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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO
Analisando o por que da escolha de Henri Wallon como teórico e psicólogo para
abordamos a relação da afetividade e cognitividade no espaço escolar, destaca-se suas
implicações pedagógicas e inúmeros motivos como a sua visão psicogenética dialética do
desenvolvimento que representa uma vasta colaboração para o entendimento do ser
humano como uma pessoa integral, reforçando a superação da visão de separação do
corpo e mente, muito divulgada no ocidente. Abrange uma linha de pensamento dialética
a afetividade, cognição e os graus biológicos e culturais, fornecendo subsídios para o
processo instrução e aprendizagem. Considera o vínculo professor-aluno e escola como
componente essencial no transcurso de desenvolvimento completo da pessoa. Além disso,
devido sua formação como psicólogo e educador direciona para a relação bidirecional
entre as áreas, precipitando as recentes correntes da psicologia educacional, expostas por
Coll, Palácios e Marchesi.
Nesse ínterim, os princípios wallonianos oportunizam amplas contribuições para
a compreensão das relações entre professor e aluno, instituindo a escola como espaço
elementar para o seu desenvolvimento. A percepção de categorias, o qual segundo Wallon
(1995) divide o estudo das crianças em etapas, perpassando, portanto, as etapas de
afetividade, do ato motor, do conhecimento e da pessoa. Logo, eles se constituem em
bases teóricas que possibilitam o entendimento dos processos de desenvolvimento e são
empregados como parâmetros para a orientação do processo ensino aprendizagem.
Em virtude dos fatos mencionados, o autor afirma que a evolução do ser humano
como um ser completo não sucede de maneira ininterrupta e linear, não obstante apresenta
ações que envolvem integração, confrontos e alterações na primazia dos métodos
funcionais. No que concerne a afetividade e a cognição, esses métodos se alternam, em
questão de domínio, ao longo dos níveis de desenvolvimento. Por certo, nos níveis
impulso-emocional, personalismo, puberdade e adolescência, em que há um domínio do
movimento centrípeto, ocorre um maior prevalecimento do método funcional afetivo, em
contrapartida no sensório-motor, projetivo e categorial, o método predominante é o
funcional cognitivo, onde o movimento é o centrífugo.
Diante disso, buscar uma visão ampla que supere essas correntes, se institui como
uma incitação a reflexão na atualidade, uma vez que nenhum pensamento radical imposto
pelas correntes funciona para o corpo social pluralista. Contestar a efetividade das
experiencias do homem no estudo cientifico, não é unicamente insatisfatório, como
equivale limitar o estudo do homem, a um estudo sem objeto. Entretanto, imaginar que o
conhecimento cientifico não possibilita um entendimento da experiencia do homem, pode
configura-se como um abandono da tarefa de autocompreensão.
Nesse contexto, o behaviorismo radical por meio do conceito operante destaca que
o homem não está subjugado as circunstancias do ambiente, pois os resultados de seus
comportamentos não são definições externas a ele, mas em razão das suas próprias ações
propagadas em determinados ambientes. Consequentemente o manuseio ambiental
precedente é sempre fundamentalmente indutor de modificações da frequência das
respostas, sua representação técnica estimulo discriminativo e sua descrição, no momento
que a resposta ocorre, elimina a noção de algo que obrigue o resultado a ocorrer.
A segunda lei é a da conservação do peso que acontece entre 7 aos 9 anos de idade,
se apresentando quando uma criança consegue discernir que uma bolinha de massa possui
o peso equivalente a cobrinha de massa, embora possuam formas distintas. A terceira e
ultima lei é da conservação do volume, se expondo quando a criança consegue discernir
que a bolinha de massa tem o mesmo volume da cobrinha de massa, entendendo que uma
matéria pode apresentar formas distintas.
Por outro lado, ponto psicossocial está baseado nas interações sociais que o
indivíduo determina por meio de seu desenvolvimento, o qual tem origem na família e se
amplia para a escola, para seus amigos, dentre outros. De acordo com Piaget, o ponto
psicossocial corresponde a tudo aquilo que o homem estuda por transmissão, a partir do
outro homem. Nesse sentido, a corrente piagetiana estima o ponto psicológico do
desenvolvimento cognitivo e aponta que é necessário aguardar o tempo certo de
desenvolvimento para subordinar a criança a estipuladas aprendizagens por transferências
psicossociais.
Atenta-se para o fato que Piaget (1978) compreende o pensamento como uma
inteligência internalizada que não se fundamenta sobre a ação precisa no objeto, porém
em representações mentais, na personificação e na imaterialização. Em outras palavras,
uma criança pensa levando em conta as imagens que possui de um momento, retrata por
meio da consciência os objetos que vivenciou na realidade passada e em detrimento de
sua inteligência singular.
A terceira etapa é o das operações concretas. Nessa etapa, que se origina a partir
dos 7 ou 8 anos de idade e se concretiza por volta dos 11 ou 12 anos, acontece um grande
movimento lógico no desenvolvimento da criança, visto que é no início dessa fase que o
desenvolvimento psicológico alcança o grau da reversibilidade da matéria. Nesse período
acontece o efetivo entendimento lógico de que um objeto pode modifica-se e regressar-
se sem perder seus atributos materiais.
É elementar que um dos métodos mais usados e amparado por Wallon (1979) é a
análise por meio observação, visto que o psicólogo entende que observar é descrever tudo
o que pode ser captado. Entretanto, registrar e captar é também examinar, investigar,
organizar o real em mecanismos, representando-os em forma de indagações. Logo, é a
contemplação que possibilita posicionar questões, mas são as questões posicionadas que
conseguem possibilitar a observação. Diante disso, é exequível compreender a intitulação
que os pensamentos wallonianos designam a sua metodologia: método genético
comparativo multidimensional.
Outro fator importante é que o processo psiquismo é composto por três elementos
incorporados e correlativos, dado que são os elementos operacionais motor, cognitivo e
afetivo. Por conseguinte, cada um dos ciclos do progresso humano ocorrerá o domínio de
um dos elementos operacionais e de uma forma de comando: centrípeta, onde o
conhecimento é sobre o próprio indivíduo ou centrífugo, em que o conhecimento é sobre
o mundo externo.
Além disso, temos o estágio categorial que ocorre dos 6 aos 11 anos de idade,
sendo caracterizado pelo domínio do elemento cognitivo e do comando centrífugo. Fase
está em que a criança alcança através das tarefas pensamento, a estruturação do mundo
em camadas mais precisas que possibilitam um melhor entendimento de si própria.
Sucedendo há a fase da Puberdade e adolescência que acontece a partir dos 11 anos de
idade, havendo o domínio elemento afetivo, e do comando centrípeto. Somado a isso
ocorre uma evolução na maneira de pensar através do desenvolvimento do raciocínio
hipotético-dedutivo, expressando, portanto, o indivíduo nesta fase uma maior
investigação de si próprio como personalidade independente, por meio de ações de
enfrentamento e autoconfiança, buscando aprovação de jovens de sua idade.
Por fim a teoria walloniana aponta no seu entendimento sobre área educacional,
que a educação é uma ferramenta indispensável para o progresso do homem, embasando
sua concepção nesse fundamento. Além disso, formulou com diversos educadores na
França um plano de politica pública para o ensino francês, que foi denominado de
Langevin-Wallon, possuindo como base orientadora a constituição de um ensino mais
justo para um corpo social mais justo, embasado na solidariedade, possibilitando uma
escola singular para todos, que disponibiliza aos indivíduos todas as condições
necessárias. Logo uma instituição educacional que tem como princípio a teoria de Wallon,
necessita entender o indivíduo em sua completude.