Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRABALHO DE PSICOLOGIA
A DEPRESSÃO
(ODONTOLOGIA)
I
Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
Criada pelo Decreto N.°44-A/01 do Conselho de Ministros, em 06 de Julho de
2001
Faculdade de Ciências da Saúde
A DEPRESSÃO
(ODONTOLOGIA)
Autores:
Adneide Paula Kavimbi
Daniela Felismina Salvador Nhapossa
Emanuela Mateya Pereira
Indira Serafim Nogueira de Almeida
Ludivino Adão Buende
Ludumila Domingas Miguel Xavier
Natalino De Jesus Quintas Coimbra
Petra Regina Miguel Cahando
Tabita Emiliana Sebastião
Tânia de Fátima Trindade Garcia
Docente
____________________
MIGUEL KOSSI L. PEDRO
II
Viana, Abril de 2023
Epigrafe
“Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos
pensamentos, fazemos o nosso mundo.” (Buda)
III
Dedicatória
IV
Agradecimento
V
Resumo
VI
Abstract
Depression is a medical condition that affects a person's mood, thinking and behavior. It is
characterized by feelings of sadness, hopelessness and lack of energy, which can persist for
weeks, months or even years. Depression can be caused by a combination of genetic, biological,
environmental and psychological factors. Depression treatment can include medication, therapy,
or a combination of both. The important thing is to seek professional help if you or someone you
know is suffering from depression, as proper treatment can help improve quality of life and
prevent serious complications.
VII
Índice
Epigrafe..........................................................................................................................................III
Dedicatória.....................................................................................................................................IV
Agradecimento.................................................................................................................................V
Resumo...........................................................................................................................................VI
Abstract.........................................................................................................................................VII
1.Introdução....................................................................................................................................9
2.Fundamentação Teórica............................................................................................................11
2.1.Destaque para Idosos: Depressão.............................................................................................12
2.2.1 Causas da depressão em idosos.............................................................................................12
2.2.2 Depressão versus demência...................................................................................................12
2.2.3 Diagnóstico da depressão em idosos.....................................................................................13
2.2.4 Tratamento da depressão em idosos......................................................................................13
2.2.5 Causas de depressão..............................................................................................................13
2.3.1 Sintomas da depressão...........................................................................................................15
2.3.2 Transtorno depressivo maior.................................................................................................16
Observação.....................................................................................................................................16
2.3.3 Transtorno disfórico pré-menstrual.......................................................................................17
2.3.4 Transtorno do luto persistente...............................................................................................18
2.4 Especificadores.........................................................................................................................18
2.4.1 Suicídio..................................................................................................................................19
2.4.2 Uso de substâncias.................................................................................................................20
2.4.3 outros efeitos da depressão....................................................................................................20
2.5. O diagnóstico da depressão.....................................................................................................21
2.5.1 Exames..................................................................................................................................22
2.5.2 Tratamento da depressão.......................................................................................................22
2.5.3 Apoio.....................................................................................................................................23
2.5.4 Psicoterapia............................................................................................................................23
VIII
2.6 Farmacoterapia para depressão.................................................................................................24
2.6.1 Eletroconvulsoterapia............................................................................................................24
2.6.2 Fototerapia.............................................................................................................................25
2.6.3 outras terapias........................................................................................................................25
3. Tratamento odontológico ao paciente com depressão.......................................................28
3.1 Diagnóstico da depressão.........................................................................................................28
3.2 A depressão no consultório odontológico................................................................................29
3.3. Atendimento humanizado........................................................................................................31
3.4. Cuidando do paciente com depressão......................................................................................31
3.5 Epidemiologia da depressão em Angola..................................................................................33
4. Conclusão...............................................................................................................................35
Recomendações.............................................................................................................................36
Metodologia...................................................................................................................................37
Resultados e Discussão.................................................................................................................38
Referências Bibliográficas...........................................................................................................39
IX
CAPÍTULO I
X
1. Introdução
9
CAPÍTULO II
10
2. Fundamentação Teórica
11
Um episódio de depressão não tratado costuma durar cerca de seis meses, mas, às vezes,
prolonga-se por dois anos ou mais. Os episódios tendem a se repetir diversas vezes ao longo da
vida. (Azevedo, K. R., & Arrais, K. R. 2006).
Algumas causas de depressão podem ser mais comuns em idosos. Por exemplo, os idosos
possivelmente têm mais propensão a vivenciarem eventos emocionalmente angustiantes que
envolvem uma perda, como a morte da pessoa amada ou a perda de uma vizinhança familiar,
como na mudança para outro local. Outras fontes de estresse, como a redução da renda, piora
de uma doença crônica, perda gradativa da independência ou isolamento social, também
podem contribuir para a doença.
Doenças que podem levar à depressão são comuns em idosos. Essas doenças
incluem câncer, ataque cardíaco, insuficiência cardíaca, doenças da tireoide, acidente
vascular cerebral, demência e doença de Parkinson, (Baptista, A. S. D., & Baptista, M. N.
2005).
12
2.2.3 Diagnóstico da depressão em idosos
A depressão é muitas vezes difícil de ser diagnosticada em idosos devido a vários fatores:
É possível que os sintomas sejam menos perceptíveis, porque o idoso possivelmente
não trabalha ou tem uma quantidade menor de interações sociais.
Algumas pessoas acreditam que a depressão é uma fraqueza e relutam em contar a
outras pessoas que elas estão sentindo tristeza ou outros sintomas.
A ausência de emoção pode ser interpretada como indiferença em vez de depressão.
É possível que a família e amigos considerem os sintomas de uma pessoa deprimida
simplesmente como algo esperado conforme a pessoa envelhece.
Os sintomas podem ser atribuídos a outro transtorno, como a demência.
Como pode ser difícil identificar a depressão, muitos médicos rotineiramente fazem
perguntas aos idosos sobre seu humor. As pessoas da família devem ficar atentas a mudanças
de personalidade sutis, especialmente perda de entusiasmo e espontaneidade, perda do senso
de humor e esquecimento de fatos recentes, (Felice, E. M. 2007).
A causa exata da depressão não está clara, mas uma série de fatores podem tornar a depressão
mais provável. Os fatores de risco incluem
Uma tendência familiar (hereditariedade)
13
Eventos emocionalmente angustiantes, especialmente os que envolvem uma perda
Ser do sexo feminino, possivelmente envolvendo alterações dos níveis hormonais
Certas doenças físicas
Efeitos colaterais de certos medicamentos
A depressão não significa uma fraqueza de caráter e pode não refletir um transtorno de
personalidade, um trauma de infância ou falta de atenção dos pais. A classe social, a origem
étnica e fatores culturais aparentemente não exercem influência sobre a possibilidade de uma
pessoa ter depressão ao longo da vida.
Fatores genéticos contribuem para a depressão em aproximadamente metade das pessoas que a
têm. Por exemplo, a depressão é mais comum em parentes de primeiro grau (especialmente em
um gêmeo idêntico) de pessoas com depressão. Os fatores genéticos podem afetar o
funcionamento de substâncias que ajudam as células nervosas a se comunicarem
(neurotransmissores). Serotonina, dopamina e noradrenalina são neurotransmissores que podem
estar envolvidos na depressão.
As mulheres são mais propensas a apresentarem depressão que os homens, embora as
explicações para esse fato não sejam claras. Entre os fatores físicos, os hormônios são os mais
associados à depressão. Alterações nos níveis hormonais podem causar alterações no humor um
pouco antes da menstruação (como parte da síndrome pré-menstrual), durante a gravidez e
depois do parto. Algumas mulheres ficam deprimidas durante a gravidez ou durante as quatro
primeiras semanas após o parto (melancolia pós-parto ou, se a depressão for mais
séria, depressão pós-parto). A função anormal da tireoide, que ocorre com bastante frequência
em mulheres, pode ser outro fator.
A depressão pode se manifestar em conjunto com um determinado número de doenças físicas e
fatores ou ser causada por eles. Doenças físicas podem ser a causa direta de uma depressão
(como quando uma doença da tireoide afeta os níveis hormonais), ou sua causa indireta (como
quando a artrite reumatoide provoca dor e incapacidade). A depressão resultante de uma doença
física tem, frequentemente, causas diretas e indiretas. Por exemplo, a AIDS pode causar uma
depressão direta, se o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que causa a AIDS, lesionar o
cérebro. A AIDS pode causar uma depressão indireta devido a um efeito geral negativo na vida
da pessoa.
14
Muitas pessoas afirmam que se sentem mais tristes no final do outono e no inverno e atribuem
essa tendência à diminuição das horas de luz natural e às temperaturas mais baixas. No entanto,
em algumas pessoas, essa tristeza é grave o bastante para ser considerada um tipo de depressão
(chamada de transtorno afetivo sazonal), (Frizzo, G. B., et al 2005).
O uso de alguns medicamentos com receita médica, como alguns betabloqueadores (usados
para tratar hipertensão arterial), pode causar depressão. Por razões desconhecidas, os
corticosteroides provocam depressão com frequência quando o corpo os produz em grandes
quantidades no contexto de um transtorno (como na síndrome de Cushing), mas quando
administrados como um medicamento, eles tendem a causar hipomania (uma forma menos
grave de mania) ou, raramente, mania. Algumas vezes, interromper a administração do
medicamento pode causar depressão temporária.
Vários transtornos de saúde mental podem predispor uma pessoa à depressão. Eles incluem
determinados transtornos de ansiedade, o transtorno por uso de álcool, outros transtornos por
uso de substâncias e a esquizofrenia. Pessoas que já tiveram depressão têm mais propensão a
tê-la novamente, Klein, M. (1981).
Eventos emocionalmente angustiantes, como a perda de um ente querido, às vezes podem
desencadear depressão, mas geralmente apenas em pessoas que são predispostas à depressão,
como as que têm pessoas na família com depressão. Contudo, a depressão pode surgir ou piorar
sem nenhum motivo aparente ou significativo, Klein, M. (1981).
15
solidão e inutilidade. Essas pessoas costumam ser indecisas e retraídas, sentem-se
desamparadas sem esperança e pensam em morte e em suicídio.
A maior parte das pessoas deprimidas tem dificuldade para adormecer e despertam repetidas
vezes, principalmente de manhã. Algumas pessoas com depressão dormem mais que o habitual.
A falta de apetite e a perda de peso podem causar emaciação e, no caso das mulheres, é
possível que a menstruação pare de vir. No entanto, a alimentação excessiva e o aumento de
peso são comuns em pessoas com depressão leve.
Algumas pessoas deprimidas negligenciam a higiene pessoal ou mesmo seus filhos, outros
entes queridos ou animais de estimação. Algumas pessoas se queixam de ter uma doença física,
com vários sofrimentos e dores.
O termo depressão é utilizado para descrever vários transtornos relacionados:
Transtorno depressivo maior
Transtorno depressivo persistente
Transtorno disfórico pré-menstrual
A pessoa com transtorno depressivo grave fica deprimida na maior parte do dia por, no mínimo,
duas semanas. Ela pode dar a impressão de estar se sentindo muito infeliz. Os olhos podem
ficar cheios de lágrimas, as sobrancelhas podem estar franzidas e os cantos da boca podem estar
voltados para baixo. É possível que ela se sinta desanimada e evite contato ocular. É possível
que ela praticamente não se mova, mostre pouca expressão facial e converse de forma
monotônica, OMS. Organização Mundial da Saúde (2013).
Observação
A depressão envolve mais coisas do que ficar triste o tempo todo: A pessoa pode se sentir
inútil e culpada, perder o interesse nos seus prazeres habituais, ter distúrbios do sono,
perder ou ganhar peso.
Uma pessoa com transtorno depressivo persistente fica deprimida a maior parte do tempo por
dois anos ou mais.
16
Os sintomas começam de modo gradativo, frequentemente durante a adolescência, e podem
durar anos ou décadas. A quantidade de sintomas presentes concomitantemente varia e, às
vezes, os sintomas são mais leves que os da depressão grave.
A pessoa com esse transtorno pode estar triste, pessimista, descrente, sem senso de humor e
incapaz de se divertir. Algumas são passivas, sem energia e introvertidas. Ela reclama
constantemente e é rápida em criticar os outros e censurar a si mesma. Ela se preocupa com a
inadequação, o fracasso e com acontecimentos negativos, ao ponto de chegar a desfrutar
morbidamente dos seus próprios fracassos, (Piccinini, C. A. et al 2008).
Segundo o Rocha-Coutinho, M.L. 2003, sintomas graves ocorrem antes da maioria dos períodos
menstruais e desaparecem quando terminam. Os sintomas causam angústia substancial e/ou
interferem bastante no desempenho de funções. Os sintomas são semelhantes aos da síndrome
pré-menstrual, mas são mais graves, causando grande angústia e interferindo com o
desempenho de funções no trabalho e interações sociais.
O transtorno disfórico pré-menstrual pode surgir inicialmente em qualquer momento depois que
as meninas começam a menstruar. Ele pode piorar conforme as mulheres se aproximam da
menopausa, mas termina após a menopausa. Ele ocorre em cerca de 2% a 6% das mulheres que
estão menstruando.
As mulheres com transtorno disfórico pré-menstrual apresentam alterações de humor e ficam
tristes e chorosas subitamente. Elas ficam irritáveis e se zangam com facilidade. Elas ficam
bastante deprimidas, sem esperança, ansiosas e se sentem no limite. Elas podem se sentir
sobrecarregadas ou sem controle. Elas costumam se colocar para baixo.
Assim como com outros tipos de depressão, mulheres com esse transtorno podem perder o
interesse em suas atividades normais, ter dificuldade para se concentrar e se sentir cansadas e
sem energia. Elas podem comer em excesso ou ter compulsão por certos alimentos. Elas podem
dormir pouco ou muito.
17
Como muitas mulheres cuja menstruação está prestes a começar, essas mulheres podem sentir
suas mamas sensíveis e edemaciadas e/ou dores em músculos e articulações. Elas podem se
sentir inchadas e ganhar peso.
O luto persistente é quando ocorre uma tristeza persistente após a perda de um ente querido.
Ele difere da depressão quanto ao fato de que a tristeza se refere especificamente à perda, em
vez de os sentimentos generalizados de tristeza e falência associados à depressão, ( Ruschi, G.
E. C., Sun, S. Y., et al 2007).
O luto persistente é considerado presente quando o luto (demonstrado por uma saudade e/ou
preocupação com o falecido persistentes) é de longa duração (no mínimo 12 meses), é sentido o
tempo todo e é mais profundo que aquele considerado típico pela cultura da pessoa. Ele
também deve ser acompanhado por três ou mais dos quesitos a seguir, durante no mínimo um
mês, a ponto de ser angustiante ou incapacitante:
Descrença
Dor emocional intensa
Sensação de confusão de identidade
Evitar lembretes da perda
Sensação de amortecimento
Solidão intensa
Sensação de que nada faz sentido
Dificuldade em participar da vida em andamento
2.4 Especificadores
De acordo com Winnicott (1993), os médicos usam certos termos para descrever sintomas
específicos que podem ocorrer em pessoas com depressão. Esses termos incluem
Angústia ansiosa: A pessoa se sente tensa e, normalmente, inquieta. É possível que ela
tenha dificuldade para se concentrar, porque se preocupa ou teme que algo terrível pode
acontecer ou que pode perder controle de si própria.
18
Mista: A pessoa também apresenta três ou mais sintomas de mania. Estes sintomas
incluem sentimentos de exuberância e/ou extrema autoconfiança, falar mais que o
normal, dormir pouco e pensamentos acelerados. Essas pessoas não têm todos os
sintomas exigidos para serem diagnosticadas com transtorno bipolar, mas elas correm o
risco de eventualmente apresentá-lo.
Melancólica: A pessoa não sente mais prazer em nenhuma das atividades de que
costumava gostar. Ela parece letárgica, triste e desanimada. Ela fala pouco, para de
comer e perde peso. Ela pode se sentir excessivamente ou indevidamente culpada. Ela
geralmente acorda cedo na manhã e não consegue voltar a dormir.
Atípica: É possível que a pessoa se anime temporariamente quando algo bom acontece,
como uma visita de seus filhos. Ela tem aumento do apetite, que resulta em ganho de
peso. É possível que ela durma por longos períodos. Ela é excessivamente sensível à
crítica ou rejeição percebida. Ela pode se sentir oprimida, como se mal conseguisse
mover as pernas.
Psicótica: A pessoa tem crenças falsas (delírios), geralmente de ter cometido pecados ou
crimes imperdoáveis, de sofrer de doenças incuráveis ou constrangedoras ou de estar
sendo observada ou perseguida. É possível que a pessoa tenha alucinações, geralmente
vozes acusando-a de vários delitos ou condenando-a à morte.
Catatônica: A pessoa fica muito isolada. A realização de ações comuns, como pensar e
falar, pode se tornar mais lenta, ao ponto de todas as ações voluntárias serem reprimidas.
Algumas pessoas imitam a fala (ecolalia) ou os movimentos (ecopraxia) de outras.
Sazonal: Episódios de depressão ocorrem todos os anos em um período particular do
ano, normalmente com início no outono ou inverno e término na primavera. Esses
episódios são mais comuns nas latitudes extremas do norte e do sul, onde o inverno é, em
geral, mais longo e rigoroso. A pessoa fica letárgica. Ela perde o interesse nas atividades
cotidianas e desiste delas. Ela também pode dormir e a comer em excesso.
2.4.1 Suicídio
Pensamentos de morte são um dos sintomas mais graves de depressão. Muitas pessoas
deprimidas querem morrer ou sentem que, por valerem pouco, merecem morrer.
19
Aproximadamente 15% das pessoas deprimidas não tratadas terminam a sua vida se suicidando,
(Moraes & Rubio, 2012).
Uma ameaça de suicídio é uma emergência. Quando a pessoa ameaça se matar, é possível que o
médico a interne para que ela possa ser supervisionada até o tratamento reduzir o risco de
suicídio. O risco é especialmente alto nas seguintes situações:
Quando a depressão não é tratada ou não é tratada adequadamente
Quando o tratamento inicia (quando a pessoa se torna mais ativa mental e fisicamente,
mas o seu humor ainda é sombrio)
Quando a pessoa tem um aniversário significativo
Quando a pessoa alterna entre depressão e mania (transtorno bipolar)
Quando a pessoa se sente muito ansiosa
Quando a pessoa bebe álcool ou usa entorpecentes
Nas semanas a meses após uma pessoa ter cometido uma tentativa de suicídio,
especialmente se ela tiver usado um método violento
20
batimentos em resposta a diferentes situações, (Fonseca, Silva & Otta, 2010; Mattar et al., 2007;
Schwengber, Prado & Piccinini, 2009).
Avaliação médica
Exames para identificar doenças que podem causar a depressão
Em geral, é possível que o médico diagnostique uma depressão a partir dos sintomas. Os
médicos utilizam listas específicas de sintomas (critérios) para diagnosticar os diferentes tipos
de transtornos depressivos. Para ajudar a diferenciar entre a depressão e alterações comuns no
humor, o médico determina se os sintomas estão causando angústia significativa ou
prejudicando a capacidade de a pessoa desempenhar suas atividades. Antecedentes de
depressão ou histórico familiar de depressão ajudam a dar respaldo ao diagnóstico, (Saraiva &
Coutinho, 2008).
Na depressão, é frequente a pessoa manifestar preocupação excessiva, ataques de pânico e
obsessão, sintomas que podem levar o médico a pensar erroneamente que a pessoa tem
um transtorno de ansiedade, (Azevedo & Arrais, 2006, p. 269).
Em idosos, pode ser difícil detectar a depressão, sobretudo em pessoas que não trabalham ou
que têm pouca interação social. Além disso, a depressão pode ser confundida com demência,
porque pode causar sintomas semelhantes, como confusão e dificuldade de concentração e de
pensar claramente. No entanto, quando esses sintomas são causados por depressão, eles
desaparecem quando a depressão é tratada. Quando a demência é a causa, eles não
desaparecem.
21
Questionários padronizados são usados para ajudar a identificar a depressão e determinar a sua
gravidade, mas não podem ser usados isoladamente para diagnosticar a depressão. Dois
exemplos desses questionários são a Escala de Avaliação da Depressão de Hamilton, em que
um entrevistador faz as questões em voz alta, e o Inventário da Depressão de Beck, que
consiste em um questionário auto administrado. Por sua vez, o questionário da Escala de
Depressão Geriátrica é aplicado aos idosos. O médico também pergunta à pessoa se ela tem
qualquer pensamento ou plano de causar lesões a si mesma. Esses pensamentos indicam que a
depressão é grave.
2.5.1 Exames
Não existe nenhum exame que consiga confirmar a depressão. Entretanto, exames laboratoriais
podem ajudar o médico a determinar se a depressão é causada por uma doença hormonal ou
outro distúrbio físico. Por exemplo, geralmente são feitos exames de sangue para detectar
uma doença de tireoide ou deficiência de vitaminas. É possível que sejam feitos exames para
detectar o uso de drogas no caso de pessoas mais jovens. (Azevedo & Arrais, 2006, p. 275),
um exame neurológico completo é feito para detectar a doença de Parkinson, que causa alguns
dos mesmos sintomas.
No caso de pessoas com distúrbios do sono graves, talvez seja necessário fazer exames de sono
(polissonografia) para diferenciar os distúrbios do sono da depressão.
Apoio
Psicoterapia
Medicamentos, principalmente antidepressivos
22
A maioria das pessoas com depressão não precisa de hospitalização. No entanto, às vezes, a
pessoa deve ser hospitalizada, sobretudo se ela já considerou ou tentou cometer suicídio, se
estiver demasiado fraca pela perda de peso ou se houver risco de problemas cardíacos devido à
agitação grave, (Stern, 1997).
O tratamento depende da gravidade e do tipo de depressão:
Depressão leve: Terapia de suporte (incluindo visitas frequentes ao médico e educação) e
psicoterapia
Depressão moderada a grave: Medicamentos, psicoterapia ou ambos e, às vezes,
eletroconvulsoterapia
Depressão sazonal: Fototerapia
Transtorno do luto persistente: Psicoterapia adaptada para esse transtorno
A depressão em geral pode ser tratada com sucesso. Se a causa (como um medicamento ou
outra doença) puder ser identificada, ela é corrigida primeiro, mas também poderão ser
necessários medicamentos para tratar a depressão.
2.5.3 Apoio
De acordo com Winnicott (1993), é possível que o médico agende visitas ou contatos
telefônicos semanalmente ou em semanas alternadas para pessoas com depressão. O médico
explica à pessoa e à sua família que a depressão tem causas físicas e necessita de tratamento
específico, que normalmente é eficaz. O médico a tranquiliza dizendo que a depressão não
reflete uma falha de caráter, como fraqueza. É importante que as pessoas da família entendam o
transtorno, estejam envolvidas no tratamento e prestem apoio. No entanto, segundo Araújo
(2011), compreender a depressão pode ajudar a pessoa a entender e a lidar com o transtorno.
Por exemplo, a pessoa entende que o caminho para a recuperação geralmente é complicado e
que episódios de tristeza e pensamentos obscuros podem ocorrer novamente, mas que têm fim.
Portanto, a pessoa pode repensar a questão dos retrocessos e é mais propensa a continuar seu
tratamento e não desistir.
Tornar-se mais ativo, caminhando e exercitando-se regularmente, pode ajudar, assim como
interagir mais com outras pessoas.
23
2.5.4 Psicoterapia
A psicoterapia em si pode ser tão eficaz quanto a farmacoterapia no caso de depressão leve.
Quando usada em conjunto com medicamentos, ela pode ser útil para a depressão grave.
(Baptista & Baptista, 2005; Felix, Gomes & França, 2008; Fonseca et al., 2010; Nascimento,
Amorim, Primo & Castro, 2009; Santos Junior, Silveira & Gualda, 2009; Schwengber &
Piccinini, 2005), a psicoterapia individual ou de grupo pode ajudar a pessoa depressiva a
retomar de modo gradual suas antigas responsabilidades e a adaptar-se às pressões normais da
vida. A terapia interpessoal se concentra nos papéis sociais passados e presentes da pessoa,
identifica problemas com o modo como a pessoa interage com outras pessoas e oferece
orientação conforme a pessoa se ajusta às alterações nos papéis da vida. A terapia cognitivo-
comportamental pode ajudar a eliminar o desespero e os pensamentos negativos.
Para Santos Junior et al. (2009), vários tipos de antidepressivos estão disponíveis (consulte a
tabela Medicamentos utilizados para tratar a depressão). Eles incluem os seguintes:
Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs)
Antidepressivos mais modernos
Antidepressivos heterocíclicos
Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs)
Antidepressivo melatonérgico
Medicamentos similares à cetamina
Psicoestimulantes, como a dextroanfetamina e o metilfenidato, entre outros medicamentos, são
frequentemente empregados em combinação com antidepressivos. Os psicoestimulantes são
usados para aumentar o estado de alerta mental e a conscientização. Segundo Stern (1997). A
erva-de-são-joão, um suplemento dietético herbáceo, é usada às vezes para aliviar uma
depressão leve, embora a sua eficácia não esteja comprovada. Contudo, devido a interações
potencialmente nocivas entre a erva-de-são-joão e muitos medicamentos com receita médica, as
pessoas interessadas em tomar esse suplemento fitoterápico deverão discutir as possíveis
interações medicamentosas com o seu médico.
24
2.6.1 Eletroconvulsoterapia
2.6.2 Fototerapia
A fototerapia que usa banhos de luz é o tratamento mais eficaz contra a depressão sazonal, mas
também pode ser útil para outros tipos de transtornos depressivos.
A fototerapia envolve sentar-se a uma distância específica de uma caixa de luz que emite luz
com a intensidade necessária. A pessoa é orientada a não olhar diretamente para a luz e a
permanecer em frente da luz por 30 a 60 minutos por dia. A fototerapia pode ser realizada em
casa.
Se a pessoa dorme e acorda tarde, a fototerapia é mais eficaz pela manhã. Se a pessoa dorme e
acorda cedo, a fototerapia é mais eficaz no período entre o final da tarde e o começo da noite,
(Piccinini et al., 2008).
25
Segundo Felice (2006), é possível tentar outras terapias que estimulam o cérebro quando outros
tratamentos forem ineficazes. Incluem
Estimulação magnética transcraniana repetitiva
Estimulação do nervo vago
Espera-se que as células estimuladas liberem mensageiros químicos (neurotransmissores), que
ajudam a controlar o humor e assim aliviar sintomas de depressão. Estas terapias podem ajudar
as pessoas com depressão grave que não apresentam resposta a medicamentos ou psicoterapia.
Na estimulação magnética transcraniana repetitiva, uma bobina eletromagnética é colocada
sobre a testa próxima a uma área do cérebro que se considera estar envolvida com a regulação
do humor. O eletroímã gera pulsos magnéticos não dolorosos que, de acordo com os médicos,
estimulam as células nervosas na área alvo do cérebro. Os efeitos colaterais mais comuns são
dor de cabeça e desconforto próximo à área onde a bobina foi colocada. (p. 146). Klein (1981)
Segundo Welldon (1991, citado por Felice, 2007), para a estimulação do nervo vago, implanta-
se um dispositivo semelhante a um marca-passo cardíaco (estimulador do nervo vago) sob a
clavícula esquerda e liga-se ao nervo vago no pescoço com um cabo sob a pele (o par de nervos
vagos sai do tronco encefálico, localizado na base do crânio, passa pelo pescoço e nas laterais
do tórax e abdômen até chegar a órgãos, como o coração e os pulmões). O aparelho é
programado para estimular periodicamente o nervo vago por meio de um sinal elétrico indolor.
Este tratamento pode ser útil para depressão quando outros tratamentos forem ineficazes, mas
geralmente leva entre três e seis meses para começar a fazer efeito. As reações adversas da
estimulação do nervo vago incluem rouquidão, tosse e mudanças no tom de voz quando o nervo
é estimulado.
26
CAPÍTULO III
27
3. Tratamento odontológico ao paciente com depressão
A depressão é uma doença psiquiátrica, crônica e recorrente, que produz uma variável alteração
do humor caracterizada por uma tristeza profunda, associada a sentimentos de dor, amargura,
desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do
apetite. O diagnóstico inicial é realizado por meio de um exame físico e entrevista, feitos por um
médico ou psiquiatra.
De acordo com o cirurgião-dentista Rafael Celestino Colombo de Souza, os critérios atuais
utilizados para o diagnóstico e classificação dos estados depressivos se encontram no “Manual
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos (DSM-V) ”, embora exista uma série de escalas
validadas que podem diagnosticar esta condição. “É sempre importante que seja realizado o
diagnóstico diferencial desta condição”.
A prevalência de depressão distribui-se de maneira desigual na população. O especialista enfatiza
que a doença é mais comum entre as mulheres (2:1), os mais jovens, os mais desprivilegiados
economicamente e os que vivem sem companheiro/a.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta cerca de 340
milhões de pessoas em todo o mundo, gerando prejuízo funcional e altas taxas de morbidade e
28
mortalidade. É atualmente a principal causa de incapacitação, ocupando o quarto lugar entre as
10 principais causas de patologias.
Rafael Celestino Colombo de Souza, que atua principalmente nas áreas Diagnóstico Bucal,
Síndromologia e Odontologia Hospitalar, explica que os critérios diagnósticos para depressão, de
acordo com o DSM-V, são:
A. Cinco ou mais dos sintomas seguintes presentes por pelo menos duas semanas e que
representam mudanças no funcionamento prévio do indivíduo; pelo menos um dos sintomas é:
humor deprimido ou perda de interesse ou prazer.
1. Humor deprimido na maioria dos dias, quase todos os dias, por observação subjetiva
ou realizada por terceiros.
2. Acentuada diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas as atividades na
maior parte do dia, quase todos os dias.
3. Perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta ou aumento ou diminuição de
apetite, quase todos os dias.
4. Insônia ou hipersônia quase todos os dias.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias.
6. Fadiga e perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada, quase todos os dias.
8. Capacidade diminuída de pensar ou se concentrar ou indecisão, quase todos os dias.
9. Pensamentos de morte recorrentes, ideação suicida recorrente sem um plano
específico, ou tentativa de suicídio ou plano específico de cometer suicídio.
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento
social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
C. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou outra
condição médica.
D. A ocorrência de episódio depressivo maior não é explicada por transtorno esquizoafetivo,
esquizofrenia, transtorno delirante ou outro transtorno especificado ou não do espectro
esquizofrênico e outros transtornos psicóticos.
29
E. Não houve nenhum episódio de mania ou hipomania anterior.
O especialista alerta que a primeira coisa que o cirurgião-dentista ou qualquer outro profissional
da saúde deve saber é que o paciente depressivo não fica deprimido por opção. “Há muito
sofrimento nesse estado, trazendo perdas importantes em sua vida. A falta de interesse
generalizada afeta o autocuidado e até mesmo a negligência do tratamento odontológico
necessário. É necessário que o profissional conheça seu paciente e seus familiares, mantenha
contato com médico ou terapeuta que o assiste, para que assim lance mão de estratégias para o
cuidado odontológico”, (Piccinini et al., 2008; Stern, 1997), a ocorrência de um um sentimento de
desprezo ou desinteresse sobre o autocuidado pode resultar na higiene bucal precária, na
deficiência nutricional e na fragilidade física.
Rafael Celestino Colombo de Souza explica que a capacidade reduzida de autocuidado gera um
aumento no índice de placa e o consequente aparecimento de cárie e doença periodontal. “Muitas
vezes, são os familiares e amigos que encaminham o paciente com depressão ao consultório
odontológico, pois a aceitabilidade para o tratamento odontológico é pequena e difícil de se obter.
A autoestima diminuída, a insatisfação e o desânimo em relação à vida e ao futuro também
podem refletir na baixa adesão”. É necessário levar em consideração que pacientes depressivos
podem ter prejuízos seletivos na memória ou na retenção de conhecimentos, o que pode ser um
desafio para o dentista no momento de informar e educar sobre saúde bucal. “Além disso, existe
uma relação bidirecional entre depressão e doenças crônicas, uma vez que pessoas com depressão
podem apresentar alterações biológicas com potencial de aumentar os riscos de desenvolver
doenças crônicas, como alterações hormonais ou imunológicas. Outrora, doentes crônicos podem
apresentar limitações em sua vida diária, que aumentam as chances de terem depressão.
Independente da direção em que caminha, a conjugação de ambas implica pior gerenciamento
dos agravos e pior desfecho. O tratamento realizado com antidepressivos também pode impactar
a saúde bucal”, expõe o especialista. É preciso frisar que os antidepressivos comumente
utilizados no tratamento de depressão podem causar danos à saúde bucal do paciente. “Os
psicofármacos são medicações amplamente utilizadas no tratamento do paciente com depressão,
e o seu consumo tem crescido nos últimos anos. A primeira classe de antidepressivos
apresentavam diversos efeitos colaterais ao usuário, porém isso diminuiu com o surgimento de
medicamentos novos e mais elaborados”, enfatiza o cirurgião-dentista, que também é especialista
30
em Implantodontia e Reabilitação Oral, mestre em Diagnóstico Bucal/Semiologia e doutor em
Ciências Odontológicas com concentração em Odontopediatria.
Em relação à saúde bucal, muitos antidepressivos têm como efeito colateral a redução do fluxo
salivar, devido aos efeitos anticolinérgicos. A hipossalivação nestes pacientes pode incrementar a
incidência de cáries, infecções e fissuras nos cantos dos lábios. “Outro ponto importante e que
devemos considerar é a interação medicamentosa entre os psicofármacos e medicamentos
utilizados na clínica odontológica, como os anestésicos. O uso de anestésicos locais com
vasoconstritores simpatomiméticos, entre eles a adrenalina, a noradrenalina e a fenilefrina,
podem potencializar os efeitos colaterais dos antidepressivos, principalmente tricíclicos e
inibidores da MAO, sobre o sistema cardiovascular”, previne o cirurgião-dentista. “Os
antidepressivos tricíclicos também agregam, como seus efeitos colaterais, a visão turva,
taquicardia e palpitação, em função das suas ações antimuscarínicas; fraqueza, sedação, aumento
do apetite e fadiga, por bloqueio dos receptores histaminérgicos H1; e ainda hipotensão
ortostática, por impedirem receptores adrenérgicos α1. O uso dos ISRS pode alterar a coagulação
do paciente, com aumento no tempo de sangramento, pois há uma maior concentração de
serotonina na fenda sináptica e uma menor concentração disponível às plaquetas que a
armazenam”, completa.
A promoção da assistência humanizada e especializada a esses pacientes pode ser a chave para o
sucesso do atendimento odontológico.
A conduta e a abordagem de pacientes com depressão são muito delicadas, principalmente
quando emoções muito intensas, como a tristeza, melancolia, frustração e raiva, são expressadas.
“Como profissional da área da saúde, é importante lembrar que isso faz parte de uma condição,
não devendo ser relacionado a uma opinião pessoal. É preciso ter cuidado para não tentar
convencer a pessoa deprimida que aquilo que ela sente não existe”, adverte Rafael Celestino
Colombo de Souza.
Para o especialista, um tratamento humanizado aumenta a adesão do paciente ao tratamento. A
busca por essa prática deve ser constante, e o aprendizado é obtido a cada experiência. “Receba o
paciente na sala de espera, mostre empatia, fale o seu nome, seja um bom ouvido e, quando na
dúvida sobre o que fazer ou dizer, pergunte sempre: ‘como posso ajudar?’”.
31
Ainda neste contexto, é importante enfatizar que este cuidado deve ser estendido à equipe
multidisciplinar, que tem um papel fundamental no cuidado contínuo desta condição.
3.4. Cuidando do paciente com depressão
O cirurgião-dentista Rafael Celestino Colombo de Souza apresenta algumas dicas valiosas para
um atendimento eficiente e eficaz junto ao paciente com depressão.
32
Se você é um dentista que está enfrentando problemas de saúde mental, é importante que você
busque ajuda de um profissional qualificado. Há muitos recursos disponíveis, incluindo serviços
de aconselhamento e terapia. Não hesite em procurar ajuda se você estiver enfrentando problemas
emocionais. Atender pacientes pode ser uma fonte adicional de estresse para os dentistas que
sofrem de depressão. É importante que os dentistas tenham uma abordagem cuidadosa ao lidar
com os pacientes e encontrem maneiras de gerenciar o estresse associado ao atendimento.
Algumas estratégias que podem ajudar a reduzir o estresse no atendimento ao paciente incluem:
Criar um ambiente acolhedor e tranquilo: manter um ambiente agradável e acolhedor no
consultório pode ajudar a reduzir a ansiedade do paciente e do dentista. Algumas dicas incluem
ter uma música suave no fundo, um aroma agradável, oferecer água e um espaço confortável para
o paciente aguardar.
Comunicar-se claramente: uma comunicação clara pode ajudar a diminuir o estresse e a
ansiedade do paciente e do dentista. É importante que o dentista explique os procedimentos de
forma clara e responda a todas as perguntas do paciente.
Agendar consultas com intervalos adequados: agendar consultas com intervalos adequados
permite que o dentista tenha tempo para se recuperar entre os atendimentos. Isso pode ajudar a
reduzir o estresse e a ansiedade associados ao atendimento ao paciente.
Praticar a respiração profunda: praticar a respiração profunda pode ajudar a reduzir o estresse e a
ansiedade no momento do atendimento. Os dentistas podem praticar a respiração profunda antes,
durante e após o atendimento ao paciente, (Rocha- Coutinho, 2003).
A depressão é uma doença mental comum em todo o mundo, incluindo Angola. No entanto,
informações precisas sobre sua epidemiologia em Angola são limitadas.
No entanto, é importante ressaltar que essas estimativas são inspiradas em dados limitados e
podem não refletir com precisão a verdadeira prevalência de depressão em Angola. A falta de
33
serviços de saúde mental e a falta de conscientização sobre a importância da saúde mental
também podem contribuir para a subnotificação e subtratamento da depressão em Angola.
Mais pesquisas são necessárias para entender melhor a epidemiologia da depressão em Angola e
para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento.
34
CAPÍTULO IV
4. Conclusão
A alteração afetiva e suas concepções estão relacionadas ao contexto e aos preceitos em que se
vive. Com o avanço da cientificidade surgiram novos estudos, levantaram-se novas hipóteses
acerca de todo o processo de conhecimento das doenças orgânicas e alterações afetivas do sujeito,
antes tidas como formas de loucura. A subjetividade do sujeito pode ser mais bem explicada,
dado os avanços dos estudos filosóficos que sustentaram e deram suporte às descobertas da
Psicologia e Psicanálise. De posse de novos reverenciais viabilizam-se novos questionamentos
sobre o que se pensa e se define e se entende hoje sobre depressão.
35
Na atualidade as queixas referentes aos sintomas depressivos como desinteresse, apatia, tristeza,
nem sempre estão ligadas a uma perda propriamente dita. Estes fatores são ditos pela literatura
clássica como os desencadeadores da depressão e melancolia. Percebe-se, porém, que existem
outros fatores que podem causar sintomas depressivos, os quais decorrem das relações e
situações, cotidianamente, vividas na sociedade contemporânea. Comparando a sociedade atual
com a sociedade mais antiga percebe-se que nesta última o sujeito vivia uma angústia maior em
relação às regras a serem obedecidas. Naquela época, a repressão era mais significativa, não
dando espaço para a autonomia nem para a liberdade de expressão. A repressão podia ser
originada por imposições políticas, ou por imposições religiosas. O que se observa na sociedade
contemporânea é que os sujeitos se deparam com inúmeras possibilidades. E, por mais paradoxal
que pareça, o vazio depressivo impera frente à autonomia e às liberdades conquistadas: tudo é
permitido fazer, e não se sabe que rumo tomar com tanta liberdade. Os sujeitos permanecem
desamparados, imersos nesse “mar de possibilidades”.
A impossibilidade do ego de fazer frente à rigidez do superego o deixa num estado apático
fazendo com que nada o satisfaça. Por isso se diz que as inúmeras possibilidades de gratificação
jamais darão satisfação plena, uma vez que a exigência do superego severo e a concomitante
impossibilidade negociação do ego inviabilizam possibilidades autênticas e/ou suficientes de
gratificação. Para fazer frente a tais demandas, surgem os estados maníacos como defesas, no
intuito de fugir da autopunição, desprendendo grandes quantidades de energia na busca de
atividades ilusoriamente gratificantes, atividades estas, aliás, fornecidas de forma infindável pela
sociedade moderna.
Recomendações
Se você ou alguém que você conhece está sofrendo de depressão, algumas recomendações
importantes:
Procure ajuda profissional: É importante procurar ajuda de um profissional de saúde
mental, como um psicólogo ou psiquiatra. Eles podem avaliar sua condição e tratamentos
adequados.
36
Não tenha medo de falar: Falar sobre sua condição com amigos e familiares pode ajudar a
aliviar a carga emocional. Compartilhar seus sentimentos com outras pessoas pode ajudá-
lo a se sentir menos isolado e mais compreendido.
Mantenha uma rotina saudável: Exercício físico, uma dieta saudável e sono adequada
podem ajudar a melhorar seu bem-estar físico e emocional. Tente estabelecer uma rotina
diária para manter o equilíbrio.
Considere a terapia: A terapia pode ajudar a identificar os padrões de pensamento
negativo que podem estar confiantes para sua depressão. Ela também pode fornecer
habilidades e ferramentas para lidar com emoções difíceis.
Evite o uso excessivo de álcool e drogas: O uso excessivo de álcool e drogas pode piorar
os sintomas da depressão e tornar mais difícil o tratamento.
Tenha paciência: A recuperação da depressão pode levar tempo e requer
comprometimento. Seja gentil consigo mesmo e procure ajuda quando precisar.
Lembre-se de que a depressão é uma doença tratável e que muitas pessoas se recuperam com o
tratamento adequado. Não hesite em procurar ajuda se precisar.
Metodologia
37
Resultados e Discussão
Trata-se de relato experiência de um caso de uma paciente do sexo feminino, 53 anos, casada,
natural de Fortaleza-Ce. Residente em casa própria com o marido e tendo cursado apenas até o
ensino fundamental, tinha como profissão auxiliar de linha de produção. Foi admitida no dia 28
de outubro de 2015 na clínica médica, acompanhada pelo marido, com diagnóstico de depressão
associada à desnutrição. O Marido relatou que a paciente iniciou quadro de depressão e rejeição
alimentar após perca de 6 pessoas familiares próximos em 4 anos. Informou que apresenta
38
histórico de hipotensão, que ela é fumante e faz uso de álcool socialmente. Dentre o levantamento
de problemas foi identificado: Isolamento social, ausência de atividades físicas e de lazer, e a
partir daí foram identificados os seguintes diagnósticos de Enfermagem: estilo de vida sedentário,
baixa autoestima crônica, tristeza crônica e risco de solidão. Com base nos diagnósticos foram
estabelecidos cuidados específicos de acordo com as necessidades da paciente. A Com a
implementação das atividades previamente estabelecidas foi observada uma significativa melhora
psicopatológica. Contudo, o déficit de aplicação da Sistematização da Assistência de
Enfermagem pelos Enfermeiros da unidade, muitas vezes devido a sobrecarga de atividades no
plantão, dificultou a continuidade do cuidado.
Referências Bibliográficas
39
LOPES, Johnnatas Mikael et al . Associação da depressão com as características
sociodemográficas, qualidade do sono e hábitos de vida em idosos do Nordeste brasileiro: estudo
seccional de base populacional. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro , v. 18, n. 3, p. 521-
531, set. 2015 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1809-98232015000300521&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 29 nov.
2015. http://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14081.
Azevedo, K. R., & Arrais, K. R. (2006). Mito da Mãe Exclusiva e seu Impacto na Depressão
Pós-Parto. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19( 2), 269-276.
Fonseca, V. R. J. R. M., Silva, G. A., & Otta, E. (2010). Relação entre depressão pós-parto e
disponibilidade emocional materna. Cadernos de Saúde Pública, 26(4), 738-746.
Mattar, R., Silva, E. Y. K., Camano, L., Abrahão, A. R., Colás, O. R., Neto, J. A. et al.
(2007). A violência doméstica como indicador de risco no rastreamento da depressão pós-
parto. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 29(9), 470- 477.
Motta, M. G., Lucion, A. B., & Manfro, G. G. (2005). Efeitos da depressão materna no
desenvolvimento neurobiológico e psicológico da criança. Revista de Psiquiatria do Rio
Grande do Sul, 27(2), 165-176.
Nascimento, S. R. C., Amorim, M. H. C., Primo, C. C., & Castro, D. S. (2009). Fatores de
risco para o desenvolvimento de depressão na gestação. Revista Brasileira de Pesquisa em
Saúde, 11(2) 18-23.
Piccinini, C. A., Gomes, A. G., Nardi, T., & Lopes, R. S. (2008). Gestação e a constituição da
maternidade. Psicologia em Estudo, 13(1), 63-72.
41
Ruschi, G. E. C., Sun, S. Y., Mattar, R., Filho, A. C., Zandonade, E., & Lima, V. J. (2007).
Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira. Revista de
Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 29(3), 274-280.
Santos Junior, H. P. O., Silveira, M. F. A., & Gualda, D. M. R. (2009). Depressão pós-parto:
um problema latente. Revista Gaúcha de Enfermagem, 30(3), 516-524.
42