17/07/2023, 19:06 Decreto 9341 2021 de Barueri SP

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DECRETO Nº 9.341, DE 25 DE MAIO DE 2021

"DISPÕE SOBRE PROCEDIMENTOS PARA REGISTRO DOS

ALUNOS PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL QUE
NECESSITAM DE ADAPTAÇÃO CURRICULAR DA REDE
MUNICIPAL DE ENSINO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS".

RUBENS FURLAN, Prefeito do Município de Barueri, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei
e;

CONSIDERANDO que, nos termos do art. 208, inciso III, da Constituição Federal, é dever do Estado
garantir o Atendimento Educacional Especializado aos alunos com deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino;

CONSIDERANDO que o art. 59, da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com a Redação dada
pela Lei Federal nº 12.796, de 4 de abril de 2013, estabelece que os sistemas de ensino devem assegurar
aos educandos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação as medidas estabelecidas em seus incisos I a V;

CONSIDERANDO que, no Item V, da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva, que dispõe sobre os alunos atendidos pela Educação Especial - Documento elaborado pelo
Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue
ao Ministro da Educação em 7 de janeiro de 2008, a educação especial passa a constituir o Projeto
Pedagógico da escola para todos os alunos, explicita que as definições de público-alvo devem ser
contextualizadas e não se esgotam na mera categorização e especificações atribuídas a um quadro de
deficiência, transtornos, distúrbios e aptidões, estendendo-se também para transtornos funcionais
específicos, como dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade;

CONSIDERANDO que segundo o art. 2º da Lei Federal nº 13.146/15, entende-se pessoa com deficiência
aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, a qual,
em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas;

CONSIDERANDO que segundo o art. 27 da Lei Federal nº 13.146/15, parágrafo único, é dever do Estado,
da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com
deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação;

CONSIDERANDO que segundo o art. 28º da Lei Federal nº 13.146/15 incumbe ao poder público assegurar,
criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar o aprimoramento dos sistemas
educacionais, visando a garantia de condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por
meio da oferta de serviços e recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão
plena;

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CONSIDERANDO que, em função da legislação vigente, a Rede Municipal de Ensino assegura sistema
educacional inclusivo para os referidos alunos, dentre outras medidas, mediante adaptação curricular a
serem por eles utilizados;

CONSIDERANDO que segundo o art. 3º, inciso VI, da Lei Federal nº 13.146/15 considera-se que
adaptações são ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido,
quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer,
em igualdade de condições e oportunidades como as demais pessoas, todos os direitos e liberdades
fundamentais;

CONSIDERANDO a necessidade de se normatizar os procedimentos relativos aos registros de

escolarização dos alunos que utilizam aludida adaptação curricular, DECRETA:

Art. 1º Os registros de escolarização dos alunos da Rede Municipal de Ensino que necessitam de
adaptação curricular deverão observar os procedimentos estabelecidos neste decreto.

Parágrafo único. Entende-se por alunos que podem necessitar de adaptação curricular os educandos
com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, transtorno do espectro autista, altas
habilidades/ superdotação e transtornos funcionais (dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia,
transtorno de atenção e hiperatividade) atendidos pelo sistema educacional da Rede Municipal de Ensino.

CAPÍTULO I
DAS ADAPTAÇÕES CURRICULARES

Art. 2º As adaptações curriculares são ajustes necessários e adequados no currículo escolar, a fim de
assegurar ao aluno com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, transtorno do espectro
autista, altas habilidades/superdotação ou transtornos funcionais o acesso ao currículo, de modo a
favorecer o seu processo de aprendizagem e desenvolvimento, respeitando suas necessidades
educacionais específicas.

Parágrafo único. As adaptações curriculares podem ser de dois tipos:

I - adaptação curricular de pequeno porte refere-se a modificações promovidas no currículo pelo

professor a serem desenvolvidas no contexto da sala de aula. Devem ser oferecidas para garantir o acesso
ao currículo por meio de adequações em uma ou mais categorias (temporalidade, objetos de
conhecimento e habilidades, disposição dos mobiliários, métodos de ensino, situações didáticas e
recursos).

II - adaptação curricular de grande porte refere-se a adequações que ultrapassam a esfera pedagógica
(responsabilidade direta do professor), necessitando de ações que são da competência e atribuição de
instâncias político-administrativas superiores (referentes a espaços físicos, recursos, mobiliários,
equipamentos, materiais, capacitação do corpo docente, entre outras). Relacionam-se a ajustes
necessários em diversas categorias, sendo estas relacionadas aos objetivos de aprendizagem, habilidades
e conteúdos, metodologias de ensino, situação didática, temporalidade e instrumentos de avaliação.

Art. 3ºAs adaptações curriculares deverão ser registradas em documento próprio, conforme Anexo I
deste decreto, e arquivadas na pasta/prontuário da vida escolar de cada aluno, sugerindo-se para sua
elaboração o direcionamento e organização do Currículo da Rede Municipal de Barueri em consonância
com a Base Nacional Comum Curricular.

§ 1º As adaptações curriculares deverão ser realizadas em 3 (três) níveis:

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I - no âmbito da escola-Projeto Pedagógico;

II - no âmbito da classe-Plano de aulas;

III - no âmbito do aluno-Plano de Desenvolvimento Individual-PDI (Anexo II).

§ 2º O planejamento do documento referido no §1º deste artigo deverá pautar-se nos seguintes
critérios:

I - o que o aluno deve aprender;

II - como e quando aprender;

III - que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de ensino e de
aprendizagem;

IV - como e quando avaliar.

§ 3º O planejamento do documento referido no Anexo I deste artigo deverá contemplar os seguintes

tópicos:

I - Unidade temática;

II - Objeto de conhecimento;

III - Habilidades;

IV - Situação didática;

V - Recursos utilizados;

VI - Atividades de estudo;

VII - Instrumentos de avaliação.

Art. 4º Em relação à elaboração da adaptação curricular, deverão ser observadas as seguintes

especificidades:

§ 1º A elaboração da adaptação curricular de pequeno porte será realizada pelo professor de cada
disciplina, podendo este, em caso de necessidade, solicitar suporte para a equipe gestora de sua unidade
escolar.

§ 2º Para alunos com transtornos específicos, a gestão escolar poderá solicitar, caso julgue necessário,
orientações do Departamento responsável.

§ 3º A elaboração da adaptação curricular de grande porte deverá ser realizada conjuntamente pela
equipe docente com a participação do professor do Atendimento Educacional Especializado, sob
supervisão da equipe de gestão escolar.

Art. 5º O documento da adaptação curricular deverá ser realizado em documento próprio (Anexo I).

§ 1º Todos os profissionais envolvidos na elaboração desse documento devem anexar uma cópia em
seus registros (pasta do professor), bem como o documento original deverá permanecer no prontuário

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escolar do aluno.

§ 2º Cabe à equipe de gestão escolar o acompanhamento e a verificação deste registro.

§ 3º A devolutiva do trabalho pedagógico realizado com o aluno deverá ser apresentada pelo
professor da sala comum aos responsáveis ao final de cada bimestre, de acordo com o calendário escolar,
e deverá ser composta por:

a) em casos de adaptação curricular de pequeno porte: boletim escolar contendo o rendimento

acadêmico do aluno;
b) em casos de adaptação curricular de grande porte: boletim escolar contendo a sigla APD (Avaliação
Parecer Descritivo), acompanhado de seu respectivo relatório.

Art. 6ºOs conteúdos curriculares de Barueri, em concordância com o que determina a Base Nacional
Comum Curricular, para as diferentes etapas e modalidades da educação, deverá ser complementado ou
suplementado de acordo com as necessidades educacionais do aluno, conforme dispõem as Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001).

Art. 7º Os componentes curriculares deverão ser elencados a partir das seguintes áreas do
conhecimento:

I - Linguagens (Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa);

II - Matemática (Matemática);

III - Ciências da Natureza (Ciências);

IV - Ciências Humanas (Geografia, História).

§ 1º Em caso de necessidade, deverão ser incluídas as Atividades de Vida Diária - AVDs.

§ 2º As áreas em apreço contemplarão a proposta curricular do Ensino Fundamental e da Educação

de Jovens e Adultos - EJA.

Art. 8º Todos os componentes curriculares deverão ser considerados nas adaptações, objetivando
possibilitar ao aluno o acesso a todas as áreas do conhecimento. Ao longo do ano letivo, bimestralmente,
para alunos que se utilizam de adaptação curricular de grande porte, os componentes curriculares podem
ser elencados de acordo com o parecer técnico de toda a equipe gestora e docente, em conjunto com o
professor de AEE, podendo ser intercalados e/ou substituídos de acordo com o desenvolvimento e
aprendizado do aluno.

Art. 9º O planejamento da adaptação curricular deverá ser realizado bimestralmente, devendo garantir a
avaliação contínua e processual e, quando necessário, poderá ser replanejado, enquanto o planejamento
anual deve seguir as diretrizes do Município.

A gestão escolar deverá garantir à equipe docente envolvida na adaptação curricular do aluno
Art. 10.
momentos de planejamento pedagógico, reflexão, discussão do caso, elaboração de estratégias que visem
a promoção de seu desenvolvimento e aprendizado, bem como para a verificação de seu progresso,
cabendo a esta equipe manter ou reclassificar o tipo de adaptação curricular do aluno ao longo do ano
letivo.

CAPÍTULO II
DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS

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Art. 11. São medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis a obrigação de matricular o filho na rede de
ensino e acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar, conforme determina a Constituição
Federal (1988) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990).

Art. 12. Os pais ou responsáveis têm o direito e o dever de participar ativamente, nos termos da lei, em
tudo o que se relaciona com a educação escolar prestada ao aluno, tomando ciência de todo o processo
educativo.

Art. 13. No caso dos pais ou responsáveis pelo aluno não concordarem com as intervenções propostas
em alguma esfera do processo educativo e, findadas todas as formas de comunicação com a equipe de
gestão da unidade escolar, poderão recorrer ao departamento responsável da Secretaria de Educação, o
qual discutirá o caso juntamente com o Conselho da Escola.

Art. 14. A equipe de gestão escolar, respeitadas as normas comuns e as do sistema de ensino, incumbir-
se-á de informar aos pais ou responsáveis o rendimento e a frequência do aluno.

Parágrafo único. Caso os pais ou responsáveis não sejam assíduos em relação à participação na
escolarização do aluno e, esgotados todos os meios, após registros em livro próprio, a equipe de gestão
escolar notificará a situação ao Conselho Tutelar do Município e, se necessário, ao Juiz competente da
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público, para adoção de providências pertinentes.

CAPÍTULO III
DO BOLETIM ESCOLAR

Art. 15. Os alunos com adaptação curricular terão os boletins escolares emitidos de acordo com os tipos
de adaptação:

I - adaptação de pequeno porte: boletim escolar convencional, contendo as notas atribuídas de 0 a 10

que indicam o rendimento acadêmico do aluno;

II - adaptação de grande porte: boletim escolar contendo todas as disciplinas ofertadas para o ano
escolar, tendo seus campos preenchidos com a sigla APD (Avaliação Parecer Descritivo - Anexo III), sendo
acompanhado de seu respectivo relatório.

§ 1º Quando houver modificação do tipo de adaptação curricular do aluno ao longo do ano letivo,
para casos excepcionais, o boletim escolar deverá acompanhar essas alterações, ou seja, alunos com
adaptação curricular de pequeno porte que forem reclassificados em adaptação curricular de grande
porte passarão a ter a sigla APD ao invés de notas; como alunos de adaptação curricular de grande porte
que forem reclassificados para adaptação curricular de pequeno porte passarão a receber notas e não
mais as siglas.

§ 2º Nesses casos específicos, na nota final, constará no boletim a média das notas dos bimestres
para os alunos que foram reclassificados de adaptação curricular de grande para adaptação curricular de
pequeno porte; como nos casos nos quais houve a situação oposta, haverá a sigla APD.

CAPÍTULO IV
DA AVALIAÇÃO

Art. 16. As adaptações das atividades avaliativas deverão pautar-se pela avaliação diagnóstica, formativa
e processual, redimensionadora da ação pedagógica, destinando-se a conhecer o desenvolvimento do
aluno em suas diferentes áreas, bem como as condições do meio ambiente em que ele se desenvolve.

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§ 1º Os alunos que fazem uso da adaptação curricular de pequeno porte deverão ser submetidos aos
mesmos critérios de avaliação utilizados para os demais alunos do mesmo ano escolar, considerando-se
que os instrumentos de avaliação podem sofrer ajustes conforme as necessidades educacionais
específicas do educando, desde que não alterem as habilidades a serem averiguadas.

§ 2º Em relação aos alunos que se utilizam de adaptação curricular de grande porte, é preciso adotar
estratégias contínuas de progresso individual, sendo indispensável a elaboração de instrumentos e
procedimentos de observação e mensuração próprios (materiais e recursos adaptados), os quais devem
considerar as necessidades específicas dos discentes e o que lhes foi ofertado e trabalhado ao longo de
seu processo educativo.

Art. 17. Os alunos que fazem uso de adaptação curricular de grande porte deverão ser avaliados de
acordo com o que foi ofertado e trabalhado ao longo do bimestre, e seu desempenho acadêmico deve ser
sinalizado no APD (Avaliação Parecer Descritivo), considerando a seguinte classificação:

I - em desenvolvimento (ED) - classificação dada quando houve a aquisição/assimilação de até 50%

das habilidades trabalhadas;

II - bom (B) - classificação dada quando houve a aquisição/assimilação de 51% a 80% das habilidades
trabalhadas;

III - muito bom (MB) - classificação dada quando houve a aquisição/assimilação de 81% a 100% das
habilidades trabalhadas.

Art. 18.A adaptação das atividades avaliativas deverá ser realizada pelo professor da sala comum com
suporte da gestão escolar.

§ 1º Para os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, transtorno do espectro

autista e altas habilidades/ superdotação, o professor do Atendimento Educacional Especializado também
será responsável pela elaboração dessas atividades, auxiliando as equipes docente e gestora.

§ 2º Para alunos com transtornos funcionais, em caso de necessidade, a gestão escolar poderá
solicitar suporte ao Departamento responsável.

Art. 19. As adaptações avaliativas deverão englobar ações de compilamento e análise de dados
qualitativos e quantitativos sobre a evolução do aluno no processo de aprendizagem, seus potenciais e
dificuldades, inter-relacionando-os com o contexto escolar, familiar e social, de modo a permitir a
formulação de propostas de intervenção, cuja finalidade reside em proporcionar ao aluno condições para
alcançar seu pleno desenvolvimento, mediante experiências que lhe sejam significativas, por meio do
acesso ao currículo escolar e interação com pessoas, objetos e espaços.

Art. 20. Deverão ser considerados no processo de avaliação:

I - as avaliações dos alunos público-alvo da educação especial devem seguir os parâmetros das
avaliações da Rede Municipal de Barueri.

II - conforme posto pela Base Nacional Comum Curricular (2017), as características e o contexto dos
alunos precisam ser considerados, sendo necessário construir e aplicar procedimentos de avaliação
formativa de processo ou de resultado que levem em conta a realidade e as condições de aprendizagem,
tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos
alunos;

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III - de acordo com o que preconiza o Currículo de Barueri (2020), é direito do aluno aprender o que
se está oportunizando, o qual se concretiza quando a aprendizagem é verificada, e em função de suas
indicações, é possível reorganizar o ensino, a metodologia, a didática, sempre visando a garantia da
aprendizagem.

Art. 21. Os registros das atividades avaliativas deverão subsidiar o acompanhamento do processo de
aprendizagem do aluno, permitindo aos professores refletirem sobre sua prática, bem como identificar as
barreiras e buscar novas estratégias para promover acessibilidade ao currículo.

Art. 22. A avaliação dos avanços referentes ao desenvolvimento e processo de aprendizagem dos alunos
que frequentam o Atendimento Educacional Especializado será realizada no final de cada bimestre pelo
professor do AEE, a qual dará subsídios para o desenvolvimento do PDI (Plano de Desenvolvimento
Individual) do bimestre posterior.

Parágrafo único. A devolutiva da avaliação será dada aos pais ou responsável legal do aluno pelo
professor do AEE na data estipulada pelo calendário escolar.

Art. 23. Ao final do 9º ano do Ensino Fundamental, os professores envolvidos deverão apresentar
relatório descritivo qualitativo do rendimento do aluno sobre cada aspecto e habilidades desenvolvidas,
nos âmbitos sociais, afetivos, cognitivos e pedagógicos, somente para alunos que fizeram utilização de
adaptação de grande porte (Anexo IV), para fins de registro de promoção ou retenção, a ser submetido à
apreciação do Conselho de Classe/Ano/Termo, com cópia para o Departamento responsável da Secretaria
de Educação.

Parágrafo único. A documentação em causa embasará relatório circunstanciado a respeito do

aproveitamento escolar do aluno quando da emissão da terminalidade específica, se for necessária, ou do
histórico escolar ao final do Ensino Fundamental.

CAPÍTULO V
DA PROMOÇÃO E RETENÇÃO

Art. 24.Para a promoção ou retenção do aluno que faz utilização de adaptação curricular de pequeno
porte os critérios devem seguir os mesmos parâmetros utilizados para os demais alunos do mesmo ano
escolar.

Art. 25.Para os alunos que fazem uso de adaptação curricular de grande porte, considerar-se-ão os
seguintes critérios:

I - a valorização de sua permanência com os colegas de turma que favoreçam o desenvolvimento de

aprendizagens, comunicação e autonomia;

II - o desenvolvimento/rendimento escolar, no que se refere à possibilidade de atingir os objetivos de

aprendizagem e atender aos critérios de avaliação previstos na adaptação curricular;

III - efeito emocional da promoção ou da retenção para o aluno;

IV - as possíveis consequências da distorção idade/ ano ao longo do processo de escolarização.

Art. 26.A decisão sobre a promoção ou retenção envolverá equipes docente e gestora da unidade
escolar responsáveis pela adaptação curricular do aluno, devendo os boletins e relatórios serem
submetidos ao Conselho de Classe/ Ano/ Termo.

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CAPÍTULO VI
DO HISTÓRICO ESCOLAR

Art. 27. Os alunos com adaptações curriculares receberão histórico escolar definido pela legislação
vigente destinado a todos os alunos e terão certificação ao final do Ensino Fundamental.

Art. 28. Na expedição do histórico escolar dos alunos que se utilizam de adaptação curricular de grande
porte, deverão constar os boletins acompanhados de seus respectivos relatórios de APD (Avaliação
Parecer Descritivo).

CAPÍTULO VII
DA TRANSFERÊNCIA

Art. 29. Na transferência de aluno na própria Rede de Ensino, a escola de origem deverá encaminhar sua
pasta/prontuário contendo as adaptações curriculares do bimestre em que se encontra, bem como os
demais documentos pertinentes à vida escolar do aluno.

Parágrafo único. Para fins de comprovação de encaminhamento, o diretor da escola de origem

providenciará o arquivamento do termo de recebimento da pasta/ prontuário pelo diretor da escola de
destino, conforme o Anexo V deste decreto.

Art. 30.Na transferência do aluno para outra Rede de Ensino, a escola de origem encaminhará cópias
rubricadas pelo diretor dos documentos constantes na pasta/prontuário do aluno.

Art. 31. Na transferência de aluno vindo de outra rede de ensino, com indicação de adaptação curricular,
que não esteja acompanhada de registros da vida acadêmica, deverão ser adotados os procedimentos
deste decreto, para o planejamento da adaptação curricular.

Capítulo VIII
DA ADEQUAÇÃO DE HORÁRIO E/OU DE FREQUÊNCIA

Art. 32.Alunos com quadros clínicos de saúde que podem ser agravados pela permanência prolongada
no ambiente educacional, no que se refere ao cumprimento da carga horária regular, poderão ter seu
caso analisado pela gestão escolar e discutido com os responsáveis para uma possível adequação de
horário e/ou frequência.

Art. 33. A adequação de horário e/ou de frequência deverá ser utilizada:

I - como recurso de adaptação do aluno ao ambiente escolar em início de escolarização ou do seu

retorno à escola devido a período longo de afastamento;

II - intolerância do aluno ao ambiente escolar por razões de condições orgânicas associadas a déficits
permanentes que, em alguns casos, comprometem o funcionamento físico, cognitivo, psíquico e
sensorial.

Art. 34.A adequação de horário e/ou frequência deverá prever a maior quantidade de horas de
permanência inicial do aluno na escola, bem como deve propor um cronograma gradativo de aumento de
seu tempo de permanência, de modo a atingir a carga horária diária regular no menor prazo possível.

Parágrafo único. As faltas dos alunos que se utilizam de adequação de horário não devem ser
contabilizadas, desde que sejam referentes ao cronograma acordado entre escola e família.

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O documento de adequação de horário e/ou frequência deverá constar na pasta/prontuário do

Art. 35.
aluno com a devida justificativa de sua proposição, com anuência dos pais ou responsáveis, conforme
Anexos VI e VII deste decreto.

CAPÍTULO IX
DO DIÁRIO DIGITAL

Art. 36. O diário digital é o instrumento de gestão e escrituração escolar oficial de acompanhamento e
registro da ação do professor.

Art. 37. No "quadro frequência dos alunos", deverão ser registrados o comparecimento do aluno,
colocando "C" e a falta, com a letra "F".

Parágrafo único. As faltas deverão ser registradas independentemente dos tipos de adaptação.

Nos termos do art. 24, VI, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para a promoção
Art. 38.
em cada componente curricular será exigido o mínimo de 75% (setenta e cinco por cento) de frequência.

Art. 39. Não será permitido o abono de faltas de alunos.

Parágrafo único. No caso de alunos com adequação de frequência escolar (alunos que fazem uso de
flexibilização de horários) ou de atendimento pedagógico domiciliar, deverá ser anotado "Falta" (F) nos
dias que não comparecerem às aulas, devendo ser registrado no "quadro observações" o seu caso (aluno
com adequação de horário ou aluno em Atendimento Pedagógico Domiciliar).

Art. 40. Nos termos do art. 12, da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com Redação dada
pela Lei Federal nº 10.287, de 20 de setembro de 2001, a escola, por meio da equipe de gestão,
respeitadas as normas comuns e as do sistema de ensino, notificará o Conselho Tutelar do Município e,
persistindo a necessidade, o Juiz da Comarca competente e o respectivo representante do Ministério
Público sobre a situação dos alunos que atingirem o limite de 50% (cinquenta por cento) das faltas em
relação à frequência total às aulas.

CAPÍTULO X
DO ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR

Art. 41. O objetivo do Atendimento Pedagógico Domiciliar é viabilizar a equidade social, garantindo
igualdade de condições para o acesso ao conhecimento e continuidade dos estudos de acordo com o
currículo escolar vigente, oferecendo apoio pedagógico considerando as condições de saúde do aluno,
possibilitando assim carga horária e currículo adaptados, conforme dispõe a Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Art. 42. O Atendimento Pedagógico Domiciliar é ofertado a alunos que possuem deficiência múltipla ou
enfermidade de risco, cuja condição clínica, comprovada mediante laudo médico, exige o afastamento das
aulas regulares no âmbito escolar, por um período temporário, podendo se estender ou não.

Parágrafo único. Em razão das características e especificidades de cada caso, o aluno deverá ser
avaliado pela equipe técnica do Departamento, que irá, mediante relatório avaliativo, deferir ou não a
possibilidade do aluno em receber o atendimento domiciliar.

Art. 43. Ressalta-se que a carga horária deve ser flexibilizada, a qual será indicada pela avaliação da
equipe técnica, considerando o ritmo e as características da enfermidade e ou deficiência do aluno,
devendo essa flexibilização ser acordada previamente com a família.

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Parágrafo único. A carga horária atribuída poderá ser ampliada ou não, conforme evolução do caso,
salientando que os alunos que são atendidos em domicílio, mesmo com seu desempenho cognitivo
preservado, devem ser respeitados no que se refere à estabilidade emocional, priorizando-se a qualidade
de ensino, e não a quantidade.

Art. 44.O currículo do aluno atendido pedagogicamente em seu domicílio deve ser adaptado por meio
do Plano Pedagógico Individual (PDI) conforme o modelo disponibilizado para alunos de AEE no Anexo II
deste decreto, a ser construído pelo professor da sala regular em conjunto com a coordenação escolar e
professor atribuído para o atendimento.

Parágrafo único. Em casos de alunos que nunca frequentaram a escola regular, o PDI deve ser
elaborado pelo professor atribuído para o atendimento em conjunto com a coordenação da escola.

Art. 45. A avaliação do aluno atendido pedagogicamente em seu domicílio deve seguir os parâmetros
estabelecidos no presente decreto no Capítulo IV, que dispõe sobre a avaliação de alunos que fazem uso
de adaptação curricular, podendo ser realizada com flexibilidade referente ao calendário escolar.

Art. 46. O comprovante de frequência do aluno inserido no Atendimento Pedagógico Domiciliar deverá
ser realizado por meio de planilha de horário mensal, que é preenchida pelo professor responsável pelo
atendimento e verificada/assinada pela gestão escolar (Anexo VIII deste decreto).

Art. 47. O professor atribuído deve encaminhar bimestralmente (no final do bimestre) à direção da
escola um relatório descritivo detalhando os atendimentos realizados, bem como aspectos relacionados
ao desenvolvimento e aprendizado do aluno (Anexo IX deste decreto).

CAPÍTULO XI
DA COMPOSIÇÃO DAS TURMAS

Art. 48. As escolas da rede regular de ensino deverão prever e prover, na organização de suas classes
comuns, a distribuição dos alunos público-alvo da Educação Especial pelas várias classes do ano escolar
em que forem matriculados, de modo que essas classes comuns beneficiem-se das diferenças e ampliem
positivamente as experiências de todos os alunos, dentro do princípio de educar para a diversidade,
conforme previsto no, art. 8º, II, da Resolução CNE/CEB nº 02/2001.

CAPÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 49.As situações e/ou casos não previstos neste decreto serão objeto de análise pelas
Coordenadorias de Educação Infantil e de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação por meio dos
departamentos de Supervisão Escolar e de Educação Especializada.

Art. 50. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em
contrário, em especial o Decreto nº 8.306, de 25 de fevereiro de 2016.

Prefeitura Municipal de Barueri, 25 de maio de 2021.

RUBENS FURLAN
Prefeito Municipal

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17/07/2023, 19:06 Decreto 9341 2021 de Barueri SP
Download Anexo: Decreto Nº 9341/2021 - Barueri-SP
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Nota: Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial.

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 23/11/2022

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