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ANNA FREUD C

Danielle Vieira
Psicanalista e Psicóloga
ANNA FREUD
• Filha de Freud e a caçula de 6 filhos
• Ciúmes da irmã Sophie.
• Não gostava da escola mas se interessava pelas obras do pai.
• Passou por quadro de anorexia quando jovem C
• Foi a única filha de Freud a exercer uma profissão (pedagoga)
• Aos 23 anos foi analisada pelo próprio pai
• Após o término da segunda fase de sua análise com o pai, Anna conheceu Dorothy Tiffany
Burlingham que, a partir de então, a acompanharia pela vida toda. Doroty, uma americana,
nascida em New York era neta do fundador das Lojas Tiffany & Co.
ANNA FREUD
• Na década de 1920, os psicanalistas estavam dando os primeiros passos na observação do
comportamento infantil. Nesse mesmo ano, em dezembro de 1920, a gripe espanhola chegou a
casa da família Freud, levando sua filha mais velha Sophie à morte. Anna abandona então a sua
carreira no magistério para se dedicar dali paraCfrente a sua formação analítica

• No ano de 1927, Anna Freud publica Introdução à Técnica da Análise da Criança e, nesse
momento, inicia uma oposição a Melanie Klein, da Escola Inglesa, acreditando que a terapia de
crianças deve ser mantida dentro de uma dinâmica pedagógica.
• Em 1936 publica seu trabalho mais notável; O Ego e os Mecanismos de defesa.
ANNA FREUD
• Em Londres, Anna Freud funda uma instituição infantil, o Hampstead War Nursery, juntamente
com Dorothy Burlingham e ali se dedicam a atender as crianças, em um grande número, órfãs da
guerra.

C livros embasadas em seus trabalhos em


• Anna Freud e Doroty Burlingham, escrevem três
berçarios: “Jovens em tempo de guerra” (1942); “Crianças sem família (1943) e “Guerra e
Crianças” (1943).
• “Foi pioneira no diagnóstico do desenvolvimento da criança sob estresse, que acarreta distúrbios
mentais. Anna visava adaptar a criança à realidade, mas não necessariamente como uma
revelação do conflito inconsciente. Trabalhava junto aos pais e acreditava que a terapia devia ter
uma influência educacional positiva na criança
TEORIA DO SINTOMA

• Anna desenvolve sua teoria para práticas que privilegiam o sintoma e a adaptação ao social, ou
seja, desconsiderando a referência à dimensão pulsional presente nele.
• No entanto, em referência à segunda tópica freudiana, Anna Freud depara-se com o problema da
pulsão de morte. A partir daí, houve um verdadeiro impasse em sua clínica: como introduzir a
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questão da pulsão de morte em uma perspectiva educativa?
• Ela então introduz o termo agressão porém sem entrar no campo da pulsão de morte

• O sintoma, então, é resultado de uma defesa quando o eu se vê confrontado por uma exigência
pulsional particular (Freud, A., 1946/1986).
A PRATICA CLÍNICA DE ANNA FREUD

• O que podemos destacar na prática clínica de Anna Freud, sobretudo, é que a perspectiva
centrada no desenvolvimento da criança não permite reconhecer em cada uma delas uma
particularidade
• Vai priorizar etapas do desenvolvimento estabelecendo normalidade e anormalidade no
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crescimento da criança
• A direção dada por Anna Freud por meio do interesse pedagógico do tratamento vai “se orientar
em direção a um reforço do eu ao preço de um fechamento da verdade particular do desejo do
sujeito” (AMP, 1996: 158)3.
• No caso do sintoma, a supressão dele, visto que não está em conformidade com o social,
permitiria a resolução do conflito
A PRATICA CLÍNICA DE ANNA FREUD
• “A tarefa do analista é, antes de tudo, proceder ao reconhecimento dos mecanismos de defesa. Quando
cumpri-la, realizará uma boa parte da tarefa de análise do ego. Sua tarefa seguinte é desfazer o que tiver sido
feito pela defesa, isto é, descobrir e repor em seu lugar o que foi omitido por meio do recalcamento, corrigir os
deslocamentos e devolver ao seu verdadeiro contexto o que tiver sido isolado. Assim que tiver restabelecido as
C da análise do ego para a do id.
ligações cortadas, dirige a sua atenção, uma vez mais,

• Como afirma Corso (1998), ela acredita que o sujeito pode se reestruturar, mesmo no tempo da infância, por
meio da liberação dos impulsos que foram recalcados e da posterior colocação destes sob a égide educativa
do ideal da analista. Interessava, nessa perspectiva clínica, a domesticação das pulsões, de forma a colocar
diques para que elas não transbordassem. O ego e o consciente são protagonistas da vida do infante e a
situação externa e o nível de realidade são de fundamental importância na clínica de Anna Freud e seus
seguidores (Priszkulnik,1995).
Teoria do EGO

• Para os teóricos da psicologia do ego, todo conhecimento depende, em última instância, do ego. É
ele que detém as chaves para proceder à correta leitura da realidade objetiva, requisito prévio
necessário de toda “adaptação afortunada”.
• A tese central defendida por Hartmann e seus seguidores, é de ser o organismo capaz de
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estabelecer complexas e dinâmicas relações de adaptação ao ambiente.
• O ego é tomado como uma espécie de órgão executivo central da personalidade, caracterizado
por um número mais ou menos exaustivo de funções supostas autônomas, primárias e
secundárias – aparatos utilitários encarregados de domar progressivamente os “impulsos
instintuais” e em obediência aos princípios adaptativos. Com isso objetivou-se “[...] fazer da
psicanálise a base de uma teoria geral da personalidade” (LOEWENSTEIN, 1981, p. 524)
Teoria do EGO

• O ego deve fortalecer-se, tornando-se independente do id e passando a dominá-lo e governá-lo.


“Ego forte” e “esfera do ego livre de conflito” figuram entre os conceitos fundamentais sustentados
pelos teóricos da psicologia do ego

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• O ego é o arcabouço de “aparatos” e “funções” bem definidas, cuja missão básica é “domesticar” e
“subjugar” os impulsos do id, colocando-se como senhor soberano da “personalidade total”
Teoria do EGO
• Na práxis psicanalítica eticamente orientada, não se trata de “orientação de consciência”: como
nos adverte Lacan (1998, p. 602), ela não é exercida com vistas a promover a adaptação do
indivíduo à realidade social, mas a lhe mostrar que está por demais adaptado a ela.
• Sem nunca terem compreendido o manejo ético da transferência proposto por Freud na direção do
tratamento, os psicólogos do ego negaram a intenção freudiana, “[...] que nunca é a de
Csempre a confrontação do sujeito com a verdade
conformidade às normas sociais ou morais, mas
de seu desejo” (JURANVILLE, 1987, p. 28)
• “Por mais que o analista possa ficar tentado a transformar-se em professor, modelo e ideal para as
outras pessoas, e criar homens a sua própria imagem e semelhança, não deve esquecer que esta
não é a sua tarefa no relacionamento analítico” (FREUD, 1980/1940, p. 202). Entretanto, para a
psicologia do ego, o fim ideal de análise é aquele que culmina na identificação do paciente com o
analista.
Teoria do EGO
• Dessas teorias derivam diversas técnicas como o atendimento breve e focal desenvolvido por
Hector Fiorini, que visa focar no sintoma e eliminá-lo de maneira breve.

• Para a psicanálise, o sintoma é expressão do ordenamento subjetivo singular de um sujeito; como


tal, está posto na cadeia do desejo inconsciente, não se constituindo num “foco problemático”. O
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termo analisando, na sua forma em gerúndio, indica que a análise é um processo cujo final e os
objetivos não podem ser antecipados. Assinala, portanto, um processo cujo alcance se saberá a
posteriori. Ocasião para lembrarmos que toda antecipação, com a idealização que ela comporta,
pertence ao registro do imaginário.
Teoria do EGO
• Lógica cartesiana: Penso, logo existo (Descartes)
• Freud: Primeiro, o pensamento não tem sua sede na consciência, há uma ruptura tópica entre o
ser e o pensar; segundo, eles não se situam no mesmo lugar. O sujeito não pode refletir-se,
apreender-se a si próprio no momento em que pensa. Há, separando-os, uma não-convergência
tópica. Assim: “penso onde não existo, portanto existo onde não penso” (LACAN, 1978a, p. 248).
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• O inconsciente é puro pensamento, sem que nele intervenha nenhuma entidade egóica, “[...] o
inconsciente se define simplesmente por ser um pensamento sem sujeito”, como pura dinâmica
relacional, não pressupõe a presença de nenhum eu “substância pensante” (POMMIER, 1990, p.
41).
Teoria do EGO
• Com Freud, temos uma técnica que consiste no reconhecimento pelo sujeito da singularidade
do desejo que o move justamente por habitá-lo.
• Com a psicologia do ego, em contrapartida, temos um arsenal técnico voltado a promover uma
alienação do sujeito ao imaginário social dominante, determinando deste modo fenômenos e
processos específicos de “servidão mental”.
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• A afirmação segundo a qual “a missão básica do homem é adaptar-se a estrutura social”, e de
que “a submissão social é uma forma especial de adaptação ao ambiente e implica o conceito de
adaptação” (HARTMANN, 1962, p. 47), só pode assentar-se numa perspectiva técnica calcada na
identificação do paciente ao analista, como modelo padrão de indivíduo bem adaptado, e no uso
abusivo do laço transferencial para os fins da sugestão e, conseqüentemente, para a servidão.
Teoria do EGO
• Com Freud, temos uma técnica que consiste no reconhecimento pelo sujeito da singularidade
do desejo que o move justamente por habitá-lo.
• Com a psicologia do ego, em contrapartida, temos um arsenal técnico voltado a promover uma
alienação do sujeito ao imaginário social dominante, determinando deste modo fenômenos e
processos específicos de “servidão mental”.
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• A afirmação segundo a qual “a missão básica do homem é adaptar-se a estrutura social”, e de
que “a submissão social é uma forma especial de adaptação ao ambiente e implica o conceito de
adaptação” (HARTMANN, 1962, p. 47), só pode assentar-se numa perspectiva técnica calcada na
identificação do paciente ao analista, como modelo padrão de indivíduo bem adaptado, e no uso
abusivo do laço transferencial para os fins da sugestão e, conseqüentemente, para a servidão.
DANIELLE VIEIRA

PSICÓLOGA E PSICANALISTA

contato@daniellevieira.com.br
C
Instagram: @danielle_vieira

www.daniellevieira.com.br

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