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PESQUISA EXPLORATÓRIA SOBRE REGULAMENTOS PARA PROPOSTA DE


NORMATIZAÇÃO DE COMPETIÇÕES DE KART ELÉTRICO NO BRASIL.

Matheus De Lucca1
Claudio Ernesto Ponce Saldias2

Resumo: Diante da necessidade de preservar recursos naturais e de melhorar a


eficiência energética, as montadoras de veículos têm definido metas de curto prazo
para a produção exclusiva de carros elétricos. A tendência das competições é de
seguir esse caminho criando categorias de versões elétricas de kart, baja, F1,
aeronaves, entre outros, e de melhorar o desenvolvimento de tecnologias para
motores elétricos, baterias e demais componentes envolvidos. Considerando que
competições de kart elétrico não possuem regulamentação oficial por parte de
federação internacional e nacional, este trabalho trata-se de uma pesquisa
exploratória acerca das competições existentes, a qual aborda as normas, as
especificações técnicas, as restrições e os eventos técnicos em competições, com a
finalidade de elaborar uma proposta de regulamento inicial para competição de kart
elétrico no Brasil.

Palavras-Chave: Eficiência. Kart. Veículo Elétrico. Regulamento. Competição.

1 INTRODUÇÃO

Desde o final do século XX o mundo se voltou cada vez mais a debater


temas de apelo ambiental, tais como o desmatamento, a poluição provinda de parques
fabris e busca pela eficiência no consumo e na geração de energia, para a evolução
do desenvolvimento tecnológico, diminuindo, assim, os impactos causados ao meio
ambiente [1].
Por meio dessa consciência global de preservar recursos naturais e de
aumentar a eficiência energética, especialmente com a diminuição da dependência
da utilização de fontes de energias não renováveis, foram impulsionadas então
pesquisas que culminam no desenvolvimento de novas tecnologias para minimizar os
impactos ecológicos.
Na mais avançada tecnologia desenvolvida até hoje, os veículos elétricos
a bateria, os BEV’s, vêm ganhando grande espaço no mercado, visto o aprimoramento
das tecnologias em motores, inversores e principalmente na capacidade de

1 Graduando em Engenharia Elétrica. Ano 2021-2. E-mail: matheus_delucca@hotmail.com


2 Professor do Centro Universitário UniSATC. E-mail: claudio.saldias@satc.edu.br
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armazenar energia em baterias. O grande impasse ainda é o valor de sua aquisição,


mas, como em toda tecnologia, tende a se tornar mais acessível ao longo do tempo
no meio automotivo [2].
Assim como ocorrem em veículos à combustão, as competições que
envolvem veículos elétricos estimularão pesquisas, desenvolvimento tecnológico,
aprimoramento e diminuição dos custos para a fabricação desse nicho de automóveis
[3].
Desta maneira, o desenvolvimento de um kart elétrico voltado para
competições, tornou-se um projeto do Núcleo de Mobilidade Elétrica (NME) da
UniSATC com a finalidade de pesquisar e aprimorar a fabricação.
Competições com karts elétricos ainda não são regulamentadas tampouco
normatizadas, existem apenas indicações e diretrizes por parte de federações
estrangeiras, no qual, cada competição nacional adota medidas distintas para realizar
suas normas, por isso torna-se importante conhecer os regulamentos, diretrizes e
informações de organizações mundiais consolidadas sobre as competições de karts
disputadas no mundo.
Esse trabalho pretende atender essa demanda por meio de uma pesquisa
exploratória e tem como objetivo estudar as normas, regulamentos, especificações
técnicas, restrições, eventos técnicos durante as provas, parâmetros mecânicos e
elétricos, para elaborar uma proposta inicial de regulamento para futuras competições
na categoria kart elétrico no Brasil, com disponibilidade, através da UniSATC, de ser
apresentado a órgãos e a federações que promovam eventos no Brasil, como
FAUESC, CBA, entre outras.

2 METODOLOGIA

O presente estudo consiste em uma pesquisa exploratória de regulamentos


e de regras de competições de kart elétrico realizadas nos principais polos de
desenvolvimento de tecnologia, como: América do Norte e Europa, por meio de órgãos
de maior relevância, tais quais: a FIA (Federação Internacional do Automóvel), CIK
(Comissão Internacional de Karting) e DMSB (Federação Alemã de Esportes
Motorizados).
Para coletar as informações necessárias e consultar, sobretudo, as
diferentes normas pré-existentes em outros países, de modo a compila-las para
3

sugerir as melhores diretrizes em nossa proposta de regulamentação, procedeu-se


diálogos, pelos diferentes meios eletrônicos, com os representantes das federações
citadas, o que possibilitou não somente a consulta aos seus regulamentos, como
esclarecimentos que serviram para a confecção desse estudo.

2.1 COMISSÃO INTERNACIONAL DE KARTING – FEDERAÇÃO INTERNACIONAL


DO AUTOMÓVEL

Desde o início do desenvolvimento do automóvel, a FIA surgiu em 1904


para entregar diretrizes e segurança a competições iniciais automotoras na Europa e
em 1950, a federação inaugurou o Campeonato Mundial de Fórmula Um (F1), assim,
deu início à evolução da FIA para uma força global de esportes motorizados.
Através da experiência adquirida nessa área, a federação cresceu e tornou-
se uma organização global que não apenas promove o esporte motorizado, como
também a mobilidade segura, sustentável e acessível para todos os usuários de
rodovias pelo mundo [4].
Dentre as competições regidas pela FIA, os campeonatos de kart são
organizados em conjunto com a CIK. Seu regulamento oficial apresenta apenas
informações a respeito à veículos movidos a combustão e não de elétricos.
Segundo Sébastien Demierre, coordenador esportivo da CIK, por ora não
existem regulamentos oficiais direcionados a competições de kart elétrico. Porém há
a publicação de diretrizes que indicam especificações a serem seguidas para
aperfeiçoar questões de segurança em competições, como potência e tensão máxima
do motor, fixação do conjunto de baterias no chassi e peso total do veículo, o que se
pode verificar na Tabela 1.

Tabela 1: Diretrizes para Kart Elétrico – FIA/CIK.


Item Descrição

* Utilizar somente chassis homologados pela CIK, equivalente aos modelos


disponíveis aos karts a combustão. Eixo traseiro composto de uma peça somente.

Chassi

* Dimensão para entre eixos: 101 a 107 cm.

* Comprimento total máximo: 182 cm sem frente e/ou carenagem traseira.


4

* Largura total máxima: 140 cm.

* Altura máxima do solo, excluindo assento: 65 cm.

* Devem ser homologados pela CIK, equivalente aos modelos disponíveis aos karts
a combustão [2].

* Atuar com mecanismo hidráulico, sendo seu controle de forma duplicada (ligação
entre o pedal e a bomba).

Freio * Uso de freios dianteiros são proibidos para categorias sem caixa de câmbio. Na
categoria que contém caixa de câmbio, o freio deve acionar as 4 rodas, atuando
com o traseiro e dianteiro independentes.

* O disco deve ser compostos obrigatoriamente de aço, aço inoxidável ou ferro


fundido.

* Apenas um motor elétrico, com potência e tensão máximas de 20 kW e 60 Vca,


respectivamente. Acionamento direto da potência do motor para o eixo traseiro
Motor
apenas por meio de uma corrente ou um cinto.
Elétrico

* Proibido fixar nos para-choques homologados, nem colocar dentro da área de


Bateria intrusão da carroceria homologada. Precisa ser montado sobre a estrutura do
chassi.

Tempo de
* Tempo mínimo de 20 minutos de potência máxima.
Prova

Fonte: Do autor (2021).

Muitas especificações, principalmente mecânicas, seguem o mesmo


regulamento dos karts não elétricos, conforme as diretrizes expostas pela FIA-CIK
podem ser analisadas em [4] e [5].

2.1 FEDERAÇÃO ALEMÃ DE ESPORTES MOTORIZADOS

A DMSB é a federação alemã responsável por regulamentar e organizar


competições nacionais no âmbito de veículos motorizados, a qual incluiu em sua gama
de competições, karts elétricos por meio da DEKM (Campeonato Alemão de Karting
Elétrico).
A competição permite, somente, o modelo de kart E20, fabricado pela
empresa Rotax, popular em fabricação de karts a combustão, a montadora adequa-
se à tecnologia inserindo no mercado seus projetos de tração elétrica, expostos na
Figura 1 [6].
5

Em termos técnicos de confecção do veículo para competição o Sr.


Christoph Ihm, do departamento de tecnologia da DMSB, informou que apenas o
modelo comercializado pela Rotax deverá ser utilizado, assim como manutenções
durante testes e provas, deverão ser realizadas pela equipe técnica da empresa.

Figura 1: Modelo E20 – Rotax.

Fonte: KartExpress (2020).

Abaixo, nas tabelas 2 e 3, constam as principais especificações do modelo


E20, além de pontos importantes do regulamento da DEKM, a qual utiliza como
fundamento as diretrizes apresentadas pela FIA, no tópico 2.1.

Tabela 2: Especificações E20 – ROTAX.


Item Descrição
* Sodi Sigma DD2 desenvolvido especialmente para e-karts.
Chassi

* Dois freios dianteiros e um traseiro.


Freio
* Motor síncrono de imã permanente, com potência máxima de 24 kW.
Motor Elétrico
* Íons de lítio com aplicação de BMS (Sistema de gerenciamento de
Bateria bateria), com tensão de 350 V.
Peso * 142 kg.
Vel. Máx. * 135 km/h.
Carregador * AC/CEE16
Fonte: Do autor (2021).

Tabela 3: Regulamento DEKM.


Item Descrição
* O chassi exigido pela DEKM segue o mesmo regulamento técnico homologados
pela CIK [4].

Chassi
* O único meio de transmissão de forças da via para o chassi será através dos
pneus, outros dispositivos de absorção de impactos são proibidos.
6

* O eixo traseiro deve ter diâmetro externo máximo de 50 mm e uma espessura de


parede mínima de 2,3 mm em todos os pontos. Para a competição, utilizar o eixo
traseiro fabricado pela Rotax.

* Distância entre eixos mínima de 1042 e máxima de 1400 mm.

* Comprimento total sem carenagem de 1660 mm. Largura máxima de 1400 mm.
Dimensões e
Peso

* Peso mínimo de 100 kg sem bateria. Peso permitido de bateria de 24 kg +/- 2 kg.
Peso mínimo para corrida de 210 kg, incluindo o piloto.

* Deve ter acabamento impecável, de forma alguma improvisada e sem ângulos


agudos. O raio mínimo de quaisquer ângulo ou canto é de 5 mm.

Carroceria
* A carroceria deve ser homologada de acordo com CIK-FIA [4]. Nenhum outro
material além do fornecido pela Rotax pode ser utilizado.

* Sempre nas rodas traseiras. Permitida a movimentação reversa a qualquer


momento durante o evento com o motor elétrico.

Transmissão
* Fica proibida a utilização de qualquer tipo de diferencial mecânico, seja através de
eixo, cubo de roda ou por qualquer outro meio mecânico.

* Todo o sistema de telemetria são estritamente proibidos.

Telemetria e * Permitido o registro de informações de dados da empresa Memotec GmbH,


Registro de implementado pela Rotax. Os dados serão fornecidos apenas pelo display.
Dados
* Qualquer sistema de comunicação via rádio é proibido.

* É permitido utilizar o método de regeneração de energia gerada pela inércia do


Freio veículo durante a prova.
Regenerativo

* As células dever ser montadas ao pack de modo a resistir colisões sem grandes
deformações mecânicas.

Montagem de
* Podem ser utilizados no máximo 2 conjuntos de baterias durante a competição.
Baterias

* Para a DEKM, a montagem das baterias do modelo E20 - Rotax, deve ser de
acordo com o manual cedido pela Rotax.
* Não é permitido alterar qualquer componente do trem de força entre a qualificação
Informações e a corrida, exceto para partes danificadas.
Extras
7

* Para carregar o kart, o piloto ou o mecânico treinado só poderá efetuar a recarga


na área determinada para tal, assim como utilizar os dispositivos lá alocados.
* Os tempos de carregamento e duração serão publicados em cada evento pela
DEKM.

* Em cada compartimento do circuito de potência, deverá haver símbolos de


advertência, seguindo a ISO 7010.

Fonte: Do autor (2021).

Outras especificações do veículo E20, são expostas pela própria


competição [7] ou pela montadora Rotax [8].

2.3 BLUE SHOCK RACE

A companhia BSR fundada em 2014 na Letônia, desenvolveu protótipos de


karts elétricos até 2018, ano em que estreou em parceria com o LMT Motorsport
Academy, o primeiro campeonato mundial de kart elétrico, evento este oficializado no
mesmo ano pelo presidente da FIA, Joan Todt [9].
A competição realizada todos os anos após sua estreia, com o nome de
Letônia E-CUP, conta com três categorias: TeK- MICRO 7kW ( 5 a 10 anos), TeK-
MINI 15kW (11 a 13 anos) e TeK-PRO 25kW para maiores de 16 anos. As principais
características técnicas que diferem as categorias são a dimensão, a potência e a
velocidade máxima do veículo, observadas nas tabelas 4, 5, 6 e 7.

Figura 2: Kart Blue Shock Race

Fonte: Blue Shock Race (2021).

Tabela 4: Especificações categoria TeK- MICRO – BSR.


Item Descrição
* Modelo homologado Blue Shock Race, com 95 cm de comprimento, sem os
Chassi para-choques dianteiro e traseiro.
8

* Hidráulico da marca Righetti, com 16 cm de disco traseiro.


Freio

* Potência máxima de 7 kW.

* Torque máximo de 30 Nm

Motor Elétrico *Rotação nominal de 3200 rpm.

* Refrigeração a ar.

* Relação de engrenagem de 1:7,5.

* Tecnologia de Íons de Lítio.

* Tensão nominal de 48 Vcc e 35 Ah, pico de corrente de 300 A fornecendo


autonomia de aproximadamente 18 minutos.
* Inclui BMS para controle das grandezas sobre a bateria, como: sobretensão e
Bateria sobrecorrente, temperatura, carga e descarga das células, além de fusíveis de
proteção.
* Carregador de 1,2 kW AC (110-240V) para 48 VDC, com tempo de recarga
entre 30 e 60 minutos.

* Velocidade máxima de 90 km/h.

Outras * Peso máximo incluindo a bateria de 76 kg.


características
* Aceleração de 0-60 km/h em 4 segundos.

Fonte: Do autor (2021).

Tabela 5: Especificações categoria TeK- MINI – BSR.


Item Descrição
* Modelo homologado Blue Shock Race, com 105 cm de comprimento, sem os
Chassi para-choques dianteiro e traseiro.

Freio * Hidráulico da marca Righetti, com 20 cm de disco traseiro.


* Potência máxima de 15 kW.

* Torque máximo de 40 Nm.


Motor Elétrico *Rotação nominal de 3200 rpm.
* Refrigeração a ar.
* Relação de engrenagem de 1:1,7.
* Tecnologia de Íons de Lítio.
* Tensão nominal de 48 Vcc e 48 Ah, pico de corrente de 450 A fornecendo
autonomia de aproximadamente 20 minutos.
Bateria * Inclui BMS para controle das grandezas sobre a bateria, como: sobretensão e
sobrecorrente, temperatura, carga e descarga das células, além de fusíveis de
proteção.
9

* Carregador de 2 kW AC (110-240V) para 48 VDC, com tempo de recarga


entre 30 e 60 minutos.
* Velocidade máxima de 110 km/h.
Outras * Peso máximo incluindo a bateria de 81 kg.
características
* Aceleração de 0-100 km/h em 7,5 segundos.
Fonte: Do autor (2021).

Tabela 6: Especificações categoria TeK- PRO – BSR.


Item Descrição
* Modelo homologado Blue Shock Race, com 105 cm de comprimento, sem os
para-choques dianteiro e traseiro.
Chassi

* Hidráulico de marca Righetti, com 20 cm de disco traseiro.


Freio

* Potência máxima de 25 kW.

* Torque máximo de 100 Nm.

Motor Elétrico * Rotação nominal de 4200 rpm.

* Refrigeração a ar.

* Relação de engrenagem de 1:1,7.

* Tecnologia de Íons de Lítio.

* Tensão nominal de 96 Vcc e 56 Ah, pico de corrente de 300 A fornecendo


autonomia de aproximadamente 18 minutos.
* Inclui BMS para controle das grandezas sobre a bateria, como: sobretensão e
Bateria sobrecorrente, temperatura, carga e descarga das células, além de fusíveis de
proteção.

* Carregador de 3 kW AC (90-240V) para 96 VDC, com tempo de recarga entre


30 e 60 minutos.

* Velocidade máxima de 120 km/h.

Outras * Peso máximo incluindo a bateria de 110 kg.


característica
s
* Aceleração de 0-100 km/h em 4 segundos.

Fonte: Do autor (2021).

Tabela 7: Informações extras durante a prova.


* Exceto Tek - MICRO e MINI, os competidores Tek - PRO poderão participar
Informações com seus próprios karts, de acordo com os regulamentos técnicos CIK-FIA e
Extras da portando a tração elétrica Blue Shock Race.
Competição
10

* Se durante a corrida ocorrer algum acidente e qualquer um dos aparelhos


elétricos forem danificados, poderá voltar para a corrida somente após correção
e inspeção da comissão técnica; e autorização.

* Para cada equipe participante deverá estar portada com pelo menos um
extintor de incêndio de CO2.

* Não dever haver isolamento de fio danificado, somente substituído.

Fonte: Do autor (2021).

Maiores detalhes de especificações e regulamentos da competição, são


fornecidos pela BSR [10].

2.4 SOCIEDADE DE ENGENHEIROS AUTOMOTIVOS

No final da década de 80, surgiu nos Estados Unidos a SAE, alavancada


por falta de engenheiros e técnicos em veículos de alta performance. Com o apoio de
grandes montadoras como: General Motors, Ford e Chrysler, a competição tornou-se
um grande laboratório de estudos e de desenvolvimento de tecnologia para
automóveis.
No Brasil, a competição ingressou no ano de 2004, fomentando estudantes
de graduação e de pós-graduação a desenvolverem mão de obra qualificada em
veículos de alto desempenho. Durante o Congresso da SAE em 2009, houve o
primeiro interesse em implementar uma nova categoria, a qual teve início em 2013, a
de competição de veículos elétricos, representada na figura 3 [11].

Figura 3: Modelo desenvolvido pela FEI (Fundação Educacional Inaciana).

Fonte: MOTONLINE (2011).

Embora não existam competições envolvendo categorias de kart elétrico e


somente modelos de veículos elétricos como o da figura 3, a Fórmula SAE apresenta
11

regulamentos técnicos de componentes elétricos e mecânicos importantes, os quais


contribuem para acréscimo de informações para este trabalho, informados na tabela
7.

Tabela 7: Especificações Fórmula SAE – Elétrico


Item Descrição
* O compartimento deverá ser produzido com material não inflamável e
mecanicamente robusto.

* As células devem ser protegidas contra qualquer movimentação no recipiente.

* O assoalho deve ser em aço com espessura mínima de 1,25 mm ou alumínio


com 3,2 mm.
* Parede vertical externa deve ser em aço com espessura mínima de 0,9 mm ou
alumínio com 2,3 mm.
Compartimento
de Baterias * O assoalho e as paredes devem ser unidos por solda e ou fixadores. Todos os
fixadores devem ser de 6 mm ou 1/4 '' de diâmetro mínimo.

* O compartimento deve ser fixo no chassi. Cada ponto de apoio requer placas
de aço com espessura mínima de 2 mm.
* Cada ponto deve ser capaz de suportar 15 kN em qualquer direção e com
espaçamento mínimo de 50 mm.
* O número de pontos de fixação está relacionado ao peso da bateria, sendo
<20 kg, 4, 20 - 30 kg, 6, 30 - 40 kg, 8, >40 kg, 10 pontos.

* A potência máxima permitida não poderá exceder 80 kW.


* A regeneração de energia por parte do motor é permitida quando a velocidade
do veículo for superior a 5 km/h.
* Proibido injeção de potência ao motor de forma que a condução do veículo
Motor Elétrico
seja em marcha ré.
* Não há limite de quantidade de motores elétricos no veículo.
* O (s) motor (es) devem ser conectados a bateria por meio de um controlador
(ECU, Inversor). Proibida a conexão direta entre motor e bateria.
* Tensão máxima de bateria de 120 VDC, no qual, todas as baterias do circuito
devem estar localizadas no compartimento de baterias.
* Se o compartimento de baterias for de material condutor, as células deverão
ser isoladas da parede interior com um material isolante. Toda a superfície
Bateria externa do compartimento de baterias deverá ter uma baixa resistência elétrica
ao aterramento do sistema.
* Proibida a solda de conexões elétricas no circuito de força. Sendo permitido
soldas em fios das células para a entrada de monitoramento de tensão no BMS,
por não realizarem caminho de alta corrente.
* Componentes do sistema de tração e compartimento da bateria devem ser
protegidos de umidade, chuva ou poças. Classificação IP65 é recomendada.
* O isolamento deve ser apropriadas para temperatura máxima de 90 ºC. Fita
isolante ou tinta semelhante a borracha podem fazer parte do isolamento, mas
Circuito Elétrico não devem ser o único isolamento.
* Todos os fios e terminais devem ser dimensionados para a corrente contínua
que conduzirão, no qual, os componentes de tração deverão ser marcados com
sua bitola, classificação de temperatura e tensão de isolamento.
* Utilizar cor laranja em cabos de tração e cor diferente para comando.
12

* Configura-se 8 componentes em série responsáveis em abrir o circuito de força


Proteção de em decorrência de problemas elétricos, são eles: BMS, IMD (Dispositivo de
Distúrbios monitoramento de isolamento), BSPD (Dispositivo de plausibilidade do sistema
Elétricos de freio), Interruptor de Inércia, Intertravamento, Chave Geral, Botão Desliga e
Interruptor de Freio.
Fonte: Do autor (2021).

Outros dados e diretrizes que envolvem a competição da Fórmula SAE,


podem ser encontradas no regulamento fornecido pela SAE [12].

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como analisado ao longo do tópico anterior, os campeonatos e federações


não seguem estritamente os mesmos parâmetros, principalmente no âmbito de
veículos elétricos.
A proposta de regulamento para competições de kart elétrico, foi
estabelecida a partir das características e determinações das competições, como
chassi, dimensão e peso, transmissão, motor, bateria e controlador.
Foram extraídos os conteúdos das normas das competições e comparados
entre si, e os dados que convergem, além de levar como critério as indicações postas
pela Federação Internacional do Automóvel, foram utilizadas para confecção da
proposta inicial de regulamento.
As diretrizes da CIK-FIA serão empregadas igualmente como critério, pois
a tendência é que seja homologado um regulamento pela Federação, no qual, a
proposta de regulamento inicial deste trabalho já estará adequada aos termos,
conforme apresentado na tabela 8.

Tabela 8: Proposta Inicial de Regulamento Kart Elétrico.


Item Descrição Justificativa
* Potência máxima exigida de 20 kW (27,2 cv), * Potência e tensão máximas
com classificação IP65. Recomenda-se tensão orientadas pela CIK-FIA para
de 72 volts, variando conforme o projeto. competições de kart elétrico [5].

* Conexão entre motor e bateria somente * Motores CA exigem inversores


através de um controlador, como inversor de para converter energia CC das
Motor Elétrico frequência. baterias para CA.
* Modo de controle via Encoder. * Modo de controle com Encoder
proporciona melhor precisão de
velocidade e dinâmica do veículo.
natural, sem necessidade de
ventilação forçada.
13

* Obrigatória a regeneração de energia através * Permite maior autonomia ao


da inércia do motor. veículo, permitindo competir em
circuitos maiores ou utilizar maior
tempo em potência máxima.

* Recomenda-se modelo de motor síncrono de * O motor de ímã permanente


imãs permanentes. possuem alta eficiência (mais de
90%), melhor relação peso
potência que motores de indução,
alta fator de potência (cos (φ)>
0,95) e ampla faixa de velocidade
de regulação de rotação. Motor
utilizado tanto pela DEKM, tanto
pela BSR [13].

* Proibida a fixação em áreas de impacto, * Orientação de regulamento CIK-


como para-choques, somente sobre o chassi. FIA [5]. Diminui possível dano ao
componente em acidentes.

* Recomenda-se tecnologia de Íons de Lítio * Tecnologia que apresenta melhor


com aplicação de BMS. Proíbe-se utilização de densidade de armazenamento de
chumbo ácido. energia por peso, comparado a
chumbo ácido ou níquel-cadmio e
de fácil aplicação de BMS [14].

* Tensão máxima de 96 V, sendo variante * Tensão dentro de padrões de


Bateria conforme projeto. tensão de outros exemplares de
kart elétrico e utilizam esta faixa de
tensão em motores com potência
similar ao permitido pela CIK-FIA
[5][10].

* Somente um pack de bateria por kart. * Por alívio e equilíbrio de peso,


limitação de espaço físico,
capacidade satisfatória de
percorrer o trajeto com apenas um
pack de bateria, exclui-se o
segundo [10][15].

* Forneça suporte a comunicação CAN. Tenha * Controle de grandezas térmicas


controle de temperatura, sobre tensão e e elétricas para monitoramento de
corrente. Inverta o sentido de giro via segurança e garantir vida útil aos
hardware, com classificação IP65. equipamentos. Inversão de giro do
motor para sentido contrário
permitido pela CIK-FIA [4][5].

Controlador

* Refrigerado a ar e com dissipador instalado * Controlador exposto ao fluxo de


em sua base. ar natural, sem necessidade de
ventilação forçada.
14

* Conversor de corrente alternada para * Por ter maior disponibilidade de


corrente contínua, com entrada monofásica tomadas monofásicas em
(110/220 V) e aterramento. Potência e corrente autódromos, torna-se prático o
máximas de 3,7 kW e 16 ampères. carregador 2P+T.
* Tensão de saída máxima de 96 volts,
Carregador
conforme a especificação da bateria.
* Inclusão de LEDs indicadores de status do * Auxilia o operador ao interpretar
carregamento. o status de carga da bateria.

* Utilizar exclusivamente para cabos de tração * Cor utilizada em veículos


a coloração laranja. elétricos onde a tensão elétrica
exercida seja de alta tensão >60
Vdc [16].

* Em compartimentos do circuito de potência, * Importante sinalização para


deverá haver símbolos de advertência em indicar a equipe técnica ou piloto
relação a eletricidade, seguindo a ISO 7010. onde apresenta alta tensão
elétrica. Igualmente utilizado em
veículos elétricos [16].
Circuito
* Componentes do trem de força deverão * Deve suportar competições que
Elétrico
suportar umidade, chuva e jatos d'agua, com sejam disputados sobre ocorrência
classificação IP65. de chuva, com acúmulos de poça
d'agua.
* Todos os cabos e terminais de tração devem
ser marcados com sua seção, classificação de
temperatura e tensão de isolamento.
* Proibida a solda entre cabos do sistema de * Para evitar perdas elétricas e mal
tração, conexão apenas por conectores, contatos em soldas de potência,
terminais ou barramento. recomenda-se uso de conectores,
terminais ou barramento.

* Deve-se configurar em série com a chave * Em caso de emergência, o piloto


geral, uma botoeira de emergência (NF), BSPD poderá abrir o circuito de potência
e chave magnética acoplada ao piloto por um através de uma botoeira. O
cordão. dispositivo BSPD atuará se o
acelerador estiver danificado. Se
estiver injetando potência máxima
ao motor e o freio for acionado,
será aberto o circuito de potência.
A chave magnética irá desligar o
kart caso o piloto seja
Componentes arremessado para fora.
de Segurança * Luzes traseiras indicativas do status do * Auxilia pilotos a identificar
veículo. Em verde o veículo está em pleno problemas elétricos em outros
funcionamento, em amarelo ou luzes karts que possam lhe causar
desligadas, o veículo encontra-se em falha. danos e acidentes.

* Luz de freio em coloração vermelha. * Em momentos em que exigem


paradas bruscas, a luz de freio
poderá evitar colisões traseiras e
eliminações da prova por severa
danificação do kart.

* Deverá respeitar o regulamento oficial da * Parâmetros padrão para


Chassi CIK-FIA, dos grupos KZ1 e KZ2, artigo 2.4 [4]. homologação de chassi de um
kart. As medidas são exigidas
15

* Distância mínima e máxima de entre eixos de tanto para modelos elétricos,


101 a 107 cm. quanto para a combustão,
* Comprimento total máximo sem para- segunda a CIK-FIA [4][5].
choques de 182 cm.
* Largura total de 140 cm.

* Para termos de aumento de peso ou melhor


distribuição deste, é permitido a utilização de
blocos sólidos de no máximo 5 kg, fixados ao
chassi.
* O peso do conjunto piloto / kart deverá ser de * Peso mínimo exigido pela
no mínimo 183 kg. Confederação Brasileira de
Peso Automobilismo para kart em
categoria livre [17].

* Deverá respeitar o regulamento oficial da * Parâmetros padrão para


CIK-FIA, dos grupos KZ1 e KZ2, artigo 2.11 [4]. homologação de freios de um kart.
* Os freios devem ser hidráulicos e acionados As medidas são exigidas tanto
por ligação dupla entre pedal e bomba. para modelos elétricos, quanto
Freio para a combustão, segunda a CIK-
* O uso de freios dianteiros é proibido. FIA [4][5].

* O disco deve ser compostos obrigatoriamente


de aço, aço inoxidável ou ferro fundido.
* Acionamento da potência ao eixo traseiro * Parâmetros padrão para
apenas por meio de uma corrente ou cinto. homologação do sistema de tração
de um kart. As medidas são
* Proibido utilizar qualquer diferencial
exigidas tanto para modelos
Transmissão mecânico.
elétricos, quanto para a
* Obrigatório a proteção eficaz e completa na combustão, segunda a CIK-FIA
parte superior e em ambos os lados expostos [4][5].
da corrente ou cinto.
* Proíbe-se qualquer sistema de telemetria e * Parâmetros padrão para
comunicação via rádio entre piloto e equipe. homologação do sistema de
telemetria e registro de dados. As
Telemetria e medidas são exigidas tanto para
Registro de * Permitido sistema de coleta de informações modelos elétricos, quanto para a
Dados no veículo, tendo acesso a elas pelo display ou combustão, segunda a CIK-FIA
posteriormente a corrida. [4][5].

* Não permitido a recarga da bateria durante a* Curta duração de provas,


duração de uma mesma prova, podendo máximo de 20 minutos em média,
recarregar entre provas ou treinos. exigiria grande tempo para realizar
recargas.
* Na ocorrência de acidente e qualquer um dos * Aumenta a segurança do piloto e
componentes elétricos forem danificados, de outros participantes, evitando
poderá voltar para a corrida somente após contato com circuitos de potência
Durante a correção e inspeção da comissão técnica; e expostos.
Prova autorização, assim como avarias com cabos de
potência do circuito.

* Todas as equipes devem portar nos boxes * Extintores do tipo D atuam em


extintores do tipo D. eliminação de incêndio em
material utilizado em baterias de
Íons de Lítio.
Fonte: Do autor (2021).
16

Além disto, inseriu-se na proposta quesitos adicionais sobre o kartódromo


para disputa de campeonatos, incluindo itens como dimensão da pista, configuração
de curvas, proteções entre outros pontos, conforme apresentado na tabela 9.

Tabela 9: Requisitos para confecção do kartódromo.


Item Descrição Justificativa
* Comprimento mínimo e máximo de 800 e * Comprimento dentro do usual em
1700 metros, respectivamente. outras competições de kart elétrico
e condizente com o tempo estimado
de duração de provas, com cerca
de 20 minutos.

* Largura mínima e máxima de 7 e 12 metros, * Levando em consideração que a


respectivamente. largura máxima de um kart sem
para-choques é de 182 cm, estaria
de acordo para realizar
ultrapassagens em segurança e em
Dimensões da
entradas e saídas de curvas.
Pista
* Linha reta de largada/chegada de no * Ao iniciar a prova, a largada é um
mínimo 100 metros. momento crítico onde todos os
participantes estão próximos e
buscam ultrapassagens, com
necessidade maior de retas para
diminuir choques mecânicos e
acidentes.
* Ângulo entre acessos ao box e a pista, não * Diminui desaceleração brusca
deve exceder 30º. para entrada em boxes e melhor
campo de visão dos pilotos.
* Pavimentação de asfalto em toda a * Apresenta boa aderência em
extensão, incluindo qualquer perímetro que o pneus para performance e em
Superfície kart irá percorrer. comparação ao concreto, possui
valor menor para aplicação.

* Permitido o uso de colchoes de ar e * Diminui o impacto contra paredes


espumas, blocos de espumas e pilha de no e grades em uma saída de pista do
mínimo 3 pneus. kart.
* A pista deve ser delimitada ao longo de todo * Permite maior zona de
Barreiras de o seu comprimento em ambos os lados por escoamento, caso o veículo seja
Proteção bordas compactas tendo uma superfície deslocado da pista e tenha margem
plana. As margens devem estar livres de para retornar a corrida ou para em
detritos ou cascalho e área segura sem atingir barreiras.
deve ser coberto de grama ou solo
compactado em uma largura mínima
de 1 m.
* Distância mínima de 4 metros entre karts na * Devido ao acúmulo de karts, esta
largada. distância evitará acidentes no
momento da largada.
Outras
Observações * Inclinação máxima da pista em curvas em * Inclinação na pista, especialmente
2,5% da largura da pista. em saídas de retas, auxilia a
execução de curvas em velocidades
maiores.
Fonte: Do autor (2021).
17

As informações para propor os quesitos as serem seguidos em relação a


confecção do kartódromo, foram extraídas do regulamento oficial da CIK-FIA expostas
em [18] e [19].

4.1 KART ELÉTRICO – UNISATC.

Como citado no primeiro capítulo desse trabalho, a UniSATC apresentou


interesse no desenvolvimento de um modelo de kart elétrico, sendo que sua
construção já se encontra em estágio de protótipo, vindo a ser analisado nesse
trabalho para identificar os pontos que já se adequam ao regulamento proposto e
aqueles que eventualmente necessitaram de modificações futuras.
Abaixo é possível verificar as dimensões em centímetros do referido kart
elétrico e as ilustrações do atual estágio do protótipo produzido pelo Núcleo de
Mobilidade Elétrica, conforme as Figuras de 4 a 8.

Figura 4: Vista superior - Comprimento Kart Elétrico – UniSATC.

Fonte: Do autor (2021).

Figura 5: Vista lateral esquerda - Altura Kart Elétrico – UniSATC.

Fonte: Do autor (2021).


18

Figura 6: Vista frontal - Largura Kart Elétrico – UniSATC.

Fonte: Do autor (2021).

Figura 7: Protótipo Kart Elétrico – UniSATC.

Fonte: Do autor (2021).

Figura 8: Protótipo Kart Elétrico – UniSATC.

Fonte: Do autor (2021).

A maioria das recomendações de construção mecânica e de segurança


estão sendo considerados na construção do protótipo.
Igualmente, aspectos estruturais e de proteções do veículo já apresentam
homologação junto à Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), a qual segue
19

o regulamento proposto pela CIK-FIA. Os pontos de fixação de motor, bateria e


inversor são diretamente posicionados sobre seu chassi, sem inserção nos para-
choques, nem mesmo no interior da área de intrusão da carroceria, estando de acordo
com a norma exigida pela Federação Internacional [4] e [5].
Quanto à parte elétrica, a maioria das recomendações foram atendidas. A
tabela abaixo exibe parâmetros elétricos que convergem com a proposta de
normatização, além de apresentar aspectos que deverão ser adequados, conforme o
avanço do projeto.

Tabela 10: Características Kart Elétrico – UniSATC.


Item Descrição
* Potência máxima de 9,8 kW (13,3 cv) e tensão nominal de 38 volts, fabricante WEG.
Dentro dos limites recomendados pela CIK-FIA e do regulamento proposto [4] e [5].

* Apresenta controle via Encoder e refrigeração com fluxo natural de ar.


Motor Elétrico
* Diferente do recomendado, motor síncrono de imã permanente, utiliza-se
assíncrono de indução trifásico.

* Tensão nominal de 59 volts e 93 Ah, convergindo com o regulamento proposto e


pela indicação da CIK-FIA [4] e [5].

* Composição de células de bateria de Íons de Lítio e apresenta em sua configuração


Bateria o dispositivo BMS.

* Somente um pack de bateria no veículo.

* Utiliza inversor de frequência modelo CVW300 da fabricante WEG. Possui controle


de temperatura, corrente, tensão, suporte a comunicação CAN e inverte o giro do
Controlador motor via hardware, com classificação IP65. Refrigeração a ar e não possui dissipador
acoplado a sua base.

* Cabos de força dimensionados conforme requisita o inversor de frequência, com


seção de 95 mm² entre bateria e o controlador e 70 mm² para circuito trifásico no
Circuito motor. No entanto, não apresenta coloração laranja conforme recomenda-se na
Elétrico proposta inicial de regulamento.

* Não possui sistema de iluminação indicativa do status do veículo, igualmente para


luzes de freio.

Componentes
* Possui como alternativa ao piloto para abrir o circuito de potência dois componentes
de Segurança
em série, chave geral e botoeira de emergência.

* De acordo com o exigido pela CIK-FIA, não apresenta qualquer sistema de


Telemetria telemetria ou comunicação via rádio, apenas sistema de coleta de dados via inversor
de frequência.
Fonte: Do autor (2021).
20

Logo, expostas algumas características do kart elétrico confeccionado pela


UniSATC, observa-se que a maior parte dos parâmetros já atendem às orientações
da proposta inicial de regulamento deste trabalho. No entanto, alguns pontos como a
proteção de correia, dissipador de calor acoplado base do inversor, não apresenta
coloração laranja em cabos de força do circuito e não possui sistema de iluminação
indicativa de status e freio, além da inexistência de símbolos de advertência em
relação a eletricidade, seguindo a ISO 7010, estão em desacordo com a normatização
sugerida.
Proteção da correia, iluminação e símbolos de advertência não estão
dispostos ao veículo no momento, pois por tratar-se ainda de um protótipo, serão
instalados nas próximas etapas do projeto.
Salienta-se que a aplicação do dissipador de calor necessitará de testes de
eficiência na perda de temperatura durante corridas, pois o mesmo não foi instalado
para redução de peso.

5. CONCLUSÃO

As competições automotoras envolvendo tração elétrica apresentam-se


como valioso centro de desenvolvimento de tecnologia para veículos elétricos, assim
como decorreu-se ao longo do século XX com veículos a combustão.
Nos próximos anos, a disseminação de competições envolvendo kart
elétrico no Brasil, requer regulamentos oficiais que indiquem pontos importantes em
termos técnicos e de segurança, o qual trarão maior confiabilidade na construção e
na segurança dos veículos, além de proporcionar competitividade entre pilotos.
A metodologia aplicada obteve caráter de pesquisa exploratória, com busca
de competições e eventos esportivos onde se obteve análise de regras e
regulamentos, abrangendo desde potência e tecnologia de motores elétricos, modelo
de baterias e controladores até sistemas de segurança contra surtos e falhas elétricas
introduzidos no veículo.
Por fim, o estudo expôs parâmetros utilizados por federações e principais
competições envolvendo kart elétrico extraindo-se deles critérios, após uma análise
acurada, para, então, apresentar uma proposta de normatização, a fim de contribuir
com o debate e formulação de um regulamento nacional que sirva para as
21

homologações de modelos elétricos de kart no Brasil, que, até então, não conta com
nenhuma norma oficial nacional.

REFERÊNCIAS

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sponível em: https://www.piscodeluz.org/desenvolvimento-
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a-bmw-levou-um-motor-2-0-a-620-cv-e-50-de-eficiencia-
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v. 14, n. 12, p. 30-32, 1 dez. 2019. Institution of Engineering and Technology
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[4]. FIA. KARTING TECHNICAL REGULATIONS. Disponível em:


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22

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[19]. CIK-FIA. CONSTRUCTION SPECIFICATIONS. Disponível em:


https://www.fiakarting.com/page/construction-specifications. Acesso em: 30
nov. 2021.

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