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1º Atividade - FPP
1º Atividade - FPP
CÍNTIA AZEVEDO
DEMÉTRIUS MALAFAIA COELHO
EVERTON VITOR DE LIMA
MILENA VIEIRA
VINÍCIUS FABIAN
No Brasil, o Estado atua de forma direta na produção de bens e prestação de serviços até a
promulgação da constituição de 1988, que reordena a posição do Estado na economia de
Estado empresário para Estado regulador, responsável por normalizar e fiscalizar as atividades
econômicas visando o interesse público. Em 1990, instituiu-se o programa de desestatização
com a Lei nº 8.031/1990, que reduz a presença do Estado na economia e permite a delegação
de bens estatais ou serviços públicos à iniciativa privada, visando maior eficiência e
modernização econômica. Naturalmente, o governo tem como objetivo primordial o
bem-estar da sociedade, e para assegurar que as empresas estarão alinhadas a essa meta e para
proteger a população de possíveis práticas abusivas, ao longo do tempo as agências
reguladoras começam a surgir no Brasil.
Estas agências atuam sob a forma de autarquia, isto é, têm autonomia financeira,
administrativa e patrimonial. São responsáveis por elaborar normas e padrões para os setores
em que atuam, fiscalizar e monitorar o cumprimento dos regulamentos estabelecidos, realizar
processos de concessões e licitações para estimular a competição entre as empresas, mediar
conflitos entre empresas e consumidores e proteger os direitos dos consumidores, bem como
criar canais de comunicação para obter informações sobre o funcionamento dos serviços
regulados.
Dada a importância que os serviços delegados para as empresas têm para a sociedade, a
existência das agências reguladoras é imprescindível para garantir a segurança e qualidade do
desempenho das funções concedidas a terceiros, como por exemplo, o fornecimento de
energia elétrica para a população, atividade de empresas reguladas pela ANEEL
CONTEXTO DO SETOR ENERGÉTICO BRASILEIRO
Caracterizado por sua vasta fonte de recursos naturais e extensão territorial, o Brasil tem um
setor energético notório por suas diversas fontes de energia. Hidrelétricas, termelétricas,
solares, eólicas e outras fontes de energia renováveis e não renováveis.
Apesar da grande quantidade de recursos e empresas, o país tem problemas para garantir o
suprimento de energia para a população. A dependência de energia gerada por hidrelétricas,
deixa a situação energética suscetível a mudanças no tempo. Além disso, devido às dimensões
do território nacional, a infraestrutura apropriada para o fornecimento de energia para regiões
remotas nem sempre existirá, a construção de linhas de transmissão pode enfrentar problemas
de logística e licenciamento ambiental, e ainda, juntamente à manutenção da infraestrutura do
setor energético, esse processo requer uma disponibilidade de recursos que muitas vezes não
estará de acordo com as necessidades da operação.
Assim, é interessante para a população que a agência reguladora responsável por este setor
encontre maneiras de estimular o desenvolvimento otimizado das empresas e monitore as
atividades destas para assegurar que seu desempenho é satisfatório. Regulações eficientes,
padrões de qualidade, incentivo a pesquisas para a criação de novas tecnologias são alguns
caminhos que podem ser tomados para esse propósito.
É possível evidenciar, portanto, a vasta gama de atuações que as agências possuem para
exercer o controle da economia. A forma de intervenção do Estado Brasileiro foi descrita pelo
professor da UERJ e atual Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, em
artigo, sucinta que o Estado interfere na atividade econômica a fim de traçar disciplina, em
caráter inicial. Nesse diapasão, as agências reguladoras têm o papel de preservar o interesse
público, resguardar a coletividade e garantir que não haja abusos e transgressões que
prejudiquem a prestação de serviços de caráter essencial para a população.
Em 1960, com o advento da Lei nº 3782, foi criado o Ministério de Minas e Energia no
governo do então Presidente, Juscelino Kubitschek. Agora, com status de ministério, o
Governo Federal pôde, conforme Artigo 5º, despachar todos os assuntos relacionados à
produção energética. Esse arranjo, pioneiro à época, foi mantido nos dias atuais pelo atual
governo.
Nos anos de 1968 e 1969 foram expedidos, respectivamente, o Decreto nº 63.951 e o Decreto
Lei nº 689, que extinguiram o Conselho supracitado e compilou suas competências, dentre
outros órgãos, no Departamento Nacional de Águas e Energias, ou DNAEE. Quase dez anos
após sua aprovação foi criado o Regimento Interno, através da Portaria nº 234/1977, que
definiu o DNAEE como o Órgão Central de Direção Superior da questão energética do Brasil.
Apenas após passados esses marcos foi que, conforme mencionado alhures, a Lei nº 9.247/96
criou a ANEEL, autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia, cuja finalidade
consiste na regulação, produção, transmissão e comercialização de energia elétrica no
território nacional.
MISSÃO
A missão da ANEEL é proporcionar condições favoráveis para que o mercado de energia
elétrica se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade
VISÃO
Ser essencial para assegurar a qualidade e a sustentabilidade do serviço de energia elétrica.
VALORES
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
A ANEEL é composta por um Conselho Diretor, que é responsável por tomar as decisões
sobre os assuntos regulatórios do setor elétrico, e por uma Diretoria Colegiada, que é
responsável pela execução das decisões do Conselho Diretor.
O Conselho Diretor é composto por cinco membros, sendo um presidente e quatro diretores.
Os membros do Conselho Diretor são nomeados pelo Presidente da República e aprovados
pelo Senado Federal.
A Diretoria Colegiada é composta por cinco diretores, sendo um diretor-geral e quatro
diretores. Os diretores da Diretoria Colegiada são nomeados pelo Presidente da República e
aprovados pelo Senado Federal. Que se dividem em dois grupos: Assessoramento, composto
pela assessoria técnica da diretoria, assessoria institucional da diretoria, gabinete do diretor
geral, procuradoria federal junto à ANEEL e secretaria geral. Já o segundo grupo é o de
controle gestão, composto pelo setor de auditoria interna, corregedoria e ouvidoria.
Além do Conselho Diretor e da Diretoria Colegiada, a ANEEL também conta com uma
estrutura de assessoramento, composta pela Assessoria Institucional da Diretoria, a
Procuradoria Federal junto à ANEEL, Secretaria-Geral, Auditoria Interna, Corregedoria e a
Ouvidoria fazem parte da estrutura de Controle.
Para atingir seus objetivos, a ANEEL possui diversos instrumentos regulatórios, que são
utilizados para estabelecer regras, normas e procedimentos para o setor elétrico. Esses
instrumentos incluem:
● Resoluções
● Instruções normativas
● Consultas públicas
● Leilões
A ANEEL também possui uma agenda regulatória, que é um documento que define os
principais temas que serão regulados pela agência no ano seguinte. A agenda regulatória para
2023-2024 é composta pelos seguintes temas:
● · Abertura do mercado
● · Acesso ao sistema de transmissão
● · Aumento da satisfação do usuário
● · Eficiência da operação do SIN
● · Governança do ONS
● · Inovação e eficiência energética para transformação do SEB
● · Inserção de fontes renováveis no sistema
● · Metodologia para revisão das tarifas de distribuição, transmissão e
geração
● Modernização das tarifas de distribuição e transmissão
● Modernização do segmento de distribuição
● Novos modelos de negócios
● Qualidade na prestação do serviço
● Segurança do mercado
● Segurança setorial
● Tratamento regulatório para a fiscalização responsiva
● Novos Modelos de Negócio
● Avaliação do Resultado Regulatório – ARR
Como regra geral, antes da elaboração da minuta de ato normativo, o Relatório de Análise de
Impacto Regulatório (AIR) deve ser submetido à primeira fase de Audiência Pública (AP).
DESAFIOS E IMPACTOS
Como discutimos acima, a ANEEL tem uma importante e funcional tarefa no país, entretanto,
há desafios que não podemos ignorar.
Em todo o mundo a demanda por energia está aumentando, inclusive no Brasil. Com isso,
muitos desafios difíceis de serem solucionados surgem. Quando a demanda por energia é alta,
o risco de apagões é enorme, por isso há a necessidade de armazenamento em larga escala de
energia no país. Para que esse armazenamento ocorra, se entra muito em pauta as energias
renováveis, para que se diminua o impacto sobre as pessoas e o ecossistema que a energia
gerada por petróleo, gás e carvão causam no mundo. Para Koen Peters, diretor executivo da
Global Off-Grid Lighting Association (Gogla), existe um grande mercado para energia
renovável fora da infraestrutura convencional, especialmente em lugares em que pode não ser
economicamente viável conectar-se a uma rede de abastecimento. Um outro grande desafio é
o estabelecimento das energias renováveis, visto que o investimento é muito alto, o que acaba
respingando no consumidor final, que acaba pagando um preço muito alto no serviço.
Encontrar um equilíbrio entre todos esses aspectos é essencial para termos um sistema de
energia confiável, acessível e amigo do meio ambiente no Brasil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ANEEL, responsável pelo setor energético, regula este através de diferentes instrumentos
regulatórios executados pelos seus departamentos que lidam com particularidades do ofício,
mas, no fim, têm o mesmo objetivo em comum às demais agências reguladoras, isto é, regular
as atividades e assegurar a eficiência do setor correspondente.
Apesar disso, o processo de regulação do setor energético não é livre de obstáculos, devido às
dimensões do país, à demanda da população, às questões ambientais, financeiras e logísticas.
Todavia, é papel da agência reguladora usar de seus artifícios e estratégias para tornar o
caminho viável e eficiente enquanto equilibra o interesse público e privado.
REFERÊNCIAS
LUÍS ROBERTO BARROSO. Agências reguladoras. Constituição, Transformações do
Estado e Legitimidade Democrática. Disponível em <
https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/46445/45191> Acesso em
02/07/2023.
BRASIL: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Página inicial. Disponível em:
https://www.gov.br/aneel/pt-br. Acesso em: 18 jul. 2023.
As soluções inovadoras para gerar mais e melhores fontes de energias renováveis no mundo:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-43744876
ANPUH-RJ. Criação das Agências Reguladoras no Brasil. [S. l.], 2010. Disponível
em:
http://www.encontro2010.rj.anpuh.org/resources/anais/8/1273241978_ARQUIVO_Cri
acaodasAgenciasReguladorasnoBrasil.pdf. Acesso em: 21 jul. 2023