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ISSN: 2525-8761
DOI:10.34117/bjdv8n7-299
RESUMO
O presente trabalho contém as informações sobre ferramentas básicas que serão utilizadas
na aplicação do conceito de User Experience Design (UX Design), seja qual for a área ou
produto aplicado, para iniciantes no assunto e tão necessário para o mercado atual. Este
artigo será um guia para o direcionamento e conhecimento da importância do
aprofundamento de que é o cliente e como ele se comporta em relação ao consumo
designado. Assim, o profissional que desejar melhorar a experiência positiva do seu
usuário, conseguirá aprender e aplicar o processo.
ABSTRACT
This work contains information on basic tools that will be used in the application of the
User Experience Design (UX Design) concept, whatever the area or product applied, for
beginners in the subject and so necessary for the current market. This article will be a
guide for directing and knowing the importance of deepening who the customer is and
how he behaves in relation to the designated consumption. Thus, the professional who
wishes to improve the positive experience of its user, will be able to learn and apply the
process.
1 INTRODUÇÃO
Com o avanço tecnológico, o mercado consumidor foi se expandindo, o poder
aquisitivo das pessoas aumentando e consequentemente o nível das exigências do
consumidor estão evidentes. Os clientes buscam cada vez mais, que os produtos sejam
2 DESENVOLVIMENTO
A User Experience Design ou design de experiência de usuário, é uma área que se
preocupa com o ponto de contato do usuário e o serviço ou produto, podendo ser um
website, um produto físico, um atendimento virtual ou presencial, um aplicativo, uma
máquina, um dispositivo móvel e outras plataformas que podem ser interagidas.
Quando o usuário tem um relacionamento com uma marca baseado em boas
experiências aumenta a chance de o usuário recomendar o produto ou serviço. UX Design
colabora para uma melhor comunicação entre o usuário e o produto, tornando-o mais
agradável, fazendo com que seja mais prática a sua utilização, recolhendo essas
informações com questionários, ou testes onde o próprio usuário indica o que pode ser
melhorado ou não, isso ajuda também na parte de investimentos, fazendo com que sejam
certeiros e mais recompensadores. (SILVESTRI, 2018)
No processo de estudo, são recolhidos e analisados os dados dos usuários por meio
de procedimentos com informações sobre os consumidores finais e sobre os aspectos a
serem melhorados do produto em questão. O Processo de UX Design ajuda no
investimento do produto também, fazendo com que eles sejam mais certeiros na
resolutividade da dor do cliente. O conceito envolve, mas não se limita, às pesquisas sobre
o perfil e comportamento do usuário, a mensuração e coordenação de interações físicas e
cognitivas. (TEIXEIRA, 2014)
Para conhecer a importância de evoluir a usabilidade dos produtos desenvolvidos,
o profissional de UX deve saber como apresentar os resultados e documentações que
fazem parte do projeto.
O cientista cognitivo Donald Norman, era presidente do Advanced Technology
Group da Apple, quando inventou o termo “UX”, no início da década de 1990. Com a
experiência adquirida com o passar do tempo na profissão, acreditava que as interfaces e
usabilidade dos usuários sobressaiam em relação ao entendimento sobre o trabalho que
ele desempenhava. Assim, Norman decidiu renomear seu cargo para “User Experience
Architect Group” pois para ele, tudo tem relação com a experiência do usuário com o
produto, não apenas com a funcionalidade final, mas com sua avaliação em todos os
aspectos. (AGNI, 2016).
2.1 APLICAÇÕES
O UX Design pode ser aplicado em qualquer produto ou marca, sendo que é fato
que uma empresa que tem o objetivo causar uma percepção positiva em seus
consumidores. Desde que tenha como base a interação humana, potencializa todo
investimento em desenvolvimento e comunicação atualizando de acordo com o
comportamento de quem utiliza. Conseguem melhorar a fidelização dos clientes, com
experiências positivas, produtos e serviços eficazes, aumento na lucratividade, receita e a
expansão no reconhecimento da imagem empresarial da marca.
De acordo com o Senior Designer Felipe Melo Guimarães (2016), a aplicação
pode ser feita em empresas de diversos seguimentos: software, startups, consultoria,
grandes corporações, serviços públicos entre outras. O profissional pode atuar em
empresas internacionais por trabalho remoto, dentro de agências, e como freelancer.
Também pode criar os próprios produtos e vendê-los online, por exemplo, templates para
sites.
Um bom exemplo sobre a aplicação do conceito, é a frustação que o cliente tem
em realizar uma tarefa do dia a dia, como um site complicado de entender, com
formulários enormes que no fim apresentam algum erro ou não mostra alguma mensagem
de finalização. Ou até mesmo um produto com uma embalagem que não é intuitiva para
abrir, dificultando, dando trabalho para conseguir usar. O UX design é se preocupar com
o sucesso de cada etapa em que o usuário interage, por meio de estudos com tecnologias,
empatia, usabilidade e como saber lidar com o ser humano de forma personalizada.
Consequentemente, ao colocar as necessidades dos usuários em primeiro lugar, a empresa
alcançará muitas vantagens.
pessoas que vão colaborar com o trabalho, porque se ocorrer erros na definição dos perfis,
possivelmente a pesquisa será inatingível. (TEIXEIRA, 2014)
Na opinião do diretor de design Rogério Pereira (2018) sobre como fazer uma
entrevista que gere bons resultados, ele traz dicas:
• Usar o estilo de roupas mais próximo possível do usuário, para que ele não
se sinta intimidado.
• Quando o usuário perguntar o significado de algo, deve ser devolvido com
outra pergunta: o que você acha que é?
• O entrevistador deve ser o mais neutro possível, mesmo que já tenha
conhecimento sobre o assunto, pode questionar tudo com frequência, tendo
cuidado constante para não induzir em algumas respostas.
• É importante evitar perguntas fechadas e é interessante que ele pense em
voz alta, para que o entrevistador entenda o caminho que ele fez até tomar a
determinada decisão.
Finalizando as entrevistas, deve-se revisar para encontrar padrões para a criação
das Personas que serão a base para o design do produto.
2.2.2 Personas
Com o aprendizado adquirido nas entrevistas, é o momento de organizar os
padrões dos dados coletados e criar as personas, ou seja, escolher para quem o projeto
será direcionado.
As personas são personagens fictícios criados para que se tenha uma relação de
empatia com seus usuários finais durante o processo de trabalho. Uma persona representa
um grupo de pessoas que possuem comportamentos semelhantes como preferências de
compra, exigências de atendimento, estilo de vida, motivações, entre outros aspectos, em
que esse método identifica esse “tipo” de usuário. (ALBUQUERQUE)
A figura 1, apresenta uma persona que tem um nome, uma foto representativa,
características de personalidade, profissão, entre outros, o máximo possível de
informações unidas, que foram identificadas durante as entrevistas. O padrão de dados
analisados serão fundamentais para a construção da imagem dessa persona, ela deverá ser
o foco sempre em que alguma dúvida ou discordância sobre o projeto. Ela representa a
voz do cliente final.
Fonte: http://catarinasdesign.com.br/uso-de-personas-para-melhorar-ux-produto/
“pele” do outro, na situação que a outra pessoa se encontra, como ela agiria ou se
comportaria. (CUSTÓDIO, 2019)
Criar o Mapa de Empatia, nada mais é do que buscar conhecer profundamente
cada persona identificada para identificar suas necessidades e dores. Realizando o mapa
de empatia de um produto, por exemplo, é possível analisar o que o cliente espera dele,
como pretende utilizá-lo, como será a comunicação com ele.
Uma forma interessante de desenvolver o mapa de empatia, é organizar as
informações com os detalhes em um quadro, separadas por categorias. Assim a equipe
pode participar, observar e contribuir com ideias a todo o tempo. Sobre a persona
identificada, o profissional deve entender qual a função dela no contexto do produto
desenvolvido. Começar com o “Objetivo”, constando as informações sobre o perfil da
pessoa: idade, gênero, classe, ocupação, hobbies, interesses, lugares onde frequenta, entre
outros. (GRAY, 2017)
O próximo passo a ser mapeado, é sobre a rotina dessa pessoa. Levar em
consideração informações de como vive, quais atividades desenvolve, os sonhos,
inspirações, as decisões e o que faz de diferente para otimizar os desafios que enfrenta
diariamente. Após isso, o designer consegue imaginar e apresentar o que o usuário deseja,
interpreta as urgências, metas e futuras expectativas.
Fonte: https://resultadosdigitais.com.br/blog/mapa-da-empatia/
• Listar as ações dos clientes, observar como ele procura resolver suas
necessidades, como ele pesquisa, quais alternativas ele encontra atualmente;
• Conhecer a motivação que leva o cliente até esse problema e solução
encontrada;
• Identificar as dificuldades no caminho da execução de uma tarefa, que
possam levar ele a desistência ou insatisfação.
• Analisar os resultados, verificar quais questionamentos ficaram a ser
resolvidos para possíveis soluções.
• Criar critérios para sequenciar os estágios que vão colaborar para a
visualização de cada ponto de contato.
Fazer as mudanças necessárias para a melhoria do produto ou serviço, mas o mapa
é uma ferramenta que deve ser sempre revisada para a busca da qualidade e satisfação
contínua do usuário.
A Designer Yvette Sim (2018), desenvolveu um estudo de caso, sobre uma
empresa de serviços de alimentação, que incluiu a criação de personas e mapas de jornada,
para melhorar o aplicativo móvel já existente. Um exemplo do mapa da empresa
Starbucks, está na Figura 3:
Fonte: https://medium.com/nyc-design/are-you-getting-the-right-starbucks-experience-
redesigning-the-starbucks-singapore-app-2cd07e1ff53d
Fonte: https://medium.com/nyc-design/are-you-getting-the-right-starbucks-experience-redesigning-the-
starbucks-singapore-app-2cd07e1ff53d
Fonte: https://vidadeproduto.com.br/blueprint-de-servico/
Fonte: https://vidadeproduto.com.br/blueprint-de-servico/
Fonte: https://www.hellerhaus.com.br/service-blueprint/
3 CONCLUSÃO
Conclui-se que o mercado atual, está carecido de profissionais que tenham
empatia com seus usuários, sensibilidade para entender o real problema a ser resolvido,
principalmente em produtos e serviços tradicionais, onde ainda existe resistência para
modificações.
Atualmente o conceito de UX Design tem abundância de conteúdo disponível
publicamente para quem quiser acesso. Porém quem está iniciando, procurando o “ponta
pé inicial”, fica atrapalhado em meio a quantidade de ferramentas e dados. A maioria dos
cursos que dão orientações e direcionamento adequado para o aluno, é exigido um
investimento que não são todos que têm acesso. Esta profissão que está no auge do
mercado de tecnologia e inovação e falta qualificação de qualidade, é uma necessidade
identificada. Não apenas para as empresas de tecnologia, mas para tudo o que nós
utilizamos no diariamente, tudo pode ser interpretado e evoluído por pessoas que se
desenvolvem e buscam a oportunidade de mostrar seu talento.
O profissional de UX Design deve ter habilidades de reconhecer o público-alvo,
estudar e desenvolver sua comunicação, para possíveis entrevistas de acordo com a
diversidade humana e exigência de resolutividade nas necessidades apontadas. Manter o
foco no cliente, durante todo o projeto e desenvolvimento, assim a assertividade no
momento da validação e a experiência do usuário será positiva.
Chega-se à conclusão que nos determinados projetos, após a coleta dos dados por
meio da investigação e entrevistas, os próximos passos dependerão da necessidade e dos
profissionais envolvidos. Então o designer ou equipe que está trabalhando na solução,
deve produzir materiais entregáveis que devem ser flexíveis, pois assim como as
necessidades mudam, as pessoas também mudam.
O conjunto de ferramentas apresentado aqui possibilita uma investigação inicial
para àqueles que desejam iniciar seus projetos pautados nos conceitos de UX Design.
Entretanto, outras ferramentas e práticas podem ser necessárias conforme o escopo do
projeto como Wireframes, Design Thinking, Prototipagens, Diagramas, Plano de
Negócios (Business Model Canvas) e etc.
REFERÊNCIAS
PEREIRA, R. User Experience Design - Como criar produtos digitais com foco nas
pessoas. São Paulo: Casa do Código, 2018.
REDATOR ROCK CONTENT. Stakeholders: o que são, quais os tipos e como gerenciá-
los. Rock Content, 2018. Disponível em:
<https://rockcontent.com/br/blog/stakeholder/>. Acesso em: 25 nov. 2020.
SIM, Y. Are you getting the RIGHT Starbucks Experience? — Redesigning the Starbucks
Singapore App. Medium, 2018. Disponível em: <https://medium.com/nyc-design/are-
you-getting-the-right-starbucks-experience-redesigning-the-starbucks-singapore-app-
2cd07e1ff53d>. Acesso em: 20 nov. 2020.