nossa cidade: os direitos e deveres da população
“Esta Arapiraca, por enquanto, é a
minha casa”

Manoel André
Unidade 1
Arapiraca - AL:
Lugar de viver
Unidade 1

Introdução à unidade
OLÁ, COLEGUINHA! VOCÊ
SABE COMO É IMPORTANTE
CONHECER AS NOSSAS
ORIGENS. O QUE ACHA DE
CONVERSARMOS UM POUCO
SOBRE A FORMAÇÃO DE
NOSSA CIDADE – ARAPIRACA?
VAMOS JUNTOS NESSE
PASSEIO?

Pôr-do-sol no Lago da Perucaba – Arapiraca

Fonte: Marcos Paulo Dantas

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Arapiraca, originalmente, é o nome de uma árvore da família das
Leguminosas Mimosáceas – Piptadênia (Piteodolobim), uma espécie de
angico branco bem comum na região do agreste e sertão do estado de
Alagoas. Primeiramente, iremos conhecer a relação que há entre o nome
da árvore e o nome de nossa cidade, além dos aspectos históricos e ge-
ográficos, como clima, relevo e desenvolvimento urbano, que fazem que
Arapiraca esteja no coração de Alagoas.
Este livro é uma conquista que reúne os elementos responsáveis por
tornarem Arapiraca a segunda maior cidade do estado de Alagoas. Ele
guiará seus estudos e será responsável por você propagar a cultura de
nossa região com seus pais, familiares, amigos e vizinhos. Vamos pas-
sear pela história, pela memória do nosso povo, conhecendo lugares in-
teressantes que só existem aqui, além de discutirmos sobre o poder que
nosso povo tem.
Aqui, deixamos registrada a importância que você, estudante, tem na
formação cultural e intelectual da nossa sociedade. Portanto, aproveite
ao máximo essa incrível viagem.
Mapa político de Alagoas

Fonte: http://dados.al.gov.br/dataset/mapa-politico-administrativo-do-estado-de-alagoas-2019

15
1. Pinte, de verde, a árvore arapiraca.

Ilustração: Eduardo Rosberg

2. Desenhe, no quadro abaixo, o mapa de Alagoas e pinte onde fica a


cidade de Arapiraca.

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3. Quais cidades alagoanas você já visitou?
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_______________________________________________________
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Arapiraca – terra do fumo


Arapiraca, nacionalmente conhecida como terra do fumo, está situada
no estado de Alagoas, Nordeste brasileiro.

Estado de Alagoas, com destaque para Arapiraca

Fonte: www.wikipedia. com

Alagoas é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Situado no Nor-


deste brasileiro, banhado pelo Oceano Atlântico, rico em belezas natu-
rais, com uma diversidade de mangues e lagoas. O estado faz limites ao
norte e nordeste com Pernambuco; ao sul, com Sergipe e, ao sudoeste,
traça limite com Bahia.

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O estado possui, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística – IBGE – cerca de 3.337.357 habitantes, distribuídos nos 102
municípios. A área total do estado é 27.767,661 km².
A capital de Alagoas é Maceió e é uma das cidades mais visitadas
durante o verão, em virtude das belezas naturais, sobretudo das praias.
Além disso, a cidade oferece ao turista uma vasta culinária, tendo os
frutos do mar como seu prato mais atrativo. Além da culinária, a capital
alagoana também é conhecida pela renda, produzida no Pontal da Barra,
representando um forte elemento cultural e econômico.
Além de Maceió, outras cidades estão na rota do desenvolvimento
econômico e cultural, como Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo, Del-
miro Gouveia, Piranhas, Maragogi, São Miguel dos Milagres. Dessas cida-
des, Arapiraca, localizada no coração de Alagoas, representa a segunda
maior economia, em decorrência do cultivo de fumo, colocando-a no pa-
tamar de Capital do Fumo, nacionalmente.
O percurso de Arapiraca até Maceió é, em média, 123 km, e pode
ser feito por duas rodovias: AL 220 ou AL 101, sendo que a AL 220 é a
preferida dos arapiraquenses, em virtude de o trajeto, em parte, ser pela
orla marítima, tornando a viagem mais agradável, com vistas para o azul
do mar.

Você sabe o que é uma Região Metropolitana?


Uma Região Metropolitana é um recorte político-espacial
complexo que envolve uma cidade central (metrópole) – em
nosso caso, Arapiraca, e polariza e dinamiza as demais cidades
ao redor, influenciando-as econômica, social e politicamente.

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Arapiraca foi caracterizada como o polo da Região Metropo-
litana do Agreste, de acordo com a Lei Complementar 27/2009,
de 1º de dezembro de 2009.
As cidades que fazem parte dessa região são: Campo Gran-
de, Coité do Noia, Craíbas, Feira Grande, Girau do Ponciano,
Igaci, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Olho
d'Água Grande, São Sebastião, Taquarana, Traipu, Palmeira
dos Índios, Estrela de Alagoas, Belém, Tanque d'Arca, São Brás
e Jaramataia.

Percurso de Arapiraca até Maceió

Fonte: https://www.google.com.br/maps/dir/arapiraca/maceio

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1. O Nordeste brasileiro tem quantos estados? Vamos conhecer as capi-
tais de cada um deles?
Bahia: ____________________________________________________
Sergipe: __________________________________________________
Alagoas: __________________________________________________
Pernambuco: ______________________________________________
Paraíba: __________________________________________________
Rio Grande do Norte: ________________________________________
Ceará:____________________________________________________
Piauí: ____________________________________________________
Maranhão: ________________________________________________

2. Pinte os estados da Região Nordeste.

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/56224695328875138/?lp=true

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3. Ajude Manoel André a sair da cidade de Arapiraca e chegar à capital
alagoana.

Ilustração: Eduardo Rosberg

4. Encontre no caça-palavras as cidades que caçaestão na rota do desenvol-

vimento no estado
As palavrasde
desteAlagoas.
caça palavras estão escondidas na horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao
contrário.

E L S H M N S A R S A U K Q C V S K C S I E
T L S R Y T O C E R D O P C H T A L A N E T
• Arapiraca R R R I F L T A N V T O S O F T A O N L H I
L U A T O M T E W S G E E I A A E D O L N P
• Palmeira dos
S S Ã O M I G U E L D O S M I L A G R E S P
Índios
E A I D E H Q A I E A O T F M A R A G O G I
• Penedo E L E I T T U B R O O R E N C O S U D S I I
• Delmiro R N T N P H I E T I I T A I O D S A C S Y O
Gouveia E H A H S E I T R S H D D P T H D E S B D R
S T V N B P T N E S H L N P I R A N H A S O
• Piranhas
I D I I L E R E E L T V H W T R F U F N Y C
• Maragogi A N E E A N T A I A N C E N S H A W I A C C
• São Miguel E D I H I E F T T T N Y T P E G M C S E A N
dos Milagres G C B C E D E L M I R O G O U V E I A C A N
P H H S E O E I A S R I N D D R T T H N N L
L V D W I P A L M E I R A D O S Í N D I O S

ARAPIRACA MARAGOGI PENEDO SÃOMIGUELDOSM


DELMIROGOUVEI PALMEIRADOSÍND PIRANHAS ILAGRES
A IOS

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5. Indique, no mapa abaixo, quais as cidades que fazem parte da Região
Metropolitana do Agreste Alagoano.

Você sabia que, brevemente, o percurso de Arapiraca até


Maceió, pela AL 220, será mais curto? Está em andamento a
duplicação dessa rodovia, tornando a viagem mais cômoda,
segura e rápida, unindo a Região Metropolitana do Agreste até
a capital alagoana.

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Arapiraca – localização geográfica
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE 2018 – a cidade de Arapiraca possui uma área territorial de 345,655
km², com uma população estimada em 231.747 habitantes, vivendo em
zona urbana e zona rural. Por estar localizada no centro do estado de
Alagoas, Arapiraca tornou-se rota de muitas trocas comerciais, fazendo
que sua economia estivesse sempre em constante crescimento entre as
cidades do agreste.

Comércio de Arapiraca

Fonte: www.cdlarapiraca.com.br

Sua área está situada em uma ampla planície, ficando a 265 metros
de altitude e distando 123 quilômetros da capital Maceió. Em questões
de localização geográfica, a cidade limita-se ao norte com o município de
Igaci; ao sul, com o município de São Sebastião; a leste, com os municí-
pios de Coité do Noia e Limoeiro de Anadia; a oeste, com os municípios
de Lagoa da Canoa e Girau do Ponciano e Feira Grande; a noroeste, com
o município de Craíbas; e, a sudeste, com o município de Junqueiro.

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Localização da cidade de Arapiraca

Fonte: https://www.google.com.br/maps/dir/arapiraca

Atualmente, o prefeito da cidade é Rogério Auto Teófilo, professor,


administrador de empresas e advogado, filho de Moacir Teófilo e Thereza
Auto Teófilo, personalidades ilustres na história de nosso povo.

A ORIGEM DA ROSA DOS VENTOS. O nome “Rosados Ven-


tos” deriva da semelhança do desenho dos pontos cardeais
com a rosa, pois a representação gráfica desses pontos lembra
as pétalas desta flor. Esse instrumento fora criado no século
XIV, e tinha como base os ventos sentidos no Mar Mediterrâ-
neo.

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1. Você gosta de morar em Arapiraca? Por quê?
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_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

2. Comparando Arapiraca com outras cidades alagoanas, como justifica-


mos o fato de ela ser a segunda maior cidade do estado?
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_______________________________________________________
_______________________________________________________

3. Utilizando a rosa dos ventos abaixo, desenhe a cidade de Arapiraca e


as cidades com as quais faz divisa.

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4. Complete o quadro com as informações corretas sobre a cidade de
Arapiraca.

ARAPIRACA EM DADOS

Área territorial

População

Distância da capital

Altitude

Atual prefeito

O que há de mais bonito em nossa cidade?


Vamos imaginar que você será responsável por enumerar
as belezas de nossa cidade. O que você destacaria? Faça um
cartaz bem bonito mostrando as qualidades de nossa cidade.

Símbolos oficiais da cidade


Os principais símbolos representativos da cidade de Arapiraca são a
bandeira, o brasão e o hino. Eles descrevem, por meio de imagens, cores
e palavras, a história de formação de nossa gente, além de destacar os
principais elementos constituintes de nossa economia.
A bandeira de Arapiraca foi criada através do Projeto de Lei 20/64,
de 29 de agosto de 1964, pelo Vereador Higino Vital da Silva. Ela tem um
formato retangular com as cores verde e amarelo, nos lados esquerdo e
direito, respectivamente, e, ao centro, cor branca, com o Brasão da
cidade.

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As cores da bandeira representam: os campos fumageiros, através da
cor verde; a riqueza da cidade, liderada pelo fumo, na cor amarela; e o
branco, a paz e o caráter de nossa gente.
Bandeira de Arapiraca

Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca

Brasão de Arapiraca O brasão da cidade faz referência aos


aspectos histórico, geográfico e econômico
da cidade. O Brasão de armas de origem
portuguesa mostra de um lado uma coroa
e de outro a árvore Arapiraca, além do arco
de cinco torres.
A coroa é o símbolo da cidade, repre-
sentando-a como a Princesa do Agreste.
O arco de cinco torres mostra sua eman-
cipação. A cor prata justifica-se por não se
tratar da capital do estado. A árvore é a
representação da arapiraca – árvore onde
Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca
Manoel André descansou e idealizou o seu
lar.
Além disso, há um ramo de fumo, apontando para o principal meio
econômico da cidade à época, além de um ramo de algodão. A pala-
vra Arapiraca, no centro, identifica a cidade.

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Além da Bandeira e do Brasão, ainda temos como símbolo oficial da
cidade, o Hino.
Criado em 1961, o Hino de Arapiraca tem letra do Professor Pedro de
França Reis e música do Maestro Nelson Palmeira. A canção foi instituída
como Hino de Arapiraca por meio do Projeto de Lei nº 36/61, do vereador
Higino Vital da Silva, em Sessão Ordinária do dia 11/11/1961, aprovado
em 25/11/1961.
O Hino resgata a história da cidade, colocando Manoel André como o
grande desbravador, responsável pela criação da cidade. Chamada de ci-
dade sorriso, formosa e de encantos mil, Arapiraca é homenageada como
uma inspiração de Manoel André, cidade galã abençoada por Deus.

Hino de Arapiraca
(o texto foi digitado seguindo as regras gramaticais da época)

Sob um céu de safira estrelado,


Num agreste dêste imenso Brasil,
Fôra um rincão pequenino fadado
A ser majestoso, soberbo e viril.

CÔRO
Arapiraca, Estrêla radiosa,
Que fulgura sob o céu do Brasil,
Cidade sorriso, cidade formosa,
Cheia de esplendor e de encantos mil.

Arapiraca fôra a inspiração


De um sertanejo cheio de fé.
Rendamos, pois, de coração
O nosso “HOSANA” a Manoel André.

A cultura do fumo, a sua riqueza,


O “OURO NEGRO”, que os seus campos veste
Lhe adquirira um título de nobreza,
“cidade Galã”. PRINCESA DO AGRESTE.

Terra adorada, Gloriosa terra,


Crisol da Pátria, abençoada por Deus
Receba, pois, o afeto que se encerra
Nos meigos corações dos filhos teus.
Letra de Pedro de França Reis e Música de Nelson Palmeira

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1. Com a ajuda de um dicionário, pesquise as palavras abaixo, registra-
das no Hino de Arapiraca.
Safira: ___________________________________________________
Rincão: ___________________________________________________
Soberbo: _________________________________________________
Viril: _____________________________________________________
Fulgura: __________________________________________________
Formosa: _________________________________________________
Hosana: __________________________________________________
Crisol: ____________________________________________________

2. A sua escola também possui um símbolo oficial: uma bandeira, um


hino ou um brasão? Se possuir, desenhe-o no espaço abaixo. Caso não
possua, o que acha de criar um e apresentá-lo à direção da escola?

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3. Jogo dos 7 erros.

Ilustração: Eduardo Rosberg

4. Ajude os soldados a protegerem a Bandeira de Arapiraca, percorrendo


os caminhos até ela.

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Escolha uma pessoa mais velha em seu bairro ou comuni-
dade para entrevistar. Siga as orientações abaixo:
• Pergunte como era cidade de Arapiraca no seu tempo de
juventude.
• Como se divertiam, quais eram as festas e o lazer daque-
le tempo.
• Havia locais para estudo e recreações.
• Na opinião dele(a), o que era melhor no passado e o que
é melhor nos dias de hoje.

Organize as respostas e apresente-as em sala de aula para


os colegas e professor.

Economia e desenvolvimento urbano


Plantação de fumo em Arapiraca
A cidade de Arapiraca, ao
longo dos anos, vem apre-
sentando um grande desen-
volvimento econômico e,
como consequência, urbano.
A cultura do fumo fez que a
cidade tornasse-se muito co-
nhecida no Nordeste, geran-
do riquezas e prosperidade.
Não é à toa que ela é conhe-
cida como Terra do fumo.
Fonte: www.arapiraca.al.gov.br

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No entanto, com a crise no setor fumageiro, o poder público buscou
outros meios para motivar a economia na região, investindo na agricul-
tura familiar – plantio de milho, feijão, mandioca, soja. Essas famílias
organizam cooperativas e associações, favorecendo a permanência e am-
pliação da atividade, além da garantia, por parte dos órgãos públicos, de
apoio tecnológico, implementos e máquinas agrícolas.

Você sabe o que é agricultura familiar?


Agricultura familiar é o cultivo da terra realizado por pe-
quenos proprietários rurais, tendo, como mão de obra, essen-
cialmente, o núcleo familiar, em contraste com a agricultura
patronal - que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou tem-
porários, em propriedades médias ou grandes.

Outro grande destaque no fortalecimento da economia arapiraquense


é o destaque à fruticultura irrigada e à criação, em 2003, do Cinturão
Verde, na produção de plantio irrigado de hortaliças.
Além da agricultura familiar, a economia arapiraquense gira em torno
da pecuária e dos investimentos no setor de indústrias de beneficiamento
de fumo, bem como indústrias de alimentos e madeira, por exemplo.
É importante destacar que a feira local, além de ser um forte elemen-
to cultural, é uma forma de desenvolvimento econômico, visto que ela
atende a vários bairros e comunidades da cidade. Do mesmo modo que
a feira é referência na cidade, o desenvolvimento do comércio também
o é, principalmente, após a inauguração do Arapiraca Garden Shopping,
atraindo consumidores de cidades circunvizinhas.
Arapiraca ganhou destaque na Revista Veja, em 2010, sendo apon-
tada como uma das metrópoles do futuro, destacando o crescimento
socioeconômico dos últimos anos.

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Avenida Rio Branco – uma das principais avenidas do Centro de Arapiraca

Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca

O Centro urbano da cidade vem apresentando, nos últimos tempos,


um intenso desenvolvimento, provocado pelo incentivo à indústria, ao
comércio e ao lazer, por meio do PAC – Programa de Aceleração do Cres-
cimento – do Governo Federal. Novos bairros vêm sendo criados, bem
como investimentos em sa-
Arapiraca Garden Shopping
neamento básico, iluminação
pública, transportes, limpe-
za e coleta, acessibilidade,
abastecimento de água. Com
a inauguração do Arapiraca
Garden Shopping, um im-
pulso maior à economia foi
dado, uma vez que lojas na-
cionais vieram até aqui, inau-
gurarem filiais, diversificando Fonte: www.arapiraca.al.gov.br
o comércio e os produtos.

33
As imagens abaixo mostram a Praça Manoel André em duas épocas
distintas: a primeira, no século XIX, quando a cidade ainda buscava um
desenvolvimento, e a segunda, nos dias de hoje. A Praça Manoel André
é o grande ponto de lojas e centros comerciais da cidade. Por ela, diaria-
mente, transitam milhares de pessoas entre lojas de eletrodomésticos,
lojas de conveniências, tecidos e afins, bancos, lanchonetes e restauran-
tes, farmácias, lojas de roupas e sapatos etc.

Praça Manoel André, no século XIX

Fonte: https://www.historiadealagoas.com.br/historia-de-arapiraca.html

Praça Manoel André, nos dias atuais

Fonte: www.alagoas24horas.com.br

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1. Circule os elementos abaixo que compõem a economia arapiraquense.

Ilustração: Eduardo Rosberg

2. Refletindo sobre o seu futuro, em quais dos setores da economia você


gostaria de trabalhar? Por que escolheu este setor?
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_______________________________________________________
______________________________________________________
____________________________________________________

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3. Você conhece bem o seu bairro? Circule as instituições que estão nele.

Ilustração: Eduardo Rosberg

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4. Faça um desenho, observando as instruções que seguem:
Manoel está numa Praça de Arapiraca, onde, ao norte, ele depara com
uma igreja; ao sul, com uma escola; ao leste, com o Shopping; ao
oeste, com um espaço verde de diversão.

5. Cite os nomes das principais ruas da cidade de Arapiraca que você co-
nhece.
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Você sabia que as Feiras Livres movimentam grande parte
da economia arapiraquense?
Elas acontecem semanalmente em vários bairros da cida-
de. No domingo, a tradicional Feira da Fumageira acontece no
Bairro Primavera, além dos Bairros Canafístula, Senador Teo-
tônio Vilela, Jardim Tropical, Jardim Esperança. Nas segundas,
temos feira no Centro e Bairro Baixão. Nas quintas, no Bairro
Brasília. No sábado, no Bairro Itapoã, além da Feira do Arte-
sanato diariamente, na Praça Margarida Gonçalves, no Centro
da Cidade.

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Anotações
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“Eu tô chorando, eu tô chorando,
Eu tô chorando é por você
Se você não acredita,
Vou chorar pra você ver”

Destaladeiras de fumo de Arapiraca


Unidade 2
Arapiraca - AL:
História e memória
Unidade 2

Esta Arapiraca, por enquan-


to, é minha terra
OLÁ, AMIGUINHO! CHEGOU O
MOMENTO DE VOLTARMOS UM
POUQUINHO PARA O PASSADO E
CONHECERMOS COMO NOSSA
CIDADE FOI, AOS POUCOS,
SENDO FORMADA. O QUE ACHA
DE ENTRAR NESSE TREM E DAR
UM PASSEIO CONOSCO?

Esta Arapiraca por enquanto é minha casa


E a sua casa, qual é?
Desenhe aqui a sua casa.

42
O processo de povoamento no interior, após a emancipação política
de Alagoas, acontece através da mistura entre os últimos habitantes de
quilombos, povos indígenas e brancos que resistiram aos ataques suces-
sivos e às tentativas de extermínio desses povos pelos portugueses.
O "surgimento" e povoamento de Arapiraca não foge à regra da maio-
ria das ocupações do período colonial. É nesse contexto de demarcação
de terras, que, segundo Zezito Guedes(1999), em 1848, Manoel André
Correia dos Santos, um alagoano de Anadia, junto com sua esposa Maria
Isabelda Silva Valente, filha do Capitão Amaro da Silva Valente, do po-
voado de Cacimbinhas em Palmeiras dos Índios, construiu, à margem
direita do Riacho Seco, a primeira habitação, próxima a uma frondosa
árvore de nome Arapiraca.
Encostou ali os instrumentos de trabalho e cuidou de preparar a boia,
quando usou estas palavras: “Essa Arapiraca, por enquanto, é a minha
casa".

Desenho com Manoel André descansando na árvore arapiraca

Fonte: www.arapiraca.al.gov.br

43
1. Da mesma forma que Manoel André pode, um dia, contar a sua histó-
ria, o que acha de você contar sobre o dia em que você nasceu? Con-
verse com seus pais sobre esse dia e escreva abaixo.
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Arapiraca, um termo indígena que significa "ramo que o periquito


visita" [ara (periquito), poya (visitar), aca (ramo)] e, nos ramos dessa
árvore que deu nome ao lugar, originou-se também a árvore genealógica
das famílias que aqui se instalaram.
O desenvolvimento do local deu-se a partir de trilhas que serviam de
escoamento de produção e destino ao rio São Francisco, acesso a outros
municípios e aos gêneros alimentícios cultivados (mandioca, feijão, milho
e algodão), favorecendo a concentração da terra.
Em 1855, faleceu Maria Valente, deixando sob seus cuidados cinco
filhos. Sua esposa foi sepultada ao lado direito de sua casa, e foi sobre
sua sepultura que, em 1865, Manoel André inaugurou a Igreja de Nossa
Senhora do Bom Conselho, padroeira de Arapiraca.

44
Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho

Fonte: www.historiadealagoas.com.br

Nos anos seguintes à colonização inicial, os parentes do fundador co-


meçaram a habitar as terras próximas a Arapiraca, surgindo um vilarejo
com algumas ruas que formavam um "Quadro de Arapiraca". A partir do
progresso da feira livre criada em 1844 e ocupando lugar de destaque na
região, no ano de 1892, foi elevada à categoria de distrito do município
de Limoeiro de Anadia, que tinha se separado do município de Anadia em
1882.

1. Qual o significado da palavra Arapiraca? Porque esse nome foi escolhi-


do para a cidade? Coloque essas informações em forma de desenho.
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2. Quais os fatores que ajudaram o desenvolvimento de nossa cidade?
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Processo de emancipação
Arapiraca pertencia ao município de Limoeiro de Anadia, devido ao
seu desenvolvimento econômico e ao desejo de progredir da população,
o Major Esperidião Rodrigues da Silva inicia sua campanha em prol da
emancipação política do distrito de Arapiraca, representando as elites
locais.
O deputado Odilon Auto contribuiu no processo de emancipação po-
lítica defendendo o projeto na Assembleia Legislativa. O trabalho intenso
Assembleia Legislativa Estadual em 1924 revelou-se em anos
de luta e dificul-
dades de desloca-
mento para a capi-
tal, pela aprovação
da maioria dos de-
putados. Até que,
em 30 de maio de
1924, foi sanciona-
do pelo Governador
José Fernandes Lima
o projeto de Lei de
nº 1009, que eman-
cipava o distrito de
Arapiraca do muni-
Fonte: www.confaa.com.br
cípio de Limoeiro de
Anadia.

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A festa de comemoração aconteceu no dia 30 de outubro de 1924;
logo, esse dia fica marcado como dia da Emancipação Política de Arapi-
raca.
Você já prestigiou ou participou de algum desfile do dia 30 de outu-
bro?
Faça aqui o seu registro sobre esse dia.

Uma junta do governo passa a organizar o município e as eleições.


A Junta era presidida pelo senhor Francisco de Paula Magalhães e tinha
como membros os senhores Tibúrcio Valeriano da Silva, Cícero Gonzaga
da Silva, Aprígio Jacinto da Silva, Domingos Rodrigues de Macedo, José
Pereira Sobrinho, Pedro Lima de Oliveira, Antônio Ribeiro e Antônio Apo-
linário Correia. Essa junta permanece até o dia 07 de janeiro de 1925,
quando acontece a posse de Esperidião Rodrigues da Silva, o primeiro
prefeito de Arapiraca.
Segundo Valdemar, historiador da cidade, o primeiro trabalho público
de Esperidião Rodrigues foi a construção da prefeitura. No século pas-
sado, o prédio foi ocupado pela Câmara dos Vereadores, na Avenida Rio
Branco.

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Primeira sede da Prefeitura Municipal de Arapiraca

Fonte: www.nn1.com.br

Basicamente, o centro da cidade era formado por dois quadros prin-


cipais que receberam o nome da Rua. O quadro da Igreja Nossa Senhora
do Bom Conselho, que foi denominado de Rua do Capela de São Sebas-
tião, e o Quadro da Rua Nova (as outras saíram delas).
Avenida Rio Branco, no século XIX

Fonte: www.arapiraca.al.gov.br

48
A Esperidião Rodrigues é atribuída a criação da tradicional Feira Livre
de Arapiraca, além do nosso primeiro grupo escolar: a Instituição de En-
sino Adriano Jorge, ainda a primeira escola de música da cidade, o Car-
tório de registros e os Correios, o apoio à instalação ao Tiro de Guerra e
a doação de diversos terrenos.

Escola Adriano Jorge – século XIX Escola Adriano Jorge – século XXI

Fonte: http://www.agenciaalagoas.al.gov.br/ Fonte: http://agenciaalagoas.al.gov.br/

Antiga Feira Livre de Arapiraca, no século XIX

Fonte: www.historiadealagoas.com.br

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Você sabia que a escultu- Estátua de Esperidião Rodrigues,
ra em frente ao Museu Zezito no Centro da cidade

Guedes, na Praça Luiz Perei-


ra Lima, no Centro da cidade,
inaugurada em 2014, é uma
estátua em homenagem a Es-
peridião Rodrigues, segurando
um telegrama que na época
lhe foi enviado pelo governa-
dor, noticiando a emancipação
de Arapiraca? Fonte: https://confaa.com.br/noticia/.

O telegrama dizia assim:

Coronel Esperidião Rodrigues


Arapiraca – Limoeiro
Acabo de sancionar um Projeto de Lei criando o mu-
nicípio de Arapiraca, cuja população é laboriosa, adian-
tada e progressista; congratulo por intermédio amigo,
grande incansável paladino dessa conquista, que repre-
senta ato de justiça aos poderes públicos a um povo
que se levanta por si próprio, que tem iniciativa e que
progride.
Cordiais saudações,
Ass. Fernandes Lima,
Governador do Estado

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1. Qual o nome do primeiro grupo escolar de Arapiraca? E a sua escola,
há quanto tempo foi fundada? Pesquise.
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2. Da mesma forma que Esperidião Rodrigues escreveu um telegrama


para o Governador, se você pudesse escrever um telegrama para Es-
peridião Rodrigues dizendo do que você mais gosta na cidade de Ara-
piraca, como esse telegrama seria?
Escreva um telegrama descrevendo o que você mais gosta na cidade.
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A feira livre e o fumo


A feira livre de Arapiraca impulsionou de várias formas o crescimento
da cidade e a economia local, ocupando as principais ruas nos dias de
segunda feira. A princípio, o comércio era de gêneros alimentícios, mas,
com o passar do tempo, foi se diversificando até que se tornou uma das
maiores feiras do nordeste e ponto de encontro através da cultura do
fumo "ouro verde”.

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A feira foi terreno fértil para muitas manifestações artísticas popu-
lares e abordagens científicas, chegando a abrigar semanalmente mais
de 30 mil pessoas, vindas de várias localidades, tornando-se patrimônio
imaterial de Arapiraca, em virtude de toda sua contribuição econômica
e cultural, além de seu poder de adaptação a cada mudança sofrida na
geografia e na economia.
As plantações de fumo de Arapiraca surgem no final do século XIX. A
cultura do conhecido fumo de "rolo" ou de corda prosperou e fez entregas
às regiões do estado, ao ponto de elevar Arapiraca à capital nacional do
fumo, título que lhe é atribuída até hoje.
Venda de rolo de fumo

Fonte: https://arapiraca.7segundos.com.br/noticias/2016/01/06/55748/feira-do-fumo-mantem-
-tradicao-e-resiste-a-outras-culturas.html

O cultivo do fumo chegou a ocupar centenas de hectares de terras cul-


tivadas (minifúndios), abastecendo o mercado interno e externo, mobili-
zando trabalhadores rurais e comerciantes nas feiras. A partir da década
de 50, estabeleceram-se fábricas, exportadoras e salões de fumo, expan-
dindo a produção e caracterizando a cidade como "cultura fumageira".

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Assim, os salões onde homens e mulheres, com seu trabalho, ajudaram
a construir os pilares econômicos da cidade, a exemplo das destaladeiras
de fumo, que agregavam ao trabalho canções descrevendo seus traba-
lhos e animando os salões de fumo. As destaladeiras de fumo e suas
cantigas tornaram se patrimônio cultural arapiraquense.
Destaladeiras de fumo

Fonte: https://diarioarapiraca.com.br/editoria/arapiraca/-blues-de-alagoas:-o-canto-das-destaladeiras-
-de-fumo-de-arapiraca/1/35285

Observe abaixo uma dessas cantigas:

Eu estava forrando a cama,


A cama pra meu amor
Deu um vento na roseira,
A cama se encheu de flor.
Leva eu, saudade!
Se me leva, eu vou!

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Segundo Guedes, em A cidade do futuro (pág. 16),

"convergiram para Arapiraca trabalhadores de várias regiões do nor-


deste, que foram trazendo bagagens, costumes, folguedos, crendi-
ces, seitas, cantos, os quais foram se adaptando à primitiva cultura
já existente, e assim se concentrou um número expressivo de canti-
gas que há mais de meio século foram cantadas na época da colheita
do fumo pelas mulheres que retiraram os talos das folhas de fumo.”

A partir da década de 1980, vários fatores fizeram a cultura do fumo


e, consequentemente, a feira livre declinarem, o que resultou em um
processo de urbanização desordenado em que trabalhadores migraram
em busca de melhores oportunidades de emprego.
Há décadas, centenas de trabalhadores sentem os impactos da dimi-
nuição da feira livre. Atualmente desmembrada em vários bairros e dias
diferenciados, mas resistem bravamente. É no suor e na força desses
ambulantes, agricultores, comerciantes, que os ramos da grande Arapi-
raca florescem e renascem a cada dia.
As mudanças da feira e a diminuição do cultivo do fumo não impe-
diram o crescimento do polo comercial diversificado, onde se mantém
como principal abastecedor de uma diversidade comercial e agrícola.

1. De que forma a feira contribuiu para o desenvolvimento da cidade de


Arapiraca?
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2. Tem alguma feira perto da sua casa?
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3. Cite os nomes das principais ruas que você conhece em Arapiraca e


faça um lindo desenho da sua rua.
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Arapiraca – aspectos sociais


Educação
Arapiraca tem se destacado na educação em vários âmbitos, conside-
rada o segundo maior polo de educação do estado, vem se destacando
em todos os níveis da educação.

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No seu processo de emancipação, em 1924, conta-se que as primei-
ras iniciativas com relação à alfabetização das crianças se deu a partir da
contratação de Antonio Raimundo.
Esse desenvolvimento teve início antes do seu processo de eman-
cipação, que aconteceu no ano de 1924. No livro “Arapiraca através do
tempo”, do escritor, escultor e folclorista Zezito Guedes, narra-se que foi
em 1885 a data da chegada do professor Antônio Raimundo, o primeiro
contratado por lideranças do povoado para ensinar a meninada a ler, es-
crever e a contar, o qual ministrava aulas numa residência e numa sala
de aula improvisada.
A educação formal era pouco acessível à população, era considerada
privilégio; somente no ano de 1940, após 16 anos da emancipação do
município, foi instituído oficialmente o curso primário, com a fundação do
Grupo Escolar Adriano Jorge.
(http://web.arapiraca.al.gov.br/polo-educacional/)

Grupo de alunas da Escola Adriano Jorge

Fonte: www.arapiracanews.com.br

Arapiraca teve um processo de escolarização tardio, porque era cos-


tume todos os membros da família trabalharem juntos nas atividades
agrícolas.

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Tornando a escola um "Luxo", pois, se por um lado a valorização do
trabalho afastava as crianças da escola; por outro, a partir da fase da
ampliação e do êxito no cultivo do fumo, que fez riqueza no município,
as concepções foram mudando, principalmente dos mais favorecidos fi-
nanceiramente, que passaram a enxergar a necessidade da expansão da
educação escolar para o progresso econômico do município.
A educação está atrelada diretamente ao desenvolvimento de qual-
quer município, e Arapiraca tem garantido belas conquistas nesse âmbito.

Grupo Escolar Adriano Jorge


O primeiro Grupo Escolar de Arapiraca foi construído na gestão do
governador Osman Loureiro, na principal rua da cidade, onde funciona
até hoje a Escola Estadual Adriano Jorge, na Avenida Rio Branco. O corpo
docente era constituído por algumas professoras que se deslocaram da
capital e outras da própria cidade de Arapiraca que, em condições favo-
ráveis, puderam concluir o curso normal em Maceió.

Alunos da Escola Adriano Jorge em desfile pela cidade

Fonte: http://www.agenciaalagoas.al.gov.br/

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A nova escola passou a oferecer estrutura e instrumentos pedagó-
gicos desconhecidos da maioria dos arapiraquenses, na década de 40,
a exemplo da mobília composta de carteiras duplas, o quadro negro, os
mapas e o globo. A unidade escolar despertou o interesse da comunidade
em ampliar o acesso ao ensino.
Em 1943, o município ganhou a primeira escola particular, o Instituto
São Luís, criada pelo professor Pedro de França Reis, com o apoio do Pa-
dre Medeiros Neto, então secretário de Estado, e do padre Epitácio, páro-
co da cidade. Hoje, no mesmo prédio, funciona o Colégio Nossa Senhora
da Rosa Mística.

Instituto São Luiz


Instituto São Luiz

Fonte: www.cadaminuto.com.br

O Instituto São Luís, a exemplo do que acontecia com o Grupo Esco-


lar Adriano Jorge, desenvolveu uma prática pedagógica aliada a uma
rigorosa disciplina, de cunho tradicional, reconhecido e respeitado
por atender à forma como os pais consideravam a “boa educação”.

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Reforço Educacional
Já na década de 50, após a inauguração das duas escolas, Grupo Es-
colar Adriano Jorge e Instituto São Luís, oferecendo o ensino de 1ª a 4 ª
série, a população recebeu dois reforços na área educacional: o Colégio
Nossa Senhora do Bom Conselho e o Colégio São Francisco de Assis, con-
siderados importantes marcos para a história da educação de Arapiraca.

Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho


Fundado pelo Cônego Teófanes Augusto de Araújo Barros, em 1950,
com o nome de Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho, o tradicional
CBC nasceu integrante da Escola da Campanha Nacional de Educandários
Gratuitos (CNEG), que hoje é denominada de Campanha Nacional de Es-
colas da Comunidade (CNEC).
Uma das primeiras turmas do Colégio Cenecista Nossa Senhora do Bom Conselho

Fonte: Ascom Arapiraca

O colégio surgiu como uma novidade, trazendo o curso ginasial, que


atualmente corresponde ao Ensino Fundamental. Naquela época, para
conseguir uma vaga, era necessário participar de um concorrido exa-
me de admissão.

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Após cinco anos do início das atividades, em 1955, a nova escola in-
troduziu os cursos comercial, científico e normal, possibilitando aos alu-
nos condições de ingressar nos cursos superiores das capitais mais próxi-
mas ou de exercer funções profissionais que exigiam maior qualificação.
A história do colégio mistura-se com a do Dr. José Moacir Teófilo, que,
em 1955, após um período ocupando a função de interventor-diretor, foi
nomeado definitivamente o diretor do colégio, onde exerceu a atividade
até os 90 anos, e tem uma contribuição significativa na formação educa-
cional da juventude.

Atual fachada do Colégio Cenecista Nossa Senhora do Bom Conselho

Fonte: Ascom Arapiraca

Uneal
A história da Universidade Estadual de Alagoas começou em 1970,
com a abertura da Fundação Educacional do Agreste Alagoano (Funec),
que manteve a Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca
(FFPA). Desde essa data, outras transformações aconteceram na insti-
tuição. Em 1995, foi estadualizada, tendo o seu nome alterado para
Fundação Universidade Estadual de Alagoas (Funesa) e, em 2006,

60
passou a ser intitulada de Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). Atu-
almente, oferta 11 cursos de graduação e tem matriculados mais de dois
mil alunos, segundo informações da própria instituição.

Universidade Estadual de Alagoas

Fonte: Ascom Arapiraca

Ufal
Outro importante avanço na educação de Arapiraca foi a implanta-
ção do campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Em 2005, o
município foi contemplado com projeto piloto do Ministério da Educação
(MEC), dentro do programa de expansão do ensino superior público, e
passou a ofertar, inicialmente, 16 cursos de graduação.
Além das duas instituições públicas, a Universidade Estadual de Ala-
goas (Uneal) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no município há
mais de uma dúzia unidades particulares de ensino superior e técnico.

61
Universidade Federal de Alagoas

Os avanços no
âmbito da educação,
como o aumento de
números de escolas e
cursos universitários,
vêm traçando um per-
fil cultural mais am-
plo de transformação
e inclusão social para
seus moradores.

Fonte: Ascom Arapiraca

Veja abaixo outros espaços educacionais da cidade:

Planetário Arapiraca

Fonte: Prefeitura Municipal

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Arapiraquinha – Biblioteca Digital

Fonte: Prefeitura Municipal

1. Vamos brincar de forca?

1.Dica: Primeira Escola de Arapiraca

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2.Dica: importante colégio da cidade que recebe o nome da padroeira

3.Dica: Universidade estadual

4. Dica: Universidade federal

5. Dica: lugar de onde vemos o universo

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6. Dica: espaços de leitura em Arapiraca

2. JOGO DOS SETE ERROS

Ilustração: Eduardo Rosberg

Ilustração: Eduardo Rosberg

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Comunidades Quilombolas
As comunidades quilombolas são grupos étnicos, predominantemen-
te constituídos de população negra rural ou urbana, descendentes de ex-
escravizados, que se autodefinem a partir das relações específicas com a
terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas
culturais próprias.
Existem, em Alagoas, 69 comunidades remanescentes dos quilom-
bos, e duas delas em Arapiraca, e, antes da chegada do fundador em
1848, já havia gente nessas terras quando ainda não se chamava Ara-
piraca, quando comunidades foram se firmando com nomes de árvores
nativas: Pau d’Arco (ipê) e Carrasco (pau-viola).
As comunidades quilombolas são reconhecidas pelo governo federal
e praticam a agricultura de subsistência, fabricam artesanatos e cultuam
as tradições religiosas e culturais de seus ancestrais.
Em Arapiraca, existem duas comunidades quilombolas.
Em 2008, o Carrasco recebeu a certificação da Fundação Cultural
Palmares, do Ministério da Cultura (MinC), como sendo ambiente rema-
nescente dos quilombos.
A história oral é fundamental para dar voz aos que não puderam es-
crever sua história, e a relação entre memória nas comunidades quilom-
bolas é sinônimo de resistência e construção de identidade, a exemplo
da comunidade de Pau D’arco, que fortaleceu sua identidade a partir
das histórias de moradores antigos, Zé pretinho, Dona Mocinha e Dona
Terezinha.

Contar Histórias.
A professora de História e pedagoga Laurinete Basílio, uma das fun-
dadores da Associação de Desenvolvimento da Comunidade Remanes-
cente de Quilombos da Vila Pau d’Arco, desenvolveu um trabalho a partir
da oralidade, para resgatar a história dessa comunidade e, segundo
ela,"chegando onde hoje é o local, ele teve que comprar as terras – jus-
tamente com as correntes de ouro – do capitão João de Deus Florentino,
senhor de engenho de família portuguesa, que estabeleceu-se lá com a
esposa Josefa da Silva, teve cinco filhos. Logo, um filho de um primo

66
de João de Deus com uma escrava, José Januário Pragelo, também fez
moradia naquele lugar repleto de ipês amarelos e brancos – daí o nome
“pau d’arco”. Era dos galhos dessa árvore que se faziam arcos para pos-
síveis caças.Vindo de Rio das Cruzes, em Limoeiro de Anadia-AL, Luiz To-
lintino foi o terceiro negro a formar uma família na localidade na mesma
época."
A associação existente atualmente também é Ponto de Cultura Iden-
tidade e Cidadania Afrodescendente e tem 332 famílias cadastradas que
contam com grupos de capoeira, grupo de percussão afro, grupo de dan-
ça, oficinas de artesanatos e gastronomia.
Atualmente, a professora Laurinete é supervisora das escolas qui-
lombolas, onde realiza um trabalho de resgate e sentimento de pertenci-
mento dos alunos e moradores das duas comunidades, com o desenvol-
vimento de projetos educacionais relacionados a questões étnico raciais.
A história das duas comunidades entrecruzam-se e amplia o olhar
para uma Arapiraca de múltiplas cores que não surge de um único
"ramo" étnico que nasce e fortalece-se entrelaçada entre índios quilom-
bolas e brancos.
Professora Laurinete Basílio

Fonte: http://agenciaalagoas.al.gov.br/noticia/item/11402-educacao-emocional-
-e-social-em-arapiraca-contribui-para-o-enfrentamento-da-discriminacao

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Arte produzida pelas Comunidades
Quilombolas Grupo Artístico de raízes quilombolas

Fonte: https://confaa.com.br/noticia/12064/noti- Fonte: https://confaa.com.br/noticia/12064/noti-


cias/2017/10/20/a-cultura-negra-em-arapiraca-rai- cias/2017/10/20/a-cultura-negra-em-arapiraca-rai-
zes-quilombolas-nunca-antes-vistas.html zes-quilombolas-nunca-antes-vistas.html

1. O que são comunidades quilombolas? E quantas comunidades quilom-


bolas existem em Alagoas?
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2. Qual a origem dos nomes das comunidades quilombolas de Arapiraca?


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Árvore da Ancestralidade.
Desenhe uma árvore e, em cada galho, coloque o nome ou
a foto de seus parentes mais antigos. Peça ajuda dos seus pais
e depois exponha seu trabalho na sala de aula.

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Anotações
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Anotações
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As pedras da cidade, enquanto permanecem,
sustentam a memória.

Ecléa Bosi (1980).


Unidade 3
Arapiraca - AL:
Lugar de memória
Unidade 3

Memórias arapiraquenses
OLÁ, AMIGUINHO! VOCÊ SABE DA
IMPORTÂNCIA DAS MEMÓRIAS PARA UMA
SOCIEDADE? COMO O CONHECIMENTO
DOS NOSSOS ANTEPASSADOS CONTRIBUI
PARA SERMOS QUEM SOMOS HOJE?
NESTA UNIDADE, VAMOS PASSEAR PELAS
MEMÓRIAS DO POVO ARAPIRAQUENSE E
CONHECER UM POUCO MAIS SOBRE NÓS
E NOSSA GENTE.

74
O passado e a história podem ser evocados de várias formas, a mais
utilizada é a via da memória, que pode ser apreendida e representada a
partir dos vestígios deixados pelo tempo, uma vez que conhecer a his-
tória do local em que vivemos nos permite revisitar um passado não tão
distante cheio de significados.
Pretendemos, nesta unidade, abordar as memórias, as personagens e
os monumentos de uma Arapiraca que foi construída e também pertence
aos agricultores, feirantes e pescadores, árvore de muitos ramos que
floresce na sua cultura, na arte e na fé das rezadeiras e das mães de
santo, cidade que abriga uma imensidão de manifestações culturais que
resistem, renovam-se e ampliam a identidade Arapiraquense.
Diversos monumentos e cartões postais representam Arapiraca em
tempos históricos distintos, as igrejas, os museus, as praças, a estação
ferroviária, nas paisagens cotidianas e nas que ficaram no passado,
mas permanecem vivas nos "Lugares de memória" de nossa cidade.

Concatedral do Bom Conselho

A igreja localizada no Largo Dom Fernando Gomes tem apenas 34


anos de inaugurada, mas a história da paróquia de Nossa Senhora do
Bom Conselho começou quando Manoel André construiu a primeira igreja
no povoado, no ano de 1864, em cima do túmulo de sua esposa, Maria
Valente, que, até a construção da concatedral era a matriz da paróquia,
localizada na praça Manoel André, hoje conhecida como igreja do Santís-
simo.
Igreja Nossa Senhora do Bom Atual fachada da Igreja Nossa
Conselho – século XIX Senhora do Bom Conselho

Fonte: Davi Salsa Fonte: Genival Silva

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Os moradores da comunidade, que se reuniam na igreja para rezar
para Nossa Senhora e Manoel André, encomendaram uma imagem de
Nossa Senhora da Guia a um artesão no município de Bom Conselho
(PE). O fundador foi a cavalo buscar a imagem e, no caminho de volta,
foi conduzido por uma comitiva de cavaleiros desde Palmeira dos Índios.
A imagem foi recebida com festa, banda de pífanos e fogos, e as pessoas
comemoravam: "Viva Nossa Senhora do Bom Conselho".
Hoje, o caminho de volta feito por Manoel André trazendo a imagem
é refeito todos os anos por mais de uma centena de cavaleiros na Caval-
gada da Padroeira, que chega a Arapiraca no dia 02 de fevereiro, consi-
derado o dia da padroeira de Arapiraca e dia que foi rezada a primeira
missa em 1865, na igreja construída por Manoel André, que foi batizada
de matriz de Nossa Senhora do Bom Conselho, um dos maiores monu-
mentos de fé dos arapiraquenses.

Concatedral Nossa Senhora do Bom Conselho

Fonte: Genival Silva

76
A Religiosidade de Arapiraca
Arapiraca é uma cidade predominantemente católica, porém, nas úl-
timas décadas, tem aumentado o número de igrejas evangélicas, centros
espíritas e expressões religiosas de matriz africana, o que demonstra sua
diversidade religiosa.
As manifestações públicas de religiosidade praticadas por meio da
fé e das festas contribuem para fortalecer as tradições e renovar o sen-
timento de pertencimento nas identidades locais e revelam vários as-
pectos da hierarquia social de uma cidade e de como elas se tornam
patrimônio cultural de várias comunidades.

Cavalgada Nossa Senhora do Bom Conselho

Fonte: arapiraca.al.gov.br

77
1. O artista plástico Marcone Macedo, em sua tela “Aracity”, retrata vá-
rias manifestações culturais da cidade. Observe a imagem, descreva
os elementos que lhe chamaram atenção e tente fazer a seguir um
desenho parecido.

Fonte: www.marconemacedo.com.br

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Você sabia que a segundo templo religioso mais antigo
da cidade é a capela de são Sebastião? Fundada em 1904-
1905, tombada como patrimônio histórico em 2005.a capela
preserva traços da arquitetura original.
A igreja foi erguida por iniciativa do comerciante José
Zeferino de Magalhães, em ação de graças pelo fim de uma
epidemia de febre tifoide, ocorrida no então povoado de Ara-
piraca, entre os anos de 1904 a 1905. A doença provocou
muitas mortes. Na- Igreja de São Sebastião
quela época, os
sintomas eram
tratados apenas à
base de ervas me-
dicinais, que não
surtira o efeito de-
sejado.
Sendo assim,
a população, por
meio do poder da
oração, suplicava Fonte: http://joaorocha2.blogspot.com/2016/08/patrimonio-historico-de-arapiraca.html
pela cura. As preces eram dirigidas a São Sebastião, soldado
romano, mártir que se tornou santo protetor da humanida-
de, contra a guerra, a fome e a peste. O pedido foi atendido
e a população se livrou da enfermidade.
Acontece desde sua construção ,a festa em homenagem
a são Sebastião ,com novenas procissão, leilão, banda de
pífano tradições populares que sob revivem ao tempo.

79
A literatura de cordel é bastante praticada pelos poe-
tas arapiraquenses um deles é zé de Quinô que escreveu
um lindo cordel sobre São sebastião.
Vamos transformar o cordel em uma xilogravura con-
temporânea?
Crie um cartaz, fazendo uso apenas de lápis grafite
preto, mostrando o desenrolar da história de Sebastão,
produzida por Zé de Quinô.
SEBASTIÃO
(Zé de Quinô)

Meu pobre Sebastião


Crivado numa figueira
Assim como o nosso povo
Que é crivado a vida inteira
E exposto à violência
Sem a mínima clemência
Injustiça verdadeira.
Assim como o Povo pobre
Tu sangras todos os dias
Na juventude que morre
Em nossas periferias
Tu vive entre os humilhados
Agredidos, espancados
As piores covardias.
Oh, pobre Sebastião
Abra os olhos para ver
Não te conformes com a dor
Não te deixe esmorecer
Só existe uma saída
Para essa nossa vida
Que é lutar até vencer.

80
Zezito Guedes

Ao se tratar de História de Arapiraca, é inevitável recorrer à figura de


Zezito Guedes, o paraibano José Gomes Pereira, que se encantou pela
princesinha do agreste e aqui reside desde a infância, tornando-se refe-
rência na história e cultura local. O sobrenome Guedes ganhou do escri-
tor Ariano Suassuna durante uma solenidade em Recife, em 1974.
Escultor, historiador, folclorista, teve suas obras expostas em vários
lugares do Brasil. Como pesquisador, destacam-se as obras “Cantigas
das destaladeiras de Fumo” e “Arapiraca através do tempo”. Consi-
derado patrimônio vivo. Em 2013, ele recebeu o registro de Patrimônio
Vivo da Cultura Alagoana pela Secretaria de Estado da Cultura.

81
Obra: Arapiraca através dos
tempos, de Zezito Guedes. Zezito Guedes

Fonte: confaa.com.br Fonte: Museu Zezito Guedes

Museu Zezito Guedes

Situado no Centro de Arapiraca, o museu, inaugurado em 2009, pos-


sui espaço de exposições permanente e um amplo acervo que reconstrói
a vida de seu patrono, com objetos, fotografias, registro da vida e obras
do pesquisador, além de
Museu Zezito Guedes
material histórico sobre ori-
gem e formação sociocultu-
ral da cidade de Arapiraca,
baseado na obra “Arapiraca
Através do Tempo”, de Zezi-
to Guedes.
Na comemoração de dez
anos do Museu, em 2019,
Zezito, aos 83 anos, rece-
beu um busto em sua ho-
menagem pelo artista plás-
Fonte: arapiraca.al.gov.br
tico Thony Silva.

82
"Os patrimônios culturais são estratégias por meio das quais
grupos sociais e indivíduos narram sua memória e sua identi-
dade, buscando para eles um lugar público de reconhecimen-
to, na mesma medida em que a transformam em "patrimô-
nio." (Horta 1999)

A praça Luiz Pereira Lima (Praça da Prefeitura) sempre foi palco de


manifestações culturais que habitam nas memórias afetivas dos arapira-
quenses, a sede do governo ao lado da escola Hugo Lima, o cinema Tria-
non, onde os jovens da época iam assistir a filmes e shows, o labirinto,
o cuscuz de "mundiça", o coreto, a banca de revistas do Argentino e seus
torneios de xadrez, e tantos outros espaços da praça estão repletas de
significados e narrativas sobre uma Nostálgica Arapiraca, onde crianças
brincavam nas ruas.

Antigo coreto na Praça Luiz Pereira Lima Antiga Praça Luiz Pereira Lima

Fonte: cma.al.gov.br Fonte: cma.al.gov.br

Atualmente, a praça foi revitalizada e continua sendo ponto de en-


contro, abrigando vários projetos culturais; entre eles, o "Cultura na
praça, organizado pelo mestre Afrísio Acácio, que reúne artistas de vá-
rias regiões, todas as segundas-feiras (dia da feira), das 8h às 12h, san-
foneiros, repentistas, aboiadores , poetas e tantos outros artistas popu-
lares apresentam-se na Tenda Cultural, rememorando, fortalecendo a
cultura local e atraindo centenas de pessoas que passam pela praça e
vão assistir às apresentações e danças regionais .

83
Apresentações musicais na Praça Luiz Pereira Lima

Fonte: Secom Arapiraca

Zé do Rojão foi o primeiro locutor da Rádio Novo Nordes-


te AM, era sua voz, com boa dicção, que despertava a “nação
agrestina” com música de raiz, forró pé-de-serra e declama-
ções de poesias matutas de autoria de Zé da Luz, Catulo da
Paixão Cearense, e tantos outros”, segundo o jornalista Roberto
Gonçalves.
Professora, artista e poeta Marta Eugênia

Fonte: Marta Eugênia

84
No poema abaixo, a professora, artista e poeta Marta
Eugênia faz, a partir de suas memórias, homenagem a Zé do
Rojão e a uma praça da cidade. Agora, você deve elaborar
um poema, a partir de suas memórias, homenageando al-
gum lugar ou personagem de Arapiraca.

Rojão no céu
Atravesso a Marques da Silva,
como de costume, e sento para um café.
As buzinas ferozes da segunda-feira,
O som tumultuado das pessoas
me tiraram da cama mais cedo.
Mas, quando eu era criança,
havia outro modo que despertava o dia :
minha mãe ligando o rádio
o grito do chocalho e a voz de zé do Rojão
"acorda minha gente", e recitava Zé da luz :
"três muié, três irmã, três cachorra da mulesta
eu vi num dia de festa, num lugar Puxinanã..."
Meu pai cutucando o meu dedão do pé :
tá na hora de levantar mocinha
pra não perder a escola.
Meus pais se foram, o rádio aquietou-se de velho.
Eu e um poema de Zé da Luz ficamos atônitos no meio da praça
quando ouvimos o barulho do rojão subindo ao céu.

(Marta Eugênia de Oliveira) Quanto Tanto 2014.

85
1. Pesquise uma imagem antiga da praça Marques e uma atual e cole as
duas.

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Afrísio Acácio do acordeon: o poeta vaqueiro
Por Pedro Jorge
Mestre Afrísio Acácio O “Poeta-Vaquei-
ro” Afrísio Acácio do
Acordeom é natural de
Campo Grande (AL).
Ele é considerado um
dos maiores acorde-
onistas do Nordeste
brasileiro. Atualmen-
te reside em Arapira-
ca (AL) e vem dando
uma grande contribui-
ção, através de seus
projetos, para a cul-
tura local e regional.
Cantando ou apresen-
Fonte: portaldenoticiasdasuacidade.com.br
tando o Projeto Cultu-
ra na Praça, Afrísio proporciona aos arapiraquenses contato
direto com as nossas origens culturais.

A Casa da Cultura

Inaugurada em 1998, a Casa da cultura é mais um espaço que con-


tribui para a formação histórica e preservação cultural de Arapiraca,
por ser refúgio de vários intelectuais que se utilizam do lugar para presti-
giar exposições, oficinas, palestras, que o local dispõe frequentemente,
e por abrigar um acervo de 21 mil livros da Biblioteca Municipal
Professor Pedro de França Reis, que, em 2019, completou 60 anos
de existência.

87
Casa da Cultura

Fonte: arapiraca.al.gov.br

Além da Biblioteca municipal, a Casa da cultura dispõe de recursos


para leituras específicas em braile, briquedoteca, espaço para literatura
infantil, um acervo com dezenas de vinis e a ilustre presença de Paulo
Lourenço, o maior colecionador de vinis do agreste alagoano.
Em 2019, a Casa da Cultura realizou a II Feira Literária de Arapiraca –
FLIARA, atrelando a literatura a música, artes plásticas, teatro e cinema,
oficinas, contação de história, mesas-redondas, exposições, vendas de
livros, lançamentos de obras e apresentações musicais.

Paulo Lourenço, o Dj do Agreste.

Paulo Lourenço, 87 anos, é um grande in- Dj Paulo Lourenço


centivador cultural de nossa cidade. Por mais de
30 anos, esteve à frente de um bar (O Bar do
Paulo), na Rua Dom Jonas Batingas,no bairro
Ouro Preto, onde reunia escritores, músicos, mi-
litantes, jovens estudantes, que recorriam ao
bar para conversarem sobre cinema, políti-
Fonte: Paulo Lourenço
ca, música e literatura.

88
Paulo é natural de Palmeira dos Índios e, após um período em São
Paulo, onde trabalhou como garçom, voltou em 1973 para Arapiraca e
inaugurou o "Bar do Paulo". Seu acervo atraía pessoas de várias regiões
e estados à procura de boa música, no período em que a censura vigo-
rava em nosso país. Segundo Paulo, pessoas de várias capitais vinham
para Arapiraca, a fim de escutar músicas que eram proibidas naquelas lo-
calidades. O bar era sempre frequentado por artistas, alguns de renome
nacional, entre eles Alceu Valença, Hermeto Pascoal Lobão etc.
Em 2019, a Prefeitura de Arapiraca lançou edital de Prêmio Paulo Lou-
renço. A chamada pública destina recursos para cada projeto e para
ações nas áreas de música, teatro, circo, dança, artes plásticas, folgue-
dos, manifestações afro arapiraquenses, literatura e audiovisual , home-
nagem mais que justa a esse grande incentivador da cultura de Arapiraca.

1. Pela leitura realizada no capítulo, vamos criar um arsenal cultural?


Desenhe elementos (objetos, imagens, figuras) que você acha que
tem em cada instituição a seguir:
Casa da Cultura

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Museu Zezito Guedes

2. Construa sua identidade abaixo. Registre seu local e data de nasci-


mento, filiação e demais informações.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Modelo_da_nova_carteira_de_identidade_brasileira.jpg

90
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Modelo_da_nova_carteira_de_identidade_brasileira.jpg

3. Você conheceu vários lugares de Arapiraca que guardam parte de sua


história, como o Museu Zezito Guedes. caça
Encontre, no caça-palavras abaixo, termos que se referem à Arapiraca
As palavras deste caça palavras estão escondidas na horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao
do passado.contrário.

• Cuscuz de mundiça E I T A C S W O A D E N E D N F H A
• Bar do Paulo H D A N O A A T I C L A B I T U E E
• Aboiadores J I T W A O M T T H L A A T R M E F
• Sanfoneiro S I B S S A N F O N E I R O E Y R T
• Trianon L H E V A M M A B O I A D O R E S E
P R K A U T T E M S F N O T I A U E
H O U I W E R R H I V O P P J C L T
I F A M S A S I S H O E A R O E E E
I N W U A H D F A N T P U C S S S T
E T S D E H A M S N H A L S H F E T
E E C T R E R F I F O S O M L A A N
C C U S C U Z D E M U N D I Ç A N O

ABOIADORES CUSCUZDEMUNDI SANFONEIRO


BARDOPAULO ÇA TRIANON

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4. O que você acha de contribuir com o acervo musical de nossa cidade?
Vamos criar um rap sobre o lugar em que você vive e como ele é im-
portante para você.
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Estação Ferroviária

Antiga Estação Ferroviária A estação ferroviária de


Arapiraca foi inaugurada de for-
ma antecipada. Em 28 de maio
de 1949, foi inaugurado o novo
trecho da linha até Arapiraca,
autorizado pelo Distrito Fiscal
do Departamento Nacional de
Estradas de Ferro, por solicita-
ção do governador, em 17 de
fevereiro de 1950.
Fonte: Maria de Fátima S. Silva O funcionamento da linha
férrea e da estação ferroviária, nos tempos de auge da cultura fumageira,
proporcionou a integração das regiões vizinhas à cidade, o escoamento
da produção, o abastecimento interno, e contribuiu para a evolução ur-
bana do Centro de Arapiraca.
São inúmeras as lembranças dos arapiraquenses sobre o local que
entrecruzava os caminhos de centenas de trabalhadores, feirantes, an-
darilhos, que vinham a Arapiraca em busca de melhores condições de
trabalho.

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O barulho dos trilhos na linha férrea, as fotos dos presos políticos nos
muros da estação durante o regime militar, o colorido das saias das ci-
ganas estão na memória e nas muitas estórias dos arapiraquenses. Sem
passageiros desde a década de 80 e tendo a linha férrea em situação de
abandono desde 2008, a estação ferroviária tem inspirado projetos de
revitalização e conservação, porém os projetos, até o momento, não ob-
tiveram êxito.
Antigo jornal da cidade

Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br/alagoas/arapiraca.htm

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O cantor e poeta Raul Seixas compôs a música “O trem
das 7” fazendo referência à Estação Ferroviária de São Pau-
lo, grande símbolo de desenvolvimento da cidade, no final
do século XIX e começo do século XX. Vamos conhecer?

O Trem Das 7
Raul Seixas
Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis,
olha o trem
Ói, ói o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho éon
Ói, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sa-
bem do trem
Ói, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem
no trem
Quem vai chorar, quem vai sorrir?
Quem vai ficar, quem vai partir?
Pois o trem está chegando, tá chegando na estação
É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão
Ói, olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu,
não é mais
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar
Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guar-
diões
Ói, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil
megatons
Ói, olhe o mal, vem de braços e abraços com o bem num
romance astral
Amém.

94
Memorial da Mulher

Com o objetivo de promover a valorização de todas as mulheres, que,


ao longo da história, contribuíram com o desenvolvimento do município e
incentivaram o resgate e a preservação do patrimônio, foi inaugurado
em 2008 o Memorial da Mulher, localizado no Alto do Cruzeiro .

Memorial da Mulher

Fonte: Prefeitura de Arapiraca

Além dos objetos pessoais, como livros, roupas, material de trabalho,


diplomas, certificados e jóias, contam um pouco sobre a vida e a trajetó-
ria política de Ceci Cunha.
O Memorial também dispõe de painéis, mostras e documentos sobre
a trajetória de mulheres dos mais variados segmentos profissionais e so-
ciais, propondo interação com as escolas e a sociedade em geral.
Nascida no município de Feira Grande, no Agreste de Alagoas, fixou
residência em Arapiraca e alicerçou sua trajetória como mãe, médica e
política de renome nacional.
Além do memorial da mulher em sua homenagem, avenidas e praças
recebem o nome da deputada.

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1. Pesquise uma mulher importante para a sua comunidade e faça uma
homenagem contando a história dela, acrescentando foto ou desenho.

96
Manifestações culturais: patrimônio imaterial

Práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas -


junto com instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhe
são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os
indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural,
segundo a Convenção para a salvaguarda do Patrimônio imaterial, de
2003.
O que consideramos patrimônio para ser legítimo precisa ser fruto de
experiências conjuntas que agreguem sentido e manifestações culturais
que formem uma identidade social, onde todos sintam-se representados.
Arapiraca é uma cidade repleta de manifestações culturais desde suas
origens. As bandas de pífano e zabumba animavam os folguedos locais. O
coco de roda, as quadrilhas juninas, os grupos de pastoril, os reisados da
canafístula, os guerreiros, as fanfarras, sempre encontraram adeptos nas
comunidades, tornando-se tradição em nossa cidade. Atualmente, com
porte e hábitos de cidade grande, mais de 230 mil habitantes, algumas
manifestações permanecem e resistem, outras se ressignificam; inúme-
ros poetas, escritores, atores fomentam a diversidade cultural de nossa
cidade em vários âmbitos artísticos.

Coco de Roda e Nelson Rosa

Nelson Vicente Rosa, talentoso poeta popular embolador, formou seu


grupo folclórico há mais de trinta anos, foi um homem apegado à terra
onde nasceu; morreu cercado por seus familiares, no Povoado Fernan-
des, zona rural onde ainda criança já ouvia as cantigas nas tapagens de
casa, ou entoando seus rojões nas tarefas da roça, na década de 1930.
Fez apresentações em Festivais de Folclore, Semana da Cultura, Fes-
tas Juninas e eventos além das fronteiras do município de Arapiraca e das
cercas dos currais de fumo do Sítio Fernandes.

97
Rosa foi considerado mestre da Cultura Popular Tradicional pela Pre-
feitura de Arapiraca em 2013 e Patrimônio Vivo de Alagoas, título rece-
bido em 2005 pela Secretaria de Cultura do Estado de Alagoas (Secult).

Mestre Nelson Rosa

Fonte: cultura.al.gov.br

Guerreiro, Patrimônio Imaterial de Alagoas

Guerreiro é um grupo de dançadores e cantadores semelhante ao


reisado, mas com maior número de figurantes e episódios, maior riqueza
nos trajes e enfeites e maior beleza nas músicas.
É um folguedo natalino surgido em Alagoas entre os anos de 1927
e 1929, sendo o resultado da fusão de reisados alagoanos, da “chegança”
dos pastoris e do auto das caboclinhas.
O Folguedo foi inscrito no Livro de Registro do Patrimônio Cultural
de Alagoas - Categoria III, “Fontes de expressão, musicais, plásticas, cê-
nicas e lúdicas”.
Existiram vários grupos de guerreiros em Arapiraca; alguns ainda
perpetuam essa tradição em seus núcleos familiares, outros lutam
para que as novas gerações não deixem o guerreiro alagoano mor-
rer.

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Aos 75 anos de idade, Elias Fortunato de Souza, mestre do Guerreiro
Asa Branca, recebe pela segunda vez um prêmio concedido pelo Ministé-
rio da Cultura em reconhecimento ao trabalho desenvolvido para preser-
var a cultura popular.
Em 2007, todo o grupo que faz parte do Guerreiro Asa Branca, locali-
zado no bairro Cacimbas em Arapiraca, recebeu do Ministério da Cultura
o Prêmio Mestre Duda. Desta vez, Elias Fortunato, criador do Guerreiro
Asa Branca, é premiado como mestre.
Guerreiro Alagoano

Fonte: cultura.al.gov.br

O circo e o palhaço Biribinha

Falar de circo em Arapiraca é falar do palhaço Biribinha, que há dé-


cadas tem feito crianças sorrirem. Teófanes Antônio Leite da Silveira, 68
anos, baiano, filho de Nelson Silveira, o palhaço Biriba iniciou sua carreira
ainda menino, aos sete anos. "Biribinha" substituiu o pai no circo, dando
continuidade à família Silveira, que já está na quinta geração na arte de
fazer sorrir.
Em 2010, foi considerado patrimônio vivo de Alagoas. Ganhou o tí-
tulo de cidadão honorário de Arapiraca, onde em sua homenagem há
um espaço que atende crianças e adolescentes da rede municipal de
ensino, "A escola de Circo", mantendo a tradição na cidade.

99
Palhaço Biribinha
"Ser palhaço é ser uma represen-
tação simbólica de um povo, que se
vira diante das mais complicadas si-
tuações que a sociedade lhe impõe. O
palhaço é um homem pintado, e um
homem, um palhaço sem se pintar”,
declarou o artista.
Fonte: Karine Xavier / Folhapress

Preservação do patrimônio
A preservação do patrimônio está relacionada à preservação da nos-
sa identidade, para preservarmos nosso patrimônio material ou imate-
rial. Precisamos conhecer de que forma eles foram constituídos e a que
grupos eles representam, num processo coletivo de reconhecimento e
pertencimento do meio onde vivemos e nossas experiências de vida, en-
quanto sujeitos históricos no resgate de nossa cidadania.

Verticais
1. Caça-palavras com as manifestações culturais.
2
cruzada

2
3

Horizontais
4

100
2. Produza um desenho bem bonito com as manifestações culturais pre-
sentes na cruzadinha.

3. Que medidas podemos tomar para a preservação do nosso patrimônio?


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Anotações
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Anotações
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103
ARAPIRACA TERRA DA GENTE

Arapiraca terra da gente


Gente amiga
Que trabalha no campo e na cidade
Gente contente que canta
Na tenda cultural, no pastoril, nos campos de fumo, de fru-
tas, de mandioca, de hortaliças, nas lojas, nas ruas, nas
praças, escolas e feiras.
Terra da gente
Céu estrelado, frio da noite, campos serenados.
Terra das mulheres e homens inteligentes
Terra da gente
Contadores de histórias, trabalhadores, empreendedores,
estudantes, professores, sonhadores e desbravadores.
Terra da gente
De fé, de orgulho e bem querer.
Terra da gente
Adorada, gloriosa terra! Crisol da pátria abençoada por Deus!
Cheia de esplendor e encantos mil!

Lucicleide da Silva (2019)


Unidade 4
Arapiraca - AL:
Educação Socioambiental
Unidade 4

Arapiraca e suas belezas naturais


OLÁ, COLEGUINHA, VAMOS
COMEÇAR A UNIDADE
4 LEVANTANDO UM
QUESTIONAMENTO IMPORTANTE:
QUAL É A IMPORTÂNCIA DA
EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL
PARA O MEIO AMBIENTE E PARA A
EXISTÊNCIA HUMANA?

Visão da cidade de Arapiraca, com destaque Parque Ceci Cunha

Fonte: https://www.google.com/search?q=BELEZAS+NATURAIS+DE+ARAPIRACA

106
Levando em consideração que são os elementos geográficos que di-
ferenciam as áreas, cada lugar possui um conjunto específico de carac-
terísticas.
Desse modo, é importante perguntar qual é a importância da educa-
ção socioambiental para a vida em sociedade? No início desta Unidade,
fizemos a mesma pergunta, mas ainda estávamos em processo de cons-
trução do conhecimento. E, agora, após ler e refletir sobre os elementos
geográficos e a formação dos espaços, bem como seu uso, que resposta
temos agora?

Praça Ceci Cunha – Centro de Arapiraca

Fonte: www.google.com/search?q-bosque+das+arapiracas

A educação socioambiental é a relação do ser humano com o meio


ambiente. Caso seja uma relação de respeito e cuidados, contribuirá para
o bem de todos. Sendo uma relação de exploração e destruição, trará o
extermínio de vegetais, animais e minerais, causando um desequilíbrio
que surtirá efeito em todo planeta.

107
Ao observarmos a fotografia registrada acima, mostrando, numa vi-
são aérea, a Praça Ceci Cunha, no Centro da cidade de Arapiraca, pode-
mos perceber o quanto os espaços devem ser construídos e utilizados de
modo a garantir que haja uma relação de respeito e cuidado. Percebam
a criação da faixa de pedestres, sugerindo que, por ali, passam pessoas,
além de um vasto espaço arborizado. A união de desenvolvimento urbano
com preocupação socioambiental faz de Arapiraca uma das cidades ala-
goanas mais saudáveis de viver.
É importante refletirmos que o planeta é um sistema composto por
vários subsistemas que trocam energia e matéria entre si. Os maiores
subsistemas são a hidrosfera, a biosfera e a litosfera, e todos estão inter-
ligados para que possa existir vida no planeta. Esse fenômeno de relação
de trocas e de dependência entre os subsistemas promove a ecologia,
que vem do grego; “oikos”, que significa casa, e logos, estudo. De forma
geral, a palavra significa estudar ou conhecer a casa (habitat) de cada
ser na Terra.
O desafio de fazer o lugar de morar sustentável e ecologicamente
correto passa pela mudança de comportamento, por meio da educação.
E essa mudança ocorre em cada pessoa e propaga-se como uma consci-
ência mundial que reconhece o planeta Terra como o nosso lar.
A natureza está em tudo que é percebido na paisagem. É possível
identificar sua presença por meio da observação, percepção e descrição.
Tudo é natureza, inclusive o ser humano. Existem diferentes espaços
geográficos, cada um com suas características, essas características for-
mam a paisagem.
A paisagem, por sua vez, sofre modificações constantes por fatores
naturais (ventos, abalos sísmicos, secas, chuvas etc.) e humanos (de-
vastação, incêndio, poluição, exploração de minérios, construções, plan-
tações etc.). As relações do ser humano com a natureza e a sociedade
fazem surgir a natureza modificada, sendo em pequena ou grande esca-
la. Por esse motivo, há a importância da educação socioambiental para
compreender e perceber o meio ambiente representado pela paisagem,
como habitat, “nosso lar”, o lugar onde coletivamente vivemos, tra-
balhamos, estudamos e alegramo-nos. Criamos vínculos, fazemos
parte da história e temos identidade com esse lugar, nossa cidade.

108
1. José Matias Irmão é professor e poeta arapiraquense, autor do texto
“O dia em que Deus criou Arapiraca”. Após uma atenta leitura do texto,
represente a cidade de Arapiraca através de um desenho usando as
características descritas pelo poeta.

O DIA EM QUE DEUS CRIOU ARAPIRACA


José Matias Irmão

Alguém escreveu um dia que além de brasileiro


Deus também era alagoano
Tornou-se nosso cúmplice
Fez nosso Estado por encanto
Deu a ele Arapiraca
E a nós,
O nosso canto
A São Pedro ele deu ordens
Escolha logo, sem delongas
Aquele lindo planalto,
No agreste alagoano
Dê ao seu céu,
Brilho e luz
Fertilidade ao seu chão
Pinte de verde seus montes,
Cave rios e lhe dê nome,
E dos homens, a minha imagem
Povoe,
Encha a terra,
Não deixem que passem fome.
Ah! São Pedro me escute
Capriche no acabamento
Dê as madrugadas dele,
Ar fresco, brisa, ventos
Aquele gostoso friozinho
Que guardei para esse momento
As suas manhãs,
De sol,

109
As suas tardes, sereno
Sim! Vá ao depósito ecológico
E traga a árvore do bem
Ela se chama Arapiraca
Que no planalto não tem
Plante-a com muito carinho
Que ali vou ficar também
Tome estas sementinhas
Borde a terra, semeando-as
Vão se tornar umas plantinhas
Delicadas e resistentes
Esta plantinha é o fumo
Chama-se tabaco também
Dê aos meus filhos do planalto,
Vou garantir o sustento
Vou fazer um povo forte
Uma terra ao meu contento.
Quero ali fugir do mundo,
Pois estou cansado, não aguento.
São Pedro não se descuide
Faça como estou mandando
Todos os povos eu amo: Brasileiros,
Canadenses, russos e americanos.
Do mundo sou cidadão
Mas sou mais arapiraquense,
Mesmo sendo alagoano.

110
2. Escreva (C) para ações certas e (E) para erradas, em relação ao cui-
dado com o meio ambiente
a) Queimar o lixo é um problema ambiental. ( )
b) Cuidar do meio ambiente é prova de amor pelo nosso habitat, a “Ter-
ra”.( )
c) Ser responsável pelo meio ambiente demonstra que você é inteligente.
( )
d) Aprisionar animais, queimar vegetação, poluir os rios e jogar lixo no
chão é permitido em todos os lugares. ( )

A educação socioambiental tem como objetivo orientar a


melhor forma de o ser humano se relacionar com a natureza,
mesmo vivendo em sociedade. Para isso, discute-se a proposta
de cuidar do meio ambiente, considerando que todos os seres
vivos e inanimados estão ecologicamente ligados uns aos ou-
tros em uma cadeia de relação para manutenção da vida no
planeta. Ela propõe que as indústrias tenham responsabilidade
e controle sobre a liberação de produtos tóxicos para a atmos-
fera, rios, mares e solos. E orienta que as pessoas preservem,
protejam o meio ambiente e sejam responsáveis pelo destino
adequado do seu lixo.

Sendo assim, vamos dizer juntos:


Quem ama cuida!

Além disso, vamos desenvolver a


educação socioambiental em nosso coti-
diano, conhecendo e estudando o nosso
planeta, começando por nossa cidade,
por nosso bairro, por nossa rua.
Ilustração: Eduardo Rosberg

111
Fauna e flora arapiraquenses
Agora chegou a vez de conhecer um pouco mais sobre a fauna (ani-
mais) e a flora (vegetais) que existem em nossa cidade.

Árvore arapiraca

Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca

Sobre a linda história de nossa cidade, sempre vale lembrar...


A cidade de Arapiraca nasceu à sombra de uma frondosa árvore que
é da família das leguminosas mimosáceas, a Piptadenia. Uma espécie de
angico-branco, comum no Agreste e no Sertão. Arapiraca é uma Palavra
indígena que significa “ramo que periquito visita”. E, para completar a pai-
sagem do nascimento da cidade, essa frondosa árvore estava situada à
margem direita do riacho Piauí (conhecido como Riacho Seco). Isso acon-
teceu no ano de 1848, quando Manuel André, fundador de Arapiraca, veio
tomar posse de uma propriedade adquirida pela família e escolheu

112
essa belíssima árvore para descansar. De acordo com o historiador Zezi-
to Guedes(1999), “encostou seus instrumentos de trabalho e cuidou de
preparar a boia, quando então usou essas palavras:‘por enquanto, essa
arapiraca é a minha casa’”. Essa é a primeira referência de paisagem,
casa, lugar, de onde surgiu a cidade Arapiraca.
Arapiraca possui clima do tipo temperando, caracterizado pela tem-
peratura do Agreste alagoano; no verão, durante o dia, temperaturas
muito altas, porém à noite, mesmo no verão, são frias (AGENDA 21). O
verão na região é longo, quente, seco, com céu parcialmente encoberto;
o inverno é curto, agradável, com chuvas e de céu quase sem nuvens.
Durante o ano inteiro, o tempo se caracteriza pela incidência de ventos
fortes. Ao longo do ano, em geral, a temperatura varia de 18°C a 34°C e
raramente é inferior a 16°C ou superior a 36°C.
Vegetação de Caatinga alagoana Esse tipo de clima relaciona-
-se diretamente com a caracte-
rística da flora do lugar. Conside-
ra-se FLORA a cobertura vegetal
composta por árvores, legumes,
frutas, verduras, folhagens e
gramíneas de uma região. Essa
cobertura vegetal em Arapiraca
predomina nas áreas utilizadas
na agricultura e pastagens. A
vegetação nativa (Cerrado, Caa-
tinga, Floresta ombrófila ou deci-
dual) sofreu grande devastação.
O que resta é uma diversificação
descontínua de algumas árvores,
tais como: mulungu catingueira,
ipê, angico, canafístula, dentre
outras espécies típicas da área
de transição da mata Atlântica e
Fonte: www.ima.al.gov.br da Caatinga.

113
De acordo com a Agenda 21, o município encontra-se situado em
áreas de transição da Mata Atlântica (bacias dos rios Piauí e Coruripe)
e Caatinga, do sertão semiárido (Bacia do Rio Perucaba e Rio Traipu),
ocorrendo a manifestação de vegetação típica dessas áreas, da caatinga
e do cerrado, ocorre a floresta sub caducifólia, caracterizada por perder
as folhas no período seco , a exemplo o mulungu (Erithinaveluntina) e
a craibeira (tabebuia caraíba). Quanto à vegetação da caatinga, resta
somente algumas árvores do tipo catingueiro, marmeleira, mandacaru,
mulungu, ipê e angico, em pequenas áreas formadas pelos remanescen-
tes da floresta estacional semidecidual. Havendo também de ocorrência
com raridade de vegetação de mata. Até mesmo a árvore Arapiraca,
símbolo da cidade, encontra-se em pequeno número no município. Essa
devastação deu-se por causa da plantação de fumo, sendo esse um dos
mais antigos problemas de desmatamento do município de Arapiraca.
Com a queda do fumo, como produto líder do mercado rural, vem ocor-
rendo uma maior diversificação de produtos agrícolas, principalmente de
frutas e hortaliças, milho, desenhando uma nova paisagem na zona rural
do município.
Vegetação típica do Agreste nordestino

Fonte: https://escolaeducacao.com.br/agreste-nordestino/

114
Vista da Fonte luminosa no Bosque das arapiracas

Fonte: www.arapiraca.al.gov.br

De modo geral, observamos que a cidade de Arapiraca apresenta


áreas de resquícios vegetais e outras áreas totalmente devastadas, atu-
almente, pela ampla construção de condomínios e residenciais que se
expandem por toda região.
A FAUNA do município é composta por animais de pequeno porte,
nem por isso menos importantes, como: raposa, preás, tatus(euphrra-
tussp), mocós, cotias (Dasyproctaprymnlopha), pequenos macacos, al-
guns tipos de aves, como: galo de campina, pinta silva, canários, dentre
outros que povoaram a zona rural de Arapiraca. No cenário urbano, a
fauna destaca-se pelos animais domésticos, principalmente, como cão,
gato, papagaios, e cavalos também. Nas áreas periféricas da cidade, o
destaque é para a criação de galinhas e porcos para consumo humano, e
de cavalo e jumento como meio de transporte.

115
Galo de campina, remanescente Preá do Nordeste – na fauna de
da Fauna do Agreste Arapiraca praticamente extinto

Fonte: www.tribunadosertao.com.br Fonte: www.g1.com.br

1. Sabendo que a poesia é um tipo textual que expressa nossos sen-


timentos em relação ao mundo, aos outros e a nós mesmos, com-
plete O ACRÓSTICO com um texto poético que tenha como tema:
“EM ARAPIRACA, O QUE ME ENCANTA?”.

A________________________________________________________
R________________________________________________________
A________________________________________________________
P________________________________________________________
I________________________________________________________
R________________________________________________________
A________________________________________________________
C________________________________________________________
A________________________________________________________

116
2. Represente sua imaginação através de dois desenhos:
O primeiro, a paisagem de Arapiraca que Manoel André encontrou
quando chegou aqui à região. O segundo desenho, a paisagem nos
dias de hoje, como vemos nossa cidade, no que diz respeito à fauna e
à flora.

PAISAGEM 1

PAISAGEM 2

117
3. No meio ambiente de Arapiraca, você já constatou um episódio de
queimada, poluição das águas, desmatamento e lixo no lugar errado?
Conte-nos como foi.
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4. O que fazer para cuidar da natureza? Observe o cartum abaixo, do


Duende Lucas, pense nos cuidados que a árvore precisa e crie o pró-
prio desenho, após o tratamento.

Fonte: http://www.duendelucas.com.br/

118
Minha ideia

A Educação ambiental é um dos principais e importantes


meios para que a mudança de comportamento aconteça, coti-
dianamente, possibilitando que sejamos agentes responsáveis
pelas nossas ações. Enquanto habitante da terra, morador da
cidade, do bairro ou comunidade.
Vamos propor mudanças de comportamento na escola?
Produza em equipe, cartazes de incentivo à mudança de
comportamento do cidadão / estudante para que o ambiente
em que vivemos seja, cada vez mais, preservado.

119
O desmatamento, as queimadas e a poluição acarretam
perdas incalculáveis de bens naturais, importantes e insubsti-
tuíveis para a vida no planeta. Cada espécie contribui para o
habitat na terra. A ação da sociedade tem poder de destruir,
como também preservar e conservar a fauna e a flora. Nesse
sentido, a educação socioambiental pode tornar-se uma força
de proteção nas escolas. Em Arapiraca, muitos projetos são re-
alizados em prol da conservação e proteção do meio ambiente,
considerando o espaço escolar como campo de diálogo e com-
preensão, dentre eles: Agentes Protetores do Meio ambien-
te, Adote uma árvore, Uma arapiraca em cada escola, Projeto
Água, Projeto Arborizar e outros.

O ser humano e sua relação com o meio ambiente


Atividade de Ginástica na Praça, numa interação entre homem e meio ambiente

Fonte: www.arapiraca.al.gov.br

120
Arapiraca é um Município do Estado de Alagoas, pertencente a me-
sorregião do agreste alagoano. Está localizado no oeste do Estado, a uma
distância de 136 km. Conforme dados do IBGE 2018, a cidade comporta
uma população de, em média, mais de 231 mil habitantes. É o segundo
município mais populoso de Alagoas.
A cidade de Arapiraca iniciou seu desenvolvimento a partir da década
de 70 com o plantio do fumo, conhecido como “ouro verde”. Essa cultu-
ra foi a responsável pela elevação do povoado à categoria de município.
Hoje conta com muitas empresas que contribuem com a economia. Den-
tre elas, destaca-se a empresa Coringa que atua em mais de 20 Estados
da federação.
A cidade arapiraquense é caracterizada, atualmente, como uma das
cidades que mais geram emprego em todo o país, de acordo com infor-
mações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgados
pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Arapiraca foi o quarto maior ge-
rador de empregos com carteira assinada no país em 2015, apontam os
dados.

Visão panorâmica do Polo industrial de Arapiraca

Fonte: www.arapiraca.al.gov.br

121
A população, principalmente das áreas urbanizadas, é mais motivada
a consumir e, consequentemente, a desperdiçar. Infelizmente, essa ação
tem proporções devastadoras para o meio ambiente e, em alguns casos,
irreversíveis, como a extinção de animais e vegetais, poluição das águas,
do ar, e uma enorme produção de lixo, provocando um desiquilíbrio eco-
lógico.
A abordagem socioeducativa – ação de preservação do meio ambien-
te – deve chamar atenção para:
• O equilíbrio e o respeito entre as pessoas e a natureza;
• A iniciação do processo educativo socioambiental desde a infância;
• A sociedade toda deverá participar do assunto de interesse e bem-
-estar de todos;
• O “reavivar” dos valores e comportamentos para / com o meio am-
biente, de forma contínua.

Você sabia que, em nossa cidade, há muitos espaços


de preservação e cuidado com o meio ambiente, apontando
uma estreita relação do homem com o espaço em que vive?
São espaços criados para o bem-estar da população,
Área Verde Dom Constantino ofertando ar puro,
contato com a natu-
reza – fauna e flora.
A Área Verde de
Arapiraca é um corre-
dor com diversas es-
pécies de árvores de
grande porte, lugar
de descanso e conta-
Fonte: www.arapiraca.al.gov.br to com a natureza.

122
Fim de tarde no Lago da Perucaba
O Lago da Pe-
rucaba tem um dos
mais bonitos pores
do sol da cidade. É
um ambiente revi-
talizado, que sur-
giu na década de
70, com a força de
trabalho contra a
seca que atingiu a
Fonte: https://www.google.com/search?q=historia+do+lago+-
região, na época.
da+perucaba+em+arapiraca:

Leis de proteção ambiental


Para começarmos a discussão sobre as Leis de proteção ambiental,
vamos curtir uma entusiástica canção de Toquinho e refletir sobre o es-
paço em que vivemos e o modo que estamos cuidando dele.

HERDEIROS DO FUTURO
Toquinho
A vida é uma grande Vamos ter que cuidar
Amiga da gente Bem desse país
Nos dá tudo de graça Será que no futuro
Pra viver Haverá flores?
Sol e céu, luz e ar Será que os peixes
Rios e fontes, terra e mar Vão estar no mar?
Somos os herdeiros do futuro Será que os arco-íris
E pra esse futuro ser feliz Terão cores?
Vamos ter que cuidar E os passarinhos
Bem desse país Vão poder voar?

123
Será que a terra Será que os arco-íris
Vai seguir nos dando Terão cores?
O fruto, a folha E os passarinhos
O caule e a raiz? Vão poder voar?
Será que a vida
Acaba encontrando Será que a terra
Um jeito bom Vai seguir nos dando
De a gente ser feliz? O fruto, a folha
O caule e a raiz?
Vamos ter que cuidar Será que a vida
Bem desse país Acaba encontrando
Vamos ter que cuidar Um jeito bom
Bem desse país Da gente ser feliz?

Será que no futuro Vamos ter que cuidar


Haverá flores? Bem desse país
Será que os peixes Vamos ter que cuidar
Vão estar no mar? Bem desse país

A cidade de Arapiraca tem como característica um crescimento di-


ferenciado das demais cidades do Estado, nos segmentos indústria, co-
mércio e agricultura. No entanto, esse crescimento trouxe perdas con-
sideráveis dos elementos naturais da região, como grande produção de
lixo, exploração de enormes áreas para construção de condomínios e
residenciais, aterro de mananciais e outros impactos que põem em risco
a saúde, a ecologia e a sustentabilidade da relação do ser humano com
a natureza.
De acordo com diversos ambientalistas, desenvolver os princípios,
éticos, filosóficos, morais e políticos em relação ao consumo, à recicla-
gem e à reutilização dos resíduos, pode contribuir para um meio ambien-
te sustentável.

124
As prefeituras têm um papel muito importante nesse cenário, prin-
cipalmente na questão do lixo (um destino adequado) e das ações de
saúde e educação para a população ressignificar o meio em que vive,
protegendo sua fauna e flora.
A cidade de Arapiraca, nos últimos anos, vem desenvolvendo um tra-
balho de preservação dos ambientes naturais que ainda existem na cida-
de e em seu entorno, através do mapeamento das zonas de risco para a
criação de possíveis alternativas, a fim de revitalizar riachos, rios, matas
ciliares e vegetação nativa.
Ao retomarmos a formação de nossa cidade, podemos observar que
ela se desenvolveu através de uma árvore – símbolo de resistência e
progresso. Nesse sentido, os órgãos públicos têm a responsabilidade de
desenvolver uma educação sustentável, por meio de contínuas atividades
de conscientização e preservação, com campanhas, projetos escolares,
entre secretarias e instituições privadas.
Escola Benjamin Felisberto – Projeto Saúde que vem da terra

Fonte: www.arapiraca.al.gov.br

125
A Escola Benjamin Felisberto, no Povoado Gruta D’água, em Arapira-
ca, desenvolve o Projeto Saúde que vem da terra e Farmácia Viva – inicia-
tivas que buscam cultivar matéria-prima para a produção de medicamen-
tos caseiros e a reutilização da sobra de alimentos para a alimentação de
galinhas e estrumo.
Cuidar dos recursos naturais é temática importantíssima, pois, por
meio desse cuidado, podemos salvaguardar os espaços naturais de nossa
cidade, tão indispensáveis para nossa sobrevivência. No entanto, muitos
problemas são encontrados, como o acelerado crescimento da cidade que
provoca: ocupação de rios e mananciais, esgotamento parcial dos recur-
sos hídricos, lançamento de dejetos e esgotos em riachos e lagoas, por
exemplo.
O trabalho com a preservação do meio ambiente deve ser continuo
em todos os aspectos, no processo de arborização da cidade, nascentes
de rios e riachos, lagoas, criação de cinturões verdes no centro urbano,
coleta seletiva, conforme afirma o Plano de Ação da Agenda 21 de Ara-
piraca.
Em nossa cidade, a Lei 2.221/200, institui o Código Municipal do Meio
Ambiente. Destaca nos Artigos:
4º a política municipal de meio ambiente será traduzida em planos,
programas e projetos conduzida para um conjunto de instituições articu-
ladas no sistema municipal do meio ambiente e lançará mão de instru-
mentos de gestão ambiental;
5º o meio ambiente é bem de uso comum do povo e de interesse co-
mum a todos;
6º todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
que permita a evolução e o desenvolvimento do homem e dos outros se-
res vivos.

1. Depois que você conheceu a flora e a fauna de Arapiraca, faça uma


pesquisa em seu bairro ou comunidade com pessoas mais antigas e
busque relacionar o antes e o depois do meio ambiente desse lugar.

126
Antes: animais e vegetais do lugar Agora: animais e vegetais do lugar

2. Que práticas de preservação ambiental você conhece em sua cidade,


bairro ou comunidade? Essas práticas estão trazendo bons resultados?
Escreva três frases motivadoras para boas práticas ambientais.
1________________________________________________________
2________________________________________________________
3________________________________________________________

127
3. No mapa de Arapiraca, identifique seu bairro ou comunidade; em se-
guida, escreva o porquê de ele ter recebido esse nome.

http://dados.al.gov.br/vi/dataset/b5aae6f6-e060-4072-91e7-20bfa4f98f43/resource/f7b6b4cf-bd-
09-4800-b5e6-b9e8b72f05d2/download/arapiraca.png

_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
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_______________________________________________________
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4. Encontre no caça-palavras a seguir a importância da vegetação para


um meio ambiente sustentável?

Oxigenação - Sombra - Frutos


Flores - Lazer - Beleza

128
caça

As palavras deste caça palavras estão escondidas na horizontal e vertical, sem palavras ao contrário

S A G T R E O H E K O V I A S O R S
E N I F L O T H I A N T A C M E U H
S U Z R S L R T R T D P I G O N V F
W S S U T N S A T H E A R E N T L F
D E R T S M O B E S N F S T S T A D
A T R O E R M E H H A R M O E O Z I
N I I S D K B L I H U A D Q E B E G
O G O F L O R E S T H B E H O R R P
N I P R O E A Z E W E R R E E R T E
S O X I G E N A Ç Ã O P T O A L N E
E I Y P I T Y A E I E T A B S T E A
O N I L F O L N O E E A O E R E A O

BELEZA FRUTOS OXIGENAÇÃO


5. Pense
FLORES e responda:
LAZER O meio ambiente
SOMBRAdo seu lugar está sendo cuidado?
Dê sua opinião e exemplifique.
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_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

6. Qual a lei que defende o meio ambiente em nosso município? E você


está cumprindo a lei, cuidando da natureza?
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_______________________________________________________
_______________________________________________________

129
7. Como esses elementos naturais estão sendo tratados no lugar onde
você mora? Preencha o quadro abaixo:

FLORA FAUNA ÁGUA

Ilustração: Eduardo Rosberg

Para cada R, descreva mais uma ação que pode ser


feita para colaborar com a preservação ambiental do espaço
em que você vive.

130
Você sabia que muitos lugares (povoados, sítios, bairros
e comunidades) de Arapiraca foram nomeados com elemen-
tos da fauna ou flora que predominavam naqueles lugares.
Observe no quadro abaixo:

Quadro dos animais e vegetais que dão nomes aos


lugares de Arapiraca (bairro, comunidades, povoados
e sítios)
Caititus Mocó

Xexéu Baixa da onça

131
Guaribas Pau D’arco

Bálsamo Batingas

Canafístula Mulungu

Fonte: Acervo de pesquisa da Bióloga Consuelo Vitória de Oliveira Cavalcanti (2019).

132
Pense! Seu lugar tem nomes de animais ou vegetais da
região? Faça um lindo cartão com esse animal ou vegetal para
apresentar na sala de aula.

133
Anotações
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134
Anotações
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“Na terra dos marechais, um clube esportivo se destaca.
Pelo valor de seus craques, o ASA DE ARAPIRACA.”

Pedro de França Reis


Unidade 5
Arapiraca - AL:
Lazer e Turismo
Unidade 5

O direito ao lazer
E AÍ, AMIGUINHO, O QUE VOCÊ
ENTENDE POR LAZER?
VAMOS CONCEBÊ-LO COMO UM
ESTADO DE ESPÍRITO EM QUE O
SER HUMANO SE DEIXA LEVAR
SEM PREOCUPAÇÕES COM O
TRABALHO, COM O TEMPO, E
DEDICA-SE APENAS À DIVERSÃO,
AO ENTRETENIMENTO E À
ALEGRIA.
QUAIS AS OPÇÕES DE LAZER
QUE HÁ EM NOSSA CIDADE?
VAMOS CONHECÊ-LAS?

Bosque das arapiracas

Fonte: www.arapiraca.al.gov.br

138
A cidade de Arapiraca, no coração alagoano, oferece à população
um conjunto de espaços de lazer, principalmente no Centro da cidade.
Os destinos mais frequentados pelos moradores são praças, corredores
verdes, bosques, nos finais de semana, principalmente. No decorrer da
semana, esses espaços são usados para práticas esportivas, lúdicas e
ambientes de aprendizagem também. Apesar de não ser uma cidade li-
torânea, Arapiraca carrega a marca de ser uma cidade ativa e cheia de
diversão e lazer.

Atividades esportivas no Bosque das arapiracas

Fonte: www.minutoarapiraca.cadaminuto.com.br

Além desses espaços, Arapiraca também se destaca no cenário gas-


tronômico, artesanal, nas competições esportivas e nas muitas opções de
hotéis para moradores e turistas.
É importante dizer o quão os momentos de lazer e diversão fazem
bem para a vida. São nesses intervalos que podemos recarregar nossas
energias e seguir a vida com mais tranquilidade. O lazer é, portanto,
um direito de todos nós.

139
No entanto, para tornar-se direito, os trabalhadores lutaram bastante.
Desde o século XIX, já havia a preocupação, por parte de alguns empre-
gadores, em ofertar lazer e descanso aos trabalhadores. Os artigos 23 e
24 da Declaração Universal dos Direitos do Homem apresentam o direito
de o trabalhador não ser sobrecarregado, conservando as horas limitadas
de trabalho e as férias remuneradas. Além disso, o tempo de descanso,
as licenças remuneradas e outros direitos também são mencionados.
É importante salvaguardar a saúde física e mental dos trabalhadores,
pois isso ajuda na produtividade. Esse pensamento faz que grande parte
das empresas invistam no bem-estar de seus funcionários, promovendo
momentos de relaxamento, com atividades físicas, aulas de ioga, espaço
para descanso após refeições etc.
Nesse sentido, devemos compreender o lazer como uma ferramenta
de paz de espírito, alegria, felicidade – tão imprescindível para o homem
do século XXI. O lazer deve estar no topo da pirâmide dos princípios le-
gais, e cabe ao Poder Público ofertar isso à sociedade, garantindo o prin-
cípio da Dignidade da pessoa humana – tal obrigatoriedade está marcada
tanto na Declaração da Organização das Nações Unidas quanto na Cons-
tituição brasileira de 1988.

O site www.historiadigital.org traz dez curiosidades sobre


a Declaração das Nações Unidas, dentre elas os primeiros pa-
íses participantes, as recorrências históricas a que esse docu-
mento faz referência, além da descrição das ideias iluministas
que motivaram a criação do documento.
Para a sociedade mundial, é importante que saibamos os
direitos garantidos nesse texto, uma vez que visam a distri-
buir, uniformemente, os direitos enquanto pessoa humana.

140
Eleanor Roosevelt segurando cartaz com a DUDH

Fonte: www.historiadigital.org

1. Será que as formas de lazer e brincar mudam com o tempo? As brin-


cadeiras de hoje são as mesmas do tempo de escola de seus pais?
Vamos comparar?

BRINCADEIRAS DOS MEUS PAIS


Regras: __________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

141
BRINCADEIRAS DA ATUALIDADE
Regras: __________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

2. Onde você costuma ir em seus momentos de folga, com quem e o que


mais gosta de fazer nesses lugares? Comente.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________

3. Que lugares de lazer de Arapiraca você conhece? Vamos fazer um re-


gistro bem legal desse lugar? Capriche no desenho.

142
4. Como a população deve cuidar dos espaços públicos de lazer? Você
conhece alguns desses espaços em seu município? Comente como es-
ses equipamentos públicos são cuidados e qual é a importância deles
para a região.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
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_______________________________________________________

5. Vamos propor um passeio pelos espaços de lazer de Arapiraca? Crie


um convite para uma tarde de lazer no Bosque das Arapiracas. No con-
vite, coloque a hora e local, além da atração de lazer.

143
Praças e lugares comuns da cidade
Arapiraca é uma terra cheia de encantos. Por ter sido cenário de
muitas histórias, de uma luta intensa em prol da emancipação, seu povo
precisa de espaços de acolhimento e diversão. A partir do processo de
desenvolvimento, ocorrido na segunda metade do século XX, Arapiraca
vem criando lugares para eventos culturais, restaurando praças, museus
e todo tipo de construção que promova interação entre o seu povo e di-
vertimento.
Área Verde Dom Constantino

Fonte: Genival Silva

O município possui lugares propícios ao lazer, tais como Bosque das


arapiracas, Praça Ceci Cunha, Praça Luiz Pereira Lima, Planetário, Museu
Zezito Guedes, Área Verde Dom Constantino, que são bastante utilizados
em atividades esportivas, campeonatos, interação entre as famílias. A
Prefeitura Municipal de Arapiraca também vem cumprindo seu papel de
ofertar diversão às pessoas, como o Projeto Vem Pro Bosque – em domin-
gos alternados, o Bosque das arapiracas é interditado exclusivamente

144
para uso de transeuntes, que fazem piqueniques, participam de rodas
de poesia, de leitura, de música, além da oferta de serviços de saúde e
assistência social.
Tenda Cultural da Praça Luiz Pereira Lima

Fonte: Genival Silva

Apresentação artística na FLIARA Ao falarmos de lazer, também estamos


falando de cultura. Arapiraca, terra do fumo,
é berço de um baú cultural que se estende e
torna vivo o nosso município. O Museu Zezito
Guedes, em homenagem ao grande historia-
dor de nossa cidade, é palco de exposições
constantemente, além de um rico acervo de
elementos que compõem a formação de nossa
cidade. Temos ainda a Tenda Cultural, palco
de apresentações artísticas e culturais, como
o forró, em todas as segundas-feiras, além
de ser o espaço de maior interação durante
a Feira Literária de Arapiraca – a FLIARA. Há
Fonte: João Paulo Holanda
também o Lago da Perucaba, que serve de
palco para campeonatos de motocross, o Mercado do Artesanato Mar-
garida Gonçalves e a Casa da Cultura.

145
Além disso, outras praças apresentam campos de futebol para uso
da comunidade. Jovens adolescentes reúnem-se diariamente e jogam
peladas, participam de exercícios físicos funcionais, fazem corridas e ca-
minhadas, mostrando uma Arapiraca, cada vez mais, viva e saudável.

Atividades esportivas na Praça Ceci Cunha

Fonte: tribunadosertao.com

1. Que espaços de lazer, diversão e cultura você costuma frequentar em


seu bairro ou comunidade? Fale sobre ele.
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2. As praças, os parques e outros espaços de lazer de uma cidade só são
agradáveis se a sociedade também fizer sua parte. Que atitudes da
população você acredita que fazem que esses espaços sejam conser-
vados?
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Vamos conhecer mais sobre a Cultura Arapiraquense!


Faça um levantamento dos principais eventos culturais da
cidade ou de seu bairro / sua comunidade. Descreva como e
quando surgiu esse evento, além do público a que é destinado
e qual é o principal objetivo dessa festividade.

Turismo arapiraquense
De modo amplo, Arapiraca oferece dois tipos de turismo: o de pas-
seio, visitação da cidade; e o de negócios, tornando a cidade atrativa,
agradável e rota obrigatória em Alagoas.

147
Totem Eu amo Arapiraca, inaugurado na Gestão do Prefeito Rogério Teófilo

Fonte: Genival Silva

Podemos caracterizar o turismo de negócios como aquele que tem


como prioridade a negociação de algo, ou seja, fazem parte do turismo
de negócios as pessoas que viajam por circunstâncias de trabalho.
De acordo com Ansarah (1999, p.35), a Organização das Nações Uni-
das (ONU), “classificou as viagens de negócios como turísticas, não por
causa da natureza das viagens, mas por considerar prioritária a demanda
significativa e constante dos empresários e executivos ao mercado de
bens e serviços turísticos”.
O que ocorre é que o mundo dos negócios está ficando cada vez mais
competitivo, aumentando consequentemente o número de encontros e
eventos profissionais, ocasionando o crescente deslocamento destas pes-
soas. Pode-se definir o turismo de negócios como: “o conjunto de ativi-
dades de viagem, de hospedagem, de alimentação e de lazer praticado
por quem viaja a negócios referentes aos diversos setores da atividade
comercial ou industrial ou para conhecer mercados, estabelecer conta-
tos, firmar convênios, treinar novas tecnologias, vender ou comprar
bens ou serviços.”

148
Desse modo, o setor de hotelaria da cidade de Arapiraca vem cres-
cendo, com a inauguração de redes de hotéis, até mesmo internacionais,
e investindo em novos serviços.
Hotel Ibis, no Centro de Arapiraca

Fonte: Google Maps

O turismo de negócios é um dos segmentos que mais favorece finan-


ceiramente o turismo, pois, além do uso dos serviços turísticos, como
transporte, hospedagem, alimentação, e muitas vezes usufruir os atra-
tivos, também faz uso de equipamentos e serviços adicionais (salões
para eventos e jogos, espaços para feiras, equipamentos tecnológicos,
contratação de profissionais técnicos), que, muitas vezes, estão ociosos,
principalmente em épocas de baixa sazonalidade.
Assim, para atender a essa demanda, não só hotéis estão cada vez
mais especializando-se mas também está havendo um crescente fluxo
no desenvolvimento de bares, lanchonetes e restaurantes da cidade. A
culinária regional – macaxeira, carne do sol, buchada, sarapatel, queijo

149
de coalho, tapioca, pamonha, arroz doce e de tempero – disputam espa-
ço com culinária japonesa, chinesa, além dos fast food. Recentemente,
inaugurou-se na cidade um Food truck, espaço com várias lanchonetes
e restaurantes, oferecendo os mais diversos serviços de culinária, como
canudinhos doces e salgados, sanduíches, doces e cervejas artesanais.
Outro setor turístico de crescimento é o turismo de visitação. Arapi-
raca, nos últimos anos, vem investindo em áreas verdes, preservando os
recursos hídricos e oferecendo à população e aos seus visitantes espaços
de interação social e divertimento. Além disso, há um forte investimento
no artesanato e nas outras produções locais.

Praça de Artesanato Margarida Gonçalves

Fonte: Genival Silva

Além disso, o turismo arapiraquense é favorecido pelos eventos cul-


turais que a cidade desenvolve durante todo o ano, como a Feira Literária
de Arapiraca – FLIARA; eventos esportivos, como o Circuito Arapiraca
Racing; turismo religioso, nos eventos de festividade pascoal, com a revi-
talização, pavimentação asfáltica da rua de acesso ao Morro Santo da

150
Massaranduba; e ainda o turismo de experiência, em que visitantes rea-
lizam passeio a cavalo, passeio no campo, visita à árvore que deu origem
ao nome da cidade, almoço, apresentação cultural, visita a uma reserva
ecológica com nascentes, caminhada e sessão de silvoterapia.

Turismo religioso

Fonte: Genival Silva

1. Você conhece alguém que trabalha com artesanato? Quem? Qual o


produto desse trabalho?
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2. Vamos representar os artesanatos locais? Desenhe de modo que os
colegas identifiquem os objetos artísticos fabricados.

3. Em sua opinião, qual é a importância do artesanato para a economia


local?
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4. Observando o artesanato arapiraquense, quais influências ele tem? De


quais povos?
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Um evento que vem ganhando grande repercussão entre
os jovens arapiraquenses é o Rock City Arapiraca.
A música é uma paixão entre arapiraquenses de todas as
gerações que não deixam de prestigiar os artistas da terra
porque também acreditam que valorizar a arte local significa
incentivar que mais artistas surjam e enriqueçam o repertório
musical do interior de Alagoas. Assim, o Rock City Arapiraca
investe em bandas nacionais e também faz questão da par-
ticipação de bandas locais, de todas as tribos: reggae, dance,
rock hard core, rock clássico.
Bandas como Casa da Mata, Terapia – arapiraquenses – já
fizeram performances no Arapiraca Rock City.

ASA, esporte e lazer


Outra grande atração para o arapiraquense é o futebol. A Agremiação
Sportiva Arapiraquense é a grande paixão dos nascidos na terra do fumo.

Escudos do ASA ao longo de sua história

Fonte: asadearapiraca.com.br

153
O ASA surgiu em 1951, quando a cidade tinha apenas 26 anos de
emancipação. O engenheiro Camilo Colier deu início às obras da estrada
de ferro, facilitando o comércio dos feirantes, que viajavam bastante para
a cidade de Palmeira dos Índios. As obras caminhavam bem, no entanto
um problema surgiu: o desgaste físico, pelo intenso trabalho, fez que os
funcionários da ferrovia questionassem a empresa em prol de um atra-
tivo, uma diversão. Desse modo, fora criado um time de várzea para a
diversão nos finais de semana e dias em que não houvesse expediente
na construção. Assim, nas cores preta e branca, foi criado o time O Fer-
roviário.
Os jogos eram disputados ao lado da estação, tornando os domingos
cada vez mais movimentados, visto que, naquela época, o time era a
única via de distração que os arapiraquenses possuíam, e assisti-lo era,
religiosamente, obrigação de toda a população.
A diversão estava boa, mas a construção da estrada de ferro estava
terminando. Os funcionários retornariam para suas cidades de origem e,
com isso, o time também. No entanto, para solucionar esse problema,
alguns empresários e autoridades se reuniram para dar um fim às ocio-
sas tardes de domingo. Foi quando, no dia 25 de setembro de 1952, o
empreendedor Antônio Rocha criou a Associação Sportiva de Arapiraca, o
ASA, tornando-se o primeiro presidente.
Antigo time do ASA de Arapiraca

Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca

154
Herdando as cores do antigo Ferroviário, o ASA estreou no Campe-
onato Alagoano de Futebol Profissional em 1953, e, logo na estreia, a
equipe chegou à final do estadual e, por desistência do clube da capital,
que se recusou a disputar a finalíssima, o time de Arapiraca sagrou-se
vencedor daquela competição e recebeu a alcunha de ser “o time que já
nasceu campeão!”.
Durante as décadas de 60 e 80, o ASA passou a ser conhecido, tam-
bém, pelo apelido de Fantasma das Alagoas, em razão das excursões
feitas pela equipe arapiraquense pelo Nordeste, vencendo equipes já tra-
dicionais do cenário nacional, “aterrorizando” torcidas e sempre balan-
çando as redes dos adversários com os craques da “Sportiva”.
Tamanho foi o seu êxito, que, em 1979, o ASA foi um dos times de
maior destaque no Campeonato Brasileiro, ficando conhecido nacional-
mente pelo seu estrelismo. A equipe avançou para a segunda fase da
competição, com cinco vitórias consecutivas em sua campanha pelo tor-
neio nacional.
Atualmente, o time de Arapiraca não vive um bom momento dentro
das quatro linhas. No entanto, a gestão municipal busca meios para fa-
zer que o ASA possa reerguer-se e continuar mostrando ao povo a sua
identidade, seu brio e sua galhardia, que fez dele um marco e o levou aos
píncaros da glória, marcando seu nome nas páginas da história da terra
de Manoel André.
Lançamento do Projeto Ser Atleta ASA Olímpico De acordo com o
site do ASA, na men-
te dos brasileiros, o
nome do ASA está di-
retamente associado a
valores fundamentais
para o sucesso: admi-
nistração profissional,
inovação constante e
planejamento de qua-
lidade.
Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca

155
As conquistas dentro de campo e os inúmeros resultados conquista-
dos pelo ASA tornam do estádio Coaracy da Mata Fonseca um Caldeirão
imbatível, aumentando ainda mais o elo entre o clube e sua apaixonada
torcida.

HINO DE ARAPIRACA

Letra: Prof. Pedro de França Reys


Música: Maestro Jovelino José de Lima

Na terra dos marechais, um clube esporti-


vo se destaca. Pelo valor de seus craques, o
ASA de Arapiraca. O seu pendão alvinegro,
içai com garbo varonil, conquistando sempre
vitórias, sob os céus deste Brasil.

Oh! craques da esportiva, o ASA gigante tor-


nai. Com bravura e galhardia, ide avante. Lu-
tai! Lutai!

Oh! ASA da minha terra, aos píncaros da gló-


ria voai, e aos vossos admiradores, os loiros
da vitória legai. Orgulhoso e altaneiro, o ASA
sempre de pé, ficará nas páginas da história,
da terra de Manoel André.

156
1. Você pratica alguma atividade física?
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2. Vamos criar um time para o ASA? Que jogadores você contrataria? Em


quais posições? Faça o desenho de seu time.

3. Qual a importância do ASA para o desenvolvimento de Arapiraca?


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4. Faça uma homenagem ao ASA a partir de um breve acróstico.
A ________________________________________________________
S ________________________________________________________
A ________________________________________________________

3. Vamos criar mais um escudo para o ASA? Capriche!

6. Você já foi ao Estádio Coaracy da Mata Fonseca? Como foi essa expe-
riência?
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Vamos fazer um quadro de evolução do ASA de Arapiraca?
Pesquise quais foram os títulos que o time já ganhou e qual
a relevância de cada um.
Coloque-os em ordem cronológica e exponha na sua sala
de aula.

Você sabia que, de acordo com o site do ASA, o time tem


dois ídolos?
O primero é Acebilio.
Foi um craque. Usava a inteligência, evitava os obstáculos,
racionalizava o esforço e consagrou um estilo. Um atleta de
futebol com a intensidade exata da força, direção infinitamen-
te correta, sentido rigorosamente certo. Era o equilíbrio físico,
técnico e mental representado da melhor forma. Tudo isso era
Acebilio em seus melhores tempos.
Viveu sua vida vestindo a camisa do ASA de Arapiraca,
onde se sagrou campeão alagoano em 1953 e atuou por 20
anos. Fora do futebol, foi professor e sempre soube manter
suas amizades.
O segundo é Cecé.
Sebastião Siqueira da Silva, o Cecé, era Pernambucano,
mas arapiraquense de coração. Começou sua carreira no ASA
em dezembro de 1952 e, um ano depois, conquistou o Campe-
onato Alagoano, sagrando-se a revelação da competição.
O jogador ficou conhecido como “O Arataca”, pois era um
jogador técnico, com chute forte, e deslocava-se com muita
facilidade.

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Anotações
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Anotações
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ARAPIRACA EM ACRÓSTICO

André e sua esposa Maria aqui chegaram e multiplicaram-se como as


árvores que aqui encontraram...
Ricos de esperanças desbravaram e construíram histórias com risos,
dores e cantos, misturados aos pássaros e ao som dos riachos...
Amaram e adoraram a Deus! Nas rezas e penitências, ofertaram
suas colheitas, e a prosperidade chegou!
Pessoas chegaram a levas em busca da terra promissora, fertilizada
pelo sereno da madrugada.
Inspiração desenhou os campos que de verde se cobriu e de ouro
verde se instituiu...
Raios de sol, noites de lua, o pastoril, a cantiga, o guerreiro, o Zé do
Rojão, o tropeiro, o Mascate, o Mercadão das miudezas, a Casa Lima,
a Feira livre, o cheiro de fumo Super Bom..
A vida cuidada no Hospital Regional, os bailes no clube dos Fumicul-
tores, o cinema trianon, a música no bar do Paulo...
Cresceu Arapiraca... prenunciada nos sonhos da educadora Dona Be-
zinha...
A terra acolhedora do Estado de Alagoas, onde cabe todo mundo,
assim é minha Arapiraca, árvore, cidade, região metropolitana, es-
trela radiosa!

Lucicleide da Silva, 2019


Unidade 6
Arapiraca - AL:
Poder e cidadania
Unidade 6

Comunidade, cultura e cidadania


OI, COLEGUINHA! NOSSA VIAGEM AO MUNDO
ARAPIRACA ESTÁ CHEGANDO AO FIM, MAS AINDA
HÁ MUITA COISA A SER DITA. NESTA UNIDADE,
VAMOS FALAR UM POUCO SOBRE O PODER DE
NOSSA GENTE E COMO ELE PODE SER CAPAZ
DE LEVAR CIDADANIA A TODOS OS LUGARES DE
NOSSA CIDADE. O PODER QUE EMANA DO POVO E
PARA O POVO: A DEMOCRACIA.

164
Casa da Cultura de Arapiraca-AL

Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca

A humanidade apresenta, em todo seu espaço geográfico, uma plu-


ralidade cultural, composta por diversas etnias, religiosidades, línguas,
valores morais, costumes e níveis econômicos. E o grande desafio é esta-
belecer conexão entre todos, por meio do respeito mútuo, num convívio
democrático com as diferenças.
A família e a escola têm um papel crucial a desempenhar no processo
de reconhecimento dessa pluralidade cultural.
Tratar da diversidade cultural, reconhecendo-a e valorizando-a, é uma
importante ação do trabalho educativo, seja ele feito pela família ou pela
escola que encaminharão o cidadão para construir uma sociedade mais
justa e plenamente democrática.
Na história do Brasil, a mais recente Constituição Federal (1988) con-
solidou-se a partir de movimentos sociais vinculados a diferentes comu-
nidades étnicas, sociais, educativas, políticas e ambientais.
PARA SE ALCANÇAR A DEMOCRACIA E CIDADANIA, depende muito
do envolvimento dos segmentos sociais, para que seja posta em prática
uma sociedade justa, livre e fraterna.

165
O Brasil TEM NA COMPOSIÇÃO DE SEU POVO uma grande diversidade
étnica. A população é composta essencialmente por três principais gru-
pos étnicos: o indígena, o branco e o negro. Os indígenas constituem a
população nativa do país, os portugueses foram os povos colonizadores
da nação, e os negros africanos foram trazidos para o trabalho escravo.
Apresentação de capoeira no Centro da cidade de Arapiraca

Fonte: João Paulo Holanda

Esse contexto proporcionou a miscigenação dos habitantes do Brasil,


que hoje compõem a nossa população, com a predominância de vários
grupos étnicos raciais e consequentemente culturais.
A distribuição dos principais grupos étnicos pelo território nacional é
uma consequência do povoamento das regiões do país.
A região Sul teve os europeus como principais povos ocupantes do
território; na Amazônia, predominam os descendentes indígenas; os
afrodescendentes são maioria no Nordeste brasileiro.

166
Essa grande diversidade entre essas regiões promoveu a miscigena-
ção nesses locais, e há um grande fluxo migratório entre essas partes
do Brasil
A miscigenação relaciona-se com o fluxo migratório por suas inúme-
ras causas (fenômenos naturais, questões políticas, religiosas e econô-
micas). Esse processo influencia a cultura e a concepção de cidadania
de cada lugar, cidade e ou região, a partir da formação de grupos éticos
predominantes, com seus costumes, culinária, vestes, crenças, hábitos,
valores morais etc.
A história de cada cidade traz em si a influência cultural do grupo ét-
nico que a constitui.

Vamos fazer um glossário com as palavras que você


teve mais dificuldades de compreender:

Desenho que
Palavras Significado
representa
desconhecidas das palavras
a palavra

167
A qual dos três principais grupos étnicos do Brasil você
pertence? Marque no desenho abaixo e faça um comentário:

Ilustração: Eduardo Rosberg

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_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
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168
Arapiraca: uma trajetória de luta e cidadania
Sabemos que o ser humano é altamente dependente, e, por isso,
precisa viver em grupo; e, como disse o filosofo Aristóteles, “o homem é
um animal político”. Nesse sentido, é o único animal capaz de usar a fala
para expressar a compreensão e fazer-se entender. Como também tem
consciência do bem e do mal, da justiça e injustiça. Tudo isso ele adquire
em sociedade, vivendo em grupo, cidade, comunidade etc.
A família nesse cenário ocupa um papel fundamental para o desen-
volvimento do ser biológico e social, que posteriormente se estende a
responsabilidade para a escola. O primeiro grupo social a que o ser hu-
mano pertence é a família. É um modelo onde todos têm objetivos co-
muns e formam uma unidade.
Reportando-nos a Arapiraca, a primeira célula familiar que desbravou
e iniciou um processo de povoamento da nossa região foi composta por
Manoel André, sua esposa Maria Valente e seus filhos, que aqui chega-
ram provenientes de outra região carregando sua cultura, fé e possibili-
dades econômicas para desenvolver um processo de ocupação, nomean-
do a sombra da árvore arapiraca como sua “casa temporária“.
O ambiente, inicialmente ocupado, deu origem ao Centro da cidade
(hoje Praça Manoel André), que posteriormente se expandiu para as áreas
chamadas de sítios, Alto do Cruzeiro
povoados e comuni-
dades nos arredores
do ponto de povoa-
mento inicial.
Nesse movimen-
to, deu-se o desma-
tamento das áreas
para a plantação de
fumo, principal cul-
tura para o desen-
volvimento da re- Fonte: www.historiadealagoas.com.br/historia-de-arapiraca
gião.

169
Fábrica de fumo – processo de selagem do fumo em corda

Fonte: www.historiadealagoas.com.br/historia-de-arapiraca

Feira de Arapiraca

Fonte: www.historiadealagoas.com.br/historia-de-arapiraca

170
Podemos observar que Arapiraca, como todos os municípios, divide-
-se em duas grandes áreas de desenvolvimento: espaço urbano e espaço
rural. Nesse cenário, existe o desenvolvimento de atividades relacionadas
ao espaço geográfico de ocupação: extrativismo, agropecuária, comércio
e indústria.
Arapiraca hoje é considerada Região Metropolitana do Agreste Ala-
goano, considerando população, emprego, indústrias, serviços e outros.
Mas é importante destacar que, no início de seu desenvolvimento, muitas
pessoas participaram com seu trabalho, seu suor e suas lágrimas, para
que hoje a cidade seja considerada importante em todo território Na-
cional.
A feira de Arapiraca ficou conhecida em todo Nordeste como polo de
atração de feirantes e pessoas de cidades circunvizinhas que vendiam e
compravam uma enorme variedade de produtos, como também aprovei-
tavam para ir ao cinema, para namorar, fazer negócios e divertir-se. Hoje
essa feira ficou mais restrita, mesmo assim ainda movimenta o comércio
de Arapiraca no dia de segunda-feira.
Na segunda-feira, na Tenda Cultural que fica na Praça da Prefeitura,
apresentam-se artistas da terra. Eles cantam, dançam e expressam-se
Coco de roda do Mestre Nelson Rosa corporalmente. Esse
ambiente torna-se
um “teatro na pra-
ça”, atraindo público
de várias idades e lu-
gares.
Uma das lindas
apresentações é o
coco de roda idea-
lizado pelo Mestre
Nelson Rosa (em Me-
mória).
Fonte: https://www.google.com/search?q=site+oficial+prefeitura+de+arapiraca:

171
1. Faça dois desenhos no quadro abaixo. O primeiro que represente a
família do primeiro morador de Arapiraca e o segundo da sua família.
Capriche!

2. Marque (V) para as alternativas verdadeiras ou (F) para as falsas.


( ) A religião, a política e os fenômenos naturais são alguns dos fatores
que provocam o fluxo migratório.
( ) A feira de Arapiraca é polo de atração para muitas cidades circun-
vizinhas.
( ) O fumo foi a cultura que mais contribuiu para o desenvolvimento
econômico de Arapiraca.
( ) Só em Arapiraca não houve a miscigenação da população.

172
3. No lugar em que você mora, há alguma manifestação cultural predo-
minante? Faça um breve relato.
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4. Pesquise com alguém e responda:

Pesquise Responda

Grupo étnico racial a que você pertence

Cidadania / cidade de sua origem

Cultura / de que mais gosta

Família / membros de sua família

Urbano / do que gosta na área


urbana de sua cidade

Rural / do que mais gosta na área rural

173
Você sabia que o povo arapiraquense tem um histórico
de luta e resiliência e que o papel da mulher nesse cenário
foi crucial?
Conheça o texto de Lucicleide da Silva, professora, po-
eta, escritora da cidade de Arapiraca, em que se destaca
o papel da mulher em nossa sociedade, por meio do texto
“Maria, Maria”, de 2012.

Maria, Maria
Lucicleide da Silva (2012)

Tão linda, pareces uma santa MENINA, pelos campos


de fumo verde a correr.
Tão bela MOÇA encantada, estatura pequena, uma pe-
quena que canta nos currais de fumo, embaixo de sol e
chuva ou nos salões, não de festas, mas de luta pela so-
brevivência, lugar que embebeda, não com o álcool, mas
com o cheiro da folha de fumo molhada sem talo, sobre-
postas uma a uma, por tuas mãos, Maria!
Tão bonita! MULHER pequena, cabelos negros, pele
cheirosa, parece uma rosa. Maria, que embalas teus filhos
um a um, dentre tantos sete formam um coro de Anjos no
céu banhados com tuas lágrimas.
Tempos difíceis para tu, Maria! Campo a campo sem
eira nem beira, sem perder o encanto, contas teus contos e
faz dormir teus rebentos, cobertos por teu dengo de Maria
nordestina.

174
Maria, Maria de opinião forte politicamente definida,
partidária em um tempo, dito duro, pela ditadura que não
impede Maria política, Maria que grita é João, é Agripino, é
Gino...
Maria VOVÓ, das histórias, do guerreiro animado, da
reza forte, da procissão, da comunhão, da oração e da
emoção...
Maria me deste, Maria! Que me faz Maria sem nomea-
ção, mas por herança, respeito e admiração.

O site www.minutoarapiraca.com.br divulgou uma re-


lação de nomes de Mulheres de destaque na sociedade
arapiraquense. Vamos escolher uma delas e pesquisar sua
biografia. Elabore um material com cartaz, imagens, jus-
tificando o nome dela como destaque. Apresente para a
turma.

175
Relação de Mulheres Arapiraquenses de Destaque:
• Maria Izabel da Silva Valente: esposa de Manoel An-
dré, primeira desbravadora e agricultora de Arapiraca;
• Maria Evangelista: “a mão da caridade de Arapiraca”,
costureira e comerciante;
• Izabel Torres de Oliveira: Professora Bezinha, ideali-
zadora da bandeira de Arapiraca, primeira mulher a passar
no concurso de juiz, empresária – Centro Educacional Ar-
canjo Michael;
• Maria Cleonice: Professora - empresária – Colégio
Rosa Mística;
• D. Maria do cartório: Respeitada escrivã;
• Maria das Neves: Educadora precursora do ativismo
feminino;
• Maria José da Silva - D. Marizete: Primeira mulher
corretora de imóveis de Arapiraca participou de eleições
para vereadora e Deputada Estadual;
• Maria Aparecida: Vereadora, idealizadora do clube
das mães de Arapiraca;
• Deusdete Barbosa: Diretora da FUNESA – atual UNE-
AL;
• Dona Paula: Movimentos filantrópicos;
• Ceci Cunha: Médica, vereadora, deputada federal;
• Célia Rocha: Primeira prefeita de Arapiraca, médica,
deputada federal;
• Carla Emanuela: Presidente da Academia de Letras e
Artes de Arapiraca- ACALA.

176
São algumas das tantas e importantes mulheres valen-
tes que enobrecem com suas histórias de luta e dedicação
que estão nos lares, na educação, na cultura, na música,
na dança, na pintura, nas igrejas, nos hospitais, no campo,
no parlamento, na justiça, no administrativo, nas empresas
e nos outros campos de atuação. E continuam contribuindo
para o desenvolvimento de Arapiraca. Essas valentes mu-
lheres continuam sendo inspiração para luta e cidadania de
todos os arapiraquenses.

Cidadania e cultura: as destaladeiras de fumo


De acordo com a Agenda 21, até a década de 40, predominava, em
Arapiraca, a cultura de mandioca, e a paisagem pareciam um cinturão
verde. Mas a cultura do fumo em currais mantinha sua ascensão, expan-
dindo a dimensão do seu cultivo.
Na década de 50, com a chegada das empresas exportadoras de fumo
em folha, a feira e o comércio aumentaram seus negócios e intensifica-
ram a fase do desenvolvimento da cidade, e a vegetação nativa passou
a ser praticamente substituída pela cultura do fumo. Na década de 60 e
70, chegou a ser considerada a “Capital Brasileira do Fumo”.
Conforme o historiador Zezito Guedes, esse desenvolvimento trouxe
para Arapiraca trabalhadores de vários lugares do Nordeste, que foram
trazendo em suas bagagens, além de seus sonhos, seus costumes, fol-
guedos, crendices, seitas, cantos, os quais foram se adaptando à primi-
tiva cultura já existente, e assim se concentrou um número expressivo
de cantigas que, há meio século, foram cantadas nas épocas de colheita
de fumo, expressivamente por mulheres que tiram o talo das folhas de
fumo, conhecidas como “destaladeiras de fumo”.

177
Este canto de trabalho entrou em decadência com a chegada de
multinacionais na região fumageira, com seus enormes armazéns, não
permitindo mais essas cantigas (cantos), por considerar uma forma de
distração do trabalho. Porém, atualmente, tem sido resgatado por histo-
riadores e mestres folcloristas que intitularam esses cantos (cantiga das
destaladeiras de fumo) como uma das riquezas culturais de Arapiraca.
Vamos conhecer um pouco das cantigas produzidas pelas destaladei-
ras de fumo?
Quando o município tinha cerca de duas décadas de emancipado, os
cantos de trabalho dominaram “os currais de fumo” (campos agrícolas)
no Agreste. Isso por volta de 1940.
As destaladeiras enalteciam em seus cantos o improviso dos embola-
dores e as quartas dos violeiros e cordelistas, que usavam 4 versos para
dividir seus atos.
Assim surgiu o fenômeno do canto das destaladeiras de fumo de Ara-
piraca, que geralmente colocavam nas letras os assuntos do cotidiano.
O som que ecoava nos salões de fumo falava de paixão, ódio, sar-
casmo, natureza, medo e esperança. Assim buscavam ânimo para ho-
ras e horas sentadas, envolvidas com o cheiro do talo de fumo, num
movimento frenético das mãos, ao destalar das folhas de fumo verde,
colocando-as sobrepostas formando molhos de fumo. No mesmo cenário,
para evitar a embriaguês por conta do cheiro forte, elas chupavam balas
doces, bananolas (doce típico da região, feito com banana e açúcar) ou
rapadura (doce feito com o caldo da cana de açúcar em ponto sólido).
O Mestre Nelson Rosa, talentoso poeta popular e inspirado embo-
lador, foi líder do seu grupo folclórico por trinta anos. Homem simples,
apegado à terra onde nasceu cercado por seus familiares, no Povoado
Fernandes (enalteceu as Cantigas das destaladeiras de fumo, que foram
prestigiadas em muitos Estados do Brasil), coordenou, desde 1990, o
grupo das Destaladeiras de Fumo de Arapiraca, que reúne 10 senhoras
cantadeiras. Já se apresentou em São Paulo no ano de 2007 e fez parti-
cipações no CD Cantos de Trabalho, da Cia. Cabelo de Maria.

178
Grupo de destaladeiras de fumo

Fonte: http://tvbrasil.ebc.com.br/

Um das características das cantigas das destaladeiras é o refrão, com


uma só voz no improviso dos versos geralmente tirado pelas líderes do
salão. Se o refrão da cantiga agrada em cheio, elas cantam até durante
horas; mas, normalmente, as destaladeiras mudam de cantiga, para não
esfriar o trabalho, e usam para expressar sua emoção uma linguagem
regional.
“Essa cantiga já tá véia
Tá boa de remendá
Com taquinho de pano novo
Uma agúia e um dedá”
“ Eu não como ceará
Nem também carne de péia
Arrenove essa cantiga
Que já tá ficando véia”
E assim elas estimulam cada vez mais, mantendo o salão em per-
manente alegria, evitando o tédio ou o sono, usando sátiras, ironias,
gracejos espirituosos, que são mais das vezes interrompidos por uma
algazarra geral:

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“ Menino, casa comigo
Que nós não morre de fome
Minha mãe tem uma porca véla
Quando ela matá nós come”

As destaladeiras usam versos para chamar a atenção de alguém, fa-


zer pedidos ou insinuações ao dono do fumo, como observamos nessas
estrofes:

“Patrão eu quero bebê


Na vida eu tenho prazê
Se eu não bebê
Eu vou-me imbora”
“Feche a porta e abra a porta
Sem bulir na fechadura
Se eu fosse o dono do fumo
Oferecia rapadura”

Elas utilizam também versos de maltratar quando querem xingar al-


guém que não mais desejam:

“No tempo que eu te amava


Rompia matas de espinho
Hoje eu pago com dinheiro
Para não vê o teu focinho”

Nas citadas cantigas das destaladeiras, observamos uma variedade


de temas, dentre esses a “paixão recolhida”. E, como ocorre em outras
manifestações folclóricas, as destaladeiras também gostam de render
homenagens, fazer louvores a lugares, a proprietários e visitante, em
versos improvisados nos salões de fumo, conforme observamos a seguir:

“Arapiraca é terra boa


Todo mundo diz que é
Terra de mulé bonita
Viva Manoé André”

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Merece destaque, nas cantigas das destaladeiras de fumo, a ausência
de verso contendo reclamações ou desprezo pelo trabalho, não há lamen-
tações nas cantigas da colheita de fumo. Por esse motivo, de acordo com
pesquisas, há um grande contentamento no ambiente onde elas execu-
tam a tarefa:
Os assuntos utilizados no auge dessas cantigas, nas décadas de 40 e
50, retratavam o meio ecológico da época: árvores, frutas, flores, pássa-
ros, açudes, que ainda não tinham sido devastados pelo homem, para dar
lugar à cultura do fumo, conforme registrado na pesquisa no site http://
ricardonezinho.com.br/cantigas-das-destaladeiras-de-fumo-de-arapira-
ca/.

1. Crie um verso no modelo das cantigas das destaladeiras de fumo de


Arapiraca para falar sobre o lugar em que você mora.
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Arapiraca e sua organização política

Para falar em cidades, devemos nos reportar a Grécia Antiga, onde


tudo começou com suas cidades-estado, que tinham autonomia com um
responsável que comandava e organizava o seu povo. Para que tudo
transcorresse bem, era necessário estabelecer critérios para convivências
e gerência administrativa. Com o passar do tempo, surgiu na França um
filósofo chamado Montesquieu, que escreveu um livro nomeado “Espírito

181
das Leis”, destacando que, para governar de maneira equilibrada, seria
necessário dividir o poder em três, que são eles: o Poder Legislativo, o
Poder Judiciário e o Poder Executivo. Cada poder com suas atribuições
e espaços de atuação bem definido, mas todos com o mesmo ideário, a
democracia: o poder que emana do povo.
Segundo a divisão de poderes, o Poder Executivo é aquele que execu-
ta a lei nas três esferas de poder: Federal, Estadual e Municipal.

Poder Executivo

O Poder Executivo é aquele que executa as leis, colocando-as em prá-


tica e garantindo o bem-estar à população.

Sede do Poder Executivo de Arapiraca

Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca

Os recursos para gerenciar as prefeituras, nas áreas de educação,


saúde, infraestrutura e outros, através do poder executivo, são decor-
rentes dos impostos, das arrecadações que são destinadas a serviços
nas áreas citadas. Para gerenciar a cidade, o prefeito necessita de uma
equipe denominada de secretários municipais, escolhidos pelo chefe do
poder executivo para lhe auxiliar com suas competências técnicas e
teóricas sobre assuntos de suas pastas.

182
Rogério Auto Teófilo – atual prefeito de Arapiraca
O representante do poder
executivo municipal tem a fun-
ção de chefe político com atri-
buições administrativas. Tem
nesse sentido o dever e respon-
sabilidade de gerenciar as ne-
cessidades públicas, zelando e
administrando com base na de-
mocracia e garantido os direitos
e o bem-estar social do povo
que o escolheu para represen-
tá-lo.
Fonte: www.arapiraca.al.gov.br

Vamos conhecer os Prefeitos de Arapiraca, desde a sua


emancipação?
Tudo começou em 1924, quando Esperidião Rodrigues
vai a Capital do Estado, Maceió, e, após vários dias de
tentativas, consegue, no dia 30 de maio de 1934, atra-
vés da Assembleia Legislativa, a aprovação do Projeto de
Lei que reconhece como município as terras de Arapiraca.
Em novembro do mesmo ano, foram eleitos os primeiros
prefeitos (Prefeito e Vice-Prefeito), cabendo a Esperidião
Rodrigues ser o primeiro Prefeito de Arapiraca.
Faça uma pesquisa com seus familiares para preencher
o quadro a seguir com 3 Prefeitos de Arapiraca (de sua
escolha) e os principais benefícios que fizeram para nossa
cidade.

183
Benefício que trouxe
Prefeito(a)
para a cidade

Poder Legislativo

O Poder Legislativo é o po- Sede do Poder Legislativo de Arapiraca


der que elabora e aprova as
leis, além de fiscalizar as ações
do poder executivo. No muni-
cípio, esse poder é composto
pelos vereadores eleitos pelo
voto do povo (pessoas acima
de 18 anos) e, junto com o
prefeito, tem um período de
atuação (mandato) de 4 anos.
A casa onde os vereado-
res se reúnem para legislar é Fonte: www.rotadosertao.com.br

chamada Câmara Municipal.

184
Poder Judiciário

O Poder Judiciário fiscaliza o cumprimento das leis e também julga os


conflitos em benefício dos direitos e deveres dos cidadãos e das cidadãs,
nas três esferas de poder, seja Federal, Estadual ou Municipal.
Fórum de Arapiraca

Fonte: www.tribunahoje.com

Percebemos que os
três poderes são autôno-
mos, mas, ao mesmo tem-
po, estão interligados pelo
objetivo de atuar para o
bem comum da população
na garantia dos direitos e
deveres, da cidadania e da
democracia.

Ilustração: Eduardo Rosberg

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1. Quais são os poderes constituídos que representam as esferas Federal,
Estadual e Municipal?
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2. Qual é o nome do representante do poder executivo de Arapiraca? Es-


creva algumas atribuições que a ele compete.
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3. Desenhe uma cidade dos seus sonhos para viver feliz.

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4. Se você fosse o Prefeito, quais benefícios faria para nossa cidade?
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Nossa cidade: os direitos e deveres da população

Quando falamos em direitos e deveres, sempre vem a ideia de convi-


ver com os outros em harmonia. Jhon Lock, um filósofo inglês, defendia
que todos os seres humanos, ao nascerem, tinham seus direitos naturais
garantidos (direito à vida, à propriedade e à liberdade).
Viver em sociedade é ter consciência de ter direitos respeitados e de-
veres a cumprir. E isso é regulamentado por leis para que haja uma con-
vivência harmoniosa, em família, na escola, em qualquer lugar. Conhecer
os direitos e deveres torna mais fácil cobrar, dos poderes instituídos, as
suas ações. O conjunto de leis que rege todos os cidadãos chama-se
Constituição Federal, de 20 de outubro de 1988. É considerada uma cons-
tituição cidadã.
Vejamos alguns dos direitos e deveres para convivência em socieda-
de:
• Respeitar as leis de convivência social e do país;
• Preservar tudo que está a nosso dispor (meio ambiente, patrimônio
público);
• Pagar impostos para que o município possa realizar as obras e ações
para o bem comum;
• Respeitar os outros em sua diversidade sócio, cultural religiosa,
política, etc;
• Escolher bem os nossos representantes através do voto.

187
Os nossos direitos:

• Direito de votar e ser votado;


• Direito à liberdade de crença religiosa (o Estado laico);
• Direito à saúde, à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer;
• Direito à liberdade de ir e vir e dizer o que pensa, assumindo as
consequências pelas afirmações;
• Direito ao convívio familiar e em sociedade;
• Direito ao trabalho, à dignidade e ao respeito.

E, por falar em direito à Educação, Arapiraca, além de contar com


duas instituições públicas, a Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) e
a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), no município há mais de dez
unidades instituições de ensino superior e técnico.
De acordo com o último censo do IBGE, ano 2015, Arapiraca apre-
senta os seguintes dados educacionais, referentes a unidades de ensino
públicas (municipais, estaduais, federais) e privadas: 202 unidades de
Ensino pré-escolar; 218 de Ensino Fundamental e 68 de Ensino médio.
Os avanços na educação, a exemplo da ampliação no número de es-
colas e da oferta de cursos universitários, vem mudando para melhor o
cenário da cidade. A cada mudança, a história vai sendo construída, com
base na transformação social que provoca na cidade, refletindo na quali-
dade de vida da população, no aumento de empregos com nível escolar
maior, no respeito pelo meio ambiente, no desenvolvimento técnico cien-
tifico e cultural.

A Rede Municipal de Educação do município de Arapi-


raca faz um trabalho Intersetorial, pois envolve em suas
ações vários setores, como saúde, infraestrutura, esporte,
lazer, judiciário e legislativo da cidade.

188
Ilustração: Eduardo Rosberg

1. A escola é um espaço de aprendizagem e socialização. Qual a impor-


tância da sua escola para sua vida?
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2. Realize uma pesquisa sobre sua Escola e descubra as informações so-
licitadas no quadro:

Quais os nomes
Quantos Qual o
Qual o nome da do Diretor(a) e
alunos há na sua endereço de sua
sua Escola? Coordenador(a)
escola? escola?
Pedagógico?

3. Faça uma lista com os direitos e deveres que você imagina importantes
para conviver em harmonia na escola, na rua, em sociedade.

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4. Vamos fazer uma colagem bem bonita com pedacinhos de papel (res-
peitando as cores) nos símbolos de nossa cidade.

Escreva seu nome __________________________________________


Data _____/______/______
Local __________________________________________________

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Anotações
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Anotações
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Referências bibliográficas

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