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Programa-Eleitoral-PS2022 v5 6jan Pagsoltas
Programa-Eleitoral-PS2022 v5 6jan Pagsoltas
JUNTOS
SEGUIMOS E
CONSEGUIMOS
Programa Eleitoral
Partido Socialista 2022
2
Programa Eleitoral Partido Socialista 2022
Boa Governação 6
I.I. Natalidade 67
I.III. Migrações 74
3
3.º DESAFIO ESTRATÉGICO: DESIGUALDADES 78
86
I.III. Erradicação da pobreza
Erradicar a pobreza 86
Dar um novo impulso à economia social e solidária 87
I.V. Educação 88
4
Programa Eleitoral Partido Socialista 2022
I. V. Cultura 114
5
BOA GOVERNAÇÃO
CONVERGÊNCIA
• Registar entre 2021 e 2026 um nível médio anual de
crescimento pelo menos superior 0,5 p.p. ao da média
da UE27 e 1 p.p. ao da média da zona euro.
SAÚDE
• Construir ou modernizar até 2026 100 unidades
de cuidados de saúde primários e construir as
novas unidades hospitalares Central do Alentejo,
Lisboa Oriental, Seixal, Sintra, Central do Algarve
e a maternidade de Coimbra.
BOA GOVERNAÇÃO
I.I. CONTAS CERTAS PARA A O surgimento da pandemia em 2020 conduziu à
RECUPERAÇÃO E CONVERGÊNCIA maior queda da economia mundial desde a 2º guer-
ra mundial. A pandemia e as medidas de contenção
tiveram um efeito sem precedentes na atividade das
I.I.1. Uma política orçamental credível empresas e na vida das famílias.
centrada na recuperação sustentável
da economia Neste contexto, o Estado português decidiu enfren-
tar uma grave crise económica e social com uma
No período entre 2015 e 2019, antes do surgimento da política económica marcadamente contra-cíclica,
pandemia, a mudança de políticas implementada de natureza expansionista.
pelo Governo do PS tornou possível a recuperação
de rendimentos e um forte crescimento da econo- Foi adotada uma política económica que teve como
mia e do emprego. Portugal registou nesse período prioridade ajudar as empresas a manter a capaci-
um crescimento de 11,5% em volume do Produto In- dade produtiva e os postos de trabalho e a proteger
terno Bruto. o rendimento das famílias. Foram lançados apoios
de emergência às empresas, como o layoff simplifi-
Um crescimento robusto, alicerçado no investimen- cado, para ajudar a suportar os custos do trabalho;
to e no crescimento das exportações, importando o programa Apoiar, para ajudar as empresas a su-
recordar que, em volume, o investimento cresceu portar os custos fixos; as moratórias e linhas de cré-
perto de 28% e as exportações quase 23%, levando dito, para garantir o financiamento e a liquidez das
a que as exportações atingissem o maior peso do empresas; para além de apoios específicos para os
PIB na nossa história (43,5%). Nesse período, o cres- setores mais atingidos pela pandemia (turismo, res-
cimento médio da economia portuguesa (2,8%) foi tauração, transportes e cultura). No que se refere às
significativamente superior à média da zona euro famílias, foram criados apoios extraordinários para
(2%), o que aconteceu pela primeira vez nas últimas os trabalhadores desempregados e os trabalhado-
duas décadas. res independentes, para as famílias com filhos, para
além de medidas extraordinárias de reforço dos sis-
Foi este crescimento que permitiu e continua a per- temas de saúde e de educação.
mitir criar mais e melhor emprego.
A política económica anti-cíclica teve resultados
Esta trajetória abriu o caminho para contas certas, muito positivos, tendo em consideração o contexto
equilibradas e sustentáveis, com o primeiro super- económico adverso gerado pela pandemia. No 3º
avit da democracia, a dívida pública a recuar de trimestre de 2021, o emprego atingiu o valor mais
131,2% em 2015 para cerca de 116,6% em 2019 e o re- alto dos últimos 12 anos, tendo Portugal atualmente
forço significativo da sustentabilidade da nossa se- mais meio milhão de trabalhadores com emprego
gurança social. do que tinha em 2015. O número de falências de em-
presas durante a pandemia diminuiu face a 2019. O
Além disso, foi possível conquistar uma reputação rendimento das famílias em 2021 atingiu já um valor
de credibilidade, estabilidade e sustentabilidade, superior ao de 2019. Paralelamente, o reforço do SNS
perante os parceiros nacionais e internacionais, que permitiu que Portugal atingisse a taxa de vacinação
há muito não era reconhecida a Portugal, ultrapas- mais alta do mundo contra a Covid-19.
sando os processos de sanções e de défice excessi-
vo e melhorando os ratings da República de forma Foi a política nacional anti-cíclica, conjugada com
significativa. a política monetária também expansionista do BCE,
que assegurou a manutenção da capacidade pro-
dutiva da economia e a credibilidade financeira do pública, a qual, devido à pandemia, aumentou mui-
Estado português. Com efeito, durante a pandemia, to em Portugal, tal como nos restantes países euro-
a República financiou-se com taxas de juro histo- peus. Por isso, no plano europeu, continuaremos a
ricamente baixas e pela primeira vez emitiu dívida defender, no contexto da revisão das regras orça-
pública com maturidade de 10 anos a taxas de juro mentais e de governação económica, um enqua-
negativas. O Estado português tem atualmente as dramento que promova o crescimento sustentado
condições de financiamento mais atrativas entre os e harmonioso de todos os Estados-membros. Esse
países do sul da Europa. enquadramento, sem sacrificar a indispensável res-
ponsabilidade orçamental, permitirá um ritmo de
Globalmente, a melhor prova do mérito da aborda- ajustamento das dívidas públicas nacionais que
gem adotada é que levaremos menos de dois anos não coloque em causa a recuperação e que promo-
a recuperar o nível do PIB pré-pandemia – o que de- va, em simultâneo, a sustentabilidade económica e
verá ocorrer em meados de 2022 – quando foram social. Em qualquer caso, a redução da dívida não
necessários perto de nove longos anos para recupe- deixará de ser um desafio importante, em particular
rar o mesmo nível de PIB anterior à crise económica num contexto em que se antecipa a normalização
de 2008 da política monetária do BCE.
No curto prazo, a política orçamental deve manter- A forte recuperação económica e o caminho da
-se flexível e ágil enquanto a pandemia condicionar consolidação orçamental responsável deverão per-
a atividade económica e a vida das famílias. Tal é mitir a redução da dívida. O cenário traçado para
fundamental para se poder reagir rapidamente aos os próximos anos deverá permitir reduzir a dívida
efeitos da pandemia e conceder os apoios económi- pública em 2024 para um nível próximo de 116% do
cos e sociais de emergência que sejam necessários PIB, semelhante a 2019, ano anterior à pandemia.
para proteger as empresas e as famílias. Para o final da legislatura, em 2026, deveremos re-
duzir a dívida para um nível inferior a 110% do PIB.
Ao longo de 2022, as políticas centradas na recupe- Desta forma, Portugal retoma a trajetória de redu-
ração económica continuarão progressivamente a ção da dívida pública interrompida pela pandemia,
assumir maior importância. Os próximos anos de- o que permitirá assegurar a melhoria continuada e
verão ser marcados por um importante crescimento sustentável dos rendimentos e a manutenção da es-
económico, baseado em investimento público e pri- tabilidade e da confiança na economia portuguesa.
vado e com o apoio do Programa de Recuperação e
Resiliência (PRR).
I.I.2. Uma política que aumente a justiça
Este processo de recuperação económica iniciou-se fiscal e que contribua para o relançamento
já em 2021, estimando-se para esse ano um cresci- da economia e para a proteção do
mento de quase 4,8%, e para os próximos anos ante- ambiente
cipa-se um período de forte crescimento. De acordo
com as estimativas do Banco de Portugal, Portugal O PS continuará a ter como prioridade a justiça fis-
deverá crescer 17% entre 2020 e 2024. Portugal reto- cal, mediante uma política que dê seguimento à
mará, assim, nesse período, o processo de conver- devolução de rendimentos às famílias. Este objetivo
gência económica e crescerá acima da União Euro- será alcançado através do aumento da progressivi-
peia. No horizonte da próxima legislatura, e com o dade da tributação sobre o rendimento, com a cria-
PS no Governo praticando a sua política, poderemos ção de novos escalões.
assim registar um nível médio anual de crescimento
superior em 0,5 p.p. ao da média da UE27 e 1 p.p. ao Adicionalmente, a política fiscal dará um contributo
da média da zona euro. relevante para o desafio da demografia e da nata-
lidade, melhorando as deduções fiscais para as fa-
No quadro orçamental, uma das principais condi- mílias com filhos e alargando e melhorando o IRS
cionantes continua a ser o nível elevado da dívida Jovem, reforçando a atratividade do país para uma
• A concretização integral e atempada dos inves- concretização das realizações e dos resultados
timentos previstos no Plano de Recuperação e dos diferentes programas, bem como sobre as
Resiliência (PRR); políticas públicas e apoios disponíveis, designa-
damente a comunicação do calendário dos avi-
• O estabelecimento do Acordo de Parceria en- sos de concursos e dos prazos de decisão;
tre o Estado português e a Comissão Europeia
quanto ao PORTUGAL 2030, no primeiro semes- • Reforço de sessões públicas de informação e
tre de 2022, e o pleno aproveitamento dos fun- esclarecimento sobre os apoios comunitários a
dos europeus que virão para Portugal. disponibilizar pelo Estado português, as suas re-
gras e mecanismos de financiamento, e ainda
A fim de garantir uma boa e célere aplicação dos sobre os resultados e impacto dos fundos euro-
fundos, devem ser adotadas um conjunto de me- peus, partilhando estudos, evidências e casos
didas transversais que serão ferramentas para ga- concretos da sua aplicação;
rantir Estratégia, Simplificação, Celeridade, Proximi-
• Aceleração da incorporação tecnológica no
dade, Responsabilidade e Transparência na gestão
processo de análise de risco, recorrendo a aná-
dos fundos.
lise de dados, criando condições mais eficientes
para a prevenção, deteção e reporte de situa-
Menos burocracia, mais transparência ções suspeitas, bem como de adoção das respe-
tivas medidas de correção;
Criação de um “Simplex” para os fundos europeus.
Assegurando o necessário rigor na análise e acom- • Criação de um mecanismo de monitorização de
panhamento dos investimentos, importa continuar Níveis de Qualidade de Serviço, que permita, em
a agilizar procedimentos, a eliminar barreiras bu- tempo real, a avaliação da gestão processual
rocráticas e a cumprir prazos, designadamente de dos fundos comunitários. Pretende-se um refor-
lançamento de concurso e de análise de candidatu- ço da transparência nos processos e na para-
ras e respetivos pedidos de pagamento. Neste âm- metrização dos níveis de qualidade de serviço;
bito, deverão ser tomadas as seguintes iniciativas:
• Adoção de ferramentas que permitam fazer
convergir as necessidades dos potenciais be-
• Desenvolvimento de um processo de pré-qualifi- neficiários com as políticas públicas cofinan-
cação de beneficiários, que se materialize numa ciadas pelos fundos, através da introdução de
“certidão permanente”; mecanismos de gestão preditiva, contribuindo
para uma maior convergência entre os apoios
• Adoção de instrumentos de gestão dos fundos e as necessidades efetivas das empresas e das
comunitários com recurso a soluções tecnológi- instituições.
cas, Big Data, BlockChain e CRM, tendo em vista
a obtenção de maiores ganhos de eficácia e efi-
ciência na gestão dos fundos comunitários. Maior proximidade, responsabilização e celeridade
Reforço da transparência e dos mecanismos de in- Maior proximidade na gestão dos fundos europeus.
formação e comunicação na aplicação dos fundos Numa lógica de aplicação do princípio da descen-
europeus, nomeadamente através das seguintes tralização e da subsidiariedade, promovida pelos
medidas: Governos do PS, devemos promover práticas de ges-
tão de proximidade das políticas públicas, assumin-
do as Comissões de Coordenação e Desenvolvimen-
• Desenvolvimento contínuo do Portal Mais Trans- to Regional (CCDR) e as entidades intermunicipais
parência, disponibilizando informação detalha- um papel-chave nestes processos, designadamente
da sobre os projetos de investimento aprovados, na gestão dos futuros Programas Regionais. Por ou-
as empresas, que responda às necessidades dos ci- A atração e retenção de talento na Administração
dadãos e potencie o aumento da produtividade e da Pública constitui, assim, uma das grandes apostas
riqueza, permitirá a diferenciação do país. para a modernização e melhoria dos serviços pres-
tados.
Serviços públicos eficazes exigem, por sua vez, ins-
tituições públicas fortes, sustentáveis, adaptáveis Nos últimos anos, o PS reforçou o investimento na
e resilientes e assim capazes de uma utilização contratação de trabalhadores em funções públicas,
responsável de recursos. Instituições capazes de repondo os valores mínimos para que a resposta, es-
cumprir as missões de serviço público. Instituições pecialmente em tempos de pandemia, pudesse ser
transparentes, que prestem contas aos cidadãos. adequada às exigências presentes. Foi dada priori-
Instituições inclusivas, que garantam a acessibilida- dade aos salários mais baixos; agora, é necessário
de aos serviços públicos de todos os cidadãos. Insti- valorizar os trabalhadores mais qualificados que já
tuições inovadoras, capazes de ajustar as suas res- integram a Administração Pública, e também tor-
postas às necessidades das pessoas e da sociedade ná-la mais atrativa para os novos trabalhadores.
a cada momento.
O PS assume que a captação de talentos e a sua fi-
Investir na qualidade dos serviços públicos implica: xação na Administração Pública são a pedra basilar
para que os serviços públicos sejam qualificados e
capazes de dar as respostas que os cidadãos e as
• Níveis de acesso aos diferentes serviços públicos
empresas exigem, com celeridade, eficácia e proxi-
adequados às diferentes realidades socio terri-
midade.
toriais;
São, assim, desígnios do PS a valorização, a capaci-
• Uma Administração Pública que promova a me-
tação e o rejuvenescimento da Administração Públi-
lhoria dos serviços públicos, mais simples e mo-
ca. Por isso, preconizamos:
dernos;
• Uma aposta na inovação, no digital e na susten- • Rever a Tabela Remuneratória Única, com vista
tabilidade dos serviços públicos; a garantir que todas as carreiras possuem po-
sições remuneratórias que permitam o seu nor-
• Um SNS mais justo e inclusivo, que responda mal desenvolvimento;
melhor às necessidades da população;
• Retomar a regularidade das atualizações sala-
• Uma escola pública universal e de qualidade; riais anuais;
A prestação de serviços públicos de qualidade e • Concluir a revisão das carreiras não revistas,
orientados para os cidadãos e para as empresas com uma discussão alargada e transparente
exige uma Administração Pública com profissionais para harmonizar regimes, garantir a equidade e
tecnicamente capazes, dirigentes aptos a tomar a sustentabilidade, assegurando percursos pro-
decisões complexas e bem fundamentadas, com fissionais assentes no mérito dos trabalhadores;
capacidade de planeamento e de execução de po-
líticas, que funcione em rede e de forma ágil e des- • Valorizar os salários e as carreiras técnicas;
burocratizada.
• Reforçar o modelo de formação aos trabalha- • Rever o regime de acesso à Administração Públi-
dores em funções públicas pelo Instituto Nacio- ca, de forma a agilizar e simplificar os processos
nal de Administração, I.P. (INA), alavancando a de recrutamento, tornando-os mais céleres, em
sua capacitação e o reforço de competências especial para jovens recém-licenciados, respei-
em larga escala; tando sempre o princípio de igualdade no aces-
so;
• Apostar na capacitação digital dos trabalhado-
res, desde os níveis mais básicos e das compe- • Potenciar o acesso às carreiras de técnico supe-
tências digitais intermédias até à qualificação rior da Administração Pública, melhorando os
avançada em tecnologias emergentes; níveis remuneratórios de acesso e beneficiando,
também, a formação em mestrados e doutora-
• Investir em novas competências através do Pro- mentos;
grama de Capacitação em Direitos Humanos
para a Administração Pública, dinamizado pelo • Aperfeiçoar o modelo de recrutamento e seleção
INA, que se destina a trabalhadores e dirigentes de dirigentes superiores, garantindo a transpa-
públicos e que visa formar para direitos huma- rência, o mérito e a igualdade de oportunidades,
nos, dignidade e cidadania, diversidade e igual- permitindo à CRESAP proceder à abertura ofi-
dade, bens e serviço público e acesso a novas ciosa de concursos para dirigentes superiores;
formas de Administração;
• Rever a duração das comissões de serviços de
• Aprofundar e desenvolver os centros de compe- dirigentes intermédios, com vista a imprimir
tências (JurisAPP, PlanAPP, TICAP, CAPE); maior dinamismo nos serviços, alargando ain-
da a sua base de recrutamento para além da
• Consolidar e ampliar os centros de competên- Administração Pública, ao setor empresarial do
cias, associando-lhes uma dimensão de conhe- Estado e às autoridades reguladoras.
cimento acessível para a Administração Pública
e reforçando a capacidade crítica e a especiali-
zação dos seus trabalhadores;
É esse exemplo que deve agora ser generalizado, • Reforçar a cibersegurança das entidades públi-
mesmo depois de ultrapassado o contexto pandé- cas, nas vertentes das infraestruturas digitais e
mico. São, por isso, metas do PS: operacionais, bem como o desenvolvimento de
competências tanto gerais como especializadas
dos recursos humanos, concretizando os investi-
• Garantir a simplificação, digitalização e desma- mentos previstos no PRR.
terialização do atendimento público e demais
interações necessárias com os serviços públicos; • Capacitar os trabalhadores através de forma-
ção específica para o atendimento, formação
• Relançar, em parceria com as autarquias, o SIM- contínua sobre sistemas de informação e ges-
PLEX AUTÁRQUICO, apoiando-as na aceleração tão do stress, e incentivos associados ao volume
da simplificação dos procedimentos, respeitan- de atendimento e à qualidade do mesmo, que
do a autonomia local; permita a sua especialização e valorização na
função de atendimento público;
• Disponibilizar um atendimento uniforme e om-
nicanal dos serviços mais procurados, garanti- • Melhorar o funcionamento dos Espaços Cida-
do a sua simplificação e coerência, num portal dão, adaptando-os às necessidades, designa-
único de serviços digitais de todos os serviços da damente reformulando e adaptando continua-
Administração Pública, respeitando o princípio mente o catálogo de serviços para que estas
“only once”; estruturas prestem os serviços mais procurados;
• Promover o acesso do cidadão, “by default”, a • Acelerar a eliminação da necessidade de licen-
todos os serviços públicos através da chave mó- ças, autorizações e atos administrativos desne-
vel digital; cessários, numa lógica de licenciamento zero;
• Desenvolver a criação de indicadores públicos, geográfica de cada um. Foram os serviços públicos
disponíveis online, para a medição do sucesso de saúde que responderam ao desafio de identificar
da implementação das políticas públicas; casos, isolar contactos, testar e vacinar pessoas e
tratar doentes, sem exceção.
• Reconfigurar o funcionamento e organização
interna da Administração Central do Estado, Às dificuldades acrescidas provocadas pela pande-
envolvendo: o reforço do nível de especialização mia, o SNS respondeu com a confirmação da sua
dos serviços de missão (Direções-Gerais e Insti- capacidade de reorganização e inovação, garanti-
tutos Públicos); a qualificação dos serviços com da através do reforço dos recursos humanos, finan-
funções estratégicas de estudo, planeamento e ceiros, materiais e das infraestruturas ao seu dispor,
avaliação; o robustecimento dos serviços par- que permitiram responder à emergência, realizar a
tilhados e de suporte, numa lógica transversal campanha de vacinação e recuperar progressiva-
às diversas áreas governativas; e a obtenção de mente a restante atividade assistencial. Agora, os
sinergias e ganhos funcionais decorrentes da desafios que temos pela frente exigem que o SNS
concentração física de serviços; continue a ser capaz de se adaptar a novas circuns-
tâncias, de se reformar estruturalmente e de man-
• Flexibilizar as interações entre as áreas gover- ter o seu projeto de promover a saúde e prevenir a
nativas e os serviços, removendo cadeias de co- doença de todos os cidadãos, de os tratar sempre
mando e criando estruturas horizontais; que necessário e de garantir uma resposta integra-
da a todas as necessidades, independentemente
• Criar uma plataforma digital de relacionamento da sua faixa etária, género, etnia, condição econó-
desburocratizado entre os imigrantes e a Admi- mica ou local de residência.
nistração Pública, que facilite a interação e per-
mita encurtar os prazos de processamento da Tal como em 2019, as propostas do PS para a Saú-
respetiva documentação; de estão enquadradas numa abordagem centrada
nas necessidades das pessoas, de forma a proteger
• Simplificar e agilizar as tipologias e o processo e melhorar a sua qualidade de vida desde que nas-
de obtenção de vistos e autorizações de residên- cem até ao final da vida. Há uma grande preocupa-
cia, nomeadamente diminuindo a complexida- ção na diminuição da exposição a fatores de risco,
de dos títulos existentes, dos procedimentos, dos na adoção de comportamentos mais saudáveis, na
prazos e do número de vezes que é necessário garantia do acesso a cuidados de saúde integrados
contactar a Administração, caminhando para de qualidade, na resposta às doenças crónicas e
uma lógica de balcão único nestes processos. degenerativas, mas também às novas doenças in-
feciosas, como a COVID-19, sem esquecer os mais
vulneráveis, com foco na saúde mental e nos cui-
I.II.2.1. Um SNS mais justo e inclusivo que responda dados paliativos. Adicionalmente, as propostas do
melhor às necessidades da população PS traduzem as lições aprendidas com a pandemia,
como a importância do reforço do serviço de saúde
Desde a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pública, da articulação dos serviços de saúde com
por iniciativa do Partido Socialista, têm sido os Go- os municípios e as freguesias e da atenção à saúde
vernos do PS o seu maior defensor e impulsionador. das populações migrantes.
A pandemia que vivemos nos últimos dois anos, e
que continuaremos a viver, reforçou a importância O PS considera que o investimento no SNS é o ga-
de mantermos um sistema de saúde forte, que te- rante de uma política de saúde mais próxima, justa
nha as pessoas no seu centro e como pilar essen- e integrada, que permite assegurar a cobertura uni-
cial o serviço público de saúde, acessível a todos e versal e a resposta às necessidades de saúde dos
tendencialmente gratuito. O SNS foi e é a garantia portugueses, com proteção financeira face aos cus-
do direito fundamental de todos os cidadãos à pro- tos da doença, sem dispensar a necessária articula-
teção da saúde, independentemente da condição ção com os setores privado e social.
social, da situação económica, ou da localização
• Prosseguir a intervenção dirigida aos principais “Ter direito à Saúde é ter acesso” – Melhorar o aces-
fatores de risco, nomeadamente nas políticas so ao Serviço Nacional de Saúde
dirigidas à promoção da alimentação saudável
e da atividade física, ao combate à obesidade, A melhoria do acesso ao SNS passa também pela
tabagismo e excesso de álcool, entre outros; diminuição de barreiras ao acesso, designadamen-
te barreiras financeiras, geográficas, administrati-
• Garantir que todas as crianças estão cobertas vas e até de literacia. Com a aprovação da nova Lei
por rastreios de saúde visual e auditiva e reforçar de Bases da Saúde, foi assumida a dispensa da co-
o acesso das crianças e adolescentes a ativida- brança de taxas moderadoras nos cuidados de saú-
• Reforçar a autonomia na gestão hospitalar, no- em cuidados paliativos existentes em Portugal, num
meadamente em matéria de contratação de modelo de integração da abordagem paliativa em
profissionais de saúde, com maior responsabi- todos os contextos de cuidados de saúde, com cui-
lização e avaliação da satisfação pelos utentes dados paliativos generalistas e cuidados paliativos
e profissionais; especializados. Neste domínio, o PS irá:
“Recuperação da autonomia e apoio à doença gra- • Aumentar o número de camas de cuidados pa-
ve ou incurável” – Alargar as respostas em cuidados liativos de baixa complexidade, na Rede Nacio-
continuados integrados e paliativos nal de Cuidados Paliativos, em todas as regiões;
Após o tratamento de uma situação de doença agu- • Constituir Equipas Comunitárias de Suporte em
da, a recuperação da autonomia do utente pode Cuidados Paliativos, em todos os ACES que ain-
implicar a prestação de cuidados diferenciados da delas não dispõem, reforçando a dotação de
adequados à sua condição, em meio não hospita- recursos humanos das já existentes, investindo
lar. Para isso, importa continuar a reforçar a cober- nas suas formação específica e valorização pro-
tura em cuidados continuados integrados, nas suas fissional.
respostas de internamento, ambulatório e cuidados
domiciliários. Adicionalmente, importa criar condi-
“Não há boa Saúde sem Saúde Mental” – Concluir a
ções de sustentabilidade para a oferta disponível,
reforma da Saúde Mental
melhorando o equilíbrio de preços e custos de ex-
ploração. Assim, o PS irá: Portugal é um dos países europeus com mais eleva-
da prevalência de doenças psiquiátricas, com des-
• Aumentar o número de camas da rede geral taque para as perturbações da ansiedade. Porém,
para assegurar a cobertura integral do país; dados de 2013 mostravam que 64,9% das pessoas
com perturbações moderadas e 33,6% das pessoas
• Garantir a oferta das primeiras Unidades de Dia com perturbação grave não recebiam cuidados de
e Promoção de Autonomia da rede; saúde mental adequados, mostrando dificuldades
no acesso com tradução num consumo excessivo
• Constituir Equipas de Cuidados Continuados In- de psicofármacos.
tegrados em todos os Agrupamentos de Centros
de Saúde; A pandemia veio agravar esta fragilidade e a neces-
sidade de reconfiguração do modelo de prestação
• Aumentar as respostas no âmbito da saúde de cuidados de saúde mental, tornando-o mais in-
mental, entre respostas residenciais e unidades tegrado, articulado e próximo das pessoas, comba-
socio-ocupacionais, bem como constituir Equi- tendo o estigma e promovendo uma abordagem
pas de Apoio Domiciliário de Saúde Mental, que centrada nos direitos humanos.
respondam às necessidades dos cidadãos.
Relativamente às demências, estima-se que o País
As situações de doença incurável ou grave, em fase tenha uma prevalência de 20,8 pessoas com de-
avançada e/ou progressiva, implicam uma aborda- mência por 1.000 habitantes, o que nos coloca com
gem específica dirigida ao doente, seus familiares e a quarta maior prevalência da OCDE.
cuidadores, com o intuito de prevenir, aliviar e mini-
A recente aprovação do novo regime de organiza-
mizar o sofrimento físico, psicológico, social e espiri-
ção e funcionamento dos serviços de saúde mental,
tual. Para este efeito, importa expandir as respostas
com uma Coordenação Nacional das Políticas de
• Implementar os Planos Regionais de Saúde para • Criar e implementar medidas que visam substi-
as Demências, promovendo uma sólida respos- tuir o recurso a empresas de trabalho temporário
ta intersetorial às pessoas que vivem com de- e de subcontratação de profissionais de saúde,
mência, às sua famílias e cuidadores. numa aposta clara nas carreiras profissionais e
na organização e estabilidade das equipas com
vínculo aos próprios estabelecimentos de saúde;
“Satisfação dos profissionais de saúde” – Reforçar a
política de recursos humanos do SNS
• Valorizar as carreiras dos enfermeiros, designa-
damente através da reposição dos pontos per-
Os profissionais de saúde são, desde sempre, o ga-
didos aquando da entrada na nova carreira de
rante da qualidade da prestação do SNS e, nos últi-
enfermagem;
mos dois anos, o seu papel foi determinante na res-
posta do país à pandemia, nos hospitais e cuidados
• Criar a carreira de técnico auxiliar de saúde;
de saúde primários, na vigilância de casos e contac-
tos, na vacinação e na testagem
• Promover a integração de médicos dentistas no
SNS e recrutar os profissionais em número ade-
Assim, ao desgaste associado ao habitual ritmo
quado aos gabinetes de saúde oral dos cuida-
intensivo de trabalho no setor da saúde, soma-se,
dos de saúde primários;
Será, ainda, desenvolvido um programa de atração O desafio da promoção da cidadania exige ainda
de titulares com habilitação profissional para a do- que se promova também a autonomia associativa
• Assegurar a clareza e inteligibilidade dos sumá- O nosso ordenamento jurídico dispõe hoje, portanto,
rios dos diplomas publicados no Diário da Repú- de novas ferramentas e de instrumentos reforçados
blica, em particular no que diz respeito a porta- de prevenção e combate à corrupção. No plano or-
rias; gânico, foi criada o Mecanismo Nacional Anticor-
rupção, agência independente dedicada à preven-
• Disponibilizar no portal do Diário da República ção e combate à corrupção, e reforçados os meios
Eletrónico, de forma gratuita, o acesso a um ao dispor da Polícia Judiciária. O Tribunal Central de
conjunto de recursos jurídicos, desde legislação Instrução Criminal conta agora com um quadro de
consolidada e anotada a jurisprudência, incluin- juízes alargado. Foram estabelecidos mecanismos
do um dicionário e um tradutor de termos jurídi- para impedir os mega-processos e a inerente mo-
cos, com um padrão de serviço equiparável ou rosidade. Foram ainda aperfeiçoados os incentivos
superior às bases de dados jurídicas existentes à colaboração com a Justiça e aprovado um regi-
no mercado; me de proteção dos denunciantes. Ao nível das san-
ções, duplicou-se a pena acessória de inibição do
• Estabelecer um programa calendarizado de tra- exercício de funções públicas (que agora pode ir até
dução de diplomas legais para inglês. 10 anos) para titulares de cargos políticos condena-
dos por corrupção, foi estabelecida uma inibição de
funções para gestores de empresas condenados por
I.III.2. Garantir a liberdade de acesso à atos de corrupção e foram harmonizadas as moldu-
profissão ras penais dos crimes conexos com a corrupção. E
ainda foi criminalizada a ocultação de riqueza por
A liberdade de escolha e acesso à profissão é um parte dos titulares de cargos políticos, resolvendo
direito fundamental constitucionalmente garantido assim os obstáculos constitucionais e o impasse de
anos em torno do crime de enriquecimento ilícito.
Portugal dispõe, assim, de um leque amplo e refor- código de conduta, a disponibilização de um ca-
çado de medidas para travar o fenómeno da cor- nal de denúncia, a realização de um programa
rupção, permitindo às autoridades judiciárias – cuja de formação, a designação de um responsável
independência constitui uma garantia absoluta- independente pelo cumprimento normativo e a
mente vital – investigar e punir a criminalidade eco- aplicação de sanções para o respetivo incum-
nómico-financeira com maior eficácia. primento;
O desafio que agora se coloca é o de pôr em prática • Instituir campanhas de consciencialização para
estes mecanismos e assegurar todas as condições o fenómeno da corrupção, no âmbito da educa-
para, desde logo, prevenir ou dissuadir comporta- ção para a cidadania;
mentos corruptivos e, sempre que estes se manifes-
tem, travar um combate sem tréguas aos prevari- • Concretizar o princípio da “pegada legislativa”,
cadores. estabelecendo o registo obrigatório de qualquer
intervenção de entidades externas no processo
legislativo, desde a fase de conceção e redação
I.III.3.1. Prevenir a corrupção e a fraude do diploma legal até à sua aprovação final;
• Responsabilizar as entidades reguladoras, as Existem áreas em que o reforço das autonomias re-
associações públicas profissionais e outras en- gionais pode e deve acontecer. É o caso da eficácia
tidades competentes em determinados setores do exercício das funções do Estado nas Regiões Au-
de atividade pela imposição de medidas adicio- tónomas ou, numa perspetiva mais vasta, da dico-
nais aos setores por si tutelados, promovendo tomia entre as funções do Estado e as funções das
boas práticas em setores como o sistema finan- Regiões Autónomas. Assim, o PS irá:
ceiro, da construção, o desportivo e dos serviços
públicos essenciais;
• Dinamizar e reunir com periodicidade o Conse- e das competências das CCDR, agora democratica-
lho de Concertação com as Autonomias Regio- mente mais legitimadas. Em termos que permitam,
nais, composto por membros dos Governos da de forma serena e responsável, reabrir o debate em
República e Regionais, com o objetivo de valori- torno do processo de regionalização nos próximos
zar o papel das Regiões Autónomas no exercício dois anos, com o objetivo de realizar um novo refe-
das funções do Estado, seja pela participação e rendo sobre o tema em 2024.
colaboração no exercício das competências es-
tatais nessas regiões, seja pelo estabelecimen-
to, quando necessário, de mecanismos de cola- I.III.5.1. Democratizar a governação territorial
boração nas respetivas políticas públicas;
O PS irá:
• Assegurar que a existência das autonomias re-
gionais não significa, por si só, a ausência, abs- • Criar as condições necessárias para a concreti-
tenção ou menor cuidado do Estado quanto aos zação do processo de regionalização, mediante
serviços que cumprem as suas próprias funções a realização de um novo referendo em 2024;
nas Regiões Autónomas ou quanto ao cumpri-
mento, nesses territórios, de objetivos e fins do • Harmonizar as circunscrições territoriais da
Estado; Administração desconcentrada do Estado e
proceder à integração nas CCDR dos serviços
• Promover a contratualização, as parcerias e a desconcentrados de natureza territorial, desig-
ação conjunta que suscite a intervenção direta nadamente nas áreas da educação, saúde, cul-
e mais próxima dos entes regionais em matérias tura, ordenamento do território, conservação da
essenciais ao funcionamento dos serviços do Es- natureza e florestas, formação profissional e tu-
tado nas Regiões Autónomas; rismo, bem como dos órgãos de gestão dos pro-
gramas operacionais regionais e demais fundos
• Reforçar a cooperação e a intervenção, legal ou de natureza territorial, sem prejuízo da descen-
contratualizada, dos órgãos regionais no cum- tralização de algumas destas competências
primento de objetivos e fins do Estado que, nos para as comunidades intermunicipais e áreas
Açores e na Madeira, são prosseguidos pelos ór- metropolitanas;
gãos regionais, uma vez que, pela proximidade e
conhecimento que têm, estes se afiguram como • Atribuir às áreas metropolitanas competências
um elemento potenciador da eficácia da ação supramunicipais nos respetivos territórios, de-
pública. signadamente nos domínios da mobilidade e
transportes (incluindo os operadores de trans-
portes públicos), do ordenamento do território e
I.III.5. Aprofundar a Descentralização: mais da gestão de fundos europeus;
democracia e melhor serviço público
• Promover uma revisão do atual sistema da clas-
Depois de levar a cabo o maior processo de descen- sificação estatística regional NUT com a criação
tralização de competências das últimas décadas e de duas novas regiões nuts II, correspondentes
de concretizar o compromisso de democratização à Península de Setúbal, que integrará os conce-
das CCDR, o PS considera que é essencial aprofun- lhos ao sul do tejo da atual NUT II de Lisboa, e a
dar o processo de reforma do Estado, estabelecen- do Oeste e Vale do Tejo, que integrará as atuais
do uma governação de proximidade baseada no nuts 3 do Oeste, do Médio Tejo e da Lezíria do
princípio da subsidiariedade. Importa, pois, olhar Tejo, dando maior coerência ao atual sistema de
para o modelo de organização territorial do Estado classificação e fazendo-o corresponder às dinâ-
e reequacionar o funcionamento da Administração micas económicas e sociais registadas.
desconcentrada, desde logo com o reforço do papel
• Identificar novas competências a descentrali- • Criar um registo de interesses dos titulares de ór-
zar para as Comunidades Intermunicipais (CIM), gãos autárquicos.
para os municípios e para as freguesias no ci-
clo autárquico, aprofundando as áreas já des-
I.III.5.4. Melhorar o serviço público local
centralizadas e identificando novos domínios
com base na avaliação feita pela Comissão de
O PS irá:
Acompanhamento da Descentralização e em
diálogo com a ANMP e a ANAFRE;
• Abrir Lojas de Cidadão ou balcões multisservi-
• Desenvolver estruturas de apoio técnico parti- ços em todos os municípios, definindo o padrão
lhado, a nível intermunicipal, para apoio ao exer- mínimo de serviços públicos acessíveis em todos
cício de novas competências pelos municípios e os concelhos;
freguesias;
• Definir o nível de serviço público obrigatoria-
• Criar projetos-piloto de gestão descentralizada mente disponível em todas as freguesias, a as-
nas áreas da educação, da saúde, do desenvol- segurar através de Espaços Cidadão ou de uni-
vimento rural, das políticas sociais e da forma- dades móveis de proximidade;
ção profissional;
• Estabelecer, através das CIM, um modelo de
• Dotar todas as freguesias de condições para o distribuição territorial dos serviços públicos de-
exercício de novas competências, desde logo pendentes da Administração central, de outras
garantindo a aplicação do novo regime legal entidades públicas, de empresas públicas ou de
que lhes permite contarem sempre com um concessionários de serviço público, definindo os
membro exercendo funções a meio tempo; níveis mínimos de acesso presencial ou digital a
nível sub-regional.
• Aplicar o novo regime de criação, modificação
e extinção de freguesias, de modo a corrigir os
erros da reforma territorial de 2013, prevendo a I.III.5.5. Colocar o financiamento territorial ao
participação obrigatória dos órgãos das autar- serviço do desenvolvimento
quias abrangidas e garantindo a estabilidade
territorial mínima ao longo de três mandatos. O PS irá:
• Alargar a autonomia municipal na gestão das Hoje, estamos na linha da frente de todas as agen-
taxas e benefícios fiscais relativos aos impostos das europeias relevantes, do aprofundamento da
locais; União Económica e Monetária ao acolhimento dos
refugiados ou da transição energética à defesa do
• Ampliar os critérios de territorialização da derra- Estado de Direito; e de todas as agendas multilate-
ma sobre IRC; rais, dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável à
Agenda do Clima e ao Pacto Global das Migrações.
• Consolidar a participação dos municípios na re-
ceita do IVA territorializado; Ao mesmo tempo, consolidámos e alargámos os ei-
xos estratégicos da política externa portuguesa. Na
• Proceder a uma avaliação independente da Europa, através da capacidade de interlocução com
adequação dos recursos financeiros transferi- as instituições europeias e com os Estados-Membros
dos para as autarquias locais ao exercício das que defendem a integração europeia, assim como
novas competências descentralizadas, aferindo com o Reino Unido. No Atlântico Norte, mercê do
da eficácia e eficiência na gestão descentraliza- empenhamento na NATO e nas relações bilaterais
da dos recursos públicos. com os Estados Unidos e o Canadá. No Atlântico
Sul, com a participação na Conferência Ibero-Ame-
ricana e a ligação a África. Na CPLP, com a conclu-
I.IV. VALORIZAR AS FUNÇÕES DE são bem-sucedida do Acordo sobre Mobilidade, os
SOBERANIA programas de cooperação mantidos com todos os
países africanos de língua portuguesa e com Timor-
-Leste, e o programa específico de apoio e doação
I.IV.1. Afirmar Portugal como país aberto à de vacinas contra a Covid-19. Na ligação às comu-
Europa e ao Mundo nidades residentes no estrangeiro, com a atenção
particular às circunstâncias mais difíceis (como a
O período das duas legislaturas ocorridas entre 2015 Venezuela ou a África do Sul), com a extensão do re-
e 2021 marcou a reposição da imagem e da credibi- censeamento automático a todos os portugueses,
lidade europeia e internacional de Portugal. A saída, com o reforço dos laços com todas as comunidades
em 2016, do Procedimento por Défices Excessivos e, e suas associações e com o lançamento do Novo
em 2018, a eleição do nosso ministro das Finanças Modelo de Gestão Consular. E na promoção da in-
para a presidência do Eurogrupo demonstraram-no ternacionalização da nossa economia e da nossa
expressivamente, no plano europeu. Depois, a presi- língua e cultura.
dência portuguesa do Conselho da União Europeia,
no primeiro semestre de 2021, consolidou o nosso O programa para 2022-2026 carateriza-se, assim,
prestígio e evidenciou a nossa capacidade de con- pela continuidade e o aprofundamento dos eixos e
tribuir para fazer avançar a agenda da integração objetivos estratégicos da política europeia e exter-
europeia, designadamente com a Cimeira Social na, propondo para cada um deles as seguintes me-
do Porto, a entrada em vigor do Quadro Financeiro didas fundamentais:
Plurianual e dos primeiros planos nacionais de Re-
cuperação e Resiliência, a aprovação da Lei do Cli-
ma e a Cimeira UE-Índia. I.IV.1.1. Participar ativamente na construção
europeia, promovendo uma agenda progressista,
No plano mundial, a eleição e reeleição de António defendendo os valores europeus e o Estado de
Guterres para Secretário-Geral das Nações Unidas Direito, conduzindo a recuperação económica e
e a eleição de António Vitorino para Diretor-Geral a transição verde e digital, reforçando o papel da
da Organização Internacional das Migrações, bem Europa no Mundo:
como as outras responsabilidades assumidas em
diferentes organizações, ilustram também a proje-
ção do nosso país.
I.IV.1.2. Apoiar o multilateralismo e o sistema das • Reforçar a nossa rede diplomática, concluindo a
Nações Unidas, consolidando o protagonismo de abertura das novas embaixadas nos continen-
Portugal nas organizações e agendas principais: tes africano e asiático e projetando a abertura
de novas embaixadas e postos consulares.
• Apoiar o Secretário-Geral das Nações Unidas, e
o seu programa de reforma e liderança, e procu-
rar alcançar a eleição de Portugal para o Conse- I.IV.1.4. Valorizar a Comunidade dos Países de
lho de Segurança, no biénio de 2027-28; Língua Portuguesa, como comunidade de língua,
cidadania, cooperação político-diplomática e
• Intervir em todas as agendas multilaterais, da espaço económico:
Paz e Segurança à Agenda 2030, da Agenda do
Clima ao Pacto das Migrações, assumindo no- • Implementar o Acordo sobre Mobilidade na
vas responsabilidades e concretizando as res- CPLP, procedendo às necessárias alterações le-
ponsabilidades já assumidas, com realce para gislativas na ordem interna;
• Tirar pleno partido dos recursos contidos no pro- • Melhorar as condições dos cidadãos nacionais
grama Europa Global e nos instrumentos das residentes no estrangeiro face aos serviços pú-
instituições financeiras multilaterais disponíveis blicos, designadamente na área do fisco e da
para o apoio ao investimento gerador de desen- segurança social, e reforçar o Programa Regres-
volvimento; sar;
de Defesa fundada numa cooperação estruturada Para todos estes desígnios, importa continuar a co-
permanente no domínio da segurança e da defesa. locar as pessoas primeiro, aproximar a instituição
Foi possível aprovar o Fundo Europeu de Defesa, lan- militar da sociedade e vice-versa, reforçar e racio-
çar o Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, e aprovar nalizar os meios ao serviço da Defesa, e continuar a
a quarta vaga de projetos PESCO, encontrando-se promover a economia de Defesa.
em fase de negociação a nova Bússola Estratégica
da União Europeia. I.IV.2.1. Colocar as pessoas primeiro
I.IV.2.5. Reforçar a proteção civil, com o acento • Implementar o novo modelo institucional de de-
tónico na prevenção e na preparação senvolvimento da área das tecnologias, comuni-
cações e comunicações de emergência do Mi-
O impacto dos trágicos incêndios de 2017 alterou nistério da Administração Interna, assegurando
radicalmente a consciência coletiva, mobilizando a uma estrutura de gestão integrada de rede que
sociedade portuguesa para a prioridade que deve inclua a área tecnológica da Rede Nacional de
ser dada à prevenção de riscos múltiplos e à prepa- Segurança Interna, as comunicações, o 112.pt, as
ração necessária para fazer face às consequências comunicações de emergência (rede SIRESP) e
de catástrofes. as bases de dados dos serviços e organismos da
administração interna;
Em conformidade, o PS irá:
• Implementar o sistema de Planeamento Civil
• Concretizar o Programa de Proteção Civil Pre- de Emergência nas redes da indústria, energia,
ventiva 2020/30, integrando todas as áreas de transportes e mobilidade, comunicações, agri-
gestão de risco de catástrofe com um plano de cultura, ambiente, saúde e ciberespaço, inte-
financiamento associado, utilizando recursos grando a adoção de medidas preventivas e de
nacionais e europeus do PRR e do novo Quadro coordenação de resposta em caso de catástrofe
Financeiro Plurianual; ou situação de emergência, com vista a salva-
guardar o funcionamento dos serviços públicos,
• Pôr em prática o novo Sistema de Gestão Inte- das instituições do Estado e das infraestruturas
grada de Fogos Rurais, assegurando a articula- críticas;
ção entre todas as entidades participantes na
prevenção estrutural, nos sistemas de autopro- • Executar o programa de segurança de equipa-
teção de pessoas e infraestruturas (designada- mentos de utilização coletiva 2020/2023, que
mente o programa Aldeia Segura/Pessoas Segu- permita a identificação dos perigos e a mitiga-
ras), nos mecanismos de apoio à decisão e no ção do risco, nomeadamente ambiental, sísmico,
dispositivo de combate aos incêndios rurais; inundações e cheias em bacias urbanas, outros
fenómenos naturais e ameaças NRBQ (riscos nu-
cleares / radiológicos / biológicos / químicos).
• Garantir que, nos processos onde estejam em • Reforçar significativamenteo número de jul-
causa questões da vida dos cidadãos (ex. regu- gados de paz, em parceria com as autarquias
lação do poder paternal, heranças), o sistema locais, comunidades intermunicipais e outras
de justiça assegura respostas muito rápidas, a entidades públicas, alargando as suas compe-
custos reduzidos, nomeadamente através dos tências e criando também julgados de paz espe-
julgados de paz e de sistemas de resolução al- cializados, a funcionar de forma desmaterializa-
ternativa de litígios; da, designadamente em questões de regulação
do poder paternal, condomínio e vizinhança;
• Desenvolver novos mecanismos de simplifica-
ção e agilização processual nos vários tipos de • Reforçar os sistemas de mediação públicos e o
processo, designadamente através da revisão acesso à mediação, designadamente familiar e
de intervenções processuais e da modificação laboral;
de procedimentos e práticas processuais que
não resultem da lei, mas que signifiquem passos • Reforçar a ação dos centros de arbitragem ins-
processuais acrescidos resultantes da prática titucionalizados para a resolução de conflitos
judiciária; administrativos enquanto forma de desconges-
tionar os tribunais administrativos e fiscais e de
• Aumentar a capacidade de resposta da juris- proporcionar acesso à Justiça para situações
dição administrativa e tributária, tirando pleno que, de outra forma, não teriam tutela jurisdicio-
partido das possibilidades de gestão e agiliza- nal efetiva;
ção processual, designadamente quanto a pro-
cessos de massas; • Reforçar a qualidade e a celeridade do serviço
prestado nos registos públicos, quer nos servi-
• Criar mecanismos mais céleres de prevenção e ços presenciais, quer nos serviços desmateriali-
reparação de danos em matéria de urbanismo e zados, apostando na simplificação de procedi-
proteção do ambiente; mentos, balcões únicos e serviços online.
• Assegurar que as citações, notificações, man- • Garantir adequada formação inicial e contínua
dados ou intimações dirigidas a particulares aos oficiais de justiça, com reforço da capacita-
utilizem sempre linguagem clara e facilmente ção e valorização das respetivas competências;
percetível por não juristas.
• Agilizar o tempo de resposta em matéria de pe-
rícias forenses e demais serviços no âmbito da
I.IV.3.3. Criar condições para a melhoria da medicina legal;
qualidade e eficácia das decisões judiciais
• Permitir e incentivar a composição por acordo
As decisões judiciais têm uma legitimidade pró- entre a vítima e o arguido, nos casos em que não
pria, que lhes é conferida pela Constituição e pela existe outro interesse público relevante;
lei. Contudo, e sendo essa legitimidade indiscutível,
têm de ser criadas todas as condições – legais, ma- • Aumentar o leque de crimes em que é possível o
teriais e outras – para as tornar efetivas, melhorar ofendido desistir da queixa;
o processo de decisão e aumentar a aceitação das
sentenças pela comunidade, designadamente em • Revisitar o conceito e a forma de quantificação
setores como a justiça penal, de família e laboral. dos danos não patrimoniais, de forma a corres-
Para o efeito, o PS irá: ponder a uma efetiva tutela da pessoa e da di-
gnidade humana.
• Aumentar os modelos alternativos ao cumpri-
mento de pena privativa da liberdade em es-
tabelecimento prisional, em especial para con-
denados aos quais se recomende uma especial
atenção do ponto de vista social, de saúde ou
familiar;
Assim, tendo como objetivo a aceleração da descar- • Reforçar a capacidade de produção elétrica dos
bonização da economia, o PS compromete-se a: parques eólicos existentes e fomentar sistemas
híbridos, reduzindo a necessidade de constru-
ção de novas infraestruturas;
• Acelerar a concretização do Plano Nacional
Energia e Clima 2030 e o Roteiro para a Neu- • Apostar na produção renovável offshore, conso-
tralidade Carbónica 2050, promovendo roteiros lidando e alargando o cluster industrial associa-
regionais para a neutralidade carbónica, ela- do ao setor eólico;
• Assumir que a descarbonização pode e deve ser • Promover a emissão de obrigações verdes, fo-
uma estratégia de competitividade e valoriza- mentando o desenvolvimento de plataformas
ção industrial, dinamizando a incorporação de de microcrédito orientado para o investimento
processos, produtos e tecnologias de baixo car- em soluções de baixo carbono, promovendo a
bono, apostando na dinamização de polos de articulação entre o Fundo para a Inovação, Tec-
inovação e criação de novos modelos de negó- nologia e Economia Circular e o Fundo Ambien-
cio, promovendo o desenvolvimento de clusters tal no apoio a projetos de descarbonização e
industriais regionais e fomentando a adoção aumento eficiência no uso de recursos.
generalizada de fontes de energia renováveis na
indústria;
I.II. MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
• Apresentar uma Estratégia Nacional para o Bio-
metano, produzido a partir de biomassa, águas Os transportes são responsáveis por cerca de 25%
residuais ou lamas de ETAR; das emissões de gases com efeito de estufa e por
74% do consumo de petróleo em Portugal, sendo
• Adotar uma fiscalidade verde em linha com o também uma das principais fontes de ruído e de
objetivo de transição justa com uma transferên- poluição do ar, em particular de emissões de óxidos
cia progressiva da carga fiscal sobre o trabalho de azoto e partículas, causa de doenças respirató-
para a poluição e o uso intensivo de recursos, rias e de um grande número de mortes prematuras.
prosseguindo a eliminação de isenções e be- Por estes motivos, o setor deverá, até 2030, reduzir
nefícios fiscais prejudiciais ao ambiente, e que as suas emissões em 40%. Grande parte dos im-
confira uma clara vantagem fiscal aos veículos pactos dos transportes são indissociáveis do exces-
elétricos e a hidrogénio, que altere o enquadra- sivo uso do automóvel, pelo que iremos apostar na
mento fiscal das entidades empregadoras fa- continuidade de políticas que tornem as opções de
vorecendo a comparticipação de transportes mobilidade sustentável mais competitivas do que o
públicos em detrimento da disponibilização de recurso ao veículo individual e que contribuam para
transporte individual e que estabeleça incenti- a sua descarbonização, nos casos em que o seu uso
é imprescindível.
Igualmente determinante para este percurso de des- baixa procura, transformando o PROTRANSP na
carbonização, mas também para a coesão territo- forma de financiar contratos para o desenvolvi-
rial e social, é a aposta na ferrovia. Tendo em conta o mento da oferta local;
tempo que demora a produzir efeitos o investimento
na ferrovia, importa referir que existem, neste mo- • Promover a multimodalidade urbana e a mobi-
mento, obras em curso em todos os principais cor- lidade partilhada, implementando o novo Regi-
redores ferroviários do país e que foi recentemente me Jurídico do Serviço Público de Transporte de
lançado o maior concurso de material circulante da Passageiros em Táxi, o qual permitirá enquadrar
história do caminho de ferro em Portugal. a possibilidade de uma organização e gestão
supramunicipal deste setor e adotar novos mo-
Esse caminho far-se-á, necessariamente, pela delos de prestação de serviços incentivadores
aposta num transporte público acessível e de qua- de uma maior utilização e integração com o sis-
lidade, com destaque para o transporte ferroviário, tema de transportes públicos coletivos;
bem como pela generalização dos veículos elétricos,
progressivamente em modo partilhado e autónomo, • Melhorar a atratividade dos transportes públicos
sem esquecer as formas de mobilidade ativa, como e a experiência dos utilizadores, promovendo a
o uso da bicicleta. digitalização de serviços ligados à mobilidade,
a sua integração e a sua complementaridade
Para promover a descarbonização do setor dos com outros serviços, o desenvolvimento de pla-
transportes, o PS compromete-se a: taformas de informação que permitam soluções
de smart mobility e a implementação de novos
• Manter a redução dos preços dos passes em canais de comunicação, pagamento e informa-
todo o território, através do Programa PART; ção ao público;
• Expandir as redes e serviços de transporte, quer • Garantir transportes públicos acessíveis, crian-
através do Programa de Programa de Apoio à do incentivos à requalificação de estações e in-
Densificação e Reforço da Oferta de Transpor- terfaces e à renovação de frotas, tendo em visto
tes Públicos (PROTransP), quer concretizando os o cumprimento de normas técnicas de acessi-
planos de expansão das redes de transporte pe- bilidade por parte de cidadãos com deficiência,
sado de passageiros nas áreas metropolitanas incapacidade ou mobilidade reduzida;
e em territórios com elevada densidade popula-
• Facilitar a transição para a mobilidade elétrica,
cional e económica, nomeadamente os projetos
favorecendo no plano fiscal os veículos elétricos,
aprovados e em curso nos programas de finan-
mantendo apoios à aquisição dos veículos, re-
ciamento Portugal 2020 e PRR, e os projetos a
forçando e expandindo a rede pública de car-
desenvolver no âmbito do Portugal 2030;
regamento, incluindo o aumento do número de
• Investir nas empresas públicas de transportes, postos de carregamento rápido nos principais
permitindo-lhes aumentar a disponibilidade e a eixos rodoviários e terminar a interligação com
qualidade da oferta e melhorar a qualidade dos Espanha;
serviços;
• Melhorar a integração dos novos conceitos de
• Apoiar a renovação de frotas de transporte pu- mobilidade elétrica com a distribuição e logísti-
blico com veículos de emissões nulas ou reduzi- ca urbana e promover oportunidades de desen-
das; volvimento tecnológico e de novas soluções de
mobilidade sustentável em torno do ecossiste-
• Apoiar a capacitação das autoridades de trans- ma nacional da mobilidade elétrica;
portes para promover o desenvolvimento de re-
des de transporte mais flexíveis e mais capazes • Dar continuidade à Estratégia Nacional para
de responder às necessidades dos territórios de a Mobilidade Ativa Ciclável, integrando nela a
componente pedonal e acelerando a sua im-
que alimenta incêndios rurais cada vez mais violen- ao nível do crescimento sustentável e da valorização
tos e de complexidade crescente. É de igual forma e coesão territorial.
preocupante a introdução, a dispersão e os danos
provocados por agentes bióticos nocivos. A estes fa- A próxima legislatura será determinante para conso-
tores de risco acresce o das alterações climáticas. lidar estes avanços e transformar, de vez, o panora-
Conjuntamente, colocam em causa a sustentabili- ma florestal no nosso país, de modo a evitar tragé-
dade dos ecossistemas florestais e a consequência dias futuras. Para alcançar estes objetivos, o PS irá:
visível tem sido a diminuição da área ocupada por
floresta e o aumento de área ocupada por matos, • Potenciar o sequestro florestal de carbono, pro-
impondo-se a necessidade de ordenar e revitalizar movendo o aumento da área florestal bem como
os espaços florestais, promovendo a sua gestão ati- a reconversão e densificação da área existen-
va com racionalidade, eficiência e profissionalismo. te para espécies mais adaptadas ao território,
tendo em vista a resiliência aos riscos, nomea-
A competitividade e sustentabilidade do setor flo-
damente de incêndio, criando incentivos eco-
restal é, assim, fundamental para gerar valor para
nómicos para projetos de sumidouro florestal
os territórios com solos com aptidão florestal, sendo
e outras atividades que promovam o sequestro
essencial potenciar o rendimento e produtividade
de carbono, priorizando e majorando o apoio à
média da atividade florestal.
promoção da regeneração natural de áreas flo-
restais com espécies de crescimento lento, de
O consenso técnico aponta para a necessidade de
modo a assegurar uma acumulação duradoura
criar uma floresta ordenada, biodiversa e resiliente,
de carbono atmosférico; promover a utilização
conjugada com um mosaico agrícola, agroflorestal
de madeira ou produtos derivados certificados
e silvopastoril, capaz de prestar diversos serviços
na construção e requalificação de edifícios, es-
ambientais e de sustentar as atividades económi-
tudando a introdução de espécies florestais não
cas que lhes estão associadas, reduzindo significa-
autóctones, mais adaptadas às novas condi-
tivamente a severidade da área ardida.
ções climáticas, nas regiões do país mais expos-
tas à desertificação;
A reforma da floresta, adiada por demasiado tem-
po, teve avanços relevantes nas últimas legislaturas,
• Dar sequência ao Programa de Transformação
com destaque para o Programa de Transformação
da Paisagem, enquadrada na Reforma RE-12 –
da Paisagem. Importa, agora, completar a política
Transformação da Paisagem dos Territórios de
de paisagem, optando por modelos de promoção
Floresta Vulneráveis, do PRR:
da floresta para suprir a carência de matéria-prima
florestal para os seus usos de maior valor acrescen-
tado. • Concluir os 20 Programas de Reordenamento
e Gestão da Paisagem, programas setoriais
Pretende-se, assim, continuar a reforma ao nível da que de forma inovadora juntam a floresta e
transformação da paisagem, assente em aborda- o ordenamento do território, refletindo, pela
gens integradas e territorializadas que promovam primeira vez, de forma estruturada, a organi-
uma mudança estrutural nos modelos de ocupação zação do espaço rústico, centrada na paisa-
e gestão dos solos, de valorização do capital natural gem e na resiliência destes territórios, inver-
(recursos água, solo e biodiversidade) e que permi- tendo a tendência de apenas trabalhar as
tam assegurar soluções de organização do território áreas urbanas;
orientadas para o aumento da resiliência dos siste-
mas ecológicos, agrícolas, florestais e das comuni- • Promover a operacionalização das Áreas In-
dades, prevendo a valorização e remuneração dos tegradas de Gestão da Paisagem (AIGP), já
serviços prestados pelos ecossistemas, a redução aprovadas no âmbito dos apoios do Plano de
da frequência e intensidade dos incêndios rurais, Recuperação e Resiliência, através da defi-
com impacto significativo e efeitos de longo prazo nição e concretização das OIGP (Operações
• Discutir em sede de concertação social e apre- dividual, partindo da boa experiência dos árbi-
sentar uma estratégia nacional de segurança tros já existentes no Conselho Económico e So-
e saúde no trabalho, no seguimento do quadro cial, com ancoragem na negociação coletiva e
estratégico europeu aprovado em 2021; com garantia do direito fundamental de acesso
à Justiça;
• Num quadro de recuperação da pandemia, im-
plementar a contribuição adicional por rotati- • Clarificar na lei as condições de exercício dos
vidade excessiva para aprofundar o combate à direitos sindicais nas empresas, mesmo quando
precariedade; nelas não exista representação sindical consti-
tuída;
• Reforçar os mecanismos de garantia de infor-
mação aos trabalhadores no âmbito da nova di- • Discutir, em sede de concertação social, estímu-
retiva europeia das condições de trabalho justas los à participação de empresas e trabalhado-
e transparentes, nomeadamente no que diz res- res em associações, combatendo a baixa taxa
peito à definição de local e horário de trabalho. de associativismo entre empregadores e entre
trabalhadores, fator de enfraquecimento do
No âmbito das relações coletivas de trabalho, a ade- diálogo social e da negociação coletiva, nomea-
quada representação, em particular dos trabalha- damente através de incentivos às empresas e
dores, é uma preocupação estrutural que deve ser propondo a informação automatizada aos tra-
objeto de ação concertada. O PS compromete-se a: balhadores recém-contratados sobre possibi-
lidades de filiação sindical, promovendo maior
associativismo e representação;
• Promover de modo transversal a qualidade do
emprego nos apoios e incentivos públicos e nas • Estabelecer mecanismos de participação de re-
prestações de serviços contratadas pelo Estado, presentantes dos trabalhadores nos conselhos
designadamente condicionando as empresas de administração das empresas cotadas em
beneficiárias ou contratadas ao cumprimento bolsa e das maiores empresas, no que toca às
das normas laborais, incorporando exigências questões salariais e da distribuição de dividen-
de estabilidade dos vínculos e de transparência dos, medida com impacto também no combate
nos custos laborais nos cadernos de encargos às desigualdades de rendimentos;
e instituindo uma majoração sistemática dos
apoios para empresas com contratação coleti- • Reavaliar, com os parceiros sociais, a utilização
va recente; do fundo de compensação do trabalho, a fim de
melhorar o seu enquadramento e impacto nas
• Reforçar a contratação coletiva, através do alar- relações laborais;
gamento da sua cobertura a novas categorias
de trabalhadores, como os trabalhadores em
outsourcing ou os trabalhadores independen- Reforçar os serviços públicos de emprego e a
tes economicamente dependentes, e instituin- orientação das políticas ativas para o trabalho
do novos mecanismos como a arbitragem para digno e um mercado de emprego mais inclusivo
prevenção de situações de caducidade das con-
venções coletivas; As políticas ativas, ancoradas em serviços públicos
de emprego reforçados, são instrumentos de apoio
• Ponderar com os parceiros sociais mecanismos à transição para o emprego, mas devem ser tam-
de reforço da prevenção de conflitos laborais, bém mecanismos de promoção da sua qualidade,
em especial no âmbito da negociação coletiva; contrariando a precarização das relações laborais,
em particular entre os jovens.
• Trabalhar, em diálogo com os parceiros sociais,
em modelos de resolução alternativa de litígios Tendo nas últimas legislaturas sido percorrido um
dos conflitos laborais, na dimensão coletiva e in- caminho importante, é preciso reforçar as políticas
Garantir a transparência e a segurança no acesso • Criar mecanismos que permitam aos consumi-
à habitação e a qualidade do parque habitacional dores/donos de obra conhecer as qualificações
específicas de cada empresa, de modo a que a
Assegurar o direito à habitação de todos implica sua opção possa ser feita tendo em conta a ap-
garantir também a proteção dos direitos e interes- tidão da empresa para a obra em causa.
ses dos agregados familiares que investiram as suas
poupanças na aquisição de casa própria. Adicional-
mente, o regime jurídico da propriedade horizontal Conceber a habitação como instrumento de
em vigor não facilita o acesso a uma habitação com inclusão social e de coesão territorial
qualidade e segurança para uma parte relevante da
população, até porque muitos dos edifícios não se Promover o equilíbrio e a qualidade dos territórios,
encontram em boas condições e podem apresentar a em regiões metropolitanas, urbanas ou rurais, ga-
riscos. rantindo o acesso a condições habitacionais dignas
para todos, constitui um fator poderoso de coesão
Importa ainda assegurar a qualidade construtiva territorial, de promoção da qualidade de vida e do
global do parque habitacional, mediante a harmo- desenvolvimento sustentável e equilibrado do país.
nização das regras aplicáveis à construção, o apro-
fundamento da integração de princípios de sus- Com efeito, para ultrapassar a crise demográfica
tentabilidade ambiental e a qualificação do setor. que o nosso país atravessa, é fundamental criar
Assim, um governo do PS irá: condições para que os jovens não adiem a constitui-
ção de família, corrigir as fortes assimetrias territo-
riais que têm conduzido ao envelhecimento e deser-
• Criar um mecanismo de seguro ou garantia da
tificação dos territórios do interior e à concentração
construção, em articulação com os setores da
de pessoas nas áreas metropolitanas ao longo dos
construção e imobiliário, dos seguros e dos con-
anos, e ainda facilitar a mobilidade dos agregados
sumidores e dos proprietários, que cubra a res-
familiares entre os diferentes territórios e segmentos
ponsabilidade por defeitos de construção em
de oferta habitacional. A este respeito, um governo
caso de insolvência do construtor;
do PS irá:
• Criar melhores condições para a reabilitação e
conservação regular dos edifícios em proprieda- • Facilitar a mobilidade habitacional e territorial,
de horizontal; mediante a implementação do programa Cha-
ve na Mão, e a criação de condições de mobili-
• Codificar as normas técnicas da construção, dade habitacional no parque de arrendamento
permitindo diminuir a extensão, dispersão, frag- público;
mentação e complexidade do quadro regula-
mentar; • Implementar o programa Reabilitar para Povoar,
com o objetivo de alargar a oferta de habitação
• Incentivar modelos de negócio que possam dar nos territórios do interior a preços acessíveis e
resposta ao mercado da reutilização, bem como apoiar os agregados familiares em matéria de
as ferramentas que lhe são inerentes; acesso à habitação;
orgânica clara entre as funções policiais e as ção de múltiplas formas de mobilidade entre os
funções administrativas de autorização e docu- países de fixação das comunidades portugue-
mentação de imigrantes, as quais devem ser as- sas e Portugal e estimulando a criação de redes
seguradas pelos serviços de registos e notariado de partilha de informação, junto das comunida-
e pelos serviços públicos setoriais; simplificando des;
e encurtando os procedimentos de renovação
dos títulos de residência em Portugal; e simplifi- • Incentivar o regresso de emigrantes e lusodes-
cando e agilizando as tipologias e o processo de cendentes, executando e reforçando o Progra-
obtenção de vistos e autorizações de residência, ma Regressar, com vista à promoção do regres-
nomeadamente diminuindo a complexidade so de emigrantes e lusodescendentes a Portugal,
dos títulos existentes, dos procedimentos, dos criando e alargando apoios específicos para os
prazos e do número de contactos com a Admi- próprios e para os seus familiares, designada-
nistração, evoluindo para um balcão único des- mente na habitação, educação, proteção social
tes processos e removendo obstáculos de aces- e acesso prioritário a políticas ativas de empre-
so e comunicação aos serviços públicos. go e formação.
• Promover a articulação entre o sistema educati- de pequena e média dimensão (estágios, tor-
vo e o movimento desportivo; neios, conferências) e de promoção de Portugal
enquanto destino de Turismo Desportivo, otimi-
• Promover a conciliação do sucesso académi- zando os recursos existentes e capitalizando as
co e desportivo, alargando ao ensino superior o condições privilegiadas do país;
bem-sucedido projeto criado em 2016 no ensino
secundário denominado Unidades de Apoio ao • Continuar o combate à dopagem, à manipula-
Alto Rendimento na Escola, consagrando apoio ção de resultados ou qualquer outra forma de
estrutural à carreira dupla, através de tutorias e perverter a verdade desportiva.
ambientes virtuais de aprendizagem para per-
cursos de educação de estudantes atletas no
ensino superior, ajustados e flexíveis à sua car-
reira;
POBREZA E DESIGUALDADES
• Reduzir a taxa de pobreza monetária para o conjunto
da população para 10%, em 2030 – menos 660 mil pessoas
em situação de pobreza.
COESÃO TERRITORIAL
• Assegurar que todas as regiões NUTS II convergem em PIB
per capita com a média europeia.
instituições de I&D e áreas tecnológicas emer- para vítimas de violência doméstica, para tratar
gentes, no quadro dos financiamentos públicos, de todas as questões, com garantias de priva-
também através do desenvolvimento de solu- cidade; assegurando o acompanhamento e a
ções que combatam o enviesamento de género proteção das vítimas; alargar a Rede Nacional
nos sistemas de inteligência artificial; e ampliar de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, de
os programas Engenheiras por um Dia e a Alian- modo a garantir a cobertura integral do terri-
ça para a Igualdade nas TIC; tório nacional; oferecer respostas cada mais
especializadas para os vários casos de violên-
• Lançar um pacto de corresponsabilidade pela cia doméstica e de género e prestar formação
conciliação (pessoas, instituições) que inclua especializada aos diferentes intervenientes no
medidas que promovam a igualdade na pres- sistema de prevenção e proteção das vítimas de
tação de cuidados e da partilha de tarefas do- violência doméstica; concluindo a unificação
mésticas e familiares entre mulheres e homens; da Base de Dados da Violência Doméstica, ins-
tituindo um sistema de tratamento de informa-
• Lançar um programa de competências da vida ção que se baseie numa visão global e integra-
diária, nas escolas, desde o pré-escolar, e nos da em matéria de homicídios e de outras formas
vários programas de educação não formal, nas; de violência contra as mulheres e de violência
em atividades das redes de empresas e institui- doméstica
ções e nos meios de comunicação social.
• Reforçar a transversalidade nas políticas de pro- Sempre foi prioridade do PS potenciar a autonomia
moção da igualdade de género, alargando a ex- e a inclusão das pessoas com deficiência ou inca-
periência dos orçamentos de igualdade de gé- pacidade. Na última legislatura, foi consolidado e
nero em diferentes áreas governativas, de modo reafirmado o compromisso político assumido com a
a tornar a igualdade de género um elemento criação da Estratégia Nacional para a Inclusão das
transversal à construção do Orçamento do Es- Pessoas com Deficiência 2021-2025.
tado e dos orçamentos dos diferentes serviços
Pretendemos implementar as medidas constantes
públicos; incentivar ; incentivando mecanismos
naquela Estratégia, com um impacto transversal na
de autorregulação destinados a evitar a disse-
vida destes cidadãos, através da concretização de
minação de conteúdos promocionais e publici-
planos plurianuaisde execução, das quais destaca-
tários que incorporem estereótipos de género ou
mos:
que sejam contrários ao princípio da igualdade
e da tolerância; e aprofundar a dimensão da
análise integrada das discriminações múltiplas • Definir um plano nacional de não institucio-
nos instrumentos estratégicos de promoção da nalização, que permita responder aos atuais
igualdade e da não discriminação; desafios colocados pela inclusão das pessoas
com deficiência, apostando em soluções e in-
• Combater todas as formas de violência, em par- vestimentos direcionados para respostas sociais
ticular contra as mulheres, com destaque para inovadoras, de proximidade, em articulação
a violência doméstica, apostando na prevenção com os municípios e o setor social, tais como as
primária, em particular nas escolas, nas uni- residências de autonomização, os Centros de
versidades e nos serviços de saúde, de modo a Acompanhamento e Reabilitação de Pessoas
evitar a violência no namoro e todas as formas com deficiência ou as equipas de mediação
de violência de género; desenvolver um sistema para a inclusão;
integrado de sinalização de potenciais vítimas
e agressores; promovendo a atuação integra- • Concretizar o modelo definitivo de Apoio à Vida
da do sistema educativo, do sistema de saúde, Independente, enquanto resposta social, tendo
das polícias, das instâncias judiciárias e outros por base a avaliação dos projetos-piloto de as-
agentes; criando um ponto único de contacto sistência pessoal em funcionamento, para en-
trar em vigor a partir de 2023;
Construir um sistema fiscal mais justo ca fiscal que se mostrem mais eficientes à con-
cretização das finalidades propostas;
Um sistema fiscal mais progressivo e que resista
melhor à evasão contribui para promover mais jus- • Garantir um quadro de estabilidade na legisla-
tiça social e menos desigualdade. Para atingir es- ção fiscal, assegurando a previsibilidade neces-
tes objetivos, importa aproximar o tratamento fiscal sária à dinamização do investimento privado.
aplicável aos diferentes tipos de rendimentos, va-
lorizar o princípio da capacidade contributiva e, a
par da luta contra a fraude e a evasão fiscal, fechar Reforçar a cooperação europeia
os alçapões que permitem um planeamento fiscal e internacional para combater as
agressivo. Isto exige mais cooperação internacional, desigualdades globais
sobretudo no âmbito da União Europeia, e respostas
inovadoras para os processos de desterritorializa- A evasão e a elisão fiscal não só privam o país de
ção suportados pelo desenvolvimento tecnológico. recursos necessários ao seu desenvolvimento e ao
financiamento das funções sociais do Estado, como
introduzem novas possibilidades de agravamento
Promover a progressividade fiscal das desigualdades. Acresce que são fenómenos cla-
ramente regressivos, aumentando em termos abso-
A progressividade dos impostos sobre o rendimento lutos e relativos na relação direta do aumento dos
individual é um mecanismo básico de redistribui- rendimentos e da riqueza.
ção. Porém, a sua eficácia neste plano requer uma
maior equidade no tratamento de todos os tipos de Assim, as crescentes sofisticação e globalização
rendimento e a eliminação de soluções que, benefi- dos mecanismos de evasão e de elisão fiscal tor-
ciando os contribuintes com mais recursos, induzam nam indispensável uma maior cooperação europeia
dinâmicas contrárias de regressividade. Neste cam- e internacional, bem como a criação de novas ini-
po, um governo do PS irá: ciativas, quer no âmbito da União Europeia, quer no
âmbito da OCDE. Para este efeito, um governo do
PS irá:
• Dar continuidade ao desenvolvimento de meca-
nismos que acentuem a progressividade do IRS,
concluindo a revisão de escalões, de forma a • Bater-se por uma maior justiça fiscal à escala
desagravar os impostos sobre o rendimento das europeia, combatendo a erosão das bases tri-
classes médias e assegurar uma maior equidade butáveis entre diferentes Estados, a evasão fis-
no tratamento de todos os tipos de rendimentos; cal e a concorrência desleal;
• Modernizar, simplificar e agilizar os instrumen- O caminho para a escola inclusiva, que, como o
tos de regulação da economia social, em estrei- Plano 21|23 Escola+ prevê, será robustecido pela ca-
to diálogo social com os diferentes setores que a pacitação das escolas e com novos programas de
compõem; apoio às aprendizagens e ao desenvolvimento de
competências socioemocionais, será continuado
• Promover os diferentes ramos do setor coopera- através das seguintes medidas:
tivo, estimulando a sua modernização e rejuve-
nescimento, e, em particular, reforçar e agilizar
o modelo das cooperativas de interesse público, • Consolidação dos apoios tutoriais, generalizan-
de modo a torná-lo mais atrativo para o envol- do-os a todos os alunos com dificuldades ates-
vimento de diferentes entidades públicas e pri- tadas nos instrumentos de aferição e com espe-
vadas na construção de parcerias duradouras cial atenção aos impactos da pandemia;
na resposta a necessidades sociais, culturais e
outras, por exemplo em articulação com dinâ- • Dar continuidade ao reforço das políticas de
micas de mercado social de emprego; Ação Social Escolar, estabelecendo-as como
ferramentas fundamentais de combate às desi-
• Criar uma rede de incubadoras sociais, que fa- gualdades e ao insucesso escolar.
voreçam o nascimento e acompanhamento de
novos projetos da economia social, de modo a • Reabilitar as residências escolares, instituindo a
promover o seu dinamismo e rejuvenescimento; gratuitidade da sua utilização durante a escola-
ridade obrigatória, estudando também a possi-
bilidade de acolher professores deslocados;
• Continuar a incorporar o desígnio de coesão ter- fatores competitivos das regiões, nomeadamente
ritorial, de forma transversal, nas diversas políti- nas suas características e ativos existentes. Com
cas públicas setoriais pertinentes, com uma in- este propósito, um governo do PS irá:
tensidade suficientemente discriminadora para
compensar as externalidades negativas que
• Apostar no potencial competitivo dos territórios
têm afetado o desenvolvimento dos territórios
de baixa densidade, para acolher investimento
de baixa densidade;
empresarial inovador e competitivo, reposicio-
nando o interior de Portugal como espaço de
• Conferir prioridade aos territórios mais vulnerá-
uma nova atratividade;
veis, que devem beneficiar de um estatuto espe-
cial, sem deixar de apostar no desenvolvimento
• Reforçar o diferencial de incentivos para inves-
das cidades médias, enquanto espaços polari-
timentos realizados nas regiões de baixa densi-
zadores de dinâmicas de inovação, potenciando
dade, com mecanismos de majoração e/ou com
parcerias urbano/rural que estabeleçam com-
dotação específica para estes territórios e/ou
plementaridades e sinergias entre os territórios;
medidas dedicadas a estes territórios, nas polí-
ticas de estímulo ao investimento (e.g., inovação
• Reforçar a mobilidade das pessoas dentro de
produtiva, empreendedorismo, qualificação e
territórios de baixa densidade (ex: novas redes
internacionalização, investigação e desenvolvi-
de transporte a pedido) e na sua ligação ao res-
mento tecnológico, e estímulo à produção na-
to do país, como instrumento fundamental de
cional) e nas políticas ativas de emprego (e.g.,
coesão social;
+CO3SO Emprego Interior, +CO3SO Empreende-
dorismo Social e contratação de Recursos Hu-
• Continuar a promover a redução do valor das ta-
manos Altamente Qualificados) bem como nas
xas das portagens nas autoestradas do Interior;
medidas de apoio à mobilidade de trabalhado-
res para estes territórios;
• Assegurar a conectividade digital em todos os
territórios do Interior, garantindo uma cobertura
• Eliminar ou simplificar processos burocráticos
de banda larga fixa e móvel generalizada à to-
que atualmente constituem um entrave à fixa-
talidade da população, de forma a garantir não
ção da atividade económica, reduzindo os cus-
só a acessibilidade dos cidadãos, mas também
tos de contexto e de transação que as empresas
uma vantagem competitiva para a atração de
têm por se instalarem no interior;
investimento empresarial, incluindo em ativida-
des relacionadas com serviços digitais.
• Impulsionar o Programa de Captação de Investi-
mento para o Interior, com ações de divulgação
do potencial de acolhimento de investimento
Atrair investimento para o interior dos territórios de baixa densidade e dos apoios
majorados e/ou dedicados disponíveis, designa-
A atração de investimento que crie emprego e per-
damente através de roadshows e de um acom-
mita fixar populações, assegurando saldos migra-
panhamento muito próximo das intenções de
tórios positivos, apresenta-se como uma condição
investimento e sua posterior realização;
indispensável para contrariar as tendências de
abandono de vastas áreas do território nacional.
• Agregar competências e mecanismos de orien-
Para isso, é necessário criar um ambiente favorável
tação dirigidos às empresas, através de centros
ao investimento e colmatar falhas de mercado, as-
de apoio e estruturas partilhadas que, em back-
sociadas à menor provisão de bens e serviços, a cus-
-office, facilitem o desenvolvimento das ativida-
tos de contexto acrescidos e a outras desvantagens
des económicas.
estruturais. Importa, pois, mobilizar apoios e incenti-
vos suficientemente atrativos, quer ao investimento,
quer à criação e atração de emprego, assentes nos
• Promover projetos de inovação rural, quer na mo em risco de perderem toda ou quase toda a po-
conceção de novos produtos, quer na valoriza- pulação, com as inerentes consequências na confi-
ção e dinamização das cadeias de valor dos re- guração do território e no uso dos solos, decorrentes
cursos endógenos e endogeneizáveis (ex: design do abandono da terra. Neste sentido, o PS advoga a
ou marketing inovador); necessidade de aprofundar e dirigir políticas públi-
cas que respondam à extrema vulnerabilidade das
• Incentivar o empreendedorismo com base nos regiões em situação de “risco”, assegurando a sua
recursos endógenos e saberes tradicionais, mas sustentabilidade. Assim, um governo do PS irá:
também nos clusters de inovação ligados ao
território e que diversifiquem a base económica
• Reforçar, em diálogo com os parceiros sociais, os
(“Agendas Mobilizadoras” no Interior do país);
incentivos à mobilidade geográfica no mercado
de trabalho, incluindo dos trabalhadores da ad-
• Promover a qualificação e a valorização dos re-
ministração pública através do programa de In-
cursos endógenos e endogeneizáveis, nomea-
centivos à Fixação de Trabalhadores do Estado
damente através da aposta na I&D e na inter-
no Interior; e da promoção do teletrabalho pela
nacionalização;
utilização da Rede de Espaços de Coworking/Te-
letrabalho no Interior;
• Instituir mecanismos de pagamento pelos servi-
ços dos ecossistemas, como forma de compen-
• Adotar políticas ativas de repovoamento do
sar o mundo rural pelas utilidades que presta ao
interior, com vista à fixação e à integração de
todo nacional;
novos residentes, nomeadamente através da
atração de migrantes (e.g., reforçar o Programa
• Dinamizar aldeias pela criação de comunidades
Trabalhar no Interior e o Programa Regressar);
digitalmente conectadas, inclusivas e sustentá-
veis, capazes de fixar e atrair pessoas e famílias
• Dar continuidade ao Programa Nacional de
e criar emprego, bem como aldeias que apro-
Apoio ao Investimento da Diáspora por forma
veitam da melhor forma a vida em comunidade
a atrair investidores, trabalhadores e famílias
e a proximidade ao comércio local e a serviços
para o interior;
do dia-a-dia, e onde é possível trabalhar com
as melhores condições, para qualquer parte do
• Implementar o Programa “Conhecer Portugal”,
mundo através do digital;
que se materializa por um programa Erasmus
interno, fomentando a mobilidade de estudan-
• Difundir o turismo de natureza.
tes entre instituições de ensino superior do litoral
e do interior;
Promover a fixação de pessoas nos • Lançar um programa de regresso ao campo,
territórios do interior que promova a reversão do êxodo rural, estimu-
lando o regresso de quem saiu do interior para
O país conheceu nas últimas décadas um desenvol-
as cidades e aí vive atualmente com menor qua-
vimento sem precedentes, nomeadamente através
lidade de vida;
da utilização de fundos da União Europeia direcio-
nados para a revitalização da economia e moderni- • Facilitar a mobilidade habitacional e territorial
zação do tecido empresarial, para a qualificação e dos agregados familiares, em especial jovens,
a coesão social e para a dotação de infraestruturas avançando com novas soluções apontadas pelo
e acessibilidades. Contudo, persistem sérias dispa- grupo de trabalho “Habitar no Interior”, além do
ridades regionais, em particular nos concelhos mais já existente programa Chave na Mão;
periféricos do interior, caracterizados por uma muito
baixa densidade populacional e um elevado índice • Promover a habitação jovem no interior, através
de envelhecimento. Muitos aglomerados estão mes- de bolsas de casas para arrendamento por jo-
• Garantir 50% de graduados na faixa etária dos 30 aos 34 anos até 2030.
Estamos assim em 2022 numa circunstância em Este é, pois, o momento de exprimir de forma cla-
que retomámos o crescimento económico, em que ra o modelo de desenvolvimento que ambiciona-
a taxa de desemprego está já a um nível inferior ao mos para o país: uma economia e uma sociedade
nível em que se encontrava antes da crise, em que assentes no conhecimento, em que o crescimento
as exportações estão de novo a crescer, em que re- da produtividade assenta na inovação e na qualifi-
gistámos um novo máximo de investimento empre- cação das pessoas; uma sociedade inclusiva, que a
sarial no primeiro semestre deste ano, e em que a todos oferece as competências para poderem par-
AICEP encerrou o ano com um novo máximo históri- ticipar nas oportunidades criadas pelas novas tec-
co de investimento contratado. nologias digitais; uma economia aberta, em que o
Estado apoia o processo de internacionalização das
O bom desempenho recente dá-nos por isso confian- empresas e a modernização da sua estrutura pro-
ça para esta recuperação. Mostra que, não estamos dutiva.
condenados a divergir e a definhar, mas que pode-
As metas que propomos são claras: alcançar nesta formação, na educação e na ciência. O nosso ca-
década um volume de exportações equivalente a 50% minho é por isso claro: a competitividade de Portu-
do PIB e atingir um investimento global em I&D de 3% gal passa por apostar nos nossos recursos e no valor
do PIB em 2030, sendo 1,75% da responsabilidade das acrescentado do nosso trabalho, qualificando mais
empresas. Este modelo está ao nosso alcance. Tra- os portugueses.
ta-se de generalizar aquilo que muitas empresas nos
mais variados setores já estão a concretizar. Este investimento deve ser realizado de forma in-
clusiva, estimulando o acesso ao ensino e à apren-
Para tanto, precisamos de incentivar a adoção, por dizagem ao longo da vida e criando condições de
parte das empresas e da economia, de ferramen- acesso, facilitado e gratuito, à Internet para toda a
tas e instrumentos mais modernos, promovendo e população. Com este mesmo objetivo, de que nin-
apoiando a criação de mais e melhor emprego. guém fique para trás, é necessário proteger aqueles
que estão menos capacitados para enfrentar os de-
Precisamos adicionalmente de criar um quadro fa- safios da transição digital. Apoiar estas pessoas na
vorável para que as empresas disponham dos recur- necessária atualização de conhecimentos e compe-
sos para assegurar os investimentos necessários à tências, antecipar as consequências da progressi-
adoção de novos modelos de produção, que incor- va automação e evitar que as plataformas digitais
porem as tecnologias associadas à digitalização e constituam uma forma de erosão de direitos labo-
à automação. Além disso, é preciso uma fiscalida- rais longamente estabelecidos são condições indis-
de que favoreça o investimento e a capitalização pensáveis para que a referida transição digital seja
das empresas, instituições financeiras públicas que uma transição justa, socialmente equilibrada e com
compensem as falhas de mercado no financiamen- direitos.
to da transição para a economia digital e a articula-
ção entre instituições públicas e o setor empresarial Vamos também continuar a privilegiar a simplifica-
que facilite a concretização dos objetivos estratégi- ção administrativa, a reforçar e a melhorar os servi-
cos que nos propomos. ços prestados digitalmente pelo Estado, a promover
o seu acesso e usabilidade, a desmaterializar ainda
Por outro lado, só conseguiremos atingir estes obje- mais procedimentos administrativos e a apostar na
tivos se continuarmos a investir nas pessoas e nas modernização administrativa como uma forma de
suas qualificações, quer no sistema educativo, quer melhor servir o cidadão.
ao longo da vida, através de um investimento trans-
versal em mais competências digitais.
I.I. ECONOMIA 4.0
O modelo de desenvolvimento que ambicionamos,
baseado no conhecimento e no valor acrescentado Nos últimos anos, assumimos a inovação e a digitali-
das atividades económicas, requer recursos huma- zação como eixos estratégicos de transformação do
nos cada vez mais qualificados. O crescimento da perfil da nossa economia, cientes de que, por essa
produtividade deve beneficiar da qualificação da via, as empresas e as organizações geram mais valor
gestão das empresas que, por sua vez, favorece a e criam mais riqueza, ganham vantagens competiti-
criação de melhor emprego e de relações de tra- vas nos mercados, tiram partido das qualificações e
balho mais justas. Um governo do PS continuará a das competências dos trabalhadores e asseguram
promover a criação de relações de trabalho mais melhores salários. Esta aposta é particularmente re-
justas e uma maior participação do trabalho no levante para um País que vê na globalização asso-
rendimento nacional. ciada ao digital a oportunidade para reverter a sua
posição geográfica periférica, adquirindo uma nova
Na verdade, construir um Portugal moderno, ino- centralidade e usando o digital como instrumento
vador e na linha da frente da sociedade da infor- de coesão territorial, na medida em que permite es-
mação significa, sobretudo, pensar nos cidadãos e bater assimetrias de desenvolvimento e contrariar a
capacitá-los. Tal implica um forte investimento na litoralização da nossa economia.
ao novo programa Europa Digital, para compe- criação de plataformas digitais que permitam
tências digitais avançadas; e adotando regras acelerar a capacidade exportadora das empre-
mais favoráveis relativas aos auxílios estatais e sas portuguesas com um investimento firme em
às condições de acesso aos fundos estruturais infraestruturas inteligentes com análise predi-
e aos programas horizontais da União para as tiva, disponibilizando mais informação relativa
regiões mais desfavorecidas e vulneráveis, com a mercados externos através das agências e
vista à atração de investimento estruturante que organismos do Estado, apoiando a criação de
crie emprego e que permita fixar populações; um ecossistema digital onde todas as áreas de
digitalização sejam combinadas, combaten-
• Simplificar o financiamento do digital, colocan- do a infoexclusão, incentivando e dinamizando
do uma nova ambição à participação de Portu- programas de digitalização e presença online
gal no Programa Europa Digital, que irá mobilizar para o tecido empresarial português, com foco
€9,2 mil milhões para apoio ao desenvolvimento particular no comércio, direcionando incenti-
de competências digitais avançadas, no Pro- vos à aquisição de meios digitais que permitam
grama Horizonte Europa que sucede ao Horizon- o aumento da atividade exportadora, promo-
te 2020 no apoio à Investigação & Inovação com vendo a divulgação de boas práticas e casos
€97,6 mil milhões de dotação, no Programa Con- exemplares de internacionalização, apoiando
necting Europe Facility que apoia investimento o tecido empresarial para a entrada em pleno
em infraestruturas e projetos transnacionais no funcionamento do mercado único digital Euro-
digital, transportes e energia com uma dotação peu, massificando a titulação eletrónica dos ne-
de € 42,3 mil milhões e no Programa InvestEU gócios jurídicos e a celebração de atos formais
com uma dotação de € 45,7 mil milhões, sendo € à distância, e incrementando a cooperação in-
11,25 mil milhões especificamente dirigidos à “In- ternacional no âmbito da circulação e validação
vestigação, inovação e digitalização”; de documentos e na realização de negócios jurí-
dicos transnacionais;
• Acelerar a digitalização da economia, incenti-
vando e promovendo ações que se enquadrem
num novo paradigma de desenvolvimento, faci- Inovação empresarial, Empreendedorismo
litando a sua transição para o digital num con- e Aposta em Tecnologias Disruptivas
texto económico de concorrência internacional,
em que a competitividade da maior parte das • Melhorar as condições estruturantes que poten-
empresas não se esgota no seu território de ori- ciam o investimento em inovação, aumentando
gem; os níveis de qualificação dos recursos humanos
disponíveis e também dos que já desempenhem
• Internacionalizar a economia portuguesa e funções associadas a I&D e Inovação nas em-
aumentar as exportações usando recursos di- presas, incrementando as medidas de sensibi-
gitais, estimulando a internacionalização das lização e a capacitação das micro e pequenas
empresas portuguesas com a criação de pro- empresas portuguesas para a importância da
gramas de investimento e de linhas de apoio à presença digital e da incorporação tecnológica,
internacionalização, aproximando as grandes criando novos apoios à qualificação da gestão
empresas com larga experiência no processo de nas PME (Programas Emprego Mais Digital e Lí-
internacionalização e incentivando o uso de tec- der Mais Digital) como fator crítico para o cres-
nologia e de produtos desenvolvidos por peque- cimento da produtividade da economia por-
nas empresas portuguesas especializadas no tuguesa, afirmando os produtos e serviços nos
seu processo de abordagem a mercados inter- quais os territórios apresentam vantagens com-
nacionais, fomentando a utilização do comér- petitivas em especializar-se por via da qualifi-
cio eletrónico no tecido empresarial português cação, diferenciação e inserção em novos mer-
através de programas e incentivos à formação cados, promovendo através de especialização
e apoio ao uso destas ferramentas, apoiando a inteligente a incorporação de conhecimento e
• Ampliar o catálogo central de dados abertos • Promover a adoção de uma Estratégia Nacional
em Portugal e estimular o seu uso, reutilização de Dados, que contribua para uma sociedade
e consumo; onde os agentes públicos, os agentes do siste-
ma científico e os agentes económicos, conjun-
• Explorar as potencialidades do sistema de infor- tamente, atuam de acordo com o necessário
mação da organização do Estado (SIOE+), ins- compromisso entre a transparência e a respon-
trumento que permite conhecer, com precisão, sabilização na utilização dos dados, garantindo,
a realidade das entidades e serviços do Estado, simultaneamente, a proteção dos direitos das
bem como os seus recursos humanos. Este sis- pessoas, tendo por base os princípios de facili-
tema é fundamental, uma vez que recolhe, trata dade de localização, acessibilidade, interope-
e disponibiliza dados agregados que são vitais rabilidade e reutilização dos dados, bem como
para caracterizar a Administração Pública e que os pilares da Estratégia Europeia para os Dados
permite concentrar todos os dados relativos à com o objetivo de potenciar o valor dos dados
caracterização das entidades públicas e do em- em Portugal, ao permitir que os dados circulem
prego no setor público num único sistema de in- livremente em todos os setores, em benefício de
formação. toda a sociedade, contribuindo para decisões
mais informadas, maior transparência e ace-
leração do progresso científico e da inovação e
Catalisadores da Transição Digital: consequentemente contribuir para a valoriza-
ção da economia;
• Promover a conectividade fixa e móvel, universa-
lizando a cobertura em banda larga de toda a • Desenvolver um sistema de certificação “Selo de
população e território, em linha com os objetivos Maturidade digital” nas dimensões de Ciberse-
europeus definidos na “Bússola Digital - Década gurança, Privacidade, Usabilidade e Sustentabi-
Digital da Europa: objetivos digitais para 2030”, lidade com base no Sistema Nacional da Quali-
promover a sensorização, estimulando o au-
• Definir e difundir, em cooperação com as asso- • Permitir que as entidades reguladoras determi-
ciações de produtores e as associações de con- nem, mediante injunção, a restauração da si-
sumidores, um Índice de Reparabilidade de Pro- tuação anterior à prática da infração;
dutos, prosseguindo a adoção de instrumentos
que permitam ao consumidor obter informação • Apostar na promoção de iniciativas de infor-
e compará-la, no que à vida útil dos produtos diz mação, sensibilização e capacitação, dirigidas
respeito; sobretudo aos consumidores mais vulneráveis
e com especial enfoque em domínios que care-
• Garantir a dinamização da Rede de Apoio ao cem de maior divulgação;
Consumidor Endividado, com o intuito de asse-
gurar uma resposta de acompanhamento pró- • Continuar a fomentar a cooperação a nível eu-
xima, ágil e permanente em casos de sobreen- ropeu e internacional, fator cada vez mais rele-
dividamento; vante para a proteção dos consumidores, no-
meadamente no âmbito das compras online.
• Avaliar o quadro regulatório das comissões
bancárias, assegurando os princípios da trans-
parência ao consumidor e da proporcionalida-
de face aos serviços efetivamente prestados e
continuando, simultaneamente, a assegurar a
inexistência de comissões associadas ao levan-
tamento de dinheiro e outros serviços disponibi-
lizados nas Caixas Multibanco;