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Índice

Introdução..........................................................................................................................3

A POLÍTICA COMO VOCAÇÃO...................................................................................4

VOCAÇÃO COMO PROFISSÃO....................................................................................5

A POLÍTICA COMO VOCAÇÃO EM MAX WEBER...................................................6

A VOCAÇÃO DE CIENTISTA E O POLÍTICO.............................................................8

Considerações Finais.......................................................................................................10

Referencias Bibliográficas...............................................................................................11
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Introdução
O presente trabalho aborda em prol da política como vocação em WEBER. Entretanto, a
política é tudo aquilo que diz respeito aos cidadãos e ao governo da cidade, aos
negócios públicos (arte de governar a polis, cidade). No entanto, Política é o conjunto
de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder,
seja entre Estados, seja no interior de um único Estado. Ao passo que Vocação é
justamente aquilo que diz respeito a inclinação que um individuo tem numa dada área
ou actividade profissional que exerce em função das suas competências.

De salientar que, a política tal como as iniciativas económicas, pode ser uma ocupação
subsidiária ou uma vocação. O homem pode dedicar-se à política, e portanto buscar
influir na distribuição do poder dentro de estruturas políticas e entre elas, como um
político "ocasional". Na verdade, somos todos políticos "ocasionais" quando votamos
ou consumimos uma expressão de intenção semelhante, como aplaudir ou protestar num
comício "político", ou ao pronunciar um discurso "político".

Para realização do presente trabalho foram identificados os seguintes objectivos:

Objectivo geral:

 Compreender a questão de Política e Vocação no seu todo.

Objectivos específicos:

 Definir a Política e Vocação;

 A presentar os autores e suas definições;

 Descrever a Política e Vocação, sua relação e divergência;

Metodologia
Durante a realização do presente trabalho o grupo utilizou o método de pesquisa
Bibliográfico e Hermenêutico que consiste na interpretação da informação, que
ajudaram na materialização do trabalho.
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A POLÍTICA COMO VOCAÇÃO

Conceito de Política e Vocação

O que é Política?

Política (do latim. políticos, do grego. politikós), tudo aquilo que diz respeito aos
cidadãos e ao governo da cidade, aos negócios públicos. Vista como ciência ou arte de
governar a cidade. A filosofia política é assim a análise filosófica da relação entre os
cidadãos e a sociedade. As formas de poder e as condições em que este se exerce, os
sistemas de governo, e a natureza, a validade e a justificação das decisões políticas. Na
concepção de Aristóteles, e na tradição clássica em geral, a política corno ciência
pertence ao domínio do conhecimento prático e é de natureza normativa, estabelecendo
os critérios da justiça e do bom governo, (cf. JAPIASSÚ e MARCONDES, 2001:152).

Política é o conjunto de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar


a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado, (WEBER,
1968:56).

O que é vocação?

Vocação é um termo derivado do latim “vocare” que significa “chamar”. É uma


inclinação, uma tendência ou habilidade que leva o indivíduo a exercer uma
determinada carreira ou profissão. Vocação é uma competência que estimula as pessoas
para a prática de actividades  que estão associadas aos seus desejos de seguir
determinado caminho. Por extensão, vocação é um talento, uma aptidão natural, um
pendor, uma capacidade específica para executar algo que vai-lhe dar prazer.
(MAGALHÃES, 2005:13).

VOCAÇÃO COMO PROFISSÃO


Vocação existe?
A resposta que certamente dariam para o nosso interlocutor seria recordando os tempos
de infância, onde ouvíamos sempre que “fulano” nasceu para ser engenheiro, pois vive
montando e desmontando o camiãozinho. Já ensinava que o homem é aquilo que vem
sendo desde então. Não se importando com as regras e a estética da língua da pátria, o
autor tenta compreender os que se interpõem na construção da identidade. Poderíamos
afirmar que, desde que nascemos estamos tentando descobrir “o que vou ser quando
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crescer”, ou construindo esse “o que vou ser quando crescer” através das relações
mantidas desde então.
Fica evidente que o ser humano não é, necessariamente, fruto ou resultado de uma
somatória de factores externos, como se viéssemos ao mundo como uma tábula rasa, e
fossemos sendo escritos e reescritos, feito cobaias de laboratório, como se só os
fenómenos externos respondessem pela construção da identidade humana, não. A
estrutura humana é tão complexa quanto instigante e, certamente, num futuro não muito
distante, terão confirmações de estudos genéticos que irão provocar inúmeras
reconsiderações de estudiosos das áreas sociais, religiosas, psicológicas, entre outras.
(CIAMPA,1985:86).

Apela-se ao jovem, que escolhe uma profissão, para que exerça todo o ̋ seu
protagonismo quanto a conhecer-se, conhecer a realidade e tomar decisões reflexivas”.
Entretanto, a busca da identidade que, é marcante e coincidente com o momento de
escolha profissional na vida do jovem, devido á estrutura educacional vigente o que por
si só, já é motivo de turbulência emocional, torna-se um objectivo que o adolescente
deve buscar para poder ou ter condições de concluir outras tarefas, peculiares a sua
idade, e que a sociedade espera ver cumpridas para que o ser, até então criança e agora
passando pela adolescência, possa se tornar um adulto pronto e disponível para a
produção.
Se o jovem deve exercer o seu protagonismo, que o faça por completo, também quanto
à escolha de um modo de vida que queira para a sua vida. Acreditar na vocação como
um chamado (vocare) é abrir mão de decisões que envolvem não só a vida a curto,
como a médio e longo prazo. A escolha profissional deve se constituir na missão mais
importante que um jovem de 17, 18 anos, mais ou menos, tem para realizar, ao menos
nesse momento de sua vida. Todavia, a busca da identidade ocupacional é uma tarefa
árdua e conflituosa, pois ao escolher algo, significa estar abrindo mão de outra opção.
Só escolhemos quando existem opções para isso. E quando existe um leque de opções,
ao eleger uma, automaticamente, estamos dizendo não às outras e isso merece uma
atenção especial, (ABERASTURY e KNOBEL, 1992:14).

Portanto, existem modos e modos de se analisar tais processos na trajectória


adolescente. É possível que algumas linhas teóricas se importem muito com as opções
preferidas do que com a escolha feita; é uma tentativa de se entender tais manifestações.
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Ao se privilegiar demasiadamente o preferido, tenho a impressão de valorização


excessiva do luto em detrimento do futuro, da perspectiva de construção e elaboração de
possibilidades e alternativas, tantas quantas a imaginação criativa do jovem se permitir.
Visualizo esta opção como uma postura de valorização da vida, não me importando com
o trocadilho Contraditório (luto/vida), de busca de potenciais, perspectivas e
possibilidades de futuro e novos desafios, que são o que, na verdade, vai acontecer ao
jovem que opta por este ou aquele caminho.

A vocação, como a entendíamos no passado, deixou de existir. Julgávamos a vocação


como obra divina e que não tínhamos controlo algum sobre seus desígnios. Somos
sabedores de que o fato de ser hoje, o que venho sendo desde então, que a sociedade, ou
seja, a cultura, a economia, a educação formal e também ou principalmente a informal,
contribuiu, decisivamente, para que eu optasse por esse ou aquele modo de vida,
escolhido dentre as opções que se apresentavam naquele momento de minha existência.
(WEBER apud MEIRELES,1990:74).

A POLÍTICA COMO VOCAÇÃO EM MAX WEBER

Na tentativa de iniciar com o debate do que seja política como vocação, Weber começa
por dizer que, a política como vocação é justamente a carreira ou inclinação que um
individuo tem na área política. A dedicação ao carisma do profeta ou ao líder na guerra,
ou ao grande demagogo na ec1esia ou no parlamento, significa que o líder é
pessoalmente reconhecido como o líder inerentemente "chamado" dos homens. Os
homens não o obedecem em virtude da tradição ou lei, mas porque acreditam nele.
Quando é mais do que um oportunista limitado e presunçoso, o líder vive para sua causa
e "luta pela sua obra".' A dedicação de seus discípulos, seus seguidores, seus amigos
pessoais do partido é orientada para a sua pessoa e para suas qualidades.

De salientar que, a política, tal como as iniciativas económicas, pode ser uma ocupação
subsidiária ou uma vocação. O homem pode dedicar-se à política, e portanto buscar
influir na distribuição do poder dentro de estruturas políticas e entre elas, como um
político "ocasional". Na verdade, somos todos políticos "ocasionais" quando votamos
ou consumimos uma expressão de intenção semelhante, como aplaudir ou protestar num
comício "político", ou ao pronunciar um discurso "político". Toda a relação de muitas
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pessoas para com a política se limita a isso. A política como actividade secundária é
praticada hoje por todos os agentes partidários e chefes de associações políticas
voluntárias que, em geral, só são politicamente actuantes no caso de necessidade e para
quem a política não é, material ou idealmente, "sua vida", em primeiro lugar. O mesmo
se aplica aos membros dos conselhos estatais e órgãos deliberativos semelhantes que
funcionam apenas quando convocados. Também se aplica a camadas bastante amplas
dos parlamentares que só são politicamente actuantes durante as sessões.

Portanto ao retratar essa dominação e predomínio da humanidade Webe,r descreve três


tipos de ideias puras. A primeira descreve como domínio tradicional, ou seja, é pautado
na tradição passando de geração á geração, como o governo monárquico. A segunda
forma de autoridade é o poder carismático. Contudo, Weber considerou o carisma uma
força revolucionária na história, pois ele tinha o poder de romper as formas normais de
exercício do poder e sua característica pauta-se na confiança, obediência e admiração
por esse líder. E por fim temos o poder legal. Nesse sentido o autor o define como
aquele baseado na legislação, isto é, é um estatuto regularizado guiado pelas
formalizações da lei, (WEBER, 1968:58-100).

Como é que a Política torna-se numa Vocação?

No primeiro momento Weber analisa e exemplifica o que seria a política por vocação.
Em suas vertentes, somos todos políticos e por isso a política acaba adquirindo vários
significados e significantes. Em todos esses casos, como eram os políticos que fizeram
da política a sua principal vocação? Há dois modos principais pelos quais alguém pode
fazer da política sua vocação: viver para a política, ou viver da política. Esse contraste
não é, deforma alguma, exclusivo. Em geral, o homem faz as duas coisas, pelo menos
em pensamento e, certamente, também ambas na prática. Quem vive para a política faz
dela a sua vida, num sentido interior. Desfruta a posse pura e simples do poder que
exerce, ou alimenta seu equilíbrio interior, seu sentimento íntimo, pela consciência de
que sua vida tem sentido a serviço de uma causa".
Nesse sentido interno, todo homem sincero que vive para uma causa também vive dessa
causa. A distinção, no caso, refere-se a um aspecto muito mais substancial da questão,
ou seja, o económico. Quem luta para fazer da política uma fonte de renda permanente,
vive "da" política como vocação, ao passo que 'quem não age assim vive "para" a
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política. Enquanto viver da política é realmente fazer da política um meio de aquisição


de um bem-estar individual e a satisfação das necessidades em função das suas acções,
(WEBER, 1968:86)

A VOCAÇÃO DE CIENTISTA E O POLÍTICO


Trata-se de duas primeiras intervenções de uma série de conferências organizadas por
um círculo de estudante sob o tema do "trabalho intelectual". Na versão francesa,
subsiste uma hesitação para traduzir tanto por "Vocação" assim como por "Profissão".
Após a descrição comparada da situação de um estudante americano e de um estudante
alemão que acabaram os estudos e desejam fazer da ciência a sua profissão, no quadro
universitário, Weber interroga-se sobre a vocação científica (o que significa a ciência
enquanto vocação para quem a ela se consagra), mas mais ainda sobre o valor da ciência
relativamente ao conjunto da vida humana. O sentido da ciência mudou historicamente;
esta já não aparece hoje em dia como o caminho que conduz ao ser verdadeiro, à arte
verdadeira, à verdadeira natureza, ao verdadeiro Deus ou à verdadeira felicidade.

Na realidade, a ciência não traz qualquer resposta à questão "como devemos viver?" Na
verdade, a ciência não tem mais sentido, da mesma forma que não diz qual é o sentido
do mundo. Pelo contrário, a ciência, indissociável da ideia de progresso indefinido,
inscreve-se num movimento mais geral de racionalização e de intelectualização
(podemos dominar tudo por meio da previsão), movimento que se resume
fundamentalmente a "desencantar" o mundo. Não é a ciência que não possa dizer tudo
de tudo; ele próprio se apoia em pressupostos que escapam a qualquer demonstração
pelos meios científicos. Mas o que é certo, é que ela não pode dizer nada sobre as
questões axiológicas: nem sobre o valor da cultura, nem sobre o modo como se deve
agir na cidade ou no seio dos agrupamentos políticos, (WEBER, 2010:141).

Ainda diz Weber, o cientista não deve comportar-se nem como profeta, nem como
demagogo, porque, num afitriatro nenhuma virtude tem maior valor do que a da
probidade intelectual. Weber, entretanto, também descreve a evolução histórica que leva
a política a tornar-se uma empresa (de domínio político), a qual, como qualquer outra
empresa económica, dispõe de um estado-maior administrativo e meios materiais de
gestão (necessários, para aplicar a força física). Na visão de Weber, dessa evolução
nasceu um novo tipo de homem: o político profissional. Se as qualidades determinantes
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são a paixão, sentimento de responsabilidade e a observação fria, não menos pertinente


que possamos também interrogar-nos sobre o seu ethos, sobre a crença que o faz agir e,
ao mesmo tempo, sobre as relações entre a ética e a política.

Weber, retoma a distinção que tornou clássica entre a ética da responsabilidade (em que
temos que responder pelos nossos actos, como na acção racional em vista de um fim em
que se articula os meios e os fins) e a ética da convicção (onde, orientando a nossa
acção no sentido dos valores, temos apenas que velar pela chamada a pura convicção).
Embora oposta, essas duas éticas, no entanto, completam-se. Na visão de Weber, elas
constituem em conjunto "o homem autêntico", isto é, um homem que pode ter
pretensões à "vocação política", (HUISMAN, 2001:114).
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Considerações Finais
Considera-se que, quem vive da política tem na actividade política uma permanente
fonte de rendas. Enquanto, quem vive para a política luta pela uma causa. Entretanto,
quem vive para a política tem o poder de transformar sua acção em seu fim de vida.
Confunde-se entre o que se é para o que se vive. E isso não seria mero jogo de palavras.

Deste modo, aceita-se que no Estado tem-se a dominação do indivíduo sobre o


indivíduo, é necessário que se averigúe sobre quais condições se desenvolveria esse
domínio. Há sobre nós uma autoridade recorrente do passado, que denominou-se de
poder tradicional. Haveria uma segunda forma, marcada por duas pessoais e
extraordinários de alguns líderes, que denominou-se de poder carismático. E por fim,
uma forma de dominação explícita de uma competência positiva, de base racional, que
chamou-se de dominação pela legalidade.
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Referencias Bibliográficas
ABERASTURY, A. e KNOBEL, M. Adolescência Normal. 10ª. Ed. Porto Alegre: Arte
Médicas, 1992.
CIAMPA, António da C. in LANE, Silvia T.M., CODO, W. (orgs). Psicologia Social:
o homem em movimento. 2ª. Ed. São Paulo: Brasiliense, Identidade, 1985.
JAPIASSÚ e MARCONDES, Dicionário básico de Filosofia. 3o ed, Editor Jorge Zahar
Editor Rio de Janeiro, 2001.
MAGALHÃES, Vasco Pinto de. Vocação e Vocações Pessoais. 2ª ed. Editorial A.O.-
Braga, 2005.
MEIRELES, Cecília. Psicologia Social: O Homem em Movimento: Ou isto ou aquilo.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
HUISMAN, Denis. Dicionário das Mil obras da Filosofia, 2a ed. Porto Editora,
Portugal, 2001.
WEBER, Max, Teorias Sociológicas: Vocação do Cientista e o Político. 2a ed, Editora
São Paulo: Brasil, 1968 e 2010.

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