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Transcinemas

Edwin Sanchez e Vanessa Pereira


Origens

1732-33, A Rake's Progress de Willian Hogarth


ideia de montagem
Origens

Mr and Mrs William Hallett


('The Morning Walk')

1785, Thomas Gainsborough

ideia de movimento
Origens

A arte das imagens em movimento:


• teatro de sombras
• caverna de Platão
• lanterna mágica O cinema (do grego kínema - ématos +

• praxinoscopia (Reynaud) gráphein = escrita do movimento) para


Youngblood incluiu todas as formas de
• fenaquistiscopia (Plateau) imagens em movimento de preferência

• cronofotografia (Marey) sincronizadas com áudio.

• cinematografia (Lumière)
• cinema expandido
Origens
Construção histórica do espaço

A construção de espaços outros há muito constitui um problema para as artes. A


invenção do espaço tridimensional renascentista, a ruptura com este espaço pela
modernidade e a criação do espaço imersivo na contemporaneidade indicam o
movimento desta ideia no tempo.
Os novos dispositivos tecnológicos acrescentam as possibilidades de
representação do espaço nas artes.
Origens
A forma cinema

Em seu dispositivo, o cinema faz três dimensões diferentes convergirem:


- A arquitetura da sala, herdada do teatro italiano
- A tecnologia de captação/projeção
- A forma narrativa (estética ou discurso da transparência)
Viajar sem se deslocar adotada pelos filmes do inicio do século XX sobretudo
o cinema de Hollywood.

O cinema convencional “forma cinema”, é apenas a forma particular de cinema


que se tornou hegemônica, vale dizer, um modelo estético determinado
histórica, econômica e socialmente.

Trata-se de um “Modelo de Representação Institucional“ M.R.I, Noel Burch


A própria "forma cinema", aliás, é uma idealização.
Origens
Experiências do cinema

Se o cinema desde o início foi experimental ao combinar meios e também ao


multiplicar os formatos de exibição, hoje cada vez mais este sentido original de
discussão do seu dispositivo migrou para as experiências visuais, sonoras e
sensoriais que encontramos nos museus e galerias.

Ao longo da historia do cinema, há não apenas experiências esparsas, como


cinco momentos fortes que se notabilizam por grandes transformações e
experimentações no dispositivo cinematográfico.

cinema do dispositivo – cinema experimental – arte do vídeo


cinema expandido – cinema interativo.
Origens
Cinema do dispositivo:
Origens
Mareorama, 1900 Exposição Universal, Paris

Panorama - Mesdag (la Haya)


Origens

Irmãos Lumiere
Photorama
Origens
Origens
Cinema experimental:

cinema da imobilidade completa - máximo da mobilidade possível

Paul Sharits
Shutter interface 1975

Empire 1964
8.05hrs de filmagem
Andy Warhol
Origens
Cinema eletrônico (videoarte):

Fenômenos como a multiplicação de telas, o dispositivo do circuito fechado


(tempo real), a coexistência entre a imagem e objeto, as instalações e a
interação com a imagem são introduzidos e/o potencializados pelos
dispositivos da vídeoarte.

Dan Graham's Present Continuous Past 1974


Origens
Cinema expandido:

O cinema expandido é o cinema ampliado, o


cinema ambiental, o cinema hibridizado.

Sensorama (Morton Heiling 1955)

Moving Movie - Naimark Michael (1977)

Displacements - Naimark Michael (1984)

Anthony McCall
Origens
Cinema Interativo:

A tecnologia se dá não como um objeto, e sim como um espaço a ser vivido,


experimentado, explorado, ou seja, trata-se de maquinas relacionais em que
as noções de simulação, cognição e experiência ganham novos contornos.

EVE (Extended Virtual Enviroment) Jeffrey Shaw 1993


Conceitos

Cinema é a arte de organizar um fluxo de eventos audiovisuais no tempo.


É um evento-fluxo, como a música. Há ao menos quatro mídias com as quais
se pode fazer cinema – filme, vídeo, holografia e código digital estruturado–,
da mesma maneira que há muitos instrumentos com que se pode fazer
música. É claro que cada mídia possui propriedades distintas e contribui de
maneira diferente para a teoria do cinema; cada uma delas expande nosso
conhecimento acerca do que o cinema pode ser ou fazer (Youngblood, 1989:
27).
Conceitos

• Transcinema é uma forma híbrida entre a experiência das artes visuais e


do cinema na criação de um envolvimento sensorial para o espectador
que como participador do filme produz a própria montagem, define
velocidades, cores, diálogos em um fluxo combinatório, experimentando
sensorialmente as imagens espacializadas, de múltiplos pontos de vista.
Conceitos

• O participador é o sujeito da experiência das imagens, não mais


aquele que está diante de, como o sujeito renascentista, mas
aquele que está no meio de, como nos sistemas imersivos.

• Transcinema é o cinema como interface.


Características principais

Os Transcinemas envolvem dois aspetos principais: o dispositivo e a narrativa


interativa. Como dispositivo o cinema vive o fim da “moldura” e como narrativa
o filme é uma forma a se interrompida.

Dispositivos
A ideia de tela como o infinito cinematográfico ou do campo como limite do
plano fílmico está sendo redefinida pelo surgimento de novas interfaces.

- Interatividade

"A interatividade é, em síntese, um processo em que o espectador


interfere na temporalidade da obra. Outros cinemas produzem outros
espaços" Kátia Maciel
Características principais

- Extra-filme

O que está na tela é o filme e o que se anuncia fora da tela o extra-filme, o


que se convencionou chamar no cinema de campo e extra-campo
cinematográfico.

- situação-cinema – estética da interrupção.

Com as tecnologias recentes de produção e finalização de imagens


experimentamos uma situação-cinema gerada pela agilidade de uma
imagem-sistema que permite um acesso de input e output em tempo real,
o que significa que a imagem identifica a nossa presença e responde a
esta circunstância. Neste sentido vivemos uma estética da interrupção.
Características principais

Narrativas Interativas

- primeiros dispositivos do cinema

Em seu início o cinema foi construído a partir do dispositivo fotográfico e


teatral, isto é, a posição do projetor repetia a posição da câmera na sua
relação com o fotografado e o que era encenado repetia uma situação
teatralizada. É apenas quando a câmera se emancipa do projetor com a
montagem e com a filmagem em movimento que o cinema encontra uma
linguagem própria e se afasta da idéia de cena.

Hoje, as telas não se fixam mais em uma estrutura pré-estabelecida, mas


se apropriam do espaço em torno e criam situações imersivas a partir de
projeções que associadas ao uso de outros dispositivos.
Características principais

- imagem-relação

A variedade de formas a que chamamos de Transcinemas produz uma


imagem-relação, que, como define Jean Louis Boissier, é uma imagem
que se constitui a partir da relação de um espectador implicado em seu
processo de recepção.

Não é o artista que define o que é a obra, nem mesmo o sujeito implicado,
mas é a relação entre estes termos que institui a forma sensível.
Obras

Cosmococa
Trashiscapes
Neville d'Almeida e
Hélio Oiticica
Obras

Cosmococa
Onobject
Neville d'Almeida e
Hélio Oiticica
Obras

Cosmococa
Maileryn
Neville d'Almeida e
Hélio Oiticica
Obras

Cosmococa
Nocagions
Neville d'Almeida e
Hélio Oiticica
Obras

Cosmococa
Hendrix-War
Neville d'Almeida e
Hélio Oiticica
Obras

“Isto me veio com as novas idéias a que cheguei sobre o conceito de


“Suprasensorial”, e para mim toda arte chega a isto: a necessidade de um
significado “Suprasensorial” da vida, em transformar os processos de arte em
sensações de vida.” Hélio Oiticica

Suprasensorial é uma proposição aberta ao participador da obra para elaborar


as próprias sensações fora de todo condicionamento. O deslocamento do
campo de experiência conhecido para o desconhecido provoca uma
transformação interna nas sensações do participador, afetando em
profundidade sua estrutura comportamental. Mais do que um novo conceito de
arte, o Suprasensorial surge como um novo conceito de vida. Kátia Maciel
Obras

Rudie Berkhout
Obras

Espelho Diário
2001
Rosângela Rennó
Obras

Câmera Foliã
2004
Maurício Dias &
Walter Riedweg
Obras

Rua de Mão Dupla


2004
Cao Guimarães
Obras

Mantenha
Distância, 2004
Kátia Maciel
Obras

O Tempo Não Recuperado,


2005
Lucas Bambozzi
Obras

Respire
2005 - 2007
Caetano Dias
Obras

You and I,
Horizontal
Anthony
McCall
Obras

Milton Marques, Objeto 2002

Oscar Muñoz - Re trato

Isabelle Hayeur: fire with fire

Carlos Amorales

Matthew Barney (de lama lamina, 2004)

A Film About the Space Program, 2007. By Tom Sachs

Interactive Visualisation Lab - Jeffrey Shaw, 2010

Curaduria Infinito Paisaje

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