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CAPÍTULO 1

O QUADRO EUROPEU COMUM DE REFERÊNCIAEM SEU


CONTEXTO POLÍTICO E EDUCACIONAL

PANORAMA

1.1 O QUE É O QUADRO COMUM EUROPEU DE REFERÊNCIA? ................................ 9


1.2OS FINS E OBJETIVOS DA POLÍTICA DE LÍNGUAS DO CONSELHO DA EUROPA ............... 9
1.3 O QUE SIGNIFICA “PLURILINGUALISMO”? .................................................... 11
1.4 POR QUE A ESTRUTURA É NECESSÁRIA? ......................................... 11
1.5 PARA QUE SERVE O QUADRO DE REFERÊNCIA? ...................................... 12
1.5.1 Usos
1.5.2 Tipologia de programas de aprendizagem e qualificações
1.5.3 Qualificações apropriadas
1.6 QUE CRITÉRIOS A ESTRUTURA DEVE ATENDER? ............................. 12

1.1 O QUE É O QUADRO COMUM EUROPEU DE REFERÊNCIA?

O Quadro Europeu Comum de Referência fornece uma base comum para o desenvolvimento de currículos de línguas modernas,repositórios, exames, manu
etc. na Europa. Descreve tão completamente quanto possível o que os alunos de umaa linguagem deve aprender a fim de usá-la para fins de comunicação
também lista os conhecimentos e habilidadeshabilidades que devem adquirir para ter um comportamento linguístico eficaz. A descrição também abrange o
contexto cultural quesuporta o idioma. Finalmente, o Quadro de Referência define os níveis de competência que permitem medir o progresso doem cada fa
aprendizagem e em cada momento da vida.

O Quadro Europeu Comum de Referência é projetado para superar as dificuldades de comunicação encontradaspor profissionais de línguas modernas e qu
vêm da diferença entre os sistemas de ensino. A estrutura forneceferramentas para funcionários administrativos, criadores de programas, professores, seu
treinadores, bancas examinadoras, etc., pararefletir sobre sua prática habitual para situar e coordenar seus esforços e garantir que atendam às necessidad
reaisalunos pelos quais são responsáveis.

Ao fornecer uma base comum para descrições explícitas de objetivos, conteúdo e métodos, o Frameworkrência melhorará a transparência de cursos,
programas e qualificações, promovendo assim a cooperação internacionalno campo das línguas modernas. Fornecer critérios objetivos para descrever
a competência linguística facilitará o reconhecimentoorigem mútua das qualificações obtidas em contextos de aprendizagem diversos e, por isso, irão
no sentido demobilidade na Europa.

A escolha de uma apresentação taxonômica para o Framework é certamente uma tentativa de lidar com a grande complexidadeda linguagem humana, div
a competência linguística em seus diferentes componentes. Isso nos traz de volta aos problemasminha importância psicológica e pedagógica. A comunicaç
envolve todo o ser humano Habilidades isoladase classificados abaixo se combinam de maneiras complexas para tornar cada indivíduo único. Como ator
social,cada indivíduo estabelece relações com um número cada vez maior de grupos sociais sobrepostos, todos os quaisjuntos definem uma identidade. Em
uma abordagem intercultural, um objetivo essencial do ensino de línguas épromover o desenvolvimento harmonioso da personalidade e identidade do alun
resposta à experiência enriquecidasaúde da alteridade em termos de linguagem e cultura. Cabe aos professores e aos próprios alunos construir
umapersonalidade sã e equilibrada dos diversos elementos que a comporão.

Os Termos de Referência incluem a descrição de qualificações “parciais” que são adequadas para conhecimentos reduzidosda língua (por exemplo, se for mais p
entender do que para falar), ou quando o tempo disponível para aprenderde uma terceira ou quarta língua é limitado e que resultados mais econômicos podem s
alcançados porvisando, por exemplo, o reconhecimento em vez de habilidades baseadas na memória. O reconhecimento formal da capacidadeEsses cursos
contribuirão para promover o plurilinguismo através da aprendizagem de uma maior variedade de línguas europeias.

1.2OS FINS E OBJETIVOS DA POLÍTICA DE LÍNGUAS DO CONSELHO DA EUROPA

O Quadro Europeu Comum de Referência contribui para o objetivo geral do Conselho da Europa definido noRecomendações R (82) 18 e R (98) 6 do Comité
Ministros: “conseguir maior unidade entre os seus membros” eatingir este objetivo "através da adoção de uma abordagem comum no campo cultural".

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UM QUADRO EUROPEU COMUM DE REFERÊNCIA PARA AS LÍNGUAS – APRENDIZAGEM, ENSINO, AVALIAÇÃO

No que diz respeito às línguas modernas, o trabalho do Conselho de Cooperação Cultural do Conselho da Europa, estruturadodesde a sua fundação em torno de uma série d
projetos de médio prazo, tem baseado sua consistência e continuidade na adesão a três princípiosprincípios estabelecidos no preâmbulo da Recomendação R (82) 18 do Co
Ministros do Conselho da Europa considerando

– “que o rico património representado pela diversidade linguística e cultural na Europa constitui um recurso comumque devem ser salvaguardados e
desenvolvidos e que são necessários esforços consideráveis ​no domínio da educação.para que esta diversidade, em vez de ser um obstáculo à
comunicação, se torne uma fonte de enriquecimento eentendimento mútuo"

– “que só através de um melhor conhecimento das modernas línguas europeias poderemos facilitar a comunicaçãocomunicação e intercâmbio entre europeus com
diferentes línguas maternas e, portanto, promover a mobilidade, a compreensãoreciprocidade e cooperação na Europa e para eliminar o preconceito e a discrimin

– “que os Estados Membros, ao adotar ou desenvolver uma política nacional no campo do ensino eaprendizagem de línguas modernas, poderia conseguir um
maior consulta a nível europeu graças a medidasobjeto de cooperação permanente entre eles e coordenação constante de suas políticas.

Para implementar estes princípios, o Comité de Ministros pede aos governos dos Estados membros que

– “Promover a cooperação em nível nacional e internacional entre instituições governamentais e não governamentaisdedicado ao desenvolvimento de
métodos de ensino e avaliação no campo da aprendizagem de línguasorganismos vivos e a produção e uso de materiais, incluindo instituições
envolvidas na produção e uso dematériel multimédia.»(F14)

–“Tomar as medidas necessárias para concluir o estabelecimento de um sistema europeu eficaz para a troca de informações que abranja todos osaspectos d
aprendizagem e do ensino das línguas modernas e da investigação neste domínio e a plenauso de tecnologia da informação avançada.” (F17)

Consequentemente, as atividades do Conselho de Cooperação Cultural, seu Comitê de Educação e sua Seção de LínguasVivantes concentrou-se em encorajar, apoi
coordenar os esforços dos Estados membros e organizações.organizações não governamentais para melhorar o aprendizado de idiomas de acordo com esses princ
fundamentais e, em particular,Em particular, a abordagem seguida para implementar as medidas gerais apresentadas no apêndice da Recomendação R (82) 18:

A. Medidas gerais
1. Assegurar, na medida do possível, que todas as categorias da população tenham realmente meios para adquirirconhecimento das línguas de outros Estados-Membros (ou
comunidades dentro do seu próprio país) e capacidade deusar as referidas línguas de forma a permitir-lhes satisfazer as suas necessidades de comunicação e, mais
particularmente,

1.1–para lidar com situações da vida diária em outro país, e para ajudar os estrangeiros a permanecerem no seu própriopaíses para lidar com
isso
1.2–trocar informações e ideias com jovens e adultos que falam outro idioma e comunicar-se com elespensamentos e sentimentos1.3 –
compreender melhor o modo de vida e a mentalidade de outros povos e o seu património cultural.

2. Promover, incentivar e apoiar os esforços de professores e alunos que, em todos os níveis, tendem a se candidatar, de acordo com suassituação, os princípios do
desenvolvimento de sistemas de aprendizagem de línguas (como eles são progressivamente definidos noâmbito do programa "Línguas Modernas" do Conselho da Eu

2.1–basear o ensino e a aprendizagem de línguas nas necessidades, motivações, características e recursosos do aluno

2.2–definindo, com a máxima precisão, objetivos válidos e realistas2.3–desenvolver métodos e materiais


apropriados2.4–desenvolver métodos e instrumentos de avaliação de programas de aprendizagem.

3. Promover programas de pesquisa e desenvolvimento destinados a introduzir, em todos os níveis de ensino, os métodose materiais mais adequados para
permitir que os alunos de diferentes categorias adquiram a capacidade de se comunicar.que atenda suas necessidades particulares.

O Preâmbulo da Recomendação R (98) 6 reafirma os objetivos políticos de suas ações no campo das línguasvivo.

–Equipar todos os europeus para os desafios de uma maior mobilidade internacional e uma cooperação mais estreita entre sicom os outros e isso não só na educação, na
e na ciência, mas também no comércio e na indústria
–promover a compreensão mútua e a tolerância, o respeito pelas identidades e pela diversidade cultural através da inter-nacional mais eficaz

–manter e desenvolver a riqueza e a diversidade da vida cultural na Europa através de um maior conhecimento mútuo das línguasconvidados nacionais e re
incluindo os menos ensinados
–satisfazer as necessidades de uma Europa multilingue e multicultural, desenvolvendo significativamente a capacidade dos europeus paracomunicar uns com
outros através de fronteiras linguísticas e culturais; este é o esforço de uma vida que deve ser encorajadogerida, concretamente organizada e financiada a t
níveis do sistema educativo pelos órgãos competentes–evitar os perigos que podem advir da marginalização de quem não tem as capacidades necessárias
paracomunicar numa Europa interativa.

A Primeira Cimeira de Chefes de Estado (8-9 de Outubro de 1993) deu especial ênfase a este objectivo ao identificar osxenofobia e brutais reações
ultranacionalistas não apenas como o principal obstáculo à mobilidade e à integraçãomas também como a mais grave ameaça à estabilidade europeia e ao
funcionamento da democracia.cracy. A II Cimeira fez da preparação para a cidadania democrática um objectivo educativo prioritário, dando assimacrescida
importância a outro objetivo prosseguido em projetos recentes, nomeadamente:

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CAPÍTULO 1: O QUADRO COMUM EUROPEU DE REFERÊNCIA NO SEU CONTEXTO POLÍTICO E EDUCATIVO

“Promover métodos de ensino de línguas modernas que reforcem a independência de pensamento, julgamento eação aliada à responsabilidade e ao
saber-fazer social. »

À luz destes objectivos, o Comité de Ministros tem sublinhado "a importância política hoje e no
futuronirdudéveloppementdedomainesd'actionparticulierstelquelessstratégiesdediversificationetd'intensificationdel'ap-aprendizagem de línguas a fim de p
chamou a atenção para o valordesenvolvimento de vínculos e intercâmbios educacionais e na exploração de todo o potencial das novas tecnologias da info

1.3 O QUE SIGNIFICA “PLURILINGUALISMO”?

Nos últimos anos, o conceito de plurilinguismo ganhou destaque na abordagem do Conselho da Europa paraaprendendo idiomas. É feita uma distinção entre
"plurilinguismo" e "multilinguismo", que é o conhecimento de um determinado nome-variedade de línguas ou a coexistência de diferentes línguas em uma dad
sociedade. Podemos alcançar o multilinguismo simplesmentediversificando a oferta de idiomas em uma determinada escola ou sistema educacional, ou
incentivando os alunos a estudar maisde uma língua estrangeira, ou reduzindo o lugar dominante do inglês na comunicação internacional. Bem além,a aborda
plurilíngue enfatiza o fato de que, como a experiência linguística de um indivíduo em seuO contexto cultural estende-se da língua familiar à do grupo social e d
à de outros grupos (seja pela aprendizagemescola ou no trabalho), ele/ela não classifica essas línguas e culturas em compartimentos separados, mas constrói
maisdesde cedo uma competência comunicativa para a qual contribuem todos os conhecimentos e experiências de línguas e na quallínguas estão
inter-relacionadas e interagem. Em diferentes situações, um orador pode apelar com flexibilidade paradiferentes partes dessa habilidade para se comunicar
efetivamente com um determinado interlocutor. Parceirosres podem, por exemplo, mudar de um idioma ou dialeto para outro, cada um explorando a capacida
um e o outro parafalar uma língua e entender a outra. Alguns podem recorrer ao conhecimento de diferentes idiomas para entendertomar um texto escrito, ou
mesmo oral, em uma língua a priori "desconhecida", reconhecendo palavras disfarçadas que pertencema um estoque internacional comum. Os que têm
conhecimento, por menor que seja, podem ajudar os que não têm conhecimento algum para compreender.comunicar através da mediação entre indivíduos qu
têm uma língua em comum. Na ausência de um mediador, essas pessoas podemNo entanto, podemos atingir um certo nível de comunicação colocando em jo
todas as suas ferramentas de linguagem, tentandoexpressões possíveis em diferentes dialetos ou línguas, explorando a paralinguística (mímica, gesto, mímica
etc.)mergulhando radicalmente no uso da língua.

Deste ponto de vista, o objetivo do ensino de línguas é profundamente modificado. Não é mais simplesmente uma questão deadquirir o "domínio" de um, do
até três idiomas, cada um por si, com o "falante nativo ideal" como últimomodelo. O objetivo é desenvolver um repertório linguístico no qual todas as habilid
lingüísticas encontrem seu lugar. BOMobviamente, isso pressupõe que os idiomas oferecidos pelas instituições de ensino seriam diversos e que os alunos te
possibilidade de desenvolver competências plurilingues. Além disso, uma vez que se aceita que aprender uma língua é otrabalho da vida, o desenvolvimento
motivação, capacidade e confiança para enfrentar uma nova experiêncialinguagem fora do ambiente escolar está se tornando essencial. A responsabilidade
autoridades educacionais, bancas examinadoras eos professores não podem limitar-se a adquirir um determinado nível de competência em tal ou tal língua
um determinado momento,tão importante quanto isso.

Todas as consequências de tal mudança de paradigma ainda precisam ser resolvidas e traduzidas em ação. os desenvolveelementos recentes do programa
linguístico do Conselho da Europa foram concebidos para produzir ferramentas para promover abilinguismo para uso de todos os membros da profissão de
ensino de línguas. O Portfólio Europeu de Línguas(Portfólio) oferece em particular uma formatação de experiências interculturais e aprendizagem de língua
das maisvariado que permite registrá-los e dar-lhes reconhecimento formal. Para isso, o Quadro de Referência Europeunão só fornece uma escala para ava
a proficiência geral em um determinado idioma, mas também uma análiseo uso de linguagem e habilidades linguísticas que facilitarão, para os praticantes
definição de objetivos e adescrição dos níveis alcançados em todas as habilidades possíveis, de acordo com as diversas necessidades, características e
recursosfontes de aprendizagem.

1.4 POR QUE A ESTRUTURA É NECESSÁRIA?

Em novembro de 1991, por iniciativa do Governo Federal Suíço, foi realizado um Simpósio Intergovernamental emRüschlikon (Suíça) sobre o tema
"Transparência e coerência na aprendizagem de línguas na Europa: objetivos, avaliaçãoção, certificação”. O Simpósio adotou as seguintes conclusões.

1.É necessário continuar a intensificar a aprendizagem e o ensino das línguas nos Estados-Membros, a fim de incentivar uma maiormobilidade, comunicação internacional mais
e que respeite as identidades e a diversidade cultural, melhor acesso à informaçãoformação, multiplicação das trocas interpessoais, melhoria das relações de trabalho e compr
mútua.

2. Para atingir esses objetivos, o aprendizado de idiomas deve ser vitalício e deve ser promovido e apoiado.facilitar em todo o sistema educacional, desde a pré-e
até a educação de adultos.
3.É desejável elaborar um Quadro Europeu Comum de Referência para a aprendizagem de línguas em todos os níveis, dentro do
mas
– promover e facilitar a cooperação entre instituições de ensino em diferentes países

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