Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INICIAÇÃO AO
ESPORTE PARALÍMPICO
NATAÇÃO
1
Este manual de Iniciação ao Esporte Paralímpico de natação é Seja bem-vindo, ilustre amigo do movimento paralímpico
um material produzido pelo Coordenação de Esporte Escolar brasileiro, a este manual de iniciação ao universo do desporto
Paralímpico, e dirigido pela Academia Paralímpica Brasileira. adaptado. A equipe do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
preparou este compêndio introdutório com o intuito de reforçar
a promoção e aumentar o fomento da prática esportiva para
pessoas com deficiência.
Mizael Conrado
Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro
AUTORES E RENATA MEDEIROS DOS SANTOS
Bacharel em Educação Física pela Universidade
AGRADECIMENTOS
Anhanguera de São Paulo e professora de nata-
ção da Escola Paralímpica de Esportes - Comitê
Paralímpico Brasileiro.
4 5
ELKE LIMA TRIGO
Bacharel em Esporte e Mestre pela Escola de
Educação Física e Esporte da Universidade de
São Paulo – EEFE-USP. Doutoranda na Univer-
sidade Federal de São Paulo – UNIFESP, pes-
quisando o esporte paralímpico. Membro da
Academia Paralímpica Brasileira do Comitê Pa-
ralímpico Brasileiro (CPB). Docente nos cursos
de formação da Educação Paralímpica (CPB).
Docente no Centro Universitário SENAC, foi
coordenadora do curso de Pós-graduação em Esporte Adap-
tado (UGF). Árbitra Internacional de Para natação WPS-IPC.
6 7
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................. 11 Atividades de iniciação...................................................................... 36
Aquecimento................................................................................. 36
Histórico ................................................................................................ 13
Elegibilidade ................................................................................. 17 Adaptação ao meio líquido...................................................... 43
8 9
INTRODUÇÃO
Em um mundo comum, este seria mais um livro de natação
destinado a professores de educação física. Dividido em técni-
cas e treinamentos, o mesmo de sempre.
Você pode até dizer que esse público não é para você, que
está apenas lendo este livro por que está com tempo. Mas po-
demos afirmar que esse público é para todos.
11
Crédito: Ale Cabral/CPB.
Foto: Imagem colorida do atleta de natação Wendell
Belarmino, cego, nadando o estilo crawl.
HISTÓRICO
Neste capítulo será abordada a modalidade esportiva nata-
ção, com destaque para: a relação do ser humano com o meio
líquido, a evolução do Paradesporto, o processo de aprendiza-
gem de cada deficiência, elegibilidade, classificação, a iniciação
esportiva (banco embrionário de atletas), acompanhamento
passo a passo deste processo.
12 13
A natação tem sua primeira competição oficial em 1858 na Nos Jogos Paralímpicos do Rio, 2016, a natação conquistou 19
Austrália. Em 1896 foram realizados os jogos de Atenas na Grécia, medalhas sendo destas quatro ouros, sete pratas e oito bronzes
denominados a “primeira olimpíada” da era moderna onde houve (IPC 2019).
também a primeira participação da natação nos Jogos Olímpicos.
Nesta edição foram realizadas as provas de 100, 500 e 1200 me- Na campanha de Tóquio 2020/21, o Brasil ficou em 3º lugar na
tros livre disputadas em mar aberto (IPC, 2019). modalidade natação, no total foram 23 medalhas, sendo oito de
ouro, cinco de prata e dez de bronze. Destacando a atleta Maria
O formato de competição que se conhece hoje é relativamente Carolina Santiago, que obteve três medalhas de outro, uma prata
recente. Dados comprovam que começou em 1908, Olimpíadas de e um bronze, além de dois recordes mundiais na classe S12-SB-
Londres, com a primeira piscina montada dentro do White City 12-SM12. Nesta edição o atleta Daniel Dias conquistou três meda-
Stadium, com uma dimensão de 100 metros de comprimento, hoje lhas de bronze, encerrando assim sua carreira como atleta paralím-
a maior medida oficial é 50m. Desde de então a natação vem se pico (CPB, 2021).
renovando, com novos estilos de nados, com a participação da mu-
lher em 1912, recordes, trajes e a realização da primeira paralimpía- Esse foi um breve histórico da modalidade, com o objetivo
da (IPC 2019). de apresentar a trajetória da natação na história do parades-
porto brasileiro.
A natação apresenta muitas semelhanças com a natação con-
vencional, porém necessita de algumas regras específicas para
que os atletas tenham a mesma oportunidade, independente da
deficiência.
A natação teve sua primeira participação nos Jogos Paralím-
picos, em 1960 em Roma. O Brasil participou pela primeira vez na
edição de 1972. Somente em 1984, em Stoke Mandeville, o Brasil
começou a traçar o seu caminho no quadro de medalhas, con-
quistando uma medalha de ouro, cinco pratas e uma de bronze.
Em Seul, 1988, conquistou uma medalha de ouro, uma de prata
e sete de bronze. Barcelona em 1992, foram conquistadas três
medalhas de bronze. Já em Seul 1988 e Atlanta 1996 a conquista
de medalhas foram exatamente iguais, um ouro, uma prata e sete
14 15
ELEGIBILIDADE
Para participação no esporte de alto rendimento, é necessário
que o atleta se enquadre nos critérios de elegibilidade, consideran-
do as deficiências físicas, intelectual e visual. Ter a deficiência não é
suficiente para ser elegível, é necessário atender os critérios míni-
mos de elegibilidade da modalidade.
16 17
O atleta será considerado elegível após ser submetido ao
PARALÍMPICA maior limitação física. Para as provas de peito o atleta terá a atri-
buição da classe “SB”, que vai de 1 à 9. Mais uma classe é atribuída
para as provas de medley individual, a “SM”, que vai de 1 à 10 sendo
A classe dos atletas com deficiência intelectual é a S14, definida obtida à partir das duas classes anteriores “S” e “SB”.
por laudo médico considerando sua capacidade de reconhecimen-
to de padrão, sequenciamento, memória, e tempo de reação, entre Para os atletas com deficiência visual a determinação da classe
outras características que impactam o desempenho esportivo. é feita com base na avaliação médica oftalmológica, condição obri-
gatória e instituída pela Federação Internacional de Esportes para
Além das classes podem ser atribuídos aos atletas os Códi- Cegos – IBSA.
gos de Exceções, identificados por letras e números que permi-
tem a aplicação das regras de acordo com as características do Os exames são feitos em clínicas ou consultórios especializados.
nadador, para garantir uma competição justa e igualitária. Para A estes atletas serão atribuídas as classes S11-SB11-SM11 à S13-SB-
mais detalhes sobre a classificação acessem o manual World Para 13-SM13, sendo o S11: ausência total da percepção da luz em ambos
Swimming Classification Rules and Regulations (IPC, 2018a), dis- os olhos, ou alguma percepção da luz, mas com incapacidade para
ponível no site do IPC. reconhecer a forma de uma mão em qualquer distância ou sentido,
acuidade visual menor que LogMAR 2.60. S12: desde a habilidade de
reconhecer a forma de uma mão até uma acuidade visual de 2/60
metros e/ou um campo visual inferior a 10º de amplitude, a acuidade
visual deve ficar entre LogMAR 1.50 e 2.60. S13: desde uma acuidade
visual superior a 2/60 metros até 6/60 metros e/ou um campo visual
de mais de 10º e menos de 40º de amplitude, acuidade visual entre
LogMAR 1 e 1.40.
18 19
NOMENCLATURA NOMENCLATURA
DAS PROVAS DAS CLASSES
S 1 a 10 Atletas com
limitações
físico-motoras.
Nados livre, costas
e borboleta.
Atletas com
SB 11 a 13 deficiência
visual.
Nado peito.
Atletas com
SM 14 deficiência
intelectual.
Nado Medley.
Crédito: Arquivo CPB.
20 21
As regras da natação são estabelecidas pelo World Para Swim-
REGRAS BÁSICAS ming (IPC, 2018b), órgão pertencente ao Comitê Paralímpico Inter-
nacional (IPC). Com base nas regras da modalidade convencional,
são atribuídas exceções de acordo com as características e classes
dos atletas. Isto é necessário para que a competição seja mais justa.
As provas variam de acordo com a distâncias (50, 100, 150, 200 e
400m) dos estilos livre, costas, peito e borboleta, além do medley
individual e dos revezamentos livre e medley.
22 23
saídas
No momento da partida o atleta poderá estar em cima do
bloco, ao lado dele, sentado ou em pé, ou dentro da água.
Para os que apresentam dificuldade de equilíbrio podem ter o
auxílio de um assistente. O atleta das classes S1, S2 e S3, que
realizam a saída de dentro da água, têm autorização para man-
ter seus pés ou extremidade dos MMII (membros inferiores)
encostados na parede por um assistente até a partida, desde
que não este auxílio não promova impulso ao atleta.
24 25
3 NADO DE PEITO
26 27
5 MEDLEY
4 COMPETIÇÕES
Foto: Quatro imagens coloridas e sequencias da atleta Susana Schnardorf em competição praticando a
prova medley (1 - borboleta, 2 - costas, 3 - peito e 4 - livre).
28 29
ESTRATÉGIAS DE
INTERVENÇÃO
Materiais e equipamentos
Materiais como: prancha, flutuador, espaguete, nadadeira, Fundamentos básicos
snorkel e brinquedos utilizados em aulas de adaptação.
O ensino da natação para pessoas com deficiência - PCD tem
semelhança com o processo pedagógico utilizado com pessoas
sem deficiência, salvo algumas adaptações. Os fundamentos bá-
sicos para o ensino consistem nos seguintes:
Saídas e viradas
Foto: Imagem colorida do material de natação – um par de pé de pato, uma bola azul,
três bambolês, um macarrão em forma de “nó”, uma prancha de natação, dois pull
boia, três macarrões em forma de “U”, um par de palmar e uma toca de natação.
30 31
METODOLOGIA
O primeiro contato do aluno com a modalidade inicia-se com o No processo de ensino-aprendizagem da natação, utilizamos
reconhecimento do local, percorrendo desde os vestiários até che- o método progressivo, no qual o aluno aprende os fundamentos
gar ao local da piscina. No caso dos alunos com deficiência visual, para a aprendizagem de um estilo. As etapas dessa progressão
o reconhecimento do local é feito com o tato. Ele poderá utilizar a estão exibidas conforme Figuras 1 e 2.
mão ou sua bengala. É de suma importância que ele faça isso sozi-
nho, pois com essa prática ele cria um mapa mental em sua mente. Figura 1 - Processo pedagógico progressivo Nado
Deste modo o aluno adquire autonomia para chegar ao vestiário ou Completo
Figura 2 - Pro2
32 33
Com a evolução desse aluno, é possível utilizarmos alguns recur-
sos para que ele não se machuque e saiba quando chegou ao fim
da piscina (borda). Você poderá utilizar um espaguete e fazer a
função de um “tapper” tocando o aluno na cabeça toda vez que
ele estiver se aproximando da borda.
34 35
1. JOGO DA VARETA
DE INICIAÇÃO
varetas embaralhadas no chão, cada aluno de forma alterna-
da deverá tentar retirar uma vareta (que estão todas juntas e
embaralhadas no chão) uma a uma, sem tocar nas outras ou
deixar que elas se movam. Sempre que o monte de varetas
se movimente ou outra vareta for tocada, a vez passa para o
AQUECIMENTO próximo aluno.
Adaptações
Os alunos com deficiência visual devem tocar nos bastões,
para que criem um mapa mental no qual ele saberá onde está
disposto cada bastão.
Para os alunos com paralisia cerebral (ataxia, atetose) essa ati-
vidade melhora o equilíbrio, pois exige concentração e atenção no
momento de retirar o bastão.
36 37
2. BATATA QUENTE 3. ESTAFETA
Adaptações
Os alunos com deficiência visual devem ser guiados durante
Adaptações
Utilizamos em outras aulas espaguetes cortados em três partes,
para quando não houver bolas. O objeto deve ser entregue na mão
Objetivo: Lateralidade e concentração. Foto: Imagem colorida tirada da borda oposta da piscina. Sete crianças,
sendo um cadeirante, com formação em duplas, distantes dois metros
uma da outra. Uma bola entre a terceira e quarta dupla no chão.
Capacidades físicas: Coordenação motora e agilidade.
38 39
4. BAMBOLÊ
5. VIVO OU MORTO
Os alunos em círculo com as mãos dadas, e com um bambolê
passando pelo braço. O intuito da brincadeira é passar o bam- Os alunos ficarão espalhados, com uma pequena distância
bolê pelo braço, cabeça e pernas sem que soltem as mãos. Ao entre eles. Em pé e com as mãos para cima estarão em posição
decorrer da brincadeira aumentamos a velocidade da passagem de vivo e abaixados com as mãos no chão estarão na posição
e dificultamos colocando mais de um bambolê. de morto. Ao comando do professor, eles obedecem através
das palavras vivo e morto.
Objetivo: Cooperação e estratégia.
Adaptações
Capacidades físicas: Coordenação motora, equilíbrio No caso de aluno com paralisia cerebral, será exigida força dos
e agilidade. membros superiores, inferiores e abdômen, eficaz na extensão
de membros encurtados, além de trabalhar a concentração da
pessoa com ataxia.
Adaptações
Pode variar o modo de passar o objeto, pela direita, esquerda ou
entre as pernas. Os alunos com deficiência visua devem ser guiados
durante o percurso.
Adaptações
No caso de amputação dos membros superiores/inferiores o
Crédito: Simone Novato/CPB.
42 43
8. PERNADA NA BORDA 9. PEGA-PEGA SUBMARINO
Dentro da piscina com os braços segurando a borda em de- Um aluno será o pegador e os demais ficam espalhados pela
cúbito ventral, os alunos realizam a pernada “crawl” com o rosto piscina. Quando o pegador tocar em um dos alunos o mesmo
fora da água. deverá ficar parado “pique” com as pernas abertas. Para sair do
pique o aluno que não estiver pego deve passar entre as pernas
Adaptações do aluno que estiver no pique. Se necessário o professor pode
Crianças com deficiência física de membros inferiores auxiliar no mergulho
realizam apenas a flutuação segurando a borda. Alunos com
comprometimento de membros superiores e inferiores, realizam o Objetivo: Mergulho e respiração.
exercício com a cabeça encostada na borda.
Capacidades físicas: Equilíbrio e coordenação motora.
Objetivo: Coordenação de membro inferior.
Capacidades físicas: Força e coordenação motora.
44 45
11. CHOCA OVO
Adaptações
As crianças podem locomover-se com auxilio de material,
Foto: Imagem colorida, aérea, de sete crianças em cima de uma por exemplo: espaguete, prancha. O professor pode auxiliar
plataforma, em pé, de mão dadas, em formação de um círculo.
se necessário.
Foto: Imagem Foto colorida, aérea, de sete crianças em cima de uma plata-
forma, de mão dadas, que ao comando do professor, todas mergulham.
46 47
12. GARRAFA PET
48 49
14. CAÇA AOS NÚMEROS 15. DA ROUPA
Foto: Imagem colorida de uma
Números de EVA espalhados pela piscina, o professor irá criança em pé na plataforma,
vestindo uma camiseta.
propor um desafio, seja ele uma operação matemática ou a ida-
de do participante, o mesmo deverá deslocar-se e pegar os nú-
meros correspondentes ao resultado e colocar na lousa ou na
borda da piscina.
a camiseta.
Material: Camisetas.
Foto: Imagem colorida de dois alunos nadando em
50 51
16. GARÇOM
Adaptações
Crianças com deficiência física com acometimento de membros
inferiores podem realizar a atividade em decúbito ventral ou dorsal,
utilizando palmateio para deslocar-se na piscina.
52 53
Foto: Imagem colorida de um desenho de uma
criança submersa na piscina, com artefatos
18.
submersos, como bola, garrafa, entre outros.
PEGA-PEGA CHAPÉU MEXICANO
Material: Espaguete.
Objetivo: Deslocamento.
Capacidades físicas: Equilíbrio e coordenação motora.
Foto: Imagem colorida de duas alunas flutuando, sendo que uma Adaptações
tenta colocar um macarrão em forma de “nó” na cabeça da outra.
Para as crianças com deficiência visual os brinquedos devem
possuir relevo, assim, o mesmo poderá reconhecer o objeto solici-
tado. Esse relevo pode ser feito com cola e glitter.
54 55
20. BASQUETE 21. DADO
Nessa atividade, os alunos são divididos em duas equipes. Um O dado pode ser confeccionado com EVA ou isopor, no
dos integrantes da equipe segura o bambolê simulando uma ces- qual em cada extremidade terá um desafio. Exemplo: dese-
ta de basquete a frente do corpo, os demais devem passar a bola nho de foguete, representa o movimento que o aluno reali-
entre si e arremessar na cesta correspondente ao adversário. zará, ou seja, mergulhar com a cabeça entre os braços simu-
lando um foguete.
Material: Espaguete.
Materiais: EVA.
Adaptações
Utilizar bola com guizo para orientação dos alunos com deficiên- Capacidades físicas: Equilíbrio e coordenação motora.
cia visual, nos bambolês também podem ser colocados guizos.
Objetivo: Cooperação.
Capacidades físicas: Equilíbrio e coordenação motora.
56 57
22. JOGO DA VELHA
Adaptações
Nessa atividade, os alunos com deficiência visual, através da Foto: Imagem colorida de dois alunos nadando
o estilo peito, com a cabeça fora da água.
voz do professor são conduzidos até o bambolê
a borda da piscina.
58 59
24. DONA ARANHA
60 61
MODELOS DE
Aquecimento
PLANO DE AULA
Atividade 2 – Batata quente.
FASE 1 ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO
Parte principal
Faixa Etária: 10 a 17 anos.
Na borda da piscina, realizar a Atividade 7 pernada sentado na
Duração: 1h20. borda. Molhar o rosto, a cabeça, o corpo, para se familiarizar com
a água e evitar possíveis traumas.
Frequência semanal: 2 vezes na semana.
Realizar a Atividade 8 pernada segurando a borda.
1° Aula
Passear pela piscina conhecendo as dimensões, o que tem ao
Objetivo da aula: Adaptação ao meio líquido. redor, tocando ou tateando.
Parte final
Atividade 20 - Basquete.
62 63
2° Aula 3° Aula
Objetivo da aula: Adaptação ao meio líquido (imersão). Objetivo da aula: Adaptação ao meio líquido (flutuação e
deslocamento).
Parte inicial
Parte Inicial
Alongamento (idem aula anterior).
Alongamento (idem aula anterior).
Aquecimento
Aquecimento
Atividade 1 – Jogo da vareta.
Atividade 6 - Trenzinho.
Atividade 24 – Dona aranha.
Atividade 21 - Dado.
Parte principal
Parte principal
Os alunos irão pular na piscina utilizando materiais, imitando,
de mãos dadas ou segurando a bola...). Alunos com deficiência Em decúbito dorsal, com auxílio do professor, o aluno irá flutuar.
física é adaptado sentado na borda com ou sem auxílio do
professor para mergulhar. Com o auxílio do professor, o aluno começará a se
deslocar na piscina.
Atividade 9 - Pega-pega submarino, onde um aluno é o pega-
dor e ele deve tentar pegar os demais tocando na perna, ou seja, Os alunos sem auxílio irão flutuar em decúbito dorsal, com
para pegar o aluno deve mergulhar como um submarino e tocar o pernas e braços afastados (imitando uma estrela).
colega na perna.
Idem exercício anterior, iniciar o palmateio.
Atividade 10 - Pula-pula seu sapão: os alunos cantam a música
“pula-pula seu sapão vai colocar (escolher uma parte do corpo) Em decúbito ventral, utilizando o espaguete embaixo dos
colocar no chão”, nesse momento as crianças afundam e tentam braços, os alunos iniciarão o nado cachorrinho, fazendo movimento
colocar a parte do corpo no fundo da piscina. de cavar dentro da água e bater a perna submersa.
Nos últimos 5 minutos deixá-los à vontade na piscina. Atividade 18 – Pega-pega chapéu mexicano.
64 65
FASE 2 INICIAÇÃO ESPORTIVA AO NADO Idem exercício anterior, com rosto na água, fazendo bolinha
pelo nariz.
Nessa fase, faremos a introdução aos quatros nados: crawl, costas,
peito e borboleta. A natação faz o atendimento de todas as Segurando a prancha com braços estendidos, em decúbito
deficiências e para cada uma temos uma adaptação, seguiremos ventral, o rosto na água fazendo bolinha pelo nariz, bater a perna
uma sequência pedagógica. em direção ao professor.
Parte Inicial
Aquecimento
Atividade 4 – Bambolê.
Parte principal
66 67
5° Aula 6° Aula
Objetivo da aula: Iniciação da braçada do nado crawl. Objetivo da aula: Iniciação à respiração lateral.
Aquecimento Aquecimento
Com a prancha, realizar um ciclo de braçada do nado crawl em O aluno realiza a pernada do nado crawl segurando a prancha
seguida a respiração frontal. à frente e, ao comando do professor segura a prancha apenas com
uma mão e realiza o movimento da respiração lateral.
Com o auxílio do professor realizar a pernada e a braçada do
nado crawl com a respiração frontal. Com a prancha em apenas uma das mãos, orelha no ombro,
realizar a pernada lateral.
Com a prancha e o flutuador, realizar somente a braçada do
nado crawl. Na borda, realizar um ciclo de braçada e introduzir a
respiração lateral.
Sem material, realizar pernada (constante) e um ciclo de braça-
da em seguida respiração frontal. Com a prancha, realizar pernada e braçada, a cada ciclo de
braçada realizar a respiração lateral.
Atividade 16 – Garçom.
68 69
7° Aula 8° Aula
Objetivo da aula: Objetivo da aula: Nado crawl completo.
Respiração lateral e iniciação ao nado crawl completo.
Parte inicial
Parte inicial
Alongamento (idem aula anterior).
Alongamento (idem aula anterior).
Aquecimento
Aquecimento:
Atividade 5 – Vivo ou morto.
Atividade 17 – Empurra-empurra.
Atividade 2 – Batata Quente.
Parte principal
Parte principal
Atividade 25 – Zé Polvinho.
Com a prancha, realizar tiro de pernada do nado crawl. O
Realizar pernada lateral do nado crawl, respiração lateral, sem objetivo é o aluno começar a perceber que a pernada é muito
auxílio de material, mantendo um braço estendido, parado à frente importante para o nado.
da cabeça e o outro junto ao corpo.
Educativo: realizar o nado completo com braçada unilateral
Realizar a pernada e braçada do nado crawl e a cada ciclo de (25m braço direito e 25m o esquerdo).
braçada realizar a respiração.
Educativo: realizar nado crawl completo com palmar.
Com flutuador realizar somente a braçada enfatizando a
respiração lateral. Nado crawl completo.
Com a prancha, realizar o nado crawl completo: braçada, Tiro de 25m nado crawl completo (alunos que já possuem
pernada e respiração lateral. resistência).
Nos últimos 10 minutos deixá-los à vontade para brincar. Nos últimos 10 minutos deixá-los à vontade para brincar.
70 71
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Neste livro, apresentamos a metodologia de ensino da
natação voltada para iniciação esportiva de crianças com
deficiência, participantes da Escola Paralímpica de Espor-
tes. Importante observar que,o processo de aprendizagem
utilizado na EPE tem se revelado uma ferramenta eficaz na
inclusão da PCD por meio da natação e tem contribuído de
forma significativa para a ampliação do Movimento Paralím-
pico no Brasil.
A elaboração deste livro nos faz refletir acerca do movi-
mento paralímpico e a prática do paradesporto nas escolas,
clubes e afins. Esse é um tema pouco explorado pelos pro-
fissionais de educação física. Nosso trabalho na Escola Para-
límpica de Esportes é de suma importância para a ampliação
do movimento paralímpico no Brasil.
Esperamos que, com a publicação deste livro, os profissio-
nais de educaçãofísica possam ter acesso a um material
especializado e de primordial importância na aplicação de
72 73
REFERÊNCIAS
CPB. Comitê Paralímpico Brasileiro. Jogos Paralímpicos Rio 2016.
<http://www.cpb.org.br/noticias/-/asset_publisher/lU3LNvrdeyoz/
content/brasil-supera-marcos-historicos-nos-jogos-paralimpicos-
ALMEIDA, Patrícia Alves de et al. A contribuição do treinamento rio-2016?inheritRedirect=false>. Acesso em 24 de fevereiro de 2019
intervalado em natação adaptada na promoção de saúde e qualidade
de vida de indivíduos com lesão medular. Dissertação [mestrado]. HISTÓRIA DA NATAÇÃO. Disponível em: <http://www.amaralna-
Franca: UNIFRAN, 2009. tacao.com.br/natacao-como-esporteolimpico-confira-essa-histo-
ria/>. Acesso em 24 de fevereiro de 2019.
BECCI, Anne Cristine; LIMA, Sonia Maria Toyoshima. A ludicidade
na natação para crianças com deficiência física. In: IV Congresso IPC - International Paralympic Committee. World Para Swimming
Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial. Classification Rules and Regulations, jan,2018a. Disponível em:
Anais... Londrina, 2007. <https://www.paralympic.org/sites/default/files/document/
171220150814237_2017_12%2BWorld%2BPara%2BSwimming_
BURKHARDT, R; ECCOBAR, M. O. Natação para portadores de Classification%2BRules%2Band%2BRegulations_FINAL.pdf>
deficiências. 8ª Edição Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985. Acessado em 10/08/2019.
BRAGANÇA, A.P.F Síndrome de Down e a importância da IPC - International Paralympic Committee. World Para
hidroterapia: caminhos para um melhor equilíbrio. Revista Digital Swimming Rules and Regulations, jan, 2018b. Disponível
Educação Física Deportes. 2010;14(142):1-12. e m : < h t t p s : //w w w. p a ra l y m p i c .o rg /s i t e s /d e fa u l t /f i l e s /
document/180313084120174_2018_03_WPS%2BRules%2Band%
CPB. Comitê Paralímpico Brasileiro. Natação. Disponível em 2BRegulations%2B2018.pdf> Acessado em 10/08/2019.
http://www.cpb.org.br/portfolio/hipismo/. Acesso em 22 de
setembro de 2019. NAHEME. Paralímpico. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/
nehmeparalimpico/catalogo-esportes/esportes-paralimpicos/na-
CPB. Comitê Paralímpico Brasileiro. Natação. Disponível em: <http:// tacao-2/>. Acesso em 22 de setembro de 2019.
cpb.org.br/modalidades-visualizacao/-/asset_publisher/4O6JOg-
ZOhDhG/content/id/22765>. Acesso em 15 de fevereiro de 2019. PARALYMPIC. Classificação Funcional. Disponível em: <https://
www.paralympic.org/sites/default/files/
74 75
Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro e
da Academia Paralímpica Brasileira
Mizael Conrado
Vice-presidente
Yohansson do Nascimento
Superintendente
Nelson Hervey
Colaboração
José Fernandes Filho, Luciana Gobbis,
Daniel Brito, Filipe Lopes Barboza,
Lucas Gabriel dos Santos Borba,
Silvana Cristina de Souza e Soraia Cabral
Fotos
Arquivo CPB (Alessandra Cabral, Simone Novato,
Daniel Zappe, Marcio Rodrigues e Marcelo Regua)
Revisão
TranscritoJá
João Paulo Casteleti de Souza
João Antônio Fonseca Borges
76 77
78