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30/06/2020
Fabiano Veliq
Percebemos que no final desse falatório vai acabar numa distinção obscura entre
um verdadeiro verdadeiro absoluto e um verdadeiro ordinario; e vemos também
que o obsoluto e o conhecer são palavras que pressupõe uma significação; e que
há que se esforçar para adquiri-la primeiro.
Neste ponto, tanto faz se a ciência e representada pela aparencia que entra em
cena o outro lado do saber, ou dar nome de "aparecer da ciência" a esses outros
saberes nao verdadeiros. Por essa asservação, a ciência descreveria seu ser
como sua força; mas o saber não verdadeiro apela também para o fato de que ele
é, e assevera que, para ele ciencia não é nada.
Já que está exposição tem por objetivo exclusivamente o saber fenomenal, não se
mostra ainda como ciência livre, movendo-se em sua forma peculiar. É possivel
porém torná-la, desse ponto de vista, como o caminho da da consciência natural
que abre passagem rumo ao verdadeiro saber.
A consciência natural tem geralmente uma visão unilateral assim, sobre este
movimento. Um saber que faz dessa unilateralidade a sua essência, é uma das
figuras de consciência imperfeita, que ocorre no curso do itinerario e que ali se
apresentará. Pórem o nada, tomando só como o nada daquilo donde procede só é
de fato o resultado verdadeiro: é assim um nada determinado e tem um conceito.
O saber tem sua meta fixada tão necessariamente quanto a série do processo. A
meta está ali onde o saber não necessita ir além de si mesmo, onde a si mesmo
se encontra, onde o conceito corresponde ao objeto e o objeto ao conceito.
Assim, o processo em direção a essa meta não pode ser detido, e não se satisfaz
com nenhuma estação precedente. O que está restrito a uma vida natural não
pode por si mesmo ir além de seu ser aí imediato, mas é expulso para fora dali por
um Outro: esse ser-arrancado para fora é sua morte.
Nós porém distinguimos desse ser para um outro o ser em si; o que é relacionado
com o saber também se distingue dele e se põe como essente, mesmo fora dessa
relação: o lado desse Em si chama-se verdade.
Para a consciência, esse Outro não é somente para ela, mas é também fora dessa
relação, ou seja, é em si: o momento da verdade. Assim, no que a consciência
declara dentro de si como o Em si ou o verdadeiro, temos o padrão que ela
mesma estabelece para medir o seu saber.
O objeto parece, de fato, para a consciência, ser somente tal como ela o conhece.
O exame se baseia sobre essa distinção que é uma distinção dada. Caso os dois
momentos não se correspondam nessa comparação, parece que a consciência
deva então mudar o seu saber para adequá-lo ao objeto.
Quando descobre portanto a consciência em seu objeto que o seu saber não lhe
corresponde, tampouco o objeto se mantém firme. Quer dizer, a medida do exame
se modifica quando o objeto, cujo padrão deveria ser, fica reprovado no exame.
Vemos que a consciência tem agora dois objetos: um, o primeiro Em si; o
segundo, o ser para ela desse Em si. Esse último parece, de início, apenas a
reflexão da consciência sobre si mesma: uma representação não de um objeto,
mas apenas de seu saber do primeiro objeto.
Uma certeza sensível efetiva não é apenas essa pura imediatez, mas é um
exemplo da mesma. Entre as diferenças sem conta que ali se evidenciam,
achamos em toda a parte a diferença-capital, a saber: que nessa certeza
ressaltam logo para fora do puro ser os dois estes já mencionados: um este, como
Eu, e um este como objeto.
Anotamos por escrito essa verdade; uma verdade nada perde por ser anotada,
nem tampouco porque a guardamos. Vejamos de novo, agora, neste meio-dia, a
verdade anotada; devemos dizer, então, que se tornou vazia.
O agora mesmo, bem que se mantém, mas como um agora que não é noite.
Também em relação ao dia que é agora, ele se mantém como um agora que não
é dia, ou seja, mantém-se como um negativo em geral.
Com isso, o agora é tão simples ainda como antes: agora; e nessa simplicidade
é indiferente àquilo que se joga em torno dele. Como o dia e a noite não são o seu
ser, assim também ele não é o dia e a noite; não é afetado por esse seu ser Outro.
Com isso, não nos representamos, de certo, o isto universal ou o ser em geral,
mas enunciamos o universal; ou por outra, não falamos pura e simplesmente tal
como nós o "visamos" na certeza sensível.
Por isso, não é o que "visamos" como ser, mas é o ser com a determinação de
ser a abstração ou o puro universal. Nosso "visar", para o qual o verdadeiro da
certeza sensível não é o universal, é tudo quanto resta frente a esses aqui e agora
vazios e indiferentes.
Com isso chegamos a esse resultado de pôr como essência da própria certeza
sensível o seu todo, e não mais apenas um momento seu - como ocorria nos dois
casos em que sua realidade tinha de ser primeiro o objeto oposto ao Eu, e depois
o Eu. Assim, é só a certeza sensível toda que se mantém em si como imediatez, e
por isso exclui de si toda oposição que ocorria precedentemente.
A verdade dessa imediatez se mantém como relação que fica igual a si mesma,
que entre o Eu e o objeto não faz distinção alguma de essencialidade e
inessencialidade; por isso também nela em geral não pode penetrar nenhuma
diferença.
Temos de fazer que nos indique, pois a verdade dessa relação imediata é a
verdade desse Eu, que se restringe a um agora ou a um aqui. A verdade desse Eu
não teria a mínima significação se a captássemos posteriormente ou se
ficássemos distante dela; pois lhe teríamos suprassumido a imediatez que lhe é
essencial.
O agora e o indicar do agora são assim constituídos que nem o agora nem o
indicar do agora são um Simples imediato, e sim um movimento que contém
momentos diversos. Põe-se este, mas é um Outro que é posto, ou seja, o este é
suprassumido.
O aqui que deveria ser indicado desvanece em outros aquis; mas esses
desvanecem igualmente. O indicado, o retido, o permanente, é um este negativo,
que só é tal porque os aquis são tomados como devem ser, mas nisso se
suprassumem, constituindo um complexo simples de muitos aquis.
A consciência natural por esse motivo atinge sempre esse resultado, que nela é o
verdadeiro, e disso faz experiência; mas torna sempre a esquecê-lo também, e
começa de novo o movimento desde o início.
De fato, o iniciado nesses mistérios não só chega à dúvida do ser das coisas
sensíveis, mas até ao seu desespero. O iniciado, consuma, de uma parte, o
aniquilamento dessas coisas, e, de outra, vê-las consumarem seu aniquilamento.
Nem mesmo os animais estão excluídos dessa sabedoria, mas antes, se mostram
iniciados no seu mais profundo; pois não ficam diante das coisas sensíveis como
em si essentes, mas desesperando dessa realidade, e na plena certeza de seu
nada, as agarram sem mais e as consomem.
Quando o que se diz de uma coisa é apenas que é uma coisa efetiva, um objeto
externo, então ela é enunciada somente como o que há de mais universal, e com
isso se enuncia mais sua igualdade que sua diferença com todas as outras.
Referência bibliográfica