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Sumário
CAPÍTULO 1: O QUE É O GIS? ......................................................................................................... 5
EXERCÍCIO 01: ............................................................................................................................ 6
Afinal, o que seria um GIS? ........................................................................................................................... 6
Qual a estrutura de um SIG? ........................................................................................................................ 7
Qual a diferença entre GIS e CAD? ............................................................................................................... 8
CAPÍTULO 2: POR DENTRO DO PROJETO OSGEO E DO QGIS ............................................... 12
EXERCÍCIO 2A: CONFIGURAÇÃO DO QGIS .......................................................................... 13
EXERCÍCIO 2B: FUNCIONALIDADES BÁSICAS DO QGIS .................................................... 18
CAPÍTULO 3: MODELO DE DADOS ESPACIAIS .......................................................................... 34
Tipos de dados espaciais e como eles são coletados .................................................................................. 34
Vetorial ....................................................................................................................................................... 34
Matricial ..................................................................................................................................................... 36
Fontes de dados espaciais .......................................................................................................................... 37
Digitalização ............................................................................................................................................... 37
Fotogrametria ............................................................................................................................................ 38
GPS ............................................................................................................................................................. 39
EXERCÍCIO 3: EXPLORANDO DADOS VETORIAIS E RASTER ............................................ 40
CAPÍTULO 4: SISTEMAS DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS ................................................ 49
A Forma da Terra ........................................................................................................................................ 49
Sistema de Coordenadas Geográficas ........................................................................................................ 52
Modelos de elipsoide e Datum ................................................................................................................... 54
Projeções Cartográficas e Sistema UTM ..................................................................................................... 57
EXERCÍCIO 4: SISTEMAS DE REFERÊNCIA E COORDENADAS......................................... 65
CAPÍTULO 5: SELEÇÃO ESPACIAL .............................................................................................. 72
Tipos de Seleção .......................................................................................................................... 73
EXERCÍCIO 5: FERRAMENTAS DE SELEÇÃO ...................................................................... 73
CAPÍTULO 6: CRIANDO INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS .......................................................... 93
Processo de Edição e Criação ..................................................................................................................... 93
EXERCÍCIO 6A: Processo de Edição e Criação ....................................................................... 98
EXERCÍCIO 6B: Processo de Geocodificação ........................................................................ 121
CAPÍTULO 7: FERRAMENTAS DE GEOPROCESSAMENTO .................................................... 127
7.1 O que é análise espacial? .................................................................................................................... 127
7.2 Ferramentas mais comuns de Geoprocessamento............................................................................. 138

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EXERCÍCIO 7A: CONHECENDO AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE
GEOPROCESSAMENTO......................................................................................................... 138
EXERCÍCIO 7B: INTEGRANDO FERRAMENTAS PARA OBTER RESPOSTAS ................. 158
CAPÍTULO 8: ACESSO A DADOS REMOTOS ............................................................................. 170
Padrões de Dados Geoespaciais ............................................................................................................... 170
Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) ................................................................................................... 172
EXERCÍCIO 8A: ACESSAR DADOS REMOTOS ATRAVÉS DO QGIS ............................................................... 173
CAPÍTULO 9: SIMBOLOGIA E ANÁLISE DE MAPAS ................................................................. 182
Métodos de representação cartográfica .................................................................................................. 182
Nominal .................................................................................................................................................... 183
Ordinal...................................................................................................................................................... 184
Intervalar .................................................................................................................................................. 185
Proporcional ............................................................................................................................................. 187
Métodos de classificação quantitativa ..................................................................................................... 188
EXERCÍCIO 9: TRABALHAR COM SIMBOLOGIA NO QGIS ................................................. 191
CAPÍTULO 10: CARTOGRAFIA TEMÁTICA ................................................................................. 220
Elementos de um mapa temático............................................................................................................. 220
Elementos Textuais .................................................................................................................................. 220
Título ........................................................................................................................................................ 220
Subtítulo ................................................................................................................................................... 221
Informações do mapa ............................................................................................................................... 221
Legenda .................................................................................................................................................... 222
Orientação (Indicação do Norte e Malha de Coordenadas) ..................................................................... 223
Malha de Coordenadas ............................................................................................................................ 223
Tipos de Escalas ........................................................................................................................................ 224
Elementos de Localização ......................................................................................................................... 225
Órgão ou Autor do Mapa.......................................................................................................................... 225
Fonte dos Dados e Anotações .................................................................................................................. 226
Data .......................................................................................................................................................... 227
Interpretação de um mapa temático........................................................................................................ 228
Leitura de um mapa ................................................................................................................................. 228
Compartilhando mapa na Web ................................................................................................................ 230
EXERCÍCIO 10: ELABORANDO UM MAPA TEMÁTICO NO QGIS ....................................... 230

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CAPÍTULO 1: O QUE É O GIS?

Se você está pela primeira vez tendo contato com a expressão GIS (Geographic Information
System) ou sua tradução para o português SIG (Sistema de Informação Geográfica)
entenda que o seu significado vai muito além do que é Software.
Neste início do século XXI existem vários exemplos no nosso cotidiano que nos ajudam a
entender o que é o GIS. Começando propositalmente com exemplos, para depois dar os
conceitos, pense na seguinte situação.
Era uma vez...
Cauã é um jovem de 21 anos, que mora em um bairro próximo ao centro da cidade. Ele faz
estágio na prefeitura da sua cidade, mas estuda em uma universidade que fica em outro
município. Todos os dias ele consulta o mapa do trânsito online para ver como está o
caminho e tomar a decisão se ele vai de ônibus ou bicicleta (pois na sua cidade existe a
opção de bikes compartilhadas via apps). Quando ele chega no seu estágio, sua função é
ajudar a secretaria de Meio Ambiente a monitorar as áreas verdes, rios e um aterro
sanitário. Para executar seu trabalho, ele precisa consultar informações disponíveis por
órgãos nacionais (como o INPE, ANA e IBGE). Além de analisar informações dos órgãos
estaduais e outras informações geradas pela própria secretaria que trabalha. Após um dia
de trabalho, ele normalmente vai de aplicativo de carro compartilhado para universidade.
Como ele chega muito próximo do horário das aulas iniciarem, ele sempre pede algo para
comer, sempre usando algumas das opções de apps de solicitar comida para ser entregue
na universidade. A rotina de estudo, estágio e deslocamento do Cauã é muito intensa, mas
ele ainda consegue um tempo para ir todos os sábados em Forró perto da sua casa. Lá é
o local onde ele normalmente marca de encontrar as garotas que deram match no aplicativo
preferido de relacionados que ele usa.
Essas situações hipotéticas, que provavelmente você reconhece só são possíveis de serem
executadas com exatidão e qualidade porque existe o GIS. Para que nosso personagem
tomasse decisões mais precisas a variável ONDE (espaço/localização) sempre esteve
presente.

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EXERCÍCIO 01: Você consegue listar, quais serviços ou produtos você consome, que
tiveram a LOCALIZAÇÃO como uma condição para sua decisão?
Liste pelo menos 5:
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________
_____________________

Espero que você já tenha entendido que GIS não é “Só” um tipo de tecnologia, ou muito
menos que se aplica “Só” a temas explicitamente geográficos. Claro que também queremos
que você expanda sua visão sobre os profissionais que podem usar o GIS na sua atuação,
pois não são “só” os profissionais formados nas respectivas áreas técnicas que o utilizam.

Afinal, o que seria um GIS?


GIS é um sistema. Esse sistema é composto por elementos, possui processos e cumpre
determinadas funções. Em especial, ele é um sistema de INFORMAÇÃO, ou melhor, um
sistema de INTELIGÊNCIA. Esse sistema de INTELIGÊNCIA atua a partir da captura,
visualização, processamento e análise de fenômenos que possuem a dimensão ONDE
como linha mestra. É um sistema que empodera as análises GEOGRÁFICAS, mesmo
quando o profissional ou o usuário final (consumidor do serviço) não perceba que está
utilizando.
O GIS (Geographic Information System) de acordo com TEIXEIRA (1995) é um conjunto
de programas, equipamentos, metodologias, dados e pessoas (usuário), perfeitamente
integrados de forma a tornar possível a coleta, o armazenamento, o processamento e a
análise de dados georreferenciados, bem como a produção de informação derivada de sua
aplicação.
O GIS vem crescendo em todo o mundo, visto que sua interface possibilita um melhor
gerenciamento de informações, o que consequentemente melhora os processos de tomada

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de decisão em áreas de grande complexidade, como planejamento municipal, estadual e
federal, redes de utilidade pública, proteção ambiental, etc.

Qual a estrutura de um SIG?


O grande diferencial de um Sistema de Informação Geográfica é a sua capacidade de
estabelecer relações espaciais entre elementos gráficos. Ele trata-se do sistema mais
adequado para análise espacial dos dados geográficos. Se dá o nome de Topologia para
essa capacidade.
Basicamente, a Topologia é o estudo genérico dos lugares geométricos, com suas
propriedades e relações. Tal estrutura, além de descrever a localização e a geometria das
entidades de um mapa, também define relações de conectividade, contiguidade e
pertinência.

De acordo com ROCHA (s.d.), a conectividade permite que arcos estejam ligados a outro
por nós. A adjacência permite que arcos possuam direção e lados como esquerda e direita.
A direção é importante para modelagem de fluxos, em que atributos de orientação como de
nó e para nó são armazenados. Para definir a topologia de um mapa, os Sistemas de
Informações Geográficas utilizam uma estrutura de base de dados especial.
Em um GIS, todas as entidades de um mapa estão relacionadas a um mesmo sistema de
coordenadas. Além dos dados geométricos e espaciais, os Sistemas de Informação
Geográfica possuem atributos alfanuméricos. Os atributos alfanuméricos são associados
com os elementos gráficos, fornecendo informações descritivas sobre eles. Os dados
alfanuméricos e os dados gráficos são armazenados, geralmente, em bases separadas.
ROCHA (s.d.).
Abaixo imagem que ilustra a associação dos mais diversos tipos de elementos citada acima.

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Qual a diferença entre GIS e CAD?
Talvez você já deve ter se deparado com as siglas GIS e CAD, mas o que significa cada
uma delas?
A seguir veremos a origem e diferenciação desses termos:
O primeiro uso conhecido do termo "sistema de informação geográfica" foi por Roger
Tomlinson no ano de 1968 em seu artigo "Um Sistema de Informação Geográfica para o
Planejamento Regional". Tomlinson é também reconhecido como o "pai do GIS".

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Foi na década de 1960, com uma empresa de pesquisas aéreas, com sede no Canadá,
que Tomlinson conceituou a combinação do mapeamento do uso da terra com a tecnologia
de computação, essa recém-criada. Este trabalho pioneiro levou-o a iniciar, planejar e dirigir
o desenvolvimento do Sistema de Informação Geográfica do Canadá, o primeiro GIS
computadorizado do mundo.
Da década de 1970 até sua morte (1914), o Dr. Tomlinson trabalhou em consultorias
geográficas e pesquisas para uma variedade de organizações do setor privado,
governamentais e sem fins lucrativos, em grande parte através de sua empresa com sede
em Ottawa, Tomlinson Associates Ltd., que tem filiais de geógrafos consultores no Canadá,
nos Estados Unidos e na Austrália.
Ele foi presidente da Comissão Geográfica da União Geográfica Internacional por 12 anos.
Ele foi pioneiro nos conceitos de disponibilidade de dados geográficos mundiais como
presidente do Projeto de Planejamento de Banco de Dados Global da IGU em 1988.
GIS, conforme já colocamos nos tópicos anteriores, trata-se de um conjunto de programas,
equipamentos, metodologias, dados e pessoas (usuário), perfeitamente integrados, de
forma a tornar possível a coleta, o armazenamento, o processamento e a análise de dados
georreferenciados, bem como a produção de informação derivada de sua aplicação.
De acordo com Câmara (s.d.) uma característica básica e geral nem um GIS é sua
capacidade de tratar as relações espaciais entre os objetos geográficos. Denota-se por
topologia a estrutura de relacionamentos espaciais (vizinhança, proximidade, pertinência)
que podem se estabelecer entre objetos geográficos. Armazenar a topologia de um mapa
é uma das características básicas que fazem um GIS se distinguir de um sistema CAD.

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Fonte: Laboratório de Geotecnologias Mackenzie, 2015

CAD: Conceito muitas vezes associado exclusivamente ao software AutoCAD, vem, do


inglês Computer aided design, que significa em português, Desenho Assistido por
Computador, e abrange qualquer tipo de software que permite a elaboração de projetos e
desenhos técnicos em ambiente computacional, podendo ser aplicado nas mais diversas
áreas, seja a engenharia, arquitetura, etc.
A evolução da tecnologia CAD se deu, primordialmente, com o advento da informática, que
ao longo das últimas décadas sofreu, e sofre até hoje, inúmeras transformações.
Ainda nos anos 60, o programador estadunidense Ivan Sutherland desenvolveu como tese
de seu doutorado no MIT (Massachusetts Institute of Technology) o editor gráfico
Sketchpad, considerado um marco na informática moderna. Foi o primeiro editor gráfico
capaz de criar e manipular objetos. As tecnologias relacionadas a softwares de desenho
computacional foram se desenvolvendo e, a partir dos anos 70, eles passaram a ser
desenvolvidos de forma comercial. Alguns deles já faziam desenhos em três dimensões, a
exemplo do software CATIA (Computer Aided Three Dimensional Interactive Application),
desenvolvido pela empresa de aviação francesa Dessault.

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Sketchpad – Fonte: Business Week

No início dos anos 80, com o lançamento dos primeiros computadores pessoais pela
empresa IBM, em 1982, a Autodesk lançou o primeiro software de CAD para PC. Nos anos
90 foi lançado pela Solidworks o sistema SolidWorks 95 3D CAD, na época o único software
que operava usando o sistema operacional Windows NT, visto que os outros softwares CAD
ainda usavam o sistema UNIX.
Desde então, inúmeras transformações ocorreram nos softwares CAD. Hoje, no mercado,
existem diversas soluções sólidas para desenhos assistidos por computador, que fornecem
recursos avançados, como modelagem tridimensional, programação, cálculos avançados
etc.
Desta maneira, GIS e CAD não competem entre si. Eles possuem origens e funções
diferentes. Na atualidade, inicia um forte processo de interoperabilidade entre os mais
diferentes provedores de tecnologia.

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CAPÍTULO 2: Por dentro do projeto OSGeo e do QGIS

O ambiente de aprendizado do curso será o software livre QGIS, um sistema de


informações geográficas amplamente conhecido e utilizado pela comunidade das
geociências. Por ser um programa livre, seu código fonte pode ser modificado, melhorado
e, também, dispõe ao usuário liberdade para implementar novas ferramentas.
O QGIS é um projeto oficial da Open Source Geospatial Foundation (OSGeo). Funciona
em diversos sistemas operacionais e suporta inúmeros formatos de vetores, rasters e bases
de dados. O projeto OSGeo conta com diversas aplicações: Desktop, Web Mapping e
Bibliotecas. A imagem abaixo mostra a estrutura do projeto OSGeo e suas principais
aplicações por categoria.

Nesse curso, é utilizado o QGIS 3.6.x, a versão mais recente até a produção desse material.
Um outro ambiente muito utilizado, inserido na plataforma QGIS no momento de sua
instalação, é o GRASS (Geographic Resources Analysis Support System). O GRASS
também é um projeto da OSGeo e conta com poderosas ferramentas/rotinas de

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geoprocessamento para dados matriciais e vetoriais. Para baixar versão mais recente do
QGIS entre no link:
https://qgis.org/en/site/forusers/download.html

Você sabia? O QGIS já passou por diversas atualizações desde seu lançamento, em 2002.
Caso precise baixar alguma versão anterior, basta fazer o download da versão de interesse
no link https://qgis.org/downloads/.
Outra extensão integrada ao QGIS é o SAGA. Esse plug-in também apresenta diversas
ferramentas de tratamento de dados vetoriais e matriciais. Porém, o SAGA diferencia do
GRASS na maior quantidade de ferramentas, como a possibilidade de realizar análises
mais específicas, como análises hidrológicas e morfológicas.

Dica: Caso haja intenções comerciais no uso do QGIS, é oferecido um suporte para
aplicações corporativas, no site:
http://qgis.org/pt_BR/site/forusers/commercial_support.html.

EXERCÍCIO 2A: CONFIGURAÇÃO DO QGIS


Quando instalamos o QGIS, temos acesso a um conjunto de ferramentas básicas (padrão)
do sistema. Similar a smartphones, para obtermos aplicativos diferenciados, como por
exemplo, operações entre tabelas, análises de estatística espacial, entre outros, podemos
instalar em nosso sistema um amplo conjunto de complementos.

Nessa versão do QGIS, o usuário não precisa fazer uma conexão manual com o repositório
de plug-ins. No momento do acesso aos complementos do usuário, o software se conecta
ao acervo.

Importante: caso a empresa que você trabalhe utilize proxy para conexão à internet,
é necessário entrar em contato com o seu gerente de TI para fazer as configurações
necessárias. Caso contrário, não será possível se conectar com o repositório de
complementos do software.

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A seguir, mostraremos a interface de gestão de plug-ins e fazer algumas configurações
iniciais.

Passo 1 - Configuração de plugins


1) Após a instalação, abra o QGIS, clicando no menu iniciar > QGIS Desktop 3.8.3

2) Com o QGIS aberto, no menu suspenso, clique em Complementos > Gerenciar e


instalar complementos;

3) Na janela que se abre, na aba Opções, marque a caixa Verificar por atualizações
ao iniciar. Dessa forma, o usuário garante a frequente atualização dos plug-ins;

4) No campo Tudo, estão todos os complementos disponíveis para download e os que


já foram anexados ao sistema;

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Ao clicar sobre um complemento, na janela ao lado, é mostrado todas as
características, como: descrição, classificação de qualidade, autor, versão disponível e
outros;

5) Tenha atenção ao ativar e desativar um complemento na plataforma, pois algumas


ferramentas podem não aparecer para o acesso direto;

6) Instale os seguintes plugins:

• Plug-in GRASS e Plug-in GDAL – Complemento utilizado na gestão e análise de


dados espaciais processamento de imagens, modelagem espacial.

• Plug-in SAGA – Ferramentas de processamento matricial e vetorial. Destaca-se


pelas ferramentas de hidrologia e gestão de recursos hídricos;

• MmQGIS – Conjunto de ferramentas que realiza processamentos geográficos,


como: União, combinação entre camadas, geocodificação dentre outros;

• SAGA – Conjunto de ferramentas próprias para processamento de imagens orbitais


ou de modelos digitais de terreno;

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Importante: Dependendo da versão que você está utilizando, alguns desses plugins
já podem estar integrados na plataforma. Dessa forma, eles não aparecerão para instalação
nesse menu.

Dica: Fica a seu critério anexar as ferramentas que lhe for mais conveniente. Para
mais informações a respeito de todos os complementos, acesse
http://docs.qgis.org/2.2/pt_BR/docs/user_manual/plugins/plugins_index.html.

Passo 02 – Ajustando as configurações de processamento


Na versão 3.6.x do QGIS, o sistema não permite o geoprocessamento em dados
que não estejam topologicamente consistentes. O QGIS inviabiliza a operação pelos erros
geométricos. Como nos próximos passos vamos trabalhar com topologia, será efetuada
uma configuração para permitir os processamentos. Siga o passo a passo abaixo:

1) No ambiente QGIS, vá ao menu suspenso, em Configurações > Opções;

2) No painel de Opções, acesse a última aba, nomeada de Processamento;

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3) Clicando uma vez, vá em Geral e, na opção Filtragem de feições inválidas, faça a
configuração selecionando a opção Ignorar feições com a geometria inválida;

4) Dessa forma, ao iniciar o trabalho de geoprocessamento, as ferramentas não irão


travar ao transformar dados de topologia inconsistente;

Importante: Não utilize caracteres especiais (ç, ~, ´, `, entre outros) e espaços no


endereço de acesso a pasta do aplicativo.

Passo 03 – Correção de problemas de plugins

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O ambiente QGIS 3.6.x está apoiado em um conjunto de regras de sintaxe para a
conexão com os plugins. Neste passo, serão apresentadas as formas de adaptação de
arquivos as pastas para o ambiente QGIS para evitar erros de processamento.

1) Abra o QGIS e, na janela principal, vá em Configurações > Opções;

2) Clique na aba Processamento e expanda a aba Provedores > GRASS;

3) Veja se a barra de ferramentas GRASS está configurada como a figura abaixo:

Importante: O endereço não deve conter caracteres especiais, assim como o


endereço dos dados que você irá utilizar. Portanto, verifique o endereço da pasta GRASS7
(não deve conter espaço, traços, qualquer caractere especial) e o endereço dos dados que
irá utilizar.

EXERCÍCIO 2B: FUNCIONALIDADES BÁSICAS DO QGIS


Essa prática visará introduzir ao ambiente de um Sistemas de Informação Geográfica
(SIG), o QGIS. As funcionalidades básicas do QGIS permitem o usuário visualizar,
processar e manipular dados geográficos de diversas naturezas. Essas ferramentas são
fundamentais na melhora do manejo do dado geográfico, a fim de efetuar uma adequada
análise.

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O primeiro passo será a introdução ao novo painel de execução de dados
geográficos do QGIS 3.6.x que facilita a gestão e organização das múltiplas fontes de
execução de dados. Com os dados ativos, será explorado recursos de organização de
visibilidade das camadas do projeto.

Além disso, a partir do QGIS 3.4 foi criada a concepção de perfil do usuário. O perfil
consiste em separar, por autoria, os diferentes projetos realizados no ambiente. O endereço
de gravação do projeto continua sendo na estrutura de pastas do Windows, no entanto
somente o usuário, autor do projeto, poderá praticar o projeto em questão.

Passo 1 – Introdução ao QGIS


1) Abra o QGIS Desktop no local de instalação do software;

2) O sistema abre a interface do programa. Para iniciar qualquer projeto, vamos


aprender a abrir os dados que estão contidos na pasta da prática 01;

3) Há dois tipos de dados na prática 01, dados vetoriais e dados matriciais (raster).
No entanto, há duas formas de abrir os dois tipos de dados;

4) O QGIS 3.4 apresenta o painel de execução de dados geográficos que unifica a


execução de variados formatos de arquivo geográfico e o acesso a servidores

remotos. Para isso, clique em Camada > Adicionar Camada Vetorial ;

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5) Adicione o dado vetorial Brasil_estadual.shp, como mostra a figura abaixo;

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Dica: Somente clicando em Adicionar, o sistema já executa a importação da
informação, sem precisar sair do painel. Dessa forma, não há o retrabalho de acessar o
recurso de execução de dados novamente para abrir uma nova informação. Veja abaixo a
figura que ilustra a lista de recursos dentro do painel.

6) Feche a janela de importação de camadas e volte para a visualização geral do QGIS;

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Você sabia? A aba camadas ao lado esquerdo funciona como uma tabela de
conteúdo. Contém todos os mapas adicionados ao projeto e permite acessar propriedades,
tabelas de atributos, editar dentre outras ações.

O esquema abaixo mostra a divisão da interface do QGIS.

1. Barra Principal de Menus: Localização dos principais comandos do software;

2. Barras de Ferramentas: Barras de ferramentas dinâmicas para acesso rápido as


funcionalidades do software;

3. Área de Controle: Local de gerenciamento das camadas;

4. Janela de ferramentas auxiliares: Ferramentas de apoio para visualização e acesso


a diferentes ambientes como edição e tabelas;

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5. Área de Visualização do Mapa: Local onde são visualizadas as camadas
geográficas;

6. Barra de Status: Status das ações, coordenadas e escala.

Dica: O instrutor irá lhe apresentar e mostrar outras formas de acessar, gerenciar e
visualizar dados espaciais.

Você Sabia? A interface do QGIS é bem similar ao módulo do ArcMap no ArcGIS.


A interface é dividida em duas janelas principais: a Área de Controle à esquerda e a
Visualização do Mapa à direita. Diversas barras de ferramentas são ativadas na interface
padrão do software. As barras de ferramentas não têm nenhuma posição "fixa" e você pode
movê-las, horizontal ou verticalmente, e ajustá-las da forma que desejar.

7) Inicie o uso do QGIS com as ferramentas de visualização das camadas na barra de

ferramentas de negação.

8) Siga as dicas da figura abaixo, e teste estes comandos no seu mapa.

Ferramenta para mover as camadas

Centraliza as feições geográficas selecionadas

Zoom de ampliação

Zoom de Redução

Zoom para resolução espacial do pixel

Zoom para extensão total

Zoom para seleção

Zoom para extensão total de uma camada

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Zoom anterior

Zoom posterior

Dica: Para enquadrar seu dado nos limites de visualização, clique com o botão
direito no mesmo > Aproximar para a camada;

Dica: Clicando com o botão direito sobre a camada, o recurso de duplicar cria uma
réplica de seu dado geográfico, no entanto sem estar registrado em pasta.

Dica: Para remover ou renomear a camada, não alterando o nome original da


camada, clique com o botão direito na camada e clique em Renomear Camada ou
Remover.

Passo 2 – Explorando as propriedades dos dados


Vamos analisar as opções de conhecimento, tematização e exploração da camada.

1) Partindo do passo anterior, clique com o botão direito na camada


Brasil_estadual.shp e acesse a opção Propriedades;

2) Na janela de Propriedades há inúmeras opções de manipulação, por atributo, de


sua camada, etc;

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3) A primeira aba é referente a todas as informações de aquisição, identificação,
extensão, acesso e atributos do dado geográfico em questão. É uma novidade da
nova versão, facilitando um conhecimento mais profundo a respeito do dado
geográfico de qualquer natureza;

4) As abas Fonte, Simbologia e Rótulos são, respectivamente, correspondentes a:


referência espacial do dado e local de gravação; aplicação de técnicas para
mapeamento temático ou classificação de feições; e usar rótulos de toponímia
(nomeação de feição) no dado de interesse;

5) As abas 3D View, Source Fields, Uniões e Metadados indicam recursos,


respectivamente voltados para: Visualização e Renderização 3D da camada; Fonte
e características da camada; a indexação, a partir de um atributo em comum, de duas
tabelas de atributos relacionados ao mesmo local; exibir a informação inerente aos
processos de concepção do dado, o chamado “dado sobre o dado”;

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6) A respeito do Metadado, a partir da versão 3.4, o QGIS facilitou os processos de
cadastro de informações a respeito do levantamento do dado geográfico e sua
posterior gravação;

Dica: Metadados são basicamente dados sobre outros dados. Um item de um


metadado pode dizer do que se trata aquele dado, geralmente uma informação inteligível
por um computador. Os metadados facilitam o entendimento dos relacionamentos e a
utilidade das informações dos dados.

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Passo 3 – Criação de perfil

A criação do perfil permite o usuário a criar um ambiente de customização de todos os


projetos que venha a desenvolver no ambiente QGIS. Assim, a divisão de projetos por perfil
reduz riscos de retrabalho ou duplicidade de informações por separar os projetos a partir
do usuário responsável.

1) Ainda no ambiente QGIS, no menu superior, vá em Configurações > Perfil de


Usuários > Novo perfil;

2) O sistema abre uma janela para nomear o Perfil. Digite seu nome para guardar as
definições feitas até o momento.

3) Uma vez nomeado, clique em Ok e o QGIS abre uma réplica do próprio sistema,
agora em nome do seu perfil;

4) Assim, na aba Configurações > Personalização de Interface o usuário pode


modificar nomes de ferramentas e outros recursos;

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5) E na aba Configurações > Opções, o usuário é capaz de customizar o sistema de
referência do projeto, assim como as regras de simbologias para a execução de
dados geográficos.

Passo 4 – Acessar a caixa de ferramentas de processamento


A caixa de ferramentas de processamento é o local onde fica armazenada todas as
rotinas de geoprocessamento disponível no QGIS. Vamos utilizar diversas ferramentas no
decorrer desse treinamento, como o buffer, recorte, união, entre outras.

1) No canto superior do QGIS, vá na aba Processar > Caixa de Ferramentas;

Dica: Caso você goste de atalhos, poderá pressionar as teclas Ctrl + Alt + T para
abrir a caixa.

2) Perceba que as rotinas de geoprocessamento estão separadas por categorias


(análises vetoriais e raster). Para facilitar a busca por ferramentas, o usuário também
pode utilizar a aba Buscar...

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3) Note que os plugins SAGA e GRASS também se encontram no mesmo painel de
ferramentas, reduzindo a distância entre as aplicações (App) e os plugins;

Dica: A caixa de ferramentas também pode ser, brevemente, acessada pelo ícone

Passo 5 – Ferramentas de consultas rápidas


Agora, vamos conhecer as ferramentas de consultas rápidas dentro do projeto. As

ferramentas de resumo estatístico , identificar feições e medição são


úteis para fazer consultas rápidas e simples.

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1) Com os dados abertos da prática anterior, vamos explorar algumas dessas
funcionalidades. Primeiramente, vamos analisar as informações que temos
armazenadas nesse shapefile. Para isso, clique com o botão direito sobre a camada
Brasil_estadual > Abrir tabela de atributos;

Dica: A tabela de atributos é muito similar a uma tabela do Excel ou LibreOffice. Ela
composta por linhas (representando cada feição geométrica do mapa) e colunas (com
informações qualitativas e quantitativas).

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Analisando a tabela de atributos, é possível concluir que há 27 linhas, ou seja, 27 feições
geométricas desenhadas. Essas feições representam as Unidades Federativas (UF) do
Brasil. Note que para cada UF há também as informações qualitativas (Nome e região) e
quantitativas (população de 2010).

2) Feche a tabela de atributos.

3) Clique na ferramenta resumo estatístico . Ao clicar, abrirá uma janela no seu


QGIS. Essa ferramenta permite realizar estatísticas simples com base nas colunas
da tabela de atributos (soma, média, moda, mediana, etc).

Dica: Realize algumas análises selecionando as diferentes colunas do shapefile


Brasil_estadual.

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4) Feche a janela de estatísticas e clique na ferramenta de identificar feições .

5) Agora, clique sobre qualquer estado do shapefile Brasil_estadual.

6) Perceba que é aberto um pop-up com as informações contidas na tabela de atributos.


Analise os resultados.

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7) Uma outra ferramenta importante é a de medição. Representado por uma régua, na

parte superior do menu suspenso . Essa esta ferramenta é capaz de medir


perímetros, distâncias e áreas;

Dica: Você pode clicar e realizar medições diversas através dessa


funcionalidade. Lembre-se que para calcular valores de áreas, o seu dado deve estar
projetado em UTM. Vamos falar mais sobre isso nos próximos capítulos.

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CAPÍTULO 3: Modelo de Dados Espaciais

O dado geográfico tem suas próprias características para armazenamento das informações
georreferenciadas. Nesse capítulo você aprenderá quais são os tipos de dados comumente
utilizados em SIG e como visualizá-los na interface do software QGIS. Além disso, verá as
principais fontes de dados geoespaciais.

Tipos de dados espaciais e como eles são coletados

Muitas vezes em um projeto GIS é comum o usuário se deparar com o desafio de


quais dados um software GIS consegue trabalhar e analisar e até mesmo onde encontrar
esses dados.

Os meios de coleta dos dados espaciais é uma das atividades mais importantes de
todo o processo de um Sistema de Informação Geográfica.

Determinados tipos de dados, devido aos seus elevados custos de obtenção, seriam
impensáveis de serem obtidos por indivíduos isolados, sem o apoio de instituições que
financiassem tais custos.

Em outros casos, tais dados não estão disponíveis, o que obriga sua geração por
processos alternativos, como a digitalização. Em alguns casos, na ausência de determinado
tipo de dado, opta-se por substituí-lo de modo a se atingir resultados satisfatórios,
logicamente com menor precisão.

Entre os tipos, existem basicamente duas formas distintas de representação dos


dados espaciais, no caso Vetorial (Vector) e Matricial (Raster).

Vetorial

Os mapas são abstrações gráficas, onde linhas, pontos e polígonos, são usados
para representar localizações de objetos no mundo real. De acordo com o INPE, os vetores

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representados a partir de um ponto são aqueles que podem ser localizados por um par de
coordenadas xy. Exemplos: Nascente, cidades, pontos de interesse, etc.)

Fonte: INPE, http://www.dpi.inpe.br/spring/teoria/estdados/estdados.htm

Já as linhas são definidas por no mínimo dois pares de coordenadas xy (dois pontos)
que se interligam e são utilizadas para representar feições como hidrografia, estradas,
ferrovias, trajeto, etc.).

Fonte: INPE, http://www.dpi.inpe.br/spring/teoria/estdados/estdados.htm

Por último temos as áreas, que são formadas através de uma série de vértices
(pontos com x,y) que formam segmentos de linhas que se conectam fechando uma área.
São utilizadas para representar APP, limites administrativos (cidades, bairros, setores
censitários), Uso e ocupação do solo, etc.

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Fonte: INPE, http://www.dpi.inpe.br/spring/teoria/estdados/estdados.htm

Matricial

O formato matricial ou raster consiste em uma matriz de células, as quais estão


associados valores que permitem reconhecer os objetos sob a forma de imagem digital,
cada uma das células denominadas pixel, estão atreladas a um par de coordenadas (linha,
coluna).

Os valores dos pixels representam a medição de alguma grandeza física,


correspondente a um fragmento do mundo real. A imagem abaixo ilustra as estruturas
matriciais e vetoriais.

Agora, veja na tabela abaixo as vantagens e desvantagens em se trabalhar com


dados vetoriais e matriciais.

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Fonte: ROCHA (s.d.)

Fontes de dados espaciais

Atualmente, existem diversos métodos para aquisição de informação espacial. Vão


desde tablets e smartphones até equipamentos mais sofisticados, como Drones, GPS
Geodésico, etc. Abaixo veremos algumas formas de aquisição de dados para SIG.

Digitalização

A digitalização é um dos processos que foram mais utilizados para aquisição de


dados já existentes. Como os custos para geração costumam ser significativos, deve-se
aproveitar ao máximo possível os dados analógicos, convertendo-os para a forma digital
através de digitalização manual ou automática.

Abaixo exemplo de digitalização de mapas, com auxílio de uma mesa digitalizadora,


equipamento muito utilizado antigamente, mas que com o passar dos anos ficou obsoleto.

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Imagem: Geodata

Fotogrametria

Ferramenta utilizada na geração de dados cartográficos, a Fotogrametria foi, durante


muitos anos, a única forma de mapeamento para grandes áreas. Com a evolução da
informática e das técnicas de PDI (Processamento Digital de Imagens), surgiu a
Fotogrametria Digital.

De acordo com ROCHA (s.d. p. 3), inicialmente considerado como um ramo da


fotogrametria, o Sensoriamento Remoto emergiu com a capacidade impressionante de
geração de dados. Sistemas orbitais com sensores de alta resolução, imageando
periodicamente a Terra, combinados com o processamento de imagens, oferecem diversas
possibilidades de extração de informações e análises temporais. Abaixo dado oriundo da
Fotogrametria.

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Imagem: Arcgiexpo

GPS

O GPS (Global Position System ou Sistema de Posicionamento Global), apesar de


ter sido criado para finalidades militares, revelou-se um sistema extremamente preciso e
rápido para posicionamento e mapeamento, apoiando também a Fotogrametria e o
Sensoriamento Remoto.

Atualmente, há diversos softwares e integrações de coleta de dados utilizando o


posicionamento do Smartfone. Esse processo acelera o tempo de coleta, garante maior
precisão das informações a um baixo custo. Está sendo muito utilizado por diversas
empresas na coleta de dados em campo.

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Imagem: Pixabay

EXERCÍCIO 3: EXPLORANDO DADOS VETORIAIS E RASTER

Essa prática será dividida em dois passos. No primeiro, você aprenderá as principais
diferenças entre os dados vetoriais e matriciais. No segundo passo, vamos abordar como
utilizar dados não-espaciais tabulares ou alfanuméricos em ambiente SIG.

Passo 1 - Dados vetoriais x matriciais


Neste passo, vamos analisar as principais diferenças entre os dados vetoriais e
matriciais.

1) Com o QGIS aberto, com base nos conhecimentos adquiridos no capítulo anterior,
abra os dados vetoriais presentes na pasta da prática 02. Abra os seguintes dados
vetoriais: Hidrografia_Aerofoto.shp, Nascentes.shp e
Sub_Bacia_Corrego_Horizonte.shp;

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2) Perceba que cada shapefile é composto por: um ponto (dado de nascentes), linha
(dado de hidrografia) e polígono (área da sub-bacia);

A exibição dos dados vetoriais abertos deve estar similar a figura abaixo:

Dica: Perceba que, devido ao uso das primitivas geométricas (ponto, linha e
polígono) este dado apresenta um perfil posicional mais preciso. Pontos são utilizados para
representar, por exemplo, a localização de crimes ou ocorrências de doenças. Linhas tem
aplicação na representação de redes de esgoto, traçado de rios e semelhantes. Polígonos
podem representar desde lotes de uma quadra até continentes.

3) Agora, vamos abrir o dado matricial, MDT_Corrego_Horizonte.tif, presente na pasta


da prática. Para isso, clique em Camada > Adicionar Camada > Raster...

Dica: O dado raster consiste em um Modelo Digital de Terreno (MDT) da área desta
mesma sub-bacia. O MDT é definido como uma superfície computacional e matricial
representativa das variações altimétricas em um determinado terreno.

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4) Com o MDT aberto, clique com o Botão direito > Propriedades. Na aba
Simbologia, altere o tipo de contraste para Estender para MinMax, a fim de
melhorar a de visualização das informações;

5) Clique em Ok para aplicar as alterações. Seu raster deve estar similar a imagem
abaixo.

Passo 2 – Operações simples de simbologia


Esse passo tem como objetivo a manipulação dos componentes de visualização de
ambos os dados (vetor e raster). Classificar visualmente um dado geográfico é de extrema
importância em diversas finalidades. Nesse momento, vamos aprender como alterar a
simbologia de forma simples. Nos próximos capítulos estudaremos outros métodos.

1) A primeira forma de classificação visual é a utilização de simbologia única.

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2) Vamos iniciar com o dado de Nascentes.shp. Para isso, clique com o botão direto
na camada > Propriedades. Vá até a aba Simbologia e marque a opção Símbolo
simples na parte superior da janela. Utilize como marcador um ponto, tamanho 1,5
na cor azul;

3) Clique em Ok para visualizar as alterações;

4) Repita o procedimento para o shapefile de hidrografia. Utilize a configuração de


linha simples, com cor azul e espessura de linha 0,5 milímetro;

5) Para o dado de sub-bacias, representado por um polígono, clique em


Preenchimento Simples, altere o estilo do preenchimento para sem pincel,
selecione a cor do traço vermelha, com espessura de borda de 0,5 milímetro e
clique em Ok;

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6) Por fim, para o dado matricial, vá em propriedades, na aba Simbologia, na opção
tipo de renderização escolha Banda simples falsa-cor e configure:

a. Gradiente de cores: Selecione a rampa de cor YlOrRd;

b. Modo: Intervalo igual, com 20 classes;

7) Clique em Ok e observe como a simbologia pode auxiliar na organização das


camadas de dados no seu projeto. Neste pequeno exemplo, todos os dados
referentes a sub-bacia do Córrego horizonte se encontram integrados e visualizados.

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8) Salve o projeto na sua pasta do curso, clicando em Projeto > Salvar como...

Passo 3 – Rotulagem simples


Outro recurso comum na exibição dos dados geográficos são os rótulos. A toponímia se
configura como o estudo aprofundado dos nomes dos objetos geográficos. A ferramenta de
rotular do QGIS permite o usuário enxergar os nomes simultaneamente aos dados. Para a
confecção de mapas temáticos este recurso é amplamente utilizado.

1) Em um projeto novo, adicione a camada vetorial Limites_Bairros.shp ao projeto;

2) Abra sua tabela de atributos (botão direito > Abrir tabela de atributos) e veja que
a coluna Nome apresenta informações qualitativas, informando o nome do bairro
correspondente a cada polígono;

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3) Agora, vamos rotular a coluna referente ao nome do bairro. Para isso, clique com o
botão direito na camada e vá em Propriedades;

4) Vá até a aba Rótulos e selecione a opção Rótulos simples. Configure a janela da


seguinte forma:

• Rotular com: NOME

• Fonte: Times new roman

• Estilo: Normal

• Tamanho: 10

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5) Clique em Ok e veja o resultado.

Agora, cada polígono está textualmente representado pela sua geometria.

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Dica: Este foi apenas um exemplo de como rotular um arquivo vetorial com
informações qualitativas. Na aba de rotulagem, você pode alterar o tipo de fonte, tamanho,
cor, transparência, entre outros. Exploraremos com mais detalhes estes recursos no
decorrer dos próximos capítulos desse curso.

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CAPÍTULO 4: SISTEMAS DE COORDENADAS
GEOGRÁFICAS

Em muitas situações cotidianas é necessária a definição de parâmetros cartográficos


ou reprojeção de arquivos para que haja um ajuste e posicionamento correto das camadas
geográficas. Entender o que é sistema de referência e sistema de coordenadas é essencial
para obtenção de melhores resultados com softwares de GIS e qualquer trabalho que
envolve Sistemas de Informação Geográfica (GIS). Neste capítulo, vamos abordar os
conceitos básicos de cartografia, projeção de mapas e geodésia.

A Forma da Terra

Nos habituamos a ouvir que a Terra é redonda, quando vemos a Lua também temos
a impressão de que ela é redonda. Porém, existem melhores formas para o estudo dos
planetas. Como é impossível a obtenção de um modelo real do planeta, lançamos mão de
modelos matemáticos para a criação de mapas que representem o mais fielmente possível
a região de interesse.

De acordo com BRANDALIZE (s. d.) no estudo da forma e dimensão da Terra,


podem ser considerados quatro tipos de superfície ou modelo para a sua representação.
Sendo eles:

a) Modelo Real (Topográfica)

Modelo que permite a representação da Terra tal qual ela se apresenta na realidade,
sem as deformações que outros modelos apresentam.

b) Modelo Geoidal

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Permite que a superfície terrestre seja representada por uma superfície fictícia
definida pelo prolongamento do nível médio dos mares (NMM) por sobre os continentes.
Este modelo, evidentemente, apresentará a superfície do terreno deformada em relação à
sua forma e posição reais.

c) Modelo Elipsoidal

É o modelo mais usual de todos, visto a sua facilidade de tratamento matemático,


nele a Terra é representada por uma superfície gerada a partir de um elipsoide de
revolução, com deformações relativamente maiores que o modelo geoidal.

Existem diversos modelos de elipsoide de revolução, os mais utilizados são o de


Bessel (1841), Clarke (1858), Helmet (1907), Hayford (1909) e o Internacional (1967).

A seguir imagem das superfícies apresentadas nos tópicos a,b,c.

d) Modelo Esférico

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Modelo bastante simples, que representa a Terra como uma esfera, sendo o produto
oriundo dessa representação o mais distante da realidade, sendo seu uso indicado apenas
de modo demonstrativo.

Uma imagem bastante popular, divulgada recentemente, pode ser vista abaixo, na
qual as "ondulações" no terreno são exageradas para explicitar que a Terra real não se
parece em nada com uma esfera:

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A forma da Terra aproxima-se muito de uma esfera achatada nos polos, o que faz
com que o diâmetro no Equador seja 43 quilômetros maior do que o diâmetro de polo a
polo. Os maiores desvios locais na superfície rochosa da Terra são o Monte Everest (8.848
metros acima do nível do mar) e a fossa das Marianas (10.911 metros abaixo do nível do
mar).

Sistema de Coordenadas Geográficas

O sistema de coordenadas geográficas utiliza-se de meridianos e paralelos como


base de referência. Meridianos são círculos máximos que cortam a Terra em duas partes
iguais, de polo a polo. Sendo assim todos os meridianos se cruzam entre si, em ambos os
polos. Paralelos são círculos que cruzam perpendicularmente os meridianos. Existe um
paralelo como círculo máximo que é o Equador, os outros vão diminuindo de tamanho a
proporção que se afastam do Equador, até se transformarem em pontos, que representam
os polos.

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Meridianos Paralelos

Os eixos de referência utilizados para o sistema de coordenadas geográficas


baseiam-se em duas linhas imaginárias sobre a superfície terrestre: o paralelo do Equador
e o meridiano que passa por Greenwich.

As coordenadas geográficas são definidas da seguinte maneira: Latitude () é o


ângulo formado entre a vertical do local e o plano do equador; Longitude () é o ângulo
formado entre o plano do meridiano local e o plano do meridiano de Greenwich, também
denominado meridiano de origem.

Latitude e Longitude

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Modelos de elipsoide e Datum

Para fins práticos, aproxima-se a Terra de um elipsoide de revolução. O Elipsoide de


revolução é um sólido gerado pela rotação de uma elipse em torno do eixo menor, eixo x
(eixo dos pólos).

Estudos geodésicos apresentam valores diferentes para os elementos do elipsoide,


medidos nos vários pontos da Terra. Assim, cada região deve adotar como referência o
elipsoide mais indicado.

No Brasil adotou-se o elipsoide de Hayford, cujas dimensões foram consideradas as


mais convenientes para a América do Sul. Atualmente, no entanto, utiliza-se com mais
frequência o elipsoide da União Astronômica Internacional, homologado em 1967 pela
Associação Internacional de Geodésia, que passou a se chamar elipsoide de Referência.

O elipsoide Hayford, utiliza o Datum Córrego Alegre e o elipsoide de Referência, ou


seja, o da União Astronômica Internacional 1967, utiliza o Datum SAD69. A tabela a seguir
ilustra os parâmetros dos dois elipsoides.

ELIPSÓIDE RAIO EQUADOR R(M) RAIO POLAR R(M) ACHATAMENTO


União Astronômica
6.378.160,00 6.356.776,00 1/298,25
Internacional
Hayford 6.378.338,00 6.366.991,95 1/297

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Para definir uma coordenada necessitamos primeiramente referenciá-la a um Datum.
O Datum é uma superfície de referência que consiste de 5 valores: a Latitude e a Longitude
de um ponto inicial, o azimute da linha que parte deste ponto e duas constantes
indispensáveis para a definição do elipsoide terrestre. Forma-se, assim, a base para o
cálculo dos levantamentos de controle horizontal onde é levada em conta a curvatura da
Terra. O Datum possui também uma constante altimétrica, à qual as altitudes são referidas.

Ou seja, como Datum entende-se o ponto de origem, isto é, Datum horizontal pode
ser considerado como a origem das coordenadas geodésicas. O Datum vertical, por sua
vez, determina a origem das altitudes, ou seja, o nível de referência ao qual as altitudes são
referidas em geral.

O Elipsóide é utilizado na definição do Datum por ser uma figura matematicamente


definida, cujas dimensões mais se aproximam do Geóide. Como vimos, o Geóide coincide
com o nível médio dos mares e que se estende por todos os continentes sem interrupção
(superfície equipotencial). Este representa a forma real da terra, porém com definição
extremamente complexa.

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Na prática cada país utiliza o seu Datum, com origem local e o elipsóide mais
adequado as suas características. A diferença entre os datum são baseadas em modelos
matemáticos distintos da forma e dimensões da Terra e do fator adicional da projeção, seja
por razões históricas, seja para garantir uma representação gráfica mais proporcionada;
tomando como exemplo o Japão, onde usam um ponto da projeção que não está no centro
da terra, mas em algum lugar sob o Japão, isto permite uma menor distorção numa projeção
de uma esfera sobre plano quando o Japão é representado, mas no entanto o uso dessa
projeção para os Estados Unidos resultaria em um mapa muito estranho.

Para o Brasil, antigamente o Datum horizontal localizava-se em CÓRREGO


ALEGRE e, portanto, levava esta denominação; a partir de 1979 o Datum oficialmente
utilizado no Brasil passou a ser o Datum Sul Americano 1969 ou SAD69, localizado no
ponto origem CHUÁ no Triângulo Mineiro. A partir de 2005 o SIRGAS passou a ser o Datum
oficial no Brasil. O SIRGAS é praticamente idêntico ao WGS-84, sistema de origem do GPS.
O Datum vertical adotado é o IMBITUBA, localizado no estado de Santa Catarina.

Com o advento do GPS existe uma tendência para a adoção de um Datum de âmbito
mundial, o WGS 84.

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Projeções Cartográficas e Sistema UTM

O globo geográfico é a representação que mais se aproxima da forma real da Terra,


embora saibamos que o nosso planeta não é uma esfera perfeita. Um globo é a
representação esferoidal da Terra, uma carta é a representação plana da mesma.

A maior dificuldade da cartografia é a transferência de tudo o que existe na superfície


curva da Terra, para uma superfície plana, que é o mapa. Esta transferência só ocorre com
algumas alterações e imperfeições.

Projeção do Globo Terrestre

Não há nenhuma projeção que elimine todos os tipos de deformação advindas da


transformação da esfera num plano, assim sendo, cabe-nos escolher as propriedades que
possam atender ao nosso objetivo, para construção da carta ideal, dentro do que é
proposto. Cada tipo de projeção possui características diferentes, vantagens e
desvantagens com relação a aspectos como escala, distância e outros. A maior parte das
projeções hoje existentes deriva de três tipos ou métodos originais, a saber: cônicas, planas
ou azimutais e cilíndricas.

A projeção cônica resulta da projeção do globo terrestre sobre um cone, que


posteriormente é planificado. As projeções cônicas podem ser tangentes ou secantes. Em
todas as projeções cônicas os meridianos são retas que convergem em um ponto (que
representa o vértice do cone), e todos os paralelos, circunferências concêntricas a esse

57
ponto. Esta projeção é usada principalmente para a representação de países ou regiões de
latitudes intermediárias, embora possa ser utilizado para outras latitudes.

Projeção Cônica
Fonte: http://www.professores.uff.br/cristiane/cartografia/

A projeção plana ou azimutal resulta da projeção da superfície terrestre sobre um


plano a partir de um determinado ponto da superfície terrestre. Este plano pode ser
tangente ou secante ao referido ponto.

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Projeção Plana
Fonte: http://www.professores.uff.br/cristiane/cartografia/

A Projeção cilíndrica resulta da projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro


envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Neste tipo de projeção, os
meridianos bem como os paralelos são representados por retas perpendiculares; a
deformação é exagerada nas regiões de grandes latitudes.

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Projeção Cilíndrica
Fonte: http://www.professores.uff.br/cristiane/cartografia/

Não se sabe ao certo o número de projeções existentes, mas uma delas é muito
importante no que diz respeito a cartografia produzida hoje no Brasil, a projeção UTM.

Na verdade, a conhecida UTM não é uma projeção, mas um sistema de projeção


Universal Transversa de Mercator. Surgiu em 1947, para determinar as coordenadas
retangulares nas cartas militares, em escalas grandes, de todo o mundo. A principal
vantagem do sistema UTM é a propriedade da conformidade. Os ângulos das figuras
representadas não se alteram, ou seja a forma das figuras representadas é mantida sem
alterações. Outra vantagem é a facilidade da interpretação das distâncias, devido ao fato
das coordenadas serem expressas em metros.

A projeção da superfície da Terra é efetuada através de cilindros transversos


secantes a superfície de referência, o elipsóide.

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Cilindro Transverso Secante ao Globo Terrestre

Este sistema divide da Terra em 60 fusos de 6º de longitude, os quais têm início no


antemeridiano de Greenwich (180º), de oeste para leste, até o fechamento no ponto de
partida. Quanto à extensão de latitude, os fusos se originam no paralelo de 80º S até o
paralelo de 84º N.

Sistema UTM

Todos os meridianos do sistema são curvos, exceto os meridianos centrais e o


equador. No meridiano central, o fator de redução de escala (Ko) é 0,9996. A partir do

61
meridiano central o fator cresce para leste e para oeste até atingir o valor 1 nas linhas de
secância (aproximadamente 1º37’ (180 km) do meridiano central) e daí continua a crescer
até o valor 1,0010 nas bordas do fuso (3º do meridiano central).

Representação esquemática da variação de distorção nas proximidades do


Equador para qualquer fuso de 6º.

Esta figura mostra um corte do elipsóide e do cilindro de projeção, evidenciando as


reduções e ampliações sofridas pelas distâncias no fuso UTM.

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As medidas quilométricas, em cada fuso, têm início na interseção do Meridiano
Central com o Equador. As coordenadas de origem são 500.000 m, no meridiano central e
10.000.000 m, no Equador (só no hemisfério sul para evitar coordenadas negativas).

A figura abaixo apresenta um exemplo de coordenadas planas para quatro pontos


localizados em diferentes quadrantes do fuso.

Coordenadas UTM

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Como o quadriculado se apoia no meridiano central do fuso, os meridianos
(curvilíneos) se tornam cada vez mais oblíquos, à medida que se aproximam dos
meridianos laterais, temos então a convergência meridiana, que é o ângulo formado do
centro para os lados de cada fuso.

Para a representação da convergência meridiana, deve ser observada a figura


impressa na margem inferior da carta topográfica, a qual refere-se às três direções do norte,
o norte verdadeiro ou geográfico (NV), o norte da quadrícula (NQ) e o norte magnético
(NM), este indicado pela agulha imantada. Os ângulos formados, entre o norte da
quadrícula e o norte verdadeiro, representam a convergência meridiana. A declinação
magnética, é o ângulo variável entre o meridiano magnético e o meridiano verdadeiro.

Declinação magnética e Convergência Meridiana

A convergência meridiana é nula sobre a linha do equador e no meridiano central; é


máxima nos meridianos extremos do fuso.

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EXERCÍCIO 4: SISTEMAS DE REFERÊNCIA E COORDENADAS

Passo 1 – Analisar diferentes definições cartográficas

Dica: Para cada tipo de extensão há um arquivo específico que armazena as


informações cartográficas, como por exemplo o shapefile tem o arquivo *.prj, enquanto que
um Geopakage armazena os parâmetros diretamente no banco de dados (SGBD). Muitas
vezes, por negligência, cópia errada, desconhecimento da estrutura ou problemas no
processamento, o arquivo perde essas referências cartográficas e é necessário redefinir
estes parâmetros para um correto manuseio dos dados e uma posterior reprojeção (ajuste
e posicionamento) das camadas.

1) Na área de controle do QGIS, adicione todas as camadas do diretório Prática 03,


referentes às informações censitárias do Estado do Espírito Santo para o ano de
2010, baixadas do IBGE.

Dica: Não se preocupe se, no seu mapa, aparecerem os polígonos grandes


referentes ao estado do Espírito Santo e, na direita, alguns micropolígonos, pois não são
erros topológicos ou problemas de projeção, são apenas algumas ilhas do litoral capixaba.

Dê um zoom no polígono maior para aumentá-lo e centralizá-lo na área de


visualização do mapa.

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Você Sabia? Estas camadas são referentes aos limites político-administrativos do
estado do Espírito Santo e contém importantes informações socioeconômicas, dispostas
em diferentes camadas. Todas estas informações censitárias são de uso público e podem
ser baixadas no site do IBGE. Todos os links para os dados públicos, usados nesta apostila,
estão descritos na área de download de dados.

Dica: Veja abaixo o conteúdo de cada camada:

• 32MUE250GC_SIR: Camada representando a divisão dos municípios do estado.

• 32MIE250GC_SIR: Camada representando a divisão das microrregiões do estado.

• 32MEE250GC_SIR: Camada representando a divisão das mesorregiões do estado.

• 32UFE250GC_SIR: Camada representando o limite do estado.

2) Clique com o botão direito na camada 32MUE250GC_SIR > Propriedades >


Informação. Nesta guia você terá as informações cartográficas da Camada.

3) Após analisar as definições cartográficas, clique em Ok

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Você Sabia? Em muitas situações são utilizados dados de outras áreas, que
utilizam um sistema de coordenadas diferentes do utilizado na sua empresa. É preciso
projetar os novos dados para corresponder espacialmente aos dados existentes, antes de
incorporá-los ao Banco de Dados principal. Muitas técnicas de análise espacial no QGIS,
principalmente ações de álgebra de mapas ou relacionamentos topológicos, exigem que os
dados em diferentes camadas tenham o mesmo sistema de coordenadas.

Passo 2 – Reprojetar camada

Neste passo, você reprojetará a camada de Municípios do Censo


(Geográfica/WGS84) para o sistema de coordenadas planas, UTM com Datum
SIRGAS2000. Esta ação pode ser importante, caso você queira unir seus dados com outras
camadas em níveis municipais ou estaduais.

4) Na área de controle do QGIS, deixe ativa apenas a camada 32MUE250GC_SIR


representando o Limite dos municípios do Estado do Espírito Santo. Em seguida,

dê um zoom na área dos municípios do Estado.

5) Passe o cursor sobre os dados e visualize as coordenadas geográficas em graus


decimais na parte inferior da tela.

Dica: Lembre-se que sua camada apresenta o Sistema de Coordenadas


Geográficas com Datum WGS 84. Você utilizará estas informações como referência (ponto
de partida) para a projeção do novo sistema.

6) Na área de controle do QGIS, clique com o botão direito na camada de municípios


do censo 32MUE250GC_SIR

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7) Em seguida, escolha a opção Exportar > Salvar Feições Como...

8) Na janela que será aberta, escolha o formato shapefile;

9) Em nome do arquivo, clique no botão , navegue até seu diretório de trabalho


e salve a nova camada com nome de MUNIC_IBGE.SHP. Clique em Salvar.

10) Logo após, clique no botão para selecionar o SRC. Na janela que será aberta,
digite 31984 na opção Filtro. Este número (Código EPSG) é referente ao Sistema de
Coordenadas UTM com Datum SIRGAS 2000 na Zona 24 Sul. (Figura abaixo).

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Você Sabia? EPSG é um código desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Petrolífera
Européia – European Petroleum Survey Group (EPSG). O Grupo sistematizou todos os
Sistemas de Referência de Coordenadas (SRC) do planeta por códigos. Isso significa que
uma projeção de qualquer lugar do mundo pode ser identificada através do padrão EPSG.

11) Selecione o novo sistema e clique em Ok.

12) Ao retornar a janela para salvar e projetar a camada, desabilite também a opção
Adicionar arquivo salvo ao mapa.

13) Verifique se suas configurações estão como na figura abaixo e clique em OK.

69
14) Clique em Ok quando avisado que a exportação da camada está completa.

15) Clique no botão Novo Projeto para limpar as camadas na área de controle do
QGIS.

16) Em seguida, adicione a camada criada anteriormente (MUNIC_IBGE.shp), clicando


em Camada > Adicionar Camada Vetorial.

70
Dica: Perceba que sua camada está, agora, no sistema de coordenadas planas
UTM, mas com Datum SIRGAS2000 na respectiva zona. Sendo assim, você poderá
integrar, visualizar e analisar sua camada com outras do mesmo sistema, assim como
executar cálculos lineares e em área na unidade métrica.

Desafio: Após ter entendido o processo de mudança e projeção das informações


cartográficas da nova camada, projete novamente a camada para o sistema: UTM WGS 84
na Zona 24 Sul (EPSG: 32724). Em seguida, projete-a outra vez para Geográfica WGS 84
(EPSG: 4326).

Parabéns! Chegamos ao final de mais capítulo, no qual você aprendeu sobre


projeção de mapas no QGIS.

71
CAPÍTULO 5: Seleção Espacial

Quais são os municípios brasileiros que apresentam uma população menor que 10 mil
habitantes? Quais supermercados estão dentro do seu bairro? Quais linhas de metrô
atendem melhor a minha residência? Todas essas perguntas podem ser respondidas
através de seleção espacial.
Quando estamos trabalhando com informações geográficas, são raras as vezes em que
temos um volume pequeno de dados para analisar. Sendo assim, para conseguirmos ter
respostas mais rápidas em nossas análises e uma interpretação melhor de nossos dados,
podemos contar com o auxílio da seleção espacial.

Seleção espacial é escolher e separar dados espaciais que atendem a um ou alguns


critérios. A seleção espacial de feições é utilizada para identificar ou trabalhar com um
subconjunto de feições em um mapa.
Há diversos modos para selecionar feições. Você pode selecionar feições com o ponteiro
do mouse clicando nelas uma de cada vez ou arrastando uma caixa ao redor delas no

mapa. Você também pode selecionar feições baseadas em sua posição em relação a outras
feições ou baseado em seus atributos.
Para localizar feições que atendem aos critérios de atributos específicos, você cria uma
expressão de consulta. Uma expressão de consulta é uma declaração lógica consistindo
de três partes: um nome de campo (atributo), um operador e um valor de atributo.
Após as feições serem selecionadas, você pode trabalhar com elas. Por exemplo, você
pode ampliá-las ou executar outra operação GIS nelas. Um conjunto selecionado é
temporário, mas ele pode ser salvo como uma camada separada ou exportada para uma
classe de feição.

Tipos de seleção:
• Seleção Simples: através de simples cliques do mouse na feição indicada, podemos
selecionar a feição geográfica de interesse.

• Seleção por atributos/expressão: possibilita a seleção de feições geográficas


pelos seus atributos associados na tabela alfanumérica. A seleção é executada
através de expressões lógicas. Essa seleção pode ocorrer através de recursos
apoiados a matemática Booleana e a linguagem SQL.

• Seleção por localização: seleciona as feições geográficas a partir de critérios


espaciais de relacionamento e distância. Essas ferramentas de seleção e consulta,
por utilizar relações espaciais entre os objetos geográficos, caracterizam o SIG.

72
Aplicações
Abaixo seguem alguns exemplos do que você pode fazer com um conjunto selecionado de
feições.
• Analisar visualmente a distribuição geográfica das feições selecionadas no mapa.
• Resumir ou calcular valores de atributos somente para as feições selecionadas.
• Identificar uma área dentro de uma distância em particular ao redor das feições
selecionadas.
• Editar as feições selecionadas.
• Gerar um relatório contendo atributos das feições selecionadas.
• Salvar as feições selecionadas como uma nova camada de mapa que você pode
exibir e simbolizar independentemente.
• Exportar as feições selecionadas para uma nova classe de feição para utilizar em
outros documentos de mapa, compartilhar com outros ou utilizar como entrada para
outras operações GIS.

EXERCÍCIO 5: FERRAMENTAS DE SELEÇÃO


Esta prática tem como objetivo mostrar as formas de seleção em dados vetoriais,
apresentados dentro de um Sistema de Informação Geográfica. O QGIS 3.6.x apresenta
algumas ferramentas que ajudam no processo de seleção de objetos geográficos
específicos.
A operação de seleção permite aplicar ferramentas em um subconjunto de feições que
atendam a determinadas condições. As seleções podem ser feitas manualmente, por meio
de características geográficas ou por meio de atributos alfanuméricos.
Será abordado o recurso, apoiado em matemática Booleana, de consulta e seleção de
atributos para a marcação da feição correspondente. A consulta espacial é amplamente
implementada no ambiente SIG, sendo um aliado importante no entendimento e
interpretação das informações contidas em tabela de atributos.

Passo 1 – Seleção Simples


Através de simples cliques do mouse na feição indicada, podemos selecionar a
feição geográfica de interesse.

1) Abra um novo projeto, adicione o dado vetorial Limite_Bairros.shp a ele. O arquivo


shapefile se encontra na pasta da Prática 04;

73
Dica: Este dado é referente a informações levantadas no censo de 2010, apontando
informações populacionais, por setor censitário, de quantidade de homens e mulheres,
amostra por faixa etária, dentre outras informações.

2) Clique na ferramenta de seleção , no menu suspenso, e clique sobre qualquer


feição da camada;

3) Após a operação, abra a tabela de atributos do shapefile Limites_Bairros. Na parte


inferior da janela, escolha a opção de só exibir as feições selecionadas;

4) A Figura abaixo mostra o resultado da escolha manual de uma única feição.

74
5) Uma novidade nessa nova versão do QGIS é o recurso de seleção por valores.

Clique no ícone , Selecionar feição por valor e analise a janela que se abre.

6) No campo REGIAO_ADM, escreva “Anchieta” e clique em Selecionar Feições abaixo


na janela;

Dica: Para selecionar uma feição, indique o campo que queira usar como Filtro de atributos
e escreva o registro que queira encontrar.

75
Para desfazer a seleção efetuada, clique na opção Desfazer seleção na parte
superior da tabela de atributos.

Passo 2 – Ferramentas Básicas de Seleção


Agora, vamos abordar as ferramentas básicas de seleção. Essas ferramentas aproximam
o usuário do software do ponto de vista interativo. Nesse passo será mostrada a ferramenta
de aproximação de Zoom somente às feições selecionadas, a ferramenta de inversão de
seleção, dentre outras.

1) Partindo do passo anterior, com o mesmo shapefile de bairros, vamos aplicar as


ferramentas de seleção;

2) Conforme mostrado no passo anterior, selecione manualmente qualquer feição

da camada e abra sua tabela de atributos ;

3) Na parte inferior, há uma lista de ações de organização das feições selecionadas.


Assim como, a opção de aplicação de filtros a partir dos campos presentes na tabela.

76
a. Mostrar Feições Visíveis ao Mapa: Exibe as feições visíveis na escala em
que seu dado está enquadrado;

b. Mostrar Feições Selecionadas: Exibe as feições previamente selecionadas


no projeto, opção utilizada no início da prática

c. Mostrar Feições novas e selecionadas: Exibe as feições previamente


selecionadas no projeto e as novas adicionadas;

d. Filtrar coluna: Permite o usuário realizar pesquisas por coluna. Utilizado


como há uma informação específica a ser adquirida;

e. Filtro avançado (Expressão): A partir de uma expressão, é possível realizar


seleção envolvendo dois ou mais campos na tabela de atributos do dado.
Essa ferramenta é capaz de atualizar campos também;

4) Use a ferramenta para apontar a feição selecionada ao enquadramento do


Zoom. O resultado você visualiza na imagem abaixo. Perceba que a função realiza
um zoom automático à seleção.

77
5) Outra ferramenta muito útil é a inversão de seleção . Dependendo da
complexidade da consulta, essa funcionalidade é muito utilizada. Para isso, clique

em inversão de seleção e na sequência utilize a ferramenta para apontar


a feição selecionada. Analise o resultado.

78
Passo 3 – Seleção por atributos

A ferramenta de seleção por atributos possibilita a seleção de feições geográficas pelos


seus atributos associados na tabela alfanumérica. A seleção é executada através de
expressões lógicas. Vamos ver agora como utilizar em alguns exemplos:

1) No QGIS, abra o shapefile referente ao censo 2010 Pessoas_Censo2010;

2) Abra sua tabela de atributos e clique na opção selecionar por expressão .


Abrirá uma janela de aplicação de expressões;

79
Desafio: Em uma situação hipotética, uma empresa no ramo de educação primária está
realizando um estudo de mercado para a definição do melhor local de instalação de uma
creche.

Segundo os critérios da empresa, a fim de haver lucratividade nas atividades, só serão


identificados os setores censitários com amostra de 200 crianças ou mais, na idade de 0 a
4 anos.

3) Com isso, monte a seguinte expressão:

"Total" >= ’200’

Dica: Expanda a aba “Campo e Valores” e clique duas vezes na coluna


“Total”.

80
Dica: Perceba que a sua fórmula começa a criar forma. Agora, digite os operadores
matemáticos “>=” e o valor ‘200’.

4) Clique em selecionar feições

5) Aparentemente, nada aconteceu. Porém, feche a janela e na tabela de atributos,


clique na opção para mostrar somente as feições selecionadas;

81
6) Analise a quantidade de feições. Ao total, foram identificados 26 setores censitários
de um total de 13565.

Desafio: Com base nos conhecimentos adquiridos no passo anterior, aplique uma consulta
para a identificação dos setores censitários que tem mais de 10 crianças de 1 ano e
menos que 20 crianças de 3 anos.

Dica: Para isso, vamos realizar os conectores booleanos, como o AND;

7) Abaixo mostra o resultado da consulta com o operador booleano;

82
Dica: Na aba Operadores, estão disponíveis os principais conectores booleanos, como o
OR e IS que são utilizados para unir conjunto de colunas e apontar uma feição com atributo
específico, respectivamente.

83
Importante: Qualquer outra informação pode ser filtrada a partir da ferramenta de seleção
por expressão (atributos). O usuário deve se atentar com as minúcias lógicas que
acompanham o processo de execução da expressão. Há regras de espaço, de sintaxe que,
se não forem verificadas, comprometerá a análise.

Passo 4 – Seleção por localização

A ferramenta de seleção por localização seleciona as feições geográficas a partir de


critérios espaciais de relacionamento e distância. Essas ferramentas de seleção e consulta,
por utilizar relações espaciais entre os objetos geográficos, caracterizam o SIG.

Partindo do projeto do passo anterior, que exemplifica a análise geográfica para a


construção de uma creche, vamos estudar o caso a partir do critério de acessos. Com a
ferramenta de seleção por localização, vamos identificar os setores censitários que são
cortados pelas linhas de BRT (Bus Rapid Transport).

84
1) Limpe toda a seleção do passo anterior e na pasta da prática 3, adicione o
shapefile Trajetos ao projeto. Deixe ativa na área de camadas somente os shapefiles
Trajetos e Limites_Bairros;

Desafio: Altere a simbologia das camadas para visualizar melhor os bairros e o trajeto do
BRT. Fique à vontade para escolher a simbologia que mais lhe agrada.

2) Agora, vamos determinar quais bairros são cortados pelo traçado das linhas de BRT,
no município do Rio de janeiro. Para isso, na área superior central do QGIS vá em
Vetor > Investigar > Selecionar por Localização:

85
a. Selecionar feições de: Escolha a camada a ter as feições de
Limites_bairros;

b. Onde as feições: interseccionam;

c. Ao comparar com as feições do: Selecione a camada Trajetos;

d. Modificar seleção atual por: Marque a opção Criar nova Seleção;

86
3) Clique em Executar, feche a janela de seleção por localização e analise os
resultados. Perceba que agora, todos os bairros cortados pelo BRT estão
selecionados.

Desafio: Agora, vamos realizar uma seleção por localização, determinando quais favelas
estão no interior dos bairros que são cortados pelo traçado do BRT;

4) Adicione o shapefile Favelas presente na pasta da Prática 04.

87
5) Da mesma forma que realizamos no passo anterior, vá em Vetor > Investigar >
Selecionar por Localização:

a. Selecionar feições de: Escolha a camada a ter as feições de Favelas;

b. Onde as feições: interseccionam;

c. Ao comparar com as feições do: Selecione a camada Limites_Bairros;

d. Habilite para selecionar com base apenas nas feições selecionadas;

e. Modificar seleção atual por: Marque a opção Criar nova Seleção;

88
6) Clique em Executar, feche a janela de seleção por localização, desabilite a camada
de Limites_Bairros e analise os resultados. Perceba que agora todas as favelas que
estão dentro dos bairros cortados pelo BRT estão selecionadas.

89
Passo 5 – Exportar seleção de interesse

Nem sempre a seleção responde a perguntas do usuário. Por esse motivo, muitas vezes é
necessário exportar os dados e transformá-los em físicos. Este passo irá explicitar a forma
de extrair dados vetoriais a partir de seleções realizadas anteriormente.

1) Partindo do passo anterior, clique com o botão direito na camada Favelas.shp, ainda
com as feições selecionadas, e vá em Exportar > Salvar Feições Como...;

90
2) Na janela de exportação, configure da seguinte forma:

a. Formato: Shapefile.

b. Nome do arquivo: Salve como Favelas_BRT na pasta da Prática 04.

c. Habilite a opção Salvar somente feições selecionadas.

91
Dica: É possível além de exportar o shapefile, exportar somente uma quantidade de
campos contidos no dado vetorial objeto de exportação. Isso permite filtrar o dado,
exportando somente as informações que interessam;

Pronto, agora você possui um novo shapefile na sua pasta, referente a seleção efetuada.
Em que outras situações este conhecimento pode ser útil?

92
CAPÍTULO 6: CRIANDO INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

Processo de Edição e Criação


Em quase tudo que fazemos utilizamos a edição de dados, você sabia? Quando criamos
nossa primeira conta em qualquer aplicativo o passo seguinte seria edição, inserimos uma
foto de perfil, dados complementares (telefone, endereço, frase que defina você...), o
facebook é uma das redes sociais que aplicamos esse método, sempre atualizamos nossas
recordações, nossos álbuns de fotos, os locais que frequentamos e a foto de perfil.
Se todas as linhas em um mapa têm a mesma cor, espessura, largura e o mesmo rótulo,
seria bem difícil de entender o que está acontecendo. O mapa poderia nos fornecer muito
pouca informação. Veja isso na figura abaixo por exemplo.
Atributos no mapa (formas diferentes de apresentação dos dados)

Fonte: QGIS docs


Mapas ganham vida quando diferentes cores e símbolos são usando para ajudar a informar
a que tipo de feição se refere. Você pode informar diferenças entre rios, estradas e
contornos usando o mapa à esquerda? Usando o mapa à direita é muito mais fácil identificar
diferentes feições.
O processo de edição se caracteriza como o método de atualização de determinado dado,
ele pode vir após a criação deste dado ou a partir de um já existente.
A criação de novos dados e modificação de feições existentes são importantes habilidades
para manter o banco de dados geográfico do seu projeto atualizado.
A edição é normalmente exigida antes de você criar mapas e utilizar o GIS para solucionar
problemas espaciais. Ao precisar alterar seus dados para refletir feições do mundo real,
como faz estas alterações? Quais tipos de dados podem ser editados? Quais ferramentas
estão disponíveis para manter seus dados atualizados?

93
O processo de criação, ajuste e adequação de dados espaciais passa por uma série de
etapas. Inicialmente, o objetivo é o de interpretar e extrair informações geográficas de uma
fonte confiável, como, por exemplo, uma imagem de satélite de alta resolução espacial.
Após concluída a etapa de interpretação e extração de elementos vetoriais, como ruas, rios,
limite de bairros, quadras etc., são usadas funcionalidades e ferramentas disponíveis no
software para corrigir e minimizar incoerências ocorridas na extração das feições
geográficas.

Na edição de dados vetoriais, pode ser realizado 3 tipos de movimentos com o objeto
(feição) em análise:
➢ TRANSLAÇÂO = movimento realizado em um sentido único que pode ser no
sentido vertical ou horizontal;

➢ ROTAÇÃO = movimento de rotacionar a feição;

➢ ESCALA = movimento de ampliação da feição (onde a escala da mesma é


mudada).
A maioria das empresas, universidades ou órgãos governamentais utiliza alguns dos
métodos descritos a seguir para importar ou converter dados de mapas no formato
analógico para o digital, visando a montagem de um banco de dados espacial.
• Levantamento de campo;
• Digitalização em Mesa;
• Escaneamento (Rasterização);
• Digitalização em tela;
• Importação.

94
Figura representando algumas etapas de ajuste e correção de dados
geográficos.
O trabalho de edição é denso, repetitivo e até mesmo cansativo, pois depende da extensão
geográfica que será editada. Dessa forma, deve-se tomar muito cuidado em manter a
consistência geográfica da informação, a fim de garantir qualidade do resultado.

➢ Atributos em detalhe
Atributos para feições vetoriais são armazenados em uma tabela. A tabela é como uma
planilha. Cada coluna na tabela é chamada campo. Cada linha na tabela é
chamado registro. A tabela a seguir mostra um exemplo simples de como um atributo
aparece numa tabela em um SIG. Um registro em uma tabela de atributos em um SIG
corresponde a uma feição. Normalmente as informações das tabelas de atributos são
armazenadas em algum tipo de banco de dados. A aplicação SIG vincula este registro de
atributo com a feição geométrica, então você pode encontrar registros na tabela pela
seleção de feições no mapa, e encontrar feições no mapa pela seleção de registros na
tabela.

95
Tabela Atributos Casa 1: Uma tabela de atributos tem campos (colunas) e registros
(em linhas).

Tabela de Campo 1: Campo 2: Campo 3:


atributos AnoConstrução CorTelhado Varanda

Registro1 1998 Vermelho Sim

Registro 2 2000 Negro Não

Registro3 2001 Prata Sim

Fonte: QGIS docs


Cada campo em uma tabela de atributos, contém uma específico de tipo de dado — texto,
numérico ou data. Decidindo qual atributos usar para uma feição requer alguma reflexão e
planejamento. Neste exemplo da tabela acima nós escolhemos a cor do telhado, existência
de uma varanda e o mês da construção como atributos de interesse. Nós poderíamos
facilmente ter escolhido outros aspectos da casa como:
• Número de andares
• Número de salas
• Número de moradores
• Tipo de habitação (bloco de apartamentos, barracas, casa de alvenaria, etc)
• Ano de construção da casa
• Área espacial do piso da casa
• E assim por diante...
CRIANDO INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS
Processo de Geocodificação

❖ Reflexão
Um modelo atual de como a geocodificação está em nosso dia a dia é quando tiramos
uma foto e postamos no instagram, facebook ou em qualquer outra rede social, antes de
publicar a nossa postagem nós ajustamos o filtro, marcamos as pessoas que estão
presente na fotografia e por último inserimos a localização, neste exato momento você está
geocodificando o seu momento (sua foto), a partir daí todos irão saber o local exato onde a

96
imagem foi registrada. Na geocodificação você transforma dados tabulares em latitude e
longitude, tendo assim o local exato de determinando dado.

❖ O que é isso?
A geocodificação é o que permite transformar dados de localização como coordenadas,
endereços e nomes de estabelecimentos em uma geolocalização com latitude e longitude.
❖ Para que serve/se usa?
Por meio dessa tecnologia, é possível encontrar endereços, localizações de clientes e rotas.
Com os dados de localização geocodificados, as empresas podem reconhecer padrões de
informação, o que pode ser feito por meio de uma ferramenta de GIS. Uma das maiores
vantagens da geocodificação, no entanto, é que a tecnologia permite às empresas coletar
informações de clientes (especialmente endereço) e criar um mapa de suas localizações.
A geocodificação também pode ser usada como ferramenta para definição de rotas de
entrega, permitindo que as empresas economizem com rotas mais eficientes e evitem o
desperdício de recursos.
❖ Como funciona?
Para o processo de geocodificação de endereços, é indispensável existir um conjunto de
dados espaciais que consiste basicamente de um plano de informação com segmentos
de ruas, cada um com a faixa de endereços (numeração) de cada lado do segmento. Este
plano será usado como referência ou base para o processo de geocodificação.
❖ Como se aplica?
Uma das maiores vantagens da geocodificação, no entanto, é que a tecnologia permite às
empresas coletar informações de clientes (especialmente endereço) e criar um mapa de
suas localizações. A geocodificação também pode ser usada como ferramenta para
definição de rotas de entrega, permitindo que as empresas economizem com rotas mais
eficientes e evitem o desperdício de recursos.
De modo geral, para que seja possível realizar a operação, precisamos considerar duas
características principais para os dados:
• Ter um banco de dados com as informações de endereços (tipo e nome do
logradouro, número, bairro, cidade, estado, país), para que assim os endereços sejam
localizados espacialmente de acordo com os critérios do software utilizado;
• Conhecer a localização espacial da posição de um ponto e atribuir um endereço ao
mesmo;
Para garantir uma localização precisa na codificação de endereços, a planilha, com os
endereços, deve apresentar o máximo de detalhes. Informações de cidade, estado,
logradouro ou CEP devem constar na planilha, com organização em formato de campos.

97
EXERCÍCIO 6A: Processo de Edição e Criação
Este exercício prático tem como objetivo mostrar para o aluno como criar camadas vetoriais
no QGIS para extrair as feições geográficas de uma determinada imagem de satélite:

Passo 1 - Estruturação das Camadas do QGIS

1) Na janela do QGIS, clique em Camada > Criar nova camada > Nova camada
shapefile...

Dica: Na janela que será aberta, você criará a primeira camada, representando
as quadras, com geometria de polígonos, e seus respectivos campos de
atributos. Para isto, siga as instruções como nas figuras abaixo:
• Nome do arquivo: salve na pasta da Prática 05 com o nome Quadras
• Tipo: Polígono (Figura A)
• Sistema Cartográfico de Referência (SRC): Clique no botão (Figura A).
• Em seguida, na área de Filtro (Figura B), digite o número 32722. Este número de
EPSG refere-se ao sistema WGS 84 UTM Zona 22 Sul. Clique em Ok para voltar à
tela A.
• Novo Campo (Figura A): digite Tipo, logo abaixo escolha como "tipo" o tipo de campo
Dados de Texto, para tamanho do campo (comprimento) digite 50. Em seguida,
clique no botão Add to Fields List para adicionar a lista de
atributos (Figura A).
• Clique em Ok para finalizar a primeira parte do processo de criação do novo
shapefile.

98
Figura A Figura B

1) Seu novo shapefile é automaticamente adicionado à área de controle do QGIS e


salvo em seu diretório.

Desafio: Faça o mesmo procedimento descrito anteriormente para a criação das


camadas abaixo. Use o mesmo sistema de coordenadas.
Camada Geometria
Ruas Line
Zonas Polygon
Rodovias Line

Dica: Após criadas as camadas, perceba que elas já devem estar dispostas na área de
controle do QGIS, com seus respectivos nomes e geometrias. Ainda não há nenhuma
feição geográfica nas camadas, pois você usará uma imagem de satélite para interpretar e
extrair as feições.

99
Passo 2 – Vetorização das feições geográficas
Agora você fará algumas modificações nas camadas, antes de iniciar o processo de
interpretação e extração das feições.
1) Inicialmente, adicione a imagem raster MandaguaçuPR, armazenada em sua pasta
da Prática 05. Para isso, clique em Camada > Adicionar camada > Adicionar

camada raster... ou clique no ícone .

2) Na sequência, mude a simbologia das camadas para:


• Rodovias > Amarelo > 1
• Ruas > Vermelho > 1
• Quadras > Sem preenchimento > Azul > 1,5
• Zonas > Sem preechimento > Verde > 1,5

Dica: Dê um duplo clique sobre o símbolo de geometria de cada camada. Vá na guia


Simbologia e faça as respectivas modificações. Lembre-se das configurações de
simbologia aprendidas nos capítulos anteriores.
3) Salve suas configurações, para evitar problemas, clicando em Projeto > Salvar
como... Navegue até seu diretório de trabalho e salve o projeto com nome de
Edicao. Caso tenha problemas, basta abrir este projeto e todas as configurações
salvas serão preservadas, sem a necessidade de retrabalho.

100
4) Em seguida, você adicionará campos ao banco de dados das suas camadas. Para
isto, você deverá criar os campos, como definidos na tabela abaixo. Faremos juntos
a criação dos primeiros campos e, em seguida, você fará a criação dos outros
campos.
5) Abra a tabela de atributos da camada de Rodovias, clicando com o botão direito
no nome da camada > Abrir Tabela de Atributos. Em seguida, clique no botão
Alterar edição (parte superior da tabela) para iniciar o modo de edição. Logo
após, clique no botão Nova coluna para inserir um novo campo.
6) Na janela que será aberta, defina como Nome: Nome_Rodov, com tipo Texto
(string) e largura 50.

7) Clique em Ok.
8) Perceba que seu novo campo criado será adicionado à tabela.
9) Em seguida, usando os mesmos procedimentos, crie um novo campo com nome de
Extensao e tipo Número decimal (Real), com comprimento 12 e precisão 2.
Para isto, clique no botão

10) Para finalizar o processo de criação dos campos, clique novamente no botão e
Salve suas edições na tabela.

Desafio: Usando os conhecimentos aprendidos anteriormente, crie os seguintes campos


nas respectivas camadas, como na tabela abaixo:

101
Camada Nome Campo Tipo
nome Text
Ruas
extensao Decimal Number (Real)

Quadras area Decimal Number (Real)

tipo Text
Zonas
area Decimal Number (Real)

11) Após terminada a criação dos campos, iremos iniciar o processo de Edição e
interpretação dos elementos na imagem, assim como a representação das feições
geográficas nas camadas.
12) Na área de controle do QGIS, clique na camada de Rodovias para selecioná-la. Em

seguida, no menu de ferramentas, clique no botão para iniciar o processo de


edição nesta camada.

13) Deixe ativa, na área de controle, apenas a camada de Rodovias.

14) Em seguida, no menu de ferramentas do QGIS, clique no botão


para iniciar a vetorização das rodovias na imagem.
15) Você digitalizará a BR 376, que cruza a cidade de Mandaguaçu, no interior do
Paraná. Para isto, defina a escala de 1:2.000 na janela de escala .
Logo após, tecle enter.

16) Em seguida, usando a ferramenta de Deslocar Mapa , vá até o limite


superior da imagem onde começa a rodovia. Clique no limite de borda da
imagem, representando o início da rodovia, e vá clicando continuamente para
inserir os vértices da linha representando a rodovia, como na figura abaixo.

102
Dica: Você pode, a qualquer momento, ampliar ou diminuir a área da imagem, usando as

ferramentas de panorâmica e zoom ( ) e, em seguida, retornar ao


traçado da linha.

Dica: Caso cometa algum erro na criação de determinado vértice, basta utilizar o

Backspace do teclado para apagar o último vértice criado.


17) Após vetorizada toda a linha representando a Rodovia, clique com o botão direito
do mouse para finalizar a edição da feição de linha.
18) Na janela que será aberta, você já pode inserir os atributos da linha. No campo ID
digite 1. Em Nome_Rodov, digite BR 376 e, em seguida, clique em Ok.
19)

103
20) Abra a tabela da camada de Rodovias (Botão direito no nome da camada > Abrir
Tabela de Atributos) para confirmar se o atributo de nome da Rodovia foi inserido
na tabela.

Desafio: Caso sua linha de rodovia tenha ficado fora do trajeto e você quiser ajustá-la, faça
os seguintes procedimentos. Na linha (a ser corrigida), clique no botão Ferramenta de

vértices , na barra de ferramentas de Edição. Clique sobre o vértice de linha a ser

editado (símbolo de círculo vermelho). Perceba que cada vértice inserido será
destacado como um círculo vermelho. Clique cursor sobre o vértice que deseja ajustar e
clique novamente o para o local certo.

21) Quando terminar de fazer as modificações, clique novamente no botão . Em

seguida, clique no botão para finalizar e salvar as edições.

104
22) Iremos, agora, extrair as feições geográficas da camada de Zonas. Para isto, na
Área de controle do QGIS, desative a camada de Rodovias e ative a de Zonas.

23) Em seguida, na área de controle do QGIS, clique na camada Zonas para

selecioná-la. Logo após, clique no botão para iniciar a edição da camada


de zoneamento.

105
Dica: Você fará três polígonos, representando as zonas Comerciais, Residenciais e
Ambientais, como na figura abaixo:

24) Faça o primeiro polígono na área Comercial, no canto superior da Imagem. Para

isto, clique no botão Adicionar polígono e, em seguida, clique nos cantos


de cada quadra para ir marcando os vértices. Ao final da construção do polígono,
representando a zona comercial, clique com o botão direito do mouse para finalizar
o processo.
25) Na janela de atributos que será aberta, digite no campo ID 1 e para Tipo o atributo
Comercial.

106
26) Clique em Ok
Dica: Para criar o próximo polígono Residencial, você aproveitará parte dos limites
(fronteira) do polígono da Zona Comercial (criado anteriormente), evitando assim erros
topológicos na representação das feições.
27) Para isto selecione o polígono recém-criado da zona comercial, com a ferramenta

. Perceba que o polígono ficará amarelo.

28) Em seguida, você precisará definir sua tolerância de snapping para não inserir
erros topológicos (sobreposição). Para isto, em qualquer área superior cinza, clique
com o botão direito e habilite as ferramentas de aderência.

107
29) Clique no ícone para habilitar as funções de aderência.
30) Clique na segunda opção e vá em Configuração Avançada

31) Perceba que agora as funções estão diferentes .

Clique em para expandir as opções. Habilite a camada de Zonas para


atração e também para “Avoid Overlap” – ou seja, para evitar a sobreposição.

32) Clique também no ícone para habilitar a edição topológica.

Dica: Estas configurações simulam a ferramenta de Auto Complete Polygon no ArcGIS.

108
33) Como na figura abaixo, inicie o novo polígono, clicando no canto marcado como 1,
faça o contorno do polígono residencial e feche o polígono clicando com o botão
direito no canto 2.

Dica: Perceba que, por estar ativada a opção de ajuste, ao aproximar o cursor do
polígono este é automaticamente puxado para conexão, evitando assim a criação de
erros.

34) Para a tabela de atributos, defina ID: 2 e Tipo Residencial.

Perceba que o novo polígono de zona residencial foi criado sem erros, pois não foi
necessário redigitalizar as fronteiras entre as zonas.

109
Desafio: Em seguida, faça o mesmo processo para digitalizar o polígono de zona
ambiental, como mostrado na figura abaixo.

110
35) Usando a ferramenta de aderência, digitalize a nova área ambiental como na
figura acima, clicando nos quatro cantos indicados. Para finalizar, clique com o
botão direito no ponto 4. Para evitar erros, certifique-se de ter configurado a função
de ajuste. Ao final da digitalização, clique com o botão direito do mouse e depois
em Ok, sem digitar neste momento nenhum texto para os campos.

Dica: Você irá agora dividir este novo polígono da área ambiental em duas áreas (Área
Ambiental 1 e Área Ambiental 2). Para isto, você recortará o polígono existente.
36) Selecione o polígono recém-criado de área ambiental, com a ferramenta de seleção

. Em seguida, na barra de ferramentas cinza, habilite as ferramentas de


digitalização avançada.

111
37) Clique no botão Quebrar feições . Como na figura abaixo, você irá recortar o
polígono na região indicada.

38) Cruze o polígono com a ferramenta de corte como mostrado na figura acima.

Dica: Crie e finalize a linha de corte, um pouco antes e depois da borda do polígono,
como uma linha que cruza o polígono de forma contínua.

112
39) Após recortado o polígono, clique no botão para abrir a janela de atributos.
Selecione o polígono de cima e digite no campo Ambiental 1.
40) Em seguida, selecione o polígono abaixo e digite Ambiental 2.

41) Ao final do processo de digitalização, finalize e salve as edições, clicando no botão

de Edição.

113
42) Iremos, agora, extrair as informações de arruamentos, representados por seus
eixos de logradouros (centerlines). Para isto, deixe ativa apenas a camada de
Ruas na área de controle do QGIS.

43) Certifique-se que a função de aderência esteja ativa e configurada para a


camada de Ruas.

44) Em seguida, com a camada de Ruas selecionada, clique no botão de Edição


para começar o processo de vetorização das linhas representando as ruas.
45) Digitalize linhas no centro das ruas, representadas na imagem de satélite, usando

a ferramenta como na imagem abaixo.

Dica: Não é necessário clicar em cada cruzamento de quadra, pois ao final usaremos um
comando para fazer a interseção automática das linhas.

Ao término da digitalização de todas as linhas representado os eixos de logradouros,

salve as edições pois em seguida você inserirá os nomes das ruas.

Passo 3 – Inserção e Definição dos Atributos


Agora você verá como inserir e definir atributos no QGIS.

114
1) Selecione a camada de Ruas e clique no botão Abrir Tabela de Atributos na
barra de ferramentas de atributos.

2) Selecione cada linha (uma por uma) e, no campo Nome, insira o atributo
do nome da rua, como por exemplo Rua Canadá. Use como referência os nomes
indicados na figura abaixo. As ruas que não possuem nome, pode ser deixado
em branco.

Dica: Após inseridos os atributos em cada via, iremos iniciar o processo de quebra
automática dos segmentos. Para esta ação, você precisará usar a ferramenta V.CLEAN
disponível na caixa de ferramentas do QGIS, como na figura abaixo. Para ativá-la
basta clicar em Processar > Caixa de ferramentas.

Você Sabia? A caixa de ferramentas, do QGIS, é formada por um conjunto de


ferramentas que executam algoritmos para realização de uma série de procedimentos de
análise espacial e álgebra de mapas. É uma extensão que tem função similar ao
ArcToolbox do ArcMap.

115
3) Perceba que será aberta uma janela contendo uma grande quantidade de
ferramentas. Em buscar digite V.Clean

4) Clique duas vezes para abrir a ferramenta.


5) Preencha os parâmetros da ferramenta de correção de erros topológicos, como na
figura abaixo, definindo Ruas (Layer to clean) como camada de entrada e o
restante deixe como padrão.

116
6) Clique em Executar e, em seguida, feche a janela do V.clean.

Dica: Perceba que serão criadas duas novas camadas virtuais de pontos e linhas (nomes
codificados) na área de controle do QGIS.

7) Clique com o botão direito na camada de linhas e escolha Exportar > Salvar
Feições Como...

117
8) Na opção salvar como, salve no formato shapefile.
9) Clique no botão Buscar, navegue até sua pasta de trabalho Resultados (Diretório
Proposto) e salve a nova camada, com nome de Ruas_cln.shp
10) Remova as camadas Cleaned e Erros da área de controle do QGIS (Botão direto
sobre a camada > Remover camada...)

11) Clique no botão e, em seguida, vá clicando nos segmentos de linhas


representando os trechos de ruas. Perceba que todas as linhas foram quebradas
nas interseções das ruas, representando agora os segmentos de logradouros,
individualizados por quadra. Além disto, perceba também que os nomes das ruas
foram replicados para cada segmento, poupando seu trabalho na inserção dos
atributos na tabela.
12) Para terminar a caracterização urbana do município, você extrairá as feições de
polígonos de quadras da imagem de satélite.
13) Para isto, deixe ativa apenas a camada de Quadras e a imagem de satélite, na área
de controle do QGIS.

14) Selecione, na área de controle, a camada de Quadras e clique no botão de Edição

15) Em seguida, como na imagem abaixo, crie polígonos ao redor das quadras, usando

a ferramenta Adicionar Polígono


Dica: Lembre-se que, para finalizar sua feição geográfica de polígono representando a
quadra, você deve clicar com o botão direito do mouse. Na janela de atributos que será
aberta, digite no campo Tipo a informação de cada zona (Residencial, Comercial ou
Ambiental) onde a quadra está inserida.

118
16) Após finalizada a digitalização das quadras, Salve e Finalize as Edições .
17) Em seguida, você calculará as extensões (comprimento) para a camada de ruas
(linhas) e a área para as camadas de polígonos representando as quadras. Para
isto, abra a tabela de atributos da camada Ruas, clicando com o botão direito no
nome da camada > Abrir Tabela de Atributos.
18) Em seguida, na parte superior direita da tabela, clique no botão Abrir calculadora

de campo .
19) Na janela de cálculo que será aberta, marque a opção atualiza um campo
existente.
20) Logo abaixo selecione o campo Extensão.

21) Na área de Funções, clique em Geometria e dê um duplo clique em $length

119
22) Após configurada a calculadora (figura abaixo) clique em Ok.

Dica: Perceba que, agora, o campo extensão possui o comprimento calculado em metros,
para cada segmento de linha representando os trechos de ruas.

Desafio: Calcule, para as outras camadas, o valor de comprimento e área das feições
geográficas. Para o campo Extensão, o cálculo será em metros lineares ($length), e para
o campo Área, o cálculo será em metros quadrados
($area). Lembre-se de abrir a tabela de cada camada e usar a ferramenta.

120
EXERCÍCIO 6B: Processo de Geocodificação

Para iniciar a geocodificação dos endereços, precisamos georreferenciar os dados da


planilha e adaptá-la a ferramenta de geocodificação. Este exercício prático tem como
objetivo mostrar para o aluno como geocodificar os endereços se referem a localização de
autoescolas da região metropolitana de São Paulo:
Passo 1 – Formatando a planilha
1) No QGIS abra a planilha Dados_Endereco, do tipo CSV, armazenada na pasta da

Prática 06. Para isso, clique no ícone Adicionar uma camada vetorial ao
projeto.
2) Com a tabela aberta, clique com o botão direito na tabela e vá em Exportar >
Salvar feições como...
Dica: Dessa forma a camada será exportada para outro sistema de referência e com o
sistema de codificação UTF-8 aceito na ferramenta MMQGIS;
3) Na janela de exportação, faça as seguintes configurações:
• Formato: Selecione a opção Valor Separado por Vírgular [CSV];
• Salvar como: Salve na pasta da Prática 06 como Dados_Endereco_Geocode;
• SRC: Aponte para a referência WGS 84;
• Codificação: Selecione a opção UTF-8;
4) Clique em Ok e adicione a planilha ao projeto;

Dica: O campo codificação (UTF-8) é importante, pois garante a compatibilidade do


arquivo de endereços com a ferramenta que vai espacializá-lo.

Passo 2 – Geocodificando endereços com MMQGIS


1) Partindo do passo anterior, vamos executar a ferramenta de geocodificação. Para
isso, no menu principal, clique em MMQGIS > Geocode > Geocode CSV With
Google / Open Street Map;

121
2) Na janela aberta, faça a seguinte configuração:
• Input CSV File (UTF-8): Aponte para a planilha exportada anteriormente
Dados_Endereco_Geocode;
• Address Field: Aponte para a coluna END;
• City Field: Selecione a coluna MUN
• State Field: Selecione a coluna UF
• Country Field: Selecione a coluna PAIS
• Web Service: O usuário pode optar por uma das duas bases. Neste exercício
escolha a base Open Street Maps;/Nominatim;
• Output Shapefile: Salve na pasta da prática como Enderecos_SP;
• Not Found Output List: Se refere aos endereços não identificados pela
ferramenta, aponte para a pasta da Prática 06;

122
3) A camada gerada se mostra como um evento, ou seja, não se constitui um dado
consolidado. Importe a camada Enderecos_SP, armazenada na pasta da Prática 06.
4) Em seguida, abra o dado referente a região metropolitana do Município de São Paulo
(SP_Regiao_Metrop) para visualizar os pontos sobre o recorte geográfico mínimo.

123
Passo 3 – Calcular as coordenadas dos pontos
Muitas das vezes, a informação em forma de endereço apresenta inconsistência de
posição, devido a forma textual de registro. Além de ser pouco prático o uso de endereços
para a orientação de esforços, como por exemplo, em levantamento cadastral, área de
saúde ou simplesmente uma ocorrência policial.
Dessa forma, a informação de coordenadas espaciais se mostra importante e simples do
ponto de vista do levantamento de campo. Para calcular as coordenadas de cada ponto
geocodificado, siga os passos:
1) Partindo do passo anterior, abra a tabela de atributos da camada Enderecos_SP,
clicando com o botão direito > abrir tabela de atributos;

2) Entre em modo de edição na tabela e clique em Calculadora de Campo

3) Na calculadora de campo, faça as seguintes configurações:


• Marque a opção Criar um novo campo;
• Nome do novo Campo: Intitule como X_Long;
• Tipo de novo campo: Selecione o tipo número decimal (real);
• Comprimento do campo de saída: Coloque tamanho 10 e precisão 3;

124
• No conjunto de ferramentas Geometria, clique duas vezes na opção $X
4) clique em Ok;

5) Faça o mesmo procedimento para o campo Y_Lat. Na caixa de ferramentas


Geometria, clique duas vezes na opção $Y
6) Clique em Ok
7) Os dados de latitude e longitude contribuem para facilitar os trabalhos de campo,
uma vez que é possível a definição de rotas a partir de dispositivos GPS de mão
(Garmin por exemplo) ou smartphones.

125
Onde podemos utilizar o que foi aprendido?

Parabéns! Chegamos ao final deste capítulo, no qual você aprendeu sobre edição de
dados no QGIS.

126
CAPÍTULO 7: FERRAMENTAS DE GEOPROCESSAMENTO

Neste capítulo vamos abordar as rotinas de geoprocessamento de dados vetoriais


mais comuns em análises GIS. As ferramentas de geoprocessamento permitem otimizar a
análise geográfica para melhor tomada de decisão ao usuário.

Contudo, antes de aprender os comandos mais usados, é importante refletir sobre a


importância de uma boa análise espacial. Os princípios da análise espacial são comuns a
diferentes softwares de GIS, pois isso, ao entender a lógica da análise espacial, você será
capaz de operar diferentes ferramentas.

Nesse capítulo iremos abordar a importância da análise espacial e apresentar as


seguintes operações: união, dissolve, recortar, interseção e buffer.

7.1 O que é análise espacial?

Acredite, existe um padrão na maneira como os fenômenos estão distribuídos no espaço.


Um leigo, pode até achar, em um primeiro momento, que a correlação (seja ela positiva
ou negativa) entre diferentes elementos geográficos é coincidências. Mas uma boa
ANÁLISE ESPACIAL, certamente demonstrará que não.

Ressaltando a 1ª lei da Geografia: “Todos os fatos geográficos estão relacionados entre


si, mas os fatos mais próximos possuem uma relação mais forte” (Waldo Tobler); a busca
por padrões espaciais é de grande importância na análise espacial de fenômenos.

Então o que é Análise Espacial?

127
Um interessante exemplo de aplicação da Análise Espacial foram os
estudos do Dr. John Snow em 1854, que relacionou os casos de cólera em Londres com
a distribuição espacial de poços de água. Naquela época ainda não se conhecia a forma
de contaminação da cólera se propagava. Dr Snow colocou no mapa da cidade a
localização dos doentes de cólera e dos poços de água, principal fonte de água dos
habitantes da cidade naquela época.

Com a espacialização dos dados ele percebeu que a maioria dos casos estava
concentrada em torno do poço da Broad Street. Como consequência foi decretada a
lacração do poço, contribuindo para debelar a epidemia. Esta constatação forneceu
evidências empíricas para a hipótese, posteriormente comprovada, de que a cólera é
transmitida por ingestão de água contaminada.

O trabalho desenvolvido pelo Dr. Snow é considerado como uma das primeiras aplicações
de sucesso da análise espacial.

Os sistemas de informações geográficas (SIG’s) permitem a visualização da distribuição


espacial de um fenômeno, porém cabe ao usuário traduzir os padrões espaciais
existentes com considerações objetivas e mensuráveis. Na análise espacial, deve-se
buscar identificar os fatores que determinam a concentração ou a dispersão espacial e
também os agrupamentos espaciais com características semelhantes e geograficamente
contínuas.

128
Além da distribuição espacial e dos relacionamentos os SIG’s também examinam e levam
em consideração os atributos relacionados a estes fenômenos.

Estas análises podem ser simples, por exemplo, quando conseguimos identificar padrões
visuais em mapas. Mas também podem ter uma complexidade maior, por exemplo,
quando precisamos criar modelos sofisticados para extrair informações que não são
reveladas visualmente.

A partir disto, é possível compreender a questão em análise e tomar decisões em relação


a ela.

Poços d’água
Casos de cólera

Tipos de Análises Espaciais

Dentre as várias formas de se utilizar Análises Espaciais, há diferentes técnicas e


metodologias a se aplicar. Neste curso usaremos uma abordagem com o seguinte
agrupamento: Análises de Proximidade, Análises de Sobreposição, Análises
Estatísticas e Análises Temporal.

Neste curso também utilizaremos o termo “feição” para designar um elemento do mapa
espacializado. Por exemplo, ao coletar a localização de uma loja, o ponto que representa
esta loja no mapa será designado como uma feição geográfica. O polígono que
representa uma região, como um bairro, por exemplo, também chamaremos de feição
geográfica. Uma feição geográfica também pode ser representada por uma linha. Pode
ser um caminho a ser percorrido ou ainda um trecho de uma rua.

129
Feições de Ponto, Linha e Polígono.

Partindo do pressuposto que iremos mapear nossos dados com estas três formas
geométricas (ponto, linha e polígono), e que estas feições geográficas estão em um
plano cartesiano (o que em última instância significa que conhecemos suas coordenadas
e seus relacionamentos espaciais), temos os seguintes grupos de análises:

Análise de Proximidade: Quando queremos saber o que está próximo do que e o quanto
próximo uma feição geográfica está perto de outra. Os SIG’s possuem diversas
ferramentas de proximidade e algumas categorias são: Análise de área de expansão e
Valores numéricos retornados (distância entre as feições são computadas como atributos)

Análise de Sobreposição: Quando queremos saber o que está por cima do que, como
estas feições geográficas se sobrepõem. Este tipo de sobreposição não se refere apenas
à intersecção geométrica entre as feições, mas também a como os atributos são
combinados.

Análise Estatística: Quando queremos identificar padrões ou relacionamentos de nossos


dados que não são evidentes ao olhar um mapa. A Análise Estatística traz ferramentas
que quantificam as distribuições espaciais e destacam os padrões espaciais em seus
dados, resultando em números e estatísticas concretas.

Análise Temporal: Quando queremos saber como o dado se comporta com o passar do
tempo. Através de um atributo de data podemos entender o comportamento e determinar
como elas irão se alterar no futuro.

Uma Análise Espacial bem elaborada contempla várias ferramenta de diferentes grupos.
A Análise Espacial utilizada pelo Dr. Snow contemplou técnicas de todos estes grupos
para chegar ao resultado final.

FERRAMENTAS DE ANÁLISE
As ferramentas de análise variam de acordo com a plataforma adotada. Normalmente
são executadas individualmente e um novo dado espacial é gerado. São várias
ferramentas, pertencentes a vários tipos de análise espacial. A seguir alguns exemplos:

130
Buffer: Esta ferramenta de análise de proximidade cria polígonos ao redor das feições
de entrada de pontos, linhas ou polígonos a uma distância especificada. São importantes
para determinar alcance ou influência de uma feição. Os polígonos podem ser individuais
ou sem sobreposição.

Polígonos de Thiessen (ou Voronoi): Esta ferramenta é utilizada para dividir a área
coberta por pontos em zonas próximas ou também chamados polígonos de Thiessen.
Estas zonas representam as áreas totais aonde qualquer lugar dentro da zona é próximo
ao ponto de entrada do que qualquer outro ponto.

Área de Serviço:
Esta ferramenta cria áreas de serviço ao redor de pontos em uma rede. Esta área de
serviço de rede consiste em uma região que engloba todas as ruas acessíveis (isto é,
ruas que estão dentro de uma impedância especificada). Por exemplo, a área de serviço
de 5 minutos para um ponto inclui todas as ruas que podem ser alcançadas dentro de
cinco minutos a partir desse ponto.

131
Para a criação de áreas de serviço você irá precisar, além dos pontos, uma base com o
sistema de rede desejada (no exemplo, rede de transporte de logradouros). Apenas com
o traçado da rede já é possível criar áreas de serviço com a impedância de distância.
(Exemplo: A partir do ponto, onde consigo chegar, considerando a rede, se caminhar ou
dirigir 200 metros). Caso sua rede conter atributos de velocidade é possível incluir a
impedância de tempo. (Exemplo: Se dirigir 5 minutos, onde consigo chegar, considerando
a rede)
Áreas de serviço baseadas em tempos são chamadas de Isócronas.

Ferramentas de análise com lógica booleana.

A partir de operações espaciais com componente de lógica booleana iremos explorar


duas ferramentas deste grupo: A União e a Intersecção. No quadro a seguir há exemplos
em camadas de ponto, linha e polígono.
No exemplo a seguir temos, à esquerda, uma loja e sua
área de abrangência, resultado do buffer de 1km. No
polígono da direita, também 1km de buffer de uma loja
concorrente. Além das áreas de abrangência temos o
sistema viário e pontos representando clientes para os
exemplos de União (somente entre polígonos) e
Intersecção (polígonos com polígonos, linhas e pontos).
União

“Buffer” de 1 km ao redor “Buffer” de 1 km ao redor O polígono representa as


de uma loja. de uma loja concorrente. áreas de abrangência da

132
loja e do concorrente em
1km.
Intersecção

“Buffer” de 1 km ao redor Os pontos representam os A intersecção entre as duas


de uma loja. clientes desta loja. feições retorna os clientes
que estão a 1 km da loja.

“Buffer” de 1 km ao redor A linhas representam o As linhas representam as


de uma loja. sistema viário da cidade. linhas intersecionadas.

“Buffer” de 1 km ao redor O polígono representa o O polígono representa as


de uma loja. “buffer” de 1 km ao redor de áreas de abrangência em
uma loja concorrente. comum entre loja e
concorrente.

133
Densidade: A ferramenta de densidade cria superfícies e estas mostram onde
as feições de ponto ou de linha estão concentradas.
Por exemplo, na figura a seguir temos os pontos representando clientes em
uma região. Observando o recorte você pode perceber concentrações de
clientes neste mapa.

Ao aplicar a ferramenta de Densidade temos como resultado regiões no mapa


de cor mais escura (que mostram maiores concentrações de clientes) e regiões
mais claras.

O resultado desta superfície é um arquivo no modelo raster, ao qual


caracterizamos como um dado contínuo. No primeiro mapa temos os dados
discretos dos clientes, sabemos onde tem ou não tem. Um mapa de
densidade pode nos mostrar regiões onde há densidades, e consequentemente
clientes.
Para um exemplo de aplicação da análise de densidade, considere uma cadeia
de lojas de varejo que tenha várias lojas em um distrito particular. Para cada
loja, a gerência tem números de vendas dos clientes. A gerência supõe que os
clientes prefiram uma loja em vez de outra baseada em quanto distante será o
percurso. Neste exemplo, é natural supor que qualquer cliente irá sempre
escolher a loja mais próxima. Mas os compradores mais distantes também

134
podem fazer compras em outras lojas. A gerência quer estudar a distribuição
de onde os clientes vivem. A partir dos números de vendas e da distribuição
espacial das lojas, a gerência quer criar uma superfície contínua de clientes
espalhadas pelo distrito.
Existem ferramentas para densidade de kernel, linha e ponto.
Densidade do kernel: Calcula uma área de magnitude por unidade a partir de
feições de ponto ou linha usando uma função de kernel para ajustar uma
superfície suavemente cônica a cada ponto ou linha.
Densidade de Linha: Calcula uma área de magnitude por unidade de feições
de linha que estão dentro de um raio em torno de cada célula.
Densidade de Ponto: Calcula uma área de magnitude por unidade de feições
de pontos que estão dentro de uma vizinhança ao redor de cada célula.
O modelo de dados raster possui ferramentas de análise espacial distintas do
modelo vetorial. A grande diferença é que elas são capazes de trabalhar com
diferentes operadores.

Interpolação: A interpolação prediz valores para células em um raster a partir


de um número limitado de pontos de dados de amostra. Ele pode ser usado
para prever valores desconhecidos para qualquer dado de ponto geográfico.
Utilizando o mesmo exemplo anterior, os pontos a seguir representam clientes
e um de seus atributos é a disposição à pagar que estes possuem. Para cada
cliente em potencial entrevistado, foi obtida a disposição a pagar (em R$) por
serviços prestados. Este dado é armazenado em um campo numérico em sua
tabela de atributos.

135
No exemplo a seguir temos o resultado de uma interpolação com este dado:

Como resultado, a interpolação também resulta em uma camada raster,


representando os valores da disponibilidade que o cliente tem a pagar.
Também resulta em um dado contínuo.
As regiões mais escuras são baseadas nas localizações dos pontos (clientes)
que continham um valore maior.
Perceba a diferença entre este mapa de interpolação e o mapa de densidade.
Na interpolação, a partir de amostras em locais conhecidos (onde os clientes
estão), são estimados valores onde não foram mapeados clientes.
Existem diversos interpoladores que podemos utilizar. A escolha se faz
conhecendo o fenômeno que se deseja interpolar e também conhecer como o
interpolador opera.
IDW (inverse distance weighted): Interpola uma superfície raster a partir de
pontos usando uma técnica de inversão de distância ponderada (IDW).
Kriging: Interpola uma superfície raster a partir de pontos usando kriging.
Vizinho natural: Interpola uma superfície de raster a partir de pontos usando
uma técnica de vizinho natural.
Spline: Interpola uma superfície raster a partir de pontos usando uma técnica
de spline de curvatura mínima bidimensional.
Topo para Raster: Interpola uma superfície raster hidrológica correta a partir
de dados de pontos, linhas e polígonos.
Tendência: Interpola uma superfície raster a partir de pontos usando uma
técnica de tendência.

136
Álgebra de Mapas: É uma linguagem semântica que define uma sintaxe para
a aplicação de operações matemáticas e algorítmicas em (geralmente) dados
raster para realizar análise espacial e criar novos conjuntos de dados raster.
Em geral, Álgebra de Mapas tem quatro tipos principais de operações: local,
focal, zonal e global. Os conceitos gerais por trás da Álgebra de Mapas se
originaram com Charles Dana Tomlin em Sistemas de Informação Geográfica e
Modelagem Cartográfica, Prentice Hall, 1990.

Álgebra de Mapas é então mais do que uma ferramenta. Na análise baseada


em células, cada local é um valor em um conjunto de dados raster e as várias
ferramentas geram um raster de saída com base na aplicação de algumas
regras matemáticas, espaciais ou algorítmicas aos valores da célula de
entrada.

Mais ferramentas e métodos


As plataformas de Sistema de Informações Geográficas possuem um número
enorme de ferramentas para modelagem e Análise Espacial. No caso do
QGIS estas ferramentas e métodos se encontram em diferentes componentes
da plataforma. Neste material foram elencadas algumas que iremos utilizar em
nosso curso. APÍTULO 7:

137
7.2 Ferramentas mais comuns de Geoprocessamento

Obter respostas com a Análise Espacial envolve a manipulação de dados


espaciais. Essa manipulação só é possível através da execução de ferramentas
para criar e extrair informações geográficas, comumente conhecida como rotinas
de geoprocessamento.

Atualmente, existem centenas de ferramentas de geoprocessamento


dentro do software QGIS, tais como: reprojetar uma camada, calcular densidade
de pontos, criar área de influência (buffer), realizar recorte espacial (recorte),
adicionar atributos em tabelas, converter geometrias vetoriais e matriciais, entre
outros. Normalmente, para executar uma rotina de geoprocessamento o usuário
deve: 1. escolher a ferramenta; 2. informar o conjunto de dados de entrada; 3.
definir e configurar os parâmetros da rotina; e 4. salvar o novo conjunto de dados.

Conjunto de Salvar novo


Escolher a Configurar
dados de conjunto de
ferramenta parâmetros
entrada dados

EXERCÍCIO 7A: CONHECENDO AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE


GEOPROCESSAMENTO

Passo 1 – Recortar
Como vimos na aula teórica, agora vamos utilizar a ferramenta Recortar
para extrair uma feição nos moldes de uma outra.

Importante: A ferramenta de Recorte utiliza como base do recorte


(sobreposição) somente dados vetoriais na geometria de polígonos.

138
1) Abra os dados vetoriais de Hidrografia_Estado.shp e Limite_Bairro.shp
presentes na pasta da Prática 07;

2) Agora, vamos recortar a hidrografia somente para a área de interesse


(limite de bairros). Para isso, acesse a ferramenta recortar clicando em
Vetor > Geoprocessamento > Recortar...

3) Na janela/ferramenta que será aberta, configure da seguinte forma:

139
1) Camada de Entrada: Hidrografia_Estado.shp;

2) Sobrepor camada: Selecione a camada molde do meu recorte


Limite_Bairro.shp

3) Local de saída para o arquivo shape: Salve na pasta da Prática 07 com o


nome Hidrografia_Municipio;

4) Marque a opção Abrir arquivo de saída depois de executar o algoritmo

5) Clique em Ok e observe o resultado;

Desafio: Com base nos conhecimentos adquiridos ao longo do curso,


aplique uma simbologia de cor azul e espessura de linha 0,5 para a
hidrografia recortada.

140
Dica: O recorte é uma clássica ferramenta de geoprocessamento. Uma
boa prática para aplicação dessa rotina é trabalhar sempre com os dados no
mesmo sistema de referência e coordenadas.

Passo 2 – União

Você sabia? A ferramenta União une diversas feições de dados


geográficos vetoriais distintos em um único dado vetorial de saída. Neste passo,
vamos utilizar a ferramenta para juntar a feição referente ao município do Rio de
janeiro a alguns municípios da baixada fluminense.

1) Em um projeto novo, adicione os dados UF_PR e UF_SC na interface do


QGIS para serem unidos. Os dados estão dentro de um arquivo
Geopackage, denominado Brasil.gpkg

Você sabia? O GeoPackage é um formato aberto para armazenamento


de dados espaciais desenvolvido pelo Open Geoespacial Consortium (OGC). É
uma extensão que possui diversos benefícios e seu principal diferencial é a
possibilidade de trabalhar diretamente com um banco de dados.

2) Agora que você importou as camadas, abra a ferramenta de união,


disponível no menu principal Vetor > Geoprocessamento > União

141
3) Na janela que será aberta, configure da seguinte forma:

a) Entrar com camada de entrada: Aponte para a camada UF_PR

b) Unir à camada: Selecione UF_SC

c) Local de saída para o arquivo shape: MUN_PR_SC.shp na pasta


Prática 07;

d) Marque a opção Abrir arquivo de saída depois de executar o


algoritmo;

142
4) Clique em Executar e aguarde o resultado.

143
5) Abra a tabela de atributos do dado gerado e perceba que a ferramenta
juntou, além das geometrias, as tabelas com as informações;

Você sabia? Na ferramenta de União, é possível juntar somente duas


camadas. A ferramenta Merge Layers, pertencente ao plugin MMQGIS permite
a junção de duas ou mais camadas;

6) Agora, vamos realizar a união de diversos estados para compor o limite


do Brasil. Para isso, importe todos as camadas que estão disponíveis
dentro do arquivo Brasil.gpkg

144
7) Com o complemento MMQGIS já instalado, na área superior do QGIS vá
em MMQGIS > Combine > Merge Layers

8) Na janela que será aberta, selecione todos os estados. Em Output


Shapefile, salve na pasta da Prática 07 com o nome
BRASIL_ESTADUAL.shp

145
9) Clique em Ok e analise os resultados no mapa. Perceba que agora você
tem um único shapefile com os estados do Brasil. Analise também a tabela
de atributos da nova camada gerada.

146
Passo 3 – Dissolver
A ferramenta Dissolver une feições, de um dado geográfico, que contêm
valores iguais registrados em determinado campo da tabela de atributos. Essa
rotina é muito comum para processar dados geográficos para classificação
generalizada. Além disso, é utilizada para resumir os registros da tabela a partir
de único campo.

147
1) Em um projeto novo, abra o dado MUNICIPIOS na pasta da Prática 07,
dentro do arquivo Brasil.gpkg;

2) Abra sua tabela de atributos e repare os campos MUNICIPIO e UF.


Perceba que cada município do Brasil está contigo dentro de uma “macro
coluna”, que são as Unidades Federativas (UF). Dessa forma, nosso
objetivo é dissolver as feições que contém o mesmo registro de UF;

3) Acesse a ferramenta de Dissolver, disponível na área superior do QGIS


Vetor > Geoprocessamento > Dissolver;

4) Na janela que será aberta, faça a seguinte configuração:

• Entrar com camada vetorial: Selecione a camada MUNICIPIOS;

• Dissolver campos: Escolha o campo UF;

148
• Local de saída para o arquivo shape: Salve na pasta da Prática 07 com o
nome Brasil_UF;

• Marque a opção Abrir arquivo de saída depois de executar o


algoritmo;

149
6) Clique em Executar para processar a ferramenta;

Dica: Como nossa camada contém várias feições o processamento pode


demorar um pouco dependendo das configurações do seu computador.

7) Veja os resultados e perceba que novamente temos a divisão estadual do


Brasil. Porém, agora ela foi oriunda de uma camada de divisão municipal;

150
Dica: Caso precise realizar estatísticas simples durante o dissolve como
soma, média, mediana, desvio padrão, entre outras operações, você pode

instalar e utilizar o complemento Dissolve with stats .

151
Passo 4 – Buffer
A ferramenta Buffer consiste na geração de áreas de influência ou de
proximidade. A partir de uma distância radial, é possível gerar um campo
referente a essa área.

Você sabia? Esta ferramenta é bastante utilizada para sobrepor outros


planos de informação no interior desta área de influência. Como o buffer é
geralmente informado em metros, uma boa prática é sempre trabalhar com
sistema de coordenadas projetadas (planas).

Nesse passo vamos aplicar uma área de influência para as delegacias da polícia
militar no município do Rio de janeiro. Aplicando uma área de influência (buffer)
de 5 km, vamos identificar quais os bairros que não estão sob influência de uma
delegacia.

1) Em um projeto novo, adicione os dados Limite_Bairro.shp e


Delegacias_Policiais;

2) Acesse a ferramenta de buffer. Para isso, vá até a barra de ferramentas


Vetor > Geoprocessamento > Buffer... conforme mostra a figura abaixo:

152
3) Na janela que será aberta, preencha os campos conforme abaixo:

• Camada de entrada: Selecione a camada de pontos


Delegacias_Policiais;

• Distância: Digite 5000, referente a 5 km de área de influência;

• Marque a opção de dissolver resultado;

• Local de saída para o Buffer: Salve como


Area_Influencia_Delegacias_policiais.shp em Resultados na pasta da
Prática 07;

• Marque a opção para Abrir arquivo de saída depois de executar o


algoritmo;

153
4) Execute a ferramenta e aguarde o resultado;

5) Veja que o sistema gerou somente 3 feições, uma vez que elas foram
dissolvidas durante o processamento.

6) Altere a simbologia para melhor analisar o resultado;

154
Desafio: Execute a função novamente. Porém, dessa vez, desmarcando
a opção de dissolver o buffer;

Passo 5 – Interseção
A ferramenta Interseção consiste em fazer interseções entre informações
e feições geográficas. A ferramenta é amplamente utilizada na geração de
mapas de confronto, onde é preciso identificar o percentual de área de um
atributo em relação a área total do recorte geográfico.

Neste passo, vamos analisar as classes de uso do solo que estão


sobrepostas as áreas das unidades de conservação estaduais. Dessa forma, é
possível identificar áreas de ocupações irregulares.

1) Em um projeto novo no QGIS, abra os dados Uso_Solo_RJ e


UC_Estadual_Municipio;

155
Dica: Esses dados são referentes às unidades de conservação estaduais
e o mapeamento do uso da terra em todo o estado do Rio de Janeiro. Os
shapefiles foram restituídos na escala de 1:50.000 (SEDRAP);

2) Agora, vamos acessar a ferramenta de Interseção. Para isso, basta clicar


em Vetor > Geoprocessamento > Interseção...

3) Na janela de geoprocessamento que será aberta, preencha os campos da


seguinte forma:

• Camada de Entrada: Selecione a camada Uso_Solo_RJ;

• Sobrepor Camada: UC_Estadual_Municipio;

• Interseção: Salve na pasta Resultados, como


Uso_Solo_UC_Intersecao.shp;

• Marque a opção para Abrir arquivo de saída depois de executar o


algoritmo.

156
4) Clique em Executar e aguarde o resultado;

5) Abra a tabela de atributos da camada gerada e perceba que a ferramenta


unificou os campos de ambos;

6) No entanto, nosso objetivo é identificar as áreas de uso antrópico que


estão sobrepondo as Unidades de Conservação (UC). As classes de uso
antrópico consideradas são: culturas ou pastagens, ocupação urbana de
qualquer natureza, campo antrópico;

7) Assim, para selecionar estas áreas, abra a tabela de atributos da camada


Uso_Solo_UC_Intersecao e abra a função de Selecionar feições

usando uma expressão

8) Faça a seguinte expressão/seleção:

157
"USO" = 'Ocupação Urbana de Alta Densidade' OR "USO" = 'Ocupação
Urbana de Baixa Densidade' OR "USO" = 'Ocupação Urbana de Média
Densidade' OR "USO" = 'Pastagem' OR "USO" = 'Pastagem em Várzea'

9) Aplique a seleção e veja que 99 polígonos foram selecionados.

Desafio: Exporte a seleção em um novo arquivo shapefile. Para isso,


basta clicar com o botão direito na camada Uso_Solo_UC_Intersecao >
Exportar > Salvar Feições como... Salve na pasta da Pratica 07 com o nome
Uso_Antropico_UC.shp;

Desafio 2: Com base nos conhecimentos já adquiridos, calcule a área


total de ocupações antrópicas (irregulares) na UC.

EXERCÍCIO 7B: INTEGRANDO FERRAMENTAS PARA OBTER


RESPOSTAS
Para reforçar as principais ferramentas aprendidas nesse capítulo, agora
vamos simular um estudo de caso para implantação de políticas ambientais na
bacia hidrográfica do Rio Verde, localizada na região metropolitana de Curitiba
(PR). Imagine que sua missão é estimar o quanto de Áreas de Preservação
Permanente (APP) oriunda da hidrografia (rios) já foi apropriada por imóveis
rurais e onde estão localizadas essas áreas.

Para realizar esse estudo, você precisará das seguintes informações:

• Perímetro da bacia do Rio Verde

• Hidrografia da bacia do Rio Verde

• Assentamentos rurais da região

• Área de influência para a preservação dos rios

158
Os dois primeiros itens foram disponibilizados pelo Instituto das Águas do
Paraná. Já os imóveis rurais, um amigo seu baixou no acervo fundiário do
INCRA, através do i3Geo. Todos encontram-se na sua pasta da Prática 07,
dentro do arquivo Bacia_Alto_Iguacu na extensão Geopackage.

Você sabia? De acordo com a legislação ambiental brasileira, rios com


largura inferior a 10 metros devem contar com uma área de 30 metros de
preservação.

Em resumo, o fluxo de trabalho para essa análise é:

• Usar a ferramenta Recortar para extrair somente os imóveis no


interior da bacia do Rio Verde;

• Usar a ferramenta Buffer com Dissolve para criar zonas de influência


nas feições de rios

• Usar a ferramenta Interseção para determinar as propriedades rurais


que sobrepõem as APPs

• Usar a ferramenta Dissolve para dissolver as feições e calcular o


somatório de área

Passo 1 – Recortar os imóveis rurais de interesse


1) A primeira coisa a fazer é abrir as feições na área de controle do QGIS.
Para isso, importe todas as camadas que estão dentro do arquivo
Bacia_Alto_Iguacu.gpkg

2) Perceba que existem imóveis rurais que estão fora do perímetro da bacia
do Rio Verde. No menu Vetor, clique em Geoprocessamento >
Recortar...

159
3) Na janela que será aberta, realize um recorte da seguinte forma:

• Camada de entrada: Imoveis_Rio_Verde_SIGEF

• Sobrepor camada: Bacia_Rio_Verde

• Recortado: Salve na pasta do exercício com o nome


Imoveis_Rio_Verde

160
4) Clique em Executar.

5) Importe a nova camada Imoveis_Rio_Verde gerada e remova a


camada Imoveis_Rio_Verde_SIGEF

Passo 2 – Criar Buffer de rios


1) No menu Vetor, clique em Geoprocessamento > Buffer...

161
2) Realize um buffer com as seguintes configurações:

• Camada de entrada: Hidrografia_Rio_Verde

• Distância: 30 metros

• Dissolver resultado: sim

• Bordeada: Salve na pasta do exercício com o nome


APP_Hidrografia_Rio_Verde

162
3) Clique em Executar. Importe a nova camada
APP_Hidrografia_Rio_Verde gerada e desabilite a camada de
Hidrografia_Rio_Verde

163
Passo 3 – Sobrepor APPs com relação as propriedades rurais
Nesse passo você irá sobrepor as áreas de preservação permanente (APP)
com as propriedades rurais. Isso permitirá você identificar as geometrias que
estão em conflito e realizar cálculo de áreas. A ferramenta que nos permite fazer
isso é a Interseção.

1) Na área de controle do QGIS, deixe habilitado somente as camadas


Imoveis_Rio_Verde e APP_Hidrografia_Rio_Verde.

164
2) Clique no menu superior Vetor > Geoprocessamento > Interseção...

3) Realize uma interseção com as seguintes configurações:

• Camada de entrada: Imoveis_Rio_Verde

• Sobrepor camada: APP_Hidrografia_Rio_Verde

• Interseção: Salve na pasta do exercício com o nome Areas_Conflito

4) Aguarde o processamento e analise os resultados. Caso seja necessário,


altere a simbologia da camada Areas_Conflito para visualizar melhor as
feições.

165
Dica: Deixe habilitada somente as camadas Areas_Conflito e
Bacia_Rio_Verde

Perceba que já temos as feições conflitantes. Porém, ao abrir a tabela de


atributos da camada Area_Conflito é possível notar que temos diversos linhas
e atributos. Isso dificulta no cálculo total da área.

Passo 4 – Refinar a geometria com Dissolve e calcular área total


No quarto e último passo, vamos refinar as geometrias e estimar a área
total de preservações permanentes (APPs) ocupadas.

1) Na área de controle do QGIS, deixe habilitado as camadas


Imoveis_Rio_Verde e APP_Hidrografia_Rio_Verde.

2) Clique no menu superior Vetor > Geoprocessamento > Dissolver...

166
3) Realize o dissolve com as seguintes configurações:

• Camada de entrada: Areas_Conflito

• Dissolvido: Salve na pasta do exercício com o nome


Areas_Conflito_Final

4) Clique em Executar e aguarde o resultado. Assim que concluir, utilize as


ferramentas de zoom para visualizar as geometrias com mais detalhes.

167
5) Abra a tabela de atributos da camada Areas_Conflito_Final, clicando
com o botão direto > Abrir tabela de atributos.

6) Perceba que, agora, a camada é composta por apenas uma única linha
em sua tabela. Porém, ainda há campos que foram atribuídos no decorrer
das análises de geoprocessamento. Na área superior da tabela, clique em

para habilitar o modo de edição.

7) Vamos agora excluir as colunas que não nos interessam. Para isso, clique

na ferramenta excluir campo .

8) Na janela aberta, selecione todos os campos, com exceção do FID (coluna


do sistema).

9) Clique em Ok para deletar as colunas selecionadas.

10) O passo final será realizar o cálculo da área em hectares (ha). Para isso,

clique na calculadora de campo para abrí-la.

11) Com a calculadora aberta, preencha como na figura abaixo:

168
12) Clique em Ok para realizar o cálculo. A área aproximada de sobreposição
de APP é de 290,21 ha.

Parabéns! Chegamos ao final de mais um capítulo no qual você


aprendeu como utilizar as principais rotinas de Geoprocessamento através do
software QGIS. A seguir, você verá sobre o acesso aos dados de forma remota
e sobre os padrões de dados espaciais.

169
CAPÍTULO 8: ACESSO A DADOS REMOTOS

Hoje, as informações espaciais vão muito além de somente dados físicos


armazenados no computador. Existem diversas formas de acessar banco de
dados geográficos de forma remota, através de uma simples conexão com a
internet e o software QGIS.

Padrões de Dados Geoespaciais


Uma das atividades mais realizadas nas organizações que fazem algum
tipo de controle de qualidade de dados espaciais é a integração de dados
geográficos de diversas fontes.

Desta forma, a padronização e a obtenção de informações sobre a


qualidade de dos dados geoespaciais é um item importante a ser considerado
durante o trabalho com Sistemas de Informação Geográfica (SIG).

Com a complexidade dos processos produtivos e gerenciais, é necessário


registrar de forma organizada a maneira de se produzir mapas. Portanto, a
padronização deve ser vista como algo benéfico a todos, desde o nível
operacional ao estratégico.

Na tentativa de chegar a uma padronização dos diversos tipos de dados,


existe o Consórcio Geoespacial Aberto (OGC, sigla em inglês para Open
Geospatial Consortium), que tem como objetivo fazer com que os
desenvolvedores de softwares SIG de adotem padrões, tais como o Web Map
Service (WMS) e o Web Feature Service (WFS). A partir de 2005, com a
disponibilização gratuita do Google Earth, o formato KMZ se popularizou,
tornando-se também um padrão do OGC.

Os padrões mais importantes da OGC são:

170
• Geography Markup Language (GML) - Com o objetivo de padronizar dados,
o OpenGIS usa o padrão Extensible Markup Language (XML) para codificar
dados geográficos. Para isso, especificou-se a linguagem GML para o
armazenamento de informações geográficas. A especificação GML define
regras para a descrição dos dados, baseada em esquemas XML. Esses
esquemas definem rótulos (ou tags) para detalhar informações como
geometrias, sistemas de referência, características temporais e metadados.
Uma vantagem dos esquemas XML é a flexibilidade para criar tags sobre os
dados descritos, obtendo-se assim documentos semânticos.

• Web Feature Service (WFS) - Essa especificação permite que clientes


(usuários e sistemas) possam recuperar e atualizar objetos espaciais,
descritos em formato GML, de servidores WFS. Define interfaces para acesso
e manipulação de feições cartográficas em redes. Através destas interfaces,
um internauta pode combinar, usar e gerenciar geodados (as feições por trás
dos mapas) de diferentes fontes. O serviço pode ser implementado pelo
servidor nas versões básica – somente com operações de consulta – ou
transacional – com operações de inserção, exclusão, manipulação, etc..

• Web Map Service (WMS) - A OpenGIS especifica como WMS um serviço


completo para produção de mapas na web, através da representação
pictórica de dados geográficos. Os mapas são apresentados na forma de
figuras, mas não são os dados de fato. São produzidos segundo
representações em formatos matriciais PNG, GIF ou JPEG, ou ainda em
formatos vetoriais. No momento em que um cliente requisita a apresentação
de um mapa na tela do computador, um conjunto de parâmetros deve ser
informado ao servidor WFS, como layers, estilos, área de cobertura, sistema
de coordenadas geográficas e formato da imagem.

• Web Coverage Service (WCS) - A especificação WCS é usada para o


acesso a dados que representam fenômenos com variação contínua no
espaço, modelados como geocampos ou coverages, em complementação ao

171
serviço WFS. Este serviço não retorna imagens, mas sim dados semânticos
(valores ou propriedades) dos fenômenos representados. Diferentemente do
WMS, esta especificação fornece os dados junto com suas descrições, o que
permite fazer consultas complexas a essas informações e retornar dados com
os detalhes semânticos, que podem ser interpretados, extrapolados, etc..

• OpenGIS Catalog Service - A definição introduz um serviço para publicação


e busca em bibliotecas de metadados de informações geoespacias. Os
metadados de uma coleção de dados representam as características que
podem ser pesquisadas para avaliação e processamento. O OpenGIS propõe
um esquema básico de metadados, baseado na norma Geographic
Information Metadata (ISO 19115), para facilitar a interoperabilidade entre os
catálogos, de forma que uma mesma consulta possa ser executada em
diferentes bibliotecas através da definição de um conjunto mínimo de
atributos para as perguntas e respostas.

Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE)


Existem hoje em todo o mundo, diversas iniciativas de Infraestruturas de
Dados Espaciais, seja em nível regional, nacional ou global, com o objetivo de
tornar mais acessíveis as informações geoespaciais. Uma dessas iniciativas é a
Directiva INSPIRE, da União Europeia, que visa assegurar aos usuários de
informação espacial serviços integrados que os permitam identificar e acessar
dados geográficos de fontes diversas.

No Brasil, a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) é a


principal ferramenta para o compartilhamento de informações geográficas entre
as diversas esferas do governo e a sociedade. Para saber mais acesse
https://www.inde.gov.br/

Através do visualizador da INDE, é possível ter acesso aos diversos dados


já publicados por muitos órgãos brasileiros como IBGE, IBAMA, CPRM, dentre
outros. É possível consultar, fazer download e ter acesso ao metadado de todas

172
as informações. O VINDE, como o visualizador é conhecido, se torna uma
excelente fonte de obtenção de dados espaciais de confiança.

VINDE: https://visualizador.inde.gov.br/

EXERCÍCIO 8A: ACESSAR DADOS REMOTOS ATRAVÉS DO QGIS


Como vimos na teoria, os serviços WMS (Web Map Service) e WFS (Web
Feature Service), são formatos criados pela OGC. Com o QGIS, você realizar
uma conexão aos serviços WMS e WFS de forma simples e intuitiva a partir do
painel gerenciador de dados espaciais.

Passo 1 – Acesso ao Servidor WMS

O WMS é um padrão de interface OpenGIS. O objetivo é fornecer uma


interface HTTP simples para solicitação de imagens de mapa de uma ou mais
base de dados geoespaciais distribuídos. Em um pedido WMS, obtemos como
resposta uma ou mais imagens de mapas nos formatos PNG, JPEG, TIFF etc.
que podem ser exibidas em aplicativos web e visualizados em um navegador.

173
Dica: Há fonte de listas de URLs de servidores remotos de dados que
pode ser conferido neste website: http://qgisbrasil.org/blog/2016/11/06/lista-
de-geoservicos-wms-e-wfs-para-o-qgis/

1) Abra o QGIS e em um projeto novo, vá no menu suspenso, em Camada


> Gerenciador de Fonte de Dados

2) Clique na aba WMS/WMTS

3) Clique em Novo , para permitir a conexão com o servidor


remoto.

174
4) Primeiramente, vamos acessar o servidor do IBGE. Faça as seguintes
configurações:

• Em Nome, digite IBGE

• Em URL digite:
http://www.geoservicos.ibge.gov.br/geoserver/wfs

5) Clique em Ok e em Conectar

6) Perceba que o sistema mostra todas as camadas compartilhadas pelo


IBGE, através de seu servidor.

175
7) Selecione a camada que representa a taxa de analfabetismo para o ano
de 2010 e clique em Adicionar.

176
8) Abra as propriedades da camada para explorar as informações
compartilhadas pelo servidor.

Dica: Existem inúmeras outras bases de dados para o acesso remoto,


como na lista abaixo:

ESCALA ÓRGÃO LINK


ANA – Agência http://www.snirh.gov.br/arcgis/rest/services
Nacional de Águas
ANEEL – Agência http://sigel.aneel.gov.br/arcgis/services/SIGEL/Temati
Nacional de cos/MapServer/WmsServer?
BRASIL Energia Elétrica
CPRM –
Companhia de http://arcgisserver.cprm.gov.br:6080/arcgis/services/Li
Pesquisa de to_1000000/MapServer/WMSServer
Recursos Minerais

177
DNPM –
Departamento
Nacional de http://sigmine.dnpm.gov.br/arcgis/services/extra/dados
Produção Mineral – _dnpm/MapServer/WMSServer
Processos
minerários
IBAMA – Instituto
Brasileiro do Meio
http://siscom.ibama.gov.br:80/geoserver/ows?SERVIC
Ambiente e dos
E=WMS&
Recursos Naturais
Renováveis
IBGE – Instituto
Brasileiro de
http://www.geoservicos.ibge.gov.br/geoserver/wfs
Geografia e
Estatística
ICMBio – Instituto
Chico Mendes de http://mapas.icmbio.gov.br/geoserver/ows?service=wf
Conservação da s&version=1.1.0&request=GetCapabilities
Biodiversidade
http://acervofundiario.incra.gov.br/i3geo/ogc.php?tema
INCRA – Instituto =imoveiscertificados_privado
Nacional de
Colonização e
Reforma Agrária http://acervofundiario.incra.gov.br/i3geo/ogc.php?tema
=imoveiscertificados_publico

http://i3geo.saude.gov.br/i3geo/ogc.htm
Ministério da Saúde
http://mapas.mma.gov.br/i3geo/ogc.htm

http://mapas.mma.gov.br/cgi-
bin/mapserv?map=/opt/www/html/webservices/biorregi
oes.map&
MMA – Ministério
do Meio Ambiente

http://mapas.mma.gov.br/cgi-
bin/mapserv?map=/opt/www/html/webservices/ucs.ma
p&

ESATADUAIS http://www.amazonia.cnptia.embrapa.br/i3geo/ogc.htm
AM – EMBRAPA

178
SC – Produtos do
Levantamento
Aerofotogramétrico
da Secretaria de
Estado do http://sigsc.sc.gov.br/sigserver/SIGSC/wms
Desenvolvimento
Econômico
Sustentável (SDS)
de Santa Catarina
SP – Secretaria do http://datageo.ambiente.sp.gov.br/geoserver/datageo/
Meio Ambiente de ows?SERVICE=WMS&
SP
FAO – Dados http://geonetwork3.fao.org/ows/14132?amp;request=G
climáticos globais e etCapabilities
fronteiras de países
http://www.gebco.net/data_and_products/gebco_web_
Mapa Global services/web_map_service
INTERNACIONA GEBCO
IS NASA – Imagens
Landsat, Spot e http://webapps.datafed.net/OnEarth_JPL.ogc?
outras
Australian
Hydrological http://geofabric.bom.gov.au/simplefeatures/ows?servic
Geospatial Fabric e=WMS&request=GetCapabilities
(Geofabric)

Importante: Alguns servidores podem estar corrompidos ou com o


endereço inconsistente devido às mudanças constantes nos padrões de acessos
aos servidores remotos.

Passo 2 – Acesso ao Servidor WFS

O serviço WFS fornece uma visualização genérica para os dados acessados


no servidor remoto, ou seja, não existem estilos predefinidos para este serviço.
Porém o usuário é capaz de customizá-los. Outra potencialidade deste serviço é

179
capacidade de realizar consultas e criar filtros. Assim o WFS permite ao usuário
um maior controle sobre os dados em relação ao WMS.

O endereço eletrônico (URL) a seguir deve ser incluído no software de SIG


para que ele possa acessar o servidor da AESA que disponibiliza sua base de
dados no padrão WFS.

1) Em um projeto novo, vá no menu superior em Camada > Gerenciador de


Fonte de Dados e clique na aba WFS;

2) Na aba de WFS, clique em Novo para permitir a conexão com o servidor


remoto;

3) Insira o nome IBGE e coloque a URL


http://www.geoservicos.ibge.gov.br:80/geoserver/wfs. Em seguida,
clique em Conectar.

4) Veja o resultado das camadas:

5) Selecione algumas das camadas e clique em Adicionar;

180
Você sabia? Os dados do serviço WFS são passíveis de exportação, ou
seja, o usuário pode anexar os dados do servidor a própria pasta de
armazenamento de dados.

6) Clique com o botão direito na camada ativa e selecione Exportar >


Salvar feições como...

7) Salve no formato shapefile na pasta da Prática 08.

Dica: Outros servidores de dados vetoriais podem ser explorados:

• EMBRAPA: http://cnpm.ide.cnpm.embrapa.br/geoserver/wfs?

• IBAMA: http://siscom.ibama.gov.br:80/geoserver/schemas/wfs/1.0.0/WFS-
capabilities.xsd

• IBGE: http://www.geoservicos.ibge.gov.br:80/geoserver/wfs

181
CAPÍTULO 9: SIMBOLOGIA E ANÁLISE DE MAPAS

Neste capítulo trabalharemos com uma série de mudanças nos símbolos


das camadas, assim como vamos entender os processos de classificação em
dados qualitativos e quantitativos. As simbologias e classificações permitem que
análises primárias possam ser executadas, deixando os resultados mais
explicativos.

Métodos de representação cartográfica

Sabemos que os fenômenos geográficos ocorrem na superfície terrestre


das mais diferentes formas. Podemos citar como exemplo a riqueza de detalhes
que uma imagem de satélite ou fotografia aérea mostra sobre o terreno. Mas,
como representar essas informações num mapa?

De acordo com Nogueira (2008), os mapas fazem uso deste entendimento


e seus respectivos símbolos para representar o mundo real e esta é a sua
principal vantagem sobre as imagens, já que ele apresenta um modelo da
realidade. Logo, para o indivíduo saber fazer mapas, é interessante entender a
natureza das variáveis geográficas, bem como saber usar uma abordagem
sistemática para descrever as feições.

A exemplo de fenômenos materiais, como rios, rodovias, cidades, etc., ou


imateriais, como religiões, densidade populacional, etc. que têm espacialização
geográfica, podem ser mapeados. Porém, saber representá-los da maneira
correta é uma tarefa complicada e requer conhecimentos mais aprofundados
sobre os mais variados tipos de representação.

Entrando no tema que é objeto de estudo desse capítulo, vimos


anteriormente às formas de se representar os fenômenos geográficos através do
SIG (pontos, linhas, polígonos e matriz). O processo de construção de um mapa
não é das tarefas mais fáceis, pois cabe ao criador, através de processos

182
cognitivos, construir mentalmente o mapa pretendido, mas para isso é
necessário ter claros alguns princípios:

• Como ordenar a informação a ser mapeada?

• Qual a exatidão necessária? Qual (ou quais) o método que irá ser utilizado
para fazer o mapeamento?

• Qual o nível de medida?

Desses, o nível de medida é um dos mais importantes, pois são eles que
vão permitir a comparação das propriedades dos objetos geográficos. Assim, ao
fazer uma representação cartográfica, seja ela qual for, é preciso escolher a
metodologia correta a ser utilizada.

Para ajudar nessa tarefa, de modo geral, existem quatro tipos de medidas:

• Nominal

• Ordinal

• Intervalar

• Proporcional

Nominal

Considerado como o nível mais básico de medida para descrever as


propriedades geográficas, a descrição nominal permite que se nomeiem feições,
sem necessidade de compará-las.

A descrição nominal serve para distinguir feições quando considerada a


abordagem qualitativa, a exemplo de quando dizemos que um objeto X é
diferente de um objeto Y. Vale lembrar que dessa forma separam-se os objetos,

183
mas não há como dizer que um é melhor do que o outro, nem é possível fazer
comparações, pois se tratam de coisas distintas.

Um exemplo de construção que podemos classificar como nominal são os


mapas de uso do solo. Na imagem a seguir temos um exemplo do mapa de uso
do solo do condado de Brant no Canadá.

Fonte: Condado de Brant – Canada (2011)

Ordinal

O nível de medida ordenado (também conhecido como hierarquizado) é


utilizado quando queremos fazer comparações refinadas, isso é, já com certo
grau de precisão. Utilizando um adjetivo como “agente filtrante”, geralmente ele
é quem vai dar nome a classe criada.

Em mapas desse tipo, costuma-se apresentar algumas informações de


âmbito geral, cuja finalidade é diferenciar os objetos de classe dentro de uma
única classe, com base em um sistema hierárquico.

184
Com esse tipo de medida, é possível fazer classificações, tanto
quantitativas como qualitativas. Apenas vale tomar cuidado na hora de
representar estas informações, para que não ajam confusões nas classes
escolhidas.

No exemplo, temos um mapa de taxa de urbanização do Estado de São


Paulo. Repare nos intervalos das classes, bem como a coloração dos municípios
no mapa.

Fonte: Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo (2010)

Intervalar

O nível de medidas intervalar serve para obter informações mais precisas


sobre os objetos geográficos, e pode ser considerado como um detalhamento

185
do ordinal, pois além de haver a hierarquização, a descrição adiciona
informação numérica. Portanto, considera uma unidade padrão de medida para
expressar diferenças quantitativas.

De acordo com Nogueira (2008), a descrição intervalar é utilizada para os


dados quantitativos, nos quais a escala de valores é determinada pela área do
conhecimento diretamente relacionada ao dado, ou seja, as classes e os
intervalos são preestabelecidos pela disciplina envolvida.

Um exemplo que podemos citar são os mapas de chuvas, onde a


quantidade de chuvas é expressa em milímetros. Já os níveis de elevação do
terreno são expressos em intervalos de metros.

Nesse tipo de exemplo, apenas vale uma ressalva sobre a interpretação


dos dados presentes no mapa, pois algumas vezes a natureza deles não
permite comparações diretas. Podemos dar o exemplo de um mapa de
temperatura, onde 30°C não significa que seja duas vezes mais quente que
15°C, mas vale lembrar que isso se refere apenas à leitura e interpretação do
mapa.

No exemplo abaixo, temos um mapa de temperatura de Portugal, onde


são mostradas as médias de temperatura do ar em graus Celsius do mês de
Janeiro de 2011.

186
Fonte: Instituto Português do Mar e da Atmosfera (2011)
Proporcional

De acordo com Nogueira (2008), o nível de medida proporcional (também


conhecida como de razão) faz o refinamento de uma descrição intervalar. Utiliza
magnitudes que são intrinsecamente sugestivas, expressando sequência única
e ordena elementos; portanto faz uma comparação direta entre variáveis
espaciais.

Pode-se usar o valor zero como valor inicial ou não (zero indica ausência).
O número de classes, assim como o intervalo de classes, é subjetivo e

187
dependerá do objeto em questão e da decisão do cartógrafo. A maioria doa
valores a serem mapeados são relativos a: área, volume, extensão e peso.

Um exemplo para esse nível de medida são os mapas de densidade


demográfica, onde é feita a relação do número populacional pela área.

Fonte: Projeto Jimboê, Editora do Brasil (2010)


Métodos de classificação quantitativa

Existem alguns métodos de classificação de dados quantitativos no QGIS e


eles podem ser entendidos da seguinte forma:

188
• Quebras naturais (Natural Breaks – Jenks): As classes são baseadas
em agrupamentos naturais dos dados. O método identifica pontos de
quebra entre os valores com maior similaridade nos grupos de variáveis
para, em seguida, maximizar a diferença entre as classes. O método
apresenta bons resultados no mapeamento de valores que não possuem
uma distribuição uniforme.
• Quantis (Quantile): Cada classe contém o mesmo número de feições. O
método é indicado para dados com distribuição linear.
• Desvio Padrão (Standard Deviation): Exibe como os dados estão
distribuídos com relação à média. Este método é indicado para dados que
apresentam uma distribuição normal.
• Intervalos Iguais (Equal Interval): Este método divide a faixa de valores
em subfaixas de valores com mesmo tamanho. É indicado para valores
contínuos.

189
Exemplo de classificação dos setores censitários do Município de Osasco
usando os métodos: 1) Quebras naturais (Jenks), 2) Quantis, 3) Desvio Padrão
e 4) Intervalos Iguais.

Quando e como utilizar cada um desses métodos, depende da


complexidade de representação das informações. Vamos trabalhar com esses
métodos no exercício a seguir.

190
Material Complementar: Padrões de Exatidão Cartográfica

No Brasil, os padrões que estabelecem as normas técnicas da Cartografia


Nacional são definidos pelo decreto de Nº 89.817, de 20 de junho de 1984. Para
saber mais acesse:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/19801989/D89817.htm

Outro link interessante, e que pode servir para aprofundar sua análise, é
o do prof. José Augusto Sapienza Ramos, onde o mesmo comenta sobre os 30
anos do Padrão de Exatidão Cartográfica no Brasil. Para acessar, entre no link
abaixo do portal MundoGEO: http://mundogeo.com/blog/2014/08/10/30-anos-
do-padrao-de-exatidao-cartografica-no-brasil/

EXERCÍCIO 9: TRABALHANDO COM SIMBOLOGIA NO QGIS

Passo 1 – Simbologia e Caracterização Geral da Área de


Estudo

Neste tópico você conhecerá os símbolos e a caracterização geral da área de


estudo no QGIS.

1) Na Área de Controle do QGIS, importe as camadas de Estados.shp e


Aeroportos.shp presentes na pasta da Prática 09.
2) Dê um duplo clique sobre a camada de Aeroportos.

191
3) Na janela de Propriedades da Camada, que será aberta, certifique-se de
estar na guia Simbologia. Em seguida, clique em Marcador simples.

4) Logo abaixo, em Tipo da camada símbolo, altere para Marcador SGV.

5) Na área de símbolos, escolha o que se refere a um avião como na figura


abaixo:

6) Altere a cor para preto e defina o valor 3 como tamanho (altura e largura)
7) Em seguida, clique em Ok e analise o resultado no mapa.

192
Dica: Perceba, no mapa, que houve uma mudança dos pontos para o
símbolo de aviões.

8) Na área de controle do QGIS, importe e ative a camada de Portos


9) Dê um duplo clique sobre a geometria de pontos na camada de Portos
10) Na janela Propriedades, que será aberta, certifique-se de estar na guia
Simbologia. Em seguida, clique em Marcador simples.

193
11) Logo abaixo, em Tipo da camada símbolo, altere para Marcador SGV.

12) Na área de símbolos, clique no que representa um navio.

13) Em tamanho, digite o valor 5 e, na opção de cor, clique no botão para


mudar a cor para azul. Suas configurações devem estar similares às da
figura abaixo.

194
14) Clique em Ok na janela de Propriedades da camada para ver os
resultados no mapa (figura anterior).
15) Na área de controle do QGIS, importe e ative a camada de Estações
Ferroviárias

Desafio: Usando os conhecimentos de simbologia aprendidos nos


exercícios anteriores, mude o símbolo da camada de Estações ferroviárias
(escolha o ícone de seu agrado) com cor vermelha e tamanho 3.

195
Passo 2 – Organizar a estrutura das camadas em grupos

Agora você organizará as camadas simbolizadas anteriormente em um


grupo, denominado Infraestrutura de Transporte.

1) Na área de controle do QGIS, selecione as camadas de Estações


Ferroviárias, Portos e Aeroportos. Em seguida, clique com o botão
direito sobre a seleção das camadas > Agrupar Selecionado

196
2) Clique com o botão direito no nome do grupo (group 1) e escolha
Rename Group. Em seguida, renomeie-o para Modais de Transporte

Desafio: Usando as técnicas aprendidas nos passos anteriores, crie um


novo grupo denominado Elementos de Transporte com as camadas de
Rodovias, Hidrovias e Ferrovias.

Dica: O primeiro passo é importar as camadas Rodovias, Hidrovias e


Ferrovias presentes na pasta da prática.

197
Dica: Após criado o novo grupo Elementos de Transporte, você
classificará as camadas de acordo com os atributos do banco de dados.

3) Clique com o botão direito na camada de Rodovias > Propriedades >


Simbologia

4) Em seguida, na lista de tipo de classificação, escolha Categorizado.

5) Para a opção Coluna, escolha o campo PISTA.

6) Clique no botão Classificar para que apareçam as opções


de simbologia.

7) Na área de símbolos, clique em Modificar... e mude a


espessura do traço para 0,2.

198
8) Clique em Ok para retornar à janela de classificação principal.

9) Na opção gradiente de cores, escolha a paleta de cores Spectral

10) Na parte de baixo da janela, clique no botão Classificar


novamente para ver as classes de tipos de rodovias.

11) Perceba que uma das classes não apresenta classificação. Para corrigir
isto na legenda, dê um duplo clique abaixo de valor, na referida classe.

12) A área ficará em edição e você deve digitar: Via Não Classificada.

199
13) Em seguida, clique em OK.

Analise o resultado no mapa e perceba o perigo de nossas estradas, onde a


grande maioria das Rodovias é definida como simples.

Passo 3 – Caracterização Ambiental

Neste exercício você analisará e representará graficamente algumas


informações das características ambientais do país relacionadas à camada de
dados das bacias hidrográficas.

200
1) De início, desative, na área de controle do QGIS, os dois grupos criados
anteriormente representando o agrupamento das camadas de modais de
transportes e importe/deixe ative apenas a camada de BACIAS_HIDROG.
2) Em seguida, classifique a camada de bacias hidrográficas clicando com
o botão direito na camada > Propriedades > Simbologia.
3) Em seguida, na lista de tipo de classificação escolha categorizado.

4) Na opção Coluna, escolha o campo Bac_Hidrog com gradiente de cores


de cores aleatórias (Random colors).

5) Clique no botão Classificar


6) Caso a simbologia gere algum valor sem categoria, basta desabilitar.

7) Em seguida, clique em OK para ver o resultado da classificação no mapa.


(figura abaixo)

201
8) Para complementar a visualização das informações no mapa, você
acrescentará os rótulos para cada região. Para isto, selecione, na área de
controle do QGIS, a camada de Bacias Hidrográficas e em seguida abra
as propriedades da camada.
9) Na janela que será aberta, clique em rótulos.

202
10) Como na figura abaixo, marque a opção Rótulos simples e selecione o
campo BAC_HIDROG. Defina como tamanho do texto o valor 8.

11) Clique em Ok.

Dica: Perceba que seu mapa deve estar classificado e rotulado como na
figura abaixo.

203
Passo 4 – Análise Socioeconômica dos Municípios

Agora você visualizará e analisará os municípios brasileiros comparando suas


informações de renda (PIB) e população.

1) Na área de controle do QGIS, importe/deixe ativa apenas a camada de


Municípios
2) Clique com o botão direito na camada Municípios > Propriedades >
Simbologia
3) Na lista suspensa de tipos, escolha a opção Graduado

204
4) Para Coluna, selecione o campo PIB

5) Em símbolo, clique no botão Modificar...


6) Defina a opção Preenchimento simples
7) Em cor do traço, altere para traço transparente.

8) Esta ação vai tirar a cor de borda do polígono, facilitando a visualização


das classes. Clique em Ok até voltar à janela de Simbologia.
9) Na opção de Gradiente de cores, defina a paleta de cores com degrade
do amarelo para o marrom (YlOrBr)

205
10) Deixe o número de classes como 10 e, na opção Modo, selecione o
método de quebras naturais (Natural Breaks - Jenks)

11) Clique no botão Classificar

206
12) Em seguida, clique em Ok para ver no mapa sua classificação. Para que
você tenha um maior entendimento com relação à quantidade de
municípios em cada intervalo de valores, clique com o botão direito (área
de controle) no nome da camada municípios e marque a opção mostrar
contagem de feição.

13) Perceba que, para cada intervalo de classe, você terá a quantidade de
elementos (municípios) que estão associados.

Dica: Perceba que, agora, seus dados estão classificados em ordem


crescente de valor e associados a uma escala de cores, onde a cor mais clara
representa o menor valor e a cor mais escura o maior valor.

207
Desafio: Na área de controle, ative a camada de Estados e altere sua

simbologia para símbolo simples , estilo do preenchimento sem

pincel e cor do traço azul com largura 0,5.

Dica: Caso não a visualize, arraste a camada de Estados para cima de


"Municípios".

Analise os resultados no mapa.

208
209
Passo 5 – Análises Comparativas

Em seguida você irá sobrepor simbologias e fazer um comparativo entre


o PIB e a quantidade populacional na região entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Para isto, você irá transformar a geometria da camada de municípios de
polígonos para pontos, representando os centróides (centro de massa de cada
polígono) dos municípios.

1) No menu principal, clique em Vetor > Geometrias > Centróides...

2) Na janela de conversão de polígonos em pontos representados pelos


centroides, defina como camada de entrada Municípios

3) Em seguida, na aba centroides, clique em .... > Salvar no arquivo.

210
4) Navegue até sua pasta de trabalho e salve sua nova camada com nome
de Munic_Cent.shp.
5) Clique em Ok
6) Se questionado sobre inserir a nova camada na área de controle (TOC),
clique em Sim.

Dica: Perceba que a nova camada de centróides foi adicionada à área de


Controle. Agora, vamos explorar os atributos do banco de dados usando
ferramentas de resumos estatísticos.

7) Na barra de ferramentas clique em Mostrar Resumo Estatístico .


8) Na janela que será aberta, defina como camada de entrada Centroides e
como campo de resumo estatístico (target field) escolha população

211
Dica: Aguarde alguns instantes para que sejam calculadas as estatísticas
do campo e analise o descritivo do resultado. Perceba que os valores de mínimo
e máximo têm uma variação de 0 a próximo de 10 milhões de habitantes e, como
pode ser visto, a média de população dos municípios brasileiros é de 32.599
habitantes.

Agora você simbolizará seus dados usando símbolos graduados, em seguida


adequar a escala de valores e, ao final, excluir da classificação valores muito
baixos.

212
9) Clique com o botão direito na camada Centroides > Propriedades >
Simbologia
10) Escolha como tipo de classificação a opção Graduado

11) Para a opção Coluna, escolha o campo POPULACAO

12) Defina o número de classes para 10, na paleta de cores Blues.

13) Para método de classificação (modo), escolha o método de Jenks

213
14) Em seguida, clique no botão Classificar e veja que, agora, seus valores
estão definidos em 10 classes com uma escala de cores.

15) Para dar maior ênfase aos municípios com maiores valores de população,
selecione as três primeiras classes, clique com o botão direito e escolha
Mudar Tamanho....

16) Na nova janela que será aberta, altere o valor do tamanho do símbolo para
1 e clique em Ok

214
17) Selecione as próximas 3 classes e altere o tamanho para 2.
18) Da mesma forma, selecione as próximas 3 classes e altere o tamanho
para 3.
19) Por fim, altere a última classe para o tamanho de 5.

20) Em seguida, clique em OK na janela de Propriedades da camada e


observe o resultado no mapa.

215
Dica: Perceba que, agora, você possui duas informações representadas
por simbologias diferenciadas, dispostas no mapa referentes ao valor de PIB e
População por municípios.

Em seguida, como desafio, você analisará o contexto destas informações com a


Rodovia Presidente Dutra (trecho da BR-116), que interliga as duas principais
cidades do país (São Paulo e Rio de Janeiro).

216
21) Na Área de Controle, ative a camada de Rodovias

22) Dê um zoom no seu mapa para que possa ver o trecho entre os
municípios de São Paulo e Rio de Janeiro. Fique próximo de uma escala
1: 1.500.000, para visualizar melhor o resultado da análise.

23) Clique com o botão direito no nome da camada de Rodovias e escolha


Filter...

217
24) Na janela de consultas ao banco de dados, construa a seguinte expressão
na área de consulta do SQL: "RODOVIA" = 'BR-116'

218
25) Clique em Testar para verificar se a expressão está correta.

26) Clique em Ok para realizar a filtragem.

Você Sabia? Perceba que o trajeto ao longo da Rodovia BR-116, no


trajeto entre São Paulo e Rio de Janeiro (Dutra) é marcado por uma linha de
desenvolvimento dos municípios. Historicamente, estes municípios foram
beneficiados por um forte crescimento devido à proximidade da via e capacidade
de escoamento rápido da produção entre as principais cidades do país e portos
da região.

27) Para finalizar, salve o projeto (Projeto > Salvar como) na pasta da Prática
09, com o nome SIMBOLOGIA. Vamos utilizar esse mesmo projeto
futuramente para elaboração de layout.

219
CAPÍTULO 10: CARTOGRAFIA TEMÁTICA

A construção do Layout de impressão será o último passo no processo de


criação e configuração de elementos no mapa, como classificações, rótulos,
símbolos, seleções e análises. O QGIS torna muito simples e interativa, a
construção do layout pela facilidade de acesso as ferramentas e didática em sua
utilização.

Elaborar um mapa não é uma tarefa simples e o autor deve sempre tomar
muito cuidado. Afinal, um mapa deve ser claro e objetivo para que o leitor possa
extrair as informações que estão sendo mapeadas/representadas. Nesse tópico,
veremos os elementos essenciais para a construção de um mapa e os padrões
adotados por órgãos governamentais.

Elementos de um mapa temático


Veremos agora quais elementos que devem conter um mapa temático.
Lembrando que estas não são regras rígidas, mas sim padronizações. Você
deve sempre levar em conta o objetivo do seu mapa, quem será o leitor, qual
será o meio onde ele será apresentado (impresso, tela de computador, etc.),
entre outros fatores que vão influenciar no seu entendimento.

Elementos Textuais
Título
Todo mapa temático aborda um tema, que deve ser identificado
claramente no título. Além de dizer o que se trata, o título deve contemplar onde
se dão os acontecimentos. Para a escolha do título de um mapa, algumas dicas
que damos são as seguintes:

• Procure fazer para si mesmo as seguintes perguntas Onde? e O quê?

• Deve ficar preferencialmente na parte superior da folha.

220
• Quando escolher a fonte e tamanho das letras, procure utilizá-las em
caixa alta (aqui não se trata de uma regra, mas sim por uma questão
estética) ou negrito, ou até mesmo a combinação das duas.

Subtítulo
Se for necessário, deve ser apresentado preferencialmente em letras
minúsculas, abaixo do título. A seguir, vemos um exemplo de como aplicar os
títulos e subtítulos. O mapa foi elaborado pelo Instituto Geográfico e Cartográfico
do Estado de São Paulo.

Rede Hidrográfica do Estado de São Paulo: (Fonte: Instituto Geográfico e


Cartográfico do Estado de São Paulo)

Informações do mapa
Neste item veremos sobre os principais elementos de um mapa temático.
Inevitavelmente, um mapa deve contar com a presença deles.

221
Legenda
Podemos dizer que a legenda se trata do elemento mais importante no
mapa, pois explica do que se tratam as variáveis apresentadas no desenho.
Tudo que está em um mapa e que não seja auto-explicativo deverá constar na
legenda. Os símbolos do mapa devem aparecer exatamente iguais na legenda,
com mesmo tamanho, forma e cor.

Geralmente, a legenda é posicionada na lateral ou na parte inferior da


folha que contém o mapa.

222
Orientação (Indicação do Norte e Malha de Coordenadas)
Posicionado geralmente nos cantos superiores do mapa, a seta do Norte

serve para indicar a posição geográfica do desenho, e sua posição está


inevitavelmente associada a uma malha de coordenadas.

Apesar do que muitos pensam, a indicação da seta de Norte não é uma


regra, pois varia de mapa para mapa. Esta orientação é dispensada quando a
área a ser mapeada é muito familiar para os usuários, geralmente em mapas
políticos.

Exemplo de aplicação da indicação do Norte. (Fonte: USGS)

Malha de Coordenadas
Para qualquer elemento do mapa, mas em especial para a malha de
coordenadas (Geográficas ou Métricas), cuidado com os excessos! Sempre
fique atento para o espaçamento utilizado entre as linhas da malha, pois quando
for muito estreito, os mapas ficam praticamente ilegíveis.

223
Tipos de Escalas
Neste subtópico, iremos relembrar sobre alguns conceitos relacionados a
Escalas. Caso julgue desnecessário - e já domine completamente o assunto -
fique à vontade para ler o próximo subtópico do texto.

Escala é uma relação matemática entre a distância medida sobre um


mapa e sua medida real na superfície terrestre. A NBR 8196 (Emprego de
escalas em desenho técnico: procedimentos) define escala como sendo a
relação da dimensão linear de um elemento e/ou um objeto apresentado no
desenho original para a dimensão real do mesmo e/ou do próprio objeto.

As escalas podem ser de redução (1:n), ampliação (n:1), naturais (1:1),


ou gráficas, podendo ser ditas grandes quando o denominador for pequeno (Ex:
1:200), e pequenas quando o denominador for grande (Ex: 1:200.000).

Atendo-nos às aplicações das escalas nos mapas, elas podem ser


representadas de maneira gráfica e/ou numérica (indicado textualmente no
mapa). Nas imagens a seguir, vemos alguns exemplos de suas aplicações nos
mapas.

Exemplos de aplicação da Escala em mapas. (Fonte: IBGE)

A escala gráfica é utilizada para facilitar a leitura dos mapas, onde uma
linha graduada dividida em partes iguais, onde cada uma dessas partes
representa a unidade de comprimento escolhida para o terreno.

224
Elementos de Localização
Algumas vezes, será conveniente incluir retângulos sobre o seu mapa,
tanto para mostrar áreas ampliadas como áreas maiores, para detalhar uma área
geográfica específica ou dar uma visão mais abrangente, auxiliando o usuário
no entendimento do mapa. Outras vezes também será importante incluir gráficos
e tabelas, sempre levando-se em conta o balanço visual.

Exemplos de elementos complementares nos mapas. (Fonte: IBGE)

Órgão ou Autor do Mapa


Se houver necessidade, vale a pena colocar o logo da instituição ou
empresa que confeccionou o documento cartográfico. As recomendações são
para que se coloque na parte superior, ou inferior do mapa, como no exemplo
que mostramos a seguir.

225
Exemplo de identificação do autor do mapa (Fonte: IBGE)

Já para o nome do autor, ou do grupo que elaborou o mapa,


preferencialmente colocar na parte inferior.

Fonte dos Dados e Anotações


Assim como um texto científico, ou que de alguma forma será publicado
e divulgado em um canal de comunicação, se o mapa fizer uso de referências
externas que não são oriundos do autor (pessoa que está confeccionando o
mapa), elas devem ser citadas.

Em mapas, o mais usual é referenciar as bases cartográficas que serviram


para confecção ou que foram utilizadas de base para uma adaptação feita para
o autor (Ex: Adaptado por Fulano, Fonte: IBGE). Já as anotações são muito
usuais quando se deseja detalhar um determinado elemento presente no mapa

226
No mapa, a melhor forma de posicionar essas informações (Fontes e
Anotações), é na parte inferior da folha, contendo a origem dos dados mapeados,
da forma mais completa possível, para que facilite pesquisas futuras e ajude na
compreensão do mapa. A seguir vemos uma produção do IBGE onde a fonte foi
apresentada no canto inferior esquerdo da folha.

Exemplo de inclusão de referências e fontes nos mapas (Fonte: IBGE)

Data
Mais um recurso interessante, quando necessário, é inserir a data de
confecção do mapa na parte inferior e, quando for muito relevante, também deve
constar no título a data da informação que serviu de base para a construção do
mapa.

227
Exemplo de inclusão de data em um mapa. (Fonte: IBGE)

Interpretação de um mapa temático


Pelo fato de um mapa ser uma imagem e não um texto (apesar de conter
elementos textuais) devemos buscar explicações a partir do que enxergamos.
Tal como falar para uma criança pequena, um mapa deve ser confeccionado de
maneira clara e direta, por mais complexas que sejam as informações que nele
estejam presentes.

De acordo com Martinelli (2003) o propósito da ação de se produzir um


mapa é atingido quando se consegue revelar o conteúdo da informação,
proporcionando um encaminhamento crítico do discurso científico com base no
que foi descoberto, e não apenas servir de mera ilustração junto aos textos
geográficos.

Leitura de um mapa
Talvez no início seja um pouco difícil fazer a leitura correta de um mapa,
mas não se preocupe, pois com o tempo você adquire destreza e a interpretação
passa a ser automática. Vale lembrar que os mapas são uma representação da
realidade e para vincular alguns detalhes apresentados é necessário exercitar a
imaginação.

228
De acordo com SEED-PR (2010), todo bom mapa deve possuir algumas
características para assegurarem a leitura e a interpretação corretas das
informações nele contidas. As principais características são: área geográfica,
coordenadas, escala, legenda, título, indicação do norte e a fonte de onde foi
extraído o mapa.

Ler mapas significa dominar a linguagem cartográfica. Esse é um


processo que envolve algumas etapas, estas que envolvem uma metodologia
básica.

A leitura começa pela observação do título. Qual o espaço representado,


seus limites e demais informações. Identificado o tema, é preciso interpretar a
legenda, relacionar os significados. A última e não menos importante etapa, é
em relação à escala indicada, esta observação serve para futuros cálculos das
distâncias ou dos fenômenos representados no mapa.

Dica

Quando estiver construindo um mapa, faça algumas perguntas como:


Para qual público esse mapa será destinado? Onde será apresentado? As
respostas para essas perguntas irão definir quais elementos você deverá utilizar
no seu mapa e qual será o melhor formato para apresentar todas as informações.
Por exemplo: Um mapa para representar um parque. O público desse mapa
serão cidadãos e normalmente pessoas que não possuem conhecimento técnico
em cartografia. Dessa forma, seu mapa poderá conter elementos lúdicos,
ilustrações e não necessariamente conter todos os elementos apresentados
anteriormente.

Mas se o seu mapa for para uma equipe de campo realizar o seu trabalho,
você provavelmente precisará incluir os elementos técnicos como escala, norte,
mapa de referência, legende e etc. e Essas informações serão cruciais para que

229
essa equipe possa realizar seu trabalho e consultar o mapa e seus elementos.

Material Complementar: Convenções Cartográficas

Para auxiliar em suas produções cartográficas, bem como ajudar na


interpretação dos diversos tipos de mapas que você vai se deparar, sugerimos
a leitura dos manuais T 34-700 parte 1 e T 34-700 parte 2, produzidos pelo
Exército Brasileiro. Caso tenha interesse, os manuais estão disponíveis no site
http://www.geoportal.eb.mil.br/index.php/inde2?id=141

Compartilhando mapa na Web


Há diferentes formas de compartilhar um mapa e uma delas, que vem
ganhando bastante espaço nos últimos anos é o compartilhando online, através
da Web. Há inúmeras vantagens em se compartilhar um mapa online. Ele se
torna mais intuitivo, está sempre atualizado, pois é possível modificar os
arquivos, corrigir e atualizar o mapa sem alterar o link de acesso, além do público
poder interagir e extrair melhor as informações. O VINDE
(https://visualizador.inde.gov.br/) é um exemplo de mapa compartilhado. Nele
você consegue visualizar as camadas, fazer download e verificar o metadado
por exemplo.

EXERCÍCIO 10: ELABORANDO UM MAPA TEMÁTICO NO QGIS


Nesse exercício, vamos elaborar um Layout de mapa através do QGIS.
Para construção, utilizaremos o projeto salvo no exercício 9 (Simbologia) com as
mesmas configurações.

Passo 1 – Abrir projeto


1) Abra o QGIS Desktop. No canto superior esquerdo, clique em Projeto >
Abrir

230
2) Na janela que será aberta, procure o arquivo SIMBOLOGIA.qgz

na pasta da Prática 09 (esse arquivo foi salvo ao término


do exercício do capítulo 9).

3) Após abrir o projeto, aplique um zoom total para ver todos os


elementos.

4) Deixe ativas na área de camadas do QGIS apenas as camadas de


Estados, Municípios e Munic_Cent, representando os centróides dos
Municípios.

231
5) No menu principal defina a escala para deixar o
mapa do Brasil ampliado. Caso o mapa não fique centralizado use a

ferramenta mover (Pan) para deixá-lo na melhor posição.

Passo 2 – Criar um layout de impressão

Dica: Inicialmente iremos criar um novo Layout de impressão, para


iniciar a construção do nosso mapa no QGIS.

1) Para iniciar o processo de criação de layout no QGIS, vá ao menu principal


e clique em Projeto > Novo layout de Impressão.

232
2) Na janela de criação do layout de impressão, insira o nome “Mapa do
Brasil” e clique em Ok.

Dica: Perceba que sua área de visualização mudou para uma página
virtual de layout de impressão, onde você poderá inserir os elementos do mapa.
Você irá configurar a página para adequar da melhor forma possível as camadas
na área de layout.

Dica: Para cada ambiente do QGIS há uma barra de ferramentas. Veja


na figura abaixo as principais ferramentas disponíveis para a barra de layout.

233
Salvar projeto

Novo layout

Duplicar layout

Gerenciador de layout

Carregar a partir de um modelo (template - *.gpt)

Salvar como um modelo de layout (*.gpt)

Adicionar páginas ao layout

Imprimir layout

Exportar no formato imagem (png, jpg, tiff, etc)

Exportar no formato vetorial SGV

Exportar como PDF

Exportar no formato de atlas

Configurar atlas

234
Zoom mais no compositor

Zoom menos no compositor

Visualizar na escala real

Estender a visão geral do layout

Atualizar

Bloquear somente os itens selecionados

Desbloquear todos os itens

Agrupar itens

Desagrupar itens

Definir posicionamento do item (enviar pra frente, atrás, etc)

Alinhar itens a esquerda

Distribuir itens de forma equidistante

Redimensionamento de itens com base no item selecionado

Mover mapa

Aproximar

Ferramenta de seleção

Mover o conteúdo do item

Editar nós do item

Adicionar mapa ao compositor de layout

Adicionar mapa 3D ao compositor de layout

Adicionar uma imagem ao compositor de layout

235
Adicionar um texto ao layout

Adicionar legenda

Adicionar escala de barra

Adicionar formas (retângulo, elipse e triângulos)

Adicionar uma seta

Adicionar item de nó (polígonos e linhas)

Adicionar texto HTML

Adicionar tabela de atributos

Passo 3 – Iniciar a construção do layout

1) Para iniciar a construção do nosso layout, o primeiro passo é configurar


a página de impressão. Para isto, clique com o botão direto na área
de visualização principal > Propriedades da página

2) Nas propriedades do item (canto direito) defina o tamanho do papel


para A4 e, como Orientação Paisagem. Clique em Ok para deixar sua
página de impressão com estas configurações.

236
3) Para começar a inserir os elementos no seu layout, você definirá a área

de visualização do mapa. Clique no botão e, na área de mapa,


crie um retângulo, arrastando o mouse para criar a área do mapa.

4) Caso seu mapa fique pequeno, em relação à área criada, vá em


Propriedades do Item e altere a escala de visualização para 1:
20.000.000, como na figura abaixo.

5) Em seguida, volte para a janela de processamento do QGIS e aplique um

zoom na região metropolitana de São Paulo.

237
6) Logo após, retorne a tela de Composição. Clique no botão
(Adicionar novo mapa) e abra um retângulo próximo ao mapa do Brasil.

7) Perceba que será adicionada uma área de zoom (SP), na tela principal do
QGIS, representando os municípios próximos de São Paulo.

Dica: Caso a caixa de mapa não esteja no local correto, use a ferramenta

para posicioná-la no melhor local. Caso os elementos do mapa não estejam

centralizados, use a ferramenta para ajustá-los.

8) Na área de Propriedades do Item, defina a escala de visualização da


região de São Paulo para 1: 3.000.000, como na figura abaixo.

238
9) Como não vamos mais mover e alterar esses itens inseridos, podemos
bloqueá-los. Para bloquear um elemento, basta ativar o cadeado no canto
superior direito.

10) Em seguida, clique no botão e depois faça um retângulo dentro da


área de layout, para adicionar a legenda do mapa. Arraste a caixa para o
canto direito do layout.

11) Na área de Propriedades do Item da legenda, defina as seguintes


configurações de ajuste:

• Itens da legenda: Clique no botão para exibir somente as


camadas ativas no layout

239
• Clique duas vezes sobre e altere para o
nome “Produto Interno Bruto (PIB)”. Repita o procedimento e
altere o nome “MUNICIPIO” para “POPULAÇÃO”

• Clique no botão Fontes e, em Fonte do subgrupo altere para


Arial, estilo Negrito e tamanho 12. Veja suas alterações na
legenda do mapa (figura abaixo).

• Repita o procedimento e altere a fonte do item para Arial, estilo


Normal e tamanho 12.

240
12) Clique em para salvar as alterações feitas até o momento.

13) Você irá, agora, inserir um título para o mapa. Para isto, clique no botão

de Adicionar novo rótulo e em seguida clique dentro do layout


sobre o mapa do Brasil.

14) Na área de Propriedades do Item (janela à direita), insira o nome


INFORMAÇÕES DE PIB E POPULAÇÃO DO BRASIL.

15) Clique no botão Fonte e defina como Arial, estilo negrito e tamanho 14.

16) Por fim, coloque o alinhamento vertical e horizontal no centro

241
17) Na próxima etapa, vamos colocar uma seta de Norte ao desenho. Para

isto, clique no botão e em seguida faça um retângulo no canto superior


direito da área do mapa do Brasil. Na área de Propriedades do Item,
escolha o símbolo de seta de Norte.

Dica: Use a ferramenta para ajustar o tamanho e posição do


símbolo à área do mapa.

18) Em seguida, vamos inserir uma barra de escala gráfica ao mapa. Para

isto, clique no botão e em seguida no layout abaixo do mapa do


Brasil. Na área de Propriedades do Item, defina os parâmetros da escala
como na figura abaixo.

242
Importante: Na área de Mapa, deixe selecionada a opção Mapa 1,
correspondente ao primeiro mapa inserido e à respectiva configuração da
escala.

19) O próximo elemento a ser inserido será uma grade de coordenadas. Para
isto, clique na caixa onde está o mapa para selecioná-la

243
20) Em seguida, na área de Propriedades do Item (abaixo), clique na guia

Grades .

21) Clique em para adicionar uma nova grade.

22) Defina as configurações de aparência e como na figura abaixo:

23) Habilite a opção para mostrar as coordenadas (Draw coordinates)

e faça as configurações como na figura:

244
24) Posicione e organize os objetos na folha. Como sugestão, veja a figura
abaixo:

25) Clique em para salvar as alterações feitas até o momento.

26) Em seguida, inseriremos a logo (figura) do Instituto GEOeduc como


referência da empresa que está criando o mapa.

27) Clique no botão e em seguida clique no canto inferior direito da


página de layout para inserir a caixa da figura. Na área de Propriedades

do Item, vá até a opção fonte da imagem e clique no botão . Na nova


janela que será aberta, navegue até a pasta da Prática 10 e selecione a
figura do logo do Instituto GEOeduc.

245
Desafio: Para complementar as informações do seu mapa, você deve

inserir um Texto com as informações cartográficas, escala de texto e o


objetivo do projeto.

Dica: Clique em e nas propriedades do item digite:

“Projeção Geográfica Datum SAD 69

Mapa Elaborado para Curso de EAD do Instituto GEOeduc

Escala: 1: 20 000 000”

Dica: Deixe a fonte como padrão Arial, Normal, com tamanho 12.

28) Nos últimos passos, vamos inserir a seta apontando o mapa de

localização. Para isso, clique no ícone e aponte a região


metropolitada do Mapa 1 para o mapa de localização (2).

246
29) Para finalizar, clique no botão e insira um retângulo na borda da
página de layout, simulando uma moldura de mapa.

Dica: Para melhor posicionar e alinhar os objetos, utilize as ferramentas

de alinhamento e distribuição de elementos .

30) Exporte seu mapa no formato PDF na sua pasta da Prática 10 e


compartilhe com seus colegas.

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Parabéns! Chegamos ao final do Nível I do curso introdutório de SIG com
QGIS.

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