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qualidade de energia
e perturbações da rede elétrica
Legrand Eléctrica, S.A. – Portugal
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3. VARIAÇÕES DA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO Em condições normais de funcionamento, para cada período de uma
Em condições normais de funcionamento são permitidas as seguintes semana, é recomendado que o nível de severidade da tremulação de
flutuações de tensão durante o período de uma semana: +/- 10% do longa duração (Plt), associado a flutuações de tensão seja inferior ou
valor de referência (230 ou 400 V), ou seja, 207 a 253 V ou 360 a 440 V igual a 1 durante 95% do tempo.
para 95% das medições, e - 15% a + 10% para 100% das medições, isto
é, 195 a 253 V e 340 a 440 V.
A tensão de alimentação pode flutuar diariamente, semanalmente
ou sazonalmente como resultado de variações significativas na carga
da rede elétrica. Dispositivos de regulação de tensão instalados em
subestações podem limitar estas variações. Além disso, as cargas de
elevada potência, como estações de soldadura, grandes motores, for-
nos e outras instalações de uso intensivo de energia podem causar
quedas de tensão locais enquanto estão em funcionamento.
6. CAVAS DE TENSÃO
Estas podem dever-se a falhas ocorridas nas instalações dos utilizado-
res, mas também resultam, muitas vezes, de problemas na rede pública
de distribuição. A quantidade de cavas varia consideravelmente de acor-
do com as condições locais, e duram geralmente apenas até 1 segundo.
A maioria das cavas de tensão dura menos de 1 segundo com uma
queda inferior a 60%. Por outras palavras, a tensão residual permane-
ce superior a 40%.
Os limites de potência são geralmente definidos para motores alimen- Há uma cava de tensão assim que o valor eficaz de uma das ten-
tados diretamente da rede pública de distribuição. Por conseguinte, sões, medido separadamente em cada fase, estiver abaixo de um li-
a solução pode ser aumentar a potência da alimentação (redução da miar estabelecido.
sua impedância e aumento da sua potência de curto-circuito) ou com- A Norma EN 50160 não especifica a quantidade, a duração ou o
pensar a energia reativa ligada a um dispositivo específico que está a valor da cava de tensão. Esta caraterística poderia estar sujeita a um
causar perturbações. acordo no fornecimento de energia.
5. SEVERIDADE DA TREMULAÇÃO
A intensidade do desconforto causado pela tremulação é definida por um mé-
todo de medição UIE-CIE (União Internacional para Aplicações de Eletricidade
– Comissão Internacional de Iluminação). É avaliada como se segue:
• Severidade de curta duração (Pst) medida num período de dez minutos;
• Severidade de longa duração (Plt) calculada com base numa se-
quência de 12 valores de Pst, durante um período de duas horas, de
acordo com a seguinte fórmula:
7. INTERRUPÇÕES BREVES
Interrupções breves ou micro-cortes referem-se a casos em que o va-
lor da tensão cai para 0 V ou menos de 1% da tensão nominal. Estas
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duram, geralmente, menos de 1 segundo, embora uma interrupção de e depende da arquitetura da rede de distribuição ou da exposição a ris-
1 minuto ainda possa ser considerada como sendo curta. Micro-cortes cos climáticos. Em condições normais de funcionamento, a frequência
e cavas de tensão são fenómenos frequentemente aleatórios e imprevi- anual de interrupções de tensão superior a 3 minutos pode ser inferior
síveis, que podem ocorrer irregularmente ao longo do tempo. Pode ser a 10 ou pode atingir 50, consoante a região.
importante definir contratualmente a duração máxima e o limiar de uma
cava de tensão, que devem ser considerados como sendo um micro-
corte (por exemplo, uma tensão <40% de Un por menos de 600 ms). Na
maioria dos casos, apenas as análises de rede podem permitir que uma
decisão sobre o rigor dos fenómenos seja feita com exatidão.
9. SOBRETENSÕES TEMPORÁRIAS
Este tipo de falha pode ocorrer tanto no sistema de distribuição como na
instalação do utilizador. Pode ser devastador, pois a tensão fornecida pode
atingir um nível que é já considerado perigoso para os equipamentos.
O principal risco é que haja uma sobretensão fase-fase, em vez de
uma sobretensão fase-neutro, se por exemplo, o neutro falhar. Falhas
na rede de Alta Tensão (sem linha) também podem gerar sobretensões
na extremidade da Baixa Tensão. A Norma EN 50160 não estabelece
limites para essas sobretensões. Mas, neste ponto, é essencial para a
8. INTERRUPÇÕES LONGAS segurança de pessoas e instalações, escolher o equipamento de acor-
Estes valores não estão quantificados, pois dependem de elementos do com as Normas (harmonizado com a IEC 60664-1) e testado para
totalmente aleatórios. A frequência com que ocorrem é muito variável suportar impulsos de sobretensões.
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semana, 95% dos valores eficazes da componente inversa na tensão diz respeito a problemas de funcionamento (sensibilidade de equipa-
de alimentação, calculada em média durante dez minutos, deve estar mentos eletrónicos) e problemas de fiabilidade (envelhecimento por
entre 0% e 2% da componente direta. aquecimento de enrolamentos e condutores, quebra de isolamento de
condensadores) que este tipo de perturbação pode causar.
Mas é importante saber que a origem das tensões harmónicas
está nas correntes harmónicas. Estas correntes podem perturbar o
equipamento local, mas sobretudo aumentam, de forma perniciosa,
o nível de distorção da tensão distribuída em toda a instalação e para
outros utilizadores, através do sistema público de distribuição.
As correntes harmónicas são geradas por dispositivos cuja ali-
mentação consomem correntes não sinusoidais. Equipamentos ele-
trónicos, informáticos e de escritório, alguns equipamentos de ilumi-
nação, equipamentos de soldadura industrial, inversores, conversores
de potência e numerosas máquinas são as principais causas.
Tal como as correntes harmónicas, as tensões harmónicas podem
ser divididas em tensões sinusoidais, que podem ser descritas:
• Individualmente, de acordo com sua amplitude relativa (Uh) em relação
à tensão fundamental Un, onde h representa a ordem da harmónica;
• No seu todo, isto é, de acordo com o valor da distorção harmónica
total THD, calculada utilizando a seguinte fórmula:
Onde T = 10 minutos
A Norma EN 50160 apenas estipula limites baseados nas componen-
tes de sequência inversa da tensão. Podem ser feitas aproximações
satisfatórias, utilizando medições convencionais que permitam veri-
ficar a relação de desequilíbrio entre componentes diretas e inversas.
Desequilíbrio de tensão
Componentes simétricas
• O sistema simétrico corresponde a todos os componentes as- Em condições normais de funcionamento, 95% dos valores eficazes
sumidos como simétricos, isto é, idênticos em cada fase. Isto de cada tensão harmónica medida em 10 minutos e durante uma se-
não deve ser confundido com o equilíbrio, que diz respeito à mana não devem exceder os valores indicados na Tabela seguinte.
igualdade das correntes e tensões.
• Um sistema trifásico simétrico desequilibrado pode ser expres-
so como três sistemas trifásicos balanceados (Método de For-
tescue). Esta divisão pode ser realizada utilizando três métodos:
positivo, negativo, sequência zero (homopolar). Se houver uma
falha, sobretensão ou curto-circuito que afete somente uma das
fases (que é a situação mais comum), o sistema torna-se não
simétrico e só pode ser descrito por um sistema real, com V e I
separados para cada fase, representando a parte em questão.
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