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ELETRÔNICA ANALÓGICA - II

Professor Carlos Martinez

E. E. E. P. DR. SOLON TAVARES

2018/2
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SUMÁRIO

CAPÍTULO – I LEIS DE KIRCHHOFF .................................................................................... 4


1.1 LEI DAS MALHAS ........................................................................................................... 5
1.2 PASSO A PASSO ............................................................................................................ 7
CAPÍTULO – II GERADORES DE FUNÇÕES ..................................................................... 10
2.1 TIPOS DE SINAIS FORNECIDOS ................................................................................. 10
2.2 FAIXA DE FREQUÊNCIA .............................................................................................. 10
2.3 IMPEDÂNCIA DE SAÍDA (OU RESISTÊNCIA DE SAÍDA) ............................................ 10
2.4 DISPOSITIVOS DE CONTROLE ................................................................................... 11
2.5 INFLUÊNCIA DA CARGA NA AMPLITUDE DO SINAL.................................................. 12
2.6 CASAMENTO DE IMPEDÂNCIA ................................................................................... 13
CAPÍTULO – III OSCILOSCÓPIO ........................................................................................ 14
3.1 OSCILOSCÓPIOS ANALÓGICOS ................................................................................. 14
3.2 OSCILOSCÓPIOS DIGITAIS ......................................................................................... 17
CAPÍTULO – IV DISSIPADORES DE CALOR ..................................................................... 21
4.1 TIPOS DE DISSIPADORES .......................................................................................... 22
4.2 COMO MEDIR A RESISTÊNCIA TÉRMICA DE UM DISSIPADOR? ............................. 23
4.3 COMPOSTOS OU PASTAS TÉRMICAS ....................................................................... 26
4.4 INÉRCIA TÉRMICA ....................................................................................................... 26
CAPÍTULO – V FÍSICA DOS SEMICONDUTORES ............................................................. 28
CAPÍTULO – VI DIODO EMISSOR DE LUZ – LED ............................................................. 32
6.1 DADOS PARA CÁLCULO DE LED ................................................................................ 35
CAPÍTULO – VII CAPACITORES ........................................................................................ 37
7.1 INTRODUÇÃO AO CAPACITOR ................................................................................... 37
7.2 DEFINIÇÃO ................................................................................................................... 37
7.3 APLICAÇÕES ................................................................................................................ 38
7.4 FILTROS CAPACITIVOS PARA RETIFICADORES ....................................................... 38
7.5 FUNCIONAMENTO ....................................................................................................... 39
7.6 CAPACITÂNCIA ............................................................................................................ 39
7.7 TIPOS DE CAPACITORES ............................................................................................ 41
7.7.1 Capacitor Eletrolítico ............................................................................................... 41
7.7.2 Capacitor de Poliéster ............................................................................................. 41
7.7.3 Capacitor Cerâmico ................................................................................................. 42
7.7.4 Capacitor de Tântalo ............................................................................................... 42
7.7.5 Capacitor de Mica ................................................................................................... 43
7.7.6 Capacitor SMD ........................................................................................................ 43
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7.7.7 Capacitor variável.................................................................................................... 44


7.7.8 Capacitor a Óleo e Papel......................................................................................... 44
7.8 ASSOCIAÇÕES DE CAPACITORES............................................................................. 46
7.8.1 Associação Paralela ................................................................................................ 46
7.8.2 Associação Série ..................................................................................................... 46
7.8.3 Associação Mista-Série/Paralelo ............................................................................. 46
CAPÍTULO – VIII DIODOS E RETIFICADORES.................................................................. 48
8.1 RETIFICAÇÃO ............................................................................................................... 48
8.2 FUNCIONAMENTO ....................................................................................................... 49
8.3 EFEITO DA RETIFICAÇÃO ........................................................................................... 50
CAPÍTULO – IX ANÁLISE DE CIRCUITOS COM DIODOS ................................................. 52
CAPÍTULO – X TRANSISTOR BIPOLAR ............................................................................ 53
10.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TRANSISTORES .................................................. 53
10.2 TIPOS DE TRANSISTORES........................................................................................ 53
10.3 FUNCIONAMENTO ..................................................................................................... 54
10.4 ESTRUTURA DO TRANSISTOR ................................................................................. 54
CAPÍTULO – XI POLARIZAÇÃO ......................................................................................... 61
11.1 POLARIZAÇÃO DOS TRANSISTORES ...................................................................... 61
11.2 NPN ............................................................................................................................. 61
11.3 PNP ............................................................................................................................. 61
CAPÍTULO – XII FONTE DE TENSÃO ................................................................................ 62
12.1 INTRODUÇÃO A FONTES DE ALIMENTAÇÃO .......................................................... 62
12.2 TRANSFORMADOR .................................................................................................... 62
12.2 TRANSFORMADOR + RETIFICAÇÃO ........................................................................ 63
12.3 TRANSFORMADOR + RETIFICAÇÃO + FILTRAGEM ................................................ 63
12.4 TRANSFORMADOR + RETIFICAÇÃO + FILTRAGEM + REGULAÇÃO ...................... 64
CAPÍTULO – XIII FONTES DE CORRENTE ....................................................................... 65
13.1 FONTE DE CORRENTE COM TRANSISTOR ............................................................. 65
13.2 CONCEITO .................................................................................................................. 65
13.3 SÍMBOLOS COMUNS ................................................................................................. 65
13.4 CIRCUITO ................................................................................................................... 65
13.5 APLICAÇÕES .............................................................................................................. 66
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CAPÍTULO – I LEIS DE KIRCHHOFF


As Leis de Kirchhoff são utilizadas para encontrar as intensidades das correntes
em circuitos elétricos que não podem ser reduzidos a circuitos simples.

Constituídas por um conjunto de regras, elas foram concebidas em 1845 pelo


físico alemão Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887), quando ele era estudante na
Universidade de Königsberg.

Lei de Kirchhoff para corrente também chamada de lei dos nós, afirma que a
soma das correntes que entram numa junção é igual à soma das correntes que
saem desta mesma junção.

Circuito paralelo: I1+I2 = I3+I4 (A soma das correntes que entram = soma de
todas as correntes que saem).

Lei de Kirchhoff para a tensão, ou lei das malhas, afirma que a tensão aplicada a
um circuito fechado é igual a soma das quedas de tensão naquele circuito.

Circuito série: Et=E1+E2+E3 (tensão aplicada=soma das quedas de tensão).


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Em um circuito, o número de vezes que devemos aplicar a Lei dos Nós é igual
ao número de nós do circuito menos 1. Por exemplo, se no circuito existir 4 nós,
vamos usar a lei 3 vezes (4 - 1).

1.1 LEI DAS MALHAS

A Lei das Malhas é uma consequência da conservação da energia. Ela indica


que quando percorremos uma malha em um dado sentido, a soma algébrica das
diferenças de potencial (ddp ou tensão) é igual a zero.

Para aplicar a Lei das Malhas, devemos convencionar o sentido que iremos
percorrer o circuito.

A tensão poderá ser positiva ou negativa, de acordo com o sentido que


arbitramos para a corrente e para percorrer o circuito.

Para isso, vamos considerar que o valor da tensão em um resistor é dado por
R.i, sendo positivo se o sentido da corrente for o mesmo do sentido do percurso, e
negativo se for no sentido contrário.

Para o gerador (fem) e receptor (fcem) utiliza-se o sinal de entrada no sentido


que adotamos para a malha.

Como exemplo, considere a malha indicada na figura abaixo:


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Aplicando a lei das malhas para esse trecho do circuito, teremos:

VAB + VBE + VEF + VFA = 0


Para substituir os valores de cada trecho, devemos analisar os sinais das
tensões:

 ε1: positivo, pois ao percorrer o circuito no sentido horário (sentido que


escolhemos) chegamos pelo polo positivo;

 R1.i1: positivo, pois estamos percorrendo o circuito no mesmo sentido que


definimos o sentido de i1;

 R2.i2: negativo, pois estamos percorrendo o circuito no sentido contrário que


definimos para o sentido de i2;

 ε2: negativo, pois ao percorrer o circuito no sentido horário (sentido que


escolhemos), chegamos pelo polo negativo;

 R3.i1: positivo, pois estamos percorrendo o circuito no mesmo sentido que


definimos o sentido de i1;

 R4.i1: positivo, pois estamos percorrendo o circuito no mesmo sentido que


definimos o sentido de i1;

Considerando o sinal da tensão em cada componente, podemos escrever a


equação desta malha como:

ε1 + R1.i1 - R2.i2 - ε2 + R3.i1 + R4.i1 = 0


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1.2 PASSO A PASSO

Para aplicar as Leis de Kirchhoff devemos seguir os seguintes passos:

 1º Passo: Definir o sentido da corrente em cada ramo e escolher o sentido em


que iremos percorrer as malhas do circuito. Essas definições são arbitrárias,
contudo, devemos analisar o circuito para escolher de forma coerente esses
sentidos.
 2º Passo: Escrever as equações relativas a Lei dos Nós e Lei das Malhas.
 3º Passo: Juntar as equações obtidas pela Lei dos Nós e das Malhas em um
sistema de equações e calcular os valores desconhecidos. O número de
equações do sistema deve ser igual ao número de incógnitas.

Ao resolver o sistema, encontraremos todas as correntes que percorrem os


diferentes ramos do circuito.

Se algum dos valores encontrados for negativo, significa que a sentido da


corrente escolhida para o ramo tem, na verdade, sentido contrário.

Exemplo para análise 1:

a. Lei de Ohm

R1= 2Ω
R2= 4Ω
Et= 12V
Rt= R1+R2 Rt= 2 + 4 Rt= 6Ω
It= Et÷Rt It= 12÷6 It= 2A
It=I1=I2

E1=R1.I1 E1= 2x2 E1= 4V


E2=R2.I2 E2= 4x2 E2= 8V

Et=E1+E2 12=4+8 12-4-8=0 0=0


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b. Lei de Kirchhoff (tensão)

Et= 12V
R1= 2Ω
R2= 4Ω

E=I.R E1+E2+Et=0 (I.R1) + (I.R2) + ET=0


(2.2) + (2.4) -12 =0 4+8-12=0 0=0

Exemplo para análise 2:

Determine as intensidades das correntes em cada um dos ramos do circuito


abaixo.

Solução: primeiro, vamos definir um sentido arbitrário para as correntes e


também o sentido que iremos seguir na malha.

Neste exemplo, escolhemos o sentido conforme esquema abaixo:


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O próximo passo é escrever um sistema com as equações estabelecidas usando


a Lei dos Nós e das Malhas. Sendo assim, temos:

I1+I2=I3 (1)
-20+(2.I1)+10=0 -20+(2.I1)+10=0 2.I1=10 I1=10÷2 I1=5A
-10+(5.I3)=0 -10+(5.I3)=0 5.I3=10 I3=10÷5 I3=2A

Sentido correto de X para Z.

I1+I2=I3 5+I2=2 I2= -3A

Sentido está invertido de Z para Y

I1=I2+I3 prova 5=2+3 5=5 ou 0=0

Por fim, vamos resolver o sistema. Começando substituindo I1 por I2+I3 nas
demais equações:

Assim, os valores das correntes que percorrem o circuito são: 5A, 2A e 3A.
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CAPÍTULO – II GERADORES DE FUNÇÕES


Gerador de funções. Um gerador de funções é um aparelho eletrônico utilizado
para gerar sinais elétricos de formas de onda, frequências (de alguns Hz a dezenas
de MHz) e amplitude (tensão) São muito utilizados em laboratórios de eletrônica
como fonte de sinal para teste de diversos aparelhos e equipamentos eletrônicos.

O gerador de funções é utilizado para calibrar e reparar circuitos eletrônicos. É


um equipamento que fornece tensões elétricas com diversas formas de onda
chamadas de sinais elétricos, com amplitudes e frequências variáveis. As
características fundamentais dos geradores de funções são:

• Tipos de sinais fornecidos;


• Faixa de frequência;
• Tensão máxima de pico-a-pico na saída;
• Impedância de saída (ou resistência de saída).

2.1 TIPOS DE SINAIS FORNECIDOS

Os sinais variam de modelo para modelo. Dentre os tipos de sinais mais


comuns, fornecidos pelo gerador, temos os que se apresentam as formas de ondas:
senoidal, quadrada e triangular.

2.2 FAIXA DE FREQUÊNCIA

Dependendo da marca e do modelo, o gerador de funções fornece sinais em


uma frequência que vai de 1 Hz a vários MHz. Os manuais dos fabricantes informam
a faixa de frequência que o equipamento pode fornecer. Por exemplo, de 1Hz a 20
kHz.

Tensão máxima de pico apico na saída. A tensão máxima de pico apico é o


valor máximo de amplitude do sinal que o gerador pode fornecer.

2.3 IMPEDÂNCIA DE SAÍDA (OU RESISTÊNCIA DE SAÍDA)

A impedância de saída é a impedância que o gerador apresenta entre os


terminais de saída. Os geradores podem ser de:
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• Alta impedância de saída, para circuitos a válvula;


• Média impedância de saída, para circuitos transistorizados. Geralmente, sua
impedância é de 600 Ω;
• Baixa impedância de saída, para trabalhos em circuitos digitais. Em geral, sua
impedância de saída fica em torno de 50 Ω.

É importante conhecer as características do gerador de funções, porque isso


permite obter a máxima transferência de potência entre gerador e carga. (Assunto
esse será tratado em Eletricidade Geral).

2.4 DISPOSITIVOS DE CONTROLE

O painel do gerador de sinal tem uma série de dispositivos de controle que


servem para ajustar o equipamento de acordo com o trabalho a realizar. Observe na
figura a seguir um modelo de gerador de funções, com o painel de controles em
destaque.

Apesar da figura acima não corresponder ao gerador de funções do laboratório,


os dispositivos de controle mostrados na figura também estão presentes nos
equipamentos do laboratório de Eletricidade Geral e Eletrônica Básica.

No gerador de funções são comuns os seguintes dispositivos de controle:

1. Chave liga-desliga que serve para ligar e desligar o equipamento;

2. Chave seletora de sinal ou função que seleciona a forma de onda do sinal de


saída;

3. Chave seletora de faixa de frequência ou multiplicador, presente em


geradores que fornecem valores de frequência em ampla faixa como, por
exemplo, de 10Hz a 100kHz. Esse seletor possui diversas posições,
permitindo escolher a faixa de frequência desejada como, por exemplo, de
100 Hz a 1000 Hz;

4. Controle de frequência fornecida ou DIAL: é um controle acoplado a uma


escala que permite estabelecer o ajuste da frequência do sinal fornecido pelo
gerador dentro dos limites definidos pelo seletor da faixa de operação. O valor
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indicado no dial deve ser multiplicado pela faixa de frequência previamente


ajustada pela chave seletora de faixa de frequência;

5. Controle de nível de saída ou amplitude: serve para ajustar a amplitude (pico


a pico) do sinal de saída.

Existem geradores de funções mais sofisticados que dispõem de outros


controles.Para uma correta compreensão dos controles adicionais, é preciso
consultar o manual do fabricante.

2.5 INFLUÊNCIA DA CARGA NA AMPLITUDE DO SINAL

O gerador de funções apresenta uma impedância interna. Esta impedância


interna produz um efeito semelhante ao de uma resistência elétrica colocada no
interior do aparelho, em série com a saída.

Assim como em pilhas e baterias, essa impedância de saída do gerador pode


ser representada com um resistor em série com os bornes de saída.

Devido a essa resistência, a amplitude do sinal sofre uma redução quando a


carga é ligada. Tal redução se deve ao fato de que a impedância interna provoca
uma queda de tensão, quando o gerador fornece corrente ao circuito. O efeito é
semelhante à queda de tensão que ocorre em pilhas e baterias devido a suas
resistências internas.
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Quanto maior for a carga a ser alimentada, maior será a corrente fornecida
pelo gerador e maior será também a queda de tensão interna no gerador. Portanto,
haverá uma maior redução na amplitude do sinal de saída. Por essa razão, sempre
que se utilizar o gerador de funções, o nível de saída deve ser ajustado com a carga
conectada.

2.6 CASAMENTO DE IMPEDÂNCIA

Para obter a máxima transferência de potência entre gerador carga, a


impedância de saída do gerador deve ser a mais próxima possível da impedância da
carga.

Observe na figura acima uma situação ideal de casamento de impedância, com


máxima transferência de potência.
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CAPÍTULO – III OSCILOSCÓPIO


O osciloscópio é um instrumento de medida destinado a visualizar um sinal
elétrico. Como muitas grandezas físicas são medidas através de um sinal elétrico,
e que o osciloscópio é um instrumento muito sensível à tensão, permite obter os
valores instantâneos de sinais eléctricos rápidos, a medição de tensões e correntes
elétricas, e ainda frequências e diferenças de fase de oscilações. Por tudo isto,
este é um aparelho muito utilizado por cientistas, médicos, mecânicos, etc.

Distinguem-se geralmente os osciloscópios analógicos, que utilizam


diretamente um múltiplo da tensão de entrada para produzir o desvio do feixe de
elétrons, dos osciloscópios digitais ou numéricos que, antes de tudo, transformam
a tensão de entrada em números, utilizando um código binário.

3.1 OSCILOSCÓPIOS ANALÓGICOS

O osciloscópio permite observar numa tela plana uma diferença de potencial


(ddp), ou tensão eléctrica, em função do tempo, ou em função de uma outra ddp. O
elemento sensor é um feixe de elétrons que, devido ao baixo valor da sua massa e
por serem partículas carregadas eletricamente, podem ser facilmente aceleradas e
deflectidas pela ação de um campo eléctrico ou magnético.

A diferença de potencial é lida a partir da posição de uma mancha luminosa


numa tela retangular graduada. A mancha resulta do impacto do feixe de elétrons
num alvo revestido de um material fluorescente.

O funcionamento interno do osciloscópio é no entanto, mais complexo:


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Legenda:
1 – Eléctrodos que desviam o feixe
2 – Cátodo de elétrons
3 – Feixe de elétrons
4 – Bobina que converge o feixe
5 – Face interior da tela coberta por material fluorescente

Os raios catódicos são feixes de elétrons (3) emitidos por um catodo (eletrodo,
fonte primária de elétrons).

Este cátodo (2) encontra-se num tubo que contém um gás a baixa pressão, e
no qual os elétrons, emitidos pelo cátodo, são acelerados por um campo eléctrico.
Este tubo tem o nome de tubo catódico, ou tubo de raios catódicos.

Este feixe de elétrons (3) é orientado magneticamente pela bobina (4), que
converge o feixe para as placas eletrônicas ou deflectoras (1), cuja função é
absorver a maior quantidade possível de elétrons emitidos pelo cátodo.
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A trajetória do feixe eletrônico é agora retilínea. Para se ter a possibilidade


de registar fenómenos variáveis no tempo o feixe terá de se deslocar de modo a
criar uma imagem do fenômeno a observar. Isso consegue-se através das placas
defletoras que, graças ao seu campo elétrico, obrigam o feixe a atravessar uma
região do espaço.

Imaginemos que temos então um feixe de elétrons (materializado por um


único ponto na tela) que, depois de ter sido convergido pela bobina, passa entre as 4
placas eletrônicas. Se aplicarmos uma tensão (ou diferença de potencial) variável
entre as placas P3 e P4 (perpendiculares às outras duas), o nosso feixe será
desviado para cima ou para baixo, dependendo da polaridade da tensão. Se P3 é
mais positivo que P4, o desvio será feito para cima; se for o inverso, o desvio será
feito para baixo. Podemos repetir a operação para P1 e P2; segundo a polaridade da
tensão o feixe dirigir-se-á para a direita ou para aesquerda. Uma tensão fraca
provoca um pequeno desvio, e uma tensão excessiva fará desaparecer o ponto da
tela; a intensidade do feixe é mantida constante.

Normalmente, a deflexão horizontal (resultante da aplicação de uma tensão


nas placas verticais P1 e P2) é proporcional ao tempo, e a deflexão vertical
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(resultante da aplicação de uma tensão nas placas P3 e P4) é proporcional à


tensão.

A tela é a etapa final de todo processo executado pelo osciloscópio, pois é


nele que se visualizam as imagens que serão posteriormente analisadas. O
material utilizado é o vidro, e a sua face interior (5) é revestida por um material
fluorescente, como o fósforo ou o sulfato de zinco, que ao receberem o impacto do
feixe de elétrons, emitem luz.

3.2 OSCILOSCÓPIOS DIGITAIS

A tensão de entrada (sinal elétrico/analógico) é digitalizada (convertido para


números) por um conversor analógico/digital. A capacidade do aparelho de traçar
um sinal de frequência elevada sem distorção depende da qualidade deste
conversor. O sinal digital é agora utilizado para criar um conjunto de informações
que é armazenado na memória de um microprocessador. O conjunto de
informações é processado e então enviado para a tela. Nos osciloscópios
analógicos, isto dá-se através de um tubo de raios catódicos; porém,
nososciloscópios digitais, pode também ser através de uma tela LCD.
Osciloscópios com uma tela LCD colorido são comuns.
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O osciloscópio digital substitui o método utilizado no osciloscópio de


armazenamento analógico por uma memória digital, que é capaz de armazenar as
informações por quanto tempo forem necessárias sem degradação. Está também
equipado com filtros que, aplicados ao sinal digital, permitem aumentar a
visibilidade de detalhes. O próprio software de análise de sinal pode extrair muitas
características úteis como a frequência, o comprimento de onda e a amplitude,
espectros de frequência, histogramas e estatísticas, mapas de persistência, e um
grande número de parâmetros úteis para qualquer utilizador de um
osciloscópio.Histograma é uma ferramenta de análise e representação de dados
quantitativos, agrupados em classes de frequência que permite distinguir a forma, o
ponto central e a variação da distribuição, além de outros dados como amplitude e
simetria na distribuição dos dados.

Os osciloscópios digitais têm esta função, que pode revelar-se útil para
responder à questão mais abaixo: permitir a visualização de duas ondas em
simultâneo, facilitando assim a comparação de dois sinais diferentes.

A intensidade do som é a característica que permite distinguir um som forte


de um som fraco. Um som forte, mais intenso, pode ser ouvido a maior distância
que um som fraco. Um som é tanto mais intenso quanto maior for a amplitude da
sua oscilação. No entanto, a intensidade depende também da frequência da
onda.

A altura do som está diretamente relacionada com a frequência da onda


sonora: um som é tanto mais alto quanto maior for a sua frequência. Um som alto,
com maior frequência, será mais agudo que um som baixo, grave.

Logo, assim como a frequência e a amplitude da onda sonora são


determinadas pela frequência e a amplitude da fonte sonora, é também ela que
determina a intensidade e a altura da onda.
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No entanto, existe outra característica da onda sonora que é extremamente


importante: havendo dois instrumentos diferentes que tocam a mesma nota
(emitem um som com a mesma frequência), como nos é possível distingui-los pelo
som? Os dois instrumentos têm timbres diferentes. O timbre resulta da combinação
de um som fundamental e dos seus harmónicos. Um som fundamental ou simples
é emitido, por exemplo, pelo diapasão. Ao vibrar, ele emite uma onda harmónica,
isto é, com um só comprimento de onda e com uma frequência bem definida.
Porém, quase todos os outros sons não são simples, mas sim complexos: a onda
que emitem não tem uma frequência bem definida. Aquilo que confere
características particulares ao som de um instrumento musical ou de uma voz
humana é então o número de harmónicos (som puro cuja frequência seja um
múltiplo inteiro de uma dada frequência) que intervêm e a proporção com que cada
um entra no som resultante.

Estas são as características que podem permitir um sistema de


reconhecimento por voz: o timbre, graças ao qual todos temos vozes diferentes, e
únicas, tal como as nossas impressões digitais.

Este sistema de reconhecimento por voz implica, antes de tudo, um microfone,


que irá converter o nosso sinal sonoro num sinal eléctrico com a mesma
informação. O sinal eléctrico é de seguida transmitido para um osciloscópio digital,
no qual o sinal eléctrico é digitalizado por um conversor analógico/digital. O sinal
digital forma agora um conjunto de informações que serão processadas por um
microprocessador, e comparadas com outras informações do mesmo tipo que se
encontram na memória digital do osciloscópio, ou num computador a ele ligado.
Essas informações consistem noutras gravações de voz, entre as quais se
encontra, possivelmente, a nossa.

Microprocessador de um circuito integrado é constituído por uma unidade de


controle, registradores e unidade aritmética e lógica, capaz de obedecer a um
conjunto predeterminado de instruções e de ser utilizado como unidade central de
processamento de um microcomputador.

A comparação é feita ao nível do som emitido, e também pode ser feita ao


nível de uma frase ou palavra específica a ser dita pela pessoa a identificar. Ao
encontrar uma gravação cujo código binário seja semelhante ao nosso, um
determinado sistema ligado ao osciloscópio irá dar-nos acesso àquilo que
pretendíamos, e que não conseguiríamos obter sem este sistema de identificação.

Ao contrário daquilo que se possa pensar, este sistema é fiável, e pequenas


alterações na nossa voz não nos impedem de o utilizar. A voz humana é
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constituída por sons nasais e por sons vocálicos. Mesmo que a pessoa a ser
identificada esteja constipada, ou rouca, verificou-se em sistemas deste tipo que as
altas frequências sofrem poucas variações, não interferindo no reconhecimento da
voz. É necessário também que a gravação de voz que está na memória digital do
osciloscópio/computador tenha sido repetida e gravada várias vezes, para que o
aparelho possa eliminar pequenos erros, por meio da comparação, que poderiam
dificultar a identificação da voz.
21

CAPÍTULO – IV DISSIPADORES DE CALOR


Apesar da maioria dos circuitos de potência modernos terem um rendimento
elevado, a quantidade de calor gerado e que deve ser dissipado, é uma
preocupação crescente. Os dispositivos operam com potências cada vez mais
elevadas e no limite de suas capacidades de dissipação. O uso do dissipador de
calor correto, instalação perfeita e ventilação adequada são preocupações tão
importantes quanto a própria parte elétrica do circuito.

Fontes de alimentação, controles de potência e amplificadores de áudio são


apenas alguns exemplos de circuitos que operam com potências elevadas, usando
componentes que trabalham próximos de seus limites. Como transferir o calor
gerado por esses componentes para o meio ambiente é uma grande preocupação
que os projetistas devem enfrentar para não terem problemas posteriores de
funcionamento.

Um dos pontos de partida para a escolha do dissipador apropriado está na


própria durabilidade de um componente semicondutor como um transistor, MOSFET,
Triac ou mesmo circuito integrado de potência. A confiabilidade e a durabilidade de
um dispositivo semicondutor é inversamente proporcional ao quadrado das
variações de temperatura da junção. Isso significa que reduzindo à metade à
temperatura de um dispositivo, podemos esperar uma durabilidade quatro vezes
maior.

O transistor MOSFET (acrônimo de Metal Oxide Semicondutor Field Effect


Transistor, ou transistor de efeito de campo metálico), é de longe, o tipo mais comum
de transístores de efeito de campo em circuitos tanto digitais quanto analógicos.

O TRIAC faz parte da família dos tiristores e está intimamente relacionadas com
os retificadores controlados de silício (SCR), seu nome vem do inglês Triode for
AlternatingCurrent. O TRIAC é formado por dois SCR ligados em antiparalelo (que
estão em paralelo, mas em direções opostas), ou seja, um ao contrário do outro,
mas em paralelo e com os gates (gatilhos) ligados juntos. Com esse tipo de
configuração o TRIAC se torna uma chave eletrônica bidirecional, que pode
trabalhar com a corrente elétrica em ambos os sentidos guando o gatilho é
acionado.

O processo de transferência do calor gerado na junção de um dispositivo


semicondutor envolve um circuito térmico com diversas etapas.
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Três componentes se destacam nesse circuito: a resistência térmica do invólucro


do dispositivo ao passar para o dissipador, a inércia térmica do dissipador de calor
(que é grande), e a resistência térmica entre o dissipador e o meio ambiente.

Nesse circuito deve-se encontrar um estado de equilíbrio térmico, que permita a


transferência do calor gerado para o meio ambiente, sem que a temperatura da
junção do dispositivo semicondutor ultrapasse os limites estabelecidos pelo
fabricante.

4.1 TIPOS DE DISSIPADORES

Partindo da ideia de que qualquer corpo que conduza e irradie calor pode
funcionar como um radiador de calor, podemos ter diversas técnicas para a
construção de dissipadores para uso em aplicações eletrônicas. A maioria dos tipos
tem na circulação do ar a transferência da maior parte do calor gerado.

Alguns exemplos de dissipadores:

a) Estampados – são dissipadores formados por folhas de cobre ou alumínio,


estampados de modo a adquirir o formato desejado. Esse tipo de dissipador é
bastante usado na maioria das aplicações eletrônicas por serem baratos e por
serem de fabricação fácil.

b) Por extrusão – são os mais comuns em aplicações de potência como fontes


de alimentação, amplificadores, etc. O processo de extrusão facilita a
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obtenção de formatos bidimensionais com a capacidade de dissipar grandes


quantidades de calor. Além disso, eles podem ser cortados e trabalhados de
diversas maneiras. A possibilidade de se cortar aletas em corte cruzado
permite a elaboração de padrões que possibilitam o aumento da performance
de 10 a 20%.

c) Juntas de Tiras Pré Fabricadas – a limitação da capacidade de dissipação


dos tipos que operam por convecção pode ser contornada se a superfície de
contato com o ar for aumentada. A maior exposição à corrente de ar facilita a
transferência do calor gerado. Os dissipadores desse tipo são formados por
aletas de alumínio coladas com epóxi a uma base fabricada por extrusão.

d) Fundidos – areia, um cerne e processo de fundição para dissipadores podem


ser feitos em alumínio sem a necessidade de vácuo, cobre ou bronze. Esse
tipo de dissipador tem maior desempenho em sistemas de ventilação forçada.

e) Aletas dobradas – folhas de alumínio ou cobre corrugado são usadas para


aumentar a área da superfície em contato com o ar nesse tipo de dissipador.
O sistema é então fixado a uma placa que serve de base ou mesmo colado
na superfície de onde o calor deve ser removido.

4.2 COMO MEDIR A RESISTÊNCIA TÉRMICA DE UM DISSIPADOR?

O método descrito é empírico, servindo para determinar com razoável precisão a


resistência térmica de um dissipador de calor.

Tudo que o leitor precisa é de um termômetro (preferivelmente do tipo de contato


digital) e de uma fonte de calor conhecida. A fonte de calor pode ser um resistor de
potência ou ainda um transistor, conforme mostra afigura ligados a uma fonte
ajustável de tensão.

O resistor ou o transistor devem ser capazes de fornecer uma boa potência, por
exemplo, o 2N3055. Será interessante que na determinação das características do
24

dissipador, ele esteja o mais próximo possível das condições reais em que ele vai
ser usado.

Por exemplo, ele já pode ser fixado na caixa do aparelho em que vai ser
instalado de modo a se verificar se o sistema de ventilação é eficiente. O que se faz
então é montar o dissipador em contato com o resistor ou transistor usado como
fonte de calor. O contato térmico perfeito é essencial para a precisão das medidas.

No caso de um transistor é mais fácil fazer esse contato pois já podemos usar
pasta térmica para essa finalidade, como na montagem final do componente que vai
ser utilizado. Comece aplicando uma pequena potência ao resistor ou transistor e
espere pelo menos uma hora para que ocorra o equilíbrio térmico.

Se o calor gerado for insuficiente para aquecer o dissipador (que estará ainda
muito frio), aumente a potência e espere mais uma hora até a estabilização. Vá
fazendo isso por etapas até obter uma temperatura final do dissipador na faixa de 50
a 60º C aproximadamente. Anote a potência que está sendo gerada Ph multiplicando
a corrente no circuito pela tensão.

Anote a temperatura final medida no dissipador (th) e a temperatura ambiente


(ta). Podemos então aplicar as seguintes fórmulas:

Variação da temperatura (Δtr)

tr = th – ta (1)

Onde:

th – Temperatura do dissipador (ºC)

ta – Temperatura ambiente (ºC)

Potência dissipada (aplicada ao dissipador) – W

P = V x I (2)

Onde

P – Potência aplicada e dissipada em watts;

V – Tensão no elemento de aquecimento (V)

I – Corrente no elemento de aquecimento (A)


25

Finalmente temos o modo de se encontrar a resistência térmica em ºC/W:

Rth = (3)

Onde:

Rth – Resistência térmica em ºC/W

tr – Variação da temperatura (ºC)

P – Potência aplicada/dissipada (W)

Para obter maior precisão nos cálculos, podemos realizar três vezes as medidas
e tirar a média. Na maioria dos casos, a determinação será razoável pois os próprios
fabricantes dos dissipadores especificam seus produtos com uma tolerância que
chega aos 25% (para mais e para menos).

Exemplo de cálculo: ao aplicar uma tensão de 12 V a corrente circulante no


elemento de aquecimento usado como prova é de 3 A. A temperatura ambiente é
20º C e a temperatura final medida depois de uma hora no dissipador 60ºC. Qual é
a resistência térmica do dissipador?

Temos:

ta = 20º C

th = 60º C

V = 12 V

I=3A

Começamos por calcular tr:

tr = 60 – 20 = 40º C

Depois calculamos P:

P = 12 x 3 = 36 W

A resistência térmica será:

Rth = tr/P = 40/36 = 1,11 oC/W


26

4.3 COMPOSTOS OU PASTAS TÉRMICAS

De modo a facilitar a transferência de calor entre o componente (onde ele é


gerado) e o dissipador de calor é comum o emprego de compostos térmicos ou
pastas térmicas.

Muitos projetistas acham que a utilização de pasta térmica é bom, colocando-


se em excesso é melhor. Um erro grave que pode comprometer a montagem. Os
compostos ou pastas térmicas possuem uma resistência térmica que não é
desprezível, e um excesso de pasta em lugar de ajudar, pode agregar resistência ao
circuito térmico, diminuindo, em lugar de aumentar, a capacidade de dissipação.

4.4 INÉRCIA TÉRMICA

Como o calor gerado não é transferido para o meio ambiente imediatamente,


precisando de um certo tempo de trânsito através do dissipador, isso se traduz numa
inércia térmica. Leva tempo para o dissipador responder às variações de
temperatura do componente nele montado.A Primeira Lei de Newton, ou lei da
Inércia, diz que a tendência dos corpos, quando nenhuma força é exercida sobre
eles, é permanecer em seu estado natural, ou seja, repouso ou movimento retilíneo
e uniforme.

Essa inércia deve-se basicamente à massa do dissipador, a qual deve ser


aquecida, absorvendo ou cedendo calor quando a temperatura do ar ambiente ou do
componente varia. Quanto maior for um dissipador mais tempo ele demora até
atingir a temperatura final de funcionamento.
27

Veja então que um dissipador maior não significa necessariamente que ele pode
dissipar mais calor, mas sim que ele demora mais tempo para chegar à temperatura
de equilíbrio.

Uma grande inércia térmica pode ser interessante em algumas aplicações, pois
ela significa a capacidade de absorver o calor gerado em transientes.

Deve-se também tomar cuidado com uma inércia excessiva, pois a temperatura
do radiador pode demorar para subir atuando sobre um eventual dispositivo de
proteção conectado a ele, quando a temperatura do próprio componente já atingiu
um valor capaz de causar sua queima.

Conclusão: dissipadores de calor são elementos importantes de todos os


projetos que envolvem dispositivos semicondutores de potência. Cuidados especiais
devem ser tomados com esses componentes, em especial atentando-se para o tipo
de a resistência térmica. Um dos grandes problemas na eletrônica é o calor gerado
pelos componentes que devem ser dissipados para evitar dilatações lineares,
volumétricas e superficiais, com isso gerando defeitos.
28

CAPÍTULO – V FÍSICA DOS SEMICONDUTORES

Localização dos semicondutores

Prata
Cobre
Alumínio CONDUTORES
Fósforo
Tântalo

Carbono
Germânio SEMICONDUTORES
Silício

Vidro
Borracha
Porcelana ISOLANTES
Enxofre
Plástico

Camada de valência: na química, os elétrons de valência são aqueles


localizados na camada eletrônica mais externa de um elemento. Saber como
encontrar o número de elétrons de valência de um átomo em particular é uma
habilidade importante para químicos, pois essa informação determina o tipo de
ligações químicas que esse átomo pode formar.

Cristal de silício intrínseco: (puro)


29

Germânio (latim – Alemanha) (2-8-18-4) = 32 elétrons

Dopagem do cristal de silício extrínseco

Trivalentes Boro – B → 5 = (2-3)


Alumínio – Al → 13 = (2-8-3)
Gálio – Ga → 31 = (2-8-18-3)

Fósforo – P → 15 = (2-8-5)
Pentavalentes Antimônio – Sb→51 = (2-8-18-18-5)
Arsênio – As → 33 = (2-8-18-5)
30

Dopagem de cristal tipo P:

São adicionados átomos trivalentes (três elétrons na última camada).


Exemplo: Boro

Dopagem de cristal tipo N:

São adicionados átomos trivalentes (cinco elétrons na última camada).


Exemplo: Fósforo
31

Silício com Boro

Silício com fósforo


32

CAPÍTULO – VI DIODO EMISSOR DE LUZ – LED

O diodo emissor de luz também é conhecido pela sigla em inglêsLED (Light


Emitting Diode). Sua funcionalidade básica é a emissão de luz em locais e
instrumentos onde se torna mais conveniente a sua utilização no lugar de uma
lâmpada. Especialmente utilizado em produtos de microeletrônica como sinalizador
de avisos, também pode ser encontrado em tamanho maior, como em alguns
modelos de semáforos. Também é muito utilizado em painéis de led, cortinas de led
e pistas de led.

O LED é um diodosemicondutor (junção P-N) que quando é energizado emite luz


visível por isso LED (Diodo Emissor de Luz). A luz não é monocromática (como em
um laser), mas consiste de uma banda espectral relativamente estreita e é produzida
pelas interações energéticas do electrão(português europeu), elétron (português
brasileiro). O processo de emissão de luz pela aplicação de uma fonte elétrica de
energia é chamado eletroluminescência.

Em qualquer junção P-N polarizada diretamente, dentro da estrutura, próximo à


junção, ocorrem recombinações de lacunas e elétrons. Essa recombinação exige
que a energia possuída elétrons, que até então era livre, seja liberada, o que ocorre
na forma de calor ou fótons de luz .

No silício e no germânio, que são os elementos básicos dos diodos e


transistores, entre outros componentes electrônicos, a maior parte da energia é
liberada na forma de calor, sendo insignificante a luz emitida (devido a opacidade do
material), e os componentes que trabalham com maior capacidade de corrente
chegam a precisar de irradiadores de calor (dissipadores) para ajudar na
manutenção dessa temperatura em um patamar tolerável.

Já em outros materiais, como o arsenieto de gálio (GaAs) ou o fosfeto de gálio


(GaP), o número de fotons de luz emitido é suficiente para constituir fontes de luz
bastante eficientes.

A forma simplificada de uma junção P-N de um led demonstra seu processo de


eletroluminescência. O material dopante de uma área do semicondutor contém
átomos com um elétron a menos na banda de valência em relação ao material
semicondutor. Na ligação, os íons desse material dopante (íons aceitadores)
removem elétrons de valência do semicondutor, deixando lacunas (ou buracos),
33

portanto, o semicondutor torna-se do tipo P. Na outra área do semicondutor, o


material dopante contém átomos com um elétron a mais do que o semicondutor puro
em sua faixa de valência. Portanto, na ligação esse elétron fica disponível sob a
forma de elétron livre, formando o semicondutor do tipo N.

Os semicondutores também podem ser do tipo compensados, isto é, possuem


ambos os dopantes (P e N). Neste caso, o dopante em maior concentração
determinará a que tipo pertence o semicondutor. Por exemplo, se existem mais
dopantes que levariam ao P do que do tipo N, o semicondutor será do tipo P. Isso
implicará, contudo, na redução da Mobilidade dos Portadores.

A Mobilidade dos Portadores é a facilidade com que cargas n e p (elétrons e


buracos) atravessam a estrutura cristalina do material sem colidir com a vibração da
estrutura. Quanto maior a mobilidade dos portadores, menor será a perda de
energia, portanto mais baixa será a resistividade.

Na região de contato das áreas, elétrons e lacunas se recombinam, criando uma


fina camada praticamente isenta de portadores de carga, a chamada barreira de
potencial, onde temos apenas os íons doadores da região N e os íons aceitadores
da região P, que por não apresentarem portadores de carga isolam as demais
lacunas do material P dos outros elétrons livres do material N.

Um elétron livre ou uma lacuna só pode atravessar a barreira de potencial


mediante a aplicação de energia externa (polarização direta da junção). Aqui é
preciso ressaltar um fato físico do semicondutor: nesses materiais, os elétrons só
podem assumir determinados níveis de energia (níveis discretos), sendo as bandas
de valência e de condução as de maiores níveis energéticos para os elétrons
ocuparem.

A região compreendida entre o topo da de valência e a parte inferior da de


condução é a chamada "banda proibida". Se o material semicondutor for puro, não
terá elétrons nessa banda (daí ser chamada proibida). A recombinação entre
elétrons e lacunas, que ocorre depois de vencida a barreira de potencial, pode
acontecer na banda de valência ou na proibida. A possibilidade dessa recombinação
ocorrer na banda proibida se deve à criação de estados eletrônicos de energia
nessa área pela introdução de outras impurezas no material.

Como a recombinação ocorre mais facilmente no nível de energia mais próximo


da banda de condução, pode-se escolher adequadamente as impurezas para a
confecção dos LEDs, de modo a exibirem bandas adequadas para a emissão da cor
de luz desejada (comprimento de onda específico).

Funcionamento A luz emitida não é monocromática, mas a banda colorida é


relativamente estreita. A cor, portanto, dependente do cristal e da impureza de
dopagem com que o componente é fabricado. O led que utiliza o arsenieto de gálio
emite radiações infravermelhas. Dopando-se com fósforo, a emissão pode ser
vermelha ou amarela, de acordo com a concentração. Utilizando-se fosfeto de gálio
com dopagem de nitrogênio, a luz emitida pode ser verde ou amarela. Hoje em dia,
com o uso de outros materiais, consegue-se fabricar leds que emitem luz azul,
violeta e até ultravioleta. Existem também os leds brancos, mas esses são
geralmente leds emissores de cor azul, revestidos com uma camada de fósforo do
mesmo tipo usado nas lâmpadas fluorescentes, que absorve a luz azul e emite a luz
branca. Com o barateamento do preço, seu alto rendimento e sua grande
34

durabilidade, esses leds tornam-se ótimos substitutos para as lâmpadas comuns, e


devem substituí-las a médio ou longo prazo. Existem também os leds brancos
chamados RGB (mais caros), e que são formados por três chips, um vermelho (R de
red), um verde (G de green) e um azul (B de blue). Uma variação dos leds RGB são
leds com um microcontrolador integrado, o que permite que se obtenha um
verdadeiro show de luzes utilizando apenas um led.

Em geral, os leds operam com nível de tensão de 1,6 a 3,3V, sendo compatíveis
com os circuitos de estado sólido. É interessante notar que a tensão é dependente
do comprimento da onda emitida. Assim, os leds infravermelhos geralmente
funcionam com menos de 1,5V, os vermelhos com 1,7V, os amarelos com 1,7V ou
2.0V, os verdes entre 2.0V e 3.0V, enquanto os leds azuis, violeta e ultravioleta
geralmente precisam de mais de 3V. A potência necessária está na faixa típica de
10 a 150 mW, com um tempo de vida útil de 100.000 ou mais horas.

Como o led é um dispositivo de junção P-N, sua característica de polarização


direta é semelhante à de um diodo semicondutor.

Sendo polarizado, a maioria dos fabricantes adota um código de identificação


para a determinação externa dos terminais A (anodo) e K (catodo) dos leds.

Nos leds redondos, duas codificações são comuns: identifica-se o terminal K


como sendo aquele junto a um pequeno chanfro na lateral da base circular do seu
invólucro (corpo), ou por ser o terminal mais curto dos dois. Existem fabricantes que
adotam simultaneamente as duas formas de identificação.

Nos leds retangulares, alguns fabricantes marcam o terminal K com um pequeno


alargamento do terminal junto à base do componente, ou então deixam esse
terminal mais curto.

Mas, pode acontecer do componente não trazer qualquer referência externa de


identificação dos terminais. Nesse caso, se o invólucro for semi-transparente, pode-
se identificar o catodo (K) como sendo o terminal que contém o eletrodo interno mais
largo do que o eletrodo do outro terminal (anodo). Além de mais largo, às vezes o
catodo é mais baixo do que o anodo.

Os diodos emissores de luz são empregados também na construção dos


displays alfa-numéricos.

Há também leds bi-colores, que são constituídos por duas junções de materiais
diferentes em um mesmo invólucro, de modo que uma inversão na polarização
muda a cor da luz emitida de verde para vermelho, e vice-versa. Existem ainda leds
bicolores com três terminais, sendo um para acionar a junção dopada com material
para produzir luz verde, outro para acionar a junção dopada com material para gerar
a luz vermelha, e o terceiro comum às duas junções. O terminal comum pode
corresponder à interligação dos anodos das junções (leds bicolores em anodo
comum) ou dos seus catodos (leds bi-colores em catodo comum).
Embora normalmente seja tratado por led bicolor (vermelho+verde), esse tipo de
led é na realidade um tricolor, já que além das duas cores independentes, cada qual
gerada em uma junção, essas duas junções podem ser simultaneamente
polarizadas, resultando na emissão de luz alaranjada.
35

Geralmente, os leds são utilizados em substituição às lâmpadas de sinalização


ou lâmpadas pilotos nos painéis dos instrumentos e aparelhos diversos. Para fixação
nesses painéis, é comum o uso de suportes plásticos com rosca.

Como o diodo, o LED não pode receber tensão diretamente entre seus
terminais, uma vez que a corrente deve ser limitada para que a junção não seja
danificada. Assim, o uso de um resistor limitador em série com o Led é comum nos
circuitos que o utilizam. Para calcular o valor do resistor usa-se a seguinte fórmula: R
= (Vfonte-VLED)/ILED, onde Vfonte é a tensão disponível, VLED é a tensão correta
para o LED em questão e ILED é a corrente que ele pode suportar com segurança.

Tipicamente, os LEDs grandes (de aproximadamente 5 mm de diâmetro, quando


redondos) trabalham com correntes da ordem de 12 a 30 mA e os pequenos (com
aproximadamente 3 mm de diâmetro) operam com a metade desse valor.

OLED: significa diodo orgônico que emite luz (organic light-emiting diode) e
atualmente é a tecnologia mais avançada para a fabricação de qualquer tipo de tela,
seja para TV’s, computadores, telefones celulares ou para videogame.

6.1 DADOS PARA CÁLCULO DE LED

O que temos que saber: exemplo

a) Tensão do LED = 1,7 V


b) Corrente do LED = 10 mA ou 0,01 A
c) Tensão de alimentação = 127 V

LED em CA, acrescentar 0,7 V do diodo

Como fazemos o cálculo: exemplo

a) Tensão a jogar fora = 127 – 1,7 + 0,7 = 126 V


b) Valor aproximado do resistor = R=E/I = 126/0,01= 12600 Ω ou 12,6 KΩ
(marrom-1, vermelho-2, azul-6, vermelho x 102)
c) Potência do resistor = P=E.I = 126 . 0,01=1,26 W ≈ 2 W

Por segurança coloca-se uma e meia a duas vezes a potência calculada ≈ 2 W

Um capacitor para aplainar o ripple entre 47 μF a 100 μF.


36

Cor Queda tensão Corrente máxima


Vermelho 1,7V 0,025A
Verde 2,1V 0,025A
Amarelo 2,0V 0,015A
Laranja 2,0V 0,025A
Azul 3,1V 0,025A
Branco 3,1V a 4,0V 0,025A
Infravermelho 1,1V 0,025A
37

CAPÍTULO – VII CAPACITORES

7.1 INTRODUÇÃO AO CAPACITOR

A Jarra de Leyden foi à primeira forma de capacitor. Foi inventado na


Universidade de Leyden, na Holanda por Pieter van Musschenbroek. Ela era uma
jarra de vidro coberta com metal interna e externamente,
e, mas sem se tocarem.
tocarem A
cobertura interna era conectada a uma vareta que saia pelo gargalo da jarra e
terminava numa bola de metal, desta forma o vidro
vidro da jarra comportava-se
comportava como
dielétrico armazenandodo cargas elétricas e os metais das paredes interna internas
eexternascomo
como as armaduras de um capacitor primitivo.

Corrente de Deslocamento
eslocamento: o físico James Clerk Maxwell inventou o conce
conceito de
corrente de deslocamento,derivada
locamento,derivada do deslocamento
deslocamento dividido pela derivada do
tempo, (dD/dt)para
para tornar a Lei de Ampère consistente com a conservação de carga
em casos em que a carga se acumula, como por exemplo num capacitor. Ele
interpretou este fenômeno como um movimento
movimento real de cargas, mesmo no vácuo,
onde ele supôs que corresponderia ao movimento de cargas de um dipolo no éter.
Embora essa interpretação tenha sido abandonada, a correção
correção de Maxwell à lei de
Ampèrere permanece válida (um campo elétrico variável produz um campo c
magnético).A corrente de deslocamento deve ser incluída, por exemplo,na
exemplo,n aplicação
das Leis de Kirchhoff a um capacitor.

7.2 DEFINIÇÃO

São componentes basicamente formados por duas placas metálicas separadas


por um dielétrico. Os capacitores têm a função
função de armazenar cargas elétricas
carregando-oo e descarregando-o
descarregando no tempo da frequência aplicada. O material de
que é feito o dielétrico é quem define o nome do capacitor. Abaixo, podemo
podemos
observar tais características.

Dielétrico: é um isolante elétrico que, sob a atuação de um campo elétrico


exterior acima do limite de sua rigidez dielétrica, permite o fluxo da corrente elétrica.
elétrica
38

Figura 1 - Exemplo: dielétrico de mica capacitor de mica

7.3 APLICAÇÕES

Capacitores são comumente usados em fontes de energia onde elas


suavizam a saída de uma onda retificada completa ou meia onda.Por passarem
sinais de corrente alternada, mas bloquearem Corrente Contínua, capacitores são
frequentemente usados para separar componentes de AC e DC de um sinal. Este
método é conhecido como acoplamento AC.Capacitores também são usados na
correção de fator de potência.Geralmente são usados também em circuitos
retificadores, circuitos ressonantes e em divisores de frequências.

7.4 FILTROS CAPACITIVOS PARA RETIFICADORES

Após a retificação, a tensão aplicada à carga, apesar de unidirecional, possui


ainda uma ondulação bastante acentuada, dificultando o seu aproveitamento em
circuitos eletrônicos. Para que ela se torne mais uniforme é necessário o uso de
39

algum tipo de filtro. O filtro mais utilizado é o filtro capacitivo que reduz muito a
ondulação da tensão, tornando assim o retificador aceitável para a maioria das
aplicações.

7.5 FUNCIONAMENTO

Quando acontece o primeiro semiciclo, o capacitor se carrega através dos


diodos D1 e D3até o valor de pico da tensão de entrada. Quando a tensão retificada
diminui os capacitores começam a descarregar, alimentando a carga. No outro
semiciclo o capacitor será carregado por D2 e D4 até o valor de pico, novamente
quando a tensão começa a reduzir o capacitor passa a fornecer corrente para a
carga.

Mesmo utilizando um filtro, existe uma pequena ondulação de tensão que tende
a aumentar com o aumento da corrente da carga. Esta ondulação define o fator de
ripple do circuito, de forma que quanto maior é a ondulação, maior o fator de ripple.
Outro parâmetro importante é a tensão de ripple ΔVC que é a variação de tensão
observada na saída do filtro quando este alimenta uma carga. Em geral, deve-se
projetar uma fonte de alimentação que forneça uma tensão com a mínimavariação
possível.

7.6 CAPACITÂNCIA

A propriedade que estes dispositivos têm de armazenar energia elétrica sob a


forma de um campo eletrostático é chamada de capacitância ou capacidade (C) e é
medida pelo quociente da quantidade de carga (Q) armazenada pela variação de
potencial ou tensão (V) que existe entre as placas.

Q
C=
∆V
40

Pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), um capacitor tem a capacitância de


um farad (F) quando um Coulomb de carga causa uma diferença de potencial de um
volt (V) entre as placas. O farad é uma unidade de medida considerada muito
grande para circuitos práticos, por isso, são utilizados valores de capacitâncias
expressos em microfarads (μF), nanofarads (nF) ou picofarads (pF).A equação
acima é exata somente para valores de Q muito maiores que a carga do elétron (e =
1,602 × 10-19 C). Por exemplo, se uma capacitância de 1 pF fosse carregada a uma
tensão de 1 µV, a equação perderia uma carga Q = 10-19 C, mas isto seria
impossível já que seria menor do que a carga em um único elétron. Entretanto, as
experiências e as teorias recentes sugerem a existência de cargas fracionárias.

Os capacitores eletrolíticos são componentes polarizados, ou seja, têm


armaduras que devem ser ligadas ao positivo e outras ao negativo da alimentação.
Se estes componentes forem invertidos correm o risco de entrar em curto ou ainda
não apresentar a capacitância esperada. Ocorre que os eletrolíticos consistem na
solução econômica para se obter grandes valores de capacitância. O que fazer se
precisarmos de um capacitor eletrolítico que possa ser ligado em corrente
alternada? Existem duas soluções para isso que são mostradas a seguir.

A primeira faz uso de dois diodos que são ligados de modo a impedir que nos
capacitores seja aplicada tensão que não corresponda à polaridade certa.
A segunda é mais simples e consiste simplesmente em se ligar os capacitores em
oposição.

É claro que, neste caso, para obter 10 uF precisamos de dois capacitores de 22


uF, mas o efeito obtido é o desejado.
41

7.7 TIPOS DE CAPACITORES


7.7.1 Capacitor Eletrolítico

Diferencia-se dos demais por ter o material dielétrico de espessura


extremamente pequena com relação aos outros. Internamente é composto por duas
folhas de alumínio, separadas por uma camada de óxido de alumínio, enroladas e
embebidas em um eletrólito líquido. Este capacitor possui polaridade, ou seja, um
jeito correto de colocar em qualquer circuito (terminal maior o positivo), caso ele seja
polarizado da maneira incorreta, o capacitor entra em processo de curto circuito.
Neste capacitor é muito perigoso polariza-lo incorretamente, pois ele pode explodir
liberando gases. Os mais modernos não explodem nestes casos, apenas incham.
Geralmente este capacitor vem com marcação de qual terminal é positivo e qual é
negativo. Esse tipo de capacitor é encontrado em fontes de tensão, onde além de
tornar a fonte mais estável é capaz de filtrar possíveis ruídos que possam vir da rede
elétrica.

7.7.2 Capacitor de Poliéster

Formado por várias camadas de poliéster e alumínio, o que o torna bastante


compacto. Este capacitor tem uma capacidade de autorregeneração, no caso de
dano entre as camadas (por pulsos de tensão acima do especificado, por exemplo),
o material metálico que está sobre a folha de poliéster evapora, por ser muito fino,
evitando um curto circuito. A quantidade de folhas e a espessura das mesmas
determinam a capacitância deste capacitor.
42

7.7.3 Capacitor Cerâmico

Um dos modelos mais conhecidos e usados. Consiste em um disco de cerâmica


(material dielétrico), com duas fitas metálicas em cada uma das suas faces. Este
capacitor geralmente causa certa confusão nos valores descritos sobre sua
superfície (como valor de capacitância, por exemplo). São usados para circuitos de
alta frequência e corrente contínua, e armazenam pequenas quantidades de cargas
elétricas. São encontrados em televisões, rádios, flash de câmeras, roteadores etc.

7.7.4 Capacitor de Tântalo

São usados para substituir os capacitores de eletrolítico, quando se quer


minimizar o circuito. Seu material dielétrico é o Óxido de Tântalo, tem baixa corrente
de fuga, e uma vida útil geralmente maior do que de outros eletrolíticos. Estes
também merecem cuidado na hora da polarização, pois se polariza-lo de
maneira incorreta certamente ocasionará em uma explosão imediata. Para prevenir
isto, como de costume, os fabricantes tomam o cuidado de deixar o terminal positivo
maior que o terminal negativo.
43

7.7.5 Capacitor de Mica

O material dielétrico deste capacitor, obviamente, é a mica. As placas são de


prata, e estas envolvem a folha de mica. Altamente estável quanto à temperatura e
possui baixa perda de carga. Muito usado sem circuitos osciladores e circuitos
ressonantes. Estes capacitores podem ou não possuir terminais, como os já citados
possuem. Alguns modelos são soldados diretamente na placa a qual será montado o
circuito, isso ocasiona uma boa dissipação do calor quando se está trabalhando com
potências elevadas.

7.7.6 Capacitor SMD

São usados em todo tipo de equipamentos eletrônicos. O material dielétrico


destes capacitores pode ser de cerâmica, tântalo, entre outros. Por serem muito
pequenos, geralmente são montados nos circuitos por robôs. Ele não possui
terminais, este componente é de montagem em superfície.
44

7.7.7 Capacitor variável

São usados em circuitos sintonizados, como a sintonia de um rádio. O material


dielétrico geralmente é o ar, e as placas são de alumínio ou latão. Não são indicados
para trabalhar em altas potencias e tensões elevadas.

7.7.8 Capacitor a Óleo e Papel


45

Não são mais fabricados, e por isso são verdadeiras raridades. Eles eram
usados em equipamentos valvulados, onde requer alta isolação. Sua composição
era de fitas de alumínio enroladas em um papel embebido por óleo. Da mesma
forma, os capacitores de papel já não são mais fabricados, eles eram usados nos
primórdios da eletrônica. Eram constituídos por folhas metálicas e um tubo enrolado
de papel. Estes materiais eram embebidos de cera de abelha.

Basicamente, os capacitores têm a mesma função: armazenar energia. O que os


diferencia geralmente são a aplicação e o material dielétrico, como foi possível ser
observado na lista anterior. Capacitores são usados há muito tempo, e por isso
existem tantas variações, para se adequarem as necessidades que foram surgindo
ao decorrer da evolução da eletrônica.

Simbologia
46

7.8 ASSOCIAÇÕES
CIAÇÕES DE CAPACITORES
7.8.1 Associação Paralela

Num circuito de capacitores


capacitores montados em paralelo todos estão sujeitos à mesma
diferença de potencial (tensão). Para calcular a sua capacidade total(C
total(Ceq) =(Ct).

7.8.2 Associação Série

A corrente que flui


lui através de capacitores em série é a mesma, porém cada
capacitor terá uma queda de tensão (diferença de potencial entre seus terminais)
diferente. A soma das diferenças de potencial (tensão) é igual à diferença de
potencial total. Para conseguir a capacitância
capac total:

7.8.3 Associação Mista-Série/Paralelo


Série/Paralelo

Na associação mista de capacitores, têm-se capacitores associados em série


e em paralelo. Nesse caso, o capacitor equivalente deve ser obtido, resolvendo
resolvendo-se o
circuito em partes, conforme a sua configuração.
c
47

Neste caso resolve-se em primeiro lugar à parte da associação em paralelo o


capacitor equivalente da parte de paralelos passa a compor um novo circuito em
série.

No circuito acima ficaria assim. Ex. Parte paralela

1 = 10 + 20 = 30

O novo circuito ficará em série:

1 1 1 1 1 1
= + + = + +
1 1 4 20 30 6

1
= 0,05 + 0,033 + 0,16 = 0,243

1
= = 4,12
0,243
48

CAPÍTULO – VIII DIODOS E RETIFICADORES

8.1 RETIFICAÇÃO

Diodo semicondutor é um dispositivo ou componente eletrônico composto de


cristalsemicondutor de silício ou germânio numa película cristalina cujas faces
opostas são dopadas por diferentes gases durante sua formação.

É o tipo mais simples de componente eletrônico semicondutor, usado como


retificador de corrente elétrica.
elétrica Possui uma queda de tensão de, aproximadamente,
0,3 V (germânio) e 0,7 V (silício).

O diodo é um componente elétrico que permite que a corrente atravesse-o


atravesse num
sentido com muito mais facilidade do que no outro. O tipo mais comum de diodo é o
diodo semicondutor, no entanto, existem outras tecnologias de diodo. Diodos
semicondutores são simbolizados em diagramas esquemáticos como na figura
abaixo. O termo diodo é habitualmente reservado a dispositivos para sinais baixos,
com correntes iguais ou menores a 1A.

Quando colocado em um simples circuitobateria-lâmpada,, o diodo permite ou


impede corrente através da lâmpada, dependendo da polaridade da tensão aplicada,
como nas duas figuras abaixo.

Na imagem da esquerda o diodo está diretamente polarizado, há corrente e a


lâmpada fica acesa. Na imagem da direita o diodo está inversamente polarizado,
não há corrente, logo a lâmpada fica apagada.

O diodo
o funciona como uma chave de acionamento automático (fechada quando
o diodo está directamente polarizado e aberta quando o diodo está inversamente
polarizado). A diferença mais substancial
substancial é que, quando diretamente polarizado, há
uma queda de tensão no diodo muito maior do que aquela que geralmente se
observa em chaves mecânicas (no caso do diodo de silício 0,7 V). Assim, uma fonte
de tensão de 10 V, polarizando diretamente um diodo em série com uma resistência,
49

diodo. Na polarização inversa, acontece o seguinte:


seguinte: o diodo faz papel de uma chave
aberta, já que não circula corrente, não haverá tensão no resistor, a tensão fica toda
retida no diodo, ou seja, nos terminais do diodo há uma tensão de 10 V.

A principal função de um diodo semicondutor, em circuitos retificadores de


corrente, é transformar corrente alternada em corrente contínua pulsante. Como no
semiciclo negativo de uma corrente alternada o diodo faz a função de uma chave
aberta, não passa corrente elétrica no circuito (considerando o sentido
sentido convencional
de corrente, do positivo para o negativo). A principal função de um diodo
semicondutor, em circuitos de corrente contínua, é controlar o fluxo da corrente,
permitindo que a corrente elétrica circule apenas em um sentido.

Retifica os pulsos
os de saída do transformador, produzindo uma nova saída
polarizada, pulsante, CC.

8.2 FUNCIONAMENTO

Partindo do diagrama observa-se


observa se certa simplicidade na elaboração de tal
projeto. Na figura logo abaixo se vê a simbologia de um transformador rebaixador de
tensão, bem como sua curva característica e os parâmetros envolvidos a este tipo
de equipamento.
50

8.3 EFEITO DA RETIFICAÇÃO

Pois há vários modos de ligarmos diodos retificadores de modo a converter


CA para CC. Diferenciando-se
Diferenciando retificador de meia onda da e retificador de onda
completa. É bem mais vantajosa a retificação de onda completa, a qual aproveita os
dois semiciclos da tensão alternada disponível. Para tal retificação temos duas
possibilidades: Usar de apenas dois diodos retificadores, caso em qu
que o secundário
do transformador deverá apresentar uma derivação central (center tap
tap-CT); Ou usar
uma ponte retificadora com quatro diodos, caso o secundário não apresente
derivação central.

Ambas as opções são mostradas na figura abaixo.

Uma ponte retificadora


etificadora consta de quatro diodos retificadores reunidos num só
invólucro, com dois terminais marcados (~) para a entrada AC e dois terminais
marcados com (+)e (-)) para a saída polarizada CA ponte retifica os dois semiciclos
da tensão alternada (daí o nome nome retificação em ondacompleta). Da tensão de
entrada na ponte, perde-se se 1,4 V, porque cada diodo determina uma queda de
potencial elétrico de 0,7 V (típica da junção PN de silício); e há sempre doisdiodos
em condução em cada semiciclo. Tais pontes, facilmente
facilmente obtidas no comércio
eletrônico, são classificadas pela intensidade máxima de corrente e pela máxima
tensão inversa que podem suportar. Como os diodos devem suportar os picos de
tensão, a ponte deve suportar, pelo menos, três vezes a tensão rms da saída saíd do
transformador.
Principais funções do diodo
• Proteger equipamentos e circuitos;
• Transformar CA em CC retificação;
• Alguns diodos especiais, chamados LED’s, emitem luz;
• Forçar queda de tensão.

Diodo de germânio x silício

Germânio = tensão menor (0,3V)


51

Temperatura mais alta;


Correntes mais altas;
Silício =
Tensões mais elevadas (0,7V);
Mais barato (areia do mar).
52

CAPÍTULO – IX ANÁLISE DE CIRCUITOS COM DIODOS

Diodo de silício da uma queda de tensão 0,7 Volts por diodo. A fonte é 12 Volts,
multiplicando-se 0,7 x 4 =2,8 12,0 – 2,8=9,3Volts

Exemplos:

1. Em um circuito eletrônico a tensão da fonte é de 10Volts, diodo é silício.


Calcule a corrente do circuito.

I=(10-0,7)÷470 I=19,78 mA

2. Em um circuito eletrônico a tensão da fonte é de 10Volts, diodo é silício.


Calcule a corrente do circuito.

E=10,0Volts I=0A
53

CAPÍTULO – X TRANSISTOR BIPOLAR


10.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TRANSISTORES

Em 1947, John Bardeen e Walter Brattain, sob a supervisão de William


Shockley no AT&T Bell Labs, demonstraram que uma corrente fluindo no sentido de
polaridade direta sobre uma junção semicondutora PN poderia controlar a corrente
de polaridade reversa sobre um terceiro eletrodo montado muito próximo ao primeiro
contato. Este dispositivo de controle de corrente recebeu o nome de transistor como
uma forma contraída das palavras resistor detransferência (do inglês,
TRANSferreSISTOR) e como ele opera com elétrons e lacunas como portadores de
carga recebeu o nome de transistor bipolar. Outro dispositivo semicondutor de
controle é o transistor de efeito de campo FET (Field Effect Transistor), cujo controle
da corrente é realizado por meio de um campo elétrico induzido na região condutora;
como ele opera majoritariamente com apenas um tipo de portador, também é
denominado de transistor unipolar.

10.2 TIPOS DE TRANSISTORES

Os transistores podem ser classificados de acordo com o tipo de portador de


carga utilizado para transporte de corrente. Sob esse ponto de vista, existem dois
tipos de transistores: os bipolares e os unipolares. Enquanto os bipolares utilizam de
elétrons livres E lacunas como portadores de carga, os transistores unipolares
utilizam-se de elétrons livres OU lacunas como portadores de carga.

Transistores bipolares PNP NPN

JFET Canal N
Canal P

Transistores unipolares
Canal N
Depleção
Canal P
MOSFET
Canal N Canal N
Enriquecimento
Canal P
54

10.3 FUNCIONAMENTO

O transistor possui três elétrodos; portanto, é também um triodo. Um dos


eletrodos é chamado de base, outro de emissor e, o terceiro de coletor. Os
transistores substituem as válvulas a vácuo em todas as suas funções.

10.4 ESTRUTURA DO TRANSISTOR

Dois semicondutores do tipo N, tendo entre um semicondutor do tipo P, ou dois


semicondutores do tipo P, tendo no meio um semicondutor do tipo N, formam o
componente que recebe o nome de transistor. No primeiro caso, o transistor é do
tipo NPN e, no segundo PNP. Na figura abaixo mostramos as representações de um
transistor tipo NPN e outro PNP. Cada semicondutor é unido a um terminal metálico
para ligá-lo ao circuito externo. A fatia do meio, recebe o nome de base e as laterais
de emissor e coletor, respectivamente.Mostramos a simbologia dos dois tipos de
transistores.

Consideremos um transistor NPN polarizadona junção emissor base no sentido


direto, e a junção coletorbase.

a) Na junção NP emissor base, os elétrons são empurrados pelo pólo negativo


da bateria, até à base. Ai, uma pequena parte deles se recombina com as
lacunas, que são poucas, já que a base é muito fina.

b) A bateria que alimenta o coletor está em série com a bateria que alimenta o
emissor; portanto, ela reforça o efeito desta última e atrai os elétrons que
passam pela base. Assim, praticamente todos os elétrons que partiram do
emissor atingem o coletor, e a corrente do coletor é quase a mesma do
emissor.

c) O outro transistor PNP, está com as ligações invertidas em relação ao NPN.


Os portadores de corrente, agora, são as lacunas. As explicações que demos
para o funcionamento do transistor NPN valem para o PNP, com a diferença
de que agora, o fluxo é de lacuna.

d) Nas duas polarizações da figura abaixo o sentido da corrente é o real.


55

e) Tanto o emissor como o coletor são feitos do mesmo tipo de semicondutor.

Entretanto, o coletor é mais volumoso que o emissor, como mostra a figura.

Medir um transistor BJT com multímetro digital na posição díodo - Uma forma de
medir o transistor com o multímetro digital é usando a escala do diodo.

Exemplo de um BJT PNP BC538 em bom estado:

a) Positivo no C e negativo na B = 0,704


b) Positivo no E e negativo na B = 0,707
c) Negativo no C e positivo na B = 0
d) Negativo no E e positivo no B = 0
e) Negativo no C e positivo na E = 0
f) Negativo no E e positivo na C = 0
56

Como pode ver a leitura mais baixa é 0,704, logo estamos a medir entre BC. O
positivo vai no C, logo P (positivo). Esta medição não nos dá o valor do ganho mas é
muito útil para saber se o transistor está bom. Com a medição anterior podemos
dizer que o ganho está bom.

Funcionamento Transistor BJT:

Relembrar Lei de Kirchhoff para corrente


Lei de Kirchhoff para tensão

NPN - correntes

PNP - correntes

Parâmetros do transistor BJT

Ib+Ic=Ie
α = alfa 1ª letra do alfabeto Grego

β = beta 2ª letra do alfabeto Grego

β = hfe – ganho do transistor (não tem unidade)

β= = β x Ib Ib=
β

Exemplo – 1

Sabendo-se que a corrente da base é 3µA e o hfe é 150. Calcule a corrente do


coletor e a corrente do emissor?

Ic=β. IbIc= 150 x 3.10-6Ic=450µA

Ie=Ic+IbIe=450µ + 3µ Ie=453µA
57

α= alfa: Será sempre menor que a unidade. Tanto melhor para o transistor como
amplificador quanto mais esse número se aproximar da unidade. (não tem unidade).

α= α= =0,9933

Se multiplicar por 100, dará em porcentagem = 99,33%

Exemplo – 2

Calcule os parâmetros, Alfa, Ic, Ie, Ib do transistor BJT.

hfe=150 Ib=20µA Ic= Ie=α=

Ic=β.IbIc=150 x 20.10-6Ic=3000.10-6Ic=3,0.10-3 3,0mA

Ie=Ic+IbIe=3,0mA + 20µA

Ie=3,0.10-3 + 20.10-6Ie=0,00302µA Ie=3,02mA

α= , .
α= =0,9933
, .

Exemplo – 3

Calcule o que se pede:

hfe=180 Ic=21mA Ib= Ie= α=

.
Ib= Ib= =0,000116,6Ib=116,6µA

Ie=Ib + IcIe=116,6.10-6 + 21.10-3

Ie=0,0211166µA Ie=21,11mA

.
α= α= = 0,9947
, .

Exemplo – 4

Obs.: Ic=β.IbIe=Ic+IbIe=β.Ib+Ib
58

Calcule o que se pede:

hfe=200 Ie=30mA Ic= Ib= α=

Ic=β.IbIe=Ic+ IbIe=β.Ib+Ib

30.10-3=(200+1).Ib

.
Ib= Ib=0,0001492A ou Ib=149,2µA

Ic=Ib.(β+1) Ic=149,2.10-6 . (200+1) Ic=149,2.10-6.201

Ic=0,02998µA ou Ic=29,98mA

, .
α= = 0,9993
.

Exemplo – 5

Em um circuito transistorizado mediu-se o valor de alfa=0,992 e a corrente do


coletor=1,9mA. Calcule Ib, Ie e beta:

, . , .
α= = 0,992= 0,992.Ie=1,9.10-3Ie=
,

Ie=0,001915ª ou Ie=1,91mA

Ib=Ie-IcIb=1,91.10-3 – 1,9.10-3Ib=0,01mA

, .
β= β= β=190
, .

Quiescente: O método para determinação do ponto de operação é o mesmo do


utilizado nos diodos, o da reta de carga. A reta de carga é o lugar geométrico de
todos os pontos quiescentes possíveis para uma determinada polarização. Nesta
configuração, a junção base emissor é polarizada diretamente e a junção base
coletor inversamente, (quieto – sossegado - tranquilo).
59

Tensões no transistor BJT

Lei de Kirchhoff para tensão:

A soma das tensões em uma malha tem que ser zero.

Et=E1+E2+E3+...En

Vce=Vcb+Vbe

Exemplo – 1

Em um circuito mediu-se a Vbe=0,7Volts e Vcb=4,0Volts. Calcule a Vce:

Vce=Vbe + VcbVce=0,7 + 4,0 Vce=4,7V

Potência dissipada no transistor BJT

Pd=E.I Pd=Vce.IeIe=Ic + Ib

Observação -1: A Ib é muito pequena valor desprezível.

Observação – 2: A Ie aproximadamente igualI c. Ou Pd=Vce.Ic

A potência é um dos valores mais importantes a ser observado em circuitos


transistorizados. Pois, todo transistor possui uma potência máxima, se ultrapassar
irá danificar o transistor. (ver data Sheet = ficha de dados).

Ligação Darlington

Potência máxima xβ (ganho) hfe

Alta 115W Baixo 40 ex. 2N3055

Baixa de 500 a Alta 350 a 800 ex. BC548

625mW
60

Como é a ligação Darlington

Usa-se dois transistores, um amplificando o sinal do outro, temos duas amplificações


em sequência.

Observe que Ie1 = Ib2

Q1= 30hfe

Q2= 25hfe β total= 30 x 25=750

Observação – 1: Já existem darlington pronto

Exemplo:

TIP=120

TIP=121

TIP=122
61

CAPÍTULO – XI POLARIZAÇÃO
11.1 POLARIZAÇÃO DOS TRANSISTORES
Polarizar um transistor significa aplicar uma tensão contínua em cada um dos
seus terminais para que o mesmo possa desempenhar suas funções nos circuitos. É
por causa da polarização que os equipamentos eletrônicos devem ser alimentados
com pilhas, baterias ou a partir da tensão da rede elétrica.

11.2 NPN
Funcionam com tensão maior no coletor, média na base e menor no emissor. A
tensão da base é só um pouco maior que a do emissor.

11.3 PNP
Funcionam com tensão maior no emissor, média na base e menor no coletor. A
tensão da base é só um pouco menor que a do emissor. Abaixo vemos os exemplos:
62

CAPÍTULO – XII FONTE DE TENSÃO


12.1 INTRODUÇÃO A FONTES DE ALIMENTAÇÃO

O objetivo da fonte de alimentação é transformar a tensão do fornecedor de


energia 110V-220V em corrente alternada AC numa tensão de corrente contínua
que permita os equipamentos em CC funcionar.

As fontes de alimentação são fundamentais no funcionamento dos circuitos


eléctricos e electrónicos.

A fonte de alimentação básica é constituída por 4 sectores

 Transformador - Transforma a tensão AC e corrente de entrada para um


valor utilizável em AC.
 Ponte retificadora - Retifica os pulsos de modo a produzir uma saída
polarizada DC.
 Filtragem - Filtra a tensão tornando a corrente contínua.
 Regulação - Regula a saída de modo a ter uma tensão constante.

12.2 TRANSFORMADOR

Ep/Es = Np/Ns = Is/Ip


63

12.2 TRANSFORMADOR + RETIFICAÇÃO

Existem várias formas de ligar díodos de modo a criar um retificador e


converter AC para DC. A ponte retificadora é o mais importante e que produz uma
retificação de onda completa. Um retificador de onda completa pode ser feito a partir
de apenas dois díodos, mas este método raramente é usado uma vez que os díodos
são extremamente baratos. Um único diodo pode ser utilizado como retificador mas
só usa o positivo (+) do AC, produz apenas meia-onda em DC.

Uma Ponte Retificadora usa a onda AC (tanto a seção positiva como a


negativa). 1,4V perde-se na ponte, porque cada um dos díodos retificadores perde
0,7V (queda de tensão numa junção PN de silício) na condução e há sempre dois
díodos em condução. Ponte retificadoras são classificadas pela corrente máxima e a
tensão inversa máxima que podem suportar (esta deve ser, pelo menos, três vezes
a tensão RMS de modo a que os retificadores possam suportar os picos de tensão).

12.3 TRANSFORMADOR + RETIFICAÇÃO + FILTRAGEM

Filtragem é feita por um condensador eletrolítico de grande valor ligado à


saída DC para agir como um reservatório, fornecendo corrente para a saída quando
a tensão DC varia no retificador. O diagrama mostra o tensão não filtrada (linha
pontilhada) e a DC suavizada(linha sólida). O condensador descarrega rapidamente
perto do pico da variável DC.
64

Note que a filtragem aumenta significativamente a tensão média DC para o valor


pico (1,4 × valor RMS). Por exemplo 6V RMS AC (saída do transformador) é
retificada em onda completa, ficam em DC 4.6V RMS (1.4V perde-se na ponte
retificadora), com a filtragem esta aumenta o pico 1,4 × 4,6 = 6.4V.

A filtragem não é perfeita devido à tensão do capacitor cair um pouco nas


descargas, dando uma pequena ondulação de tensão (Tensão de Ripple). Para
muitos circuitos uma ondulação (Ripple) de 10% do valor de tensão é satisfatória, a
equação abaixo fornece o valor exigido para a filtragem do condensador. Quanto
maior o condensador menor ondulação.

Capacitor de filtragem para 10% ripple, C=(5.Io) x (Vi. f)

C = Capacidade filtragem em Farads (F)


Io = Corrente de saída em amperes (A)
Vi = tensão de entrada em volts (V), este é o valor de pico de tensão não filtrada
em DC.
f = frequência do AC em hertz (Hz), 60 Hz no Brasil (220/127V ou 380/220V))

12.4 TRANSFORMADOR + RETIFICAÇÃO + FILTRAGEM + REGULAÇÃO

Circuitos Integrados reguladores estão disponíveis com valores fixos


(normalmente 5, 12 e 15V) ou tensão de saída variável. São classificados pela
corrente máxima que deixam passar. Reguladores de tensão negativa também estão
disponíveis, principalmente para o uso em fontes duplas. A maioria dos reguladores
incluem proteção automática de excesso consumo (proteção sobrecarga) e
sobreaquecimento (proteção térmica).
65

CAPÍTULO – XIII FONTES DE CORRENTE

Uma fonte
onte de corrente contínua é um dispositivo elétrico ou eletrônico que
mantém uma corrente elétrica constante entre seus terminais independente da
tensão elétrica que tenha que impor entre os mesmos para estabelecer o valor
nominal de sua corrente.

13.1 FONTE
NTE DE CORRENTE COM TRANSISTOR

Muitas vezes precisamos usar uma fonte de tensão para alimentar os projetos.
Porém, existem casos onde o importante é uma corrente fixa independente da
tensão. Para isso, existe a fonte de corrente.

13.2 CONCEITO

A fonte de corrente é basicamente uma fonte capaz de fornecer uma corrente


constante para o circuito independente da tensão.Mas, é claro que, uma fonte
perfeita é impossível de ser criada. Isso, porque a carga que a fonte está
alimentando acaba tendo uma influência sobre
sobre ela e provoca alterações na corrente.

13.3 SÍMBOLOS COMUNS

Os símbolos da fonte de corrente são:

A diferença entre o primeiro símbolo e o segundo, é que: o segundo


representa uma fonte de corrente controlada.

13.4 CIRCUITO

Existem algumas formas diferentes


diferentes de se fazer uma fonte de corrente.
Entretanto, vou mostrar uma forma mais simples.
66

Para o circuito acima, temos: uma fonte 12v, dois resistores, um diodo zener
4,7V (1N4732A), um transistor (pode ser TIP32) e um potenciômetro. O resistor R1
possui
ssui o valor de 1K e o R2 serve para simular a carga. O potenciômetro serve para
regular a corrente de saída da sua fonte.

De acordo com o circuito, o valor de resistência do potenciômetro e do resistor


que representa a carga é baixo. Portanto, será necessário
necess mudá-los
los dependendo da
aplicação. O importante do circuito é seu formato com diodo zener e a resistência na
base.

De forma geral, basta simular e testar alguns valores para atender a sua
aplicação. Pois o circuito acima garante uma corrente na saída que
que não apresenta
uma variação considerável, configurando assim, uma fonte de corrente.

13.5 APLICAÇÕES

Este tipo de fonte pode ser usada para:

 Circuitos para carregar baterias


 Controle de cargas
 Outras aplicações onde a corrente constante é um requisito base
base

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