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A REALEZA DE JESUS

No Evangelho de João 12:13 lemos que: Na entrada triunfal de Jesus em


Jerusalém, , " tomaram ramos de palmeiras e saíram ao seu encontro
clamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor e que é rei
de Israel!" Em Lucas 19:38 "... dizendo: Bendito é o rei que vem em
nome do Senhor. "

Nessas e em outras passagens dos Evangelhos, vemos que os seguidores


de Jesus viam nele o libertador de Israel, o novo rei que iria instalar na
Terra um novo reino, livre dos domínios estrangeiros, que tanto feriram o
orgulho e o brio da raça hebraica. Aliás, esta era a idéia do Messias
esperado: o enviado de Deus, com poderes para libertar de vez o povo
hebraico, e colocá-lo sobre todas as outras nações.

Jesus foi compreendido pelos judeus da época como sendo o Messias


esperado, aquele que os libertaria do domínio romano, tornar-se ia seu
rei e daria a esse povo o poder sobre os demais, ou como alguém que
queria se passar como um profeta, sem o ser.
Daí a pergunta de Pilatos : Tu é o rei dos judeus ?
Na resposta de Jesus, principalmente nas palavras: " por agora meu
reino não é daqui", Jesus se apresenta como o colaborador de Deus na
direção da humanidade terrestre. Todavia, o reino de Deus que ele
divulgava ainda não estava, nem ainda está na Terra, porque seus
habitantes ( encarnados e desencarnados) ainda não estão seguindo o
caminho indicado por ele.

Mas o que entendemos por Reino dos Céus, Reino de Deus?

Para muitas religiões cristãs é uma realidade misteriosa cuja natureza só


Jesus pode mostrar e esclarecer.

Para a doutrina espírita: È o estado de felicidade proporcional ao grau de


perfeição adquirida; materialização da felicidade dos bem aventurados;
obra divina no coração dos homens;estado de sublimação da alma, criado
por ela própria , através de reencarnações incessantes. (Espiritismo de A
a Z – FEB.)

Cap.III – livro Boa Nova, irmão X, PSC. Francisco Candido Xavier:

“Jesus dirigiu-se a Jerusalém, e estando próximo ao Templo, foi notado


por vários sacerdotes, a maioria O ignorou, mas Hanã, mais tarde seria
juiz, na causa de Jesus, dirigiu-se a Ele, com orgulho:
- Galileu que fazes na cidade?

- Passo por Jerusalém, buscando a fundação do Reino de Deus!,


Exclamou o Cristo com modéstia.

- Reino de Deus?, tornou o sacerdote com acentuada ironia – E que


pensas tu que venha a ser isso?

- Esse Reino é a obra divina no coração dos homens, esclareceu Jesus.

-Obra Divina em tuas mãos – revidou Hanã, com uma gargalhada de


desprezo.

E continuou perguntando: - Com que contas vai levar a diante essa difícil
empresa? Quais são os teus seguidores e companheiros?...Acaso terás
conquistado o apoio de algum príncipe desconhecido e ilustre, para
auxiliar-te na execução de teus planos?

- Meus companheiros hão de chegar de todos os lugares, respondeu o


Mestre com humildade.

-Sim, observou Hanã, os ignorantes e os tolos estão em toda a parte na


Terra. Certamente que esse representara o material de tua
edificação.Entretanto, propões-te realizar a obra Divina, e já viste
alguma estatua perfeita modelada em fragmentos de lama?

-Sacerdote, replicou-lhe Jesus, nenhum mármore existe mais puro e mais


formoso do que o do sentimento, e nenhum cinzel é superior ao da boa
vontade.

Impressionado com a resposta firme e inteligente, o sacerdote


interrogou:

- Conheces Roma ou Atenas?

-Conheço o amor e a verdade- disse Jesus.

-Tens ciência dos códigos da Corte Provincial e das Leis do Templo? –


inquiriu Hanã

-Sei qual é a vontade de meu Pai que esta nos céus – respondeu o
Mestre brandamente.

O Sacerdote irritado retirou-se, na manhã seguinte Jesus parte para a


Galiléia, e irá, no caminho cercar-se dos apóstolos.
 Ainda hoje, a grande maioria da humanidade, incluindo os seguidores de
Jesus e os seguidores de outras interpretações espirituais, mas todos
igualados na aceitação de um Ser Supremo, não conseguem vislumbrar
esse reino de Deus, de paz, de harmonia, de amor, sem o contexto
material, imaginando-o com os mesmos valores materiais da Terra.

Refletir sobre a realeza de Jesus envolve um questionamento sobre as


preferências ou escolhas que realizamos ao longo de nossa vida corpórea,
pois esta realeza de Jesus é a realeza moral, fruto de sua perfeição de
seu viver segundo as leis divinas, realeza esta que exerce poder para
sempre.

O objetivo maior da sua vinda foi a implantação do reino de Deus, nos


corações dos homens.

Quando falamos de reino nos lembramos de hierarquia, um soberano, um


superior e os súditos. Então há aquele que orienta e aquele que segue as
orientações.

Jesus afirmou que o Reino de Deus esta dentro dos homens, portanto
este reino também consiste em uma hierarquia de valores.

Quais são os valores que orientam esse nosso reino interno, estaremos
construindo o tão almejado reino dos céus em nossa intimidade?

Para isso basta que observemos nossas atitudes diárias e os valores que
se sobressaem em nossas vidas.

Se o soberano que rege nossas ações ainda é o orgulho, o egoísmo, o


ciúme, a ambição desmedida, a tola vaidade, não podemos esperar que
esse reinado seja de luz.

Se nossos interesses estão voltados, exclusivamente, para o terra-a-


terra, para o conforto físico, para o lazer, para a satisfação dos desejos
passageiros da carne, estamos construindo um reino sobre a areia
ilusória da existência física.

Na frase " Eu não nasci, nem vim a este mundo senão para dar
testemunho da verdade", Jesus se apresenta como um enviado de Deus,
como o Messias prometido, que veio trazer a uma humanidade ainda
muito imperfeita, as leis morais divinas, relativas ao grau de
entendimento que essa humanidade pode alcançar.

Joanna de Angelis no livro “Jesus e o Evangelho a luz da psicologia


profunda”, psicografia de Divaldo Franco, nos diz:
“Jesus, profundamente livre, elucidou por fim:- Não nasci e não vim a
este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que
pertence à verdade escuta a minha voz. A verdade aniquila a sombra,
ilumina a ignorância, liberta o inconsciente, é a chave única, preparando
para a vida permanente, aquela que não se extingue com a presença da
morte.

Jesus é o exemplo do ser íntegro, perfeitamente destituído do


inconsciente perturbador. (...) A vida futura, portanto é o delineamento
essencial de seu ministério (...). “A Sua trajetória é desenhada na certeza
da vida espiritual, aquela que aguarda a todos.”

Se não houvesse a vida futura, nenhum significado teria a vinda e a vida


de Jesus.

A ignorância dos contemporâneos de Jesus sobre a vida futura era muito


grande. Em razão desse limite de entendimento Jesus evitou aprofundar
as lições libertadoras, oferecendo porém a lição essencial que esta
sintetizada no amor sob todos os pontos de vista.

Jesus, implicitamente, demonstrou pelos seus ensinos, que a vida futura


é um "princípio, uma lei da natureza , a qual ninguém pode escapar." Por
isso, todos os cristãos a aceitam, embora não tenham uma idéia clara
sobre ela.

Por não aceitarem a vida além da morte, muitos não conseguem


entender os ensinos de Jesus, julgando-os impraticáveis pelo homem.
Outros, mesmo aceitando a imortalidade do espírito, mas não tendo a
compreensão dessa continuidade, julgam a vivência dos seus ensinos
apenas para os santos, não para o homem comum.

Somente o espiritismo, vindo quando o homem, mais amadurecido em


inteligência e sensibilidade, teria capacidade para compreender e
perceber, pôde trazer a prova da existência da continuidade da vida,
demonstrando a existência do mundo espiritual, com suas leis e seus
habitantes ( espíritos desencarnados).

A vida futura "é uma realidade material provada pelos fatos" e é em


função dela que devemos entender a mensagem de Jesus, vivendo na
Terra, usufruindo dos seus recursos, participando de tudo que ela possa
no oferecer, mas sempre tendo por base a continuidade do viver
eternamente.

Quando aceitamos a continuidade da vida, não podemos mais viver de


maneira leviana e inconseqüente: Jesus veio, justamente, mostrar a
nossa responsabilidade no progresso que temos de fazer em nós e ao
redor de nós.

Se aceitamos Jesus como o maior mensageiro de Deus na Terra, nosso


guia, nosso modelo, temos de aceitar também seus ensinos, esforçando-
nos em vivenciá-los em nosso viver.

Citando novamente Joanna de Angelis: “ O Cetro e a coroa que


expressam o reino de onde Ele veio e para onde deseja conduzir as
Suas ovelhas como Pastor gentil que irá apresentá-las ao Supremo
Criador, é o AMOR que encerra as mais completas aspirações
existenciais do ser humano.(...) Foi este reino de amor que Jesus-
Homem veio instalar na Terra. Desta forma, sem disfarce contestou ao
interrogante atormentado (...) –Sou rei; não nasci e não vim a este
mundo senão para dar testemunho da verdade , que na Sua definição
profundo e penetrante é Deus.”

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