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CAXIAS DO SUL
2012
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CAXIAS DO SUL
2012
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me conceder o direito a vida e conduzir meus
passos para superar as adversidades, permitindo obter conquistas acadêmicas e profissionais.
De forma especial agradeço aos meus pais, Vilson Inácio Nunes dos Santos e Cândida Rosa
Crochi, pelos ensinamentos sobre dignidade, honestidade e princípios, transmitidos
principalmente por meio do exemplo de vida.
Ao meu marido, Daniel Vieczorek, pelo amor, carinho, companheirismo e dedicação.
A minha grande amiga e irmã Simoní Crochi e a todos meus familiares pela compreensão da
ausência em alguns momentos. Aos meus professores por todo conhecimento transmitido e a
empresa que proporcionou a realização deste estudo.
5
RESUMO
ABSTRACT
In the current economic scenario, the companies need to employ alternatives in order to
improve your results, for this one of the identified opportunities to improve the profitability of
organizations is cost management. In this context, this paper proposes a method of evaluation
system of the Units of Production Effort (UEPs) adopted in a refrigeration unit, by using
Advancce Management System (EMS). During the study it was noticed the applicability of
the methodology suggested by the literature about the subject, which refers to the existence of
indicators accurate and efficient management of all processes to add value to the organization.
The method of UEPs establishes a single unit of measurement that represents the effort
required to transform the raw material into final product, allowing to determine the costs of
preparation of each item manufactured. Thus, the amount of UEPs produced in a given period
proves to be consistent as an indicator of the progress of production. About the procedures
research characterized as a participant, with case study applied and qualitative data analysis,
presenting the peculiarities observed during the process and the end result reached by to study
the performance indicators, yielding 98,30% of efficiency, 91,95% of effectiveness and yield
of 40,95% UEps/h. Thus, the production capacity was discovered showing the differences
between the production process in order to review the method in use by the company and
propose the use of SGA as software for determining the comparative calculation of the UEP,
allowing reliable determination of the costs of transformation.
Keywords: Strategic Cost Management. Effort Production Units. Operating Costs. Food
Industry.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TRABALHO .................................... 14
1.2 JUSTIFICATIVA DO ESTÁGIO ................................................................................. 16
1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................. 17
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 17
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 17
1.4 PERFIL DA EMPRESA E AMBIENTE DE ESTÁGIO .............................................. 17
1.5 ABORDAGEM E LIMITAÇÕES DE TRABALHO ..................................................... 20
5 CONCLUSÃO............................................................................................................ 106
1 INTRODUÇÃO
Perante esta situação, os sistemas de custeio ganham destaque nas organizações, pois
auxiliam no processo de tomada de decisões estratégicas permitindo as empresas
aperfeiçoarem o posicionamento com relação ao mercado onde estão inseridas e, por
conseguinte avaliar as estruturas operacionais que possuem.
Conforme Megliorini (2007), de forma geral o custo é resultado da combinação de
variáveis tanto internas (modo de operar) quanto externas (nível de demanda e preço dos
insumos). Para Molin (2008), custo é o gasto relativo aplicado direta ou indiretamente a bem
ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Devido à importância deste
assunto é necessário que as informações relativas ao controle de custos, de qualquer
organização, sejam acuradas o suficiente para subsidiar o planejamento e administração por
meio dos métodos de custeio que integram os sistemas de gestão. De acordo com Basso,
Loureiro e Kimura (2006), a indústria de alimentos, por constituir-se em um importante setor
da economia brasileira e acarretar competitividade dentro do processo de desenvolvimento do
país está inserida neste contexto.
Segundo dados estatísticos da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores
de Frangos (ABEF) este setor obteve um crescimento de 3,22% em 2011 nas exportações
mediante o adequado aproveitamento das oportunidades de mercado. Conforme dados da
Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC) com relação às exportações brasileiras, a carne de frango, por
exemplo, em janeiro de 2012 superou a marca de 300 mil toneladas embarcadas.
Com base neste contexto e devido a importância da indústria alimentícia, surgiu a
proposta de avaliação do sistema de UEP em uma empresa do ramo de alimentos. O
diferencial deste método de custeio consiste em englobar conceitos de engenharia de
produção analisando os custos globais da empresa em um nível detalhado, visando a melhoria
dos processos produtivos, eliminação de desperdícios e oportunidades de redução de custos, o
que possibilita tomar decisões e elaborar estratégias baseadas em informações confiáveis, uma
vez que fornece indicadores de produtividade, eficiência e eficácia.
O presente trabalho desenvolveu-se em uma indústria de alimentos situada na serra
gaúcha que possui 50 anos de experiência no varejo brasileiro. A ampliação dos negócios e os
investimentos realizados em processos de produção elevaram a marca da mesma a sinônimo
de qualidade no processamento de carnes de aves e suínos.
Este relatório de estágio foi dividido em quatro partes, onde na primeira apresenta-se
a introdução e contextualização do tema em estudo, juntamente com a justificativa, os
objetivos, o perfil da empresa e o ambiente de estágio. A etapa seguinte apresenta a
16
Desta forma, partindo-se do pressuposto que o método de UEP atua como uma
medida para a produção diversificada pretendeu-se, por meio de análise detalhada, mostrar as
prováveis distorções relacionadas a custos industriais e de produtos, fornecendo aos dirigentes
da produção um instrumento para mensurar capacidades, produtividade, rendimento,
eficiência e eficácia, permitindo confiabilidade nos resultados.
1.3 OBJETIVOS
fábrica são apoiadas pelo departamento de UEP por meio de um representante em cada planta
industrial.
O frigorífico onde desenvolveu-se o estágio está situado na serra gaúcha, possui uma
área de 31.500 m² sendo construídas 14.282 m² e conta com 1457 funcionários que trabalham
20
em dois turnos. Este trabalho foi realizado com auxílio do responsável pelo controle do
sistema de UEP desta unidade. Esta fábrica é considerada importante para o grupo, pois abate
140 mil aves por dia e possui as certificações British Retail Consortium (BRC)1 e Hazard
Analysis and Critical Control Point (HACCP)2 que a tornam referência na qualidade de
produtos, fazendo com que 90% do mix seja destinado para exportação.
1
Esta certificação corresponde ao atendimento do mais alto nível de qualidade de processos e produtos conferida
as empresas fornecedoras de alimentos que atendem aos rígidos padrões de qualidade definidos pelo grupo
supermercadista europeu BRC. Fonte: Banco de dados da empresa (2012)
2
A certificação também é conhecida por Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), que
consiste em um sistema preventivo, sendo uma valiosa ferramenta de gerenciamento do processo, cuja finalidade
é garantir alimentos seguros e de qualidade. É conferido e validado pelo Ministério da Agricultura e
Abastecimento brasileiro e recomendado por organismos internacionais como: Organização Mundial do
Comércio (OMC), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização
Mundial de Saúde (OMS), MERCOSUL, sendo exigido pela Comunidade Europeia e Estados Unidos. Fonte:
Banco de dados da empresa (2012)
21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 INTRODUÇÃO
- Fixos
Variabilidade
- Variáveis
- Diretos
Facilidade de alocação
- Indiretos
- Relevantes
Tomada de Decisões
- Não Relevantes
Para uma eficiente gestão de custos, torna-se necessário conhecer os conceitos a fim
de atender às finalidades para as quais são apurados. Desta forma, procurou-se apresentar a
seguir de forma sucinta as definições para cada classificação sob a ótica de alguns autores.
Bornia (2010) menciona que os custos podem ser divididos em relevantes ou não
relevantes considerando-se a importância dos mesmos para uma determinada tomada de
decisão. Deste modo, para o autor, os custos relevantes são aqueles que alteram-se em função
da escolha adotada e os não relevantes independem desta disposição.
Por exemplo, a empresa pensa em terceirizar um componente que produz, neste caso
precisa avaliar o custo de matéria-prima, a mão de obra direta, os custos fixos, o custo do item
e o preço de compra. Nesta situação, o valor de matéria-prima e a mão de obra direta são
3
Esse assunto será visto no item 2.5.2.
25
relevantes, pois serão eliminados caso a indústria opte por não produzir. Entretanto, os custos
fixos são considerados não relevantes, uma vez que continuam a existir se a terceirização for
concretizada.
Sistema de custeio é a forma de registrar os custos que pode dar-se por custo
histórico4 ou custo padrão5 e ser utilizado com qualquer sistema de acumulação de custos e
também com distintos métodos de custeio (CREPALDI, 2010).
Um sistema de custeio segundo Wernke (2008) deve ser capaz de mensurar e alocar
os custos aos produtos de forma apropriada, para que exista sintonia entre os dados gerados e
as necessidades informativas dos gestores e também para que sejam obtidos resultados.
Bornia (2010) assegura que os sistemas de custos devem ser analisados sob dois
aspectos onde o primeiro envolve um princípio que está diretamente relacionado com o
sistema norteando o tratamento das informações e o segundo corresponde a um método o qual
viabiliza a operacionalização desse princípio.
4
Custo histórico incorpora todos fenômenos ocorridos na produção e deve ser utilizado apenas para dar uma
ideia de quanto custou determinado produto (CREPALDI, 2010).
5
Este termo será abordado no item 2.6.
27
torna-se um ponto crucial na apuração dos resultados, sendo necessário o conhecimento dos
principais métodos para compreensão.
Bornia (2010) determina que no Método de Custeio Variável ou Direto, relacionam-
se apenas os custos variáveis aos produtos e os custos fixos devem ser considerados como
custos do período, uma vez que essa técnica está vinculada com a utilização de custos para o
apoio a decisões de curto prazo. Segundo Bertó e Beulke (2005) o método é voltado à
competitividade sendo adequado para empresas que encontram-se nesta condição de
comportamento, tem como vantagem permitir flexibilidade facilitando a estratégia de preços,
entretanto não é um custeio aceito pela legislação na avaliação de estoques no país.
Pelas definições de Bertó e Beulke (2005) no Método de Custeio Integral ou por
Absorção tanto os custos e despesas diretas (fixas e variáveis) como os custos e despesas
indiretas (fixas e variáveis) são apropriados aos produtos. De outra forma Bornia (2010),
separa o método em duas classificações: custeio por absorção integral ou total (a totalidade
dos custos é distribuída aos produtos) e custeio por absorção ideal (alocam-se todos os custos
aos produtos, com exceção daqueles relacionados aos desperdícios de insumos). Para Wernke
(2008) o benefício da ferramenta deve-se ao fato dela ser aceita pela legislação brasileira
sendo utilizada para finalidades contábeis; a desvantagem consiste no uso de rateios para
distribuição dos custos entre os departamentos e/ou produtos, podendo distorcer os resultados
dos produtos, prejudicando alguns e favorecendo outros.
Conforme Crepaldi (2010), o Custo Padrão ou custo standard é determinado a priori
como sendo o custo normal de um produto baseado em padrões técnicos de produção, os
quais são definidos por meio da quantificação do consumo dos materiais. Desta forma
apresenta utilidade na contabilidade de custos e é adotado para fins gerenciais. Bornia (2010)
afirma que o procedimento do custo padrão auxilia na fixação dos padrões de
comportamentos almejados bem como na determinação e discriminação das diferenças
constatadas. Para Crepaldi (2010) o aspecto negativo do custeio padrão refere-se a
necessidade de revisão dos padrões técnicos de produção quando ocorrerem mudanças no
processo produtivo.
Cogan (2000) define que o Activity Based Costing (ABC) procura atribuir aos
produtos individuais, além das despesas diretas que incidem em cada produto, a parcela de
despesas indiretas consumida por cada um deles. Bornia (2010) menciona que esta forma de
custeio parte da premissa de que atividades geram custos. Padoveze (2003) afirma que o
ponto central deste método fundamenta-se no conceito de atividade, onde a vantagem é
permitir a apuração dos custos de maneira precisa, auxiliando no processo de controle de
28
custos por atividade6. Para Crepaldi (2010), uma desvantagem deste sistema deve-se ao alto
custo na implantação, necessitando de elevado nível de controle interno e constante revisão.
De acordo com Wernke, Mendes e Lembeck (2009) o Time-Driven Activity-Based
Costing (TDABC) é originário da ferramenta ABC. Na concepção do TDABC o tempo passa
a ocupar o posto de principal direcionador a ser utilizado para alocar os custos às atividades
executadas pela companhia. Campos e Figueirêdo (2009) afirmam que o TDABC preconiza
que os gestores estimem os recursos exigidos para cada transação, produto ou cliente, ao invés
de alocar os custos de recursos primeiro para atividades e, a seguir, para produtos ou clientes.
Os mesmos autores mencionam que a metodologia proporciona alguns benefícios tais como,
maior nível de simplificação, possibilidade de capturar as complexidades das operações e
incorporação explícita da capacidade de recursos, com destaque da capacidade não utilizada,
propiciando o gerenciamento. Souza et al. (2010) apontam como desvantagem que esta
metodologia é de aplicação complexa em empresas de produção por encomenda, notadamente
aquelas cujos produtos dificilmente são repetidos.
Segundo Bornia (2010) a departamentalização centros de custos, método das seções
homogêneas ou Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit (RKW)7 trabalha apenas com os
custos indiretos, não sendo apropriado para os custos relacionados a matéria-prima, tendo
como principal característica a divisão da organização em centros de custos8. Crepaldi (2010)
define centro de custo como a unidade mínima de acumulação de custos, sendo um artifício
utilizado pela contabilidade quando deseja-se acumular custos de formas diferentes de como é
feita a departamentalização da empresa, desta forma podem existir diversos centros de custos
dentro de um mesmo departamento. Bornia (2010) afirma que para o centro de custo direto
consegue-se uma boa alocação dos custos aos produtos, porém quando é indireto torna-se
complexa a apropriação dos mesmos, sendo lógico relacionar os custos com outros centros do
que diretamente com os produtos.
6
Atividade é o menor segmento de responsabilidade, dentro da empresa, que gera um produto ou serviço e
consome recursos para a execução da atividade necessária à geração desses produtos ou serviços (PADOVEZE,
2003).
7
A abreviação de Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit significa Instituto Real para a Economia, criado após
a Primeira Guerra Mundial, que serviu como base para um Decreto do governo alemão, em 1937, onde obrigava
as empresas do país a utilizarem um plano de contas e método de alocação de custos padronizado (BORNIA,
2010).
8
Os centros de custos são determinados considerando-se alguns aspectos da empresa, tais como: o organograma,
a localização, as responsabilidades e as seções compostas por máquinas com capacidades semelhantes
(BORNIA, 2010).
29
Segundo Diniz, Dieng e Macedo (2004) existem empresas que não possuem
dificuldades em expressar os custos da própria produção, pois são consideradas de fabricação
única e conseguem medir os gastos com uma unidade de medida do único produto.
Entretanto, no caso das indústrias com mix amplo, a mensuração torna-se difícil e onerosa,
tendo em vista que a produção de peças diversas resulta de processo e materiais também
variados. Com a utilização do método da Unidade de Esforço de Produção, a empresa pode
mensurar produções diversificadas por meio de uma determinada unidade e obter todos os
custos e controles numéricos básicos.
1958, o método não teve continuidade, embora sua esposa Suzanne Perrin tivesse continuado
as atividades da empresa de consultoria La Méthode criada por Georges Perrin.
Segundo Bornia (2010) após o falecimento de Perrin, a metodologia do GP caiu no
esquecimento na França. Um discípulo de Perrin, o engenheiro italiano Franz Allora,
modificou o método denominado GP, criando o que designou como método Unidade de
Medida da Produção (UP) ou método da UEP.
No início da década de 1960, Allora trouxe o método UP para o Brasil onde
trabalhou como gerente e diretor de multinacionais. Em 1975, após a aposentadoria, criou
uma empresa de consultoria e a partir de 1978 Allora passou a aplicar e desenvolver esta
técnica de medição da produção, o que ocasionou a criação de um novo conceito, que não
serviria apenas para cálculo dos custos industriais, mas também como uma unidade para
controlar o processo produtivo de uma empresa (ALLORA; OLIVEIRA, 2010).
A implementação da UEP inicialmente ocorreu em empresas das regiões de
Blumenau e Joinville, ambas localizadas no estado de Santa Catarina, chegando a implantá-lo
em cerca de 30 empresas daquele estado. A partir de meados da década de 1980 uma equipe
de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) incumbiu-se de estudar,
divulgar e aprimorá-lo, sendo desta forma, exposto por meio de trabalhos científicos e
congressos na UFSC e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) (BORNIA,
2010).
De acordo com Allora e Oliveira (2010), atualmente o método UEP tornou-se
conhecido principalmente nas empresas da Região Sul do país e encontra-se como matéria de
currículo em universidades no Brasil, sendo implantado em mais de 100 empresas.
Bornia (2010) destaca que a UEP trabalha apenas com os custos de transformação.
Os custos de matéria-prima não são analisados por este método, devendo ser tratados
separadamente. A técnica utilizada pela UEP baseia-se na unificação da produção para
simplificar o processo de controle de gestão, onde a mensuração do desempenho da empresa
ocorre por meio de custos e medidas físicas de eficiência, eficácia e produtividade.
Wernke (2008) contextualiza que a unificação da produção no método UEP advém
do conceito teórico de esforço de produção. Os esforços de produção constituem todo esforço
utilizado para transformar a matéria-prima no produto final. Dessa maneira, a mão de obra
(direta e indireta), a energia elétrica utilizada na produção, a manutenção do equipamento, o
31
Desta forma, o método de custeio UEP tem como objetivo transformar uma empresa
multiprodutora em monoprodutora por meio da utilização de uma unidade de medida padrão
32
De acordo com Bornia (2010), o método da UEP trabalha com as relações entre os
potenciais produtivos, onde para determiná-los são empregadas informações de custos. Em
9
A rigor, não é obrigatório usar o tempo como unidade de capacidade do posto operativo, entretanto não se
conhece caso de outra unidade que não o tempo. Além disso, a utilização de diferentes unidades em dois ou mais
setores traria algumas desvantagens de ordem operacional (BORNIA, 2010).
33
cada posto operativo, são separados índices de custos por hora englobando todos os itens
relevantes, obtendo-se um custo-horário10.
Quanto a concepção teórica do posto operativo, no método UEP
Desta forma é obtido um índice de custos para cada posto operativo, o qual
representa os custos incorridos no funcionamento típico. O termo utilizado para referir-se a
tais índices é o foto-índice do posto operativo (BORNIA, 2010).
Segundo Cambruzzi, Balen e Morozini (2009), a noção do esforço de produção está
associada aos esforços indispensáveis para a fabricação dos produtos a qual apresenta uma
característica que lhe confere força, a homogeneidade, permitindo afirmar que independente
dos produtos fabricados os respectivos processos de fabricação, a produção dos mesmos
necessita de esforços de produção de igual natureza, embora de diferente intensidade.
Para Allora e Oliveira (2010), os principais itens de custo de transformação
(esforços) a serem considerados para o cálculo dos foto-índices dos postos operativos são os
seguintes:
a) mão de obra direta: valor do salário puro sem repouso remunerado, mas contendo
os adicionais de periculosidade, insalubridade e noturno, quando houver;
b) supervisão: supervisores atribuídos às operações conforme o grau de atenção
despendido durante o processo de fabricação;
c) encargos sociais: são todos os encargos sociais de lei que a empresa paga para
cada unidade monetária de salário pago, acrescidos dos benefícios concedidos
pela mesma para cada funcionário, ex.: auxílio dentário, médico, alimentação,
educacional;
d) amortizações técnicas: o cálculo deve ser baseado em valores reais dos
equipamentos e as vidas úteis verdadeiras, para estabelecer da melhor forma as
relações no que refere-se aos valores dos equipamentos;
10
Normalmente, são utilizados os itens: mão de obra direta, mão de obra indireta, depreciação, manutenção,
materiais de consumo, energia elétrica e utilidades (BORNIA, 2010).
34
Para Bornia (2010), a estruturação do método da UEP pode ser dividida em duas
fases macro: implementação e operacionalização. Morgado (2003) esboça a divisão das etapas
de acordo com a Figura 3, onde na primeira etapa realiza-se a análise da estrutura produtiva,
juntamente com a definição dos postos operativos e dos foto-índices, escolha do produto base
e cálculos do potencial produtivo e dos equivalentes dos produtos. Na segunda etapa é feita a
mensuração da quantidade produzida, bem como cálculo dos custos de transformação e as
medidas de desempenho.
operações realizadas nos produtos sejam diferentes. Da mesma forma, um posto operativo
pode englobar duas ou mais máquinas, se as operações dos produtos forem homogêneas.
Wernke (2008) menciona que a seleção do item deve incidir sobre o produto que
melhor representar a estrutura de produção da fábrica, podendo ser um que passe pelo maior
número de postos operativos ou que percorra os postos mais importantes.
Quanto ao produto base,
Para Bornia (2010), o produto base escolhido serve para amenizar as variações
individuais dos potenciais produtos sem afetar as variações ocorridas nas relações entre os
potenciais dos postos.
Nesta etapa realiza-se o cálculo dos equivalentes dos produtos em UEP, ou seja, o
valor em UEP de cada produto. Os produtos absorvem esforços de produção conforme o
tempo de passagem deste mesmo item nos postos operativos. A equivalência dos produtos em
UEP é obtida multiplicando-se o potencial produtivo do posto pelo tempo de passagem do
produto nesse posto. Em seguida soma-se o total das UEP obtida anteriormente em cada posto
operativo para cada produto (WERNKE, 2008).
O somatório dos esforços absorvidos pelo produto em todos os postos operativos
representa o equivalente em UEP. Adotando-se este procedimento para todos os itens da
empresa, obtêm-se todas as informações referentes à etapa de implementação do método
(BORNIA, 2010).
Além das vantagens o método da UEP, segundo Bornia (2010) apresenta também
deficiências, entre elas:
a) dificuldade no tratamento dos desperdícios, pois o método não fornece a parcela
dos custos devida a perdas. O principal empecilho para a separação dos
desperdícios é a definição de posto operativo, onde apenas atividades produtivas
são consideradas. Não são detalhadas as operações auxiliares, todas elas
consideradas perdas, sendo os custos e as perdas atribuídas aos postos operativos,
perdendo-se a noção desses desperdícios;
b) não identificação das melhorias, uma vez que se os processos e/ou produtos forem
racionalizados, por meio de modificações ou mesmo eliminação de operações
elementares e/ou improdutivas, os parâmetros do método devem ser revistos, pois
o método não identifica este tipo de melhoria. Assim, um ambiente de melhoria
contínua, que caracteriza as empresas modernas, obrigará a realização de revisões
periódicas nos cálculos do método, tornando-o inviável;
c) deficiência na análise das despesas estruturais, já que o método trabalha com a
transformação dos produtos, as despesas de estrutura não são atacadas. Este
descaso para com despesas é uma falha do método da UEP, porque estas despesas
estão presentes e uma análise minuciosa torna-se importante para a compreensão e
racionalização das mesmas, no processo de combate às perdas e ao trabalho
adicional.
41
Allora e Oliveira (2010) mencionam outras aplicações para a UEP as quais são
relacionadas a seguir:
a) benchmarking interno dos processos de fabricação por meio da comparação dos
processos e produtos usando uma unidade de medida padronizada, comparável e
não monetária;
b) análise de rentabilidade adotando o conceito tradicional de Margem de
Contribuição, no entanto também considerando o esforço necessário para produzir
o produto, criando-se desta forma o conceito de Contribuição x Esforço;
c) análise de investimentos utilizando a ferramenta UEP para cálculos de retorno de
investimento na substituição de equipamentos, ajustes de Layout, compra de
acessórios específicos, ou seja, com foco no processo produtivo;
d) custos nos transportes de cargas e passageiros (aéreos, terrestres e marítimos)
usando a tecnologia UEP aplicada a estes ramos de atividades;
e) avaliação dos tipos de custos agregados aos produtos no processo de fabricação,
como por exemplo, total de custos de máquinas, operações manuais, transportes
internos, checagem de qualidade, fiscalizações obrigatórias conforme a
necessidade e interesse da empresa;
f) uso do conceito de custos que agregam ou não valor ao produto no processo fabril
e a classificação segundo a influência na qualidade do item. Conceito este
desenvolvido pela tecnologia ABC e aplicável na medição do custo de fabricação.
3 PROPOSTA DE TRABALHO
3.1 INTRODUÇÃO
Como a UEP representa o somatório dos esforços absorvidos pelo produto em todos
os postos operativos, tornou-se necessário o entendimento do processo de fabricação,
descrevendo de forma sintética o que acontece em cada etapa, disponibilizando-se no final o
fluxograma geral de abate.
As aves são transportadas das granjas para o abatedouro em gaiolas plásticas com
capacidade média de oito frangos cada. Esta quantidade pode variar em função do peso, idade
e temperatura ambiente. Em dias quentes, por exemplo, recomenda-se colocar poucos frangos
nas gaiolas, pois estes, devido ao calor ficam agitados e podem sofrer contusões ou a morte
por asfixia. A Figura 4 apresenta como é o armazenamento dos animais no período em que
permanecem nas granjas antes do carregamento.
Ao chegarem, os caminhões são pesados, entregam a Guia de Transporte Animal
(GTA) e, para fins de fiscalização, as declarações dos criadores de carência de drogas
veterinárias. O peso médio de cada ave é calculado pela razão entre o peso total de frangos do
caminhão e o número de animais transportados. A Figura 5 demonstra como são dispostas as
gaiolas plásticas no caminhão.
44
temperatura e a consequente agitação do animal, o que pode levá-lo ao stress ou até mesmo à
morte.
Os frangos estressados apresentam um rápido declínio de acidez da carcaça no
período pós-mortem. Esta queda causa desnaturação das proteínas musculares levando a uma
alteração qualitativa do produto final. Na área de espera as aves devem permanecer por um
período mínimo de trinta minutos e máximo de três horas.
Após a área de espera, transportam-se as gaiolas plásticas com as aves para o abate,
onde são descarregadas em esteira rolante conforme a Figura 7 e levadas até o enganche
realizado manualmente em nória11 com capacidade de 10.000 aves/hora que pode ser
visualizado na Figura 8. Cada carga deve permanecer na plataforma apenas o tempo
necessário para que ocorra o descarregamento, permitindo fluxo ao processo.
Posteriormente ao esvaziamento das gaiolas, as mesmas são lavadas, desinfetadas em
máquinas apropriadas e recarregadas nos caminhões que também passam pelo mesmo
procedimento de higienização.
11
Nória é um equipamento de transporte, ao longo da linha de processamento da carcaça, na qual os animais
ficam dependurados a alturas variáveis, conforme as operações a serem feitas. Fonte: Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (2012).
46
3.2.4 Insensibilização
Este processo não tem por objetivo matar a ave apenas deixá-la atordoada, com a
finalidade de cessar a circulação, levando-a a um relaxamento muscular o que permite a
47
liberação do volume de sangue. Inconsciente o animal não sente dor e permanece imóvel
evitando que se debata causando contusões, principalmente nas asas.
A insensibilização ocorre por meio da condução de corrente elétrica alternada em
tanque onde a entrada de água é no sentido contrário a entrada das aves e os eletrodos, do
equipamento atordoador, estão em toda a extensão da cuba de insensibilização. As aves
permanecem com a cabeça imersa no banho de atordoamento por oito segundos e para que
ocorra a descarga elétrica é necessário que a cabeça de todos os animais receba um efetivo
contato com a água, conforme mostra a Figura 9.
3.2.5 Sangria
Os frangos ainda na nória recebem um corte mecânico na veia jugular realizado pelo
sangrador automático na linha após a insensibilização. Na sequência a nória transporta-os pelo
túnel de sangria demonstrado na Figura 10 durante um tempo de três minutos para total
escoamento do sangue.
O sangramento completo influencia na apresentação da carcaça, evitando que a
mesma não sofra problemas de contaminação, sabor desagradável na carne devido ao residual
de sangue e coloração avermelhada, pois caso isto ocorra será condenada para consumo pelo
Serviço de Inspeção Federal (SIF), sendo destinada para subprodutos12.
12
Os subprodutos são itens de interesse secundário que resultam do abate dos frangos, tais como vísceras,
sangue e pena. O processamento ocorre em fábricas que têm por função aproveitar os resíduos gerados das aves
em farinhas as quais formam a ração que é dada aos animais nos primeiros dias de vida. Fonte: Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2012).
48
3.2.6 Escaldagem
Figura 11 - Escaldadeira
Este procedimento é realizado por três depenadeiras com objetivo da retirada total
das penas. Os equipamentos são no formato de um túnel, onde no interior existem
engrenagens as quais são compostas por dentes de borracha, sendo que um lado da
engrenagem gira no sentido horário e o outro no anti-horário enquanto a ave passa pelo meio
destas instalações, demonstrada na Figura 12. A regulagem da depenadeira é conforme o
tamanho das aves, neste processo a carcaça deve ficar isenta de penas e rupturas na pele a fim
de não prejudicar a aparência visual da mesma. As penas retiradas caem sobre canaletas que
são enviadas aos subprodutos.
Após a depenagem as carcaças sofrem uma pré-inspeção do SIF onde retiram-se as
consideradas inadequadas para consumo, as quais são destinadas para subprodutos. As aves
classificadas como apropriadas para corte passam por um transferidor representado na Figura
13 que consiste em um sistema que muda o frango de uma nória para outra, isto é, do setor de
escalda para a evisceração, dando início a outro processo. Na sequência existem duas nórias
diferentes, onde uma é responsável pelo transporte dos pés e a outra por conduzir a carcaça
para a extração de fezes.
Figura 12 - Depenadeira
Figura 13 - Transferidor
Os frangos têm os pés cortados mecanicamente por meio de um disco afiado que gira
em torno do próprio eixo e executa o corte na articulação entre os pés e as coxas, conforme
exemplo demonstrado na Figura 14. Na sequência os pés são desenganchados da nória e caem
no tanque de escaldagem com temperatura de 47 ºC. Após, os pés passam por um
equipamento para retirada da pele amarela (cutícula), são classificados quanto à qualidade em
subproduto ou produto final e, destinados a tanques de resfriamento com temperatura de 4 ºC.
Por fim, embalados manualmente, selados e transportados por meio de esteiras para o túnel de
congelamento e expedição.
Neste processo as aves passam pelo extrator de fezes para retirada do material e
depois são encaminhadas para a área de evisceração automática onde são lavadas no chuveiro
de carcaças.
A retirada da cabeça realiza-se por meio da passagem das carcaças pelo disco de
corte mecânico o qual é regulado conforme a altura do frango. Após cortadas as cabeças são
destinadas aos subprodutos. O excesso da pele do pescoço é cortado automaticamente em
equipamento dotado de navalha e enviado também para subproduto. Em seguida, os animais
passam pelo chuveiro para limpeza.
A cloaca é uma porção não comestível da carcaça e deve ser extraída por meio de
uma broca que perfura a ave em torno da cloaca a qual é puxada para o exterior da carcaça por
vácuo. Esta operação expulsa uma pequena quantidade de excremento auxiliando na redução
de contaminação da carcaça por fezes. Após retirada, a cloaca é encaminhada para o setor de
subprodutos. Na Figura 15, pode-se verificar na ave a parte onde está localizada a cloaca.
Figura 15 - Cloaca
O corte abdominal tem início no orifício aberto para a extração da cloaca até o osso
do peito. É realizado por uma lâmina que apresenta uma altura controlada para que seja
evitada a perfuração das vísceras e contaminação da carcaça por fezes e/ou bílis 13 levando-a a
condenação pelo SIF e sendo destinada para subproduto.
3.2.13 Evisceração
13
A Bílis, bile ou suco biliar é um fluido produzido pelo fígado que se armazena na vesícula biliar, atuando na
digestão de gorduras e na absorção de substâncias nutritivas da dieta ao passarem pelo intestino. Fonte: Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2012).
53
seguida a moela que necessita passar pela retirada da pele amarela (Figura 16). Por fim, estes
itens são embalados manualmente, selados e despachados por meio de esteiras para o túnel de
congelamento e expedição. Importante ressaltar que cada um destes itens corresponde a um
produto final diferente.
14
O pré-chiller consiste em tanques de inox tipo rosca sem fim contendo água que servem para dar início ao
resfriamento, limpeza e reidratação da carcaça. Fonte: Sarcinelli et al. (2007).
54
iniciais de abate. Neste equipamento permanecem por trinta minutos na temperatura de 16 ºC,
com sistema de renovação constante de água em contracorrente.
3.2.18 Chiller
Figura 17 - Chiller
Após o resfriamento, a ave cai em calhas que são direcionadas a linha de pendura,
onde são colocadas na nória apenas por uma perna de acordo com a Figura 18, para que
ocorra o gotejamento que tem como finalidade eliminar o excesso d'água adquirida nas
operações anteriores de resfriamento. Ao final desta fase, a absorção de água na carcaça
submetida ao resfriamento por imersão, não deve ultrapassar a 8% do próprio peso com a
finalidade de atender a PORTARIA Nº 210 de 1998, fiscalizada pelo SIF local.
15
O chiller é similar ao pré-chiller, apenas permite a continuidade de resfriamento da carcaça no processo.
Fonte: Sarcinelli et al. (2007).
55
O pescoço é retirado por meio de corte automático e destinado para fazer a Carne
Mecanicamente Separada (CMS) em outro setor, transformando-se desta maneira em produto
final, sendo embalado, congelado e enviado para expedição.
Antes do primeiro corte as aves passam por um equipamento que abre as asas
facilitando o corte das mesmas. Nesta fase, as asas são separadas por corte automático e
enviadas por esteiras para uma máquina específica onde ocorre a separação da ponta da asa
56
das demais partes (coxinha e meio), ambas são embaladas manualmente, congeladas e
direcionadas para o setor de expedição como produto final. O restante da carcaça prossegue
pela linha automática.
A próxima etapa consiste na separação das coxas e/ou sobrecoxas que são
encaminhadas para mesas específicas conforme a programação da produção. Como os demais
itens citados, as coxas são embaladas, congeladas e enviadas para a expedição como produto
final.
Após realizados os cortes anteriores o que sobra na carcaça é peito com osso o qual é
direcionado para desossadoras automáticas separando-se o peito, o filezinho do peito e o
dorso. O peito sofre outra classificação por faixa de peso, podendo ser encaminhado
diretamente para embalagem e congelamento quando for natural. No entanto, quando for
temperado, ainda passa pela etapa de tumbleamento16, sendo posteriormente embalado,
congelado e enviado para expedição. Assim como o peito, o filezinho do peito sassami pode
passar pelas mesmas etapas citadas, pois também é classificado em natural e temperado. Já o
dorso é destinado para CMS em outro setor. Um outro item utilizado como produto é a pele
que é retirada do peito, a mesma também é embalada, congelada e destinada para expedição.
Todos os retalhos gerados durante o processo compõem a carne mecanicamente recuperada
(CMR) que é elaborada no mesmo setor da CMS, sendo posteriormente congelada e enviada
para expedição. A Figura 19 apresenta alguns cortes de frango mencionados anteriormente.
16
Tumbleamento é o processo no qual coloca-se a carne no interior de um tanque resfriado, de aço inoxidável,
montado sobre uma base giratória, que serve para agitar o conteúdo enquanto faz o movimento de rotação com
velocidade ajustável (KOMIYAMA, 2009).
57
3.2.24 Congelamento
Para produtos congelados as caixas são enviadas por meio de esteiras ao setor de
congelamento que ocorre pela passagem em túnel contínuo. Para absorver toda a produção
existem dois túneis com diferentes capacidades, o túnel 1 com espaço para acondicionar 7.056
caixas e o túnel 2 acomoda 6.720 caixas. Considerando produtos com caixas pesando 15 kg
isto representa para o primeiro túnel 13.230 kg/hora e para o segundo túnel 12.600 kg/hora, o
tempo médio de permanência das caixas em cada túnel é de 8 horas mantidas a temperatura de
-40 ºC.
Para produtos resfriados, como por exemplo, a CMS, apenas é necessário um
resfriamento, pois são utilizados como matéria-prima em outras plantas. Neste caso, a
refrigeração do item é feita em câmaras frias com temperatura em torno de 4ºC, por um
período de 12 horas.
Figura 20 - Túnel de congelamento
O fechamento das caixas ocorre de forma manual, pois as tampas são soldadas por
meio de máquinas específicas no setor de montagem de caixas. Após o fechamento, as caixas
percorrem por esteira até outro equipamento onde são plastificadas automaticamente com
filme plástico transparente e conduzidas por esteiras para a paletização.
3.2.26 Paletização
3.2.27 Expedição
Embalagem
(3.2.23)
Congelamento
(3.2.24)
Fechamento e
plastficação das
caixas
(3.2.25)
Paletização
(3.2.26)
Expedição
(3.2.27)
3.4 PROPOSTA
É importante ressaltar que com a proposta de avaliar o sistema de UEP foi possível
também revisar a medição de desempenho dos equipamentos utilizados no processo
produtivo, colaborando para a alocação de recursos e tomadas de decisões conforme a
variação nas necessidades de produção. O conhecimento da capacidade produtiva atual da
unidade é considerado necessário, pois esta planta além de fabricar produtos enviados
diretamente para clientes finais, também fornece matéria-prima para outras fábricas,
influenciando desta forma no mix de produção e programação de produção de outras unidades
do grupo.
processo para a criação de uma nova listagem dos postos operativos. Para isto torna-se
imprescindível que a fábrica esteja em funcionamento normal no momento da coleta das
informações. Desta forma o período para execução desta fase ocorreu no mês de setembro
2012 quando a unidade estava com as atividades reestabelecidas nos dois turnos.
Com a finalidade de efetuar um levantamento com acuracidade dos postos operativos
a planta foi dividida em áreas de acordo com os centros de custos produtivos, pois devem ser
respeitados os limites de cada uma das áreas. Nesta fase também definiu-se como seriam
tratadas as atividades manuais, se é preciso apenas uma atividade que engloba todas as que
são consideradas manuais ou se cada uma das atividades existentes necessita ser um posto
operativo específico.
Para esta parte do estudo foi necessário cuidado no levantamento dos postos
operativos formados por máquinas que possuem a mesma função, mas apresentam
características diferentes como, por exemplo, é o caso dos túneis de congelamento contínuo
que foram citados no processo, que são de fornecedores distintos, com capacidades e
necessidades de energia diferentes um do outro.
Um ponto importante a ser verificado nesta etapa refere-se à padronização dos tipos
de postos operativos, pois eles podem ser classificados em máquinas, manual, transportes,
retrabalhos e inspeção. A agregação ou não de valor aos produtos também foi avaliada nesta
parte. Após estas verificações, os postos operativos foram codificados e revistos no processo
de produção com a finalidade de deixá-los de forma alinhada para a execução das etapas
seguintes. Cabe ressaltar que nas áreas identificadas como de apoio não serão mapeados
postos operativos, pois podem ser tratadas como UEPs não produtivas ou rateio, são elas:
subprodutos, expedição e controle de qualidade.
Estabeleceu-se uma numeração para os postos operativos de maneira que eles sejam
codificados de forma correta, visto que no decorrer deste estudo poderiam ocorrer alterações
no tipo de posto, por exemplo, de manual para automático. A codificação deve permitir
identificar de forma fácil as características do posto a que refere-se apenas ao observar o
número que foi gerado.
Nesta etapa foi feita uma identificação do turno que cada posto operativo mapeado
opera, pois no setor de cortes alguns itens são produzidos apenas no primeiro período
compreendido das 06:30 às 16:18 horas e outros fabricados somente das 16:30 às 01:46 horas.
68
Esta separação de mix por turno ocorre, por exemplo, para os cortes em bandeja os quais são
confeccionados exclusivamente no primeiro turno de produção. Esta definição é importante,
pois todos os equipamentos que posteriormente serão ligados ao posto operativo devem ter o
custo distribuído pelo número de horas estabelecidas para os turnos de trabalho.
É nesta fase que realizou-se o levantamento do número de empregados por posto
operativo de acordo com o turno de trabalho. Relacionou-se o colaborador ligado ao posto
operativo com o cargo necessário para exercer a função, com a finalidade de conhecer o
salário do funcionário. De forma similar verificou-se a ocorrência ou não do pagamento de
insalubridade e periculosidade para os operadores conforme o posto. Torna-se importante
examinar a quantidade de horas noturnas pagas por posto. Considerou-se horário noturno o
período compreendido das 22:00 às 5:00 horas. Nesta etapa também foi preciso dar atenção
para a supervisão de cada posto operativo a fim de identificar a qual posto operativo refere-se.
Para obter o cálculo do custo/hora por posto operativo é necessário ter conhecimento
sobre os equipamentos existentes na fábrica bem como a vinculação com os postos
operativos, considerando nesta etapa o custo de aquisição para o cálculo de amortização. Para
as máquinas foram verificadas as informações pertinentes à utilidade de cada uma, tais como:
gasto de energia elétrica (kW), consumo de frio (kcal ou TR17) e vapor (T).
Quanto à manutenção dos equipamentos foi realizada uma procura do histórico de
manutenção de cada um adotando o número médio de horas por mês despendidas pelos
mecânicos em cada máquina. Para valorizar o custo da hora de manutenção interna dos
equipamentos, sugeriu-se buscar o total de gasto fixo do centro de custo da manutenção e
dividir pelo número médio de horas de mecânico disponível, tendo desta forma o custo em
R$/Hora da mão de obra de mecânico a ser aplicado em cada um dos postos operativos. Após,
relacionou-se os equipamentos aos respectivos postos operativos, de forma a auxiliar para que
todos os dados levantados (consumo de utilidades, amortização e gastos com manutenção)
sejam agregados aos PO’s que os utilizam.
Para o cálculo dos encargos sociais sobre salários pagos pela empresa, realizou-se a
soma destes considerando o acréscimo dos benefícios de auxílio farmácia, cesta básica,
transporte, alimentação e plano de saúde.
17
Tonelada de Refrigeração a qual corresponde a uma medida de potência de refrigeração, onde 1 TR é a
potência que fornece a quantidade de calor necessária para derreter uma tonelada de gelo em 24 horas.
Conversões: 1 TR = 12.000 BTU/h = 3024 Kcl/h = 3516,8 W. Fonte: Portal da Refrigeração (2012).
69
CÓDIGO DO PO
DESCRIÇÃO DO PO
HORAS DO PO/MÊS
MÁQUINAS DO PO
TURNOS DO PO
SUPERVISÃO DO PO
AMORTIZAÇÃO TÉCNICA
ENERGIA ELÉTRICA
UTILIDADES*
3.5.3 Obtenção dos tempos de passagem dos produtos pelos postos operativos
Nessa parte realizou-se a coleta dos tempos de passagem dos produtos pelos postos
operativos. Essa etapa pode ser considerada a mais importante do processo de implementação,
pois erros nessa fase influenciam todas as posteriores. Para registro do tempo utilizou-se a
planilha Folha dos Processos Folha dos Processos apresentada na Figura 30.
Os tempos para execução das tarefas foram coletados por meio de cronometragem,
onde verificou-se o número de peças elaboradas por segundo e na sequencia converteu-se este
valor na quantidade de quilogramas fabricados por hora. Com a finalidade de obter
acuracidade dos tempos coletados realizou-se dez medições para cada tarefa executada.
Nesta etapa optou-se por definir o produto base como fictício considerando os
tempos médios de passagem de todos os itens fabricados pelos postos operativos,
representando de forma completa o processo produtivo existente na unidade. A partir desta
definição, calculou-se o foto-custo do produto base por meio da multiplicação entre o tempo
de passagem do item com o foto-índice (custo por hora) de cada posto.
A partir dos indicadores obtidos por intermédio da UEP tornou-se possível realizar o
acompanhamento da produção, tomar decisões, avaliar novos mix de fabricação e promover
73
De acordo com o exposto, a coleta de dados pôde ser verificada por todas as etapas
anteriores. Para auxiliar na busca das informações bem como uma padronização dos dados e
posterior lançamento no software SGA, foram utilizados os modelos de planilhas Mapa dos
Recursos e Folha dos Processos apresentadas anteriormente.
possível verificar quais atividades e itens agregam valor a unidade de negócio o que permite a
busca por fabricação de itens com retorno financeiro positivo para a empresa.
75
operativos devido ao fato de não ser possível mensurar o quanto de produto efetivamente
passa por estas operações, uma vez que os cortes retrabalhados e aqueles que são enviados ao
DIF variam de acordo com a avaliação dos inspetores de qualidade e análise dos agentes do
SIF.
Tipo de PO Descrição
1 Máquina
2 Manual
3 Transporte
Ordem no
Processo Descrição
Produtivo
1 Posição 1
2 Posição 2
3 Posição 3
n Posição n
No decorrer desta etapa foram criados novos postos que não constavam no sistema
da empresa, como exemplo cita-se o posto 751001-1 (Recepção de Frangos – Plataforma),
que precisou ser incluído no mapeamento de PO´s, pelo fato de ser importante na fase de
descarga das aves.
Para algumas atividades manuais foi necessário definir novos postos operativos
específicos, devido às atribuições de cada tarefa, como por exemplo, o posto caracterizado
antes como embalar miúdos, foi dividido em três novos postos, para diferenciar a atividade de
embalar cada um dos miúdos (coração, fígado e moela). Também houve a necessidade de
unificar dois postos operativos em apenas um PO, pois as atividades eram realizadas
praticamente ao mesmo tempo por um único funcionário, é o caso das funções de embalar pés
e pesar pés que foram agrupadas no PO 7510110-2 como embalar e pesar pés.
Durante o mapeamento constatou-se que em determinados casos além do posto
operativo principal existem características de outros equipamentos vinculados ao mesmo PO
os quais possuem custos de aquisição e energia próprios que, somados, resultam em um único
posto operativo. Para facilitar o estudo, as particularidades identificadas foram denominadas
como periféricas. A Figura 34 exemplifica uma das situações levantadas onde um único posto
possui 05 periféricos com custos de aquisição e consumo de energia, rateados de forma
proporcional com os demais equipamentos da mesma família.
Com relação aos PO´s formados por máquinas que possuem a mesma função, porém
apresentam características distintas como, por exemplo, os túneis de congelamento contínuo,
para o cálculo da UEP, neste caso, considerou-se a capacidade nominal de cada posto
estabelecendo um PO para cada túnel, diferente do sistema de custeio da empresa onde
utiliza-se apenas um posto operativo para ambos adotando-se como capacidade a média entre
79
eles. É importante salientar que nas áreas de apoio não foram mapeados postos operativos
devido ao fato de serem tratadas como UEPs não produtivas ou rateio.
Nesta fase iniciaram-se os cálculos necessários para determinação da UEP por meio
da utilização do SGA. Ao mesmo tempo, na fábrica em estudo, foram realizados os cálculos
de UEP por meio do sistema adotado pela empresa.
conforme o centro de custo onde o mesmo estava vinculado. Outra situação que se verificou
diz respeito aos operadores que embora alocados nos centros de custos não operavam
diretamente em postos operativos específicos, porém como faziam parte da área produtiva foi
necessário ratear o valor gasto com o salário destes colaboradores entre todos os POs
identificados no respectivo centro de custo, como forma de identificar o quanto de valor não
estava alocado.
Para a determinação do custo de supervisão do PO, realizou-se um levantamento de
todos os supervisores da fábrica e para cada um vinculou-se os postos sob os quais exercem a
gestão. Em seguida, houve a necessidade de ratear o valor total gasto no mês de setembro com
salários e ordenados, décimo terceiro salário, serviços de terceiros e horas extras dos
supervisores de maneira proporcional entre os postos onde atuam, obtendo desta forma o
valor gasto com supervisão durante o mês em cada PO. Como exemplo cita-se o cálculo
realizado para obter o valor gasto com supervisão para a área de abate e sala de miúdos que
são coordenadas pelas mesmas chefias, correspondendo a 18,16% do quadro total de
supervisores. Em setembro estas áreas juntas gastaram R$ 22.743,46 com supervisão que
distribuída entre os 64 postos alocados nestes centros de custos corresponde ao gasto mensal
de R$ 355,37 em cada PO e considerando-se às 288 horas trabalhadas resultou em R$ 1,23
por hora.
O procedimento adotado para o cálculo dos encargos sociais e benefícios foi
resultado da divisão entre o total gasto com estes itens pelo número de horas trabalhadas e
funcionários em cada centro de custo produtivo, obtendo o valor (R$) da hora pago para
ambos. Por exemplo, o setor de abate gastou em setembro R$ 133.177,00 e na sequência,
dividiu-se este valor pelas 288 horas trabalhadas e pelos 186 funcionários alocados no centro
de custo referente a esta área produtiva, o que resultou em R$ 2,49 cada hora. Posteriormente,
multiplicou-se a quantidade de horas trabalhadas do operador em cada posto operativo pelo
valor monetário (R$) pago pela hora e obteve-se o total deste gasto no mês. Da mesma forma
como foi realizado no cálculo da mão de obra direta, para os encargos sociais e benefícios
também houve a necessidade de ratear o valor gasto com os funcionários que não estavam
diretamente vinculados aos postos operativos, porém faziam parte do centro de custo da área
produtiva. É importante ressaltar que para a supervisão de cada PO também realizou-se o
cálculo do gasto mensal com encargos sociais e benefícios, sendo os valores obtidos somados
aos demais, citados anteriormente.
Os valores relativos à amortização técnica dos equipamentos foram apurados usando
o custo de aquisição de um novo bem, similar ao avaliado, dividido pela sua vida de
81
utilização, no caso em estudo foi estipulado 10 anos de uso para todos os equipamentos, pois
essa é a vida útil adotada pela organização. Para obter o cálculo de depreciação também
considerou-se a regra que é utilizada pela empresa, que estabelece a amortização em horas de
acordo com o número de turnos que o equipamento opera. Para exemplificar, um equipamento
com valor de R$ 235 mil reais depreciados em 10 anos, operando durante 288 horas, possui
como amortização mensal R$ 1.958,33 e o valor por hora resultou em R$ 6,80. Para esta etapa
foi necessário ratear o valor gasto com as amortizações que não estavam diretamente
vinculados aos postos operativos, porém faziam parte do centro de custo da área produtiva.
O cálculo do consumo da energia elétrica foi obtido após a verificação da capacidade
de potência instalada em quilowatts e as horas de utilização dos equipamentos. O resultado de
consumo para cada PO correspondeu ao valor da potência multiplicada pelo número de horas
trabalhadas no mês e também pelo valor unitário do kWh pago pela unidade. Para encontrar
este valor unitário, dividiu-se o total do valor monetário pago referente ao mês de setembro
pelo total de kWh consumidos no mesmo mês, desta forma obteve-se o R$/kWh, cuja a
demonstração deste cálculo e o resultado obtido podem ser visualizados na Figura 35.
Descrição Total
Total de kWh consumidos no mês de setembro (a) 1.794.150
R$ Total Gasto com energia (b) 303.772,72
Valor médio R$/kWh (a)/(b) 0,17
A partir do valor médio de R$/kWh 0,17, foi possível determinar o total do consumo
de energia para cada PO. Por exemplo, o posto 751003-2 apresentou para cada equipamento
periférico um valor de potência em kW, o qual foi multiplicado pelo número de horas
trabalhadas no mês e resultou no consumo mensal em kWh. Após, multiplicou-se este dado
pelo valor em reais (R$) médio do kWh, com isto encontrou-se o consumo mensal para cada
item que faz parte deste PO. Para determinar o valor monetário mensal de energia elétrica do
posto, foram somados os gastos com cada máquina e desta forma obteve-se R$ 108,74,
conforme mostra a Figura 36. Assim como nas etapas anteriores, nesta fase também foi
preciso ratear o valor gasto com o consumo de energia que não estava diretamente vinculada
aos postos operativos, porém fazia parte do centro de custo da área produtiva.
82
Para encontrar o valor do custo/hora (em R$) dos postos operativos, foi necessário
dividir o total dos custos de transformação (a) pelo número mensal de horas que cada PO
trabalhou no referido mês, neste caso identificado como (b), obtendo-se desta forma o foto-
índice em R$/h, conforme apresenta a Figura 39. Na sequência realizou-se o cálculo para
determinar o valor gasto por minuto em cada PO, para isto foi necessário apenas considerar o
custo por hora e dividi-lo por 60 min. De maneira semelhante, para encontrar o custo por
segundo, bastou realizar uma divisão do valor R$/min por 60 segundos.
De acordo com o que foi exposto no cálculo dos custos de transformação para o
processo de abate, verifica-se na Figura 39 que os postos 751005-2 e 751003-2 como
consequência apresentaram elevado valor do custo hora R$ 215,42 e R$ 116,47,
respectivamente, devido à quantidade de pessoas alocadas, enquanto os demais PO´s do abate
apresentados na Figura 39 obtiveram valores menores de custo hora variando de R$ 103,20 a
R$ 91,47.
4.3.2 Obtenção dos tempos de passagem dos produtos pelos postos operativos
A composição dos tempos de passagem dos produtos pelos postos operativos foi
obtida a partir das cronometragens realizadas com auxílio do responsável pelo sistema de
UEP na unidade em estudo, onde para cada operação foram consideradas dez tomadas de
tempo e utilizada a média dos tempos cronometrados como dado. Na empresa são realizados
ciclos periódicos de cronometragem visando validar e/ou atualizar os tempos produtivos, bem
como novas medições dos produtos e/ou processos que sofreram alterações.
Para os itens produzidos no mês de setembro, elaborou-se um mapeamento para
identificar por quais postos cada produto passava realizando desta maneira a tomada de
tempo. Na composição do tempo de passagem das atividades manuais considerou-se um
acréscimo de 17,30% para a execução das mesmas que corresponde às condições de trabalho
as quais os funcionários ficam expostos, tais como, esforço físico, condições térmicas, ruídos
e umidade. A Figura 41 exibe os itens e o percentual que a empresa considera no cálculo de
fadiga para cada uma das condições de trabalho identificadas nas atividades executadas no
frigorífico, estes valores fazem parte de uma padronização adotada para as unidades da
companhia que realizam abate de frangos.
As tomadas de tempo consideraram a produção de uma peça para cada item
fabricado, adotando como unidade de medida o quilograma. Neste contexto o tempo de
passagem ficou definido pela unidade h/kg, que representa o quanto de tempo em horas é
necessário para produzir 1 kg de produto.
87
A coleta de dados foi feita pela unidade de tempo em segundos e após dividiu-se o
valor por 3.600 a fim de converter o resultado da medição para hora, na Figura 42 pode-se
verificar a coleta dos tempos de passagem do produto número 1 para dez postos por onde este
item passa, por exemplo, no posto 751005-2 é necessário 1,69 segundos para pendurar 1 kg de
frango, este tempo dividido por 3.600 resulta em 0,0004 horas que representa o quanto que é
preciso em horas para executar esta atividade.
Devido ao fato do frigorífico possuir duas linhas produtivas distintas abate e corte,
verificou-se que para cada processo era necessário escolher um produto base, pois a primeira
resulta em um produto final designado como carcaça de frango a qual é totalmente
desmontada na segunda etapa dando origem aos cortes. Neste contexto, o produto base foi
composto na linha de abate pelo item codificado como número 1 e no setor de corte como
produto fictício utilizando para isto o valor médio dos tempos de passagem de todos os itens
fabricados pelos postos operativos, os quais representam a diversificação das operações
existentes no processo fabril da empresa. A partir desta definição, foi possível calcular o foto-
custo do produto base tanto no setor de abate quanto no setor de corte.
Determinado o produto base do abate, a próxima etapa consistiu em calcular o valor
da UEP para este setor. Conforme apresenta a Figura 43 para encontrar o foto-custo do
produto base foi necessário multiplicar o foto-índice (c) de cada posto pelo tempo de
passagem (d). Na sequência foi feito o somatório dos custos obtendo assim o valor de R$ 1,05
que é equivalente a uma UEP.
Analisando os dados da Figura 43 constatou-se que no setor de abate o produto base
apropria 73,56% do custo em apenas dois postos, sendo 41,47% referente ao posto 7510026-2
que corresponde a retirada de miúdos e 32,09% refere-se ao posto 7510025-2 inspeção do
SIF, isto ocorre em função do elevado número de mão de obra necessária para realizar estas
atividades, sendo para o primeiro quarenta e duas pessoas e para o segundo trinta e seis
colaboradores. De forma contrária, os postos 7510012-1 depenadeira I, 7510013-1
depenadeira II e 7510014-1 depenadeira III apresentam o menor índice no custo do produto
base, apenas 0,10% cada, devido ao fato de serem processos automatizados que não
necessitam de operador para funcionar, desta forma estes postos do abate são os que possuem
o menor valor do custo/segundo.
Com relação ao setor de cortes o Apêndice C mostra que para este processo o valor
de R$ 3,19 é o equivalente a uma UEP e verifica-se que o produto base apropria a maior parte
do custo em torno de 43,35% em apenas dois postos, sendo 30,87% referente ao 7510211-2
que refere-se a limpeza do peito de frango e 12,47% corresponde ao PO 751039-2 que é a
colocação dos produtos nas caixas. O alto percentual de apropriação de custos destes postos
ocorre devido ao número de mão de obra necessária para realizar as atividades e ao tempo de
passagem dos produtos nos PO´s, sendo preciso para o posto 7510211-2 cinquenta e seis
pessoas e tempo de 7,69 segundos e para o 751039-2 oitenta e quatro colaboradores e tempo
89
de 2,23 segundos, embora este último possua mais funcionários que o primeiro o tempo de
passagem dos produtos é menor fazendo com que a produção por hora seja satisfatória
apropriando menos percentual de custo a este posto. De forma oposta, os postos 751042-1 que
corresponde ao detector de metais de CMS e 751045-3 que refere-se ao transporte da CMS
em pallets apresentam o menor índice no custo do produto base no setor de cortes, apenas
0,002% e 0,001% respectivamente, devido ao fato de o primeiro ser uma tarefa automatizada
que não necessita de operador para realização da atividade e o segundo possui apenas um
funcionário que executa o transporte do produto.
Neste estudo, para o setor de abate os postos que apresentaram maior potencial
produtivo foram 7510025-2 e 7510026-2 com 341,34 e 377,63 UEPs/hora respectivamente,
91
ao contrário dos postos 751011-1 e 7510020-1 que possuem os menores valores de potencial
42,35 e 72,72 UEPs/hora, na mesma ordem. Essas diferenças referem-se ao valor gasto com a
mão de obra direta, no caso os postos 751011-1 e 7510020-1, apresentam elevado número de
funcionários, tornando o custo maior em relação aos demais postos. Já nos postos 751011-1 e
7510020-1 este valor é baixo devido ao fato destes serem automáticos.
O mesmo cálculo de potencial produtivo foi aplicado no setor de cortes, a Figura 45
apresenta o resultado para alguns postos. Para este processo o posto 751039-2 apresentou
maior potencial produtivo com 201,08 UEPs/hora e o 751013-1 resultou no menor valor com
13,59 UEPs/hora. Como mencionado anteriormente aqui também as diferenças referem-se ao
valor gasto com a mão de obra direta, pois o posto 751039-2, possui elevado número de
funcionários alocados enquanto que o posto 751013-1 é automático.
Esta etapa consistiu na determinação dos equivalentes dos produtos em UEP, com a
finalidade de obter-se a quantidade de UEPs consumidas por cada posto no processo fabril.
Esse equivalente é resultado do potencial produtivo do posto operativo multiplicado pelo
tempo de passagem do produto em cada um desses postos, sendo posteriormente realizada a
soma das UEPs consumidas obtendo-se os equivalentes dos produtos. Importante salientar
que este cálculo deve ser executado de forma individual para cada produto.
Outra característica do processo refere-se ao fato da separação do frigorífico em duas
partes distintas abate e corte, onde a segunda só existe em decorrência da primeira. Neste
contexto, o índice total de UEPs de um produto pode ser analisado de maneira segregada,
abrindo o produto em elaboração (abate) e acabado (corte), podendo-se assim obter
conhecimento sobre qual é a etapa do processo que mais agrega valor ao produto. A Figura 46
ilustra como foi realizado o cálculo mencionado anteriormente para o setor de abate, o qual
possui apenas um item produzido que obteve 1 equivalente em UEP.
Para determinar o equivalente em UEP dos produtos referentes ao setor de cortes
foi realizado o mesmo cálculo citado anteriormente, entretanto para obter o valor total de
equivalentes para cada produto, tornou-se necessário somar 0,253668 que é o quanto
representa o setor de abate para cada item fabricado no corte. A Figura 47, apresenta o
resultado obtido para alguns produtos, a escolha foi aleatória e serve apenas para exemplificar
o estudo.
Nesta fase verificou-se que o produto com maior valor de equivalente foi o item 30,
devido ao fato de necessitar de elevado número de mão de obra na sua fabricação e maior
tempo de obtenção do corte final. Os itens que apresentaram menor resultado foram o 40 e 41
devido ao pequeno tempo de operação. O processo de fabricação em estudo gera produtos
denominados como recortes, considerados refugos de alguns cortes, que possuem
apontamento de produção, pois são vendidos como matéria-prima para outras fábricas. Desta
forma o fluxo para os recortes teve início a partir do ponto onde eles são gerados.
Após a determinação dos equivalentes dos produtos, a coleta de informações sobre o
processo de revisão do sistema de UEP atual está completo, permitindo que os resultados
encontrados sejam utilizados para o cálculo de transformação a ser atribuído aos produtos
fabricados no mês de setembro.
93
Analisando a Figura 47, nota-se por exemplo, que o somatório para o produto 2
resultou no valor de 0,75 UEPs, indicando que para a produção deste item utiliza-se 75% dos
esforços de produção em relação ao produto base que equivale a uma UEP.
O resultado obtido nesta etapa refere-se ao custo unitário da UEP que foi encontrado
por meio da divisão entre os gastos totais com os postos operativos e o total de UEPs
produzidas no período. Neste caso, em setembro os gastos totais entre o setor de abate e de
corte corresponderam a R$ 4.731.476,30 e as UEPs produzidas no mesmo período
5.290.815,16. Desta forma o valor da UEP para o mês de setembro resultou em R$ 0,8943,
conforme demonstra a Figura 48. Em seguida, utilizando-se do valor monetário encontrado
para uma UEP, foi possível calcular os custos de transformação do período multiplicando o
mesmo pelo equivalente em UEP de cada produto.
somatório das UEPs produzidas de cada item resultou na quantidade transformada em todo o
processo produtivo de corte para o mês de setembro. Para determinar quantos quilos de
produto fabricado equivalem a uma UEP, dividiu-se o volume total de produção
5.290.815,16 kg pelo número de UEPs disponíveis 1.106.521,71, obtendo-se como resultado
4,78 kg, que representa quantos quilos correspondem a uma unidade de UEP. Por exemplo, o
item 26 obteve um volume de produção de 965.540,00 kg (i) que multiplicado pelo total de
equivalentes 0,77 (g) resulta em 747.889,71 (g x i), dividindo-se este valor por 4,78 kg
encontra-se 156.413,74 que refere-se a quantidade de UEPs deste produto que foram
produzidas no período.
ABATE
PERCENTUAL OCUPAÇÃO SET/2012
MAX UEPS 1.138.713,08
UEPS MÊS SETEMBRO 1.039.866,46
% OCUP FÁBRICA 91,32
CORTE
PERCENTUAL OCUPAÇÃO SET/2012
MAX UEPS 1.106.521,71
UEPS MÊS SETEMBRO 1.087.748,32
% OCUP FÁBRICA 98,30
Nesta etapa para determinar a eficiência considerou-se para o cálculo a produção real
em UEPs no mês de setembro 1.087.748,32 (potencial produtivo de cada PO multiplicado
pelo tempo que foi trabalhado), dividida pela capacidade teórica de produção ou normal em
UEPs 1.106.521,71 (potencial produtivo de cada PO multiplicado pelo tempo disponível na
fábrica), conforme apresentado na Figura 52 representando 98,30% de eficiência para o
período no setor de corte, atingindo a meta da unidade que é de 90%.
EFICIÊNCIA
Capacidade Teórica Eficiência %
Produção Real (UEPs)
Produtiva (UEPs) (a / b)
1.106.521,71 1.087.748,32 98,30
EFICÁCIA
Produção Real (UEPs) - Capacidade Utilizada Eficácia %
(a) (b) (a / b)
1.087.748,32 1.182.998,67 91,95
PRODUTIVIDADE
Produtividade
Produção Real (UEPs) - Horas Trabalhadas
(UEPs/Hora)
(a) (c)
(a / c)
1.087.748,32 26.563,00 40,95
produtivas, bem como com a vinculação correta do número de funcionários necessários para a
execução das tarefas.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos. 5 ed. – São Paulo:
Atlas, 2010.
COGAN, Samuel. Activity Based costing (ABC): a poderosa estratégia empresarial. 3.ed. São
Paulo: Pioneira, 2000. 129 p.
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Gestão de custos: contabilidade e controle. São
Paulo: Thomson, 2001. 783 p.
LEVANT, Y; VILLARMOIS, O. L. Georges Perrin and the GP cost calculation method: the
story of a failure. Accounting business and financial history, v. 14, n. 2, p. 151-181, jul.
2004.
______. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
MOLIN, Luiz Dal. Gestão de Custos. Porto Alegre: Imprensa Livre, 2008. 184 p.
PADOVEZE, Clóvis Luiz. Curso Básico: gerencial de custos. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2003.
WERNKE, Rodney. Gestão de Custos: Uma abordagem prática. 2. ed. 2 reimpr. São Paulo:
Atlas, 2008.
10,00
30,00
40,00
50,00
70,00
57,4007
0,2195
0,1981
0,2616
0,1691
0,3357
0,7785
1,0264
0,2600
0,4171
0,3645
0,5939
0,4076
1,5618
0,6906
0,0045
0,0328
0,1460
0,4044
0,0134
0,0068
0,3727
0,3723
0,0002
0,0036
7,9697
3,1780
0,8631
0,0001
0,0002
0,3804
0,4030
% Volume de Produção
2,6123
0,8230
0,0470
0,0300
APÊNDICE A – MIX DE PRODUÇÃO
0,3385
1,2459
1,8122
0,3750
6,0159
0,2422
0,9141
0,0665
0,1439
0,0198
0,2745
0,1400
0,0007
0,4234
0,3670
1,0138
0,0184
0,1982
1,4347
0,4121
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57
2,1947
111
112
CORTE
(c) (d) (c x d)
Código do
Custo do PO Tempo Passagem Custo do Produto %
PO
(R$/segundos) Produto Base (segundos) Base no PO
751012-1 0,01810 0,06544 0,00118 0,04
751013-1 0,01205 0,06544 0,00079 0,02
751014-1 0,01303 0,06544 0,00085 0,03
751015-2 0,01808 0,07303 0,00132 0,04
751016-1 0,01431 0,01636 0,00023 0,01
751017-1 0,01432 0,01636 0,00023 0,01
751018-1 0,01431 0,01636 0,00023 0,01
751019-1 0,01438 0,01636 0,00024 0,01
7510110-2 0,01567 0,24069 0,00377 0,12
7510111-2 0,01561 0,07097 0,00111 0,03
7510112-3 0,01492 0,01324 0,00020 0,01
7510113-1 0,01378 0,53569 0,00738 0,23
7510114-2 0,01492 0,26055 0,00389 0,12
7510115-1 0,01444 0,53569 0,00774 0,24
7510116-2 0,01567 0,21285 0,00333 0,10
7510117-2 0,01561 0,11469 0,00179 0,06
7510118-3 0,01492 0,11848 0,00177 0,06
7510119-1 0,01423 0,21060 0,00300 0,09
7510120-1 0,01424 0,21060 0,00300 0,09
7510121-2 0,02333 0,34798 0,00812 0,25
7510122-1 0,01381 0,42133 0,00582 0,18
7510123-2 0,01808 0,52059 0,00941 0,30
7510124-1 0,01436 0,42133 0,00605 0,19
7510125-2 0,01492 0,15133 0,00226 0,07
7510126-2 0,01569 0,11224 0,00176 0,06
7510127-2 0,01561 0,06596 0,00103 0,03
7510128-2 0,01492 0,33210 0,00496 0,16
7510129-1 0,01444 0,27360 0,00395 0,12
7510130-2 0,01808 0,51159 0,00925 0,29
7510131-2 0,01885 0,57819 0,01090 0,34
7510132-2 0,01561 0,56970 0,00889 0,28
751021-2 0,05471 0,58629 0,03208 1,01
751022-1 0,04177 0,42654 0,01782 0,56
751023-2 0,06307 0,76950 0,04853 1,52
751024-1 0,05466 0,71055 0,03884 1,22
751041-1 0,02353 0,03214 0,00076 0,02
751042-1 0,01706 0,00463 0,00008 0,002
751043-2 0,01886 0,05406 0,00102 0,03
751031-2 0,06850 1,95049 0,13361 4,19
751044-2 0,02025 0,02964 0,00060 0,02
751045-3 0,01974 0,00238 0,00005 0,001
751025-2 0,06323 0,83109 0,05255 1,65
751026-1 0,03495 0,39317 0,01374 0,43
751027-2 0,09499 1,90941 0,18138 5,68
751028-2 0,07114 0,32226 0,02293 0,72
751029-2 0,06307 1,05429 0,06649 2,08
7510210-1 0,05918 0,48864 0,02892 0,91
7510211-2 0,12953 7,60590 0,98523 30,87
7510212-2 0,08832 1,96939 0,17394 5,45
116
CORTE