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Partindo do pressuposto de que a psicologia não é dada por natureza, mas sim
uma construção histórica a partir de processos oriundos do humanismo, que
emergem no renascimento, podemos perceber uma trajetória que evidencia as
interpretações que normatizaram, até certo ponto, a educação e o modo de se pensar
a escola. Na educação brasileira esse aspecto fica claro quando conferimos a
influência do comportamentalismo no planejamento educacional.
Em minha interpretação, as relações entre a psicologia e a educação estão
diretamente ligadas no sentido de que a psicologia teoriza e a educação viabiliza,
tendo em vista o potencial de “ajustamento” que esta ciência, com raízes profundas
na biologia, exerce enquanto ferramenta. Essa posição se afirma na medida em que
no texto “Desnaturalizar a Psicologia é preciso” percebemos a posição da psicologia
em um movimento higienista como sinônimo de “limpeza e saúde mental”, de modo
que os meios educativos devessem estar assistidos não só por médicos escolares,
mas também por psicólogos escolares, para então classificar as crianças atrasadas e
especialmente as adiantas.
Parte daí então um movimento que visa moldar, a partir da educação e com o auxílio
da psicologia, uma sociedade mais harmônica e equilibrada, amparando as
mentalidades, corrigindo os defeitos, disciplinando e “higienizando a mente”, mas
que resulta em puro capacitismo e individualismo. Algo que a mim remete algo
concordante com o “positivismo histórico”.
Portanto, compreender o papel da psicologia e da educação hoje é também olhar
para seu passado e compreender seus excessos, principalmente nas funções da
sociabilidade burguesa. Atualmente, compreendemos os objetivos da psicologia de
outra forma, mas de jeito nenhum podemos “reparar” sua construção na educação.