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Questões climáticas do Ártico

O Ártico poderá ficar sem gelo a partir da próxima década, bem antes do previsto, segundo estudos
científicos postados nessa terça-feira.

"Os resultados mostram que o primeiro mês de setembro sem gelo poderá ocorrer nos anos 2030-
2050, seja qual for o cenário de emissões", explicam esses cientistas na revista Nature
Communications.

O oceano Ártico representa uma superfície de aproximadamente 14 milhões de km² e na maior parte
do ano fica coberta de gelo. Setembro é o mês em que a superfície de gelo diminui ao máximo.

Os cientistas dizem que o desaparecimento do gelo pode ser atribuído essencialmente às emissões de
gases de efeito estufa, já que os outros fatores como aerossóis, atividade solar e vulcânica são fúteis.

Essa transformação do Ártico é baseada na pesquisa de 147 especialistas de 11 nações diferentes e


fornece uma perspectiva importante da mudança na região e o impacto que ela tem no meio
ambiente.

Foi revelado que em 2022 em setembro, as temperaturas anuais no Ártico foram a sexta mais quente
desde 1900, as temperaturas do ar ficaram mais quentes seguindo uma tendência de décadas.

A cobertura e extensão de gelo na região ficou mais alta que em muitos anos recentemente, mas mais
baixa que a média ao longo prazo. Mas ficaram ainda mais baixo do que era nos anos 80 e 90, com o
antigo gelo sendo extremamente raro.

As águas abertas se desenvolveram facilitando o acesso de embarcações turísticas e de pesquisa de


classe polar.

“Ficamos surpresos ao descobrir que um Ártico sem gelo estará lá no verão, independentemente de
nosso esforço para reduzir as emissões, o que não era esperado”, disse Seung-Ki Min, principal autor
do estudo e professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, na Coreia do Sul, à CNN.

Um Ártico sem gelo no verão pode causar efeitos catastróficos em todo o planeta. O gelo branco
brilhante reflete a energia solar de volta para o espaço. Quando ele derrete, ele expõe o oceano, que
absorve mais calor, causando aquecimento adicional, um processo de retroalimentação chamado
“amplificação do Ártico”.

Isso também pode afetar o clima global, que estende muito além do Ártico, e pode levar um aumento
no transporte marítimo comercial à medida que novas rotas se abrem , o que teria um efeito indireto.
Um aumento no tráfego marítimo levaria a mais emissões e poluição na região.

Segundo Min, o Ártico está prestes a ficar "gravemente doente" e que essa região atingiu um "ponto
de não retorno". Sem o gelo que protege o Ártico, a condição irá de mal a pior rapidamente.
Pedro Lucas
Data: 02/08/2023
Fontes:
- https://umsoplaneta.globo.com/clima/noticia/2023/06/14/artico-pode-

ficar-sem-gelo-durante-o-verao-ate-a-decada-de-2030-alerta-estudo.ghtml

- https://news.un.org/pt/story/2022/12/1807232
- https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/06/oceano-artico-podera-
ficar-sem-gelo-no-verao-na-proxima-decada.shtml

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