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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO TUNDAVALA


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Curso de Licenciatura em Fisioterapia

AMIJÓRIA JOSÉ

DELCIA DA SILVA

DOMINGAS LUÍS

EMÍLIA ALEIXO

EUNICE SANTOS

ELISEU CASTELO

INFANTINA DA SILVA

ISIDORA CAMBINDA

JÉSSICA MIGUEL

JOSÉ MANUEL

TERESA PUPO

ZILCALZIA RODRIGUES

TEMA DE ESTUDO: EPILESPSIA

Lubango, 2023
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Tema de Estudo: Epilepsia

Amijória José

Delcia da Silva

Domingas Luís

Emília Aleixo

Eunice Santos

Eliseu Castelo

Infantina da Silva

Isidora Cambinda

Jéssica Miguel

José Manuel

Teresa Pupo

Zilcalzia Rodrigues

Departamento de Ciências da Saúde, Instituto Superior Politécnico Tundavala

Curso de Licenciatura em Fisioterapia

Docente: Dra. Luísa Fonseca

Abril/ 2023
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Dedicatória

Dedicamos primeiramente este trabalho a Deus. Que sem a sua graça e orientação, não
seriamos capazes de alcançar este objetivo. Por conceder-nos a sabedoria e a força para
concluir este trabalho e que o esforço seja agradável aos olhos do Senhor. Esperamos que este
trabalho possa ser utilizado para fazer o bem e contribuir para a melhoria do mundo em que
vivemos. Que os conhecimentos adquiridos possam ser utilizados para ajudar aqueles que
precisam e para tornar este mundo um lugar melhor.

Aos nossos pais, não há palavras suficientes para expressar tamanha gratidão por todo o amor,
apoio e orientação que nos deram ao longo dos anos. Sem o seu encorajamento constante e
suas palavras sábias, nós não estariamos onde estamos hoje.

A todos os membros que contribuíram com seu esforço, comprometimento e colaboração para
que pudéssemos alcançar nossos objetivos com sucesso. A cada um de vocês, agradeço pela
disponibilidade em trabalhar juntos, pela paciência em lidar com as diferenças e pelas ideias e
sugestões que ajudaram a enriquecer este projeto. Saibam que o resultado obtido não é apenas
fruto de um esforço individual, mas sim de uma soma de habilidades e competências que se
complementaram e resultaram em um trabalho completo e de qualidade, muito obrigado a
todos!

A nossa Professora e orientadora,pela sua paixão pela Fisioterapia e seu compromisso em nos
ajudar a crescer e desenvolver são exemplos a serem seguidos por todos nós. O nosso, muito
obrigado por tudo que você fez pela nossa formação.
4

Agradecimentos

A todos acima mencionados, a nossa maior gratidão.

Aos nossos pacientes que colaboraram activamente para a realização desse trabalho, queremos
agradecer por sua participação e confiança a reforçar a relação médico-paciente, mostrando
que valorizamos sua colaboração e nos preocupamos com seu bem-estar e incentivar outros
pacientes a se engajarem no processo de cuidado, tornando-se parceiros ativos na busca por
soluções de saúde.

Queremos expressar nossa profunda gratidão.


5

Resumo

O presente trabalho tem por finalidade explicitar a epilepsia e as ações da fisioterapia na


reabilitação neurológica, e mostrar que o tratamento pode trazer resultados satisfatórios para
os pacientes, melhorando sua funcionalidade e desempenho nas atividades de vida diária. O
sistema nervoso central é responsável por receber e processar informações, as lesões
neurológicas desencadeiam fatores que acometem as funções motoras e cognitivas levando à
limitações impostas por sua deficiência. A epilepsia é um distúrbio do sistema nervoso central
caracterizado pela ocorrência de crises epilépticas ao longo do tempo, que ocorrem
espontaneamente, ou, por vezes, favorecidas por agentes provocadores (epilepsias reflexas).
Caso Clínico: o estudo de caso foi um paciente de 28 anos de idade, que apresenta quadros de
crises epilepticas desde a adolescência, que obteve o diagnóstico cinetico funcional de
paraparesia pós crise epilepticas e hipercifose torácica, após intervenção Fisioterapêutica
apresentou melhorias significativas no Objectivo : Descrever a epilepsia e a intervenção
Fisioterapêutica nesta patologia . Metodologia: Foi feito um estudo de caso e pesquisas
através de revisão bibliográfica, nas seguintes bases de dados electrónicas: SciELO, Google
Académico, revistas, sites e trabalhos científicos. Conclusão: Existe um considerável campo de
atuação para a Fisioterapia na reabilitação de indivíduos com epilepsia , dentre eles, a
avaliaçao e intervenção na equipa multidisciplinar . Estás actividades possibilitam o
aprendizado e enfatizam a importância da fisioterapia em patologias do mesmo fórum, sendo
esta uma profissão fortemente enraizada na reabilitação neurológica e traumatologica.

Palavras-chave: 1. Epilepsia; 2.Fisioterapia; 3.Reabilitação;

Lista de Abreviaturas e Siglas


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AVC- Acidente Vascular Cerebral

DNET-Tumor Disembrioplásico Neuro-Epitelial

EEG- Eletroencefalograma

ELT- Epilepsia de Lobo Temporal

IM- Imagética Motora

SNC- Sistema Nervoso Central

TCE- Traumatismo crânio-encefálico

HDA- História da Doença Actual

HDP- História da Doença Pregressa

QP- Queixa Principal

Índice
7

Introdução .................................................................................................................9
CAPÍTULO I- Marco Teórico ...................................................................................12
1.1-Contextualização..............................................................................................13
1.2-Etiologia e Fisiopatologia.................................................................................13
1.3-Classificação das Crises Epilépticas .............................................................14
1.4-Síndromes Epilépticas......................................................................................15
1.5-Diagnostico das Síndromes Epilépticas .........................................................16
1.5.1-Teste de Stroop..............................................................................................16
1.6-Tipos de Síndromes Epilépticas.......................................................................16
1.6.1-Epilepsia Mesial Temporal ...........................................................................17
1.6.2- Convusões Febris.........................................................................................17
1.7-Tratamento da Crise Epilépticas Aguda..........................................................17
1.8-Tratamento crônico da epilepsia.....................................................................18
1.9-Tratamento conservador da Epilepsia ............................................................19
1.9.1Convulsão Epilética........................................................................................19
1.9.2-Capacidade funcional .................................................................................. 20
1.9.3- Somatognosia ..............................................................................................21
1.9.4- Imagética Motora ................... .....................................................................22
1.9.5-Análise de marcha ........................................................................................23
1.10- Casos Clínicos...............................................................................................24
CAPITULO II: Metodologia......................................................................................25
2.1 Metodologia......................................................................................................26
2.2- Fontes para recolha de dados.........................................................................26
2.3- Instrumentos para recolha de dados..............................................................26
2.4- Critérios de Inclusão e Exclusão ....................................................................27
2.4.1-Criterios de Inclusão .....................................................................................27
2.4.2- Critérios de Exclusão ...................................................................................27
2.5-Critérios para recolha de dados.......................................................................27
CAPÍTULO III : Contextualização do Caso Clínico.................................................28
3.1 Apresentação do Caso Clínico ........................................................................29
8

3.1.1- Anamnese ....................................................................................................29


3.2- Exame Físico Geral .........................................................................................29
3.3 - Diagnóstico.....................................................................................................30
3.3.1 - Diagnóstico Clínico .....................................................................................30
3.3.2-Diagnóstico Cinético-Funcional....................................................................30
3.4- Apresentação da Conduta Fisioterapêutica Adoptada nas Diversas Fases de
Tratamento.............................................................................................................................
3.5-Objectivos Fisioterapêuticos a serem Alcançados........................................31
3.5.1-Objetivos a curto prazo.................................................................................31
3.5.2-Objectivos á longo Prazo..............................................................................31
3.6-Plano de Intervenção na Reabilitação Física do Paciente..............................32
3.6.1 Recursos indicados e técnicas realizadas ................................................32
3.7- Nota de evolução Fisioterapêutica.................................................................32
3.8- Apresentação de Resultados..........................................................................32
3.9--Discussão de Resultados ...............................................................................33
3.10-Limitações Do Estudo....................................................................................33
3.11- Sugestões para Estudos Posteriores...........................................................33
Conclusão................................................................................................................29
Referências Bibliográficas....................................................................................30

Introdução
9

A Epilepsia é um distúrbio do sistema nervoso central caracterizado pela ocorrência de


crises epilépticas ao longo do tempo, que recorrem espontaneamente, ou, por vezes,
favorecidas por agentes provocadores (epilepsias reflexas) (Dunski, 2008).

A crise epiléptica, por sua vez, é um descontrole momentâneo e, em geral, auto-limitado


da atividade elétrica dos neurônios do córtex cerebral, que se despolarizam de forma intensa e
hiper-sincrônica, levando a um distúrbio nas funções das áreas despolarizadas, o que gera uma
diversidade de sinais e sintomas, referentes aos locais de despolarização anômala.

Crises epilépticas podem ser provocadas por fatores que desequilibram agudamente a
atividade elétrica cerebral, sem que o indivíduo volte a apresentá-las de forma espontânea,
após serem suprimidos os fatores provocadores. Neste caso, são denominadas “crises
circunstanciais” e não caracterizam uma Epilepsia.

Dreifuss (1996) definiu a epilepsia como uma condição em que as recorrentes descargas
elétricas no cérebro provocam distúrbios no funcionamento normal do sistema nervoso. O
mesmo autor afirma que tais episódios dedistúrbios são denominados convulsões, as quais
podem ocasionar perdatemporária de consciência ou mudanças de comportamento, sendo que
as mudanças exatas dependem da área do cérebro que está sendo estimulada pela descarga
elétrica.

Caso os fatores agressores, ou as próprias crises prolongadas e repetitivas tenham


determinado uma lesão cerebral permanente, poderão ocorrer crises espontâneas a partir de
então, mesmo na ausência de distúrbios agudos das funções corticais. Neste caso, ficará
caracterizada uma Epilepsia. As causas habituais de crises circunstanciais na prática clínica são:
desequilíbrios hidroeletrolíticos graves (principalmente em crianças pequenas e idosos),
hipoglicemia severa, hiperglicemia associada a coma hiper-osmolar do Diabetes Mellitus,
hipóxia grave, isquemia cerebral, traumatismo crânio-encefálico (TCE), infecções do Sistema
Nervoso Central (SNC), especialmente as que envolvem o parênquima (encefalites ou
meningoencefalites), intoxicações medicamentosas, por drogas ou toxinas, efeito de drogas
ilícitas, ou por certos antibióticos, etc

Este trabalho tem como Objectivo geral: Descrever a Epilepsia . E como Objectivo
específico: Descrever a intervenção Fisioterapêutica em pacientes com sequelas de epilepsia.

O estudo está constituído por 3 capítulos, sendo que o capítulo I aborda sobre os
fundamentos e conceitos considerados essenciais na abordagem da Epilepsia , enfatizando o
tratamento fisioterapêutico. O capítulo II descreve a metodologia usada para a elaboração do
estudo científico (tipo de estudo, população e amostra, critérios de inclusão e exclusão e as
fontes de recolha de dados). E o capítulo III retrata um estudo de caso acompanhado sendo que
10

este foi submetido a uma conduta Fisioterapêutica e a posterior apresentação dos resultados
obtidos.
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CAPÍTULO I- Marco Teórico

1.1-Contextualização

Quanto ao conceito específico de epilepsia, vários têm sido os apresentados pela


literatura médica. É notável que, mesmo não se tendo definição complementar satisfatória
sobre epilepsia, tanto na literatura médica nacional quanto internacional, podem-se encontrar
12

semelhanças entre os diferentes conceitos, sendo importante ressaltar algumas definições já


apresentadas pela literatura médica em seu percurso histórico.

Segundo Scliar (1987), as doenças não se traduzem apenas nas repercussões do


comprometimento anatômico e funcional do organismo. Desde épocas remotas, verifica-se que
as doenças têm um conteúdo simbólico importante. “Doenças são também metáforas a
epilepsia se constituía, na Antigüidade Clássica, em “doença sagrada (morbus sacer)”.

O mais velho relato detalhado de epilepsia está contido em um manuscrito no Museu


Britânico. É um capítulo de um livro-texto babilônico de medicina que resume 40 manuscritos,
datados por volta de 2000 a.C. O manuscrito registra, detalhadamente, diferentes tipos de
ataques de epilepsia que são reconhecidos hoje. Enfatiza a natureza sobrenatural da epilepsia
com cada tipo de ataque, associado com o nome de um espírito ou deus, normalmente do mal.
O tratamento era então um assunto espiritual. Mais tarde, conceitos sobre a epilepsia
apareceram na Grécia antiga, embora Hipócrates, há 400 anos a.C., tenha sinalizado, por meio
de monografia sobre o tema em texto médico, escrito para leigos, que a epilepsia não era nem
sagrada nem divina, mas um distúrbio do cérebro, com suspeita de que sua origem fosse
hereditária. Ainda se acreditava que a doença estava relacionada a aspectos místicos( Eerdt,
2010).

1.2-Etiologia e Fisiopatologia
Segundo Magila & Carameli, (2000) os mecanismos de descontrole espontâneo e recorrente da
atividade elétrica cortical que determinam crises epilépticas ao longo do tempo podem ser
resumidos em 4 grandes grupos:
• Gliose (cicatrizes gliais): áreas de desequilíbrio de neurotransmissores e do influxo
transmembrana de potássio, com predomínio de excitação. As células da glia têm funções de
depuração de neurotransmissores excitatórios do meio extracelular e de controle dos níveis
extracelulares de potássio. A gliose pode gerar desequilíbrio elétrico da membrana neuronal.
• Circuitos aberrantes hiper-excitáveis: como na Epilepsia do Lobo Temporal com Esclerose
Mesial e Malformações do Desenvolvimento Cortical (displasias corticais).

• Desbalanço de Neurotransmissores: Anomalias de funcionamento de canais de Sódio,


Cálcio, Potássio, ou de receptores de membrana, como o nicotínico (epilepsias idiopáticas e
epilepsias geneticamente determinadas)

• Alterações metabólicas complexas: Nos erros inatos do metabolismo. Cicatrizes gliais


epileptogênicas são vistas, por exemplo, em lesões pós TCE, AVC, infecções do SNC e insultos
perinatais. Circuitos aberrantes podem ser adquiridos a partir de áreas de morte neuronal e
regeneração anômala, como na esclerose mesial temporal. Muitas lesões (como os tumores, ou
13

malformações vasculares que comprimem o cérebro) podem gerar crises por mecanismos
complexos, isquemia por compressão, perda neuronal com regeneração anômala, desbalanço
entre sinapses inibitórias e excitatórias, etc (Green, 2012).

Muitas doenças cromossômicas ou gênicas podem gerar circuitos epileptogênicos


devido a vários mecanismos, ainda não elucidados completamente.

De um modo geral, a manifestação de uma síndrome epiléptica será determinada pela


conjunção de fatores genéticos e fatores adquiridos, ou lesionais. Em algumas formas de
epilepsia, o peso da herança é determinante e a epilepsia se manifesta, mesmo na ausência de
fatores adquiridos. Em outros, mesmo na ausência de herança ou mutações propiciadoras de
crises epilépticas, lesões graves determinam áreas epileptogênicas que se expressarão como
uma epilepsia clinicamente caracterizada (Bonda, 1995).

1.3-Classificação das Crises Epilépticas

As crises epilépticas são inicialmente classificadas em 2 grandes grupos:

- Focais (ou parciais): decorrem de despolarização em grupamentos neuronais restritos a


uma área limitada do córtex cerebral, podendo progredir para áreas adjacentes e até se
generalizar secundariamente. As manifestações clínicas observadas nas crises focais
relacionam-se com hiper-ativação das regiões envolvidas pela descarga crítica. Tal ativação
pode gerar hiper-expressão de uma modalidade de função (contrações musculares, sensações
parestésicas, alucinações visuais, auditivas, etc....), ou uma ativação de circuitos inibitórios
(parada comportamental, atonia focal, anestesia em parte do corpo, amaurose em um
hemicampo visual, afasia...) (Green, 2012).
Crises focais podem comprometer, ou não, a consciência. Tal comprometimento pode ocorrer
sem que haja perda da vigilância (“desmaio”), sendo um transtorno qualitativo que leva o
indivíduo à perda da noção de si e do meio, com a sensação de ter ficado “fora de si” por um
tempo, ao término da crise seguida de recuperação completa da consciência. As crises focais
sem comprometimento da consciência são designadas como simples, enquanto as que
comprometem a consciência têm sido classicamente chamadas de parciais complexas (Dunski,
2008).

- Generalizadas: descargas hiper-sincrônicas que envolvem o córtex como um todo,


gerando manifestações motoras bilaterais e mais ou menos simétricas, que podem ser positivas
(contraturas = convulsões), tônicas (contração sustentada), mioclônicas (contração fásica,
rápida), clônicas (contratura intercalada com relaxamento, gerando abalos rítmicos) e tônico-
clônicas (fase tônica seguida de fase clônica). Crises motoras generalizadas que ativam circuitos
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inibitórios provocam perda súbita do tono muscular, podendo levar à queda ao solo, se o
paciente estiver em pé, são chamadas de atônicas. Há ainda crises generalizadas motoras que
combinam fenômenos de ativação e inibição motora, como as crises mioclono-astáticas, ou
mioclono-atônicas (mioclonia seguida de perda parcial ou total do tono), que também podem
levar à queda ao solo e ferimentos (Baier, 2008).
Um tipo particular de crise generalizada é a Ausência que cursa com envolvimento motor
muito sutil e bilateral, como contrações rítmicas das pálpebras (clonias), ou da raiz dos
membros superiores, ou da face. Entretanto, nestas crises, o envolvimento de estruturas que
controlam a ativação cortical da consciência (circuito tálamo-cortical) predomina e
manifestação clínica característica é uma perda súbita e total do contato com o ambiente e da
noção de si mesmo, apesar do indivíduo se manter de olhos abertos, com olhar vago, sem
contato verbal. Tais crises demoram caracteristicamente poucos segundos, até, no máximo, um
minuto (Baier, 2008).

1.4-Síndromes Epilépticas
As síndromes epilépticas são classificadas com base em 2 pilares essenciais: a topografia, focal
ou generalizada, e a etiologia, lesional ou idiopática. Epilepsias devidas a lesões cerebrais são
designadas como sintomáticas, ou seja, nestes casos, a epilepsia é um dos sintomas da lesão, ao
lado de outros dados, como hemiparesias, déficits visuais, distúrbios cognitivos, da
sensibilidade, da coordenação motora, do comportamento, etc ( Eerdt, 2010).

As epilepsias idiopáticas são um conjunto à parte, que se apresenta em várias formas já


conhecidas, tanto com crises focais, como com crises generalizadas, com expressão
característica em diferentes idades (Engel, 2001).

Tais síndromes têm incidência maior na mesma família, sugerindo base genética, que já
está elucidada em várias delas. Outras sugerem mecanismos poligênicos. Uma característica
freqüente nestas epilepsias idiopáticas é a ausência de lesões estruturais vistas pelos exames
de neuroimagem, a resposta favorável à terapêutica medicamentosa e a remissão ao longo do
tempo, em várias destas síndromes. Entretanto, isto não é regra para todas, pois há formas em
que o tratamento é necessário durante toda a vida do paciente (Almeida, 2010).

1.5-Diagnostico das Síndromes Epilépticas


O diagnóstico da síndrome epiléptica requer anamnese detalhada, com ênfase no tipo de
manifestação, para diferenciá-la de fenômenos paroxísticos de origem não epiléptica ,como
distúrbios do movimento, síncope, crises de perda de fôlego, parassonias, crises psicogênicas,
etc (Gavin, 2013).
15

O exame físico geral deve contemplar principalmente a observação da pele, para pistas
sobre síndromes neurocutâneas, além de dismorfias, sugestivas de anomalias cromossômicas e
doenças genéticas. O exame neurológico buscará déficits neurológicos focais, como
hemiparesias, síndromes de nervos cranianos, etc..., bem como, déficits intelectuais e
distúrbios do comportamento. Exame neurológico normal não exclui a possibilidade de lesão
cerebral, como ocorre em certas malformações localizadas do córtex cerebral, ou lesões
vasculares (angiomas cavernosos), tumores benignos ou congênitos, como hamartomas e o
DNET (tumor disembrioplásico neuro-epitelial), cujo sintoma característico é a epilepsia
(Esgalhado, 2010).
Também, na epilepsia focal associada a esclerose mesial temporal, o exame neurológico
costuma ser normal, apesar de que a avaliação neuropsicológica (feita por psicólogos
especialistas) pode mostrar deficiências de memória, linguagem e funções visuo-espaciais,
pelas crises freqüentes (Green, 2012).

O exame complementar mais específico para o diagnóstico de epilepsia é o EEG


( eletroencefalograma), que pode mostrar os focos (paroxismos epileptiformes) inter-críticos,
localizados ou de projeção generalizada. A ocorrência de crises durante o EEG não é o mais
comum, exceto em algumas síndromes, como encefalopatias, epilépticas graves da infância, ou
epilepsia ausência infantil ainda sem tratamento. Neste último caso, a crise registrada no EEG
pode definir o diagnóstico de um transtorno de consciência ou de comportamento a esclarecer,
como falhas na cópia de ditado,etc (Baier, 2008).

1.5.1-Teste de Stroop
Também foi utilizado o teste de Stroop para avaliação neuropsicológica, este teste avalia a
seletividade atencional e a flexibilidade cognitiva que permitem inibir respostas impulsivas,
prevalecendo à instrução oferecida (Dunski, 2008).
O paciente tem que dizer o mais rápido possível as cores de retângulos dispostos de forma
sequencial em uma folha (cartão I), instrução: “Diga as cores de cada retângulo desse cartão”.
Depois deve dizer as cores em que palavras neutras são impressas em outra folha (cartão II),
instrução: “Diga as cores que as palavras estão escritas” e para finalizar dizer as cores das tintas
nas quais os nomes conflitantes de cores são escritos, como por exemplo, a palavra azul
impressa em tinta rosa (cartão III), instrução: “Diga as cores que as palavras estão escritas e não
as palavras (Dunski, 2008).

O teste foi avaliado da seguinte maneira: para cada um dos cartões deve se considerar o
tempo de 45 segundos (Esgalhado, 2010).
16

1.6-Tipos de Síndromes Epilépticas

Epilepsia Focal Idiopática da Infância ou Epilepsia Benigna da Infância Esta epilepsia


relaciona-se com uma maior excitabilidade difusa do córtex cerebral na infância, que se
manifesta, mais caracteristicamente entre 2 e 13 anos de idade, com crises que podem ser de 2
tipos principais (Baier, 2008).
- Focais motoras ou sensitivo-motoras (Epilepsia Rolândica), por ativação de neurônios das
áreas motora ou sensitivo-motora primárias, mais comumente na convexidade do cérebro. As
manifestações podem ser de contraturas tônicas ou clônicas na rima bucal, na hemilíngua, na
hemiface, no braço, ou mesmo em todo o hemicorpo (Sant'anna, 2014).

- Focais com sintomas visuais e disautonômicos (Epilepsia Benigna Occipital) por ativação
dos neurônios do lobo occipital e vizinhança temporal posterior (área de controle vestibular).
As crises podem incluir tanto alucinações ou ilusões visuais, como desvios conjugados dos olhos
e da cabeça, que podem ser tônicos ou clônicos (nistagmóides), por ativação do centro occipital
do olhar conjugado ( Eerdt, 2010).

1.6.1-Epilepsia Mesial Temporal

É a epilepsia focal sintomática mais prevalente na população geral e caracteriza-se pela


ocorrência de crises parciais complexas, que podem se generalizar. As crises são típicamente
iniciadas por uma aura (crise focal simples, anterior ao distúrbio da consciência) de natureza
autonômica, comumente manifesta na região epigástrica, como uma sensação desconfortável
(aperto, peso, “uma bola que sobe”) ascendente até o pescoço. Podem ocorrer também
taquicardia, palidez e alterações pupilares associadas. Com o progredir da crise, em segundos, o
paciente perde a noção de si e do meio, passando a apresentar automatismos motores, sendo
mais comuns os automatismos de esfregar as roupas e as mãos e movimentos labiais ou de
mastigação (Dunski, 2008).

1.6.2- Convusões Febris


As chamadas convulsões febris são crises epilépticas desencadeadas por febre, em crianças na
faixa etária de 4 meses a 6 anos, quando há susceptibilidade para tal ocorrência, mesmo na
ausência de lesões encefálicas. Como a maioria das crises epilépticas febris tem caráter motor
positivo, ou seja, são convulsões, o termo mais consagrado para designá-las foi convulsão febril
(Dunski, 2008).
17

Entretanto, crises não convulsivas, como as atônicas e as parciais complexas, podem


ocorrer no contexto da convulsão febril. Na maioria dos casos, a convulsão febril é um quadro
de evolução benigna, ocorrendo somente uma vez na vida da criança. Entretanto, na fase
aguda, é necessário que a criança seja bem avaliada por um pediatra, para se ter certeza de que
se trate apenas de uma convulsão febril, e, não, de uma crise circunstancial, relacionada a
infecção do SNC (Esgalhado, 2010).

1.7-Tratamento da Crise Epilépticas Aguda


O tratamento da crise epiléptica aguda visa o controle imediato da crise. A terapia
farmacológica deve ser iniciada se a crise persistir por cinco minutos ou se houver mais de uma
crise sem recuperação completa. Em caso de emergência, a avaliação e o manejo são feitos
simultaneamente

. No início de uma Crise, deve-se:


• Proteção de ferimentos: certificar que o indivíduo esteja em um lugar seguro;
• Posicionamento de lado (decúbito lateral direito) para prevenir a aspiração;
• Avaliação de sinais vitais e glicemia capilar (Hemoglicoteste - HGT);
• Avaliação neurológica breve, visando identificar tipo de crise , se possível, sua etiologia;
• Avaliação respiratória: permeabilidade e saturação. Fornecer oxigenoterapia e ventilação, se
necessário;
• Avaliação circulatória: monitorização cardíaca, pressão arterial e pulso;
• Providencio de acesso venoso;
• Não colocar nada na boca da pessoa;
• Avaliar com acompanhante história de epilepsia prévia, trauma cranioencefálico,
comorbidades crônicas, ou uso de álcool, drogas ou outros medicamentos crônicos;
• Realizar medidas gerais específicas conforme a história clínica e avaliação de sinais vitais
fornecer antitérmico se pessoa com febre, soro glicosado em pessoa com hipoglicemia, tiamina
na suspeita de deficiência, etc( England, 2012).

1.8-Tratamento crônico da epilepsia

As drogas anticonvulsivantes têm efeito sobre as crises epilépticas, não interferindo na


evolução da doença. Assim, o objetivo do tratamento da epilepsia é controlar as crises.

Existem diversos medicamentos utilizados para o tratamento da epilepsia, possibilitando


individualizar tratamentos conforme a tolerância ao medicamento e indicações específicas de
acordo com o tipo de crise. Vale ressaltar que o tratamento da pessoa com epilepsia vai além
da abordagem farmacológica: requer um olhar integral, com compreensão da sua condição
18

crônica e dos estigmas relacionados à doença, o apoio familiar e social, a abordagem de


comorbidades psiquiátricas associadas, entre outros(Gavin, 2013).

Ao iniciar um tratamento, deve-se optar por um medicamento (monoterapia),


começando com doses baixas e aumentando lentamente até a dose mínima eficaz para
controle das crises. Caso não haja controle das crises, aumenta-se a dose até a máxima dose
tolerada, conforme efeitos adversos, antes de tentar trocar a medicação.

Além disso, quando necessário, otimizar a dose do anticonvulsivante. O tratamento a


longo prazo deve ser planejado com a pessoa, orientando sobre os riscos de retirada abrupta da
medicação.

Em pacientes em tratamento a longo prazo, pode-se considerar interromper o uso de


anticonvulsivantes se eles não apresentarem crises por dois a três anos consecutivos, caso não
existam condições que aumentem o risco de recorrência ( England, 2012).

1.9-Tratamento conservador da Epilepsia

1.9.1Convulsão Epilética
A convulsão epiléptica está relacionada com descargas anormais, excessivas e síncronas de
neurônios cerebrais, que ocasionam sinais e/ ou sintomas transitórios, estes sinais clínicos
dependem da origem da atividade elétrica, da amplitude, velocidade e propagação das vias das
descargas ( Thurman, 2011).

O foco epileptogênico manifesta-se com surtos frequentemente rápidos de descargas de


potencial propagado, que são disparados de forma rítmica e síncrona, por grupos de células
anormais que tomam a função de marcapasso. Estes trens de descargas podem em um dado
momento aumentar seus estímulos, que, ao crescerem sua frente de onda, irá despolarizar
áreas circundantes submetendo estruturas neuronais anatômicas e funcionalmente normais
para a condução e propagação do estímulo anormal. (Baxendale, 2016)

Desta forma, o foco da estrutura da epileptogênese organiza seus próprios circuitos, que
são anormais, conecta-os com redes neurais normais já estabelecidas, permitindo, que o
estímulo circule de forma repetitiva, até que mude o potencial elétrico das membranas
neuronais envolvidas, causando desgaste e suspensão do processo epileptogênico, através de
fenômenos como, por exemplo, hiperpolarização de neurônios pós-sinápticos, diminuição da
quantidade do neurotransmissor liberado, diminuição da permeabilidade aos íons . Para que a
convulsão seja diagnosticada é necessário observar o evento, assistir a uma gravação de vídeo
do evento ou anotar o histórico de uma testemunha presencial (Barcin, 2014).
19

Quando um indivíduo sofre convulsões, o clínico trabalha através de várias etapas


críticas para fazer um diagnóstico. Inicialmente deve determinar se o evento das crises é de
fato epilético, pois existe uma diversidade de diagnósticos diferenciais, tendo como exemplo,
síncope convulsiva (sintomas prodrômicos: tontura, perda da visão, náusea, transpiração e
zumbido nos ouvidos) e também pelo fato de que uma única convulsão pode ocorrer em um
indivíduo de outra forma saudável, geralmente não caracterizando epilepsia (Goldberg, 2013).

1.9.2-Capacidade funcional

Segundo Umphred (2011), pacientes com doenças neurológicas são incapazes de ter um
comportamento motor normal porque o dano no Sistema Nervoso Central altera a capacidade
integrativa do cérebro.

Sabe-se que as epilepsias trazem consequências físicas, cognitivas, psicológicas, e sociais


às pessoas com essa condição de saúde (Jacoby, 2009).
Os adultos com síndrome de epilepsia relataram uma insatisfação excessiva estabelecida em
uma base de capacidade física (insatisfação com nível de saúde e energia)Apresentam
limitações para trabalhar, seja por baixa autoestima, medo de provocar crises epiléticas e
também por comprometimento do nível e energia da capacidade física. Devido a esses fatores,
não conseguem gerenciar eficazmente sua condição de doença crônica levando a uma menor
interação social e tornando-se cada vez mais dependente, consequentemente, com maior
prejuízo da funcionalidade (Kobau, 2012).

De acordo com o modelo Biopsicossocial de saúde conhecido como Classificação


Internacional de Funcionalidade (CIF), Incapacidade e Saúde da Organização Mundial e Saúde
vários fatores influenciam a funcionalidade e a incapacidade das pessoas com epilepsia, é
possível afirmar que pessoas com epilepsia encontram diversas dificuldades nas atividades
diárias. É comum o relato de insatisfação em relação ao desempenho, porém, muitos desses
problemas estão relacionados com os fatores ambientais e pessoais. No entanto, os aspectos
relacionados a deficiências em funções e estruturas do corpo, assim como as funções mentais
não podem ser esquecidos (Nickel, 2011).
Para compreender o impacto das epilepsias na vida dos pacientes o estudo da capacidade
funcional é fundamental, uma vez que essa função interfere no desempenho do paciente
causando limitações nas atividades e restrições na participação, portanto, é necessário que se
tenha um tratamento eficiente, para que tal função seja restabelecida. (Vermont, 2012)
20

1.9.3- Somatognosia
O esquema corporal foi descrito como sendo uma interação de elementos físicobiológicos com
o meio externo e, deste com o corpo, associando os estímulos aferentes e suas respostas
efetoras através da percepção do tamanho, forma e movimento das partes e/ou do corpo
globalmente (LONGO et al., 2010) promovendo, portanto, a conscientização sobre as próprias
partes do corpo.
Estudos sugerem que a somatognosia não esta situada em uma região especializada do
cérebro, mas sim em uma variedade de sistemas distribuídos construídos de áreas
especificamente interligadas (Berlucchi, 2010).

As análises da anatomia funcional da asomatognosia (perda de consciência do corpo)


indicam regiões cerebrais, incluindo o lobo parietal, o temporoparietal, o insular e o pré-motor.
Dentre as alterações somatossensoriais descritas na literatura, destaca-se um trabalho
relacionado à somatognosia, onde o sujeito sente e percebe que partes do seu corpo não fazem
parte do todo, desaparecendo de sua consciência corporal (Van, 2011).
É conhecido que vários fatores comprometem a saúde de pessoas com somatognosia no
âmbito social e afetivo devido ao comprometimento do seu corpo. Por essa razão estão sempre
buscando uma adaptação, visando uma melhor aceitação e sensação de bem-estar. Neste
sentido, o paciente com a somatognosia pode apresentar alterações de autoestima e outras
alterações subjetivas, que produzem uma imagem física distorcida devido a alterações tanto
nas representações neurofuncionais quanto psicossociais e podendo comprometer a sua
funcionalidade. (Lovo, 2006)

1.9.4- Imagética Motora

A imagética motora é o processo de simular mentalmente o movimento sem de fato


executá-lo fisicamente. (Silva, 2016)

. Esta prática mental de imagens motoras vem sendo amplamente utilizada nos últimos
anos com o objetivo de melhorar o desempenho durante o processo de reabilitação motora
(Jackson, 2001).

A IM pode ser dividida em cinestésica, realizada através de uma imagem interna, com a
perspectiva na primeira pessoa, onde o indivíduo realiza uma simulação mental de si próprio
tentando sentir o movimento sem executá-lo. A IM visual é realizada através da imagem
externa que é predominantemente visual com a perspectiva tanto para a primeira como para a
terceira pessoa, onde o indivíduo visualiza o movimento, sendo realizado ou por outra pessoa
ou por segmentos do seu próprio corpo (Heremans, 2009).
Estudos realizaram mapeamento do cérebro durante a imagética motora humana e
21

encontraram uma rede neural comum para imagens motoras e movimento real (Anderson,
2011).

Sendo assim, as mesmas regiões do cérebro são ativas durante a execução do


movimento e a imagem do movimento, incluindo a área pré-motora, área motora suplementar,
área motora primária, área somestésica primária e lóbulos parietais superiores e inferiores
(Bonda, 1995).
Durante as imagens motoras, particularmente o lóbulo parietal inferior assume o papel de
formar o "esquema do corpo" gerado por interações do corpo com o meio ambiente, que vão
desempenhar um papel importante na introdução do uso de objetos no esquema corporal
(Irikil.,1996).

Essa interação também é extremamente relevante para imagens motoras claras. Como
já referenciado anteriormente, tipos específicos de síndrome epiléptica estão associados com
função executiva, memória e capacidade motora funcional, trazendo comprometimento dessas
funções. Em relação à somatognosia, não foram encontradas referências que a associavam à
síndrome epiléptica. Neste cenário a intervenção fisioterapêutica é essencial para a reabilitação
desses pacientes. Deve ser realizada uma avaliação minuciosa e individualizada para que
possam ser identificados possíveis comprometimentos neurológicos que necessitem de
intervenção fisioterapêutica. Com isso, a intervenção depende de uma avaliação eficaz para
reconhecer os déficits e assim proporcionar um tratamento apropriado. O Sistema nervoso
central (SNC) é responsável por receber e processar informações, as lesões neurológicas
desencadeiam fatores que acometem as funções motoras e cognitivas, o que vai levar às
limitações impostas por sua deficiência (Gavin, 2013).
Atualmente tem-se utilizado a IM como terapia complementar a fisioterapia tradicional na
reabilitação de pacientes neurológicos, mais especificamente em pacientes com Acidente
Vascular Cerebral (AVC) (Malouin, 2010).

1.9.5-Análise de marcha
Para avaliar capacidade funcional foi utilizada a análise de marcha, através de vídeos e
fotografias, descarga de peso (podoscópio) e teste de velocidade de marcha, que consiste em
uma caminhada de 6 metros que são divididos em 3 marcas (inicio:1 metro, meio: Para avaliar
capacidade funcional foi utilizada a análise de marcha, através de vídeos e fotografias, descarga
de peso (podoscópio) e teste de velocidade de marcha, que consiste em uma caminhada de 6
metros que são divididos em 3 marcas (inicio:1 metro, meio: 4 metros e fim:1 metro), de
maneira habitual em superfície plana, para reduzir os efeitos da aceleração e desaceleração,
inicia o cronômetro na segunda marca interrompendo a cronometragem na terceira marca.
Instrução: caminhe até a marca, como você caminha no dia a dia (Magila & Carameli, 2000).
22

As experiências sensoriais podem maximizar a aprendizagem motora, e envolvem a


capacidade de aprendizagem e memória gerando o controle motor adequado à cada função.
Entretanto, uma alteração na função somatognósica irá afetar essas experiências e assim
ocorrerá uma retenção do aprendizado trazendo prejuízos funcionais (Sant'anna, 2014).
A literatura sobre o tema é escassa quando se aborda a somatognosia relacionada a síndrome
epiléptica. Como a função somatognósica encontra-se distribuída em várias regiões interligadas
no cérebro, acredita-se que nos casos de epilepsia com lesão nessas regiões existe um
comprometimento da função. Entretanto, não foram encontrados estudos que confirmassem
tal hipótese.
A ELT é o tipo de epilepsia mais comum, as crises têm início geralmente na primeira década de
vida, é refratária à medicação, com repercussões no cotidiano destes indivíduos. De acordo
com a literatura, o déficit cognitivo mais comum acontece na memória, devido à lesão do
hipocampo ( Hermani & Seidenberg, 2009).

Segundo Shepeerd (1995) a fisioterapia é indicada nos casos de SW (SLG é uma evolução da
SW), uma vez que, tem como principal objetivo tratar as seqüelas e tentar diminuí-las.

Morandi & Silveira (2007), relatam que há outras complicações, como respiratórias, onde a
fisioterapia pode ser indicada. Outro objetivo é tentar evitar as deformidades que surgem ou
amenizá-las, fazendo-se mobilização passiva e alongamentos. Devido à hipotonia é preciso que
se fortaleça o músculo responsável pela respiração.
Segundo O’Sullivan & Schimitz (2004), os alongamentos devem ser realizados em todas as
sessões de fisioterapia, a fim de trazer ao pacientes portador da SW uma melhora do quadro
clínico e um aumento de flexibilidade. Além disso devem ser realizados em movimentos
funcionais ativos.

A fisioterapia tem como principal objetivo trazer uma melhora dos sintomas aos quais a SLG
provoca, já que, é uma doença que não tem cura. A fisioterapia motora trás vários benefícios ao
paciente. Estes são de grande importância para que o portador da síndrome possa ser
estimulado a desenvolver as posturas possíveis de serem alcançadas.

Observando os relatos feitos nas evoluções fisioterapêuticas é possível detectar que os


resultados das condutas são mais significativos no período inicial dos atendimentos, e nos anos
mais recentes esses ganhos são menores.
23
24

CAPITULO II: Metodologia

Neste capítulo será feito uma breve abordagem da metodologia usada para a elaboração
do presente trabalho, onde encontramos o tipo de pesquisa, instrumento e fontes de recolha
de dados e critérios éticos para recolha de dados.

2.1 Metodologia

A metodologia pode ser definida como uma ciência que nos orienta a conduzir
determinado processo de uma forma eficiente e eficaz para alcançar efectivamente os
resultados desejados, tem como objectivo dar-nos o método a seguir no processo. Deste modo,
a metodologia é uma ciência que capacita o investigador com uma série de conceitos,
princípios, estratégias e leis que lhe permitem canalizar o estudo verdadeiramente científico do
objecto da ciência de um modo eficiente e tendente para a dignidade, (Ramos & Naranjo,
2014).

O estudo em causa é uma pesquisa qualitativa tendo em conta a abordagem, porque


visa buscar o entendimento de fenómenos humanos, e obter uma visão detalhada e complexa
por meio de uma análise cientifica. Quanto ao procedimento é uma pesquisa bibliográfica e
documental, quanto aos objectivos é uma pesquisa descritiva.
25

2.2- Fontes para recolha de dados

Livros digitais, artigos científicos, revistas científicas, revisões bibliográficas e entrevista


directa com o paciente, foram as fontes de sustento para a elaboração do presente trabalho.

2.3- Instrumentos para recolha de dados

Mergulhando na área da investigação, Moresi (2003) define técnica de recolha de dados


como “ o conjunto de processos e instrumentos elaborados para garantir o registo das
informações, o controlo e análise dos dados” salientando, desta forma, a ambiguidade e
inconsistência na distinção entre técnicas e instrumentos.Fontes para recolha de dados Livros
digitais, artigos científicos, revistas científicas, revisões bibliográficas, foram as fontes de
sustento para a elaboração do presente trabalho.

2.4- Critérios de Inclusão e Exclusão

2.4.1-Criterios de Inclusão

 Paciente com Patologia Neurológica , especificamente a epilepsia.


 Disponibilidade para o tratamento
 Colaborador

2.4.2- Critérios de Exclusão

 Paciente com Patologia Traumatologica


 Indisponibilidade para o tratamento
 Não Colaborador

2.5-Critérios para recolha de dados

A colecta de dados foi realizada por meio de revisão documental, de artigos públicas e
consulta bibliográfica.
26

CAPÍTULO III : Contextualização do Caso Clínico


27

Trata-se de um estudo de caso, realizado no ano de 2023 com atendimentos realizados 4


vezes por semana ( segunda, terça, quarta e sexta-feira) cada sessão com duração de 25/35 min
por dia.

3.1 Apresentação do Caso Clínico

Este estudo de caso apresenta o tratamento de um paciente de 28 anos de idade, de


sexo masculino, com diagnóstico clínico de Epilepsia e diagnóstico cinetico funcional de
paraparesia pós crise epilepticas + Hipercifose torácica submetida ao tratamento
fisioterapêutico, e durante a intervenção, foi realizada avaliação contendo: anamnese e exame
físico, sendo posteriormente traçados os objetivos e condutas conforme o comprometimento
do paciente.

3.1.1- Anamnese

• Identificação do Paciente

Nome: B. C

Idade: 28 anos

Estado Civil: Solteiro

Gênero: Masculino
28

Morada: Chavola

Profissão : Professor

Raça: Negra

Religião: Adventista

• Sinais Vitais

Temperatura: 36,7⁰C

Pulso: 68bpm

Fr: 18rpm

TA: 120/ 70 mmHg

• HIstoria Clínica

Queixa principal (QP): O paciente diz que ultimamente tem tido crises de desmaios com
convuslções frequentes.

HDP: Paciente do sexo masculino, 28 anos de idade, com diagnóstico de epilepsia desde
a adolescência, apresenta crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas, que ocorrem cerca
de uma vez por mês, apesar do tratamento com medicação antiepiléptica.

HDA: Ao realizar a avaliação fisioterapêutica, observou-se que o paciente apresenta uma


postura hipercifótica associada a encurtamento da musculatura anterior do tórax e ombros
protusos.

Apresenta também fraqueza muscular nos membros inferiores, dificuldade para realizar
atividades funcionais, como subir escadas e caminhar em terrenos irregulares, além de
equilíbrio prejudicado.

3.2- Exame Físico Geral

Durante a avaliação funcional, o paciente apresentou dificuldade em realizar atividades que


exigem coordenação motora, como se equilibrar em uma perna só e tocar os dedos dos pés.
29

A análise sobre o padrão da marcha revelou que o paciente um padrão de marcha atáxica, com
alterações no comprimento dos passos e desvio lateral do tronco durante a fase de balanço.

3.3- Diagnóstico

3.3.1 - Diagnóstico Clínico

Epilepsia

3.3.2-Diagnóstico Cinético-Funcional

Paraparesia Pós crise epiléptica + hipercifose torácica

3.4- Apresentação da Conduta Fisioterapêutica Adoptada nas Diversas Fases de


Tratamento

O paciente realizou 10 Sessões na qual foi possível através do protocolo de tratamento


melhorar significativamente o seu quadro, sendo após a 3° sessão já apresentava maior
resistência e após a 5° sessão apresentou além de uma maior resistência , uma melhora no
equilíbrio e ainda uma melhora na postura corporal.

As crises epilepticas mostraram-se reduzidas após a 7° sessão

E na 10⁰ sessão o paciente já conseguia caminhar sem dificuldades apesar de ainda


apresentar ligeira dificuldade ao sustentar-se em subidas , como em escadas pois exigia mais
esforço para ele.

3.5-Objectivos Fisioterapêuticos a serem Alcançados

3.5.1-Objetivos a curto prazo:

Fortalecimento Muscular

Aumentar a ADM
30

3.5.2-Objectivos á longo Prazo:

Melhora da postura corporal

Fortalecer a musculatura do segmento.

Melhora da marcha.

Melhora da capacidade respiratória

3.6-Plano de Intervenção na Reabilitação Física do Paciente

De acordo ao diagnóstico cinetico funcional encontrado, o plano de tratamento fisioterapêutico


incluiu exercícios de fortalecimento muscular e alongamento da musculatura torácica,
treinamento de marcha para fortalecimento dos membros inferiores e melhora no equilíbrio ,
foi incluido na conduta Fisioterapêutica os exercícios de bobath com a bola de bobath, incluiu-
se também exercícios de William e RPG para a correção da postura e sendo esta associada ao
uso do colete ortopédico.

3.6.1 Recursos indicados e técnicas realizadas

Utilizou-se de Recursos fisioterapeuticos como:

Cinésioterapia motora, através de exercícios activos e activo-assistidos; O uso


eletroterapia por meio do FES pra melhora e estabilizacao dos impulsos do complexo
neuromotor e redução das crises epilepticas e em contra partida aumento da força e resistência
dos membros inferiores; Mecanoterapia através de bicicleta ergométrica , escadas e step; O
uso de órtese como o colete ortopédico para melhora da postura e correção da hipercifose; E
também a fisioterapia cardiorrespiratória para fortalecimento da musculatura respiratória.

3.7- Nota de evolução Fisioterapêutica

Ao final de 10 sessões de tratamento, o paciente apresentou melhora significativa na


postura, coordenação motora e equilíbrio. A marcha atáxica foi corrigida e a capacidade de
31

realizar atividades funcionais melhorou consideravelmente. O paciente relatou também uma


redução na ocorrência de crises epilépticas desde o início do tratamento.

3.8- Apresentação de Resultados

No tratamento fisioterapêutico, as primeiras sessões, basearam-se em objectivos iniciais


tais como: auxiliar no processo de correção da postura, aumento da força, fortalecimento e
alongamentos onde o paciente apresentou uma melhoria significativa no fortalecimento dos
membros inferiores e realinhamento da coluna vertebral.

3.9-Discussão de Resultados

Os exercícios activos e activos assistidos de mobilizações de articulares, associados a


alongamentos apresentam como benefício a melhora da ADM, aumento da função muscular,
prevenção de encurtamentos e retrações musculares, que foram observados durante os
procedimentos fisioterapeuticos.

3.10-Limitações Do Estudo

Se observaram limitações quanto a elaboração do estudo de caso na busca de


conteúdos. Apesar de se tratar de um tema conhecido e tratado. Porém, mesmo assim houve
limitações na busca da informação que pudesse enriquecer o estudo, não tiveram implicação
directa na recuperação do paciente, prova disso os resultados obtidos demonstram segunda
avaliação apresentada no ponto 3.10.

3.11- Sugestões para Estudos Posteriores

Que sejam realizados novos estudos explorando as inúmeras fases e facetas desta
importante Alteração neurológica destacando importancia da atuação do fisioterapeuta nas
diversas áreas de saúde.
32

Conclusão

Concluimos que existe uma possível associação entre a capacidade funcional e a


somatognosia, e o diagnóstico de síndrome epiléptica.

Nenhuma das revisões sistemáticas publicadas até o presente momento estabelece


fatores determinantes para o sucesso da intervenção da imagética motora, tais como posição
do indivíduo, número de ensaios, modo de instrução e tipo de imagética motora, (Schuster,
2011). Entretanto, como uma crítica ao presente estudo e uma sugestão aos futuros, deve-se
haver um maior cuidado na escolha da modalidade de IM empregada em pacientes
neurológicos, visto que, por vários motivos, há pacientes que não conseguem realizar a
simulação mental ou a fazem de acordo com suas limitações funcionais. É necessário utilizar
testes que comprovem a capacidade de realização da IM, para uma intervenção eficaz.

Ao final de 10 sessões de tratamento, o paciente apresentou melhora significativa na


postura, coordenação motora e equilíbrio. A marcha atáxica foi corrigida e a capacidade de
realizar atividades funcionais melhorou consideravelmente.

Podendo desta forma mostrar como a fisioterapia actua na epilepsia e a sua importância
na recuperação de pacientes acometidos por tais patologias, tornando-se cada vez mais
inclusiva e essência no dia a dia da sociedade em diversas áreas de actuação.
Sendo uma estratégia não farmacológica de baixo custo e que ao contrário de muitos
medicamentos utilizados para controle da doença não possui efeitos adversos, podendo
ampliar o campo de terapias complementares associadas à intervenção fisioterapêutica no
tratamento desses pacientes, o que favorece amplamente o incentivo para a realização de
novos estudos neste campo.
33

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