Projeto de Literacia Mediática cofinanciado pela Comissão Europeia no âmbito do programa “Media Literacy for All”

UMA FERRAMENTA INTERATIVA DE AVALIAÇÃO E FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO PARA OS MEDIA DE JOVENS COM IDADES ENTRE OS 14-18 ANOS

Relatório Final
PT Portugal | dezembro, 2021
Parceiros:
Sumário de conteúdos
 Introdução
 Sobre o Projeto
• Informações gerais (o que é; objetivos; destinatários; equipa;
financiamento)
• Quadro teórico e metodologia
• Funcionamento da ferramenta digital edumediatest.eu
 Resultados do teste final à ferramenta digital em Portugal
• Caracterização das escolas participantes
• Principais resultados
• Retorno de professores e alunos participantes
 Conclusões
 Anexos
• Anexo 1 – Relatório internacional- Sumário Executivo (com
resultados para os sete países) – traduzido para português
• Anexo 2 – Recomendações sobre a Literacia Mediática tendo
por base os resultados do Projeto EduMediatest

2
 EduMediatest |
Introdução
O EduMediatest, projeto organizado em torno de
um consórcio de oito entidades públicas de sete
países europeus, arrancou oficialmente a 1 de
setembro de 2020. Em termos teóricos e
concetuais, baseia-se no trabalho que vinha
sendo desenvolvido por um grupo de
investigadores da Universidade Pompeu Fabra de
Barcelona (UPF), liderado por Joan Ferrés,
investigador espanhol especialista em
comunicação audiovisual e educação. Os seus
estudos têm por base um modelo de avaliação
de competências de literacia mediática,
estruturado com base em seis dimensões.
O CAC - Consell de l’Audiovisual de Catalunya
(regulador catalão do audiovisual) e esse grupo
de investigadores da UPF começaram a construir
um questionário/teste que não fosse apenas
baseado nas perceções sobre a relação com os
media, com o objetivo de o transformar numa
ferramenta digital que pudesse ser facilmente
utilizada por professores na avaliação das
competências de literacia mediática dos seus
alunos, mas também na sua formação em
educação para os media. Ou seja, uma
ferramenta que disponibilizasse materiais
formativos que pudessem ajudar a colmatar
fragilidades identificadas através da avaliação. O
desafio seria que essa ferramenta pudesse
tornar-se num recurso para educadores de
diferentes países, ficando disponível em
diferentes idiomas e respeitando as respetivas
idiossincrasias educativas.
A concretização desse desafio acabaria por
avançar em setembro de 2019. A convite do
regulador catalão, a Entidade Reguladora para a
Comunicação Social (ERC), em representação de
Portugal, a par de mais cinco entidades, em
representação respetivamente da França,
Irlanda, Eslováquia, Croácia e Grécia, aceitaram
candidatar o projeto EduMediatest ao programa
da Comissão Europeia “Media Literacy for all”,
tendo ficado entre os projetos vencedores do
financiamento da edição desse ano.
Através da coordenação geral do CAC e da
orientação teórica e científica da UPF, aos
restantes parceiros coube a tarefa de garantir a
tradução e adaptação técnica da ferramenta
digital para os respetivos idiomas, bem como
recrutar escolas que aceitassem colaborar com o
projeto permitindo que alguns dos seus alunos
testassem a ferramenta antes de ser
disponibilizada publicamente.
A propósito do contexto em que o projeto viria a
ser desenvolvido, importa referir que todas as
fases de implementação ficam marcadas pelas
circunstâncias atípicas decorrentes da pandemia
de COVID-19. Além de ditar que a execução das
tarefas tenha sido realizada totalmente à
distância, através de encontros virtuais e de
comunicação exclusivamente digital, a situação
pandémica acabaria por impor atrasos em fases
cruciais, nomeadamente ao inviabilizar o acesso
às escolas participantes nos momentos cruciais
da calendarização inicial.
O presente documento tem como objetivos
disponibilizar informação sistematizada sobre o
projeto, em língua portuguesa, e salientar os
principais resultados decorrentes do teste piloto à
ferramenta digital em Portugal. Esta fase de
testagem realizou-se entre 17 e 28 de maio de
2021 e contou com a colaboração de 25 escolas
de diferentes regiões do País, e com a
participação de um total de 2.636 alunos com
idades entre os 14 e os 18 anos. De notar que
essa disponibilidade de colaboração das escolas
portuguesas acabaria por permitir que Portugal
tenha sido o país do consórcio com o maior
número de alunos a testar o EduMediatest antes
de ser tornado público.
Pretende-se que esta ferramenta digital venha
futuramente a ser disponibilizada em livre acesso
no endereço edumediatest.eu e que possa vir a
servir como recurso a ser utilizado pelas escolas
portuguesas. De notar que os tópicos que avalia
são relacionáveis com alguns dos
temas/subtemas do Referencial de Educação
para os Media, documento que, nesta área, serve
de referência às escolas portuguesas.
Mais informação:
edumediatestportugal@erc.pt
3
SOBRE O PROJETO: INFORMAÇÕES GERAIS

4
 Sobre o projeto| O que é?
Homepage do EduMediatest em língua portuguesa

O que é?
Uma ferramenta digital
interativa de apoio à
Educação para os
Media, atualmente
traduzida e adaptada
para 10 idiomas.
Pretende-se que
futuramente venha a
estar disponível em livre
acesso no endereço
www.edumediatest.eu

5
 Sobre o projeto | Objetivos e públicos-alvo

Logotipos do projeto (diferentes versões)

Objetivos
Disponibilizar em livre acesso um recurso que possa servir de apoio a professores (e outros
educadores) na avaliação de competências de Literacia Mediática dos seus alunos e, em
simultâneo, fornecer materiais que possam colmatar lacunas identificadas pela avaliação e
auxiliar na formação dos alunos em matérias de Educação para os Media

Contribuir para os esforços de desenvolvimento de políticas baseadas em evidências de

Educação para os Media, através do fornecimento de dados credíveis.

Público-alvo da ferramenta digital

Professores/educadores de jovens com idades entre os 14-18 anos

Destinatários do teste e da formação

Jovens com idades entre 14-18 anos ( alunos do 9.º, 10.º, 11.º, 12.º anos de escolaridade)

6
 Sobre o projeto | Equipa internacional (composição)
Coordenação geral
CAC – Consell de l’Audiovisual de Catalunya
(regulador catalão do audiovisual)

Coordenação Científica
UPF - Universitat Pompeu Fabra Barcelona

Coordenações nacionais

AEM -Agency for Electronic Media

(regulador croata dos meios eletrónicos)
CAC – Consell de l’Audiovisual de Catalunya
(regulador catalão do audiovisual)
CSA – Conseil Supérieur de l’Audiovisuel
(regulador francês do audiovisual)
EKOME - National Centre of Audiovisual Media
& Communication (Grécia)
ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação
Social
O projeto conta com uma equipa multidisciplinar composta por
RVR - Rada pre vysielanie a retransmisiu representantes de oito instituições de sete países europeus. Entre essas
(regulador eslovaco do audiovisual) instituições estão 5 reguladores do audiovisual e 2 organismos públicos, cujas
Webwise - Irish Internet Safety Awareness equipas incluem profissionais com formação nas áreas da Psicologia,
Centre (Irlanda) Educação, Sociologia, Comunicação, Tecnologias da Informação, Estatística
e Metodologia.
7
 Sobre o projeto | Equipa nacional (composição)
Coordenação nacional
ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação
Social

Equipa
Supervisão:
Sebastião Póvoas (Presidente da ERC)
Mário Mesquita (Vice-presidente da ERC)

Tânia Soares (Coordenadora Nacional e Diretora

do Departamento de Análise de Media da ERC)
Bruna Afonso (Técnica do Departamento de
Análise de Media da ERC)
Eulália Pereira (Técnica do Departamento de
Análise de Media da ERC)
Joana Martins (Secretariado ERC)
A Equipa da ERC realizou internamente e integralmente todas as fases do
projeto e inúmeras tarefas, entre elas: adaptação técnica dos documentos
às especificidades nacionais, tradução, reporte de informação,
recrutamento de escolas participantes, formação de professores, apoio à
realização do pré-piloto e do teste piloto, validação das respostas, produção
de relatórios (detalhe em diapositivo posterior).

8
Sobre o projeto | Financiamento e duração

Financiamento
Duração do projeto
O EduMediatest foi um dos cinco
Prevista: Setembro 2020 – Setembro 2021
projetos vencedores da edição de
2019 do programa “Media Literacy Efetiva: Setembro 2020 – Outubro/Novembro 2021
for all” da Comissão Europeia (CE).
Nesse sentido, a CE cofinanciou (prolongamento dos trabalhos devido a constrangimentos causados
60% do seu valor global (o pela Pandemia por COVID-19 nos sete países participantes)
correspondente a 80 633 euros) e
as 8 entidades do consórcio em
40%.

9
SOBRE O PROJETO: QUADRO TEÓRICO E METODOLOGIA

10
 Sobre o projeto |Principais fases/tarefas
Produção do
Definição do relatório final
enfoque teórico e global do projeto
da metodologia para submissão à
do projeto Comissão Europeia

Finalização dos
Início da Desenvolvimento Continuação do Definição do Finalização da
*Desenvolvimento materiais
Definição do preparação dos da versão beta desenvolvimento conteúdo e do primeira versão
tecnológico: formativos
conteúdo e do materiais da ferramenta da ferramenta modelo de teste pública da
empresa contratada modelo de teste formativos digital digital final ferramenta
Continuação do digital
desenvolvimento
da ferramenta
digital
ESTABILIZAÇÃO TESTE -PILOTO * TESTE FINAL À PUBLICAÇÃO
PRINCIPAIS DO CONTEÚDO À VERSÃO BETA EM LIVRE ACESSO
Mar 21 Mai 21 NOVA VERSÃO DA Out 21
FASES/TAREFAS Set 20
DO TESTE DA FERRAMENTA Revisão da FERRAMENTA DA 1ª VERSÃO
PILOTO DIGITAL tradução/ada
DIGITAL
ptação dos
instrumentos
do teste final
Finalização da
Verificação das Identificação de Produção de Tradução/ tradução/ Produção do
questões dos Identificação de
turmas (alunos dos relatório sobre os Adaptação adaptação para relatório final com
instrumentos turmas de escolas
14-18 anos) de desafios/lacunas para língua língua portuguesa incidência nos
(inquérito e portuguesas para
duas escolas identificados em portuguesa da 1ª versão pública resultados
teste) do piloto realização do
portuguesas para o relação à versão dos materiais da ferramenta referentes a
teste final
pré-piloto testada formativos digital Portugal
Tradução e Realização das
adaptação para sessões de
língua portuguesa Realização das Produção de preparação dos
dos instrumentos sessões de relatório professores
para o piloto preparação dos intermédio para responsáveis por
professores a Comissão testar a ferramenta
responsáveis por referente à
Submissão dos Submissão dos
testar a ferramenta participação
instrumentos do instrumentos do
portuguesa
piloto à Equipa teste final à Equipa * Entre final de janeiro e início de fevereiro de 2021, a
Monitorização de de Monitorização equipa da Catalunha realizou um primeiro teste à
Inquéritos em de Inquéritos em
Meio Escolar
ferramenta, tendo os restantes parceiros conduzido os 11
Meio Escolar seus pré-pilotos em final de março, início de abril.
(DGE)
Sobre o projeto| Quadro teórico e metodologia
Conforme referido na introdução, em termos teóricos e conceptuais o
projeto EduMediatest tem como referente a proposta de avaliação da
competência mediática que vem sendo desenvolvida nas pesquisas de
Joan Ferrés, investigador espanhol especialista em comunicação
audiovisual e educação.
Tal como contextualiza o artigo «Evaluar la competencia mediática:
una aproximación crítica desde las perspectivas pedagógica, política y
metodológica» (Mateus, J. C., Andrada, P. y Ferrés, J.), essa proposta
surge entre 2005-2010, quando Ferrés liderou um projeto de avaliação
de literacia mediática dos cidadãos em Espanha, que contou com o
financiamento do CAC num primeiro momento e, mais tarde, do
Ministério da Educação espanhol.
Em 2012, depois de se ter tornado um referente teórico nos países
ibero-americanos, a proposta foi alvo de uma revisão levada a cabo
pelo autor, em colaboração com o investigador argentino Alejandro
Piscitelli (e foi apreciada e consensualizada por cinquenta peritos
ibero-americanos), sendo composta pelas seguintes seis dimensões:
Processos
Linguagem Tecnologia de
interação
Produção e Ideologia e
Estética
Difusão valores
A ideia dos autores foi a de desenvolver esta competência/literacia
no contexto de uma cultura participativa, que articule o espírito
crítico e estético com a capacidade de se expressar e o
desenvolvimento da autonomia pessoal com o compromisso social
e cultural.
É por referência a essas seis dimensões que está estruturado o
conjunto de 43 questões/exercícios que compõem o questionário
EduMediatest, que se apresenta como instrumento para avaliar
competências de literacia mediática, bem como os materiais
formativos que procuram dar pistas para resolver as dificuldades
sentidas na avaliação.
Além do teste de avaliação de competências de literacia mediática.
que constitui o instrumento central da pesquisa, a equipa de
peritos da UPF elaborou um questionário sociodemográfico que
teve como objetivo recolher informações que permitam, de forma
anónima e confidencial, fazer uma caracterização do perfil dos
grupos de alunos, mas também perceber alguns dos seus
consumos de media, a partir da sua perceção em relação a esses
consumos.
Importa notar que o questionário sociodemográfico não faz parte
da ferramenta digital, tendo apenas sido utilizado como método de
recolha de informação na fase de testes.
12
 Sobre o projeto| Funcionamento da ferramenta digital
Layout do Formulário de contacto disponível no site

A ferramenta foi desenhada de modo a permitir que os professores obtenham

um retrato inicial da literacia mediática dos grupos/turmas com os quais
trabalham, isto é, os resultados que se obtêm são referentes ao conjunto dos
alunos e não a cada aluno individualmente.

Esta opção resulta do pressuposto de que a garantia de confidencialidade dos

alunos pode permitir que os mesmos respondam de forma genuína e menos
condicionada. Por outro lado, considera-se que o retrato global do grupo com o
qual se está a trabalhar poderá permitir aos professores decidir mais facilmente
sobre quais as dimensões e competências a que devem dedicar mais tempo de
formação. É importante notar que o questionário não esgota, nem tem essa
ambição, a diversidade de questões abrangidas na área da educação para os
media e também não se pretende que seja usado como uma avaliação resumida
de qualquer disciplina escolar.
É recomendado que os professores conheçam o questionário e os materiais de
formação antes os usarem nas ​aulas. No site, os últimos estão disponíveis em
formato pdf numa secção que os reúne com base nas seis dimensões.
Como começar a utilizar o EduMediatest com os alunos ?
Embora o questionário inclua questões relacionadas com diferentes matérias de
Depois de aceder a edumediatest.eu, os professores devem preencher o
educação para os media (sobre notícias, funcionamento do negócio dos media,
formulário de contacto que se encontra disponível na página inicial (v. figura
publicidade, a relação dos media com algumas artes, produção e disseminação de
seguinte), de modo a receberem os dados de acesso ao questionário. Este
conteúdos nas redes sociais …), é de notar que foram colocadas em evidência aquelas
demora entre 20 a 35 minutos a ser respondido, sendo recomendável a
que envolvem os media digitais.
utilização de computador. Ou seja, trata-se de um instrumento que facilmente
pode ser utilizado pelos professores num único período de aula. Sendo um questionário online, a própria forma de responder permitiu testar a
interação dos alunos com o ambiente digital. Essas questões incluem tarefas como:
arrastar um elemento para um dado ponto; aplicar filtros em imagens; escolha
múltipla; ordenar opções; corresponder elementos; filtrar; pesquisar num motor de
busca; digitar uma resposta numa caixa de texto.
13
Sobre o projeto| O que se pretende avaliar com as questões selecionadas
para cada dimensão do EduMediatest?

• Capacidade para identificar categorias estéticas básicas, como sejam a inovação formal e temática, a
originalidade, estilos, escolas e tendências.

• Capacidade para relacionar produções de media com outras manifestações artísticas, detetando
influências mútuas.

• Capacidade para tirar prazer de aspetos formais, ou seja, não só do que é comunicado, mas também
da forma como é comunicado.

• Capacidade para descobrir como as representações mediáticas estruturam a nossa perceção da

realidade, muitas vezes através de comunicações inadvertidas.

• Capacidade para analisar identidades virtuais, individuais e coletivas, e para detetar estereótipos
em especial em termos de género, raça, etnia, classe social, religião, cultura, deficiência, etc.,
analisando as suas causas e consequências.

• Capacidade para detetar as intenções ou interesses subjacentes às produções comerciais e às

produções populares, bem como as suas ideologias e valores, explícitos ou latentes, e saber adotar
uma atitude crítica face aos mesmos.

• Capacidade para descobrir como as representações mediáticas estruturam a nossa perceção da

realidade, muitas vezes através de informação subliminar.

14
Sobre o projeto| O que se pretende avaliar com as questões selecionadas
para cada dimensão do EduMediatest?

• Capacidade para estabelecer relações entre textos – intertextualidade - códigos e media,

desenvolvendo um conhecimento lato, sistematizado e que se interrelacione.

• Capacidade para interpretar e avaliar os diversos códigos de representação e o papel que

desempenham numa mensagem.

• Capacidade para modificar produtos existentes, conferindo-lhes um novo significado e valor.

• Capacidade para analisar e avaliar mensagens do ponto de vista do significado, estruturas

narrativas e convenções de género e formato.

• Capacidade para se exprimir através de vastos sistemas de representação e de significado.

15
Sobre o projeto| O que se pretende avaliar em cada dimensão do
EduMediatest?

• Conhecimentos básicos de sistemas de produção, técnicas de programação e mecanismos de

disseminação.

• Conhecimento das condições legais existentes para se poder reclamar em caso de incumprimento das
atuais leis de regulação do audiovisual e fomentar uma atitude responsável nessas situações.

• Conhecimento acerca dos fatores que transformam produções comerciais em mensagens submetidas
ao condicionamento sócio-económico de qualquer sector.

• Conhecimento das diferenças básicas entre produções individuais e coletivas e também entre as
produções populares e comerciais, e neste último caso – se aplicável - entre aquelas produzidas por
entidades públicas ou privadas.

• Capacidade para gerir a sua própria identidade, quer online, quer offline e ter uma atitude
responsável para com a proteção de dados pessoais, tanto em relação aos seus como aos dos outros.

• Capacidade para gerir o conceito de autoria individual ou coletiva, para ter uma atitude responsável
para com direitos de propriedade intelectual e capacidade para usufruir de recursos como as licenças
“creative commons“.

• Capacidade para selecionar mensagens com sentido, apropriar-se das mesmas e transformá-las em
novos significados.

• Capacidade para partilhar e disseminar informação, através de meios de comunicação social

tradicionais e de redes sociais, aumentando a visibilidade das mensagens, em interação com
comunidades cada vez maiores.

16
Sobre o projeto| O que se pretende avaliar em cada dimensão do
EduMediatest?

• Capacidade para saber diagnosticar os efeitos cognitivos das emoções: tornar-se consciente das
ideias e valores que são associados a personagens, ações e situações que geram, dependendo do
caso, emoções positivas ou negativas.

• Capacidade para discernir e gerir as dissociações que por vezes ocorrem entre sentimento e
opinião, e entre emoção e racionalidade.

• Conhecimento básico acerca do conceito de audiências, estudos de audiências, a sua utilidade e os

seus limites.

• Capacidade para selecionar, rever e auto-avaliar o consumo de media, baseando-se em critérios

conscientes e razoáveis.

• Capacidade para saber gerir inovações tecnológicas que tornam possível a comunicação multimodal
e multimédia.

• Entender o papel das tecnologias de informação e comunicação na sociedade e os seus possíveis

efeitos.

17
 Sobre o Projeto | Funcionamento da ferramenta digital (cont.)
Tipos de outputs gerados automaticamente pela ferramenta
Como são obtidos e apresentados os
resultados do grupo testado?

Uma das grandes mais-valias do

EduMediatest é permitir que os professores
tenham acesso aos resultados do grupo
testado imediatamente após a realização do
questionário, já que a ferramenta gera
automaticamente outputs que podem ser
descarregados em formato pdf. Esses
outputs foram organizados tendo por base
uma análise gráfica dos resultados que
facilita a sua leitura e apreensão, bem como
uma apresentação suficientemente
detalhada de dados passível de permitir
identificar exatamente as questões que
colocaram maiores dificuldades ao grupo
com que está a trabalhar.

18
 Sobre o Projeto | Funcionamento da ferramenta digital (cont.)
Layout da página do site onde podem ser encontrados os materiais formativos

Para aceder aos materiais formativos, que os

professores podem utilizar para colmatar as
dificuldades sentidas pelos alunos, basta
aceder à secção do site designada Materiais
formativos e explorar cada uma das
dimensões.

Exemplos de apresentação dos materiais formativos

Capas dos pdfs dos materiais formativos

19
RESULTADOS DO TESTE À FERRAMENTA EM PORTUGAL

20
 Escolas participantes: piloto e teste final
Localização geográfica das escolas que testaram a
ferramenta em 2021

Em Portugal, a ferramenta foi testada por um

total de 2.756 alunos, provenientes de 148 Pré-piloto
turmas de 27 estabelecimentos de ensino de 24 a 26 de março de 2021
diferentes regiões do país. Piloto
17 e 28 de maio de 2021
A participação desses alunos ocorreu em duas
fases distintas: a fase de teste pré-piloto e a fase
do teste piloto .

Na fase de pré-piloto participaram alunos de

quatro turmas do Agrupamento de Escolas D.
João II de Sintra (duas de Ciências e Tecnologias e
duas de Humanidades, de 10.º e de 11º ano) e
alunos de duas turmas do Agrupamento de
Escolas de Santa Comba Dão (uma de 9.º ano,
ensino articulado de música, e outra do 10º ano,
de ensino articulado de música e tecnologias).
No global, 120 alunos responderam ao teste
nesta primeira fase.

A fase final de testes concentrou os restantes

2.636 alunos, sendo os resultados que adiante se
apresentam referentes somente a este total.

21
 Teste final| caracterização geral dos participantes
REGIÕES NÚMERO DE O teste final à ferramenta contou com a
DESIGNAÇÃO DAS ESCOLAS
(NUTS II) ALUNOS colaboração de turmas de escolas de todas as
Agrupamento de Escolas Emídio Garcia (Bragança) 109 regiões do país, tendo havido a preocupação de
Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro 94 incluir estabelecimentos de ensino de maior e de
Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto 180 menor dimensão (em termos de número de
Norte Escola Secundária de Vila Verde (Braga) 87 alunos), localizados em zonas rurais e em zonas
Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo (Vila Nova de Gaia) 72 urbanas.
Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves (Vila Nova de Gaia) 88
Agrupamento de Escolas do Cerco do Porto 73 Devido aos constrangimentos causados pela
Agrupamento de Escolas do Sabugal 51 pandemia de COVID-19, os momentos de realização
Centro Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro (Oliveira de Azeméis) 164 dos testes acabaram por ser adiados face ao
Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro (Caldas da Rainha) 95 calendário inicialmente previsto. Agendado para o
Escola Secundária Eça de Queirós (Lisboa) 195 fim de janeiro de 2021, o teste piloto foi adiado
Colégio Valsassina (Lisboa) 170 depois de ter sido decretada a suspensão das
Área
Escola Secundária Emídio Navarro (Almada) 84 atividades letivas no País e de ter havido um
Metropolitana Escola Secundária Miguel Torga (Sintra) 117 agravamento das condições em diferentes países do
de Lisboa Escola Secundária Seomara da Costa Primo (Amadora) 72 consórcio. Circunstâncias que acabariam por
Escola Secundária Camões (Lisboa) 89 deslocar a sua realização para os últimos dias de
Escola Secundária Dr. Ginestal Machado (Santarém) 64 abril e o teste final para o período de 17 a 28 de
Escola Secundária Manuel da Fonseca (Santiago do Cacém) 88 maio. Esse foi um momento particularmente
Alentejo Escola Secundária Poeta Al Berto (Sines) 70 desafiante para a colaboração das escolas com o
Agrupamento de Escolas de Arraiolos 126 EduMediatest, pois, além do esforço para fazer
Escola Secundária D. Manuel I (Beja) 104 face aos constrangimentos causados pela
Escola Secundária Poeta António Aleixo (Portimão) 92 pandemia, aproximavam-se do habitual período de
Algarve Escola Básica e Secundária de Albufeira 150 preparação das provas finais de 9.º ano e dos
R.A.da Madeira Escola Básica e Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva (Funchal) 85 exames nacionais do 11.º e do 12.º, precisamente
os anos letivos em foco no estudo.
R.A.dos Açores Escola Secundária Antero de Quental (Ponta Delgada) 117

TOTAL 2636

22
 Teste final| Processo de identificação das escolas
Identificação das escolas participantes
As alterações ao cronograma inicial do projeto,
a par da necessidade de conciliar os
calendários de realização dos testes entre os
diferentes países do consórcio, acabariam por
dificultar o processo de identificação das
escolas participantes. Esse processo resultou
do esforço de conciliar o objetivo de garantir a
diversidade de escolas participantes (em
termos de localização geográfica, de número
de alunos inscritos, de oferta educativa, de
anos de escolaridade) e, ao mesmo tempo, da
sua disponibilidade para realizar o teste nos
momentos do calendário do projeto. O que
acabaria, naturalmente, por impedir a
participação de alguns dos estabelecimentos
de ensino contactados.
Em termos metodológicos optou-se por, a
partir da consulta das bases de dados oficiais
(que listam os estabelecimentos de ensino de
Portugal continental e de cada uma das
regiões autónomas), referentes ao ano letivo
2018/2019, restringir aos estabelecimentos
que dispunham de oferta educativa dos quatro Que dispositivos foram utilizados
anos de escolaridade que geralmente são para responder ao teste?
frequentados por jovens entre os 14 e os 18
anos de idade. Ou seja, em Portugal, os
estabelecimentos de ensino que tinham
simultaneamente turmas de 9.º , 10.º, 11.º e
12.º anos (de ensino regular e, se possível, 73,7%
também de ensino profissional).
Inicialmente começou por se contactar as
escolas por e-mail, estratégia que passou a
ser substituída pela realização de um primeiro
contacto telefónico, que permitiu fazer uma
breve apresentação do projeto, dos seus
objetivos e do modo como se processaria a
26%
participação das turmas. Para essa fase, a
equipa portuguesa recorreu à colaboração de
dois parceiros com os quais tem vindo a
trabalhar em projetos de literacia mediática –
a Associação Empresários pela Inclusão Social
(EPIS) e a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE),
que facilitaram o contacto com algumas das
escolas.
0,3%
23
 Teste final| Caracterização geral dos participantes
Género Ano de escolaridade
Registou-se uma representação muito próxima entre
9º ano No seu conjunto, as 25 escolas
géneros feminino e masculino, embora com uma
23% 26,9% portuguesas que colaboraram
participação ligeiramente superior do primeiro, com
(606 (710 no teste final permitiram que a
52,6%, em relação ao último que representou 47,4%. alunos) 10.º ano
alunos) percentagem de alunos que
Ano de nascimento responderam ao teste fosse
muito próxima para os quatro
32,6% 25,5% 11.º ano
24,6% anos de escolaridade
(672
(648 abrangidos no estudo.
25,2% alunos)
alunos)
22,1% 12.º ano No que diz respeito aos
20,1%
participantes do ensino
secundário, apesar de ter
93,9% 95,0%
havido uma participação
maioritária de turmas do
70,2% percurso regular, observa-se
que, ainda assim, também
houve oportunidade para alguns
2006-8 2005 2004 2003-0
alunos da vertente profissional
29,8% testarem a ferramenta.
Embora o EduMediatest se destine a testar alunos
entre os 14 e os 18 anos, tendo em conta as turmas 6,1% 5,0%
que participaram verifica-se que a amplitude do
ano de nascimento dos alunos oscilou entre 2000 e 10.º ano 11.º ano 12.º ano
2008. Regular Profissional
24
 Teste final| Caracterização geral dos participantes
Proveniência dos alunos e dos seus Nível de escolaridade dos pais/encarregados de educação
pais
31,9%
Cerca de 92% dos participantes disseram ter
27,5% 27,5%
nascido em Portugal, enquanto pouco mais de
7% afirmaram ser provenientes de outros 23,4%
países. Independente do país de origem, é de 20,8%
referir que nesta fase de testes, todos os 17,8%
alunos das escolas portuguesas utilizaram a 15,2%
versão portuguesa do EduMediatest. 12,2%
8,5%
Entre as turmas das 25 escolas participantes, 6,5%
5,4%
as pertencentes às duas escolas da região do 3,3%
Algarve e as da Escola da Amadora, são
aquelas em que a percentagem de alunos
provenientes de outros países foi mais Ensino Primário 2º e 3.º ciclos do Ensino Licenciatura ou Mestrado, Não sei
expressiva, próxima ou acima dos 20%. ou menos ensino básico Secundário equivalente doutoramento ou
equivalente
Ainda no que diz respeito a questões
Pai (ou encarregado de educação do género masculino)
relacionadas com proveniência, observa-se
que a percentagem de alunos que afirmou que Mãe (ou encarregada de educação de género feminino)
o seu pai nasceu fora de Portugal foi próxima Relativamente à escolaridade dos pais/encarregados de educação, as respostas dos
dos 16,8%, sendo que no caso da mãe essa alunos permitiram observar que, no caso da figura masculina, a maior percentagem
percentagem foi de 19%. tem frequência de 2.º e 3.º ciclo, bem como do ensino secundário. Já no caso das
mães/encarregadas de educação, mais de 70% concluíram o ensino secundário ou um
grau superior, sendo cerca de 57% a percentagem de homens na mesma situação.
25
 Teste final| Consumos de media dos participantes

O que os alunos têm e não têm nas suas casas Instrumentos musicais (exs: guitarra,… 39,5% 60,5%
Leitores de livros digitais (exs: KindleTM,… 87,8% 12,2%
Um dos dados que sobressai diz respeito ao acesso dos alunos à Tablets, computadores (exs: Ipad,… 32,9% 67,1%
Internet em suas casas: quase 99% dos alunos declarou dispor Telemóveis com acesso à Internet (exs:…1,6% 98,4%
desse serviço. Uma divisão com banheira ou chuveiro 2,1% 97,9%

No que diz respeito a tecnologias, 89,5% declarou ter um Carro 9,7% 90,3%

computador próprio e 98,4% ter telemóvel com acesso à internet, Smart TV 17,8% 82,2%

sendo que as Smart TV, segundo os alunos, estão presentes em Jornais e revistas 59,4% 40,6%

mais de 80% das suas casas. Um dicionário 11,2% 88,8%

Livros técnicos de referência 70,6% 29,4%
Os livros que apoiam o estudo são mais comuns em casa dos Livros que te ajudem com o trabalho escolar 23,1% 76,9%
alunos do que os softwares educativos. O dicionário é muito Trabalhos de arte (exs: pinturas, …) 45,8% 54,2%
comum, os livros técnicos nem tanto. Outros livros, como
Livros de poesia, literatura, arte, música ou… 44,7% 55,3%
clássicos da literatura ou obras relacionadas com diferentes artes,
Clássicos da literatura (ex: Eça de Queirós, …) 52,9% 47,1%
espelham a existência de realidades distintas. Ainda no que diz
Acesso à Internet 1,3% 98,7%
respeito à leitura, observa-se que os livros digitais também são
Software educativo 47,1% 52,9%
um gadget pouco presente nas casas destes alunos.
O teu próprio computador que podes… 10,5% 89,5%
Em termos de comodidades, mais de 90% dispõe de uma Um local tranquilo para estudar 12,9% 87,1%
secretária para estudar e de um quarto só seu e a sua família Um quarto só teu 7,0% 93,0%
dispõe de um carro. Uma secretária para estudar 6,0% 94,0%

0% 50% 100%
De salientar que cerca de 13% dos alunos considera não dispor de
um local tranquilo para estudar, e quase 60% não tem acesso a Não tenho Tenho
jornais e revistas.
26
 Teste final| Perceção do consumo de conteúdos audiovisuais

Pelos próprios Pelas pessoas à sua volta

36,6% 43,2%

21,2% 19,8% 23,0%

17,1%
11,4%
9,1%
8,0%
4,5% 3,5%
1,7% ,3% ,7%

Menos de Entre 1 e Entre 2 e Entre 3 e Mais de 4 Não sei Não Menos de Entre 1 e Entre 2 e Entre 3 e Mais de 4 Não sei Não
1 hora duas 3 horas 4 horas horas Responde 1 hora duas 3 horas 4 horas horas Responde
horas horas

Quer seja no que diz respeito à perceção em relação ao consumo próprio de conteúdos audiovisuais (televisão, redes sociais,
cinema, videojogos), quer em relação às pessoas à sua volta, a percentagem mais elevada de alunos acredita que esse consumo é
superior às 4 horas diárias. É residual a percentagem que declarou consumir menos de uma hora.

27
 Teste final| Pontuação máxima
Das 43 questões que fazem parte do Número de pontos atribuídos a cada dimensão no teste
teste de avaliação de competências há
duas às quais não são atribuídos pontos,
pois correspondem a opiniões dos
respondentes. Em relação às restantes
41, têm sempre respostas consideradas Estética Ideologia
corretas ou incorretas às quais são 9 7
atribuídos pontos, sendo que a máxima
Tecnologia
pontuação global possível é de 60,5 Linguagem
7
pontos. 13,5

Importa notar que nem todas as Recepção

questões valem os mesmos pontos, 8
assim como nem todas as dimensões em Produção e Difusão
análise totalizam os mesmos pontos. 16

Dada essa diferença de pontos, conforme se verá adiante na comparação

da pontuação alcançada, em média, pelos alunos para cada dimensão, foi
necessário estandardizar os seus valores.

28
 Teste final| Pontuação total
Pontuação global
A variável pontuação final no teste corresponde à soma das
pontuações obtidas para cada uma das seis dimensões em avaliação.
Considerando que o objetivo do teste final não foi comparar as
pontuações das diferentes turmas participantes, os resultados que a
seguir se apresentam são relativos à globalidade dos grupos testados,
embora naturalmente cada turma participante tenha tido acesso aos
seus resultados através do relatório que é automaticamente gerado
pela própria ferramenta.
Pontuação final no EduMediatest
Valor correspondente à Média 14,45
Valor Mínimo 0,2
Valor Máximo 26,15
Em média, a pontuação alcançada pelos alunos, foi de 14,45 pontos
em 60,5 possíveis, sendo que o valor máximo alcançado foi de 26,15.
De referir que este foi um resultado semelhante aos observados nos
restantes países que testaram a ferramenta.
É ainda relevante referir que, no caso dos alunos que responderam
ao teste por computador, a média da pontuação foi de 14,62, ao
passo que no caso dos que utilizaram o telemóvel ou o tablet desce
para os 13,96.
Os resultados da pontuação global indiciam que a grande
maioria das questões/exercícios propostos apresentaram algum
tipo de dificuldade, embora, como se verá adiante na análise da
pontuação para as diferentes dimensões, existam algumas
diferenças que sugerem uma maior necessidade de formação
em algumas das áreas testadas.
Tempo despendido a responder ao EduMediatest
No que diz respeito ao tempo dispensado pelas escolas para a
fase de testes à ferramenta digital foi pedido que, se possível,
facultassem cerca de 60 minutos. No entanto, uma vez que
algumas referiram que só poderiam dispensar 45 minutos, o
equivalente a um período de aulas, fixou-se esse como o mínimo
e o máximo nos 90 minutos, ou seja, dois períodos de aula. No
entanto, importa sublinhar, que nenhuma dessas é a duração
esperada para responder ao teste de avaliação de competências.
Na fase de testes, foi necessário mais tempo, pois foi pedido que
lessem com atenção a declaração de consentimento informado
para participar no teste e que os alunos respondessem ao
inquérito sociodemográfico que possibilitou a caracterização do
seu perfil, sem os identificar.
Observados os resultados, verifica-se que, em média, os alunos
demoraram cerca de 25 minutos e 14 segundos a responder ao
teste. Como a média do tempo despendido pelos alunos dos
restantes países foi muito próxima, na página oficial é indicado
que o teste demora entre 20 a 35 minutos a ser respondido. 29
 Teste final| Pontuação total (cont.)
Distribuição dos alunos de acordo com a pontuação global obtida no EduMediatest
Cerca de metade dos participantes
300
277 272
(1.314 alunos) obtiveram pontuações
256 260 finais no teste entre os 13 e os 17
249
250 pontos.
As pontuações mínimas e máximas
200
registadas foram obtidas por um
conjunto residual de alunos, abaixo
Número de alunos

150
dos 10.

100 Se o valor médio da pontuação se

situou nos 14,45 pontos, a moda das
50 pontuações, ou seja, o seu resultado
mais frequente, foi ligeiramente
0
superior, de 15,7 pontos.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26

Pontuação final no EduMediatest (valores em pontos)

30
 Teste final| Distribuição da pontuação - Dimensão Estética

Estética Média = 2,059

250 Des.Padrão = 0,85407
Moda = 2,50
N=2636
A média de pontuações nas questões relacionadas com
N.º de alunos
200
Estética foi de 2,06 pontos dos 9 pontos reservados a essa
150
dimensão, resultado que fica acima de média global
100
referente aos sete países que responderam ao teste (1,77
pontos). Observa-se que são os alunos das escolas
50 portuguesas aqueles que obtém o resultado mais positivo.

0 A pontuação mais frequente foi cerca de 2,5 pontos e a

,00 ,60 1,10 1,60 2,10 2,60 3,10 3,75 pontuação máxima obtida foi de 4 pontos, alcançada por
N.º de pontos
34 alunos.

Pontuação média - Estética - países participantes

2,5

2
1,77
1,5

0,5

0
Portugal Catalunha França Irlanda Eslováquia Croácia Grécia
31
 Teste final| Distribuição da pontuação - Dimensão Ideologia (Valores)

Média =1,5739
Ideologia Des.Padrão = 0,91572
Moda = 1,20
N=2636
No caso da dimensão Ideologia, a média de pontuações dos
300 alunos foi de aproximadamente 1,57 face aos 7 pontos
250
possíveis, ligeiramente abaixo da média global dos sete países.
N.º de alunos

200 A pontuação mais frequente foi 1,20 pontos e o valor máximo

alcançado foi de 4,5, obtido por cinco dos 2636 alunos.
150

100

50

0
,00 1,00 1,70 2,40 3,10 4,30

N.º de pontos

Pontuação média - Ideologia - países participantes

3

2,5

1,61
1,5

0,5

0
Portugal Catalunha França Irlanda Eslováquia Croácia Grécia 32
 Teste final| Distribuição da pontuação - Dimensão Linguagem

Linguagem
Média = 2,5914 A média de pontuações nas questões relacionadas com a dimensão da
800 Des.Padrão = 1,39407
Moda = 2 Linguagem foi de cerca 2,6 pontos dos 13,5 pontos reservados a essa
700 N=2636
dimensão. Apesar do resultado, também neste caso a média das escolas
600
portuguesas ficou ligeiramente acima da média dos sete países, a par da
Nº de alunos

500
Catalunha e da Eslováquia, este último com o desempenho médio mais
400
positivo.
300
200 O valor da pontuação mais frequente nos 2636 testes foi 2 pontos, sendo
100
que a pontuação máxima obtida foi de 7 valores alcançada por um total
0
,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00
de 10 alunos .
Nº de pontos

Pontuação média - Linguagem - países participantes

3,5

2,5 2,51

1,5

0,5

0
Portugal Catalunha França Irlanda Eslováquia Croácia Grécia
33
 Teste final| Distribuição da pontuação - Produção e Difusão

Produção e Difusão Nas questões relacionadas com a dimensão da Produção e Difusão a

Média = 4,1618
350 Des.Padrão = 1,71848 média foi de cerca 4,2 pontos dos 16 pontos reservados a essa
Moda = 4,25
300 N=2618 dimensão. Também neste caso os alunos das escolas portuguesas,
250 apesar das dificuldades, ficam no grupo dos cinco países com
Nº de alunos

200 pontuações médias acima da média global registada para esta dimensão
150 (3,9).
100
50
0
,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 O valor de pontuação mais frequente foi 4,25 pontos, sendo que a
pontuação máxima obtida foi de 9,75 valores alcançada por um único
Nº de pontos aluno, sendo que outros dois alunos atingiram a linha dos 9 pontos.

Pontuação média - Produção e difusão - países

participantes
6

4 3,9

0
Portugal Catalunha França Irlanda Eslováquia Croácia Grécia 34
 Teste final| Distribuição da pontuação - Recepção

Recepção Nas questões relacionadas com a dimensão da Recepção a média foi de

Média = 2,121
Des.Padrão = 1,2041 cerca 2,1 pontos dos 8 pontos destinados a essa dimensão, com os
Moda = 2
N=2636 alunos de Portugal a ficarem abaixo da pontuação média global
900
800
registada para o conjunto dos sete países.
700
Nº de alunos

600
500
400
A pontuação mais frequente entre os alunos foi de 2 pontos, sendo que
300 as pontuações máximas alcançadas foram de 6 e 7 pontos,
200 respetivamente por sete e um alunos.
100
0
,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00

Nº de pontos

Pontuação média - Recepção - países participantes

3

2,5
2,22
2

1,5

0,5

0
Portugal Catalunha França Irlanda Eslováquia Croácia Grécia 35
 Teste final| Distribuição da pontuação - Tecnologia

Média = 1,9506
Tecnologia Des.Padrão = 0,85442 Finalmente, no que diz respeito aos resultados registados para a
450 Moda = 2
N=2636 dimensão da Tecnologia a média foi de perto de 1,95 pontos de 7
400
pontos destinados a essa dimensão. Também neste caso, os alunos das
350
escolas portuguesas voltam a ficar acima da pontuação média global
300 registada para o conjunto dos sete países.
Nº de alunos

250

200

150 A pontuação mais frequente entre os alunos foi de 2 pontos, sendo que
100 a pontuação máxima registada foi de 3,5 pontos, alcançada por 32
50
alunos.
0
,00 ,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50

Nº de pontos

Pontuação média - Tecnologia - países participantes

2,5

2
1,79
1,5

0,5

0
Portugal Catalunha França Irlanda Eslováquia Croácia Grécia
36
 Teste final| Pontuação global
Pontuação global consoante o género, ano de nascimento e nível de escolaridade/encarregada
de educação do aluno

Quando comparada a média da

Pontuação global pontuação global dos testes respondidos
Nº de alunos
(média) pelas raparigas e pelos rapazes, observa-
Masculino 14,21 1237 se que as primeiras alcançaram resultados
Género
Feminino 14,65 1370 residualmente melhores.
2006-8 13,77 581
Ano de 2005 14,11 529 Em termos de idades, observa-se que os
nascimento 2004 15,02 665 alunos mais velhos, nomeadamente os
2003-0 14,68 860 que nasceram até 2004, inclusive,
2º e 3º ciclo ou menos 13,83 636 também apresentam uma média da
Secundário 14,21 841 pontuação ligeiramente mais elevada.
Nível de
escolaridade da 15,19 617 Os alunos cujas mães/encarregadas de
Licenciatura ou equivalente
mãe/encarregada educação são licenciadas ou apresentam
de educação Mestrado, doutoramento ou 15,28 400 graus académicos superiores à
equivalente licenciatura também apresentaram
resultados ligeiramente mais positivos.

37
Teste final| Análise da pontuação das diferentes dimensões
Resultados obtidos para cada dimensão
De modo a poder comparar os resultados obtidos
para cada uma das seis dimensões foram
estandardizados/normalizados os valores de
pontuação, numa escala entre 0 e 10, em que 0
corresponde à pontuação mínima (nenhuma resposta
correta) e 10 à pontuação máxima (todas as respostas
corretas).
Pontuação média (estandardizada) das 6 dimensões
Tecnologia 5,57
Os resultados mostram que a dimensão da Tecnologia e
a da Estética foram aquelas em que os alunos obtiveram a
melhor performance, alcançando, respetivamente,
pontuações médias de 5,57 e 5,15 em 10 valores
possíveis. De notar que essa foi uma tendência comum às
25 escolas que participaram.
No polo das dimensões que obtêm a classificação mais
diminuta, ou seja, aquelas que englobaram as perguntas
que os alunos tiveram maiores dificuldade em responder,
surgem, por ordem, a da Linguagem, Produção e Difusão e
Receção, todas abaixo dos 3 pontos.

Recepção 2,65

Produção e Difusão 2,60

Linguagem 2,59

Ideologia 3,15

Estética 5,15

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00

38
 Teste final| Análise da pontuação das diferentes dimensões
Pontuação média (estandardizada) das dimensões consoante o género, ano de nascimento do aluno, nível de
escolaridade/encarregada de educação do aluno e dispositivo utilizado para responder
Pontuação média (estandardizada) para cada dimensão
Nº de Produção e
Estética Ideologia Linguagem Receção Tecnologia
alunos Difusão
Masculino 1237 5,05 2,85 2,57 2,64 2,48 5,71
Género
Feminino 1370 5,23 3,40 2,61 2,57 2,80 5,45
2006-8 582 4,90 3,13 2,51 2,45 2,52 5,11
2005 529 5,09 3,11 2,46 2,56 2,62 5,32
Idade
2004 665 5,27 3,30 2,69 2,74 2,74 5,77
2003-0 860 5,26 3,06 2,66 2,63 2,69 5,89
2º e 3º ciclo ou menos 636 4,81 2,98 2,60 2,46 2,55 5,27
Escolaridade da
Secundário 841 5,01 3,13 2,52 2,56 2,62 5,50
mãe/encarregada
de educação Licenciatura ou equivalente 617 5,64 3,32 2,65 2,74 2,72 5,98
Mestrado, doutoramento ou equivalente 400 5,32 3,29 2,75 2,82 2,78 5,79
Computador 1942 5,23 3,19 2,60 2,63 2,69 5,69
Dispositivo
Telemóvel/Tablet 694 4,91 3,04 2,56 2,52 2,55 5,26

As raparigas tiveram melhor performance em quatro das seis dimensões em avaliação. Os rapazes tiveram resultados melhores nos
exercícios/questões relacionados com as dimensões de Produção e Difusão e Tecnologia.

Os alunos mais velhos (nascidos em 2004 ou antes) tiveram melhor desempenho em todas as dimensões. Aqueles cujas mães/encarregadas
de educação têm níveis de escolaridade de licenciatura ou superiores tenderam a alcançar resultados melhores em todas as dimensões.

Também se manteve a tendência para que os resultados mais elevados tenham sido observados no caso dos alunos que responderam ao
teste por computador.
39
Teste final | Retorno de professores e alunos
Retorno dos professores
A grande maioria dos professores que manifestaram as
suas considerações sobre a ferramenta, consideraram-na
um instrumento de trabalho interessante, sobretudo
depois de disponibilizados os materiais de apoio no
website.
Os maiores desafios reportados consistiram na utilização
de smartphones pelos alunos, sobretudo nos exercícios
que envolviam imagens: não era possível ter a perceção
de várias imagens no pequeno ecrã; operações como
arrastar imagens para um outro ponto do ecrã revelaram-
se problemáticas.
Retorno dos alunos
Alguns alunos consideraram o EduMediaTest interessante
e desafiante.
As principais dificuldades referidas pelos alunos ao longo
da aplicação das fases de pré-piloto e piloto
relacionaram-se com a compreensão das
questões/exercícios e com o grau de dificuldade de alguns
destes exercícios.
Dificuldades decorrentes do contexto
Ao longo da preparação da fase piloto de aplicação da
ferramenta EduMediaTest foram sendo denotadas
dificuldades de diversa ordem, algumas decorrentes
das condições das escolas – quer em número de
dispositivos ao dispor dos alunos, quer em termos e
acesso à Internet –, outras derivadas das medidas
sanitárias impostas pela pandemia e outras ainda
decorrentes da afinação necessária da própria
ferramenta.
Há que referir que a fase de testagem piloto
apresentou menos problemas do que a fase de pré-
piloto, em que a ferramenta se revelara menos
amigável para os utilizadores. Entre ambas as fases, o
questionário e o website sofreram melhorias que
contribuíram para uma utilização mais eficiente no
piloto. Um dos aspetos cruciais consistiu no esforço
de tornar a ferramenta mais funcional em todos os
dispositivos (computadores e móvel), uma vez que a
escassez de equipamentos informáticos nas escolas
levaria à necessidade de se recorrer a tablets ou
smartphones. Ainda que não totalmente conseguida,
esta melhoria foi fundamental para que se
conseguisse atingir um número tão significativo de
participantes.
40
EduMediaTest| Conclusões mais relevantes
Os alunos portugueses
• Participaram 2.756 alunos, de 148 turmas,
pertencentes a 27 estabelecimentos de ensino de
todo o país, com idades 14-18 anos;
• 98,7% dos alunos revelaram ter acesso a internet em
casa;
• 98,4% dispõem telemóveis com acesso à Internet;
• 89,5% têm o seu próprio computador;
• 59,4% revelam não ter acesso a jornais ou revistas em
casa;
• Cerca de metade dos alunos indica a ausência de
livros nas suas casas, sejam clássicos da literatura
(52,9%), sejam livros de poesia, música, artes, etc.
(44,7%);
• 36,6% afirma ter mais de quatro horas diárias de
consumo de conteúdos audiovisuais;
• as mães são mais escolarizadas do que os pais: mais
de 70% destas concluíram o ensino secundário ou um
grau superior; os pais têm na maioria o 2.º e 3.º ciclo
e o secundário.
As escolas portuguesas
• Escasseiam equipamentos informáticos e salas
preparadas para realização de ações que envolvam
estes requisitos;
• A cobertura e ligações de Internet das escolas são
muito deficientes.
Resultados do teste
• Alunos portugueses alcançaram resultados semelhantes
aos dos colegas europeus: média de 14,45 pontos em
60,5 possíveis;
• Tecnologia e Estética são as dimensões de avaliação
com melhor performance dos alunos portugueses;
• Linguagem é a dimensão de avaliação que regista piores
resultados;
• As raparigas (14,65) apresentam, em média, resultados
ligeiramente melhores do que os rapazes (14,21);
• A performance no teste melhora com a idade;
• O grau académico da mãe/encarregada de educação
parece influenciar positivamente a performance dos
alunos;
• Testes respondidos em computador revelam melhores
resultados.
A ferramenta
• Recurso relevante e gratuito para o trabalho da Literacia
Mediática em contexto escolar;
• Disponibilização de materiais de treino é de grande
relevância para os educadores;
• Permite acesso imediato a resultados dos alunos pelos
educadores;
• Utilização deveria ser mais amigável em todos os
dispositivos.
41
 Recomendações resultantes do EduMediatest

42
 Recomendação 1: O EduMediaTest revela que os alunos possuem uma literacia digital adequada no que concerne
Recomendações resultantes do EduMediatest
às competências técnicas (acesso a conteúdos, gestão de conteúdos, navegação na Internet). Esta conclusão é
fortemente indiciada pela dimensão Tecnologia, aquela em que os alunos obtiveram a pontuação geral mais
elevada. Esta evidência vem salientar a contradição inerente ao facto de as escolas reduzirem a literacia mediática a
uma mera competência digital (essencialmente na sua dimensão instrumental). Por outras palavras, as escolas
tendem a oferecer a maior parte de sua formação na única dimensão em que os seus alunos já possuem
capacidades. Portanto, torna-se vital continuar a investir na melhoria das aptidões digitais dos alunos através de
esquemas educativos que se concentrem na transformação digital, sobretudo sendo esta necessária em contexto
de modelos de aprendizagem mista, como a sala de aula invertida (flipped classroom) e o ensino à distância.

Recomendação 2: A dimensão Estética surge em segundo lugar em termos de pontuação. O objetivo desta
dimensão é avaliar a capacidade dos alunos em relacionar produções mediáticas com outras obras artísticas,
sabendo detetar influências mútuas. Também se destina a avaliar a sensibilidade dos alunos para as vertentes
estética e criatividade. É fundamental que os cursos de estética (a importância do desenho, o significado da música,
as cores, etc.) sejam valorizados e mantidos para estudantes todas as idades, procedendo-se a um incremento de
referências nacionais e interculturais.

Recomendação 3: A dimensão Ideologia posiciona-se em terceiro lugar na pontuação obtida pelos alunos. As
questões nela incluídas exploram a forma como as representações dos media estruturam a perceção da realidade,
colocando especial atenção no poder da comunicação visual. Esta dimensão envolve questões como: saber
distinguir informação fidedigna da informação falsa e explora ainda o fenómeno da desinformação. Por isso, é
importante aperfeiçoar o currículo escolar com maior volume de temas relacionados com a conceção ideológica e
com a forma como os media operam e causam impacto nos públicos (isto no que respeita às fake news).

43
Recomendações resultantes do EduMediatest
Recomendação 4: As restantes três dimensões do teste revelaram-se as mais desafiantes para os alunos. São elas
Produção e Difusão, Receção e Linguagem.
As questões pertencentes à dimensão Produção e Difusão focam-se em explorar a capacidade de partilhar e disseminar
informação através de media tradicionais e de redes sociais, permitindo uma maior visibilidade das mensagens em
interação com comunidades cada vez maiores.
A dimensão Receção inclui questões que se destinam a avaliar o conhecimento dos alunos sobre os conceitos de público
e de estudos de audiências, e sobre os objetivos e limitações dos mesmos, além de colocar ênfase na importância de
compreender os processos mentais, sobretudo ao nível da esfera emocional, que são ativados quando uma mensagem é
recebida.
A dimensão Linguagem pretende apurar a capacidade dos alunos de modificar produtos existentes, conferindo-lhes
novos significados e valores. Pretende ainda apurar o domínio de códigos expressivos por parte dos estudantes.
As pontuações baixas obtidas nestas três dimensões sugerem que os alunos não estão familiarizados com o
funcionamento, quer dos órgãos de comunicação social, quer das plataformas de conteúdos. Revelam ainda que estão
pouco conscientes de que as mensagens dos media são produzidas de acordo com determinadas regras e que as suas
agendas respondem a interesses e influência sobre a opinião pública. Essas capacidades cognitivas devem, portanto, ser
reforçadas para ajudar os alunos a apurarem o seu sentido crítico, investigando e analisando de forma mais consciente o
significado e as formas de produção dos media. Dado que as pontuações mais baixas ocorreram na dimensão Produção
e Difusão, aponta-se a necessidade de criar conteúdos adicionais sobre esta dimensão. Recomenda-se ainda a
disponibilização de fundos destinados a incentivar as escolas e os grupos de media escolares a criarem conteúdos de
media, bem como a fortalecer a cooperação entre as escolas e os media. Deste modo, as crianças ficam mais aptas a
conseguir uma visão mais direta da produção de conteúdos mediáticos e, consequentemente, a melhorar as suas
aptidões e compreensão da produção desses mesmos conteúdos.
44
Recomendações resultantes do EduMediatest
Recomendação 5: O estudo revelou uma correlação entre a pontuação, a idade dos alunos e o tempo dispensado
para a realização do teste. Quanto mais velhos os alunos (isto é, com idades entre 15 e 18 anos), melhor a
pontuação. Esta constatação indica que os alunos mais jovens podem necessitar de mais formação relacionada com
os media. Em termos de tempo investido, os alunos mais velhos tendem a despender mais tempo a responder ao
teste, verificando-se, concomitantemente, que são também os alunos que despendem mais tempo para concluir o
teste os que obtêm a melhor pontuação. Recomenda-se, portanto, que se disponibilize tempo suficiente para
explicar e realizar o questionário (aproximadamente 1 hora), especialmente para projetos de avaliação como o
EduMediaTest que são baseados na própria experiência e conhecimento do participante. Verificou-se que os alunos
estariam dispostos a preencher o questionário e a explorar as dimensões, mas pode não lhes ter sido concedido
tempo suficiente para fazê-lo.

Recomendação 6: A pesquisa mostrou-se útil para avaliar o nível de literacia mediática e também para se tomar
consciência sobre a necessidade de melhoria e, portanto, a importância de trabalhar a educação para os media em
sala de aula. Assim, além deste trabalho inicial, seria útil aplicar novamente o questionário aos mesmos alunos
numa etapa posterior, ou proceder a outras avaliações semelhantes.

Recomendação 7: No que respeita aos dispositivos utilizados para aceder ao questionário, o estudo mostrou que
72,9% utilizaram PC e 27,1% tablet/smartphone. Esta proporção apenas não se verificou num país, onde os acessos
ficaram divididos de forma quase igualitária entre dispositivos. As escolas envolvidas no EduMediaTest foram
instituições públicas e privadas de comunidades urbanas e rurais. Tal indica que as escolas possuem os
equipamentos técnicos necessários para a educação interativa. No entanto, são necessárias melhorias a este nível,
especialmente em países onde foram identificados problemas de escassez de equipamento informático e de
ligações eficazes à Internet.
45
Recomendações resultantes do EduMediatest

Recomendação 8: O estudo mostrou que as escolas tendem a responder à necessidade de inovação resultante da
evolução tecnológica, mas não às necessidades relacionadas com reações neurológicas do funcionamento do
cérebro ao interagir com a tecnologia. Este é um desafio novo, mas ainda não resolvido, para a literacia mediática
nas escolas e que precisa seriamente de ser tomado em consideração. Para o efeito, recomenda-se a utilização de
estudos psicométricos.

Recomendação 9: Os resultados do EduMediaTest indicam uma correlação entre o grau de literacia mediática dos
alunos e o nível de escolaridade das respetivas mães. Deste modo, deve ser incentivada a aprendizagem ao longo da
vida no que respeita à literacia mediática, proporcionando às pessoas de todas as idades oportunidades práticas de
adquirirem as técnicas necessárias para entender e trabalhar num cenário de comunicação mediática altamente
complexo. Por esta razão, é importante que as escolas disponibilizem aos pais e encarregados de educação
formação e aconselhamento sobre estas questões e levem a efeito projetos de colaboração. Deve-se notar também,
e assumindo que esta tendência se mantém, que deverá dar-se uma ênfase especial à perspetiva do género nas
escolas, para que as raparigas possam ajudar a reverter as desigualdades no caso de, no futuro, se tornarem elas
próprias mães.

46
ANEXOS

47
 Sumário Executivo do Reatório Internacional
Autores: Roger Soler-i-Marti | Frederic Guerrero-Solé Fizemos o mesmo para aqueles que gastaram mais de 90 minutos a
responder ao teste. Consequentemente, o número final de
Introdução inquiridos ou participantes foi de 8.699. A Tabela 1 mostra a
distribuição dos participantes por país.
Neste documento referimos os resultados globais do projeto
RELATÓRIO INTERNACIONAL

EduMediaTest, incluindo uma descrição completa da amostra de

participantes que realizaram o teste em 7 países (França, Grécia,
Catalunha, Croácia, Eslováquia, Portugal e Irlanda), a distribuição Tabela 1. Número final de inquiridos, por país, após depuração de dados.
global das principais variáveis (tempo e pontuação), bem como a sua
distribuição por país e por variáveis sociodemográficas.A fiabilidade
(traduzido para português)

do teste é ainda relatada, através de uma abordagem geral de todas Percentagem

as suas seis dimensões (Estética, Ideologia, Linguagem, Produção e Países Frequência Percentagem Percentagem
Cumulativa
Válida
Difusão, Receção e Tecnologia), e os fatores que contribuem para
explicar o desempenho dos participantes (pontuação total) e França 22 ,3 ,3 ,3
também a correlação entre a pontuação final, a idade dos Grécia 507 5,8 5,8 6,1
participantes e o tempo que dispensaram na realização do teste. Catalunha 1192 13,7 13,7 19,8
Croácia 2353 27,0 27,0 46,8
Descrição geral dos participantes Eslováquia 1317 15,1 15,1 62,0
Portugal 2636 30,3 30,3 92,3
O número de alunos dos 7 países que participaram do projeto Irlanda 672 7,7 7,7 100,0
EduMediaTest perfizeram um total de 9.379. A tabela que se segue Total 8699 100,0 100,0
mostra os inquiridos por país e figura a distribuição geral da variável.
Utilizou-se a variável de duração do teste para retirar do banco de
dados aqueles inquiridos que responderam ao teste sem atender às
questões. Através de experiência obtida em campo, sabemos que o
teste não pode ser respondido em menos de 5 minutos.

48
 Sumário Executivo
A Tabela 2 mostra a distribuição dos participantes em termos de género Na Catalunha a maior parte dos inquiridos nasceram entre 2004 e 2008,
e de data de nascimento, e a Tabela 3 exemplifica a distribuição em mas em países como a Eslováquia a maior partes dos inquiridos eram
termos do nível de educação da Mãe. Estas três variáveis mais velhos e nascidos entre 2000 e 2004.
sociodemográficas são posteriormente usadas, para explicar o
desempenho dos participantes no EduMediaTest.
RELATÓRIO INTERNACIONAL

Tabela 3. Distribuição em percentagens da variável sociodemográfica, nível escolar da

Tabela 2. Distribuição em percentagens das variáveis género e ano de nascimento. Mãe/Figura Feminina responsável pela educação

Nível escolar da Mãe/Figura feminina responsável pela educação

(traduzido para português)

Países Ensino Ensino Bacharelato Mestrado,

Países Género Ano de nascimento básico ou secundário ou Doutoramento ou
Masculino Feminino 2006-8 2005 2004 2003-0 inferior equivalente equivalente
França 47,6% 52,4% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0%
França 10,0% 20,0% 0,0% 70,0%
Grécia 49,8% 50,2% 32,2% 31,6% 25,7% 10,5%
Catalunha 48,1% 51,9% 36,0% 30,8% 25,8% 7,4% Grécia 5,6% 25,8% 34,0% 34,6%
Croácia 41,8% 58,2% 5,4% 23,6% 26,2% 44,7%
Catalunha 9,4% 22,1% 42,7% 25,8%
Eslováquia 40,6% 59,4% 6,5% 8,1% 31,7% 53,8%
Portugal 47,4% 52,6% 22,0% 20,1% 25,2% 32,6% Croácia 20,0% 44,9% 16,9% 18,1%
Irlanda 32,0% 68,0% 25,9% 36,4% 36,4% 1,3%
Eslováquia 7,5% 38,3% 11,0% 43,3%
Total 43,9% 56,1% 18,2% 22,6% 27,4% 31,8%
Portugal 25,5% 33,7% 24,7% 16,0%
Como se verifica na Tabela 2, 43,9% do total dos inquiridos são do sexo
Irlanda 10,7% 33,9% 36,2% 19,2%
masculino e 56,1% são do sexo feminino.
Total 16,8% 35,5% 24,3% 23,4%
A proporção é semelhante em todos os países, com exceção da Irlanda,
onde apenas 32% dos inquiridos eram do sexo masculino. Mais
diferenças são observadas na variável data de nascimento.

49
 Sumário Executivo
Pontuação total do EduMediaTest. Medição e fiabilidade
Finalmente na Tabela 4, reporta-se a distribuição por percentagens
da variável dispositivo. Em geral 72,9% dos inquiridos utilizaram Das variáveis que foram medidas pelo teste, a mais relevante de todas é a da
computadores, enquanto 27,1% utilizaram smartphones ou tablets. pontuação final, ou seja, a soma das pontuações das seis dimensões do teste,
A única exceção foi a Croácia, com quase a mesma metade de ou seja, Estética, Ideologia, Linguagem, Produção e Difusão, Receção e
Tecnologia.
inquiridos a utilizar o computador e a outra metade a utilizar os
RELATÓRIO INTERNACIONAL

smartphones ou tablets. A distribuição desta variável apresenta-se como um bom método para
averiguar se o teste é útil em diferenciar os participantes em termos da sua
Tabela 4. Distribuição em percentagens da variável sociodemográfica, Dispositivo
literacia mediática. A figura 1 mostra que a variável é útil ao mostrar as
diferenças entre participantes em termos da sua literacia mediática. A Figura 1
(traduzido para português)

exemplifica perfeitamente a distribuição normal com um valor "médio"

Países Dispositivo
M=13,79 e um desvio standard de SD= 4,35, para um número de participantes
Computador Smartphone ou Tablet
100,0% 0,0%
s N=8,636.
França
Grécia 85,4% 14,6% Figura 1. Distribuição da pontuação final do EduMediaTest

Catalunha 89,3% 10,7%

Croácia 47,7% 52,3%

Eslováquia 87,8% 12,2%

Portugal 73,7% 26,3%

Irlanda 89,7% 10,3%

Total 72,9% 27,1%

50
 Sumário Executivo

Uma outra forma de diagnosticar esta regularidade é o habitual Gráfico Q-Q. Este gráfico é utilizado para mostrar
graficamente a distribuição normal. Quando uma variável é distribuída normalmente, os dados encontram-se próximos
da linha diagonal. Partindo da Figura 2, podemos inferir que a pontuação total variável é normalmente distribuída, ou
RELATÓRIO INTERNACIONAL

pelo menos, é próxima de uma distribuição normal.

Figura 2. Gráfico Q-Q para a variável Pontuação total.

(traduzido para português)

51
 Sumário Executivo
O gráfico Q-Q para a pontuação total das variáveis é quase o mesmo para os seis países que tiveram um número suficiente de participantes (França é excluída
aqui, porque 22 alunos participaram no teste).

Figura 3. Gráfico Q-Q para a variável pontuação Total por país

RELATÓRIO INTERNACIONAL
(traduzido para português)

Em conclusão, a pontuação total é o método ideal para verificar as diferenças em literacia mediática entre os participantes.
52
 Sumário Executivo
Tendo sido verificada uma boa performance em termos de distribuição dos A Figura 4 mostra em como existe uma diferença significativa em competências
resultados do teste, encontram-se infra os descritivos dos resultados do teste para os media, quando se trata do género. Os estudantes do sexo feminino
por país. obtêm uma melhor pontuação no EdumediaTest. O relatório completo
confirma que este resultado é muito consistente entre os diferentes países
RELATÓRIO INTERNACIONAL

Tabela 5. Descritivo por país das pontuações no EduMediaTest

presentes no estudo e também em diferentes dimensões de competências para
os media.
Desvio-
País N Amplitude Min Max Média Figura 4. Pontuação no EduMediaTest por género
Padrão
(traduzido para português)

França 22 16,86 2,00 18,86 11,66 5,04

Grécia 505 24,80 1,20 26,00 14,93 4,97
Catalunha 1191 26,70 ,00 26,70 14,63 4,35
Croácia 2341 26,10 ,00 26,10 12,25 4,14
Eslováquia 1290 27,15 ,00 27,15 15,09 4,11
Portugal 2618 25,95 ,20 26,15 14,45 3,83
Irlanda 669 23,75 ,00 23,75 11,78 4,69

Diferenças e desigualdades em competências para os media

Nesta secção são analisadas as diferenças em competências para os media

baseadas no género, no nível de educação da mãe e no dispositivo que foi
selecionado para responder ao questionário. A variável idade, devido à sua
relevância para o estudo, é analisada em maior detalhe na secção seguinte.

53
 Sumário Executivo
Neste estudo foi utilizado o grau de educação da Mãe/Figura feminina
responsável pela educação do menor como variável proxy do nível sociocultural
da família. Estudos prévios apontam em como o nível de educação da Mãe é
um dos melhores indicadores do sucesso escolar das crianças (Mercy &
Steelman 1982, Gutman et al. 2003, Ribas et al. 2003). A Figura 5 mostra a
RELATÓRIO INTERNACIONAL
influência significativa, linear e positiva do nível académico da Mãe nos
resultados do questionário EduMediaTest. Em média, quanto maior é o grau de
educação da Mãe/Figura feminina responsável pela educação do menor,
melhores são as competências dos alunos.
(traduzido para português)
Figura 5 Pontuação do EduMediaTest pelo nível de educação da Mãe/figura feminina
responsável pela educação do menor
Finalmente, a figura 6 apresenta o efeito da utilização de diversos dispositivos
nos resultados do teste. Este não é um fator substantivo dos estudantes mas
tem uma natureza metodológica e técnica. No entanto, notamos que existe
também uma clara influência nos resultados pelo dispositivo utilizado.
Realizamos um teste ANOVA para variantes estatísticas. Os resultados F
(1,8634)=269,437, p=,000 mostram que a diferença era estatisticamente
significativa, ou seja, os estudantes que usaram o computador para responder
ao teste obtiveram melhores resultados do que os que usaram o tablet ou o
smartphone.
Figura 6. Pontuação EduMediaTest por utilização de dispositivo
54
 Sumário Executivo
Ano de nascimento, tempo total e pontuação total.

Tabela 7. Correlação entre o tempo dispensado na realização do teste e as seis

Realizamos também um teste de correlação entre as variáveis ano de dimensões da pontuação do EduMediaTest e a pontuação total.
nascimento, tempo dispensado a realizar o teste, e a pontuação final. Os
RELATÓRIO INTERNACIONAL

resultados nas Tabelas 6 e 7 mostram que existe uma correlação negativa Tempo Estética Ideologia Linguagem Produção Receção Tecnologia Pontuação
e Difusão
entre ano de nascimento e a pontuação final para quase todas as
Geral ,475** ,462** ,583** ,707** ,499** ,582** ,989**
dimensões em geral, e em todos os seis países. Significa que quanto mais
Grécia ,500** ,545** ,539** ,739** ,621** ,636** ,992**
jovem o participante é, menor é a sua pontuação nas dimensões. Ou seja, Catalunha ,447** ,517** ,590** ,675** ,543** ,571** ,991**
os participantes mais velhos têm um melhor desempenho que os mais
(traduzido para português)

Croácia ,449** ,451** ,587** ,665** ,574** ,575** ,990**

jovens. Eslováquia ,466** ,383** ,621** ,711** ,415** ,540** ,992**
Portugal ,476** ,471** ,533** ,692** ,484** ,529** ,992**
Contrariamente, o tempo dispensado na realização do teste correlaciona-se Irlanda ,483** ,503** ,619** ,743** ,582** ,647** ,991**
positiva e fortemente com a performance do inquirido em cada dimensão, e
principalmente com a pontuação final. Todas as correlações são
estaticamente fortemente significativas, o que significa que o tempo é uma
variável chave para explicar o desempenho final dos participantes. Assim,
quanto mais tempo um aluno gasta a responder ao teste, melhor nota
obtém.

Tabela 6. Correlação entre o ano de nascimento e as seis dimensões do

EduMediaTest pontuação e a pontuação total.
Ano de Estétic Ideologia Linguagem Produção e Receção Tecnologia Pontuação
nascimento a Difusão
Geral -,030** ,036** -,043** -,045** -,028** -,071** -,055**
Grécia -,094* -,252** -,180** -,255** -,224** -,222** -,342**
Catalunha -,023 -,019 -,052 ,008 ,033 -,069* -,027
Croácia ,074** -,020 ,012 -,052* -,036 ,013 -,010
Eslováquia -,012 ,010 -,046 -,049 ,060* -,092** -,041
Portugal -,044* ,016 -,045* -,050* -,039* -,108** -,079**
Irlanda ,021 -,105** -,058 -,231** -,120** -,170** -,196** 55
 Sumário Executivo
Figura 8. Distribuição das dimensões (global)
RELATÓRIO INTERNACIONAL
(traduzido para português)

56
 Sumário Executivo

Procedeu-se depois a um teste de correlação para comprovar se as
diferentes dimensões se encontram interrelacionadas. A Tabela 9
exemplifica que as seis dimensões estão positivamente interrelacionadas
umas com as outras, e que estas correlações são fortemente
RELATÓRIO INTERNACIONAL
O resultado indica que os estudantes com melhores competências numa
dimensão tendem a ter bons resultados nas restantes. Quanto maior é o
coeficiente, mais forte é esta relação. Achamos que os coeficientes mais
altos são entre a dimensão de tecnologia e estética ou a de tecnologia e

significativas do ponto de vista estatístico.
Tabela 9. Correlação entre a pontuação das seis dimensões do EduMediaTest.
(traduzido para português)
de produção e difusão. Tal indica quando um estudante obteve um bom
resultado em tecnologia, obteve igualmente um bom resultado a estética
e produção e disseminação e vice-versa.

Produção
Dimensões Estética Ideologia Linguagem Receção
e Difusão
Ideologia ,047**
Linguagem ,199** ,117**
Prod e ,189** ,211** ,247**
Difusão
Receção ,029** ,195** ,102** ,175**
Tecnologia ,383** ,189** ,238** ,320** ,091**

57
 Conclusões
Na nossa opinião, uma das conclusões mais significativas que podem ser tiradas
do projeto EduMediaTest está relacionada com a fiabilidade do teste.
Considerando que, o objetivo do projeto era desenhar uma ferramenta que
pudesse ser usada tanto para fins de avaliação como para treino, é importante
observar que o EduMediaTest é um instrumento fiável para avaliar a alfabetização
RELATÓRIO INTERNACIONAL
Além disso, verifica-se que as escolas tendem a responder à necessidade de
inovação decorrente das mudanças tecnológicas, mas não às decorrentes das
descobertas sobre o funcionamento do cérebro na interação com a tecnologia.
Este é um desafio novo, mas ainda não resolvido atualmente, no que concerne a
educação para a literacia para os media.

mediática.
É importante também, o facto deste projeto ter confirmado, em termos de
literacia mediática, o que outras investigações académicas já tinham indicado em
(traduzido para português)
Considerando o acima mencionado, o trabalho de literacia para os media
desenvolvido em conjunto com pais e professores parece-nos ser um campo de
pesquisa novo e interessante, que deverá ser explorado em projetos futuros.

relação a outras competências: nomeadamente que, na maioria dos países, existe

uma correlação entre o grau de competências dos alunos e o grau da educação da
Mãe. Por outras palavras, para determinar a literacia para os media de uma
criança, as qualificações da mãe são um melhor indicador do que as do pai.
São também relevantes os resultados em relação às variáveis de idade, sexo e
dispositivo. Em geral, as raparigas obtiveram uma pontuação mais elevada do que
os rapazes, os alunos mais velhos tiveram um melhor desempenho do que os mais
jovens, e os que usaram o computador para fazer os testes obtiveram melhores
resultados do que os que usaram telemóveis ou tablets.
O resultado indica que os estudantes com melhores competências numa
dimensão tendem a ter bons resultados nas restantes. Quanto maior é o
coeficiente, mais forte é esta relação. Achamos que os coeficientes mais altos são
entre a dimensão de tecnologia e estética ou a de tecnologia e de produção e
difusão. Tal indica quando um estudante obteve um bom resultado em tecnologia,
obteve igualmente um bom resultado a estética e produção e disseminação e
vice-versa.

Existem duas considerações importantes a respeito da avaliação da literacia para

os media em cada uma das suas seis dimensões. Os níveis mais altos de literacia
encontram-se na dimensão da tecnologia, destacando-se a contradição das
escolas em reduzir a literacia para os media a uma mera aptidão digital
(essencialmente, a sua dimensão instrumental). Por outras palavras, as escolas
tendem a oferecer a maior parte da sua formação na única dimensão na qual os
alunos já são qualificados.
58
 Referências Bibliográficas

Mercy, J. A., & Steelman, L. C. (1982). Familial influence on the intellectual attainment of children. American Sociological Review, 47(4), 532-542

Gutman, L. M., Sameroff, A. J., & Cole, R. (2003). Academic growth curve trajectories from the 1st grade to 12st grade: Effects of multiple social risk
RELATÓRIO INTERNACIONAL

factors and preschool child factors. Development Psychology, 39(4), 777-790. http://dx.doi.org/10.1037/0012-1649.39.4.777

Ribas, R. C., Jr., Moura, M. L. S., & Bornstein, M. (2003). Socioeconomic status in Brazilian psychological research: II Socioeconomic status and parenting
knowledge. Estudos de Psicologia (Natal), 8(3), 385-392 http://dx.doi.org/10.1590/ S1413-294X2003000300005
(traduzido para português)

59
Bibliografia aconselhada
•La competencia mediática: propuesta articulada de dimensiones e indicadores (Ferrés, J., Piscitelli, A., Revista
Comunicar, Revista Científica de Educomunicación, nº38. v.XIX, p.75-82. 2012)
•Competência midiática:proposta articulada de dimensões e indicadores (Ferrés, J.,Piscitelli, A., Revista Lumina,
2015, vol.9, n.º1. (tradução)
•«Evaluar la competencia mediática: una aproximación crítica desde las perspectivas pedagógica, política y
metodológica» (Mateus, J. C., Andrada, P. y Ferrés, J. Revista de Comunicación, 2019, vol.18, N° 2. E-ISSN: 2227-
1465 ).

60
Equipa ERC
Tânia de Morais Soares (Coordenadora Nacional)
Bruna Afonso (Técnica responsável)
Eulália Pereira (Técnica responsável)
Joana Martins

Agradecimentos pela colaboração

Escolas participantes
Agupamento de Escolas de Arraiolos; Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto; Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo (Vila Nova de Gaia);
Agrupamento de Escolas D. João II (Sintra); Agrupamento de Escolas do Cerco do Porto; Agrupamento de Escolas do Sabugal; Agrupamento de Escolas
Emídio Garcia (Bragança); Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro (Oliveira de Azeméis); Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro (Caldas
da Rainha); Colégio Valsassina (Lisboa); Escola Básica e Secundária de Albufeira; Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro; Escola Básica e
Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva (Funchal); Escola Secundária Antero de Quental (Ponta Delgada); Escola Secundária Camões (Lisboa); Escola
Secundária D. Manuel I (Beja); Escola Secundária de Santa Comba Dão; Escola Secundária de Vila Verde; Escola Secundária Dr. Ginestal Machado
(Santarém); Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves (Vila Nova de Gaia); Escola Secundária Eça de Queirós (Lisboa); Escola Secundária
Emídio Navarro (Almada); Escola Secundária Manuel da Fonseca (Santiago do Cacém); Escola Secundária Miguel Torga (Sintra); Escola Secundária
Poeta Al Berto (Sines); Escola Secundária Poeta António Aleixo (Portimão); Escola Secundária Seomara da Costa Primo (Amadora)
Associação Empresários pela Inclusão Social
Rede de Bibliotecas Escolares

Mais informação: edumediatestportugal@erc.pt

Portugal | dezembro, 2021