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ED ITO R IAL

CRIADOR
Osvaldo Ciasulli

NÃO
DIRETOR EDITOR
Diogo Ciasulli
DIRETOR ADMINISTRATIVO
Diego Turri

PRECISA
DOER!
EDITORA CHEFE
Sthefany Lara (MTb. 81.112)
sthefany@ciasullieditores.com.br

EDITORA WEB
Cláudia Guimarães (MTb. 81.558)
claudia@ciasullieditores.com.br

S
REPÓRTER WEB
Natália Ponse (MTb. 78.982) entir dor não é nada bom! E eu digo qualquer tipo de dor: emocio-
natalia@ciasullieditores.com.br
nal ou física. E se falando de dor física, dói desde uma dor forte
EDITOR DE ARTE
Daniel Guedes (MTb. 33.657) de uma fratura exposta até aquela chata dor no dedinho do pé
daniel@ciasullieditores.com.br
quando batemos na quina de um móvel. E quando ela vem, nós, enquanto
DIAGRAMAÇÃO
Amanda Scopel seres humanos, temos a chance de expressar o que sentimos. Mas e os
EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS
nossos pets? Muitos sofrem de dores sem poder dizer.
Diego Turri Os pets nos proporcionam uma lealdade inabalável, companheirismo e
diego@ciasullieditores.com.br
Luiz Carlos apoio emocional, enriquecendo nossas vidas de inúmeras maneiras. No en-
luiz@ciasullieditores.com.br
tanto, em meio a todo o amor e alegria que trazem, é essencial reconhecer e
ADMINISTRATIVO
Diego Turri abordar um assunto que, muitas vezes, passa despercebido ou é negligenciado.
diego@ciasullieditores.com.br
Os animais de estimação podem sentir dor devido a várias razões,
GERENTE DE OPERAÇÕES ESTRATÉGICAS
Tatiane Amor como lesões, doenças, envelhecimento ou realização de procedimentos
tatiane@ciasullieditores.com.br
médicos. Seja uma doença crônica ou uma lesão aguda, a dor pode impac-
MARKETING
Monique Leite
tar significativamente sua qualidade de vida. Deixada sem tratamento, a
monique@ciasullieditores.com.br dor pode levar à diminuição da mobilidade, mudanças comportamentais,
perda de apetite e um declínio geral em seu bem-estar.
COLABORADORES DESTA EDIÇÃO
Ana Purchio, CRMV-SP, Gustavo Quirino, Estivemos no Ortovet, promovido pela In Rio, e ouvimos muito sobre a
José Luiz Tejon, Letícia Warde Luis, Letícia
Warde Luis, Marina Macruz, Pâmela Bosche dor relacionada às doenças articulares; além disso, trouxemos, também, o
Vasconcervar e Raphael Emanuel Araujo Bruno
tema como matéria de capa, pois sabemos que é precisar informar os mé-
Administração, Redação e Publicidade
Rua Paulo Antônio do Nascimento, 145, dicos-veterinários sobre o assunto para que eles possam educar os tutores.
Edifício Planeta Office - 13º andar
Sorocaba/SP - 18047-400
+55 (15) 3500-7913 Boa leitura!
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CIRCULAÇÃO DIRIGIDA

A Revista Cães&Gatos (ISSN 0103-278X) é uma publica-


ção brasileira e mensal. Seu conteúdo editorial é focado
na profissionalização do mercado pet. Os artigos assi-
nados não expressam necessariamente a opinião dos
editores. Não é permitida a reprodução parcial ou total
dessa publicação, por qualquer meio, sem prévia autori-
zação da editora, sob as penas de Lei registrada no Regi-
me Especial DRT-1 nº 011391/90. Periodicidade: Mensal

Sthefany Lara
Editora
NO MIOLO

Fotos: banco de imagens e C&G VF


14
ZOOM
O panorama da raiva
em território brasileiro

| PETBUSINESS | VETERIANÊS
08 › O PODER DAS FLORES 30 › CAPA
PARA NUTRIÇÃO PET Inverno é o maior inimigo de pets
Brazilian Pet Foods com doenças articulares
lança linha Snow Flores 40 › DE QUAL ESTAMOS FALANDO?
09 › BOM PARA A SAÚDE Os tipos de pneumonia que
Pesquisa aponta acometem os pets
os benefícios de se ter pets
10 › TROCA DE EXPERIÊNCIA
PremieRpet lança | OUTROS
nova temporada de Podvet AUTORES
46 › DOENÇAS ARTICULARES
| MERCADO E OBESIDADE
A relação entre esses dois
22 › SEMPRE EM BUSCA problemas para a saúde animal
DE NOVIDADES 50 › DERMATOPATIAS ALÉRGICAS
Special Dog Company apresenta Quando suspeitar de
12 novos sachês para cães e gatos hipersensibilidade alimentar?
24 › EM APENAS UM DIA 56 › TRANQUILO
Hills lança Biome para COMO ES.... JACARÉ!?
problemas gastrointestinais Benefícios e aplicações
38 › REVOLUÇÃO da reptilterapia
NO MERCADO DA DOR
Pacientes com osteoartrite
podem ser tratados | IN LOCO
com Librela, da Zoetis
54 › ORTOVET
Evento reuniu grandes nomes para
debater Ortopedia Veterinária

| SEÇÕES
| PONTO FINAL
› Editorial 3
› On-line 6 58 › DEPOIS DA CONSULTA
› Cartas 7 As características humanas
› Boletim Paulista 26 e caninas afetam tratamento
› Coluna do Tejon 28 comportamental em cães
C&G on•line
Cláudia Guimarães, da redação | claudia@ciasullieditores.com.br

GARFIELD
E SEU PAPEL DE
ADOÇÃO DE GATOS também têm afeto ao seu tutor”, salienta.
GARFIELD, felino preguiçoso e comilão, acaba
de completar 45 anos. Aproveitando a data Em relação à alimentação errada de Gar-
emblemática, falamos com um veterinário field, que o levou à sua principal característica,
para saber se o personagem influenciou a que é ser gordinho, o veterinário reforça que
adoção de gatos amarelos - ou gatos no geral o que muitas pessoas acham fofo nos gatos
- pelo mundo. E, também, mostramos: será é um alerta em relação à saúde do animal.
que, se ele fosse um gato real, seria saudável “Atualmente, classificamos a obesidade como
com todos aqueles seus hábitos alimentares? uma patologia. Embora os tutores comparem
Em relação aos gatos amarelos, o médi- seus pets com o personagem gordinho e aca-
co-veterinário da clínica escola Anhanguera bam achando-o mais bonito, diversos estudos
Taquaral e professor do curso de Medicina mostram que um felino obeso vive cerca de dois
Veterinária da Faculdade Anhanguera, Hernan- anos a menos em comparação com um animal
des da Silva Rocha Junior, diz que não há uma de mesma faixa etária no peso ideal”, revela. ◘
procura específica, porém, é nítido a influência
do personagem na decisão do tutor para ter
um felino como pet, já que ele é mencionado LEIA A
em várias consultas. “O Garfield mostrou aos REPORTAGEM
tutores que os gatos têm uma personalidade COMPLETA EM
única. Sendo curiosos, brincalhões, pregui- NOSSO PORTAL
DE NOTÍCIAS!
çosos e, apesar de terem sua independência,

NO DIA DAS ZOONOSES,


AS VERMINOSES!
ZOONOSES são aquelas doenças que, na- no Dia Mundial das Zoonoses, 6 de julho.
turalmente, podem ser transmitidas dos A médica-veterinária doutoranda no
animais para os seres humanos. Essa trans- Programa Sociedade, Tecnologia e Políti-
CONFIRA A
missão pode ser por contato direto com cas Públicas em saúde SOTEPP-UNIT-AL,
REPORTAGEM
o animal infectado ou doente, ou, ainda, diretora Técnica da Secretaria Do Bem-Es- EM NOSSO
por meio de vetores, como pulgas, ácaros, tar Animal-SEBEA-Maceió-AL, membro da PORTAL
carrapatos, mosquitos, por exemplo, que Comissão de Saúde Pública do CRMV-AL e DE NOTÍCIAS!
estão em contato com o animal infectado conselheira no Conselho Federal de Medi-
e a pessoa próxima. As verminoses são cina Veterinária (CFMV), Evelynne Hilde-
consideradas zoonoses por serem parasitas gard Marques de Melo, explica o que são as
causadores de doenças por meio da infecção verminoses, quais os grupos de parasitas
no animal e, deste, ser transmitida às pes- intestinais que acometem cães e gatos e qual
soas do convívio. Este foi o tema abordado a importância de prevenir este problema. ◘

6 • caesegatos.com.br Fotos: banco de imagens C&GVF


CURSOS&EVENTOS
Por Sthefany Lara | Envie-nos seu evento: sthefany@ciasullieditores.com.br

› AGOSTO
PET SOUTH AMERICA
E PET VET
De 16 a 18 de agosto, acontece a Pet South
America e a Pet Vet Congress, no São Pau-
lo Expo. O evento reunirá diversas palestras
e duas feiras, uma para petshop e uma com
novidades para o médico-veterinário.
Saiba mais pelo Qr Code.

› NOVEMBRO
DERMATO IN RIO
› SETEMBRO › NOVEMBRO › NOVEMBRO
WSAVA 2023 A cidade de Florianópolis ONCO IN RIO COMFEL 2023
(SC) receberá a edição do
De 27 a 29 de setembro, Dermato In Rio, congres- Linfoma e mastocitoma Sob a coordenação científica
Lisboa, Portugal, recebe o so que reúne grandes no- serão os temas aborda- damédica-veterináriaRaquel
48º Wsava, que trará diver- mes da Dermatologia Ve- dos na edição deste ano Calixto, acontece, no dia 16 a
sos temas como: “Ressus- terinaria, e que acontece do Super Onco In Rio, que 18 de novembro, o Congres-
citação Neonatal e Cuida- nos dias 1º de novembro acontece nos dias 10 e 11 so Medvep Internacional
dos Intensivos” e “Triagem (pré-congresso) e 2 e 3 de de novembro, no Riale Bri- de Medicina Felina (Comfel
Cardíaca e Abordagem ao novembro. O evento terá sa Barra Hotel. No dia 9 de 2023). O congresso será rea-
Paciente Dispneico”. dois temas centrais: oto- novembro, também acon- lizado no Rafain Palace Hotel,
logia e doenças alérgicas. tece o pré-congresso. em Foz do Iguaçu (PR).
Saiba mais
sobre o congresso Para mais informações, Para saber mais, Inscrições e informa-
pelo Qr Code. acesse o Qr Code. acesse o Qr Code. ções pelo QR Code.

Foto: divulgação Agosto / 2023 7


PETBUSINESS
Sthefany Lara, da redação | sthefany@ciasullieditores.com.br

LANÇAMENTO

O poder
das flores
para a
nutrição
pet
COM O propósito de cuidar dos pets em tratamentos de forma natural. ção que a Brazilian Pet Foods possui
com alimentos naturais e ingre- Segundo a empresa, a linha flo- é com a sustentabilidade e o meio
dientes especiais de alta qualida- res é uma inovação dentro do merca- ambiente. Além de utilizar ener-
de que trazem mais saúde, a Bra- do pet, que revolucionará o segmento. gia gerada por meio de vapor de re-
zilian Pet Foods traz ao mercado a A Brazilian Pet Foods aponta que toda síduos do setor moveleiro e reali-
nova linha premium especial, que a linha é resultado de muitas pesqui- zar tratamento que limpa toda água
utiliza o poder real das flores. A li- sas e investimentos nos mais moder- que é utilizada na fábrica, há parce-
nha foi inspirada em como os flo- nos equipamentos, para sempre tra- ria com a empresa de logística re-
rais auxiliam no bem-estar desde as zer o melhor alimento para o animal. versa EuReciclo, garantido que to-
antigas civilizações, com criações Com uma marca que preza tan- neladas de embalagem e materiais
de receitas e remédios que ajudam to pelo natural, outra preocupa- plásticos possam ser reciclados. ◘

A SNOW FLORES POSSUI estresse do cão filhote. Seu sabor é ca- alimento que foca no sistema uriná-
UMA FLOR ESPECÍFICA PARA momila, frango, maracujá e tapioca; rio, ajudando a prevenir cálculos uri-
CADA PRODUTO, QUE TRAZ • Snow Dog Power: Alimento desen- nários no gato castrado. Seu sabor é
DIFERENTES BENEFÍCIOS volvido para cães com maior ativida- rosa, frango, melão e quinoa;
NATURAIS PARA O PET, COMO: de diária. Seu sabor é dente-de-leão, • Snow Cat Fácil Digestão: Um ali-
frango, banana e amendoim; mento que tem como objetivo o cuidado
• Snow Dog Longevidade: Esse ali- • Snow Dog Cuidado da Pele: Um ali- com o sistema digestivo do gato. O seu sa-
mento busca favorecer a longevidade mento sem transgênico, que tem co- bor é erva-doce, tilápia, manga e linhaça;
e a qualidade de vida do cão. Seu sabor mo objetivo ajudar a controlar a in- • Snow Cat Longevidade: Esse ali-
é girassol, carne, jabuticaba e ginseng; flamação da pele e embelezar a pela- mento busca favorecer a longevidade e
• Snow Dog Calmante: Esse alimento gem do cão. Seu sabor é de rosa mos- a qualidade de vida do gato filhote. Seu
ajuda a diminuir a ansiedade e estres- queta, peixe branco, pitaya e quinoa; sabor é girassol, atum, banana e linhaça.
se do cão. Seu sabor é flor de maracujá, • Snow Dog Fácil Digestão: Um ali-
atum, coco e grão-de-bico; mento sem transgênico, que tem co- Conheça mais sobre
• Snow Dog Filhote Calmante: Es- mo objetivo o cuidado com o sistema a Brazilian Pet Foods
se alimento possui DHA, que favorece digestivo do cão. O seu sabor é erva- pelo QR Code ou
o desenvolvimento do cérebro. Tam- -doce, frango, mamão e chicória; pelas redes sociais
bém ajuda a diminuir a ansiedade e • Snow Cat Cuidado Urinário: Um @brpetfoods

8 • caesegatos.com.br Fotos: divulgação


RELATÓRIO

Bom para
a saúde!
O RELATÓRIO encomendado pelo
Instituto HABRI - Human Animal Bond
Research Institute - examinou a eco-
nomia de custos de saúde associada
à posse de animais de estimação nos
Estados Unidos e revelou que possuir
um animal de estimação pode econo-
mizar até US$ 22,7 bilhões ao sistema
de saúde americano todos os anos.
A análise do relatório aponta a eco-
nomia resultante de uma melhora na
saúde geral para os tutores de pets. Isso
é revelado em menos consultas médi- evidente que os benefícios da intera- ter um pet é tão Relatório
cas por ano e por meio de economias ção humano-animal são universais e significativo que identificou que
ter animais de
específicas para questões importantes transcendem fronteiras geográficas. influencia posi-
companhia pode
de saúde pública, que afetam milhões No Brasil, onde a Mars Petcare man- tivamente até a trazer economia
de pessoas, como: a redução da obesi- tém operações há décadas, é inegável economia”, des- no sistema de
dade e de infecções e melhora na saúde o impacto positivo dos animais de taca a diretora de saúde dos EUA
mental de crianças, adultos e idosos. estimação na vida de milhões de Relações Institu-
“Embora o foco original da pes- brasileiros. Com base em dados do cionais da Royal Canin Brasil, marca que
quisa seja nos Estados Unidos, fica relatório Habri, evidenciamos como pertence à Mars Petcare, Carla Pistori.

Agosto / 2023 • 9
PETBUSINESS

2ª TEMPORADA

Troca de CONFIRA OS TEMAS


E CONVIDADOS

experiências
DE CADA EPISÓDIO
Ep#1 - Comunicação
Como receber e acolher o cliente.
OS PODCASTS ganham cada vez mais na Veterinária no Brasil, como no ca- Com Dr. Kaleizu Rosa (Prospera Vet).
adeptos, que aproveitam o tempo no so do querido Prof. Dr. Márcio Bru-
trânsito, na academia ou em casa para netto, falecido em abril, a quem te- Ep#2 - Tutores de felinos
escutar conteúdos que agregam co- mos a honra de homenagear com es- Saiba como lidar com esse público
nhecimento à vida profissional e pes- sa gravação rica em conteúdo”, afir- exigente. Com Prof. Dr. Archivaldo
soal. Pensando nos médicos-veteriná- ma a diretora de Planejamento Es- Reche Junior (FMVZ-USP).
rios, a PremieRpet lançou, em 2020, o tratégico e Marketing Corporativo
PodVet, que trata de vivências e desa- da PremieRpet, Madalena Spinazzola. Ep#3 - Síndrome de São Francisco
fios daqueles que se dedicam a cuidar Os temas centrais da tempora- Como ter o olhar de negócios.
da saúde dos animais de estimação. A da foram escolhidos para enrique- Com João Abel Buck (ABHV).
segunda temporada desse podcast aca- cer o repertório de profissionais com
ba de chegar às principais plataformas atuação dentro e fora da clínica, gra- Ep#4 - Nutrição de cães e gatos
de áudio e vídeo, com oito episódios! duandos, pós-graduandos e interes- É importante combater mitos e
Conduzida pela médica-veterinária sados na profissão. Além da ênfase à desinformação. Com Prof. Dr. Márcio
e jornalista Silvia Corrêa, a nova tem- atuação profissional, os episódios são Brunetto (FMVZ-USP) - in memorian.
porada do PodVet apresenta oito pro- permeados também por histórias pes-
fissionais convidados que são referên- soais dos participantes, que falam um Ep#5 – Manejo do luto
cias em suas áreas de atuação na Me- pouco sobre os desafios para conciliar Situações da rotina clínica
dicina Veterinária. Em um agradável atividades, a relação com os tutores, que também exigem preparo. Com
bate-papo, trazem conhecimentos, di- a “síndrome de São Francisco”, além Dr. Vinícius Perez (Instituto Kairós).
cas e compartilham histórias de vida e do cuidado com a saúde mental, en-
carreira. São conversas que vão além tre outros temas. “PodVet mostra o la- Ep#6 – Saúde mental
dos casos clínicos e assuntos técni- do humano do profissional, que, mui- O desafio de cuidar de si em meio à
cos, promovendo excelentes reflexões tas vezes, não é visto em um primeiro rotina estressante. Com Dra. Rosân-
sobre os desafios da profissão, desde momento porque fica escondido atrás gela Gebara (CRMV – SP e CFMV).
o atendimento na clínica até a condu- da imagem social que se tem do médi-
ção da jornada profissional, equilíbrio co-veterinário”, destaca Madalena. ◘ Ep#7 – Prevenção jurídica
com a vida pessoal e saúde mental. Como se manter na legalidade
“O PodVet traz conversas com no exercício da profissão. Com
convidados que têm ampla vivência Renata Arruda (Direito Vet Oficial).
e domínio dos temas abordados. São Para ter
parceiros que compartilham do nos- acesso aos epi- Ep#8 – Saúde Única
so objetivo de disseminar conheci- sódios, acesse A importância do veterinário
mentos, fomentar a profissionaliza- o QR Code para a saúde pública.
ção e o desenvolvimento da Medici- Com Profa. Dra. Rita Garcia (UFPR).

10 • caesegatos.com.br Foto: banco de imagem C&GVF


Agosto / 2023 • 11
PETBUSINESS

PROTOCOLO

“Guia Prático
de Obstetrícia e
Pediatria Felina”
A ROYAL Canin divulga o primeiro guia prático
desenvolvido por autores brasileiros com foco na
rotina clínica e nos cuidados com felinos desde o
início da vida, abordando protocolos de atendi-
mento e cuidados específicos baseados em evi-
dências científicas e na vasta experiência de re-
nomados especialistas da Medicina Veterinária.
O “Guia Prático de Obstetrícia e Pediatria
Felina”, além de fornecer informações relevantes ser um guia prático de condutas para apoiar
sobre obstetrícia e pediatria felina, também traz os médicos-veterinários na rotina clínica e foi
orientações nutricionais específicas para cada fa- construído com a contribuição de seis especia-
se de desenvolvimento e do crescimento dos ga- listas que possuem profundo conhecimento Para mais infor-
mações e acesso
tos, desde a concepção e a gestação, evidencian- técnico sobre saúde felina”, conta a médica-
ao material,
do a qualidade da produção científica nacional. -veterinária e coordenadora de Comunicação use o QR Code
“Atualmente, a pediatria não é uma especia- Científica da Royal Canin Brasil, Priscila Rizelo.
lidade reconhecida na Medicina Veterinária, o O “Guia de Obstetrícia e Pediatria Felina”
que resulta em uma carência de protocolos de já está disponível gratuitamente para médi-
atendimento direcionados para filhotes felinos. cos-veterinários interessados em aprimorar
Reconhecendo essa necessidade, investimos seus conhecimentos e práticas relacionadas ao
na criação desta obra, que tem o propósito de cuidado de gatos em suas fases iniciais de vida.

MBA duração média de um ano e meio, serão realiza-


Empreendedo- das no formato de ensino a distância (EaD) com
aulas ao vivo às quartas-feiras, das 19h às 23h.
rismo pet O MBA em Mercado Pet da USP/FMVZ é dividi-
do em três módulos, abordando gestão, tendên- Para se
A FACULDADE de Medicina Veterinária e Zoo- cias e tecnologias do segmento Pet, permitindo inscrever e
tecnia da USP (FMVZ-USP) está com inscrições ao aluno adquirir conhecimentos administrativos obter mais
abertas para o primeiro MBA em Mercado Pet. específicos para gerenciar e obter rentabilidade informações
sobre o curso,
O curso tem o objetivo de capacitar profissio- nesse setor em expansão. O corpo docente do
os interessa-
nais para empreender no setor de animais de curso é composto por professores altamente dos podem
estimação, que é o sexto maior em faturamento qualificados, incluindo Augusto Hauber Gameiro, acessar o site
no mundo, de acordo com a Associação Brasi- coordenador do MBA e pesquisador renomado na mbauspfmvz.
leira da Indústria de Produtos para Animais de área. Thiago Vendramini, especialista em nutrição com
Estimação (Abinpet). As aulas do curso, com animal, também faz parte do corpo docente.

O curso tem
o objetivo de
divulgar co-
nhecimentos
administrativos
específicos que
possibilitam o
gerenciamento
e rentabilidade
de negócios
neste setor

12 • caesegatos.com.br
Agosto / 2023 • 13
ZO O M / ZO O N O S E

O FANTASMA
DA RAIVA
NO BRASIL, A DOENÇA PARECE ESTAR SOB CONTROLE, MAS AINDA ASSOMBRA
A POPULAÇÃO. NO ENTANTO, NÃO É POSSÍVEL BAIXAR A GUARDA, E MEDIDAS,
COMO A VACINAÇÃO ANUAL, DEVEM SER SEMPRE TOMADAS

› STHEFANY L AR A , DA RE DAÇÃO
sthefany@ciasullieditores.com.br

RAIVA, UMA DOENÇA VIRAL variantes antigênicas, tendo sido en- Brasil, pelo menos duas pessoas já evo-
GRAVE QUE AFETA MAMÍFEROS, contradas no Brasil as variantes 1 e 2, luíram para óbito devido à raiva”, detalha.
CONTINUA SENDO UMA PREO- isoladas dos cães; variante 3, de morce- Segundo Vivian, embora o mês de
CUPAÇÃO NO BRASIL. Apesar dos go hematófago Desmodus rotundus; e agosto tenha ficado popularmente
avanços significativos no controle da variantes 4 e 6, de morcegos insetívoros conhecido como o “mês do cachor-
doença e das políticas públicas, o País Tadarida brasiliensis e Lasiurus cine- ro louco”, a raiva pode ocorrer em
ainda enfrenta desafios na erradicação reus, respectivamente. E, ainda, outras qualquer época do ano. “Existe essa
completa da raiva em seu território. duas variantes encontradas em Cerdo- crendice popular no Brasil. Não existe
No cenário de um País diverso, cyon thous (cachorro do mato) e Calli- comprovação científica nesse sentido.
rico em fauna e com peculiaridades thrix jacchus (sagui de tufos brancos)”, O que, provavelmente, acontece é que,
regionais, a batalha contra essa doen- afirma. “Pode-se dizer que as variantes em agosto, no Brasil, as condições
ça se mostra complexa e urgente. A caninas (1 e 2) estão sob controle em climáticas favorecem a entrada das
médica-veterinária, presidente da alguns Estados, no entanto, ainda fêmeas no cio. Dessa forma, os cães
Comissão Técnica de Saúde Pública há circulação das demais variantes, vocalizam com uivos e manifestam
Veterinária do Conselho Regional de em especial as isoladas de morcegos, todo o comportamento para o acasa-
Medicina Veterinária do Estado de São em todo o território nacional”, diz. lamento, o que gera disputas e muita
Paulo (CRMV-SP), Adriana Maria Lopes A médica-veterinária autônoma briga, consequentemente mordeduras.
Vieira, explica que a raiva, uma doença Vivian Lindmayer Cisi reforça que a raiva Nas ruas, as cadelas no cio atraem
infecciosa causada pelo vírus do gênero é um problema não apenas só do Brasil, grandes matilhas e favorecem a con-
Lyssavirus, da família Rabhdoviri- mas do mundo. “Segundo a Food and taminação pelo vírus da raiva”, explica.
dae, acomete mamíferos, inclusive o Agriculture Organization of the United Adriana Vieira lembra que,
homem, e apresenta-se como uma Nations (FAO), a raiva mata uma pessoa atualmente, há campanhas de cons-
encefalite progressiva e aguda com a cada nove minutos no mundo, sendo cientização realizadas no mês de
letalidade de, aproximadamente, 100%. quase metade delas crianças. Em rela- setembro, em decorrência do Dia
“A raiva é uma doença de extrema ção aos animais, cerca de 5 mil casos de Mundial de Combate à Raiva, pro-
importância para a saúde pública, em raiva animal são relatados, anualmente, movido pela Aliança Global para o
âmbito mundial, não sendo diferente ao Centro de Controle e Prevenção de Controle da Raiva e reconhecido
no Brasil. O vírus da raiva apresenta Doenças, nos EUA (CDC). Em 2023, no pela Organização Mundial da Saúde.

14 • caesegatos.com.br Foto: banco de imagens C&GVF


O CENÁRIO
BRASILEIRO
SEGUNDO dados do Ministério da rotundus). O segundo caso foi notificado
Saúde, de 2010 a 2023 (até o momento), em Cariús (CE) envolvendo um homem
há o registro de 47 casos de raiva huma- de 34 anos, que foi agredido por um pri-
na. Desse total, nove tiveram agressões mata não-humano (Callithrix jacchus).
provocadas por cães, 24 por morcegos, No portal do Ministério da Saúde,
cinco por primatas não-humanos, dois informações revelam que Santa Cata-
por raposas, quatro por felinos, um rina e Rio Grande do Sul têm optado por
por bovino e, em dois deles, não foi não realizar campanhas massivas de
possível identificar a espécie de animal vacinação anual contra a raiva em cães
agressora. Ainda segundo os dados, e gatos desde o ano de 1995. Por sua
na série histórica de casos de raiva vez, o Paraná, que costumava realizar
humana no Brasil, apenas dois casos campanhas nas cidades fronteiriças
evoluíram para cura, com sequelas com o Paraguai, deixou de promover
sérias, os demais evoluíram para óbito. tais ações em 2015. Mais recentemen-
Este ano, foram registrados dois te, o Estado de São Paulo pactuou a
casos de raiva humana no Brasil. O suspensão das campanhas em 2021,
primeiro caso ocorreu no município porém, as demais atividades do Pro-
de Mantena (MG) e foi transmitido por grama de Vigilância e de Controle da
um bovino infectado com a variante de Raiva no ESP permanecerão em vigor
morcego (linhagem genética Desmodus (Deliberação CIB nº 169, 15-12-2021).

Agosto / 2023 • 15
ZO O M / ZO O N O S E

As campanhas nacionais de vacina-


ção contra a raiva em cães e gatos ocor-
CASOS DE RAIVA CANINA
Casos de Raiva Canina (RC) e Cobertura Vacinal (CV) na Campanha Nacional
rem anualmente. No período de 2012 de Vacinação Contra a Raiva Canina, por ano Brasil, 2015 a 2021**
a 2018, as coberturas vacinais de cães
sofreram variações na quase totalidade 83 82,2
dos municípios do País, sendo que, em
alguns anos, menos de 70% dos muni-
cípios alcançaram a meta de vacinação 74,9 66,2
de 80% da população canina estimada. 69,7
Isso ocorreu ao longo do período em ra-
60,4
zão de atrasos nas entregas das vacinas
pelo laboratório produtor e, às vezes, por 52,4
51,2
eventuais atrasos nas programações das
RAIVA CANINA
campanhas pelos Estados. Excepcio-
% COBERTURA VACINAL
nalmente no ano de 2019, a campanha
de vacinação antirrábica ficou restrita
às áreas de maior risco para a raiva, 16
sendo realizada nos Estados do Nordeste 14 14
11 12 12
do Brasil (Maranhão, Ceará, Piauí, Rio
Grande do Norte) e Estados que fazem
fronteira com a Bolívia (Mato Grosso 2015 2016 2017 2018 *2019 2020 **2021
do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre). Fonte: SVS/MS. *Campanha de vacinação antirrábica restrita às áreas de maior risco para a raiva.
Em 2020, devido à pandemia da **Atualizado em 24/11/2022

Covid-19, excepcionalmente os Estados


de São Paulo (SP) e Tocantins (TO) e Segundo Adriana Vieira, o Minis- De acordo o Ministério da Saúde, as
outros 219 municípios de diferentes UFs tério da Saúde refere que o Programa variantes 1 e 2, isoladas de cães, são as
optaram por não realizar a campanha Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR), comumente envolvidas em epizootias
de vacinação. A decisão foi respaldada criado em 1973, implantou, entre caninas (possuem maior potencial de
nas recomendações do MS às Secreta- outras ações, a vacinação antirrábica disseminação entre cães, principal-
rias Estaduais de Saúde, por meio do canina e felina em todo o território mente aqueles livres ou soltos nas
Ofício Circular Nº 66/2020/SVS/MS, que nacional. “Essa atividade resultou num ruas). As variantes de morcego estão
sugeria avaliação da situação sanitária decréscimo significativo nos casos de relacionadas, normalmente, à raiva
local e a possibilidade de realizar a Cam- raiva naqueles animais e, com isso, paralítica e, assim, apresentam menor
panha de Vacinação após o período de permitiu um controle da raiva urbana potencial de disseminação”, conta.
vigência da emergência da Covid-19. En- no País. A vacinação antirrábica de Adriana acrescenta que, segundo a
tretanto, para os locais que optaram por cães e gatos é uma ação importantís- Organização Mundial da Saúde (OMS),
executar a campanha, recomendou-se sima, porém, não é a única estratégia quando existem elevados percentuais
a utilização de estratégias que evitassem de prevenção da raiva, sendo o Progra- de cães vacinados (altas coberturas
aglomeração, observando todos os cui- ma de Vigilância e Controle da Raiva vacinais), durante uma série de anos,
dados de prevenção recomendados pelo composto por outras ações, tais como, atinge-se o controle da raiva (variantes
MS, tendo em vista a importância de se profilaxia antirrábica humana (pré- 1 e 2), como ocorreu em alguns Estados
manter altas coberturas vacinais como -exposição e pós-exposição), diagnós- brasileiros, ficando então a estratégia
medida de controle da tico laboratorial, vigilância epidemio- de campanha anual de vacinação an-
raiva no ciclo urbano. lógica e educação em saúde”, explica. tirrábica de cães e gatos classificada
Das 23 unidades fe- De acordo com ela, é importante como uma atividade de emergência
deradas que realizaram esclarecer que a vacinação de cães e para áreas endêmicas ou epidêmicas.
campanha nacional de gatos, realizada pelos órgãos públicos, “Diante do exposto, cabe ressaltar
vacinação contra a raiva pode ocorrer por meio de várias estra- que a situação epidemiológica permi-
em cães e gatos no ano tégias, tais como, campanhas, rotina tiu a suspensão da vacinação antirrá-
de 2021, apenas 12 envia- ou bloqueio de foco. “A estratégia de bica em estratégia de campanha em
ram os dados da cober- vacinação em campanhas deve ocorrer alguns Estados, no entanto, os cães
tura vacinal alcançada. Com base nesses quando há muitos casos de raiva em e gatos devem ser vacinados anual-
dados, o Brasil apresenta uma cobertura cães e gatos (epizootias), com o objetivo mente, em qualquer época do ano,
vacinal de 60,4%. Utilize o Qr Code para de interromper a transmissão, ou seja, sendo responsabilidade do guardião/
acessar a tabela - Resultado Campanha deve-se vacinar o maior número de proprietário/tutor prover condições
Nacional de vacinação contra a raiva em animais possível (preconiza-se a vaci- de saúde aos seus animais, já que se
cães e gatos por Região Administrativa nação de 80% da população estimada trata de importante medida individual
e Unidades Federadas. Brasil, 2021*). de cães), no menor intervalo de tempo. de prevenção da raiva no animal”.

16 • caesegatos.com.br
Agosto / 2023 • 17
ZO O M / ZO O N O S E

DESAFIO MUNDIAL E AINDA, É POSSÍVEL REDU-


OS MEIOS DE PREVENÇÃO ZIR A POSSIBILIDADE DE
O controle da raiva é, segundo Vi- EXPOSIÇÃO À RAIVA, NÃO
vian Lindmayer Cisi, um desafio no PERMITINDO QUE OS
mundo todo. “A imunização dos ani- ANIMAIS DOMÉSTICOS FAÇAM
mais susceptíveis consiste na prin- PASSEIOS SOZINHOS (CASTRAR
cipal medida profilática”, afirma. OS ANIMAIS DIMINUI O COMPOR-
Adriana Vieira afirma que a raiva é TAMENTO DE FUGA); NÃO DEIXAR
transmitida ao homem pela saliva de LIXO OU ALIMENTO DE CÃES DO
animais infectados, principalmente LADO DE FORA DE CASA PARA
por meio da mordedura, podendo ser NÃO ATRAIR OUTROS ANIMAIS;
transmitida também pela arranhadura LEMBRAR SEMPRE QUE ANIMAIS
SELVAGENS NÃO DEVEM SER
e/ou lambedura desses animais. “Por-
TRATADOS COMO PETS
tanto, de forma geral, deve-se evitar o
contato com animais silvestres, ani- VIVIAN LINDMAYER CISI
mais desconhecidos ou que estejam É MÉDICA-VETERINÁRIA AUTÔNOMA
com alterações de comportamento
ou doentes. Entre as ações de preven- dade e responsabilidade ao se adquirir fuga); não deixar lixo ou alimento de cães
ção está a profilaxia da raiva humana um animal. “Manter a vacinação do do lado de fora de casa para não atrair
pós-exposição, por meio da vacinação pet atualizada é, também, bastante outros animais; lembrar sempre que
e aplicação de soro ou imunoglobulina importante. Ainda, é possível reduzir a animais selvagens não devem ser trata-
antirrábica humana. Somente o profis- possibilidade de exposição à raiva, não dos como pets. Além de ilegal, os animais
sional de saúde indicará a necessidade permitindo que os animais domésticos silvestres podem ser potenciais animais
ou não da profilaxia. Então, em caso de façam passeios sozinhos (castrar os infectados e que podem trazer riscos
acidente com animais, deve-se lavar animais diminui o comportamento de para os seres que o cercam”, comenta.
imediatamente o ferimento com água “Para cães e gatos, a vacinação deve
corrente e sabão e procurar atendimen- ser realizada de 12 em 12 meses, por isso,
to médico, o mais rapidamente possível os tutores de animais domésticos devem
para as providências cabíveis”, diz.
Segundo ela, há, também, a profi-
OS SINAIS estar atentos à carteira de vacinação do
animal. Para os profissionais com risco
Adriana afirma que, segundo o
laxia pré-exposição, indicada apenas de exposição ao vírus (trabalhadores e
Ministério da Saúde, após o período
para os grupos de alto risco e elevada estudantes da Medicina Veterinária,
de incubação, surgem os sinais e
frequência de exposição ao vírus da raiva. trabalhadores de parques e reservas de
sintomas clínicos inespecíficos
“Incluem-se nestes grupos médicos- animais, trabalhadores de laboratórios
(pródromos) da raiva, que duram
-veterinários, zootecnistas, estudantes específicos, entre outros), o esquema
em média de dois a dez dias. Nesse
de Medicina Veterinária e Zootecnia, de vacinação pré-exposição é indicado,
período, o paciente apresenta:
profissionais de laboratório que traba- sendo recomendadas três doses da
lham com o vírus da raiva, profissionais • Mal-estar geral • Dor de garganta Vacina Antirrábica Humana (VARH) e
que atuam na captura de morcegos • Pequeno • Entorpecimento sorologia 14 dias após a terceira dose”.
e demais profissionais e estudantes aumento de • Irritabilidade
expostos com frequência a situações temperatura • Inquietude O MÉDICO-VETERINÁRIO
de alto risco como, por exemplo, os que • Anorexia • Sensação E A LUTA CONTRA A RAIVA
atuam em áreas de epizootia ou no ma- • Cefaleia de angústia Para Adriana Vieira, o médico-veteriná-
nejo e controle de mamíferos silvestres”. • Náuseas rio tem um papel fundamental no con-
Já a prevenção da doença em ani- trole e vigilância da raiva, podendo ser
mais é feita por meio da vacinação, Podem ocorrer linfoadeno- citadas a orientação/esclarecimento
lembra Adriana. “Cabe ao guardião/pro- patia, hiperestesia e parestesia dos responsáveis pelos animais quanto
prietário/tutor dos cães e gatos prover no trajeto de nervos periféricos, à importância da vacinação antirrábica
condições de saúde aos seus animais, po- próximos ao local da mordedura, e à prevenção de agressões; realização
dendo vacinar seus animais nos serviços e alterações de comportamento. de vacinação antirrábica de animais;
públicos ou procurar estabelecimentos Com relação aos animais, inicial- notificação aos órgãos públicos dos ca-
médico-veterinários privados. Com rela- mente, podem ocorrer alterações su- sos suspeitos de raiva; coleta e envio de
ção aos animais de produção, os respon- tis de comportamento, perda de ape- material para diagnóstico; observação
sáveis por eles devem seguir as normas tite, esconder-se, parecer desatento de cães e gatos agressores; realização
emanadas dos órgãos de agricultura”. e, por vezes, nem atende ao próprio de testes diagnósticos diferenciais; orien-
Vivian acrescenta que todas as dono. Nessa fase ocorre um ligeiro tação às pessoas que sofreram agravos
ações devem estar relacionadas com a aumento de temperatura, dilatação causados por animais a procurarem
posse responsável, controle de natali- de pupilas e reflexos corneais lentos. orientação médica; dentre outras.

18 • caesegatos.com.br Foto: divulgação


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ZO O M / ZO O N O S E

não é usualmente referida, devido ao “Os cães podem libertar vírus da


HÁ DUAS FORMAS comportamento natural dos gatos, que raiva durante dez dias antes de apare-
DE RAIVA NO CÃO saem às ruas sem controle de supervi- cerem os sintomas da doença. Quando

1
são e de mobilidade. Em consequência alguém é mordido ou arranhado por
A raiva furiosa que causa angús- das próprias características dos feli- um destes animais, indica-se a obser-
tia, inquietude, excitação e agres- nos, o primeiro ataque é feito com as vação por até dez dias. Se o animal não
sividade, que se manifesta como garras e depois com a mordida. Devido adoecer neste intervalo, é porque ele
expressão natural às sensações às características anatômicas dos não estava infectado no dia da mordi-
de dor a que o animal é submetido, gatos, os ferimentos provocados com da. Se o animal for um cão de rua, sem
devido à excitação do sistema nervoso suas unhas podem causar dilacerações dono, é importante capturá-lo (isso
central e à preservação da consciência mais intensas e profundas do que as pode ser feito pelas equipes do serviço
(morde objetos, outros animais e o suas mordeduras. As lesões provo- de zoonoses, por exemplo) para que ele
próprio dono), alterações do latido (la- cadas pela arranhadura de gatos são possa ser analisado por um veterinário,
tido bitonal), dificuldade de deglutição, classificadas como graves e, também, de modo a procurar sinais do vírus da
sialorreia, tendência a fugir de casa, devem ser consideradas as infecções raiva. Se a captura do animal não for
excitação das vias geniturinárias, irrita- oportunistas delas decorrentes. viável, o tratamento profilático deve ser
ção no local da agressão, incoordenação De acordo com Vivian, no que indicado, partindo do princípio de que
motora, crise convulsiva, paralisia, diz respeito ao diagnóstico, embora este esteja contaminado com o vírus da
coma e morte. Na fase prodrômica da existam testes para a identificação do raiva. Portanto, o tratamento deve ser
raiva, os sintomas são inaparentes, vírus, é difícil diagnosticar a doença iniciado o mais rápido possível, já que a
podendo ser comparados aos sintomas clinicamente, pois no início, ela apre- profilaxia contra a raiva é considerada
de qualquer infecção viral (desconforto, senta sintomatologia inespecífica. uma urgência médica”, afirma Vivian.
febre e apatia) (ACHA; SZYFRES, 2003). “A suspeita clínica envolve animais Por fim, Adriana afirma que, mes-

2
que apresentem alterações de com- mo a raiva urbana (variantes 1 e 2)
A forma paralítica da raiva portamento e sinais de agressividade estando sob controle em vários estados
manifesta-se de forma leve ou inexplicados. Por consequência, é ne- brasileiros, o responsável pelo animal
sem fase de excitação e ma- cessário que este fique em observação deve garantir acompanhamento fre-
nifestações de agressividade, e resguardado de seres humanos e de quente deste, pelo profissional mé-
apresentando sinais de paralisia que outros animais, nesses casos devem dico-veterinário; manter a vacinação
evoluem para a morte devido ao com- ser realizados testes para descartar atualizada; informar o serviço de saúde
prometimento respiratório central. ou detectar a presença do vírus. Em caso haja contato com morcegos ou
relação a animais que evoluíram para animais suspeitos de raiva ou apare-
Nos gatos, com maior frequência, óbito, com o auxílio de medidas de cimento de sintomas neurológicos ou
a raiva manifesta-se sob a forma fu- segurança, são coletadas amostras do alteração de comportamento. ◘
riosa, com sinais semelhantes aos dos encéfalo do animal, as quais são iden-
cães. A mudança de comportamento tificadas adequadamente e anexadas Fontes consultadas por Adriana Lopes
às fichas epidemiológicas dos serviços Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância
em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da
oficiais de saúde. Em casos de equinos, Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde:
coleta-se também a medula espinhal. volume único [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde,
O diagnóstico pode ser feito por his- Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral
de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3ª.
tologia (imunofluorescencia direta), ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2019. 740 p. : il.
detectando os corpúsculos de Negri, Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância
em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica
que são característicos da raiva, e de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde
através do isolamento viral em camun- [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria
de Vigilância em Saúde. Departamento de Articula-
dongos ou em cultivo celular”, explica. ção Estratégica de Vigilância em Saúde. – 5. ed. rev. e
atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 1.126 p. : il.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-
-a-a-z/r/raiva/raiva-animal. Consulta em 13/07/2023.
"A vacinação antirrábica de cães e https://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-
gatos é uma ação importantíssima, -pasteur/pdf/nota-tecnica-2016/profilaxiadaraivah-
porém não é a única estratégia de umana-normatecnicaatualizadaemjulhode2021.pdf.
prevenção da raiva, sendo o Progra- Consulta em 13/07/2023.
ma de Vigilância e Controle da Raiva Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em
Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Trans-
composto por outras ações, tais missíveis. Manual de vigilância, prevenção e controle
como, profilaxia antirrábica humana de zoonoses : normas técnicas e operacionais [recurso
(pré-exposição e pós-exposição), eletrônico]/MinistériodaSaúde,SecretariadeVigilância
diagnóstico laboratorial, vigilância epi- em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças
demiológica e educação em saúde", Transmissíveis.–Brasília:MinistériodaSaúde,2016.121p
Baquero, Oswaldo Santos, and Mariana Ramos Quei-
Adriana Maria Lopes Vieira
roz. "Size, Spatial and Household Distribution, and
é médica-veterinária, presidente Rabies Vaccination Coverage of the Brazilian Owne-
da Comissão Técnica de Saúde d-dog Population. ”Transboundary and emerging
Pública Veterinária do CRMV-SP diseases, v. 66,.4 pp. 1693-1700. doi: 10.1111/tbed.13204

20 • caesegatos.com.br Foto: divulgação


Agosto / 2023 • 21
R ADAR PE T / ÚMIDOS

SEMPRE EM
tos Cordeiro e Special Dog Adultos Ra-
ças Pequenas Frango. Além disso, há as
opções para gatos adultos, como Special
Cat Adultos Salmão, Special Cat Adultos

BUSCA DE
Frango e Special Cat Castrados Salmão.
Para a linha premium especial, o
profissional revela quais são os pro-
dutos: Special Dog Ultralife Adultos

NOVIDADES
Cordeiro, Special Dog Ultralife Adul-
tos Salmão, Special Dog Ultralife Adul-
tos Raças Pequenas Cordeiro, Special
Cat Ultralife Adultos Salmão, Special
Cat Ultralife Adultos Cordeiro e Spe-
SPECIAL DOG COMPANY APRESENTA 12 LANÇAMENTOS AO cial Cat Ultralife Castrados Salmão.
MERCADO E, COM ISSO, EXPANDE PORTFÓLIO DE ALIMENTOS “Os novos sachês Special Dog e Spe-
ÚMIDOS DAS LINHAS PREMIUM E PREMIUM ESPECIAL cial Cat Ultralife contêm batata-doce
em sua formulação, fonte de carboidra-
› CL ÁUDIA GUIMAR ÃES, DA RE DAÇÃO tos e fibras naturalmente prebióticas.
claudia@ciasullieditores.com.br Além de proporcionar maior saciedade,

A
limentos de linhas premium do o portfólio das linhas premium e pre- a batata-doce ajuda a melhorar a saú-
especial e super premium mium especial de alimentos úmidos, e de intestinal dos pets e aumenta o apro-
trazem benefícios extras à com a proposta de oferecer ainda mais veitamento dos nutrientes”, garante.
saúde dos animais de esti- sabor e nutrientes para cães e gatos. O profissional descreve os lança-
mação, além de contar com matérias- Sobre a importância de oferecer mentos destinados aos gatos:
-primas nobres e ingredientes funcio- alimentos úmidos aos animais, Hom- • Special Cat Ultralife Cordeiro ou
nais para o bem-estar e a longevidade se comenta que, além de serem extre- Salmão com Batata-Doce para Ga-
dos pets. De acordo com o analista de mamente palatáveis e ótimas opções tos Adultos: sem corantes e aroma-
Gestão de Produtos Sênior da Special para variar o cardápio dos pets, eles tra- tizantes artificiais, os sachês contam
Dog Company, Mateus Homse, a alimen- zem diversos benefícios nutricionais. com níveis de ômega 3, 6 e zinco, que
tação é a base para uma vida mais lon- “Aqui, destaco o cuidado com a saú- mantêm a pele dos gatos mais prote-
ga e saudável, por isso, fornecer alimen- de renal devido à maior ingestão hídri- gida e os pelos mais bonitos.
tos balanceados para cada fase da vida, ca e o aumento da saciedade”, salienta. • Special Cat Ultralife Salmão com
porte e estado fisiológico é fundamen- Batata-Doce para Gatos Castrados:
tal para a longevidade dos cães e gatos. DETALHES DOS PRODUTOS o sachê é enriquecido com L-Carni-
Foi pensando em ofertar aliados O porta-voz informa que, na linha pre- tina para controle do ganho de peso,
para essa vida longa dos animais, que a mium, o destaque vai para os lança- problema comum em gatos que pas-
Special Dog Company acaba de anunciar mentos para cães adultos, como Special saram pelo processo de castração.
o lançamento de 12 produtos, amplian- Dog Adultos Frango, Special Dog Adul- Ele ainda menciona que os sachês

22 • caesegatos.com.br Fotos: divulgação e banco de imagens C&GVF


Lançamentos fícios desse tipo de
chegam com alimentação, po-
a proposta de demos destacar: o
oferecer ainda
aumento da pala-
mais sabor e
tabilidade, a diver-
nutrientes para
cães e gatos sidade de texturas
e aromas, benefí-
cios para saúde renal pelo aumento da
ingestão hídrica e auxílio na perda de
peso devido a menor densidade caló-
rica dos alimentos úmidos”, descreve.

APOSTAS DA MARCA
O profissional reitera que todos os no-
vos produtos possuem batata-doce in-
tegral em sua formulação, ingrediente
nobre que auxilia na saciedade e imuni-
dade. “Além disso, são livres de coran-
tes e aromatizantes artificiais e alguns
itens possuem matérias-primas espe-
para gatos possuem equilíbrio no ba- chês Special Dog e Special Cat Ultrali- cíficas, de acordo com o porte e a fase
lanço de minerais e alto teor de água, fe podem substituir o alimento seco, da vida do pet, como proteína isolada
o que ajuda na saúde do trato uriná- já que atendem às necessidades nutri- de ervilha, mandioca, cúrcuma, uru-
rio dos felinos. “É importante refor- cionais diárias conforme a fase da vida cum, Condroitina e Glicosamina”, diz.
çar que os sachês podem ser usados do animal. “Dois pontos importantes O lançamento dos produtos tam-
exclusivamente como alimento aos são: nem todos os sachês disponíveis bém introduz a nova identidade visual
felinos, sendo benéficos, pois dimi- no mercado são completos, por isso, é da linha, com destaque para as ima-
nuem a densidade urinária por meio importante essa checagem no momen- gens dos ingredientes. “As novas em-
do aumento da ingestão hídrica. Os fe- to da compra. Outro ponto é: caso seja balagens capturam, de forma ainda
linos são animais com um trato uriná- realizada uma mudança da alimenta- mais eficaz, os diferenciais dos produ-
rio sensível ao estresse, sendo os ali- ção seca para a úmida, essa troca deve tos como a palatabilidade, marca re-
mentos úmidos aliados na prevenção ser feita de forma gradativa, adaptan- gistrada de todos os produtos da linha
do desenvolvimento de patologias cor- do o pet ao novo alimento”, recomenda. e as características nutricionais espe-
relacionadas”, complementa. O analista ainda confirma que os cíficas para atender às necessidades
Homse também cita as característi- produtos são indicados para o mix fee- individuais de cada animal de acordo
cas dos produtos para os cães: ding, ou seja, servi-los misturados ao ali- com porte, fase da vida e estado fisio-
• Special Dog Ultralife Cordeiro ou mento seco. “Dentre os principais bene- lógico”, conta o profissional. ◘
Salmão Com Batata Doce para Cães
Adultos: sem corantes e aromatizan- [OS PRODUTOS]
tes artificiais, os sachês contêm ôme-
SÃO LIVRES DE
ga 3, 6 e zinco, ajudando a manter a
pele protegida e os pelos mais bonitos.
CORANTES E ARO-
Além disso, são enriquecidos com con- MATIZANTES ARTIFICIAIS E
droitina e glicosamina, que ajudam na ALGUNS ITENS POSSUEM
proteção e reforço articular; MATÉRIAS-PRIMAS
• Special Dog Ultralife Cordeiro com ESPECÍFICAS, DE ACORDO
Batata-Doce para Cães Adultos de
COM O PORTE E A FASE
Raças Pequenas: também sem coran-
tes e aromatizantes artificiais, o sachê
DA VIDA DO PET, COMO
contém ômega 3, 6 e zinco, ajudando PROTEÍNA ISOLADA DE
a manter a pele protegida e os pelos ERVILHA, MANDIOCA,
mais bonitos. Além disso, vem com CÚRCUMA, URUCUM,
Extrato de Yucca, que colabora com a CONDROITINA
redução do odor das fezes.
E GLICOSAMINA
FONTE DE BOA NUTRIÇÃO MATEUS HOMSE, ANALISTA
Mateus Homse declara que, por se tra- DE GESTÃO DE PRODUTOS SÊNIOR
tarem de alimentos completos, os sa- DA SPECIAL DOG COMPANY

Agosto / 2023 • 23
R A DA R P E T / I N OVAÇ ÃO

EM
APENAS
UM DIA
GASTROINTESTINAL BIOME,
DA HILL’S, POSSIBILITA
O TRATAMENTO DE
DIVERSAS DOENÇAS
RELACIONADAS A DISTÚRBIOS
GASTROINTESTINAIS
RESPONSIVOS À FIBRA
› STHEFANY L AR A , DA RE DAÇÃO

M
sthefany@ciasullieditores.com.br

uito provavel-
mente você, lei-
tor, saiba que
grande parte dos
casos que você
recebe na clínica diz respeito a proble-
mas relacionados ao sistema gastroin-
testinal. Afinal, quem nunca recebeu
uma mensagem de um tutor mostrando
as fezes do animal com diarreia ou com
alguma outra “dúvida”, além de vômito?
Ou teve um pedido de encaixe de última
hora pelo fato de o pet estar vomitando?
Imagina, agora, um alimento que
possa ajudar a solucionar o problema
em 24 horas. Depois de longas pesqui-
sas, a Hill’s traz ao Brasil a ração Gas-
trointestinal Biome, para cães e gatos
com distúrbios gastrointestinais res-
ponsivos à fibra. A empresa reuniu, no
dia 8 de julho, em São Paulo (SP), gran-
des nomes da Medicina Veterinária para
apresentar, oficialmente, a novidade.
Segundo o médico-veterinário, su-
pervisor ​​de Assuntos Veterinários no

24 caesegatos.com.br
PARA VÁRIAS
Brasil, Flavio Lopes, 83% dos tuto-
res se preocupam com a saúde in-

SITUAÇÕES
testinal dos pets. “Além disso, esse
é o segundo tema mais pesqui-
sado no Google por tutores. Com
isso, vemos que é uma preocupa-
ção das pessoas. Uma outra pes- Em cães, Biome pode Já para gatos, o médico-
quisa aponta que até 15% dos ca- ser indicado nas -veterinário pode
sos atendidos possuem algum pro- seguintes situações: indicar em casos de:
blema gastrointestinal. Além dis-
so, estudos com microbioma têm AGUDO/CRÔNICO AGUDO/CRÔNICO
surgido cada vez mais, mostran- Enteropatias responsivas a fibras Enteropatias responsivas a fibras
do que o tema está em voga”, diz.
Colite aguda ou crônica Colite aguda ou crônica
Colite ulcerosa histiocítica Colite ulcerosa histiocítica
POR QUE BIOME?
Constipação Constipação
O diferencial desse produto, se-
Constipação responsiva à fibra Constipação responsiva à fibra
gundo Flavio Lopes, além de pro-
Diabetes mellitus com doenças gas- Diabetes mellitus com doenças
porcionar fezes saudáveis em 24
trointestinais responsivas a fibras gastrointestinais responsivas a fibras
horas, é a Tecnologia ActivBio-
Diarreia de estresse Diarreia infecciosa
me+, que nutre o microbioma do
Diarreia infecciosa Diarreia mista
cão e gato. Nela, há uma mistura
Diarreia mista (intestino delgado e grosso)
única de ingredientes ativos de fi-
(intestino delgado e grosso) Diarreia responsiva
bra, que promove, naturalmente,
Diarreia responsiva a antibióticos (forma de doença
a regularidade saudável das fezes
a antibióticos (uma forma inflamatória intestinal)
e restaura o equilíbrio do ecos-
de doença inflamatória intestinal) Disbiose
sistema intestinal único do ani-
Disbiose Enteropatia crônica (vômito
mal de estimação. Além disso, as
Enteropatia crônica (vômito e diarreia - causa desconhecida)
bactérias benéficas fermentam
e diarreia - causa desconhecida) Enteropatias responsiva à fibra
as fibras presentes no alimento,
Enteropatias responsivas a fibras Flatulência
se proliferam, e produzem com-
Flatulência Megacólon - com motilidade intestinal
postos que nutrem o trato gas-
Neoplasia gastrointestinal Neoplasia gastrointestinal
trointestinal, além de liberarem
e ativarem polifenóis antioxidan-
Gastrointestinal Biome pode ser encontrado na versão seca tanto para cães quan-
tes e anti-inflamatórios que es-
to para gatos. Para cães, a embalagem possui 3,6 Kg; já para gatos, é possível en-
tão presentes nessas fibras. Es-
contrar o produto em pacotes com 1,8kg.
tes pós-bióticos sintetizados be-
neficiam o trato gastrointesti-
nal, e outros órgãos e tecidos. ◘
COMPROVANDO OS BENEFÍCIOS
São diversos os estudos que comprovam os benefícios de Gastrointestinal
Biome. Para lê-los, acesse aos QR Codes:

“Fontes selecionadas de “Um estudo multi-


fibra dietética melho- cêntrico prospectivo
ram os parâmetros das da eficácia de uma
fezes, diminuem os me- intervenção dietética
tabólitos putrefativos suplementada com fi-
fecais e fornecem polifenóis vegetais an- bras em cães com diarreia crônica do
tioxidantes e anti-inflamatório ao trato intestino grosso”.
gastrointestinal inferior de cães adultos”.
“A função do micro-
“A adição de um paco- bioma sustenta a efi-
te de fibras ricas em cácia de uma inter-
polifenóis aos alimen- venção dietética su-
Flavio Lopes, médico-veterinário, tos afeta o microbio- plementada com fi-
supervisor ​​de Assuntos Veteriná- ma gastrointestinal e bras em cães com diarreia crônica do
rios no Brasil da Hill's o metaboloma em cães”. intestino grosso”.

Foto: banco de imagens C&GVF e divulgação Agosto / 2023 25


B O L E T I M P A U L I S TA

w w w. c r mvs p . g ov. b r

receber pessoas que quisessem se pro-


Ação teger do frio. O espaço tem capacidade

Defesa Civil para abrigar até 100 pessoas por dia e


permite a entrada com animais de com-
panhia, por isso, a presença da Comissão
O CRMV-SP participou de ação emer- Técnica de Medicina Veterinária de
gencial da Defesa Civil do Estado de São Desastres e Resgate Técnico do CRMV-SP.
Paulo, no dia 15 de julho, na estação de A participação é fruto do recente
metrô Dom Pedro II, na capital paulista. protocolo de intenções celebrado
O abrigo para acolhimento de pessoas entre o Governo do Estado de São
em situação de vulnerabilidade foi Paulo, por intermédio da Casa Militar
aberto devido às baixas temperaturas. (Coordenadoria Estadual de Proteção
A estação de metrô ficou aberta para e Defesa Civil), e o CRMV-SP.

CRMV-SP
escuta
Associação que reúnam os prefeitos
DANDO sequência à programação de
eventos do CRMV-SP prevista para 2023,
Associação paulistas, e à capilarização de infor-
mações do Regional para os agentes
uma comitiva formada por diretores, Paulista públicos que fazem parte da APM,

de Municípios
conselheiros, representantes regionais com relação a temas como saúde
e membros de comissões estará em pública, controle de zoonoses e va-
Campinas, no dia 22 de agosto, para mais lorização do médico-veterinário nas
uma edição do projeto CRMV-SP Escuta, COMO estratégia de aproximação equipes multidisciplinares (eMul-
a partir das 18h30. Durante os encontros, com gestores públicos para o as- ti) de atenção primária à saúde.
os participantes compartilham neces- sessoramento técnico e a valoriza- O encontro reforça a estra-
sidades, demandas, críticas, sugestões ção de políticas públicas relaciona- tégia de aproximação junto às
e recebem orientações em tempo real. das à Medicina Veterinária e à Zoo- diferentes instâncias do poder
Outro aspecto positivo do evento é o tecnia, o CRMV-SP se reuniu com a público, para sensibilizar a res-
fortalecimento da rede de contatos e Associação Paulista de Municípios. peito de pautas de interesse para a
valorização da atuação profissional. Os presidentes do CRMV-SP e da Medicina Veterinária e Zootecnia,
APM se comprometeram a assinar com vistas à formatação de políti-
um termo de parceria para estreitar cas públicas que tenham embasa-
o relacionamento, visando à parti- mento técnico e contribuam para
INSCREVA-SE
cipação do Conselho em eventos da com a saúde pública e a sociedade.
PARA A EDIÇÃO
DE CAMPINAS
PELO QR CODE

Recadastramento e assinatura. O CRMV-SP irá conferir


e validar as informações eletronica-
mente registradas e encaminhar para
O RECADASTRAMENTO profissional de profissional e para o recebimento liberação da cédula pelo Conselho Fe-
médicos-veterinários e zootecnistas das comunicações do Conselho, in- deral de Medicina Veterinária (CFMV).
do Estado de São Paulo está disponível clusive relacionadas à responsabili- Os recadastrados terão acesso à
e pode ser realizado de forma gratui- dade técnica e às eleições do órgão. cédula digital de identidade profissional
ta até dezembro de 2024. Não deixe Os profissionais poderão atualizar (e-CIP)peloaplicativo“CédulaDigitalCFMV/
para a última hora. A conferência e os dados pessoais e de contato (endere- CRMVs”, disponível para download nas
atualização dos dados profissionais ço, telefone, e-mail) e formação acadê- lojas oficiais da Google Play (Android) e
podem ser feitas de forma on-line, mica, caso queiram incluir algum curso da App Store (iOS). Com validade em todo
acessando o site do CRMV-SP. O proce- de aprimoramento ou pós-graduação, e o território nacional, a e-CIP terá um
dimento eletrônico é essencial para a fazer upload de documentos comproba- QR-Code, dispositivo de segurança para
emissão da nova cédula de identidade tórios de identificação, formação, foto confirmar a autenticidade do documento.

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Junho / 2023 27
TEJON
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LUTANDO PELA VIDA,


UM EXEMPLO
A SER SEGUIDO
■ COAUTORA: ANA PURCHIO

E
liseu virou um símbolo de amor à vida. O gatinho muito bem, consegue andar e continua a ser tratado no
é um exemplo de superação e ganhou de muitos Instituto Viva Bicho. Sua história de vida pode ser acompa-
seres humanos, tanto do Brasil como do exterior, nhada acessando as mídias sociais e quem assiste chora!
doações para se recuperar. Isso mostra que, com atitudes Mas o que essa história nos ensina? Que nós, como se-
amorosas, vidas podem ser transformadas, tanto a vida de res humanos racionais, devemos colocar a nossa energia
bicho quanto a vida dos humanos. É uma relação de troca! sempre para fazer o bem sem olhar a quem. Parabéns Ins-
Eliseu é um gato que foi abandonado como tantos, tituto Viva Bicho pelo trabalho incansável a favor da vida!
mas sua história é comovente. Sua dona faleceu e o ma- Contribuições podem ser feitas entrando em con-
rido dela o jogou em um beco, como um objeto que não tato pelo Whatsapp: (13) 99618-0179. ◘
tem mais serventia, onde foi resgatado no bairro de Areia
Branca, em Santos, minha querida cidade, pelo Instituto
CONHEÇA UM POUCO SOBRE O TRABALHO
Viva Bicho. Quando o gatinho chegou na ONG, no dia 16
DA ONG VIVA BICHO PELOS QR CODE.
de abril, tinha apenas 2,3 kg, estava desidratado, desnu-
trido, sem massa muscular, sem pelos, com infecção ge-
neralizada e tinha pouquíssima esperança de sobreviver.
A atitude da presidente do Instituto Viva Bicho, Ma-
rilucy Pereira, e toda sua equipe foi decisiva para salvar
Eliseu, que foi batizado pela ONG com esse nome em ho-
menagem ao Profeta Bíblico. Nos primeiros dias de inter-
nação, Eliseu teve várias convulsões e paradas cardíacas,
entrou em choque e teve de receber transfusão de sangue.
Segundo Marilucy, “a dedicação dos profissionais
24 horas cuidando do Eliseu foi determinante, mas a
comoção de todos por meio da campanha nas mídias
sociais #EliseuVive trouxe a vibração espiritual que o
gatinho precisava. A vibração amorosa e energética
das pessoas por sua recuperação fez com que ele vol-
tasse a lutar pela vida!”, conta emocionada.
E funcionou. Hoje, o Eliseu ganhou pelos e quilos e está

José Luiz Tejon é jornalista, publicitário, mestre em Arte e Cultura com especializações em Harvard, MIT e Insead e Doutor em Educação
pela Universidad de La Empresa/Uruguai. Conselheiro do CCAS - Conselho Científico Agro Sustentável; Colunista da Rede Jovem Pan, autor
e coautor de 34 livros. Coordenador acadêmico de Master Science em Food & Agribusiness Management pela AUDENCIA em Nantes/França e
Fecap e professor na FGV In Company. Presidente da TCA International e Diretor da agência Biomarketing. Ex-diretor do Grupo Estadão, da
Agroceres e da Jacto S/A. Ana Purchio é jornalista, pós-graduada em mídias sociais pelo Senac. Trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, na
Agência Estado, na Associação Brasileira de Agronegócio (ABAG) e atualmente é assessora de imprensa da TCA Internacional e Assessora de
Comunicação da Convergência Comunicação Estratégica.

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Q
AS DOENÇAS ARTICULARES AFETAM COM MAIOR
FREQUÊNCIA ANIMAIS IDOSOS, MAS CÃES E GATOS
DE TODAS AS IDADES PODEM SER ACOMETIDOS E
A DOR TENDE A AUMENTAR DURANTE O INVERNO.
ENTENDA COMO TRATAR E CONTROLAR
O INCÔMODO DESSES PACIENTES!

› CL ÁUDIA GUIMAR ÃES, DA RE DAÇÃO


claudia@ciasullieditores.com.br

uem tem doenças articulares simples, onde temos a relação de dois ossos;
sabe que, durante os dias mais ou composta, onde há relação entre três ou
frios, as dores se intensificam. mais ossos. As articulações também podem
Sorte dos humanos que têm ser classificadas pela função desta relação,
o “poder” da fala e podem se ou seja, pela quantidade de movimento per-
queixar, diretamente, para um mitida entre os ossos envolvidos. Sendo elas
médico. Mas, e os animais de companhia, que as sinartroses (imóveis), anfiartroses (pouco
não conseguem reclamar da dor para um rápi- móveis) e as diartroses (móveis, livres)”, cita.
do atendimento? Quais os principais sintomas, Mori ainda declara que a classificação
como esses problemas agem no organismo do das articulações, histológicas e funcionais se
pet e a melhor forma de amenizar o incômodo? correlacionam, sendo as sinartroses fibrosas,
Vamos explicar tudo isso, mas, antes, o mé- como as suturas do crânio adulto; as anfiartro-
dico-veterinário, especializado em Ortopedia e ses cartilaginosas, como a sínfise púbica; e as
Neurocirurgia de cães e gatos, que, atualmente, diartroses sinoviais, como o cotovelo ou joelho,
presta serviço para o Hospital Veros e outras por exemplo. “A classe de maior relevância clí-
clínicas e hospitais veterinários em São Paulo e nica são as sinoviais, as diartroses, onde temos
região, Eduardo Shigueru Mori, explica o que são uma maior complexidade estrutural, biológica e
as doenças articulares: “São enfermidades que mecânica, que tendem a levar maior comprome-
acometem as estruturas das articulações, como timento da qualidade de vida do paciente”, expõe.
as cartilagens, o osso subcondral, o líquido sino-
vial, a sinóvia e ligamentos. Elas, frequentemente, QUAIS SÃO ESSAS DOENÇAS?
repercutem nos tendões, músculos e ossos. Essas Também falamos com a médica-veterinária fi-
doenças trazem quadros de dores, em maior ou siatra, membro do ambulatório de dor e cuidados
menor grau, além de alterações biomecânicas paliativos da Faculdade de Medicina Veterinária
no corpo como um todo e, se não tratadas ade- e Zootecnia, da Universidade de São Paulo (FM-
quadamente, podem comprometer, severamen- VZ-USP), também diretora do Centro de Reabi-
te, a qualidade de vida dos pacientes”, sinaliza. litação Veterinária Fisio Animal (São Paulo-SP),
Eduardo Mori adiciona que as articulações além de docente e conferencista em diversos
podem ser definidas como áreas de relação de cursos e congressos sobre o tema de reabilita-
contato e/ou de movimento, entre dois ou mais ção animal e de dor, Maira Rezende Formenton.
ossos. “Portanto, além da classificação acima, Ela cita que, dentre as doenças articulares
também podem ser classificadas pelo número mais comuns em cães, a osteoartrose (OA) é a
de ossos que se relacionam, sendo uma relação mais prevalente. “Temos alguns dados que

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falam que 80% dos cães com mais de


oito anos têm osteoartrose em alguma
articulação e isso é uma das maiores
fontes de dor dos animais e, inclusive,
uma das principais causas de eutanásia
em cães de médio a grande porte. As
consequências da osteoartrose e da dor
decorrente da osteoartrose fazem com
que o animal não consiga mais andar e,
muitas vezes, o leva à eutanásia”, revela.
No entanto, existem outras afec-
ções que, inclusive, depois, acabam
causando osteoartrose. “Dentre elas,
a displasia coxofemoral, que é uma
incongruência articular, uma deformi-
É EXTREMAMENTE
dade do quadril. Também há a displasia
de cotovelo, que é uma má-formação
RECOMENDADA
do cotovelo e, por fim, a ruptura de ATIVIDADE FÍSICA AS CONSEQUÊN-
ligamento cruzado cranial do joelho, JUNTO AO SETOR DE FISIO- CIAS DA OSTEOAR-
que é uma doença degenerativa do TERAPIA. MANTÊ-LOS EM TROSE E DA DOR
ligamento em cães e gatos e que ocorre, ATIVIDADE CONTROLADA, DECORRENTE DA OSTEOAR-
em cães principalmente, com muita JUNTO A RECOMENDAÇÕES TROSE FAZEM COM QUE O
frequência, levando a quadros de gran- DE MANEJO, É IMPRESCINDÍ- ANIMAL NÃO CONSIGA MAIS
de dificuldade de locomoção”, descreve.
VEL PARA A QUALIDADE DE ANDAR E, MUITAS VEZES,
Mori reitera que fatores genéti-
cos e distúrbios de desenvolvimento
VIDA DESSES PACIENTES O LEVA À EUTANÁSIA
osteomusculares são as causas prin- SALIENTA O MÉDICO-VETERINÁRIO DECLARA A MÉDICA-VETERINÁRIA
cipais, como a displasia coxofemoral EDUARDO MORI MAIRA FORMENTON
e luxação patelar, por exemplo. “Junto
a elas, podemos considerar que trau- com a displasia coxofemoral, ou seja, mente, quando são pacientes felinos.
mas articulares podem predispor o de- uma incongruência na articulação “Recentemente, passamos a utilizar
senvolvimento das osteoartroses, seja do cotovelo, existindo vários tipos de uma escala de dor em gatos, onde leva
por lesões diretas (fraturas articulares displasia de cotovelo, sendo um deles, em consideração, além dos sinais clí-
e lesões ligamentares e/ou tendíneas), a fragmentação do processo coronário nicos e ortopédicos, as reações faciais
quanto indiretas, por mecanismos de medial ou não-união do processo. deles, que podem exprimir quadros de
compensação e sobrecarga de outras Os sinais aparecem entre seis e oito dor que, talvez, não considerássemos.
articulações e membros”, discorre. meses, quando o animal começa a Muito frequentemente, esses sinais
mancar da pata da frente, começa a são associados à velhice, por estarem
SINAIS MAIS COMUNS ter dor para levantar, dor para desen- menos ativos, já não subirem mais
Segundo Maira, a displasia coxofe- volver as atividades e o tutor começa no sofá, cansarem mais rápido nas
moral é uma doença que acomete o a perceber que ele está mancando”. caminhadas, terem mais dificuldades
quadril dos cães e, nela, existe uma Eduardo Mori mostra que os sinais para passar por obstáculos ou subir
tendência genética. O animal nasce mais característicos dessas doenças e descer escadas e móveis, como ou-
com o quadril normal, mas, ao longo articulares são dores e claudicação. trora era rotina. A OA, por seu caráter
da fase de desenvolvimento, o quadril “No caso das dores articulares, podem crônico, tende a ser mais evidente nos
vai ficando incongruente, é como se ele nos mostrar instabilidades, crepita- velhinhos, porém, por muitas vezes,
não encaixasse direito e, assim, ele se ção articular, resistência a movimen- a dor associada à OA é o fator mais
desenvolve mal encaixado. “Nessa fase tos, como extensão, flexão, rotação, limitante e, muitas vezes, tratando,
de desenvolvimento, os animais podem adução e abdução; relutância a cami- conseguimos oferecer mais qualidade
apresentar alguns sinais como dificul- nhadas ou atividades, perda de ape- de vida para que eles suportem me-
dade de levantar, dificuldade de subir tite e prostração. Tais alterações vão lhor as condições da doença”, revela.
escadas, tem um andar característico, refletir na forma como o paciente uti-
que chamamos de ‘andar de coelho’, liza o membro, na forma como ele ca- INVERNO COMO INIMIGO
que é quando o animal anda pulando minha, brinca e corre, na sua postura, Mori compartilha que, em sua rotina,
com as duas patas de trás”, elucida. enfim, em toda a sua atividade”, frisa. brinca que a agenda fica cheia nos me-
Outra doença muito comum tam- Mori afirma que os casos crônicos ses em que as temperaturas começam
bém citada pela profissional é a dis- são de difícil avaliação, pois os sinais a cair aqui no Brasil. “Nossos pacientes
plasia de cotovelo. “É muito parecida clínicos podem ser sutis, principal- voltam para uma reavaliação. Mui-

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tos deles bem compensados e controlados durante Seletivos, analgésicos, relaxantes muscula-
o ano, voltam nessa época, pois alguns precisam res e nutracêuticos. “De forma sucinta, toda
ser medicados e reavaliados quanto ao controle da a abordagem tem um objetivo comum, de
dor. Aqui, ressalto que a OA tem cunho crônico, várias formas e em várias frentes, inibir ou
portanto, são pacientes que precisam ser acom- reduzir as dores, para permitir conforto e
panhados, praticamente, a vida toda”, destaca. qualidade de vida ao paciente, além de atuar na
Ainda sobre as baixas temperaturas, o vete- tentativa de retardar a evolução do processo
rinário recomenda prezar pelo conforto térmico degenerativo, por muitas vezes, auxiliando a
dos animais, como dito anteriormente, com rou- executar terapias de reabilitação para melhor
pinhas, camas confortáveis e ambientes protegi- compensar o quadro como um todo”, elucida.
dos, principalmente aos idosos e com comorbida- O uso de nutracêuticos, como a condroitina,
des, visto que podem sofrer mais com a regulação glucosamina, colágeno hidrolisado tipo II (UC-II),
térmica, hidratação e atividade. “Por fim, é extre- ômega (DHA/EPA), por exemplo, segundo o pro-
mamente recomendada atividade física junto fissional, pode colaborar com todo o tratamento
ao setor de fisioterapia. Mantê-los em atividade e na saúde articular. “Recentemente, ainda so-
controlada, junto a recomendações de manejo, bre a terapia medicamentosa, temos a terapia
é imprescindível para a qualidade de vida desses de anticorpo monoclonal, uma promissora
pacientes. De forma geral, não só no frio, evitar ferramenta para complementar o tratamento
piso liso, acesso a escadas, sofás e camas, que e confortar nossos pacientes, permitindo re-
podem piorar o estresse articular”, recomenda. duzir o processo inflamatório e mediando os
“Por isso que com esses animais que, co- quadros de dor crônica e neuropática”, indica.
nhecidamente, têm essas doenças que, muitas O médico-veterinário ainda destaca as
vezes, piora no inverno, a medida preventiva, técnicas infiltrativas intra-articulares, com
no caso, é nos períodos anteriores ao inverno, uso de ácido hialurônico e/ou células-tronco,
intensificar aos tratamentos de fisioterapia e que também podem colaborar com a redução
acupuntura de forma a prevenir as crises do in- da inflamação e desaceleração da degeneração
verno. Normalmente, os animais com artrose, ao articular. “Outro pilar importante é o manejo,
longo do dia, acabam melhorando um pouco e, ao que engloba diversos cuidados domiciliares,
final do dia, sentem mais dor. Assim, é possível, como evitar piso liso, escadas, sofás e camas,
também, administrar medicações preventivas atividades intensas de muita explosão/impacto
para esse final do dia”, complementa Maira. e, talvez um dos pontos cruciais, é a perda de
peso nos obesos. Portanto, além da atividade
OPÇÕES DE TRATAMENTO em centros e profissionais de reabilitação,
Mori defende que o melhor tratamento é o um acompanhamento com nutrólogos, para
diagnóstico ou, pelo menos, começa nele. “Se o um controle do peso adequado e saudável, é
diagnóstico foi incorreto ou incompleto, pode- muito importante no tratamento”, aconselha.
mos ter uma resposta insuficiente, inexistente e, O tratamento cirúrgico, por vezes, pode
por vezes, até piorar o quadro do paciente. Neste ser um caminho indicado, segundo Mori, visto
quesito, por muitas vezes, já é um desafio, por que pode atuar de forma objetiva na correção
questões de fase da doença, evolução do quadro, de alterações anatômicas e mecânicas, depen-
idade/porte do paciente e, não menos impor- dendo da afecção presente, como a correção
tante, custo dos exames e tratamento”, sugere. da Insuficiência de Ligamento Cruzado Cranial
O tratamento da osteoartrose, segundo ou a Luxação Patelar, por exemplo. “Algumas
os profissionais, é multidisciplinar, onde é técnicas indicadas podem ter base no alívio
preciso abordar alguns pilares, de acordo com de dores, onde poderá buscar formas de rea-
Mori. “Os fatores mecânicos vão envolver a bilitação funcional, de forma mais adequada e
função do membro, integridade anatômica eficiente, como uma técnica de Denervação da
e congruência dos componentes envolvidos, Articulação Coxofemoral, por exemplo”, cita.
como um todo, dentro da sua influência no cor- Mas, pensando em evitar problemas articu-
po e não somente na articulação acometida. lares, a médica-veterinária Maira Formenton
Uma dificuldade importante é que parte dos destaca que a principal prevenção é o controle
pacientes pode mostrar pouca ou até nenhuma da obesidade. “É preciso pensar no conheci-
alteração radiográfica, o que pode dificultar e mento dos fatores predisponentes e genéticos.
retardar o diagnóstico e tratamento”, alerta. Então, no caso de um labrador que tem ten-
O pilar medicamentoso, como mencionado dência à displasia coxofemoral, por exemplo,
pelo veterinário, engloba o uso, principalmente, ou displasia de cotovelo, recomenda-se que se
de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), faça triagem desse animal. Quando chegar o
sendo os preteridos os inibidores da COX-2 período de formação óssea, quando o ani-

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mal completa entre um ano e um ano terinária, passa com o cirurgião e opera; escapes de dor (flare-up) e expansão
e meio, radiografá-lo para, mesmo que depois, faz fisioterapia, acompanha com dos campos receptivos sensoriais,
ele não apresente sintomas, verificar acupuntura; passa no nutricionista o médico-veterinário será capaz de
se há o problema e instalar medidas para acompanhar a dieta e receber tratar a dor de maneira plena”, avalia.
preventivas, como de reabilitação. Ou, uma suplementação necessária. “Às Neste contexto, o médico-veteri-
no caso de um diagnóstico precoce, vezes, é preciso um especialista em dor nário, detentor de um amplo conheci-
fazer abordagem cirúrgica do cotove- nos casos mais graves para manejar a mento acerca dos mecanismos da dor,
lo, se necessário, por exemplo. Mas o dor desse paciente e utilizar medica- na visão de Mencalha, deverá ensinar
principal manejo de qualquer alteração ções a longo prazo para que ele tenha a família do pet sobre as característi-
ortopédica é controlar o peso”, reforça. uma boa qualidade de vida”, sugere. cas da dor crônica do seu animal. “É
Esse paciente tem que se manter E é por isso que, por vezes, são fundamental que a família do pet saiba
ativo fisicamente, segundo Maira, montados os centros de reabilitação que, frequentemente, a dor crônica
e, às vezes, para isso, é preciso esta- com equipes multidisciplinares, como não tem cura e, sim, controle; que o
belecer o manejo medicamentoso. comentado por Maira, para terem um seu animal terá crises de dor ao longo
“Ou seja, oferecer suporte analgésico olhar integrado desse animal. “E mes- de sua vida que, no caso da osteoartro-
para que ele consiga ser ativo. Esse mo aquele que não precisa operar, nós se, por exemplo, poderá ser agravada
animal não pode ser sedentário de acompanhamos de forma multimodal no frio; que a avaliação de dor deste
forma nenhuma e, também, alguns para manter a qualidade de vida e paciente é feita diariamente em casa.
manejos, como por exemplo, em garantir que ele consiga realizar suas Não existe um controle adequado da
casa, evitar o piso liso, evitar que ele atividades diárias, seja brincar com o dor sem capacitar nossos principais
corra em pisos escorregadios, porque tutor, caminhar no parque, ir até o seu aliados, a família do pet”, salienta.
isso vai piorar as lesões articulares”. potinho de água, conseguir fazer suas No que se refere à dor relacionada
E todo esse tratamento, como já necessidades. É essencial que esse às doenças articulares, especifica-
mencionado anteriormente e reiterado, manejo seja todo orientado da mesma mente, Mencalha cita que é impres-
agora, por Maira Formenton, deve rece- forma que ocorre para humanos: quan- cindível compreender os mecanismos
ber uma abordagem multidisciplinar. do o tratamento é multimodal, a tera- neurofisiológicos predominantes nas
“Encontrar um profissional que seja ca- pia deve ser multidisciplinar”, defende. mais variadas etiologias. “De uma
paz de fazer tudo isso é difícil. Pensemos: forma geral, durante a fase aguda da
um paciente com displasia de cotovelo CONTROLE DA DOR doença, cujo mecanismo nociceptivo
que precisa operar, fazer fisioterapia, De acordo com o médico-veterinário é, frequentemente, o predominante, é
acupuntura, tomar remédio para dor clínico da dor, que atua na área de provável que o paciente responda mui-
etc. Então, casos como desse animal Anestesiologia e é idealizador do to bem à terapia convencional com os
envolvem uma equipe multidisciplinar, Projeto Veterinária Sem Dor, Rodrigo anti-inflamatórios. No entanto, duran-
o tratamento é multimodal.”, ensina. Mencalha, o maior desafio ao contro- te o processo de cronificação da doen-
Esse paciente, de acordo com a ve- lar a dor dos animais - seja ela qual ça, os mecanismos nociplástico (ine-
for - é a ausência de educação sobre rente à neuroplasticidade do sistema
a dor, tanto por parte dos veterinários somatossensorial) e neuropático (ine-
quanto por parte da família dos pets. rente à inflamação neurogênica), fre-
“Promover educação em dor é impres- quentemente, são os mecanismos pre-
cindível pois, somente conhecendo a dominantes e, geralmente, respondem
fundo os mecanismos que envolvem mal aos anti-inflamatórios”, elucida.
a gênese, manutenção, transição, Neste cenário, o profissional indica
que, de acordo com as últimas duas
diretrizes publicadas em 2022 (AAHA
É IMPORTANTE
e WSAVA), destacam a utilização dos
COMPREENDER anticorpos monoclonais anti-NFG
QUE PACIENTES caninizado (Bedinvetmab) e felinizado
COM DOR CRÔNICA, FRE- (Frunevetmab), os quais são consi-
QUENTEMENTE, APRESENTAM derados primeira linha de escolha na
DISTÚRBIOS DE SONO, MEDO, dor relacionada à osteoartrose. “Além
ANSIEDADE, DEPRESSÃO, das duas classes anteriormente ci-
FRUSTRAÇÃO, ESTRESSE, tadas, a utilização de nutracêuticos,
como o ômega-3, e técnicas não
ALTERAÇÃO DE RELAÇÕES
farmacológicas são imprescindíveis
SOCIAIS COM HUMANOS para este paciente. Existem, ainda,
E OUTROS ANIMAIS medicamentos adjuvantes, como a
REVELA O MÉDICO-VETERINÁRIO
amantadina e os gabapentinoides,
RODRIGO MENCALHA que também podem ser úteis nos

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casos mais desafiadores; bem como a infil-
tração intra-articular de células-tronco, ácido
hialurônico e plasma rico em plaquetas”, elenca.

MAL QUE TRAZ CONSEQUÊNCIAS


Quando se fala em avaliação de dor em animais
e em humanos, Rodrigo Mencalha considera
imprescindível mencionar que esta é melhor
compreendida dentro do modelo biopsicossocial.
“Dessa forma, além de uma avaliação da intensida-
de, incapacidade física e sofrimento, é importante
compreender que pacientes com dor crônica,
frequentemente, apresentam distúrbios de sono,
medo, ansiedade, depressão, frustração, estresse,
alteração de relações sociais com humanos e ou-
tros animais etc. Assim, o inadequado tratamento
da dor em cães e gatos portadores de síndromes
crônicas impacta, de forma decisiva, em todos
os aspectos de cunho biopsicossocial”, explica.
E como identificar e tratar a dor em gatos
que, na maioria das vezes, esconde sintomas de
doenças? Mencalha afirma que é preciso, mais
uma vez, voltarmos à educação em dor. “Exis-
tem alguns excelentes instrumentos de avalia-
ção da dor crônica relacionada à osteoartrose
em gatos como a FMPI (Feline Musculoskeletal
Pain Index) e a MiPSC (Feline Musculoskeletal
Pain Screening Checklist), portanto, é impres-
cindível que o veterinário conheça e apresente
estes instrumentos à família do felino. A FMPI é
um instrumento desenvolvido para a avaliação
do tutor sobre a gravidade da dor crônica de seu
gato e o impacto que isso tem nas atividades e
interações cotidianas. Já o MiPSC é uma lista
de verificação de triagem que foi desenvolvida
usando uma abordagem baseada em dados para
desenvolver uma lista de verificação clinicamen-
te útil para identificar gatos com probabilidade
dor relacionada à osteoartrite”, informa.
Para finalizar, Mencalha lembra que, desde o
ano 2000, a dor se juntou à frequência cardíaca,
à pressão arterial, à frequência respiratória e à
temperatura e foi inserida como o 5º sinal vital.
“No entanto, mais de 20 anos depois, ainda
não temos um instrumento clínico como, por
exemplo, o termômetro, que avalia, facilmente,
a temperatura corporal. Portanto, é imprescindí-
vel que o médico-veterinário reconheça, de fato,
a dor como um sinal vital e tenha interesse em
colocá-la dentro de todo atendimento clínico a
partir da utilização dos instrumentos de metro-
logia validados para tal. Outrossim, reconhecer
os três únicos tipos de dor (nociceptiva, neu-
ropática e nociplástica) e compreender que o
tratamento analgésico deve ser direcionado ao
mecanismo predominante da dor do paciente
é urgente e necessário para que sejamos as-
sertivos no alívio da dor do nosso paciente”. ◘

Agosto / 2023 • 37
R A D A R P E T / T R ATA M E N T O E E D U C A Ç Ã O

REVOLUÇÃO NO
MERCADO DA DOR
EM MARÇO, A ZOETIS LANÇOU, NO MERCADO BRASILEIRO, O LIBRELA, PRODUTO INDICADO
PARA TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTES COM OSTEOARTRITE. EDUCAÇÃO CONTINUADA
SEGUE FAZENDO PARTE DA ESTRATÉGIA DE LANÇAMENTO DO MEDICAMENTO
› CL ÁUDIA GUIMAR ÃES, DA RE DAÇÃO
claudia@ciasullieditores.com.br

A
osteoartrite (OA) é uma tócitos, leva à produção de mais NGF”. sempre apresentavam eficácia satisfa-
doença que causa uma de- Segundo a porta-voz, a Zoetis é uma tória, segundo Thalita. “Sabendo que o
gradação da articulação empresa que investe bastante em pes- NGF possui um papel tão importante na
e de seus componentes e quisa e desenvolvimento de novos pro- dor e na progressão da doença, a Zoetis
que, infelizmente, não tem cura e piora dutos e na pesquisa de doenças e so- o enxergou como um alvo ideal, já que,
com o tempo. Este quadro leva o animal bre o que leva algumas enfermidades controlando o NGF, conseguimos con-
a crises de dor que podem ser angus- a acontecer ou a se perpetuar nos pets. trolar os efeitos deletérios do NGF e uma
tiantes tanto para o tutor, que percebe “Por isso, apostamos nessa formulação. analgesia importante, proporcionando
o incômodo e consequentes limitações O NGF é, sabidamente, uma proteína qualidade de vida a esse cão”, explica.
físicas e alterações emocionais, quanto que tem um papel de causar dor no ani-
para o médico-veterinário, que indica e mal adulto. Durante as fases embrioná- PRESCRIÇÃO DO PRODUTO
acompanha o tratamento do paciente. ria e fetal, ele tem uma função de de- Thalita ainda relata que o produto
Mas, em março deste ano, a Zoetis senvolver o sistema nervoso desse pa- tem um perfil de segurança muito
trouxe ao mercado brasileiro o Librela, ciente, mas, com o tempo, ele vai dei- alto, apresentando raros eventos ad-
um anticorpo monoclonal canino, que xando de ser importante nesse sentido versos; os tratamentos até então dis-
reduz a quantidade de NGF (do inglês e passa a ter o poder de levar à dor. Con- poníveis, anti-inflamatórios não es-
nerve growth factor – fator de cres- forme o processo se cronifica, algumas teroidais, apesar de serem produtos
cimento neural) disponível. A gerente células, como os condrócitos, come- seguros, apresentam mais contrain-
de Serviços Técnicos da Zoetis, Thalita çam a produzir NGF e, além de elevar a dicações, em especial para pacientes
Souza, explica que o NGF é uma pro- dor, se liga em células do sistema imu- com comorbidades renais, hepáticas
teína produzida por uma variedade de ne que produzem mais NGF”, elucida. e cardíacas. “Apesar da osteoartrite
células, o que inclui condrócitos e cé- Assim, o quadro do paciente piora acometer cães de todos os tamanhos
lulas do sistema imune. “Sua ligação a ao longo do tempo, o que gera bastan- e idades, acaba sendo mais frequente
receptores TrkA nas células nervosas te dor, incapacidade e mudanças com- no paciente adulto a idoso, que regu-
gera estímulos de dor e, quando ligado portamentais e emocionais, contando larmente apresenta alguma comor-
a células do sistema imune, como mas- até então com tratamentos que nem bidade. Então uma doença renal, he-

38 • caesegatos.com.br Fotos: divulgação e C&GVF


pática ou cardíaca pode limitar a uti- dos para cada região. “Também con-
lização de um anti-inflamatório não tinuamos com toda a nossa estratégia
esteroidal. Vale lembrar que o cão ido- de lançamento, que inclui visita nas clí-
so começa a ficar menos ativo, deixa nicas veterinárias com os nossos cola-
de brincar, interagir e passa a dormir boradores, que estão prontos para po-
mais, levando o tutor a pensar que es- der tirar as dúvidas dos médico-vete-
ses são comportamentos normais da rinário ali dentro da clínica”, informa.
idade avançada; porém, em grande
parte das vezes, essa alteração com- GRANDES EXPECTATIVAS!
portamental acontece por conta de Com o produto, Emilene afirma que o
dor! Esses pacientes necessitam de objetivo da Zoetis é melhorar a qua-
auxílio veterinário, para que seja diag- lidade de vida dos cães. “Já recebe-
nosticada a causa das alterações, e mos muitos rela-
instituído o tratamento adequado. Thalita Souza tos, tanto de tutores
São cinco apresentações de Librela é gerente e também, de mé-
- de 5, 10, 15, 20 e 30 miligramas -, sendo de Serviços dicos-veterinários
Técnicos da
a dose de meio a um miligrama por qui- Zoetis de animais que não
lo, uma vez ao mês. “É importante que conseguiam mais
seja feito o diagnóstico da doença, uma médicos-veterinários que não con- andar e que, com o medicamento,
avaliação do escore da dor e o planeja- seguiram ir presencialmente em ne- estamos devolvendo essa possibili-
mento terapêutico. O escore da dor pode nhum dos eventos regionais. “Nessa dade a eles, trazendo de volta a qua-
ser determinado antes de iniciar a tera- transmissão on-line, reunimos mais lidade de vida para esses cães vol-
pia com Librela e acompanhado men- de dez mil veterinários”, compartilha. tem a fazer o que mais gostam, que é
salmente antes de cada nova adminis- brincar e interagir com seus tutores.
tração, sendo uma ferramenta efetiva REFORÇO DE MARCA Emilene ainda completa: “Espera-
para avaliar a melhora do paciente. Exis- De acordo com Emilene, Librela faz mos que esse seja um produto capaz de
tem várias escalas de dor crônica vali- parte da linha de anticorpos mono- ajudar a revolucionar o mercado da dor
dadas que podem ser utilizadas, e indi- clonais da Zoetis, que hoje é a gran- na Medicina Veterinária, com uma al-
camos a CBPI (Canine Brief Pain Inven- de referência nessa modalidade tera- ternativa que, na Medicina Humana, por
tory), uma escala validada para o portu- pêutica, e ressalta que 40% dos cães exemplo, ainda não vemos. O veterinário
guês, e que pode ser acessada de forma sofrem de osteoartrite. “Sabemos pode utilizá-lo não apenas para a dor gra-
fácil pelo aplicativo Vetpain e o web- que há um mercado gigante para ser ve, mas, também, em casos de dor leve
site Animal Pain, do professor Stélio explorado e, também, uma educação e moderada da osteoartrite, porque o
Luna, da Unesp de Botucatu, que con- continuada a ser oferecida aos vete- que queremos é melhorar a qualidade
ta com o apoio da Zoetis. ”, menciona. rinários. Nos eventos de lançamento, de vida do cão e não esperar para utili-
não abordamos apenas informações zar o Librela em último caso”, conclui. ◘
PEÇAS DE DIVULGAÇÃO sobre o produto, mas, também, sobre
DO PRODUTO a doença, como diagnosticar e tratar.
Dentro da proposta de sempre ofere- Com o objetivo de trazer atuali-
cer educação continuada, independen- zação ao médico-veterinário, a Zoe- Emilene
temente de ser em momentos de lan- tis contou com palestrantes nacio- Prudente é
gerente de Produto,
çamento ou não, a Zoetis investiu bas- nais e internacionais nestes eventos. responsável pela
tante no primeiro semestre com o lan- “O produto já havia sido lançado em linha de dor,
çamento do produto, ocorrido em mar- 2021 na Europa, então, trouxemos a anestesia,
ço. A gerente de Produto, responsável Catia Sá, de Portugal, que apresentou a sedação e
enjoo da
pela linha de dor, anestesia, sedação e experiência dela em relação ao Librela.
Zoetis
enjoo, Emilene Prudente, conta que a Também trouxemos o professor Dun-
empresa realizou quatro grandes lan- can Lascelles, que participa dos estudos
çamentos: em Curitiba, Rio de Janeiro, de anticorpos monoclonais anti-NGF.
Recife e em São Paulo e, posteriormen- Ele é um especialista em dor no mun-
te, dezenas de eventos regionais. “O Bra- do, um dos maiores nomes dessa área
sil é muito grande, então, entendemos dentro da Medicina Veterinária”, des-
que a melhor estratégia de lançamen- taca. Nesses eventos, tivemos também
to, para atingir o maior número possível a participação da Dra Karina Yazbek,
de veterinários, era dividir o lançamen- uma das referências em dor no Brasil.
to pelas regiões brasileiras”, justifica. Desde março, Emilene declara
Emilene revela que, no evento de que a Zoetis continua realizando es-
São Paulo, a Zoetis fez uma transmis- ses eventos regionais, indo até as ci-
são on-line para também alcançar os dades e fazendo eventos personaliza-

Agosto / 2023 • 39
CLÍNICA MÉDICA / SA ZONALIDADE

DE QUAL
ESTAMOS
FALANDO?
A PNEUMONIA É UMA DOENÇA CONSIDERAVELMENTE
COMUM NA CLÍNICA DE ANIMAIS DE COMPANHIA. NO ENTANTO,
EXISTEM DIVERSOS TIPOS QUE PODEM VARIAR DE ACORDO COM
A CAUSA DE ORIGEM. DESSA FORMA, O DIAGNÓSTICO CORRETO
É IMPORTANTE PARA O DESENROLAR DO TRATAMENTO
› STHEFANY L AR A , DA RE DAÇÃO
sthefany@ciasullieditores.com.br

C
om a chegada dos dias mais e vírus que causam infecções respiratórias”.
frios, surgem as doenças co- Segundo ele, a pneumonia é uma condição
muns dessas estações e a pneu- relativamente comum em cães e gatos, especial-
monia é uma delas. De acordo mente em animais que estão imunocomprome-
com o médico-veterinário sócio, tidos, idosos ou que já têm doenças respiratórias
diretor e responsável pelo serviço de pneumo- pré-existentes. “No entanto, a frequência da
logia do Hospital Veterinário PetCare Balneário pneumonia pode variar dependendo de fatores
Camboriú, Lucas de Angelis Côrtes, isso ocorre como a idade, raça, saúde geral e estilo de vida
porque as infecções respiratórias são mais co- do animal. Alguns fatores de risco que podem
muns em climas frios, especialmente em áreas aumentar a probabilidade de um animal de-
onde a umidade é alta. “Além disso, durante o senvolver pneumonia incluem: exposição a
inverno, muitas pessoas mantêm seus animais substâncias irritantes, como fumaça de cigarro;
em ambientes fechados e aquecidos, o que pode exposição a agentes infecciosos, como vírus,
aumentar o risco de propagação de bactérias bactérias e fungos; idade avançada; doenças

40 caesegatos.com.br
respiratórias crônicas; problemas imunológi-
cos e cirurgias recentes. Embora a pneumonia
possa ser uma condição grave e potencialmente CÔRTES ESCLARECE
fatal em alguns casos, é importante lembrar QUE O DIAGNÓSTICO
que a maioria dos animais se recupera comple- DA PNEUMONIA EM
tamente com o tratamento adequado”, conta.
CÃES E GATOS PODE
UNS MAIS QUE OS OUTROS ENVOLVER VÁRIOS
Côrtes aponta que não há nenhuma raça de cão MÉTODOS, INCLUINDO:
ou porte que seja particularmente predisposta
geneticamente a desenvolver pneumonia, 1. Histórico clínico: o veterinário pode
porém, cães braquicefálicos podem ter maior coletar informações sobre o histórico do
risco de desenvolver pneumonia em compa- animal, incluindo sintomas respiratórios,
ração com outras raças. “Isso ocorre porque histórico de vacinação e exposição a
essas raças tendem a ter problemas respira- agentes infecciosos;
tórios devido às suas vias aéreas estreitas e
achatadas, o que pode levar a uma diminuição 2. Exame físico: o veterinário pode
do fluxo de ar e maior dificuldade em tossir e realizar um exame físico detalhado para
expelir secreções. A condição conhecida como avaliar a função respiratória, incluindo
síndrome braquicefálica, que inclui estenose escutar os pulmões com um estetoscópio
das narinas, alongamento do palato mole, e avaliar a cor das mucosas;
colapso de traqueia e broncopneumopatia crô-
nica obstrutiva (COPD), pode predispor os cães 3. Radiografias torácicas: as radiogra-
braquicefálicos à pneumonia. Além disso, essas fias do tórax são frequentemente utili-
raças podem ter maior risco de aspiração de zadas para diagnosticar pneumonia em
alimentos, líquidos e outros materiais devido à cães e gatos. As imagens podem mostrar
sua anatomia de cabeça achatada. Outra carac- áreas escuras ou opacas nos pulmões que
terística importante nos braquicefálicos, é que indicam acúmulo de líquido ou pus;
muitos desenvolvem refluxo gastroesofágico,
predispondo à broncoasiração. No entanto, 4. Exames laboratoriais: o veterinário
como mencionei anteriormente, cães muito pode solicitar exames laboratoriais, como
jovens ou muito velhos, assim como aqueles hemograma completo, proteína C reativa
com sistema imunológico enfraquecido, podem e análise de urina, para avaliar a saúde
ter maior risco de desenvolver pneumonia”, diz. geral do animal e identificar possíveis
Ele ainda conta que cães que já sofrem de causas subjacentes da pneumonia.
outras condições respiratórias, como traqueo-
bronquite infecciosa canina (conhecida como 5. Culturas de amostras respiratórias:
tosse dos canis), doença do carrapato e insufi- o veterinário pode coletar amostras de
ciência cardíaca congestiva, também podem ter escarro ou muco do animal, por meio da
maior risco de desenvolver pneumonia, como broncoscopia, por exemplo, e enviar para
complicação dessas doenças. “É importante análise laboratorial para determinar se há
lembrar que, independentemente da raça ou uma infecção bacteriana, viral ou fúngica
porte, qualquer cão pode desenvolver pneumo- presente. A broncoscopia é um exame utili-
nia se estiver exposto a agentes infecciosos ou zado comumente para identificação de pro-
se tiver problemas de saúde subjacentes que blemas no aparelho respiratório. O proce-
comprometam seu sistema imunológico“. dimento visa a obtenção de imagens da la-
ringe, árvore brônquica, traqueia e possível
PARA TER CERTEZA! coleta de materiais ou tecidos pulmonares.
Os sinais clínicos que o cão apresenta e que
podem indicar a pneumonia, de acordo com o 6. Testes sorológicos: testes sorológi-
médico-veterinário, são: tosse úmida ou produ- cos podem ser utilizados para detectar
tiva, aumento da frequência respiratória, secre- anticorpos contra agentes infecciosos
ção nasal e ocular, respiração ofegante, apatia, específicos, como vírus ou bactérias,
perda de apetite e/ou perda de peso e febre. que podem estar causando a pneumonia.

Foto: banco de imagens C&GVF Agosto / 2023 • 41


CLÍNICA MÉDICA / SA ZONALIDADE

TIPOS DE
PNEUMONIA
LUCAS de Angelis Côrtes conta que, efusão pleural, piotórax e, até mesmo,
assim como em humanos, existem complicações mais graves se não tra-
vários tipos diferentes de pneumonia tadas adequadamente e rapidamente.
que podem afetar os cães. A pneumonia CÔRTES APONTA
AS CAUSAS MAIS
pode ser classificada de acordo com a
causa da infecção, por exemplo.
“As causas para o desenvolvimen-
COMUNS DE 4 FUNGOS: o sistema respiratório é
uma porta de entrada para diversas
patologias, até mesmo para infecções
to de pneumonia são extrínsecas ou PNEUMONIA: fúngicas. Os fungos podem se disseminar
intrínsecas. Fatores extrínsecos in- pelo sangue ou pela linfa e causar graves
cluem exposição a um agente causador
(bactérias, fungos, vírus), exposição a
irritantes pulmonares (pneumonia por
1 MEGAESÔFAGO: é uma dilatação
e diminuição do peristaltismo eso-
fágico que pode ser congênito, adquiri-
infecções generalizadas. A pneumonia
fúngica, também conhecida como
micótica, pode ocasionar problemas in-
aspiração, fumaça, gases tóxicos) ou do idiopático (sem causa definida), ou flamatórios profundos para os pulmões
lesão pulmonar direta. Fatores intrín- adquirido secundário (algo levou a essa dos animais. Atinge mais comumente os
secos estão relacionados ao paciente. condição). Essa patologia faz com que cães e causam sintomas de tosse persis-
A perda de reflexos protetores das vias tenha um acúmulo anormal de alimen- tente que não melhora com os tratamen-
aéreas superiores permite a aspiração to e de gás na região esofágica, fazendo tos convencionais. A grande dificuldade
de conteúdo das vias aéreas superio- com que o animal sofra de constantes das infecções fúngicas é a baixa oferta
res para dentro do pulmão, podendo regurgitações e, além disso, algumas de medicamentos eficazes para alguns
acometer animais com problemas complicações que podem vir em de- fungos. As poucas moléculas disponíveis
neurológicos ou idosos”, explica. corrência da doença. A pneumonia por costumam causar efeitos colaterais re-
De acordo com ele, qualquer orga- aspiração é uma complicação muito nais, hepáticos e digestivos importantes.
nismo, incluindo vírus e fungos, pode comum nessa condição e requer uma Por isso, a necessidade de manter os
causar pneumonia, mas as causas mais atenção especial, pois muitos animais animais com boa imunidade e investi-
comuns são as bactérias, em particular sucumbem devido a essa pneumonia. gar o quanto antes o tipo de infecção.
espécies de estreptococos e mico-
plasmas. “Embora ocorra pneumonia
viral, os vírus costumam ter um papel
importante no enfraquecimento do pul-
2 PERITONITE INFECCIOSA FE-
LINA (PIF): a PIF é uma das doen-
ças infecciosas virais mais importantes
5 PNEUMONIA VIRAL: A pneu-
monia viral em cães pode ser
causada por vários vírus, como o vírus
mão, convidando, assim, a pneumonia que acomete os gatos, sendo, também, da cinomose, o vírus da parainfluenza,
secundária causada por bactérias. A causada por um coronavírus. O vírus da o vírus da influenza e o vírus da her-
pneumonia fúngica pode se desenvolver PIF pode causar pneumonias e broncop- pesvírus, FIV (em gatos).
muito rapidamente e pode ser fatal, neumonias em felinos, além de sintomas
mas, geralmente, ocorre em situações
de imunidade comprometida. Poeiras
contaminadas, quando inaladas por
digestivos, debilidade, febre, aumento
abdominal, sintomas neurológicos, pro-
blemas oculares e, até mesmo, a morte.
6 PNEUMONIA BACTERIANA: elas
causam frequentemente a morte
de cães e gatos. Esse é o tipo mais
indivíduos previamente saudáveis, às comum que acomete os animais
vezes, podem causar doenças pulmo-
nares fúngicas. A pneumonia também
pode ocorrer como hipersensibilidade
3 VERMINOSES: as verminoses são
muito frequentes na clínica de cães
e gatos, isso devido sua enorme casuística.
de estimação. Os microorganismos
que comumente acometem esses
animais são Bordetella bronchisep-
ou resposta alérgica a agentes como Alguns desses vermes se alojam nos pul- tica, Escherichia coli, Klebsiella spp,
mofo, umidificadores e excrementos de mões dos animais e, embora sejam raras Pseudomonas spp, Pasteurella spp,
animais ou a lesões químicas ou físicas infecções graves, de uma forma geral, Streptococcus spp, Staphylococcus
(por exemplo, inalação de fumaça)”, diz. podem acabar provocando pneumonias, spp e espécies de Micoplasma.

42 caesegatos.com.br
Agosto / 2023 • 43
CLÍNICA MÉDICA / SA ZONALIDADE

7 CINOMOSE: a cinomose é
uma doença infecciosa que
afeta os cães e tem etiologia viral.
Sobre o tratamento, Côrtes aponta
que envolve o uso de antibióticos e
outras terapias de suporte, como oxige-
É responsável por causar proble- noterapia e fluidoterapia. “Se o animal CORTÊS AFIRMA
mas respiratórios, gastrointesti- estiver com dificuldades respiratórias
nais e problemas neurológicos. significativas, pode ser necessária
QUE EXISTEM
hospitalização e cuidados intensivos. ALGUMAS MEDIDAS
8 TRAQUEOBRONQUITE IN-
FECCIOSA CANINA: popu-
larmente conhecida como tosse
Cães com pneumonia bacteriana, geral-
mente, respondem bem ao tratamento
com antibióticos, enquanto cães com
PREVENTIVAS QUE
PODEM AJUDAR
A REDUZIR O RISCO
dos canis ou até “gripe canina”, pneumonia viral ou fúngica podem
a traqueobronquite infecciosa exigir tratamentos mais específicos e
DE INFECÇÃO
canina é uma doença contagiosa prolongados. Em casos graves de pneu- RESPIRATÓRIA EM
e atinge o sistema respiratório monia, especialmente em cães com CÃES E GATOS:
dos cães. Acomete animais de condições respiratórias preexistentes,
qualquer faixa etária causando o prognóstico pode ser reservado e o Vacinação: vacinas estão
sintomas como tosse, dificuldade animal pode precisar de cuidados in- disponíveis para prevenir vá-
respiratória e secreções naso-o- tensivos e hospitalização prolongada. É rias infecções respiratórias em
culares. É uma doença de origem importante seguir cuidadosamente as cães e gatos, como a vacina contra a ci-
multifatorial, ou seja, pode ser instruções do veterinário para o trata- nomose e a vacina contra a rinotraqueíte
causada por uma associação de mento e cuidado do animal, a fim de ga- felina. É importante seguir o calendário
agentes infecciosos, destacando a rantir a melhor chance de recuperação”. de vacinação recomendado pelo veteri-
parainfluenza canina e a bactéria nário e manter as vacinas atualizadas.
Bordetella bronchiseptica como
os principais agentes causadores Higiene adequada: manter
da doença. Animais idosos ou a higiene adequada é impor-
imunodeprimidos, muitas vezes, tante para prevenir a propa-
podem acabar desenvolvendo gação de bactérias e vírus que podem
broncopneumonias normalmente causar infecções respiratórias. Isso
associada a agentes secundários, inclui limpeza frequente da área onde o
podendo levar o animal ao óbito. animal vive, lavagem regular das mãos
e evitar o contato com animais doentes.

9 PNEUMONIA FÚNGICA: A
pneumonia fúngica em cães
pode ser causada por diferentes
Dieta saudável: uma die-
ta saudável pode ajudar a
tipos de fungos, como Aspergillus manter o sistema imunoló-
spp., Blastomyces spp., Histo- gico do animal resistente a infecções
plasma spp., entre outros. respiratórias. Além do cuidado com
a quantidade, pois a obesidade pode

10 PNEUMONIA POR AS-


PIRAÇÃO: A pneumo-
nia por aspiração em cães pode
levar a dificuldades respiratórias e qua-
dros inflamatórios em geral, a maneira
como o animal se alimenta também
ocorrer quando o animal aspira pode predispor a regurgitações cons-
líquidos, alimentos ou outros ma- tantes e risco de broncoaspiração.
teriais para dentro dos pulmões.
Lucas de
Angelis Côrtes Ambiente adequado: man-

11 PNEUMONIA INTERS-
TICIAL: A pneumonia in-
tersticial em cães é uma condição
é responsável
pelo serviço de
pneumologia do
ter o ambiente do animal
confortável e adequado para
sua espécie e raça pode ajudar a pre-
inflamatória que afeta os espaços Hospital Veterinário venir infecções respiratórias. Isso in-
PetCare Balneário
entre os alvéolos pulmonares. clui fornecer abrigo adequado e evitar
Camboriú
a exposição a temperaturas extremas.
“É importante notar que o tra-
tamento da pneumonia em cães “Embora não seja possível prevenir
dependerá da causa específica da completamente a pneumonia em cães
infecção. O diagnóstico adequado e gatos, essas medidas preventivas
é essencial para determinar o podem ajudar a reduzir o risco de infec-
tratamento adequado e garantir ções respiratórias e promover a saúde
a recuperação do animal”, afirma. geral do animal”, conclui. ◘

44 caesegatos.com.br
Agosto / 2023 • 45
NUTRO LO G IA / CO N E X ÃO

DOENÇAS
peso, pois, dessa forma, evita deficiên-
cias nutricionais associadas à restrição
calórica. Também é importante que o
pet seja acompanhado durante todo

ARTICULARES esse período, pois, dessa maneira, é


possível realizar ajustes na dieta sem-
pre que necessário. A rápida taxa de

E OBESIDADE
perda de peso pode levar o animal a
apresentar perda de massa muscular e
uma taxa mais lenta pode indicar falhas

EM CÃES
no protocolo de perda de peso, como o
fornecimento de calorias extras por
meio do tutor e familiares, ou mesmo
a presença de doenças endócrinas.

E GATOS
› MARINA MACRUZ
Além disso, ao atingir o ECC desejado,
deve-se assegurar que o pet não volte a
ficar em sobrepeso ou obeso, reforçan-
do para o tutor sobre a importância de
realizar a manutenção do peso do pet.

A
obesidade é uma doença Corporal ideal. Estudos mostram que, Nesses casos, além da perda de
comum na rotina clínica prevenindo o sobrepeso e obesidade, peso, alguns nutracêuticos também
de cães e gatos, decorrente há redução na prevalência tanto da podem ser úteis para animais com
do consumo excessivo de osteoartrite em quadris e articulações, doenças articulares, como é o caso
calorias. Esse excesso leva a um balanço quanto da displasia coxofemoral. do ômega 3, condroitina, glicosamina
energético positivo, ou seja, a quantidade Vale destacar que o inverso também ou mesmo o uso de betaglucanos.
de calorias que está sendo ingerida é acontece e animais com alterações O ômega 3 apresenta efeitos tera-
superior à quantidade que está sendo ortopédicas podem ganhar peso e se pêuticos para animais com osteoartrite
gasta e isso faz com que as calorias tornarem obesos, devido à dor e res- devido às propriedades anti-inflamató-
extras sejam armazenadas sob a forma trição do movimento decorrentes da rias. A condroitina e a glicosamina, por
de gordura, levando ao ganho de peso. doença, pois tornam-se menos ativos. sua vez, atuam protegendo e reparando
Sabe-se que alguns fatores con- Por esse motivo, é fundamental que a cartilagem presentes na articulação.
tribuem para o ganho de peso dos o médico-veterinário saiba identificar a Já a suplementação com betaglucanos
animais, como a castração, senilidade e obesidade, orientar os tutores sobre os ris- pode minimizar as manifestações
comportamento do tutor. Animais cas- cos relacionados à doença e a importância clínicas da doença, levando à melhora
trados e senis apresentam redução do de realizar o programa de perda de peso. do grau de atividade e redução da
metabolismo, diminuição da atividade Durante a consulta, o médico-ve- rigidez, claudicação e sensação de dor.
física e alterações no comportamento terinário deve realizar a anamnese e o Muitos alimentos comerciais já
alimentar, o que favorece o ganho de histórico alimentar do animal, identifi- apresentam em sua composição esses
peso. Já o comportamento de alguns tu- cando fatores de risco que podem estar nutracêuticos e, para animais que apre-
tores em oferecer alimentos em excesso, associados ao ganho de peso, como o sentam doenças articulares, eles podem
principalmente sob a forma de agrado fornecimento excessivo de petiscos, ser associados ao protocolo de perda de
ou interação, também leva ao consumo oferecimento de alimentos para a peso. Portanto, somam-se aos cuidados
excessivo de calorias e, consequente- administração de medicamentos, limi- com a adaptação do ambiente, ao uso de
mente, ao sobrepeso e obesidade do pet. tação física ou mesmo doenças endó- piso antiderrapante e à atividade física
Além disso, a obesidade pode au- crinas, como hipotireoidismo, hipera- leve e regular, permitindo prevenir ou
mentar o risco em anestesias, reduzir a drenocorticismo ou diabetes mellitus minimizar as manifestações clínicas
expectativa de vida e predispor ou agra- em gatos. Além disso, durante a ava- decorrentes de doenças articulares. ◘
var problemas de saúde, como constipa- liação física, deve-se verificar o peso,
ção, doenças cardiovasculares, respira- Escore de Condição Corporal (ECC) e
tórias, desordens metabólicas (diabetes Escore de Massa Muscular (EMM) do PARA LER AS
mellitus e hiperlipidemia) ou mesmo al- animal, pois a partir delas é possível REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS,
terações ortopédicas, como osteoartrite. saber se ele está mantendo, ganhan-
ACESSO O
Pensando nisso, é importante des- do ou perdendo peso; se está abaixo, QR CODE.
tacar que animais obesos têm maior acima ou em condição corporal ideal
prevalência de alterações ortopédicas e se apresenta ou não perda de massa. Marina Macruz é médica-veterinária
degenerativas e traumáticas. Também Vale ressaltar que o protocolo so- e supervisora de Capacitação
apresentam maior grau de severidade mente deve ser feito com um alimento Técnico-Científica e Técnico-
da osteoartrite quando comparado que seja nutricionalmente completo, -Comercial da PremieRpet
com aqueles em Escore de Condição balanceado e específico para perda de (mmacruz@premierpet.com.br)

46 caesegatos.com.br Foto: banco de imagens C&GVF


ADIMAX [ PUB LIEDITORIAL ]

OSTEOARTRITE E EXCESSO
DE PESO: INTER-RELAÇÃO
E MANEJO NUTRICIONAL
GUSTAVO QUIRINO, MÉDICO-VETERINÁRIO
E ANALISTA DE TREINAMENTO TÉCNICO DA ADIMAX

E
xistem diversos fatores que que mesmo cães em moderado sobre- alimentos por um longo período, esse
predispõem ao desenvolvi- peso possuem maior risco de desenvol- estudo indica que a restrição calórica
mento da osteoartrite, sen- vimento de OA que aqueles que apre- e/ou o controle de peso são pilares
do o sobrepeso e obesidade sentam boa condição corporal. Nesse importantes e eficazes para reduzir
um dos principais agravan- estudo, os cães foram divididos em dois a progressão e casos graves da OA.
tes, já que quanto maior o escore de con- grupos: o grupo A recebeu alimenta- Outros estudos também evidencia-
dição corporal, maior será a sobrecar- ção controlada ao longo de toda a vida, ram a inter-relação entre obesidade e
ga mecânica nas articulações e mais in- enquanto o grupo B recebeu o mesmo osteoartrite, como por exemplo, o tra-
tenso o efeito das adipocinas inflamató- alimento fornecido ao grupo A, porém balho realizado por Mlacnik e colabora-
rias. Além disso, a osteoartrite e o exces- em quantidade 25% menor. O trabalho dores (2006), que constatou melhora sig-
so de peso são condições que se retroa- constatou que cães do grupo A apre- nificativa na força vertical de pico (força
limentam, pois a dor limita a atividade sentaram peso corporal 26% maior ao levantar-se) e no impulso vertical em
física e quanto menor a atividade física, que os animais pertencentes ao grupo animais com osteoartrite e que apresen-
menor o gasto energético e maior a ten- com alimentação restrita, bem como taram maior taxa de emagrecimento.
dência ao ganho de peso excessivo. Um maior incidência e gravidade de OA Mediante todas estas evidências,
ciclo que impacta diretamente a saúde de ombro, coxofemoral e cotovelo. oferecer uma dieta com moderada den-
e qualidade de vida do animal. O uso de medicamentos para o con- sidade calórica, nas quantidades ade-
Para melhor ilustrar os efeitos das trole dos sinais da OA também se ini- quadas, pode evitar o excesso de peso,
calorias sobre o desenvolvimento e tra- ciou de forma precoce para os animais auxiliando a mitigar a dor, a claudicação
tamento da OA, consideremos um im- do grupo A: aos 10,3 anos, enquanto so- e os sintomas relacionados a OA através
portante trabalho de Kealy e colabo- mente aos 13,3 anos os cães do grupo de uma redução do estresse biomecâ-
radores (2002), realizado ao longo do B tiveram que iniciar esse tratamento. nico exercido nas articulações pelo ex-
tempo de vida de 48 cães da raça labra- Por se tratar de um trabalho prospec- cesso de peso. Ademais, será menor a
dor retriever, em que foi demonstrado tivo e de uma ingestão controlada de sobreposição do efeito das citocinas in-
flamatórias liberadas pelo tecido adipo-
so à inflamação local da articulação, o
que por si só já constitui um benefício.
Cães com osteoartrite e que es-
tejam obesos ou em sobrepeso, pri-
meiro devem ser tratados com um
alimento coadjuvante para a obesi-
dade. Após alcançarem o peso ideal,
podem migrar para uma dieta coad-
juvante para Osteoartrite, que auxi-
liará na manutenção do peso ideal.
A linha de produtos Fórmula Natu-
ral Vet Care oferece alimentos para di-
ferentes enfermidades, incluindo Obe-
sidade e Osteoartrite, e possui dife-
renciais únicos, que atendem aos tu-
tores que buscam um alimento coad-
juvante sem conservantes artificiais
e livre de ingredientes transgênicos.
Fórmula Natural Vet Care oferece ain-
da versões de alimentos úmidos, que
colaboram para estimular o apetite e
possibilitam ao tutor variar a alimen-
tação sem comprometer o tratamento.

48 caesegatos.com.br
Junho / 2023 49
PE TFOOD / RE AÇÃO ADVE RSA

DERMATOPA
ALÉRGICAS
Q U A N D O S U S P E I TA R
D E H I P E R S E N S I B I L I D A D E A L I M E N TA R ?

50 • caesegatos.com.br
› LETÍCIA WARDE LUIS,
LETÍCIA WARDE LUIS,
PÂME L A BOSCHE VASCONCE RVAR

D
ermatopatias Alérgicas” é o ter- diagnóstico e manejo da hipersensibilidade
mo que caracteriza alergias que alimentar(8). Dessa forma, o protocolo correto
causam manifestações cutâneas. é buscar o diagnóstico por exclusão, inician-
Alergia, por sua vez, consiste em do com as causas mais comuns e de simples
uma reação de hipersensibilidade tratamento, como por exemplo infecção por
desencadeada por mecanismos fungos e bactérias, alergias a ectoparasitas e
imunológicos. Dessa forma, a Hi- produtos de limpeza utilizados no ambiente em
persensibilidade Alimentar (HA) é uma reação que o animal vive, passando pelas alergias ali-
adversa a alimentos de origem imunológica (1). mentares e, por fim, classificar como atopia(9).
Embora seja considerada uma doença co- Atualmente, o uso de dieta de eliminação
mum em cães e gatos, não se sabe exatamente é considerado padrão ouro para o diagnóstico
a prevalência das alergias alimentares nesses de pacientes com HA(3). Ela pode ser realiza-
animais, uma vez que é bas- da com dieta caseira ou alimento comercial

TIAS
tante desafiador confirmar coadjuvante formulado para essa finalidade(2,3).
o diagnóstico(2). Estudos Como o próprio nome indica, essa ferramenta
indicam que, aproxima- de diagnóstico consiste em eliminar da dieta
damente, 30% de todas as do animal absolutamente tudo que possa
doenças de pele de cães estar sendo responsável pelos sinais clínicos
são de origem alérgica e, de alergia, mantendo-o apenas com a dieta
possivelmente, 1% delas hipoalergênica, preferencialmente de proteína
seja de alergia especificamente a alimentos(3). hidrolisada, ou com os ingredientes escolhidos
As manifestações clínicas da HA são causa- para a dieta caseira(3), por um período que pode
das pela exposição do animal a um alérgeno pre- variar de quatro a 12 semanas(2, 10). Quando há
sente no alimento (antígeno), mais comumente melhora clínica dentro desse período, a segun-
proteínas de elevado peso molecular(4), em uma da etapa do diagnóstico consiste em expor o
dose que naturalmente seria bem tolerada por paciente aos alimentos que, possivelmente, são
indivíduos sem a doença(5). Dentre as fontes responsáveis pela alergia, o chamado “desafio
de proteína mais utilizadas na alimentação alimentar”. Se houver piora clínica, seguida de
animal, as mais relacionadas com alergias ali- melhora após a retirada do alimento desafio,
mentares são frango, carne bovina e laticínios(6). pode-se de fato confirmar o diagnóstico de HA(2).
Menos comumente, também são relatadas
reações alérgicas à soja, milho, ovo, cordeiro, DIETAS CASEIRAS
cevada, dentre outras fontes proteicas(6). DE ELIMINAÇÃO
Os principais sinais clínicos relatados em São realizadas por meio do uso inicial de apenas
pacientes com dermatopatias alérgicas de dois ingredientes, uma fonte proteica e uma
origem alimentar incluem prurido, otites recor- fonte de carboidratos aos quais o paciente
rentes, piodermite superficial muitas vezes por nunca tenha sido exposto e, gradualmente,
infecções secundárias e alterações na querati- adicionar os demais ingredientes necessários(11).
nização da pele. Esses sinais podem ou não vir Como é de se imaginar, essa dieta não é ade-
acompanhados de manifestações gastrointesti- quada para ser fornecida por longos períodos,
nais(7). No entanto, essas manifestações clínicas pois não contém todos os nutrientes essenciais
são bastante inespecíficas e semelhantes a para o animal e são indicadas apenas para diag-
muitas outras desordens dermatológicas, espe- nóstico, sendo que, após o período de triagem,
cialmente a atopia, dificultando assim o correto um nutricionista veterinário ou zootecnista

Foto: banco de imagens C&GVF Agosto / 2023 • 51


PE TFOOD / RE AÇÃO ADVE RSA

deve balancear essa dieta, incluindo fontes dos nutrientes essenciais para o animal, possibili-
nutrientes essenciais, que tornarão a dieta tando serem fornecidas por longos períodos(14).
nutricionalmente completa e balanceada(12). Cabe reforçar que para o sucesso do
As principais vantagens da dieta caseira in- diagnóstico pela dieta de eliminação, seja ela
cluem maior controle sobre os ingredientes caseira ou comercial, é imprescindível que
utilizados e possibilidade de formulações o animal não tenha contato com nenhum
personalizadas, baseadas nas necessidades outro alimento, incluindo petiscos, alimen-
específicas do paciente(12). Levando-se em con- tos suplementos com sabor, cremes dentais, PARA ACESSAR
sideração que, apesar de incomuns, nem todas medicamentos ou brinquedos aromatizados, A BIBLIOGRAFIA,
as alergias são necessariamente à proteína dentre outros, pois o uso de qualquer um deles USE O QR CODE
e que alguns animais podem ser alérgicos, poderá interferir no resultado do teste, já que
mas não responder ao alimento comercial, a podem conter na formulação fontes proteicas
dieta caseira pode ter sucesso em casos que o ou de carboidrato que o animal tem alergia.
Letícia Warde Luis,
animal não responde ao alimento comercial. Como já citado, o diagnóstico correto da
médica-veterinária,
HA é bastante desafiador. Isso se deve, prin-
ex-residente de Nutri-
ALIMENTOS COMERCIAIS cipalmente, às dificuldades encontradas não ção e Nutrição Clínica
COADJUVANTES PARA HA só para que a dieta de exclusão seja seguida de Cães e Gatos pela
Existem dois tipos de alimentos comerciais hi- “à risca” pelos tutores (especialmente quando UNESP/Jaboticabal.
poalergênicos, um deles com fonte de proteína são acostumados a oferecer muitos petiscos e Mestra em Clínica
inédita, cujo objetivo é fornecer uma fonte de agrados ao animal), mas, também, devido ao fato Médica com ênfase
proteína que o animal nunca teve contato, e ou- que muitos acabam não aceitando realizar a etapa em Nutrição de Cães
tro com proteína hidrolisada. Nas dietas comer- de desafio para não expor seu animal aos sinais e Gatos pela UNESP/
ciais com proteína hidrolisada, as moléculas de clínicos novamente. Outro ponto que dificulta o Jaboticabal. Clínica
proteína são partidas em peptídeos por hidró- diagnóstico é o elevado custo das dietas hipoa- na área de Nutrição
lise, resultando em um menor peso molecular, lergênicas, sejam elas comerciais ou caseiras(15). de cães e gatos.
o que diminui a sua antigenicidade(13). Estas Muito se fala em testes alérgicos para E-mail: leticiaw.nutri-
dietas acabam sendo mais práticas e seguras diagnosticar a HA, no entanto, ao que se sabe vet@gmail.com
do que a dieta caseira por serem balanceadas até o momento, não existe nenhum teste al- Monique Paludetti, ex-
e já possuírem em sua composição todos os ternativo confiável e a dieta de eliminação é -residente de Nutrição e
fundamental para estabelecer um diagnóstico Nutrição Clínica de Cães
preciso(2,3,16). Os testes com antígenos alimenta- e Gatos pela UNESP/
MUITO SE FALA EM TESTES res podem auxiliar na escolha dos ingredientes Jaboticabal. Clínica na
área de Nutrição
ALÉRGICOS PARA DIAGNOSTICAR da dieta de eliminação ou definir uma ordem
Clínica de cães e gatos.
de prioridade para o teste de provocação, no
A HA, NO ENTANTO, AO QUE entanto, sozinhos não demonstram eficácia
E-mail: mopaludetti@
gmail.com
SE SABE ATÉ O MOMENTO, em determinar a causa da HA e precisam
Pâmela Bosche Vas-
estar associados à dieta de eliminação(3,11).
NÃO EXISTE NENHUM TESTE Sabendo que a HA é uma doença de difícil
concerva, médica-ve-
terinária, ex-residente
ALTERNATIVO CONFIÁVEL diagnóstico, com sinais bastante inespecíficos, de Nutrição e Nutrição
é imprescindível que o médico-veterinário
E A DIETA DE ELIMINAÇÃO tenha uma boa relação com o tutor do animal
Clínica de Cães e Gatos
pela UNESP/Jaboticabal.
É FUNDAMENTAL PARA e apresente minuciosamente todas as caracte- Clínica na área de Nutri-
rísticas da doença e explique detalhadamente
ESTABELECER UM tanto o diagnóstico quanto o manejo a longo
ção de cães e gatos.
E-mail: pamelabos-
DIAGNÓSTICO PRECISO prazo para evitar recidivas. ◘ che@gmail.com

52 • caesegatos.com.br Foto: banco de imagens C&GVF


Agosto / 2023 • 53
COBERTUR A / ESPECIALIDADE

CONECTANDO
À ORTOPEDIA
ORTOVET EXPERT REÚNE MÉDICOS-VETERINÁRIOS EM UM ENCONTRO COM
ESPECIALISTAS EM ORTOPEDIA VETERINÁRIA E EMPRESAS DO SETOR
› STHE FANY L AR A , DO RIO DE JANE IRO (R J)
sthefany@ciasullieditores.com.br

C
ada vez mais as especialida- raes da Silva fundou um projeto com
des veterinárias têm se aper- o propósito de promover a integra-
feiçoado, e um exemplo disso ção entre veterinários especializa- Os médicos-ve-
terinários que
são os simpósios e congres- dos em Ortopedia e empresas nacio- estiveram pre-
sos voltados para cada uma delas. A nais de implantes, assim como ou- sentes no Ortovet
In Rio realizou, nos dias 13 a 15 de ju- tras envolvidas na área ortopédica. Expert puderam
lho, na Barra da Tijuca, no Rio de Ja- Segundo da Silva, o objetivo des- conhecer mais
sobre traumatolo-
neiro (RJ), o Ortovet Expert Congress se projeto é oferecer aos participan- gia, dor ortopédi-
2023. O evento reuniu grandes no- tes oportunidades de educação con- ca, Ortopedia em
mes nacionais e internacionais para tinuada de alta qualidade, benefícios pacientes jovens,
novas soluções
tratar assuntos ligados à Ortopedia. na aquisição de produtos, divulgar a
para o tratamen-
Em outubro de 2021, o ortope- qualidade dos materiais das empre- to das doenças
dista veterinário Rodrigo Luís Mo- sas e fornecer informações técnicas articulares etc.

54 caesegatos.com.br
Empresas
farmacêuticas e
de equipamen-
tos estiveram
presentes no
Ortovet Expert
para mostrar
aos médicos-
-veterinários
seu portfólio

HOJE, SABEMOS
QUE OS PROBLE-
MAS ARTICULARES
SÃO COMUNS DENTRO DA
ROTINA VETERINÁRIA. E, ALÉM
DE BUSCAR ATUALIZAÇÃO E
CONHECER A PARTE TÉCNICA,
PODEMOS, AQUI, CONHECER
O QUE O MERCADO TEM
A OFERECER PARA ESSES
MÉDICOS-VETERINÁRIOS
RODRIGO LUIZ MORAES DA SILVA,
UM DOS ORGANIZADORES DO EVENTO

relevantes, visando aprimorar OA", ministrada pelo médico-veteri- luxações, ruptura de ligamentos etc.”
o relacionamento entre veteri- nário coordenador da Pós-Graduação Silva acrescenta que os implantes
nários e empresas no ramo. Ro- em Anestesiologia Veterinária da Es- e equipamentos veterinários também
drigo destaca a importância de cola Brasileira de Medicina Veteriná- crescem a todo momento. “Empresas
ter todas as empresas represen- ria e autor do livro "Abordagem e Tra- internacionais estão vindo para o Brasil
tadas para alcançar um avanço tamento da Dor Crônica em Cães e Ga- para adentrar nesse mercado. Além das
na área da Ortopedia no Brasil. tos", Rodrigo Mencalha. O evento tam- que estiveram aqui presentes para apre-
O evento consiste em uma bém contou com grandes nomes como sentar as soluções de tratamento para
feira de negócios com diversas Caleb Hudson, José Carrilo, Pedro Go- dor e para doenças articulares etc.” ◘
soluções do mercado pet em dinho, Denis Prata, entre outros.
exposição, além de uma pro- “Hoje, sabemos que os problemas
gramação de palestras. Temas articulares são comuns dentro da roti-
como traumatologia, dor orto- na veterinária. E, além de buscar atuali-
pédica, Ortopedia em pacien-
tes jovens, novas soluções para
zação e conhecer a parte técnica, pode-
mos, aqui, conhecer o que o mercado tem
COBERTURA
o tratamento das doenças ar-
ticulares etc. foram debatidos.
a oferecer para esses médicos-veteriná-
rios”, afirma Rodrigo Luís Moraes da Silva.
DA FEIRA
A médica-veterinária e pro- Segundo ele, tais problemas têm A equipe da revista Cães e Gatos
fessora doutora, Denise Fantoni, crescido pelo fato de os animais estarem VET FOOD esteve presente e con-
versou com as empresas, que de-
ministrou uma palestra sobre o vivendo mais. “Além disso, atualmen- monstraram seus produtos desta-
tema: "Por que usar os bloquea- te, estamos diagnosticando melhor as que no Ortovet Expert.
dores de receptor de prostaglan- doenças articulares. E temos visto, tam-
dina no tratamento da dor arti- bém, uma mudança de visão ao se falar
cular? O que há de especial?". em Ortopedia. Antes, pensamos apenas
Os participantes também em fraturas. É claro que existe um vo- Para
puderam aprender mais sobre o lume grande de fraturas, mas há, tam- conhecer
os produtos,
tema "Como inserir o anticorpo bém, os problemas articulares, pacien- acesse o
monoclonal ao tratamento da tes com artroses, com degenerações, QR Code

Fotos: C&GVF Agosto / 2023 55


P E T S I LV E S T R E / T E R A P I A

TRANQUILO COMO
ES... JACARÉ!?
BENEFÍCIOS E APLICAÇÕES DA REPTILTERAPIA
› RAPHAEL EMANUEL ARAUJO BRUNO

A
relação do homem com os animais foi pêutico e educacional. Uma das atividades mais
estabelecida desde muito antigamente inovadoras desenvolvidas por essa área de pes-
e perpetuou-se até os tempos atuais, em quisa foi a Terapia Assistida por Animais (TAA),
que os animais tornaram-se parte da so- no século XVIII, inicialmente trabalhada com
ciedade, estando presentes, por exemplo, equinos, a fim de melhorar a postura e equi-
em casa como um pet ou em uma clínica como líbrio de pessoas com distúrbios articulares.
um coterapeuta. O desenvolvimento dessa re- No entanto, não demorou muito para aumen-
lação, permitiu ampliar a visão que temos so- tar a diversidade dos animais utilizados na terapia,
bre eles, passando a observar uma maior gama por exemplo, com uso de cães e gatos que expan-
de benefícios advindos dessa interação. E foi diu, posteriormente, para animais não convencio-
a partir dessas observações que desenvolveu nais como roedores, aves, moluscos e répteis. Sendo
a zooterapia, a linha de estudo do contato en- a “reptilterapia” desenvolvida somente no ano de
tre humano-animal sobre o ponto de vista tera- 2009, na Inglaterra e, chegando ao Brasil, no ano

56 • caesegatos.com.br
de 2013, como uma proposta inovadora de tra- De maneira geral, todos trouxeram benefí-
balhar a terapia de pessoas com deficiências va- cios biopsicossociais aos pacientes que intera-
riadas como as motoras, emocionais, cognitivas, giam com os animais, podendo inclusive fazer
com uso dessa classe de animais que apresentam a associação de mais de um réptil por sessão.
comportamento, morfologia e fisiologia comple- Essa técnica trouxe resultados como a diminui-
tamente destoante dos animais usados até então. ção dos sinais de transtornos, por exemplo, a de-
Os répteis apresentam características úni- pressão, mal de Alzheimer, autismo, por meio
cas que permitiram um tratamento com maior da melhora na autoestima, coordenação, lingua-
grau eficiência entre as sessões, se compara- gem, entre outros aspectos do paciente. Ainda
do aos demais animais, sendo observado, prin- na terapia, é possível associar, em conjunto, o
cipalmente, em crianças com distúrbios distin- trabalho de conscientização, educação e res-
tos. Esses animais, por possuírem sangue frio e peito sobre a fauna silvestre e os animais per-
escamas, exibindo uma propriocepção tátil mui- tencentes a ela, por exemplo, diminuindo o es-
to diferente dos animais com pelos, além de te- tigma negativo que existe sobre as serpentes.
rem uma característica menos invasiva devido O processo para utilização de répteis na TAA
ao seu metabolismo lento, o que transmite ao é complexo e demorado, pois requer uma equipe
paciente um ambiente mais calmo e controlado. multidisciplinar que envolva veterinários, biólo-
A seleção do réptil utilizado na terapia depende gos, psicólogos, educadores para que façam um
muito da característica do paciente, evolução do preparo adequado da organização da estrutura
quadro e disponibilidade do animal, pois se tra- utilizada para interação paciente-animal. Obser-
tando de espécies selvagens deve ser feita a ava- va-se o papel do médico-veterinário na avaliação
liação tanto comportamental quanto de estado frequente do estado de saúde dos animais, as-
de saúde antes e depois de permitir a interação. sim como na garantia do bem estar dos répteis
durante as terapias, devendo sempre assegurar
que o animal está tranquilo, sem injúrias e con-
dicionado ao tipo de interação proposto. Outro
ponto a ser mencionado é que os animais devem
ter microchip com registro pelo IBAMA e devem
DENTRE OS RÉPTEIS ter o condicionamento iniciado desde filhote, já

MAIS UTILIZADOS,
no cativeiro. Dessa forma, garantir tanto a segu-
rança das pessoas como dos animais envolvidos.

PODEMOS CITAR:
Por fim, o uso da “reptilterapia”, assim como
de outros animais como a equoterapia, vem cres-
cendo no mundo todo, notando-se, portanto, a
SERPENTES (Jiboia arco-íris da Amazô- necessidade de ampliar os estudos e pesquisas,
nia, King Snake, Corn Snake, entre ou- de modo que permita desenvolver, cada vez mais,
tras): Utilizadas principalmente para as técnicas utilizadas na Terapia Assistida por
melhorar a postura, equilíbrio e tônus muscular. Animais e toda linha de zooterapia já existente.
Sempre levando em consideração as questões
CROCODILIANOS (Jacaré do papo ama- bioéticas da utilização dos animais, os resulta-
relo): Utilizado para desenvolver racio- dos e a aplicabilidade da técnica. Assim, propor-
cínio matemático e maior sensibilidade. cionar benefícios tanto para os humanos quan-
to para os animais. ◘
LAGARTOS (Teiú e Iguana): Melhoram
o equilíbrio e trabalham o senso de res-
ponsabilidade com o animal, por meio
ACESSE AS
de atividades como preparar a alimentação, dar REFERÊNCIAS
banho e limpar escamas remanescentes da ecdise. BIBLIOGRÁFICAS
PELO QR CODE
QUELÔNIOS (Cágado e Jabuti): Auxiliam
na associação dos conceitos de rápido Raphael Emanuel Araujo Bruno
e devagar, além de acalmar pacientes é aluno de Medicina Veterinária
com hiperatividade e falta de atenção. da FMVZ-USP e membro da Liga Geas

Foto: banco de imagens C&GVF Agosto / 2023 • 57


TOME NOTA
Sthefany Lara, da redação | sthefany@ciasullieditores.com.br

FERRAMENTA

DEPOIS
DA CONSULTA
ESTUDO INVESTIGA COMO CARACTERÍSTICAS HUMANAS E
CANINAS AFETAM TRATAMENTO COMPORTAMENTAL EM CÃES
› STHEFANY LARA, DA REDAÇÃO
sthefany@ciasullieditores.com.br

Um estudo recente buscou examinar as possí-


veis associações entre o comportamento canino
após intervenção clínica e diversas caracterís-
ticas demográficas dos cães, bem como a per-
sonalidade dos seus donos e a relação de apego
entre dono e cão. O objetivo foi jogar luz sobre o
impacto desses parâmetros na resposta do cão
ao tratamento comportamental veterinário.
A pesquisa envolveu 131 pares de donos de
cães que procuraram um serviço veterinário
especializado em comportamento animal. Os
donos responderam ao questionário C-BARQ
(Questionário Comportamental Canino Revisado)
no início do estudo, após três meses e seis meses,
além de preencherem o Inventário de Personali-
dade de dez itens e a Escala Lexington de Apego ao
Animal de Estimação no início do estudo. Os dados
coletados foram analisados quanto ao efeito da
intervenção clínica nas pontuações da subescala
C-BARQ, utilizando modelos de efeitos mistos.
Além disso, foram utilizados modelos de regressão
logística binária para analisar a associação entre Leia o estudo
mudanças no comportamento e os parâmetros completo
relacionados aos cães e seus proprietários. pelo Qr Code
Segundo o estudo, essas descobertas têm
potencial para auxiliar veterinários a formula-
rem prognósticos mais precisos e fornecerem
orientações direcionadas aos donos, a fim de re-
duzir a influência de fatores de fundo na resposta
do cão à intervenção comportamental clínica. ◘

58 • caesegatos.com.br Foto: banco de imagens C&GVF


60 • caesegatos.com.br

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