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Metodos pam
ATalTse deAlimetos
INCT CIENCIAANMAL
2a Edição
Métodos para Análise de
Alimentos
2 edição
Organizadores
Edenio Detmann
Luiz Fernando Costa e Silva
Gabriel Cipriano Rocha
Malber Nathan Nobre Palma
João Paulo Pacheco Rodrigues
2021
INCT Ciência Aninmal
Diagramação e Montagem:
Edson Agostinho Pereira: 31 3612-4623
2
Métodos para Análise de Alimentos-2" Edição
2 ediçãoo
Organizadores
Edenio Detmann Luiz Fernando Costa e Silva
Zootecnista, M.Sc., D.Sc Zootecnista, M.Sc., D.Sc.
Professor Titular, DZO-UFV Research Manager
Pesquisador 1A do CNPq Alltech
Pesquisador do INCT-Ciência Animal
2021
3
INCT Cência Animal
"But man does not limit himselfto seeing; he thinks and insists on learning the
meaning of the phenomena whose existence has been revealed to him by
observarion. So. he reasons, compares facts, puts questions on them, and by the
answers which he extracts, test one by another. This sort ofcontrol, by means of
reasoning andfacts, is what constitutes experiment, properly speaking; and it is
the nature of things outside us.
In the philosophic sense, observation shows, and experimemt teaches."
Claude Bernard
(1813-1878)
Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
Prefácio
(Primeira Edição)
Após um "longo e tenebroso inverno", Conseguimos
disponibilizar a primeira edição dos Métodos para Análise de Alimentos
do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ciência Animal (INCT
CA).
Durante o estabelecimento do INCT-CA definiu-se como uma
um futuro
próximo, desejamos que isto não seja mais do que história, pois
almejamos a avaliação científica/empírica de tudo o quanto aqui se expõe,
além da expansão do domínio de métodos abordados e divulgados.
Desta forma, estabelece-se claramente que esta primeira versão
constitui somente um chamamento usuários da análise de alimentos.
aos
Os Organizadores
6
N
Prefácio
(Segunda Edição)
Após quase dez anos, não sem muito trabalho, conseguimos
instituições brasileiras.
Nesses casos,
métodos empíricos, os quais definem os resultados per si.
7
N
INCT Ciencia Animal Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
seguir uma
linguagem comum é fundamental para que
conversar entre nós e
possamos
projetar algo maior que a simples soma das Agradecimentos
partes.
Esperamos que a revisão e ampliação da primeira
ediço possa Ao Instituto Nacional de Ciência
abranger algo maior do que fizemos há nove anos. No e
Tecnologia de Ciência
entanto, as críticas
esugestões continuam bem vindas para que, em uma terceira Animal (NCT-CA), pelo suporte financeiro e físico dado para a
edição,
possamos nos
aproximar ainda mais do elaboração dos estudos, das reuniões de trabalho e para a
execução de
objetivo de uma
linguagem
comum. ações que culminaram com a feitura deste manual.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e
realizado.
Ao Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de
Viçosa, por ceder suas instalações para realização de grande parte dos
testes laboratoriais necessários para ajustamento de métodos de análise de
alimentos.
As instituições componentes da Rede de Avaliações de
Edição
que culminaram nesse manual. Nossos enos nos mostraram a necessidade Codificação INCT-Ciência Animal
de encontrar um caminho conum. Esse foi nosso grande estorço e nossa
Campo X
Muito Obrigado! Estabelece qual a área em que o método específico se enquadra
10 11
INCT Cineii Anima Métodos para Análise de Alimentos - 2"
Edição
Campo
Sumário
Estabelece o número do método dentro de cada
área para Capítulo Tema
INCT-CA.
o
Página
1 Obtenção e processamento de amostras 15
Campo Z **************
8 Amido... ** * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 173
10 Lignina .******************************************************
. 203
231
11 Fibra indigestível. ****************************** *********
249
12 Solução mineral ***************"°***********"**************
259
13 Fóstoroinorgânicototal. ******* *** ****°**
*********
269
14 Cromo..
L. 285
15 Nitrogênio amoniacal em tluidos biológicos..
301
16 Titânio .
Digestibilidade n vitro da maténa seca para
17 * * * * * * * * * ° * * * * * * * * * * * * * *
313
ru ntes .
2 13
Métodos para Análise de Alimentos-2" Ediçäão
Capítulo 1
Em termos inferir
Nesse sentido, os alimentos devem ser submetidos a análises gerais. significa tirar conclusão. Estatisticamente, a
(Van Soest. 1967). à indústria sistemas de população é dividida. Assim, em termos gerais. a população constitui
e aos
produção.
Para controlar a qualidade dos alimentos e o todo, sendo a amostra uma fração deste. Para a realizaçio segura do
aceitação dentro de
limites satisfatórios, torna-se importante monitorar as processo de inferència faz-se necessárno que a fração (amostra) seja
características
das matérias-primas. ingredientes, dietas e alimentos um representante fidedigno de todas as caracteristicas do todo. pois
processados.
Isso pode ser feito através da avaliação de todos os alimentos ou isso possibilita que. ao entendermos a fração. podemos concluir (i.e..
ingredientes de um lote específico, o que, no entanto, além de inferir) sobre o todo. Em estatistica, chamamos essa caracteristica de
impraticável. inviabilizaria sua utilização posterior. Assim, o caminho representatividade. Por sua vez, a representatividade. em análise de
factível consiste em selecionar uma porção do produto total e assumir alimentos, é denominada de integridade de analito. a qual. portanto.
que a qualidade da porção selecionada é representativa de todo o lote indica a qualidade da amostra tomada do todo.
(Proctor & Meullenet. 1998). Esse procedimento é denominado de O termo populaçio, em análise de alinentos, não faz muito
amostragem. sentido, u a vez que nem sempre desejamos inferir sobre todo o milho
Assim, por definição, ou tarelo de soja existentes, mas apenas sobre lotes especiticos
a amostragem é o conjunto de operações
com quais obiém, do material estudo, utilizados determinado momento e/ou local. Assim,
os se em uma porção dquiridos ou em
relativamente pequena, de tamanho apropriado para o trabalho no o "todo" em análise de alimentos constitui um conceito populacional
laboratório, mas que ao mesmo tempo represente corretamente todo o mais restrito, sendo denominalo de unidade
de decisão, a qual
conjunto da amostra (Cecchi, 2003). partir do qual uma amostra é coletada e ao qual
representa o ateral a
A resultante do processo de amostrugem de alinentos uma interencia deve ser projetada. A unidade de decisão pode ser
17
INCT Cn ii Animal todas para Ariip d Aiimernting
fri
veres,
onstituida por uma carrcta de gråo ou farelo, um silo, a enreçio feal desavisadamente, ohserv.amos resultados
que julgamos nO
total de um animal. um lote de feno, um piquete solb pastejo, cte. Condizentes e.
instintivamente, qualificamos como resultante
os
de
Nesse contexto, o processo de amostragem de alimentos se crros no método de análise
(e.g.. imprecisio do analista.
resume em tomar uma parte da unidade de decisão que preserve a no
"problemas"
cquipamento elou reagentes). Contudo, erro
global de estimaçã0
o
integridade de analito. ou seja. que preserve a earacterística ou representa mais do que isso. pois possun dois
componentes distintos
concentração do objeto de interesse como encontrada na unidade de (Figura 1.). O primeiro componente e. infelizmente.
algumas vezes
decisão. julgado como único, é o erro analitico total.
que representa a soma
Contudo. o conccito de amostra em análise de alimentos de todas asinterferèncias geradas pelo método de análise em sie todos
possui algumas diferenças marcantes em relação ao que ocorre na os elementos envoltos em sua
aplicaçio (e.g.. preparo de reagentes.
estatística. Em muitas situaçõces de análise de dados, as amostras manutenção e operação de
equipamentos; treinamento, pericia e zelo
finitos que, devido tratamento do analista).
produzem conjuntos numéricos após o
matemático/probabilístico. produzem os elementos que suportam a Todavia. o erro global de estimação é também atetado pelo
inferéncia. No entanto, na análise de alimentos a amostragem não é erro total de amostragem (Figura 1.),
qual representa o erro
o
estática como na simples avaliação de dados. O processo de cometido durante qualquer estidio da
reduçào de massa que causa
amostragem em análise de alimentos é dinâmico e formado por desvios na
integridade de analito da amostra avaliada em relaçdo à
diversas instáncias, iniciando-se na unidade de decisão e terminando unidade de decisdo. Com grande
probabiliukade, o erro total de
no momento da análise em si. Cada ctapa é crucial para manutenção amostragem intluencia mais o erro global de estimaçdo do que o erro
de imputar diferentes erros sobre analitico total. Dois
da integridade de analito e passível prineipais moüvos suportam tal atirmativa. Em
o resultado final. primeiro lugar, o erro total de amostragem representa um processo
Quando obtemos um resultado em laboratório, esse vemn
continuo composto por várias etapus, as individualmente, erros
quais,
a
acompanhado de um erro global de estimação, que representa poem ser cometidos e. consequentemente. propagados (Figura l.2).
divergéncia entre o valor da característica ou concentração expresso m segunko lugar, os erus de anwstragem são, em sua grande
amostra e o valor real concernente à unidade de decisdo, Muitas iwr, uegligenciaules e. por isso, polem agir silenciosamente sobre
pcla
J8
INCT Ciência Animal Meodos pra Analise de
Alimentos 2" Ediçio
o ero
global de
estimação. Se um ero analitico ocorrer.
podemos
repetir a anáise. Se um ero de
amostragem ocorrer, na maioria Erro Global de
massiva dos casos, não há retorno,
pois as unidades de decisão ficar:am
Estimação
no
passado e não há como re-amostrá-las.
Dessa forma. o conceito de amostra
representativa em análise
de alimentos é essencial e, em si, Erro Total de Erro Analitico
plural, pois percorre dinamicamente
um
processo longo e melindroso a fim de preservar Amostragem Total
a
integridade de
analito.
A primeira instância do processo de
amostragem resulta na
amostra primária, Erros devidos a Erros não devidos a
qual é
formmada por diferentes incrementos
a
processos de seleção processos de seleção
tomados da unidade decisão de acordo
com um
protocolo
de
amostragem. Por
definição, um incremento é a porção individual de
material coletada por uma
operação de amostragem simples que, emn Figura 1.1. Erro global de estimação e seus
componentes (Adaptado
conjunto, compõem a amostra primária. Por exemplo, em uma carreta de AAFC0, 2015; 2018).
de grãos, o incremento representa cada ponto de amostragem de um
calador de Comumente, a amostra primána possui massa superior
parede dupla. A amostra formada por todos de
ao
os
pontos necessário para envio ao laboratório. Nesse ponto introduzimos dois
amostragem constitui a amostra primária. O mesmo raciocínio é feito conceitos. Primeiro, o de amostra laboratorial, que representa
para pontos de amostragem em uma fatia de um silo ou em amostras o
20
21
INCT Ciência Animal Mélodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
A amostra laboratorial nem sempre poOssui características que Resultado da Análise Erro Analitico
a habilitam à análise. Assim, a mesma deve passar por
processamento
físico (i.e., secagem parcial e/ou
moagem) que a adeque para a análise.
Desse processo,
Porção Teste
produzimos a amostra analítica.
A amostra analítica, por sua vez, fornecerá pequenas alíquotas
que serão submetidas à análise Amostra Analítica
em si, asquais são denominadas de
porções teste. No momento em que uma porção teste é selecionada
ser cometidos os
quais comprometerão a integridade de analito, o
processo de inferência e a confiabilidade dos resultados. Logo, atribuir
Unidade de Decisão
aos erros analíticos a ampla responsabilidade por resultados julgados
como não condizentes pode ser uma atitude não tão racional assim. Figura 1.2. Fluxograma de influência de erros e da realização de
inferência em análise de alimentos (setas azuis indicam a
realização de inferência; setas vermelhas constituem ação
de erros de amostragem, a seta negra indica a
interterência causada por erros na análise em si).
22 23
Mélodos para Análise de
INCT Ciencia Animal Alimentos - 2" Edição
n a amostra
discutido. Amostras replicadas significam frações de uma amostra composta. Nesse cas0, OS incrementos (e.g.. pontos
colcta cm uma carreta de
tomadas sob condições comparáveis em qualquer ponto do pucesso farelo) devem ser
equivalentes; ou seja.
devem apresentar o mesmo
de amostragem. Esse conceito é comumente aplicado em duas peso na
formação da amostra
composta
instancias área de
i.C., a amostra primária).
em nossa
atuação. Primeiro, quando envia-se uma
amostra laboratorial, é prudente Contudo, a formação de amostras compostas nem
que uma contra-prova seja sempre
armazenada no local de origem. para os casos de perda da amostra segue esses preceitos. Um
exemplo simples pode ser construído a
laboratorial no transporte ou contestação dos resultados obtidos. Em partir da coleta fecal de ruminantes
experimentos
em de metabolismo.
segundo lugar. quando realizamos repetições em laboratório, Caso procedamos à coleta fecal pontual (i.e. amostras grab, tomadas
em
pressupõe-se que cada porção teste represente uma amostra replicada pequenas frações em momentos especificos). nossa amostra
da amostra analítica. composta deverá ser equivalente à cada coleta (nesse caso,
O conceito adicional final de amostra é o de amostra comumente, a amostra composta será formada por massa iguais de
composta, o qual constitui aquela amostra que, em qualquer instância amostra seca ao ar tomadas em cada tempo de amostragem). Por outro
do processo de amostragem, é obtida pela mistura de amostras antes lado, caso realizemos coletas totais de fezes durante três ou mais dias,
da análise si, objetivos de eficiência analítica a amostra composta será formada por alíquotas proporcionais a cada
em com ampliar a (i.e.,
reduzir custos ou o número de procedimentos analíticos). A dia. Em outras palavras, para os dias de maior exereção, a alíquota
interpretação incorreta do conceito de amostra composta constitui componente da amostra composta deverá ter maior peso na amostra
algumas vezes um comprometimento primordial do processo de final. Isso éé o que denominamos de amostra composta proporcional
inferência, sobretudo quando sua aplicação compromete o conceito de aos seus incrementos.
unidade experimental. Isso não deve ocorrer e atenção deve ser Considerando que a amostragem constitui processo contínuo
dirigida a isso. com múltiplos estádios. os erros se manifestarão de forma plural
Dessa forma, o conceito de amostra composta deve ser durante sua execuç+o. De tornma geral. os erros de amostragem se
aplicado corretamente. Com um raciocínio simples, entendemos que enquadrarão em dois grupos principais: serão ou não causados por
uma amostra primária, ao ser formada por incrementos, compreende processos de seleção de elementos (Figura 1.1).
24
INCT Ci nia Animal
Mctodos para Analise de iunentos c
Por definição, elementos são os componentes indivicduais quc
formam um dado material. podendo ser
Erros devidos|
gràos ou partículas para |a processos de
materiais sólidos. moléculas para materiais
líquidos ou uma mistura
seleção
de ambos para materiais
pastosos. Os materiais podem ser
Erros
classificados como materiais de elementos finitos Erros
ou infinitos. Os Aleatórios Sistemáticos
primeiros são formados por elementos que podem ser identificados e
selecionados individualmente ao acaso, como o caso de lotes de grãos Erro Erro por
integrais ou frutos. Os segundos, por sua vez, sâo formados por fundamental delimitação del
de
elementos que näo podem ser identificados e selecionados incremento
amostragem
individualmente ao acaso, como o caso de farelos, materiais em pó ou Erro por
material líquido, como óleos e outros líquidos (e.g., leite, urina, Erro por extração de
agrupamento incremento
melaço líquido). e segregação
A partir dessas definições, estabelece-se que os erros Erro na
associados a processos de seleção decorrem de equívocos ou ponderação de
incrementos
influências na retirada dos elementos de um material. Esses erros
Figura 1.3. Erros de amostragem devidos a processos de seleção e
podem ocorrer de forma aleatória ou sistemática (Figura 1.3). seus componentes (Adaptado de AAFCO. 2018).
26 27
1étodos para Análise de
Al1mentes-2 Edi
ometido no ineremento honogeneos. Uma mistura concentrada contendo farelos e grios inteios
ou
ponçåo teste que v poccdeu, Como såo
caractenisticos de cada avaliação, apereepydo do emo aleatório é dada por ou uma
silagem de milho possuem alta heterngeneidade de composição,
medidas de variabilidade (c.g.. variância pois seus clementos variam muito entre si.
amostral). Quanto maior o eo
aleatório, menor será a precisão do Adicionalmente, existe a heterngeneidade de distribuição. a
processo ou da análise.
Por outro lado, os emos sistemáticos qual se origina da distribuição não-aleatóra (embora incorra em erro
se manifestam de forma
constante sobre incrementos, anmostras alcatório) espacial e/ou temporal dos elementos dentro de uma unidade
e porções teste, fazendo com que
todos os resultados obtidos de decisão. A
se
desloquem em mesmo sentido e módulo heterogeneidade de distribuição espacial ocorme, por
em relação à característica ou à concentração real. Esse deslocamento é exemplo, quando transporta-se uma carga de gräos ou farelos em caretas.
também denominado viés. Em boa Com a trepidação durante o transporte, diferentes estratos horizontais são
parte dos casos, os erros sistemáticos
possuem causa conhecida. o que pemite que sejam corigidos com
fomados. Partículas menores e mais densas se concentram na parte
reinamento, boas práticas ou, em último caso, por intermédio de fatores inferior da carga. ao passo que particulas maiores e menos densas
de começão. Contudo, a
questão parece complicada em
ser mais predominam no estrato superior. Com a estratificação horizontal. produz-
amostragem. pois equívocos nos procedimentos dependem imensamente se uma heterogeneidade de distribuição vertical. Por outro lado. a
do fator humano, o
qual nem sempre reconhece a realização de práticas heterogeneidade de distribuição temporal ocome. por exemplo, com o
28
Métodos para Análise de
INCT Ciência Animal Alimentos -
2" Edição
O
segundo erro aleatório apresentado na Figura 1.3 é o erro
de composição da unidade de decisâo. Sua descrição quantitativa, dada
por
por intermédio de uma variância amostral, < (AAFCO, 2015; 2018): agrupamento e segregação, o qual decorre da
heterogeneidade de
distribuição dos elementos na unidade de decisão. De fornma
simplificada,
SEFA
HCxd sua
descrição quantitativa é dada por (AAFCO, 2018):
m
adotadas no processo de amostragem em uma unidade de decisão. A aplicabilidade direta a ser retirada da
equação acima é: quanto
Primeiro, quanto maior a heterogeneidade de composição, maior será o maior a heterogeneidade de distribuição, maior deve ser o número de
ero aleatório passível de ocorrer. Para que um controle seja feito, duas- incrementos que comporão a amostra primária.
decisões podem ser tomadas. Primeiro, aumentar a massa de cada Os erros sistemáticos ligados a processos de seleção (Figura 1.3)
incremento na formação da amostra primária. Segundo, reduzir o podem ocorrer em três instâncias distintas, embora não haja pleno consenso
diâmetro dos elementos. Essa segunda medida nem sempre é possível na na literatura. A
primeira instância é denominada de erro na ponderação
prática, pois nem sempre é possível processar mecanicamente o material de incrementos, o qual resulta do uso de incrementos desproporcionais
antes da amostragem. A lógica dessa relação nos diz que seria mais (em massa ou volume) em relação a sua verdadeira importância em umna
adequado amostrar o milho moído em relação ao milho em gro. Se for amostra primária ou composta. A segunda instäncia é denominada de erro
factível, beneficios seriam obtidos em relação à precisão. Contudo, essa por extração de incremento, o qual resulta de remoção imprópria de um
equação nos será muito útil para justificar a aplicação do processamento incremento, resultando em perda de material durante a remoção. Por
mecânico ie., moagem) para formação de amostras analíticas e porções dtümo, temos o erro por delimitação de incremento, que é causado,
teste, o que veremos em um momento posterior deste Capítulo. principalmente, do uso de instnumentos de amostragem inadequados para a
situação em questão. Exemplos podem ser verificados em AAFC0 (2018).
30 31
INCT Cincia Aninat Métodos para Análise de Alimentos 2 Edição
de moinhos indevidamente
Por outro lado. todos os emos de limpos (ou não limpos) entre
amostragem que não cstão uma moagem e
assaciados outra.
a
praxessos de
seleção são de natureza sistenmática (Figura 1.4).
O primeiro desses é o erro de
integridade de analito, o qual resulta de
mudanças de concentração ou em características da amostra durante o Erros não devidos a
processos|
de seleão
processo de amostragem. Na nossa área de atuação a ocomência desse erro CEros sistemáticos)
é comum durante o
processanmento físico da amostra, notadamente durante
a
redução parcial da umidade de amostras. O uso de temperaturas
inadequadas (i.e., excessivamente altas) ou ambientes de secagem Erro por material estranho
32
33
Mélodos para Análise de Alimentos 2"
INCT Cincia Animal -
Edição
mecânico das amostras. Moinhos mal conservados levam à perda de fração de material mofado. Durante o uso da silagem. possivelmente esse
material por trestas durante a moagem, a qual pode comprometer a
pequeno "pedaço" será desprezado. Por que inclui-lo na amostra?
integridade de analito. Por outro lado, processos de moagem mal Um aspecto final dos problemas associados à amostragem foi
principalmente pelo uso de tempo aquém do necessário, com devidamente abordado pela AAFCO (2015: 2018):
conduzidos os denominados
o aproveitamento apenas do material moído nos primeiros minutos, blunders. Esses correspondem a equívocos ou, algumas vezes. acidentes
heterogeneidades de composição causadas por características químicas. amostragem, devendo ser prevenidos ao máximo com o devido preparo e
Por fim, temos o erro por material estranho. Durante a retirada atenção do amostrador/analista e com cuidados em todos os procedimentos
de uma amostra é comum encontrarmos materiais estranhos que não Sua ocorência, pode, algumas vezes. comprometer todo o processo,
pertencem naturalmente à unidade de decisão. Esses materiais são levando à necessidade, se possível. de se repetir todo o processo de
entanto, ao permitir que o mesmo componha, por exemplo, uma amostra ocoTe sobre a integridade de evidencia Essa representa a segurança que
primária, sua participação na amostra será indevida e exagerada, nenhuma evidência tenha sido perdida ou comprometida desde o processo
comprometendo a integridade de analito da mesma. Como exemplo, de amostragem até a obtenção de resultados analíticos. A integridade de
suponhamos que você esteja amostrando um silo trincheira. De frente para evidência possui ampla relação com aspectos éticos ou legais da análise de
a fatia, você se depara com um pequeno nicho de material mofado. Esse alimentos e sua aplicação busca assegurar a integridade da amostra desde
a
pequeno nicho não tem representatividade no silo. Contudo, caso você o numérica do resultado
construção de u a amostra primára até a expressão
34 35
Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
final AARO, 2015). Como resultados Wagner, 2015: Wagner & Ramsey. 2015). O primeiro conhecimento será
os
podem ser usados para
diferentes fins. conceito de acerca das
propriedades do material amostrado quanto à
o
integridade de evidência pode variar em
a ser sua
primas produtos
e finais: tomamos amostras de sacos, carretas, silos amostragem capaz de preservar a representatividade da amostra. Contudo,
36 37
NC7iia Animal Métodos para Análise de Alimentos
- 2" Edição
quais paiem ou nãocomer enm conjunto (e, nonnalhmente, em A desidratação parcial da amostra laboratorial
sequência): possui alguns
desidratação parcial. também denominada de objetivos centrais. Em primeiro Iugar. parte das amostras laboratoriais
"pné-sceagem", e
processamento mecânico. também denominado de possuem teor de umidade elevado, o que facilitaria sua deterioração e.
moagem.
consequentemente, comprometeria a integridade de analito. Esse
pertil de amostras laboratoriais é comumente observado para
Confiabilldade
Representatlvidade forragens in natura, silagens. digestas. material fecal, etc. A
CQA TA PA
manutenço da amostra sob congelamento. Contudo. esse manejo gera
outro inconveniente, que surge da necessidade de contínuos ciclos de
Erro
ser tomadas para realização de algum procedimento analítico.
Materiais com teor de umidade inferior a 15%, normalmente, não
Wagner & Ramsey (2015). A direção das selas coloridas existem processos de
moagem por corte ou por impacto. Obviamente,
indicaaumento no critério indicado.
natura, como a moagem criogênica, na qual
moagem de materiais in
38 39
iNCT Ciëncia Anial
Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
material congelado a
baixíssimas temperaturas passa a
adquirir ntegridade de analito em comparação à secagem por frio (Ribeiro et
resistência fisica suficiente para o
processamento mecânico. Contudo, al., 2001; Pelletier et al., 2010;.Jacobs et al.. 2011: Morris et al. 2019).
entende-se que tais casos constituem
exceções nas rotinas Esse comprometimento na integridade de analito ocorre,
laboratoriais. Assim. a
desidratação parcial atribui resistência ffsica normalmente, por duas vias: volatilização e reações não enzimáicas.
que habilita a amostra laboratorial ao
processamento mecânico. A intensidade de volatilização dependerá de duas variáveis principais:
A
desidratação parcial de amostras laboratoriais pode ser concentração de compostos passíveis de volatilização e temperatura
realizada por intermédio de
secagem por frio ou por calor. de secagem. Em ambos os casos haverá uma relação diretamente
Inicialmente, que devemos entender é que
o
o
objetivo é apenas de proporcional com a intensidade do erro de integridade de analito.
reduzir o teor de umidade
do original material a níveis que se Por outro lado. as reaçoes não enzimáticas são diretamente
enquadram nos objetivos descritos anteriormente. Não há, e nem deve mediadas por calor e, comumente, envolvem a junção de compostos
haver,intenção de retirar toda a água do material. O conceito final de aminoacídicos e de carboidratos não estruturais. Os compostos
desidratação parcial é normalmente definido por uma amostra seca resultantes de tais reações são denominados de artefatos. Sua
em
equilíbrio com a umidade relativa do ar ou, simplesmente, resulta perda de integridade de analito devido
formação, em geral, em
amostra seca ao ar
(ASA). A noção clara desse conceito deve ser à alteração química do pertil de compostos nitrogenados (i.e.
preservada para que os procedimentos adotados na
desidratação aminoácidos so transtormados em compostos nitrogenados
parcial sejam aplicados sem equívocos. insolúveis e contabilizados como nitrogênio insolúvel em detergente
A escolha por frio calor
ou
dependerá basicamente dos neutro), aumento de compostos insolúveis (os quais podem acarretar
objetivos da análise final, o que definirá o grau de tolerância ao erro neutro e lignina) e decréscimo da
aumento da fibra em detergente
de integridade de analito, à enzimáticas é
e
disponibilidade de infra-estrutura e
digestibilidade da anmostra. A ocorrência de reações no
40
1
INCT Ciência Aninnal Mélodos para Andlise de Alimentos -2" Edição
As formas de
secagem por calor são tamanho do cristal de gelo formado
variadas, indo desde no interior da amostra. Por sua vez, 0
secagem à sombra em camada delgada até de micro-ondas. tamanho do cristal de gelo é diretamente
o uso
proporcional à temperatura de
Contudo, a forma mais rigorosa e indicada consiste no uso de estufa com congelamento. Logo, congelamentos por intermédio de freezeres
circulação forçada de qual permite o melhor controle das variáveis
ar, a convencionais não propiciam condições
adequadas ao processo de
fisicas envolvidas na redução do teor de umidade. Embora o forno de liofilização, sendo necessários processos mais adequados, como o uso de
micro-ondas seja atrativo, devido à acessibilidade e nitrogênio líquido ou ultra-freezeres. Isso demanda maior custo e,
rapidez, o controle da
temperatura no interior da amostra não é feito como na estufa. Assim, a consequentemente, maior investimento no processo.
secagem parcial por calor recomendada neste Manual baseia-se no uso de Embora a liofolizaço não isente as perdas por volatilização
estufa com circulação forçada de ar. A base física deste processo de (Morris et al., 2019), é improvável que comprometimentos da integridade
secagem consiste em imprimir à amostra temperatura superior à do de analito ocorram por reações não enzimáticas. Logo,
presume-se que a
ambiente, mas inferior à temperatura de ebuliço da água (i.e., 50-60°C). liofilização seja o padrão ouro do processo de desidratação parcial de
Isso causa aumento da excitação das moléculas de água, formando um amostras. Contudo, balizamentos entre a tolerância ao erro de integridade
micro-clima de alta umidade sobre a amostra. Essa umidade é retirada de analito e o custo do processo devem orientar a escolha do método
com o auxilio da corente de ar e, gradativamente, a água migra do interior adequado neste quesito.
para o exterior da anmostra. O ciclo de migração e retirada da água é Uma vez que a desidratação parcial foi executada (ou não,
repetido por tempo suficiente para que o teor de umidade demandado seja dependendo da amostra em si), passamos à segunda etapa do
Por outro lado, a secagem por frio trabalha com uma propriedade Os objetivos dessa etapa são claros: reduzir a influencia da
específica da molécula de água que, sob baixíssimas temperaturas e sob heterogeneidade de composição e adequar a superfície específica da
vácuo, é capaz de sublimar, ou seja, migrar diretamente do estado sólido amostra analítica ao processo de análise em si.
para o estado gasoso. Contudo, esse processo, em termos instrumentais, No primeiro caso, temos uma observação clara do objetivo da
exige o congelamento da amostra sob temperaturas muito baixas (40°C). moagem da amostra. Por exemplo, a análise do teor de nitrogênio por
A eficiência do processo de liofilização é inversamente proporcional ao intermédio do método de Kjeldahl não detemina nenhum tamanho de
42 43
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
partícula em especial. Como a amostra será totalmente digerida por um moagem, realize o quarteamento da amostra, reserve uma
parte moIda a
procedimento ácido. não há necessidade de moagem específica em si. 2 mm e destine outra parte para uma nova
moagemal mm.
Contudo, raciocinemos. O que escolher de Embora haja diversos tipos de
em uma amostra
silagem de moinhos., dois tipos são mais
milho? Meio grão. uma folha e uma parte de uma sabugo? Obviamete utilizados na análise de alimentos para animais. O
primeiro engloba
que não. Com a moagem. a amostra se torna mais homogênea e muito da alguns modelos de equipamentos que são de forma geral denominados de
influência devido à sua heterogeneidade de composição é contornado,o moinhos de facas. Suas principais características são: um conjunto de
que permite a obtenção de porções teste adequadas. lâminas localizadas no rotor central. denominadas de facas:
conjunto um
caso haja duas exigências distintas, a moagem deve ser executada em movimento, a esfera se choca com a amostra, reduzindo o tamanho de
múltiplos estádios. Suponha que seu espectro envolva análises de fibra Como não há mecanismo seletor, não há
partículas por impacto. como
em detergente neutro, incubações in situe proteína bruta por Kjeldahl. A controlar o tamanho final de moagem. Esse tipo de equipamento é
primeira exige I mm, a segunda 2 mm e a terceira não possui exigências. moagem de
utilizado na moagem de materiais duros, como ossos, ou na
Assim, a primeira instância da moagem será realizada a 2 mm. Após a inicial duros para que
materiais comuns para fragmentação em grão o
44 45
Métodos pura Análise de Alimentos -2"
INCT Ciência Animal Edição
oito horas. Não se deve esquecer de contabilizar a gordura extraída nesse contaminação da amostra).
Redução do teor de umidade em estufa com circulação forçada de ar 1. Lave os recipientes e deixe secar na estufa a 50-60°C. Se utilizar
(Método G-001/2)
saco de papel deixe-o secar por oito horas. Retire da estufa e espere
Balança semi-analítica com preciso de 0,1 a 0,01 g durante o processo de secagem. pois estamos trabalhando com
- Bandejas de plástico ou alumínio
amostras secas em equilibrio com a umidade relativa do ar.
Sacos de papel
Sacos plásticos 2. Pese os recipientes e registre os pesos.
- Estufa com circulação forçada dear
3. Adicione uma amostra em cada recipiente e registre os pesos dos
com as amostras. Para o caso de sacos, o volume de
recipientes
amostra não deve ultrapassar 50% da altura do saco. A secagem em
46 47
NCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
este deve ser disposto com inclinação de 45°, perfurado na face 2. Pese os recipientes e registre os peso0s.
superior (3 a 4 furos feitos com um instrumento perfurante)) e
3. Adicione uma amostra em cada recipiente de modo a obter uma
permanecer aberto na estufa para otimizar a perda de umidade da
camada delgada (altura mácima de 1 a 2 cm). Para o caso de
amostra.
forragens colhidas íntegras (e.g., capins) devem ser previamente
6. Retire os recipientes com as amostras da estufa e espere 30 a 40 seccionadas em fragmentos de 2 a 3 cm para otimizar a perda de
minutos para entrar em equilíbrio com a umidade relativa do ar.
água durante o processo.
Pese-os e registre os pesos.
4. Registre os pesos dos recipientes com as amostras.
Redução do teor de umidade por liofilização 5. Agite oS recipientes com as amostras com suavidade, para
Balança semi-analítica com precisão de 0,1 a 0,01 g de pequenos cristais de gelo. Parao
modo a promover a formação
Recipientes (bandejas)
48 49
INCT Ciencia Animal Métodos para Análise de Alimentos 20 Edição
Seca em
caso do uso de nitrogênio líquido. propiciem um "banho" sobre equilíbrio com a umidade relativa do ar (g); e %ASA =
MN=(T+MN)-T Alíquota
Item
50
Métodos para Análise de Alimentos 2"
INCT Ciência Animal
-
Edição
JCGM
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52 53
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
Capítulo 2
amostras.
54 55
Métodos para Análise de Alimentos -2" Ediçdo
INCT Ciência Animal
Tabela 2.1. Exemplo teórico da influéncia das variações do teor de
A quantificação da ASE é uma das medidas mais importantes ASE na composição química de alimento volumoso
e utilizadas na análise de alimentos. pois a umidade de um alimento
está relacionada com sua estabilidade. qualidade e composição, Composição Laboratório" Diferencial
vez que estas são manejadas na base seca ao ar, ou seja, ainda contendo FDNcp 55 61.25 57.89 -5.
umidade. Desta forma, devido à impossibilidade de manejo de MM 5.57 5.26 -5.6
amostras totalmente secas, o teor de ASE é utilizado para correta CNF3 20,93 25,2 +20,7
dos teores obtidos base na matéria seca (MS) da ASE, "amostra seca em estufa": °B. proteína bruta: EE. extrato etéreo;
expressão com
FDNcp, fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína: MM,
amostra. Assim, por constituir denominador comum a todos os demais matéria mineral; CNF, carboidratos não fibrosos. Composição assumida
dos hipoteticamente com base na amostra seca ao ar para uma amostra de silagem
procedimentos laboratoriais, erros cometidos na quantificação
teores de ASE tornam-se vícios ou eros sistemáticos em todas as
de milho. CNF = 100-(PB + EE + FDNcp +
MM). Composição ajustada
para a matéria seca. Os cálculos consideram as diferenças entre dois
laboratórios quanto à estimativa de ASE. Para maiores detalhes, favor
avaliações, propagando-se, desta forma, ao entendimento global de
consultar Souza et al. (2015).
todas as demais características do alimento (Mertens, 2003; Souza et
al., 2015; Tabela 2.1). Observa-se que diferenças entre os teores de ASE se projetam
em magnitudes similares, mas em direções opostas, sobre os
56 57
Métodos para Análise de Alimentos 2"
INCT Ciência Animal
-
Edição
3. Coloque-os em dessecador devidamente preparado (máximo de 20
diretamente em mesma intensidade, mas com direção oposta
(Detmann & Valadares Filho, 2010). unidades por procedimento), a fim de esfriá-los. A
principal função
de um dessecador é
permitir o resfriamento das amostras após o
Secagem em estufa sem ventilação forçada de ar período de secagem sem absorver umidade, via uso de um
(Método G-003/1) dessecante, como a sílica gel. De forma particular, a sílica-gel é
1. Use balança analítica aferida 4. Após estabilização com a temperatura ambiente (normalmente em
pelo INMETRO, com precisão de
0,0001 g, sobre bancada torno de 30 minutos), pese os recipientes, removendo um de cada
especial de laboratório e em ambiente
climatizado (20-25°C ou de acordo vez do dessecador. As tampas são pesadas em conjunto com os
com as
especificações do
fabricante). Ligue a balança e aguarde 30 minutos para sua recipientes.
estabilização.
5. Adicione aos pesa-filtros aproximadamente 2 gramas da amostra
2. Lave os pesa- filtros deixe seca ao ar (preferencialmente moída em peneira de porosidade 1
e secar em estufa a 105°C por 16 horas
("uma noite"); caso estes estejam limpos, deixe por 2 horas na
mm). Agite os recipientes com as amostras com suavidade paraa
estufa 105°C. Atentar para que os
a
distribuir uniformemente as amostras e o máximo de área à
pesa-filtros permaneçam expor
sempre abertos quando colocados na estufa e com as tampas quando secagem.
no dessecador.
58
59
Métodos para Análise de Alimentos -2"
INCT Ciencia Animal
Edição
Exemplo de cálculo
6. Leve os pesa-filtros com amostras e pesos conhecidos à estufa a
Durante a
temperatura ambiente, pese e registre os pesos. ASA=(PF+ASA)-PF=36,0057-33,9467=2,0590 g
dessecador e a pesagem os pesa-filtros devem
permanência no
ASE 1,9728
Cálculo da concentração de "amostra seca em estufa"
%ASE=CAXL0
ASA 2.0590x100-95,81%
Para o cálculo da concentração de "amostra seca em estufa",
60 61
INCT Ciencia Animal Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
Cálculo da concentração de matéria seca Considerando-se as médias de %ASA (Capítulo 1) e de %ASE
obtidas nos exemplos, temos:
O cálculo da
concentração da matéria seca (MS) é realizado
considerando-se o número de etapas envolvidas na
secagem das amostras. %ASAX%ASE 31,52x95,86
Para amostras com baixo teor de
6MS= 100
= 30,22%
umidade, como é o caso de 100
grãos. farelos e fenos, a umidade é avaliada somente por intermédio
da ASE. Logo, o teor de MS Literatura Citada
corresponde ao teor de ASE; ou seja:
CECCHI, H.M. Fundamentos teóricos e práticos em anáise de alimentos.
%MS=%ASE 2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. 207p.
em que: %MS
DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C. On the estimation of non-
=
percentual de matéria seca; %ASE =
percentual de
"amostra seca em estufa".
fibrous carbohydrates in feeds and diets. Arquivo Brasileiro de Medicina
Veterináriae Zootecnia, v.62, p.980-984, 2010.
Amostras com alto teor de MERTENS, DR. Challenges in measuring insoluble dietary fiber. Journal
umidade, como é o caso de of Animal Science, v.81, p.3233-3249, 2003.
silagens, forragens frescas, etc., a umidade do material é retirada em,
SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de Alimentos. Métodos químicos e
ao menos, dois procedimentos de secagem
ventilaço (estufa com biológicos. 3 ed. Viçosa: Editora UFV, 2002. 235p.
forçada ou liofilizador e estufa sem ventilação forçada). Logo, o teor SOUZA, M.A.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C.; FRANCO,
M.O.; ROCHA, G.C.; CABRAL, L.S. Estudo colaborativo para avaliação
de MS é dado
pela ponderação dos resultados obtidos nos dos teores de matéria seca em alimentos. Revista Brasileira da Saúdee
Produção Animal, v.16, p. 617-631, 2015.
procedimentos sequenciais de secagem, ou seja:
THIEX, N.; RICHARDSON, C.R. Challenges in measuring moisture content
of feeds. Journal of Animal Science, v.81, p.3255-3266, 2003.
%ASAx%ASE
6MS=-
100
seca em estufa".
62
63
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de
Alimentos -20 Ediç
lição
Capítulo 3
Matéria mineral
Definições básicas
A matéria mineral (MM), ou cinzas, é constituída
pelo resíduo
inorgânic0 obtido após a
queima ou
ignição da matéria orgânica,a
qual é convertida em CO2, H20, SO2, N02, etc; e eliminada em
conjunto com as substâncias voláteis
decompostas pelo calor
(Harbers, 1998). O método consiste basicamente na
incineração do
alimento altas temperaturas por
em
temp0 suficiente para que ocorra
combustão total da matéria orgânica (Silva &
Queiroz, 2002; Cecchi,
2003).
Sendo a matéria seca total do alimento formada
pelas frações
orgânica e inorgânica, o teor de MM em alimentos constitui estimador
indireto do conteúdo de
componentes organicosS totais.
Adicionalmente, o conhecimento do teor de MM se faz necessário
para se conhecer a proporção dos componentes quantificados por
9)
64
6
INCT Cíncia Animal Métodos para Análise de Alinentos 2"
- Edição
66 67
INCT Ciicia Animal Métodos para Análise de Alimentos 2*
-
Edigão
3. Coloque-os em dessecador devidamente preparado (máximo de 20 que se garanta resíduo mensurável de acordo com a sensibilidade
unidades por procedimento). a fim de esfriá-los. A analítica.
principal função
de um dessecador é permitir o resfriamento das amostras
após o 6. Acondicione os cadinhos contendo as amostras mufla.
periodo de secagem sem absorver umidade, via uso de um na Após ligar
dessecante. sílica De forma
o
equipamento, aguarde que o mesmo alcance a temperatura de
como a gel. particular, a sílica-gel é
550°C. E desejável uma rampa de
aquecimento de I hora para que
sugerida devido ao seu baixo custo, à facilidade de manejo e à
possibilidade de reciclagem e reuso. Assim, o dessecador deve estar
a temperatura de ignição seja alcançada.
sempre limpo, seco e possuir sílica gel na tonalidade azul escuro 7. Proceda à queima por 3 horas a 550°C. Após este termpo, desligue a
em seu interior. A área de contato entre o corpo do dessecador e sua mufla e deixe que a mesma resfrie fechada. A temperatura de retirada
tampa deve ser levemente lubrificada com graxa de silicone de deve estar entre 150 e 200°C.
forma a pernmitir um deslizamento adequado e melhorar a vedação
durante o período de resfriamento. 8. Caso os resíduos após ignição estejam claros, coloque os cadinhos de
69
A
2" Edição
MM Alíquota
96MMASAASA100 Item 2
96MMMs= %%ASE
%MMMs %MMASAx100 CAD ASA (g) 38,7285 39,9254 39,7216
ASA (9) 2,0938 2,3813 2,0046
em que: MM = massa de matéria mineral (g); CAD =peso do cadinho CAD+MM (g) 36,7447 37,6701 37,8223
base
MM (g) 0,1100 0,1260 0,1053
(g); oMMASA =
percentual de matéria mineral com na amostra
%MMASA 5,25 5,29 5,25
seca ao ar; ASA = massa de amostra seca ao ar (g); 6MMus =
tem-se o cálculo
Considerando a aliquota 1 da tabela a seguir,
da estimativa da matéria mineral:
ASA=(CAD +ASA)-CAD=38,7285-36,63472,0938 g
MM=(CAD+MM)-CAD=36,7447-36,6347=0,1100 g 71
70
INCT Ciência Animal Mélodos para Análise de
Alimentos 2" Edição
Cálculo da concentração de matéria orgânica Literatura Citada
Por
definição, o teor de matéria orgânica (MO) de um CECCHI, H.M. Fundamentos teóricos e
2 ed. práticos em análise de alimentos.
alimento corresponde ao Campinas:Editora da Unicamp. 2003.
207p.
complemento da porção inorgânica deste, a HARBERS, L.H. Ash
qual representada pela MM; logo:
é analysis. In: NIELSEN S.S. (Ed.). Food analysis. 2
ed. West Lafayette: Aspen Publishers. 1998. p.141-150.
ROWAN, C.A.; ZAJICEK. O.T.: CALABRESE. E.J. Dry
for the determination of sodium and
ashing vegetables
%MOMS=100-6MMMs potassium by atomic absorption
spectrometry. Analytical Chemistry. v.52. p. 149-151. 1982.
em que: TMOMs percentual de matéria orgâânica com base
=
na SILVA, D.J.: QUEIROZ. A.C. Análise de alimentos. Métodos
quimicos e
12 73
NUT Cncia Animal Mélodos para Análise de Alimentos 2" Edição
Capítulo 4
2" Edição
difusão limitada devido à complexidade e ao alto custo. Assim, A PB
permanece atualmente como forma modal de
avaliação
considerando-se tais limitações, faz-se necessária a utilização de proteica aplicada às diferentes espécies animais. Isso se dá
métodos alternativos, os quais. mesmo não produzindo informações principalmente em virtude de sua simplicidade conceitual e da
perfeitamente refinadas frente àquelas demandadas para a aplicação praticidade e rapidez na obtenção de estimativas em laboratório
dos principios de nutrição proteica. podem produzir resultados com
(Detmann et al., 2014). No conceito PB possui limitações
entanto, o
correlaço forte e positiva entre a concentração proteica e a sua composição, nem todo N presente na amostra se origina de
utilizada como preditor da concentração proteica. Assim, procede-se simplicidade e baixo custo. Este método foi desenvolvido por Johann
à quantificação da concentração de N, a qual permite expressar a Kjeldahl, na Dinamarca em 1883, quando estudava proteína em grãos
diversos
concentração de proteína na forma de equivalentes proteicos, os quais (Pomeranz & Meloan, 1978). O método original sofreu
de
são comumente conhecidos como proteína bruta (PB). O conceito de aperfeiçoamentos, possuindo atualmente diversas variações
PB foi incorporado àos pressupostos de composição de alimentos procedimentos (Windham, 1998; Silva & Queiroz, 2002; Faithfull,
de forma geral, este se
previamente estabelecidos pelo sistema de avaliaão proximal de 2003; Chang, 1998; Buftler, 2017). Contudo,
Weende.
76 11
CTCineid Animal Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
baseia cm tres etapas analiticas distintas: digestão, destilaçãooe Atualizações
titulação.
As atualizações estabelecidas para
A digestão baseia-se no aquecimento da amostra com ácido a avaliação do N total
envolveram basicamente a
otimização no uso de
sulfürico até que os compostos orgânicos sejam oxidados. 0 reagentes, o
que
Edição
(Método N-001/2)
Sulfato de sódio (Na,SO.) potássio (KSO) P.A.
ou
Balões voluméiricos
Solução-padrão de ácido clorídricoa 0,02 N
Bicos depapagaio com reservatório - Dilua 1.66 mL (16,6 mL) de HCl 37% P.A. em balão volumétrico de
Erlenmeyer de 4 L
IL (10 L), contendo em média 500 mL (5 L) de água destilada.
Deixe esfriar, complete o volume e homogenize a solução.
80
INCT Ctência Anima Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
Solução-padrão de ácido clorídrico a 0,05 N Em um pote de polietileno adicione o sal (sulfato de sódio ou
Dilua 4.14 mL (41.4 mL) de HCI 37% P.A. em balão volumétrico de potássio) eo catalizador metálico (sulfato de cobre) na
1L
proporção de
(10 L). contendo em média 500 mL (5 L) de
água 20 para 1,
destilada. respectivamente (i.e., para cada 1000 g de sulfato de sódio
Deixe esfriar, complete volume
o e
homogenize a solução. ou
potássio use 50 g de sulfato de cobre). Misture até a completa
homogeneização. O material deve ser armazenado em pote com
Solução alcoólica de vermelho de metila (1 g/L)
Em
tampa.
-
repouso até que resfrie e então complete o volume para 4 L. soluçöes, desvios da normalidade esperada do ácido diluído ocorrerão.
Dessa forma, a cada partida de ácido preparada, há necessidade
Mistura digestora (catalítica) cometidos de forma evitar que os
imperiosa de conhecer os erros a
Em separado, peneire (peneira com porosidade de 1 mm) o sulfato mesmos se propaguem para a quantificação do N presente na amostra.
de sódio ou potássio P.A. e o sulfato de cobre
pentahidratado P.A.
82 3 83
INCT Ciência Animnal
Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
Esse processo é conhecido como
padronização das soluções de ácido Acido cloridrico 0,02N
clorídrico.
Os
procedimentos são os mesmos descritos anteriormente,
apenas
Acido cloridrico 0,005 N modificando-se a concentração da solução de carbonato de sódio
Acondicione o carbonato de sódio P.A. em (1,06 g/L). A titulação é feita
como ácido clorídrico 0.02N.
-
Titule com a solução de ácido clorídrico 0,005 N até a viragem (de soluções específicas para cada concentração de ácido clorídrico. o
azul para amarelo). cálculo da normalidade verdadeira da solução de ácido clorídrico é
dado por:
Aqueça erlenmeyer até a ebulição a fim de eliminar o CO
dissolvido no meio. Caso haja o retorno à coloração azul, continue Vc x Nc
Nv:=
a titulaço até a coloração amarela. Repita essa operação até que a Va
coloração amarela seja permanente.
Nv
Aconselha-se que ao menos três alíquotas sejam feitas. O resultado fNe
final (volume de ácido demandado na titulação) será dado pela normalidade verdadeira da solução de ácido clorídrico:
em que: Nv =
Edição
procedimento 20 mlL): Nc = normalidade da solução de carbonato de Procedimentos
sódio (no caso deste procedimento, as soluções específicas de 1. Use
carbonato de sódio possuem
balança analítica aferida pelo INMETRO. com precisão de 0.0001
a normalidade esperada da solução de
g, sobre bancada especial de laboratório e em ambiente climatizado
ácido clorídrico, ou seja. 0.005: 0.02 0.05 N.
e
respectivamente): Va
(20-25°C ou de acordo com as especificações do fabricante). Ligue a
= volume da solução de ácido clorídrico gasto titulação da solução
na
balança e aguarde 30 minutos para sua estabilização.
de carbonato de sódio (mL); f= fator de correção da normalidade do
ácido cloridrico (i.e. fator multiplicativo que converte a normalidade 2. Lave os tubos de digestão e deixe secar em estufa não ventilada.
Considerando um volume médio da solução de ácido utilizando-se alíquotas de menor massa (mais próximo a 150 mg).
fNe 0,02
= 0,939
S1
86
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos 20 Edição
6. Retire os tubos e os deixe esfriar no interior da capela. de ácido clorídrico a ser utilizada (0,005; 0,02 ou 0,05N) será
final de titulação
bórico (20 g/L). Adapte o erlenmeyer ao conjunto de destilação para evitam problemas de identi"icação do ponto
com grande volume de
receber toda a amônia destilada de modo que a saída do destilador devido à diluição excessiva do indicador
destilação. Tempos
titulação deve o c o r r e r logo após
a
de ácido bórico. ácido. A
esteja imersa na solução
procedimentos podem permitir
a
muito longos entre esses
89
88
Métodos para Análise de
INCT Ciência Animal Alimentos -2" Edição
em que: BNus
Cálculo da concentração de nitrogênio percentual de nitrogênio com base na matéria seca:
=
%ASE =
percentual de "amostra seca em estufa": %PBvs percentual =
Utilize uma das duas equações abaixo: de proteína bruta com base na
matéria seca; fc fator de conversäo da
=
96NASA (V-B)
x Nvx 14 x 100
ASA Exemplo de cálculo
95.86
90 91
INCT Ciência Aninal
Métodos para Análise de. imentos -2" Edição
Alíquota
Item Literatura Citada
3
ASA (mg
251,6 250,9
BUFFLER, M. Kjeldahl
knowledge base. Decode the
254,7 nitrogen and protein determination mysteries of the
V (mL)
9,4 Labortechnik, 2017. 76p. according to Kjeldahl. Flawil: Büchi
9,3 9,5
B (mL) CHANG, S.K.C. Protein analysis. In: NIELSEN S.S.
0,1 (Ed.). Food analysis. 2
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0,02
COSTA, G.P.; SILVA, T.E.; RODRIGUES,
J.P.P.; DETMANN, E.
0,939 Avaliação da concentração dos componentes da solução de destilação
sobre a quantificação do
%NASA 0,97 0,96 nitrogênio total pelo método de Kjeldahl.
0,97 Revista Agrária Acadêmica, v.2, p. 151-159, 2019.
%ASE
95,86 DETMANN, E.; FERREIRA, A.S.; SCOTTÄ, B.A. Métodos para avaliar a
ToNASA 1,01 qualidade proteica dos alimentos. In: SAKOMURA, N.K.; SILVA,
1,00 1,01 J.H.V.; COSTA, F.G.P.; FERNANDES, J.B.K.; HAUSCHILD, L. (Eds.).
Fc Nutrição de não ruminantes. Jaboticabal: FUNEP, 2014.0 p. 537-554.
6,25
oPBMs 6,31 6,25 6.31 ETHERIDGE, R.D.; PESTI, G.M.; FOSTER, E.H. A comparison of nitrogen
values obtained utilizing the Kjeldahl nitrogen and Dumas combustion
T%PBMs (média) 6,29 methodologies (Leco CNS 2000) on samples typical of an animal
nutrition analytical laboratory. Animal Feed Science Technology, v.73,
p.21-28, 1998.
FAITHFULL, N.T. Methods in agricultural chemical analysis. A practical
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92 93
INCT Cincia Animnal
Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
PARIHAR. D.B.: VASUNDHARA, T.S.:
Effect of metal ions such
VIJAYAYAGHAVAN. P.V.
asiron and copper on the formation of Literatura Adicional
heterocyclic compounds in sesame oil-a-amino acids model
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SILVA, D.J.: QUEIROZ. A.C. Análise de alimentos. Métodos
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químicos e
95
94
INCT Ciência Anima Métodos para Análise de Alimentos
-2" Fdiçd
Capítulo5
96
97
INCT Cincii Animal Métodos para Análise de
Alimentos -2" Ediçio
o meio ácido é utilizado para reduzir o pH da solução, de forma que ressaltar que os alimentos normalmente utilizados
alimentaçao
na
as proteinas solúveis da amostra atinjam ponto isoelétrico, animal não possuem
seu
concentrações relevantes de pequenos peptideos.
precipitando-se (Malafaia & Vicira. 1997). tornando pequena a
diferença entre as estimativas obtidas com ATe o
98
99
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
Método do ácido tricloroacético (TCA) Solução de ácido tricloroacético (10 g/L)
(Método N-002/2) Em um balão de 100
mL com cerca de 60 mL de água, dissolvalg
de TCA P.A. Complete o volume e
Aparatos
homogenize a solução.
Após o preparo, as soluções de TCA devem ser transferidas
-
- Funil raiado
Procedimentos
-
Solução de ácido tricloroacético (100 g/L) 5. Adicione 10 mL de solução de TCA 100 g/L e agite levemente.
Em um balão de 100 mL com cerca de 60 mL de água, dissolva 10 g
6. Deixe em repouso por 30 minutos.
de TCA P.A. Complete o volume e homogenize a solução.
100 101
INCT Ciencia Animal Métodos para Anlise de Alimentos -
2" Edição
7. Filtre em papel filtro quantitativo livre de cinzas (ashless) colocado
funil raiado
%NNP %NMS-%NITLAMSx
ONMs
100 =100- %NPN
em e
previamente umedecido com água destilada.
8. Lave sequencialmente com solução de
TCA 10 g/Le água destilada. em que: ONPN =
percentual de nitrogênio proteico com base no
10.Submeta à digestão, destilação e titulação, como descrito para o percentual de nitrogênio total da amostra com base na matéria seca; e
ONNPN = percentual de nitrogênio não proteico com base no
método N-001/2, considerando as sugestões a seguir. Primeiro,
devido à análise de N realizada nitrogênio total da amostra.
ser com o papel filtro em conjunto
com a amostra, sugere-se que as quantidades de ácido sulfúrico e
mistura digestora adicionadas para a digestão sejam dobradas. Método do ácido wolfrâmico ou tunguístico
Segundo, para evitar interferências, o "branco" deve ser realizado (Método N-003/2)
Medidor de pH
Cálculo da concentração de nitrogênio proteico e não-proteico
- Papel filtro quantitativo, livre de cinzas e de tilração rápida
O nitrogênio insolúvel após o tratamento com ácido Tubos de digestão macro Kjeldahl em borossilicato
tricloroacético é considerado de origem proteica; assim: - Conjunto para digestão e destilação - bloco digestor e destilador por
arraste de vapor
6NPN ONITCAMSx
%NMs
100 Bureta de 50 mL com graduação de 0.1 mL ou inferior
2" Edição
INCT Ciência Animal
Soluções
7. Filtre em papel filtro quantitativo livre de cinzas (ashless) colocado
Solução de tungstato de sódio (100 g/L)
em funil raiado e previamente umedecido com água destilada.
Em um balão de 100 mL com cerca de 60 mL de água, dissolva 10 g
de tungstato de sódio P.A. Complete o volume e homogenize a 8. Lave o precipitado com água destilada.
solução. 9. Transfira o papel filtro com o resíduo para um tubo macro Kjeldahl.
LICITRA, G.; HERNANDEZ, T.M.; Van SOEST, P.J. Standardization of Definições básicas
procedures for nitrogen fractionation of ruminant feeds. Aninmal Feed
Science and Technology, v.57, p.347-358, 1996.
A gordura bruta constitui conceito analítico que envolve as
MALAFAIA, P.A.M.; VIEIRA, R.A.M. Técnicas de determinação e
substâncias apolares insolúveis em água, mas solúveis em solventes
avaliação dos compostos nitrogenados em alimentos para ruminantes In:
SIMPOSIO INTERNACIONAL DE DIGESTIBILIDADE EM orgânicos, denominados extratores (e.g. éter etlico, éter de petróleo.
RUMINANTES, Lavras, 1997. Anais... Lavras: FAEPE, 1997. p.29-54.
clorofórmio, benzeno, etc). De forma geral, o conhecimento do teor de
SNIFFEN, CJ.; O'CONNOR, J.D.; Van SOEST, P.J.; FOX, D.G.;
RUSSELL, J.B. A net carbohydrate and protein system for evaluating gordura é relevante na análise de alimentos e na nutrição animal, pois
cattle diets: ILCarbobydrate and protein availability. Journal of Animal
Science, p.3562-3577, 1992. constitui a fração de maior energia dos alimentos, podendo fornecer,
em média, 2,25 vezes mais energia que os carboidratos (Silva &
Queiroz, 2002).
Contudo, como ressaltado acima, o resíduo analiticamente
obtido é, na verdade, uma fração heterogênea, constituída por uma
demandar ações específicas para seu processamento/armmazenamento, se entre si pela forma como o extrator interage com a amostra.
uma vez que esta fração mostra-se bastante susceptível à deterioração O método de Goldfish utilizado para quantificação de EE
por racindez hidrolítica e/ou oxidativa. Por outro lado, a concentração consiste de um processo de extração continuo no qual o solvente em
de gordura nas dietas ofertadas a animais numinantes possui caráter ebulição é condensado e flui por gotejamento continuamente sobre a
restritivo i.e. com limites máximos de incluso), haja vista a baixa amostra (Xiao, 2010; Jiang et al., 2014). Este método apresenta tres
capacidade oxidativa do ambiente rnuminal, a qual restringe a produção etapas distintas: extração, remoço e quantificação. Na primeira etapa.
do alimento propriamente dita.
de energia a partir de compostos altamente reduzidos, e os efeitos procede-se à extração da fração apolar
deletérios passíveis de ocorrer no rúmen devido a dietas excessivas em Sequencialmente, realiza-se a remoção do solvente por evaporação
Contudo, o mesmo
constitui uma entidade analítica definida pelo método em si (Palmiquist método foi predominante no Brasil por muitos anos.
de alternativas
encontra-se atualmente em desuso devido ao surgimento
& Jenkins, 2003). Portanto, quaisquer alterações em termos de métodos
mais eficientes em termos, principalmente, de capacidade operacional.
ou procedimentos dentro de um mesmo método irão implicar na
ainda faz parte do portifólio deste Manual, embora as
método de
recomendações gerais sejam de sua substituição pelo
descrição/aplicação do método e de seus respectivos procedimentos faz-
entidade mensurada Randall.
se necessária para a identificaço adequada da e
de Soxtec ou método
O método de Randall (também chamado
para o cotejamento adequado de resultados.
do teor de EE, constitui
Entre os extratores utilizados para quantificação, os éteres são de submersão), também utilizado para avaliação
alimentos à base de came. O método
acrônimo comum de extrato « eo método previamente aplicado para
considerados modais, o que atribui o
alternativa ao antigo método de extração
foi inicialmente proposto como
(EE) ao resíduo de gordura bruta obtido (i.e., resíduo extraído por éter). baixíssima capacidade
Por outro lado, existem diversos métodos de extração distintos para semi-contínua de Sonhlet devido à sua
109
108
INCT CiCncia Animal Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
operacional. Contudo. atualmente, o método de Randall é tannbém Nenhuma atualização foi proposta para o método de Goldfish,
recomendado para quantificação do teor de gordura bruta em rações, pois, comopreviamente indicado, o mesmo encontra-se em desuso
grãos e forragens (Thiex et al., 2003a). devido a limitações de sua capacidade
operacional e, em alguns casos.
O método de Randall também constitui método de extração menor interação do solvente com os
compostos apolares. Esses
contínua, mas difere parcialmente do método de Goldfish na forma aspectos são melhor explorados pela aplicação do método de Randall.
como o solvente orgânico interage com a amostra. Durante parte da O método de Randall foi devidamente avaliado para amostras
extração, a amostra encontra-se submersa no solvente, aumentando o de forragens e amostras fecais pelo grupo do INCT Ciência Animal
contato do solvente com os compostos apolares e, consequentemente, a (Barbosa et al., 2017). Contudo, avaliações adicionais foram
taxa de extração dos mesmos. Portanto, existe uma etapa adicional em conduzidas visando a adequação dos tempos das etapas de submersão
relação ao método de Goldfish, no qual a amostra é imersa no solvente e gotejamento (Oliveira et al.. 2018).
em ebuliçao, o que acelera otimiza o processo de extração de Um método de hidrólise ácida foi incluído como preparatório
compostos apolares. para análise de EE para o caso de amostras ricas em sabões de cálcio,
Nesse sentido, o método de submersão diminui os quais são utilizados como fontes de gordura protegida para animais
consideravelmente o tempo de extração necessário para concluir a ruminantes, podendo também ser formados no intestino de animais de
análise. Esse aumento na taxa de extração é desejável na busca de produção, processo acentuado quando ocorme inclusão de gordura nas
tempos de anáise menores e maior capacidade operacional (Thiex et al., dietas. Os sabões de cálcio são insolúveis em éter. Portanto, a presença
2003b). Entre os métodos aplicados para a quantificação de EE significativa desses compostos na amostra pode levar à subestimação
atualmente, o método de Randall é considerado modal. A maioria dos do teor de gordura bruta caso os mesmos não sejam hidrolisados
equipamentos produzidos atualmente é baseada nesse método. Cabe previamente aos procedimentos de extração, principalmente em
ressaltar que os equipamentos produzidos para realização da extração amostras fecais. Cabe ressaltar que, como o EE é definido pelo
de Randall podem ser usados na extração de Goldfish (basta omitir a método, a inclusão de hidrólise ácida deve ser considerada como uma
etapa de imersão). Contudo, o contrário não se faz verdadeiro.
modificação do método de extração subsequente. Assim, sugere-se,
Atualizações caso o conjunto de amostras seja oriunda de um ensaio de digestão
110 111
INCT CiRcia Animal
Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
(i.e.. ofertado. sobras, digesta e material fecal), que a hidrólise seja
Procedimentos
aplicada a todas as amostras, visando o uso de uma entidade única no
. Use balança analítica aferida pelo INMETRO.
cômputo dos coeficientes de digestibilidade aparente. O método de com precisão de
hidrólise ácida aqui proposto é composto de adaptação do método 0,0001 g, sobre bancada especial de laboratório e em ambiente
estabilização.
Método de Goldfish
2. Pese aproximadamente 2 gramas de amostra seca ao ar
(Método G-004/1) (preferencialmente moída em peneira de porosidade mm) emn
Estufa sem circulação forçada de ar sensibilidade analítica. Materiais com alto teor de EE podem ser
-
Ediçäo
de um dessecador é permitir o restriamento das amostras após 8.
o Adicione cerca de 50 a 100 mL de éter de
petróleo em cada copo.
periodo de secagem sem absorver umidade, via uso de um
Oéter não deve entrar em contato direto com o cartucho. A
dessecante. como a sílica gel. De forma particular, a sílica-gel quantidade de éter poderá variar de acordo com o tamanho do copo
sugerida devido ao seu baixo custo, à facilidade de manejo e à de extração (veja as
especificações de seu equipamento).
possibilidade de reciclagem e reuso. Assim, o dessecador de. estar
sempre limpo, secoe possuir sílica gel na tonalidade azul escuro 9. Acopleo copo no extrator.
em seu interior. A área de contato entre o corpo do dessecador e sua 10. Inicie o
aquecimento e a circulação de água no condensador.
tampa deve ser levemente lubrificada com graxa de silicone de
torno de 30 minutos), pese os copos, removendo-os um de cada vez segundo. Verifique se as gotas estão passando por dentro dos
do dessecador, mantendo-o fechado entre dos cartuchos.
as remoções
recipientes. 13. Após a extração, proceda à retirada do éter pelo esquema de
114
115
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
a
15. Acondicione enm dessecador até que ocora equilfbrio com
Exemplo de cálculo
sequencialmente as equações:
2,52
%EEMs %EEAS
%ASE
100 =
95,86x
100 2,62%
EE=(copo+EE)-copo
Alíquota
EE
6EEASAA ASAx100 Item 3
T%ASE 95,86
amostra seca ao ar; ASA = massa de amostra seca ao ar (g); %EEMs =
percentual de
%EEMs (média) 2,60
percentual de "amostra seca em estufa".
116 17
m
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos
- 2" Edição
Método de Randall . Pesc
aproximadamente 2 gramas de amostra seca ao ar
para equipamentos Gerhardt Soxtherm 2000., Tecnal TE-044,
(preferencialmente moída em peneira de porosidade I mm) em
Marconi MA491/6 ou similares) cartucho de celulose
papel de filtro qualitativo. Neste último
ou em
Aparelho para extração de gordura tipo Randall, equipado com para que garanta resíduo mensurável
se
de acordo com a
suporte para cartuchos de vidro e tubos coletores de éter sensibilidade analítica.
-
118 119
INCTCn a Anima Métndos para Análise de Alimmentos 2" Fdiçin
tampa deve ser leve ente lubrificada com graxa de silicone de 10. Após se inicar a ebulição do éter. verifique se não ha vazamento
forma a pemitir um deslizamento adequado e melhorar a vedaçâo deste durante sua ebulição e condensação
durante o período de resfriamento.
11.Mantenha os cartuchos submersos no solvente em ebulição por 20
6. Acondicione os cartuchos em seus respectivos copos e mantenha-os as gotas estão passando por dentro dos cartuchos.
120 121
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de limentos-2" Edição
destilada quente (temperatura igual ou superior a 90°C). Monitore biológicos. 3 ed. Viçosa: Editora UFV, 2002. 235p.
DETMANN,
o pH constantemente com o papel indicador. A lavagem deve ser SILVA. P.T.: DETMANN, E.: VALADARES FILHO. S.C.:
L.E.: COSTA.
K.S.C.: BARROS. L.V.: MARTINS, S.C.V.; MORAIS,
conduzida até a neutralização (i.e., pH = 7,0). in feeds and cattle
V.A.C. Evaluation of total and non-tatty ether extract
feces two analytical methods. Animal Feed Science and
using
2011.
9. Retire o papel contendo o resíduo e acondicione sobre um vidro de Technology. v.163. p.111-17,
J.P.P.: GARCIA.
OLIVEIRA. A.C.R.: DETMANN. E.: RODRIGUES.
relógio. Conduza à estufa sem ventilação forçada (105°C) por 16 Efcitos dos tempos de
A.M.M.: TEIXEIRA. I.C.: RODRIGUES. A.N.
bruta pelo método
horas ("uma noite"). imersão e de gotejamento sobre a estimativa de gordura
Randall. In: SIMPOSIO DE INTEGRAÇÃO ACADEMICA, 2018.
de
2018. Disponivel em
Anais... Viçosa: UFV.
10. Acondicione o material em cartuchos de celulose ou confeccione
https://www.3.dti.utv.br/sia/vicosa/2013/trabalhos/
cartucho com papel de filtro qualitativo 80 g/m. JENKINS T.C. Challenges with fats and fatty
acid
PALMQUIST, D.L.:
methods. Journal of Animal Science. v.81. p.3250-3254, 2003.
11. Proceda à extração da gordura conforme o método G-005/2. FONTES, M.M.S.:
RODRIGUES, J.P.P.: PAULA, R.M; RENNO, L.N.;
HUHTANEN, P.;
MACHADO, A.F.: VALADARES FILH0, S.C.;
M.l. Short-term etfects ot soybean oil supplementation
Os cálculos da concentração de EE são realizados de forma MARCONDES,
on pertormanee, digestion,
and metabolisnm in dairy cows fed sugarcane-
2017.
similar ao previamente descrito. based diets. Journal of Dairy Science, v. 100. p.4435-4447,
125
124
INCT Ciencia Animal Métodos para Análise de Alimentos -
20 Edição
THIEX, N.; ANDERSON, S.; GILDEMEISTER, B. Crude fat, hexanes
extraction, in feed, cereal grain, and forage (Randal/Soxtec/Submersion Capítulo 7
method): collaborative study. Journal of AOAC International, v.86,
p.899-908, 2003a.
THIEX, N.; ANDERSON, S.; GILDEMEISTER, B. Crude fat, diethyl ether Fibra
extraction, in feed, cereal grain, and forage (Randall/Soxtec/Submersion
method): collaborative study. Journal of AOAC International, v.86, 7.1. Fibra insolúvel em detergentes neutroe ácido
p.888-898, 2003b.
XIAO, L. Evaluation of extraction methods for recovery of fatty acids Definiçoes básicas
from marine products. 121f. Dissertação de Mestrado, University of
Bergen, Noruega, 2010.
Embora o termo fibra seja de uso comum no vocabulário
associado nutrição animal, a definição exata de seu significado
127
126
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos
-2" Edição
vias práticas e rotineiras para mensuração da fibra dos alimentos com dctergente neutro (DN). com digestibilidade verdadeira alta e
o objetivo de aplicação ao desenvolvimento ou construção de dictas aproximadamente constante entre alimentos. da fração insolúvel em
que suportem o nível de produção planejado para determinado sistema DN, com digestibilidade menor e variável entre alimentos (Huhtanen
(Detmann. 2010). et al., 2006). Contudo, embora o conceito aparente ser simples. a
Em termos teóricos, os métodos laboratoriais para análise de Cxtração em DN mostra-se totalmente complexa. com alto nivel de
fibra em alimentos deveriam ser desenvolvidos para se ajustarem a um possíveis interferèncias, o que demanda alta complexidade na soluço
conceito nutricional e não o contrário. Contudo, torna-se praticamente de DN.
impossível que algum método baseado em mensurações laboratoriais Por outro lado. a extração em detergente ácido (DA) mostra
químicas ou enzimáticas possa reproduzir todos os efeitos nutricionais se mais simples e com menor número de interferências advindas de
da fibra no animal (Mertens, 2003). Assim, embora a fibra da dieta outros compostos presentes na matriz orgânica dos alimentos (Van
devesse ser definida por conceitos nutricionais (e não analíticos), esta Soest & Robertson. 1985). Contudo. o resíduo obtido a partir da
constitui na práica uma mensuração empírica que é definida pelo extração em DA não se associa a nenhum conceito nutricionalmente
método de análise em si. válido de fibra (Van Soest. 1994). Assim, a extração em DA deve ser
Os métodos de análise denominados fibra insolúvel em vista principalmente como um passo preparatório para redução das
detergente neutro (FDN) e fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) interferências sobre a quantificação posterior da concentração de
foram originalmente desenvolvidos por P.J. Van Soest na década de lignina em alimentos ou dietas.
1960 e estão baseados na recuperação do resíduo fibroso insolúvel em
meio neutro ou ácido, empregando-se extração em meio aquoso Atualizaçõdes
mediada por calor e pela ação de um detergente aniônico (lauril sulfato
Essencialmente, as aualizações aqui adotadas centram-se
de sódio) ou catiônico (brometo de cetil trimetilamônio), sobre três pontos. Primeiro, sobre omissõies de descrições da primeira
respectivamente (Van Soest& Robertson, 1985). anteriormente
edição: segundo, sobre modificações dos métodos
A FDN constitui aproximação química à fibra insolúvel do de cadinhos
adotados; e, terceiro, sobre o retorno efetivo do uso
2" Edição
Durante a feitura da
primeira edição deste Manual, já havia por proeminentes são observados sobre os valores de FDN, cuja extração é
parte da AOAC International (AOAC) um método oficial de análise de mais complexa e, assim, mais susceptível a interferências nas mudanças
FDN, o qual se baseava no uso de extrator de fibras e cadinhos filtrantes de parâmetros físico-químicos da
extração.
(Mertens, 2002). No entanto, a análise de alimentos em Zootecnia vivia o Deve ser ressaltado que as análises laboratoriais de fibra
momento dos filter bags e seu instrumental de análise (i.e., autoclaves e aplicadas atualmente em Zootecnia são categorizadas como métodos do
analisadores de fibras), cujaprincipal bandeira residia sobre o aumento tipo I de acordo com o Codex Alimentarius. Logo, os métodos permitem
de praticidade e capacidade operacional na análise de fibras. Dessa
forma, acessar um determinado valor que é definido pelo método em si (Codex
o comite
organizador da primeira edição deste Manual baseou suas Alimentarius Commission, 2018). Uma vez que não existem padrões ou
recomendações focando tais métodos, embora mantivesse seu referências prmárias para este tipo de método, esses não podem ser
conhecimento sobre os métodos tradicionais de análises de fibras. validados quanto a sua exatidão, ou seja. quanto à sua capacidade de
Contudo, durante e após elaboração
a da primeira edição deste produzir resultados convergentes ao "valor real" para a entidade analítica
Manual, novas evidências foram levantadas em trabalhos científicos que em questão. Assim, para se minimizar erros sistemáticos entre
levaram o comitê organizador a reavaliar suas
prioridades. Assim, a maior laboratórios, os métodos ditos empíricos (i.e. métodos tipo I) devem ser
modificação a ser adotada nesta nova edição é a introdução de métodos
seguidos exatamente como descrito nos protocolos padrões, pois mesmo
de análise de FDN (e, por conseguinte, FDA) baseados no uso de a menor variação nos procedimentos pode acarretar na mensuração de
cadinhos filtrantes ao invés de filter bags, os quais são considerados como uma entidade analítica distinta da originalmente proposta (Mertens,
referências intermacionais (Mertens, 2002; Barbosa et al., 2015; Silva et 2003).
al., 2018). Considerando as colocações do parigrafo anterior, faz-se
Embora não haja dúvida de que o uso de filter bags aumente a extremamente completa descrição dos procedimentos usados
necessário a
método especítico seja
praticidade eacapacidade operacional do método, evidências tem sido para análise dos compostos fibrosos. Caso um
método ser
apresentadas de que sua utilização pode incorrer em vícios e erros sobre seguido, sua referenciação deve ser adequada. No caso de um
o processo de quantificação de componentes fibrosos (Gomes et al., 2011; seguido, mas com alguma modificação, mesmo que mínima, esta deve
130 131
INCT Concia Animal Métodos para Análise de Alimentos 2" Ediin
ser plenamente descrita para que os resultados, caso necessário, sejam Alguns detalhes adicionais devem ser irisados para avaliação
interpretáveis e passíveis de cotejamento inter-experimental não viesado. adcquada dos conteúdos de fibra em alimentos, principalmente FDN. Em
O uso de filter bags pode restringir a circulação de extrator pela primeiro lugar, as partículas devem ser padronizadas a partir de moagem
amostra e comprometer a extração daquilo que seria solúvel em com peneira de porosidade I mm (Mertens, 2002: Valente et al.. 2011a).
detergente neutro, principalmente com alinmentos concentrados (Barbosa Tamanhos de partículas superiores propiciam menor superticie especifica
et al. 2015). Contudo, o método de extração com flter bags pode ser da porção teste. comprometendo o acesso da solução de detergente e
considerado rústico e preciso e. portanto, útil para o cotejamento intra- também da a-amilase termoestável (Valente et al.. 201 la).
experimental (Mertens. 1999; Silva et al, 2018). O principal ponto para Os resultados obtidos no Brasil sob as mesmas condições de
garantir essas características reside sobre o uso de sistemas pressurizados extração indicam que tanto filter bags F57 (Ankom®) como aqueles
de extração. O uso de equipamentos não pressurizados compromete a confeccionados com tecido não-tecido (TNT, 100 g/m) propiciam
qualidade e a precisão dos resultados (Silva et al., 2018), um possível resultados similares de FDN e FDA (Casali et al. 2009: Valente et al.
reflexo do acúmulo de bolhas no interior dos filter bags (Gomes et al., 2011a). Adiferença básica entre ambos reside sobre a menor resistência
a danos fisicos exibida pelos filter bags de TNT (Valente et al. 2011b),
o
2011), o que compromete ahomogeneidade de contato entre o extratore
o material a ser extraído. A pressurização amplia a temperatura de que detemina que não haja reutilização dos mesmos.
Amostras com alto teor de gordura (i.e., extrato etéreo maior que
ebulição do extrator e, consequentemente, evita a formação de bolhas no
interior dos filter bags. A maioria dos equipamentos nacionais para 10%, com base na matéria seca) não apresentarão extração adequada do
Isso se dá pela tendência de
extrações com filter bags opera sob condições não pressurizadas, não material solúvel em detergente neutro.
levando à migração
sendo recomendada a sua
utilização formação de uma solução bifásica durante a extração,
sua ação na fase
do detergente neutro paraa fase apolare comprometendo
Valente et al., 2011c). Assim, tais
polar (Van Soest & Robertson, 1985;
7Este é o motivo pelo qual a descrição do método inclui uma marca à
comercial de equipamentos, cujos modelos operam sob pressurização. Não
amostras devem ser parcialmente desengorduradas previamente
de forma a reduzir sua
há compromisso algum do comitê organizador deste Manual com a empresa
extração com acetona ou éter de petróleo
citada. Apenas priorizou-se a adequação do processo de extração à
necessidade de um ambiente físico-químico específico que é propiciado por
tais equipamentos.
133
132
INCT Ciencia Animal
Métodos para Análise de Alimentos -
2° Edição
concentração de extrato etéreo para aquém de 10% com base na matéria
A utilização de
a-amilase termoestável
Seca.
obrigatória para a
Embora o método referência da AOAC
avaliação de FDN independentemente do instrumental de
(Mertens, 2002) inclua a análise.
aquecimento em meio neutro promove a gelatinização do amido
utilização de sulfito de sódio na análise de FDN, o comitê organizador do presente
na amostra (Hall, 2007), o qual, em não sendo retirado, inflaria o valor do
presente Manual não recomenda utilização. Em teoria, a principal
sua
precipitado superestimaria a concentração de FDN (Valente et al.
função do sulfito de sódio seria reduzir a
contaminação proteica do 2011c). Contudo, tona-se importante ressaltar que o uso de a-amilase
resíduo insolúvel em detergente neutro por agir na
clivagem de ligações termoestável é passo constituinte do método, não cabendo ao analista
bissulfidicas (Van Soest & Robertson, 1985). Contudo, o sulfito
pode aplicar seletivamente sua utilização
apresentar ações de clivagem de ligações fenólicas, reduzindo a função em da natureza da amostra.
Portanto, a mesma deve ser utilizada em toda e qualquer amostra visando
concentração de lignina no resíduo insolúvel e, consequentemente. à homogeneidade de
subestimando a
aplicação do método empírico.
concentração de FDN (Van Soest et al., 1991: Gomes et Existem divergências na literatura quanto à forma de utilização
al., 2012). Há de se ressaltar que, embora possa reduzir a
contaminação da a-amilase termoestável na análise de FDN. O método oficial da
AOAC
proteica sobre a FDN, o sulfito de sódio não é capaz de anulá-la
inclui um processo de padronização de atividade da enzima, a qual é
completanmente (Gomes al., 2012). Somando-se a isso o fato da
et
utilizada em duas instâncias: durante extração durante o processo de
a e
solubilização de lignina, entende-se que a utilização do sulfito de sódio é
filtração (Mertens, 2002). Em trabalho conduzido pelo grupo de pesquisa
controversa e capaz de gerar mais prejuízos do que benefícios. Logo, na gerenciado pelo comitê organizador deste Manual, verificou-se que a
necessidade de correção para contaminação proteica, o presente Manual segunda adição de a-amilase (i.e., durante a filtração) no modifica o
sugere a quantificação direta da proteína associada à fibra e seu desconto valor do resíduo insolúvel em detergente neutro (Barbosa et al., 2015),
de forma aritmética. Para o caso de estudos que possuam interesse direto não sendo, assim, aqui recomendada.
no valor da proteína associada à fibra ou da concentração de lignina (por Adicionalmente, não há aqui recomendação para um processo de
análise sequencial), o sulfito de sódio não deve ser utilizado (Van Soest padronização para a atividade enzimática. Isso se dá pelo fato de o método
et al., 1991).
se basear no uso de enzimas industriais, cuja padrão de atividade faz parte
das caracteristicas do produto (Gomes et al., 2014). Logo. o procedimento
134 135
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
Erlenmeyers (4 e 10 L)
consiste basicamente do nível de atividade do produto ofertado n0 Coletores universais autoclaváveis
mercado, que é de 240 e 300 KNU/g, respectivamente. Ambas são Panela de alumínio
igualmente efetivas (Gomes et al, 2014), sendo que a segunda tende a -
Bandejas de alumínio
substituir comercialmente a primeira devido à sua maior atividade" -
Fogão ou fogareiro
FDA utilizando analisador de fibras - Método F-003/2 (CioH1aNOs.2Na.2H:0) didratado P.A. ou EDTA ácido
FDA utilizando autoclave - Método F-004/2 (CoHNOs) P.A. e hidróxido de sódio (NaOH) P.A.
-
2" Edição
Soluções Solução de detergente ácido
I
-
Procedimentos
Solução de detergente neutro
-
estar entre 6,95 e 7,05. Caso o pH final esteja abaixo de 6,50 ou 2. Acondicione os filter bags em panela de alumínio e adicione a solução
acima de 7,50, descarte a solução. Para pH final de de detergente neutro comercial em volume suficiente para cobrir todo o
2" Edição
5. Seque os filter bags em bandejas (canmada delgada sem
16.Acondicione osfilter bags individualmente em coletores universais
sobreposição), sequencialmente, em estufa com circulação forçada
autoclaváveis e adicione solução de detergente neutro à
de ar a 55°C por 24 horas e em estufa não ventilada a 105°C por 2
temperatura ambiente. A relação detergente:amostra deve ser de,
horas. aproximadamente, 100 mL/g.
6. Acondicione os filter bags em dessecador (máximo de 20 unidades
2. Adicione a-amilase termoestável (Lyquozime Supra 2.2.X) na
por procedimento) e aguarde o equilbrio com a temperatura
proporção de 500 uL/amostra.
ambiente.
7. Pese os filter bagse registre o peso. Esse será o peso da tara. analisador de fibras Ankom ou
3. Aqueça a solução em aparelho
8. Acondicione as amostras nos filter bags seguindo-se a relação de 20 AnkomLT autoclave à temperatura de 105°Ce
Ankom20 ou ou
mg de matéria seca por centímetro quadrado de superfície. Sacos F57 mantenha por 1 hora. O tempo de extraço é contabilizado após
amostra seca ao ar. O mesmo raciocínio é seguido para os filter bags 4. Lave os filter bags com água destilada quente (temperatura >90°C)
até a completa retirada da solução de detergente.
confeccionados com TNT, cujas dimensões sugeridas são de 4,0 x 4,5
141
140
INCT Ciência Animal Métodos ari Ari dicuo
en
Acondicione os filter bags em dessecador (máximo de 20 unidades jue. m:1s Sa d fibra insoluvel detergente neutro ou ácido
em
por procedimento) e aguarde o equilibrio com a temperatura (gFB = tara ou peso do filter bag (g): %FaSA percentual de fibra
=
FDN 0,3014
F=(FB+F-FB 96FDNASA ASA x100=
0.703319x100=42,86%
F
%F ASA ASA x100
o6FDNASA100q586
%FDNMs9/6ASE 4281O0-44,71%
/%F ASA 100 FDA=(FB+FDA)-FB=0,5440-0,4041=0,1399 g
6 Fus 90ASE
FDA 0,1399
%FDAASA ASAx100= 0,7033
x100=19,89%
143
142
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
Método F-012/1
FDN utilizando autoclave Método F-013/1
Alíquota -
Item 2
FDA utilizando extrator de fibras -
Método F-014/1
FB (g) FDA utilizando autoclave Método F-015/1
0,4041 0,5410 0,4130
-
oFDNMs 44,71 45,77 45,69 Aparelho extratorde fibras Marconi MA450 ou similar ou autoclave
%FDAMs 20,75 18,5 20,13
-
Erlenmeyers (4 e 10 L)
-Coletores universais autoclaváveis
oFDAMs (média) 19,82
- Forno mufla
144 45
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos 2"
- Edição
Reagentes Procedimentos
Sulfato láurico de sódio (NaC12H2sSO,) P.A. Use balança analítica aferida pelo INMETRO. com precisão
- Etilenodiamino de
tetra-acético (EDTA) sal dissódico 0,0001 g, sobre bancada especial de laboratório e em ambiente
(CioH1N0s.2Na.2H.0) diidratado P.A. ou EDTA ácido climatizado (20-25°C ou de acordo com as
especificações do
(C1oH1N:Os) P.A. e hidróxido de sódio (NaOH) P.A. fabricante). Ligue a balança e aguarde 30 minutos para sua
-
ou
Preparação dos cadinhos
(NaHPO.7H:0) P.A.
-
d-amilase termo-estável (Lyquozime Supra 2.2.X, Novozymes, lentamente a mufla até atingir a temperatura de 500°C e mantenha
Araucária, PR, Brasil) sob esta condição por 2 horas.
Acido sulfúrico (H2SO4) concentrado P.A. 2. Desligue a mufla e aguarde seu resfiriamento, o qual deve ocomer.
Brometo de cetil trimetilamônio (C9H42BrN) P.A. (cetremide ou preferencialmente, com o equipamento fechado.
CTAB) 3. Retire os cadinhos da mufla, lave-os com um jato de água em
-
Acetona (C3H0) P.A. sentido contrário ao da filtração (da base para o topo) e deixe-os
secar na bancada ou em estufa com ventilação forçada.
5. Os cadinhos que
passarem pelo teste de filtração devem ser 4a. Acondicione os coletores universais vedados em autoclave,
aqueça
acondicionados em estufa não-ventilada a 105°C
por 16 horas. à temperatura de 105°C e mantenha
por 1 hora. O tempo de
6. Retire os cadinhos da estufa, acondicione em dessecador (máximo extração é contabilizado após a temperatura ser atingida.
de 20 unidades por
procedimento) e aguarde o equilibrio com a
LD
temperatura ambiente. 4b.Acondicione béqueres no extrator de fibra, acione o
os
148 149
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
conta a capacidade de condução do processo de filtração sem o 10. Retire os cadinhos, acondicione em dessecador (máximo de 20
resfriamento das alíquotas. unidades por procedimento) e
aguarde o
equilibrio com a
temperatura ambiente.
6. Acople o cadinho no suporte de filtração. Com o auxílio de água
destilada quente (temperatura > 90°C), transfira gradativamente o 11. Pese cadinhos
os e registre o peso.
conteúdo do béquer ou coletor universal para o cadinho. Durante a
transferência, o vácuo deve estar desligado. Caso o volume do A avaliação da FDA deve, preferencialmente, ser realizada
cadinho seja atingido, pare a transferência e acione o vácuo para sequencialmente à FDN. Os procedimentos são essencialmente os
drenagem da solução. Após a drenagem, desligue o vácuo e mesmos, mas considerando-se os detalhes descritos abaixo.
continue a transferência. Repita esse procedimento até a Para de
o caso
extração em autoclave, insira o cadinho contendo
transferência quantitativa do béquer ou coletor para o cadinho. o resíduo da FDN coletor universal. Adicione sobre
no o cadinho a
150 151
INCT Ciência Aninnal Mélodos para Análise de Alimentos - 2"
Edição
Para o caso do uso de extrator de fibra, acondicione o cadinho duas causas distintas:
contaminação por erros de procedimento e
contendo o residuo insolúvel detergente
em neutro no interior do
béquer contaminação inerente ao método (Detmann & Valadares Filho,
e adicione a solução de detergente scido. Ao final do período de exiração, 2010). No primeiro caso, a contaminação surge por execução indevida
erga o cadinho com o auxílio de uma pinça e lave seu exterior com água ou por omissão de passos do procedimento. Um exemplo claro seria a
destilada quente (temperatura 290°C), recolhendo a água no interior do omissão da a-amilase na avaliação de FDN, o que levaria o amido
béquer. O objetivo é o mesmo descito anteriormente.
gelatinizadoa contaminare superestimar o resíduo fibroso insolúvel.
Para o caso de extrações de FDA não sequenciais (o que pode No segundo caso, os contaminantes são inerentes ao método
ser vantajoso para aqueles que simplesmente almejam acessar a mesmo que todos os procedimentos sejam acuradamente realizados.
lignina), o processo de extração é similar ao descrito para FDN, apenas Entre contaminantes, destacam-se dos compostos
esses as frações
substituindo-se a solução de detergente neutro por solução de
nitrogenados insolúveis em detergente neutro e em detergente ácido,
detergente ácido e omitindo-se o uso da a-amilase.
conhecidas como proteína insolúvel em detergente neutro (PIDN) e
proteína insolúvel em detergente ácido (PIDA), respectivamente.
Cálculo da concentração de fibra Conceitualmente, a contaminação proteica constitui a maior fonte de
contaminação das análises de resíduos insolúveis no sistema
Os cálculos são realizados como descrito no item 7.1.1, apenas
substituindo-se o peso do filter bag pelo peso do cadinho filtrante.
detergente e sua presença leva à superestimação dos teores de FDN
e FDA nos alimentOs.
primeira, formada pela proteína solúvel em detergente neutro, com PIDN Método N-004/2
digestibilidade verdadeira elevada e constante entre alimentos; e a PIDA-Método N-005/2
segunda, formada pela PIDN, com digestibilidade verdadeira reduzida
e variável entre alimentos. Por outro lado, a PIDA, embora um Aparatos
componente da FDA e, portanto, englobando limitações nutricionais
Balança analítica com precisão de 0.0001 g
semelhantes, tem sido utilizada como elemento preditor de
-
154 55
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
Procedimentos utilizada para avaliação da PIDN ou PIDA. Use dessecador para
1. Use balança analítica aferida pelo INMETR0, com precisão de realização das pesagens. A alíquota de fibra não deve ser pesada
0.0001g. sobre bancada especial de laboratório e em ambiente diretamente.
climatizado (20-25°C ou de acordo com as especificações do 3b.Retorne o cadinho filtrante para a estufa não ventilada a 105°C por
fabricante). Ligue a balança e aguarde 30 minutos para sua 2 horas e pese novamente, obtendo por diferença a amostra de
estabilização. resíduo utilizada para avaliação da PIDN ou PIDA. Use dessecador
2a. Com cuidado, corte uma das arestas do filter bag contendo o
para realização das pesagens. A alíquota de fibra näão deve ser
pesada diretamente.
resíduo fibroso. A aresta deve permanecer ainda ligada ao filter
bag. Com o auxílio de uma espátula metálica, retire de 50 a 200 mg 4. Proceda à avaliação do teor de nitrogênio por intermédio do método
do resíduo da FDN ou FDA e coloque em tubo de ensaio para N-001/2.
digestão devidamente identificado. Antes de fazer o corte,
3a. Retorne ofilter bag para a estufa não ventilada a 105°C por 2 horas 6PIDN FDN=%NIDNFDNX6,25
e pese novamente, obtendo por diferença a amostra de resíduo
156 157
INCT Ciência Animnal Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
6PIDNMSx100
%6PIDNpB6PBMS %PIDNFDN=%NIDNFDNX6,25=0,52x6,25=3,26%
em que: %PIDNMs =
percentual de proteína insolúvel em detergente Considerando-se as médias de concentrações expressas na
neutro com base na matéria seca; %FDNMs = percentual de fibra tabela, fazemos a modificação das bases para expressão da PIDN:
insolúvel em detergente neutro com base na matéria seca; %PIDNPB =
6PIDNMs 6PIDNFDNX%FDNMs
percentual de proteína insolúvel em detergente neutro com base na 3,26x45,39
=1,48%
proteína bruta; %PBus = percentual de proteína bruta com base na 00 100
matéria seca.
%PIDNpsO6PIDNMS1001 x100=21,99%
1,48
As mesmas equações são utilizadas para os cálculos
relacionados à PIDA
6PBMs 6,7
158 159
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
Alíquota 7.3. Cinzas insolúveis em detergentes neutro e ácido
Item 3
%PIDNFDN 3,26 3,18 3,35 alimentos e outros materiais. Embora tenda a ser menor que a
Atualizaçõöes
Somente duas atualizações são relevadas aqui. Primeiro,a
inclusão da avaliação de resíduos oriundos do uso de cadinhos
filtrantes, os quais não foram contemplados na primeira edição deste
Manual. Segundo, ajustes tempoe temperatura de queima
no
7.4
160 Veja mais detalhes no Capítulo 9.
161
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
CIDN Método M-002/2 fechado para que a amostra se solte do tecido. Retorne o filter
CIDA -Método M-003/2 bag para a estufa não ventilada105°C por 2 horas e pese
a
Exemplo de cálculo
CIDN=(CAD+CIDN)-CAD
Considerando a aliquota 1 da tabela abaixo, têm-se os cálculos
CIDN da estimativa de cinzas insolúveis em detergente neuro (Lembrete:
%CIDNFDN=DX100
para estimar as cinzas insolúveis em detergente ácido, deve-se
Edição
166 167
INCT Ciência Animal Mélodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
168 169
INCT Ciencia Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2" FAicio
HENRIQUES. L.T.: DETMANN. E.: QUEIROZ. A.C.: VALADARES
FILHO. .C.: LEA0. M.I.: PAULINO, M.F. Fraçöes dos
VALENTE, TN.P.. DETMANN. E.
compostos PAULINO. M.F.: FIGUETRAS, VALADARES FILHO, S.C.
nitrogenados associados à parede celular em forragens tropicais. Arquivo JF: SOUZA. MA. Simulation of
variations in the composition samples in the evaluation of neutral
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1991.
17
170
étodos para Análise de Alimentos
INCT Ciencia Anima -2" Ediçao
Capítulo 8
Y Amido
Definiçoes hásicas
carboidratos não fibrosos (Tebbe et al., 2017; White et al., 2017). gerou
o novo conceito de tração calculada por diferença chamada de matéria
termos das moléculas alvo a serem avaliadas (i.e., amido). Papel de tiltro qualitativo (80 g/m)
O método aqui adotado deriva-se do método descrito por Zinn -
Tubos de ensaio (10 e 30 mL)
(1990). Contudo, devido a problemas na robustez do método e na -
Frasco âmbar (1 L)
175
174
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
- Bolas de vidro
heptahidratado. Homogeneíze até a solubilização e complete o
- Banho-maria
volume com água destilada.
-
Banho de gelo
Espectrofotômetro UV/visível Solução tampão
Em balão volumétrico de 1 L, contendo, aproximadamente, 500 mL
-
o-toluidina (CH%CoHLNH:) P.A. (fona líquida; densidade 1,008 glL homogeneize. Complete o volume com ácido acético glacial.
pureza >99,5%)
- Para armazenamento, a solução deve ser mantida em frasco âmbar.
D-glicose anidra P.A. Devido à dificuldade de aquisiço dos reagentes, essa solução pode
-
Edição
fabricante). Ligue a balança e aguarde 30 minutos para sua 6. Remova os tubos do banho de gelo e adicione 9.5 mL da
estabilização. solução
lampão e 0.5 mlL de
amiloglucosidade, agite gentilmente. Incube
2. Pese 0.50. 100. 150. 200 e 250 mg de em banho-maria a 39°C por 2 horas (agite gentilmente
D-glicose em tubos de ensaio de a cada 30
30 mL com tampa rosqueável. Três aspectos devem ser relevados nesse
minutos).
passo. Primeiro, os valores acima descritos se referemD-glicose pura.
a 7. Remova os tubos do banho-maria e mantenha-os em banho de gelo
Logo. a quantidade deD-glicose a ser pesada deve ser ponderada para a
por 10 minutos.
pureza do produto adquirido. Segundo, os valores acima apresentam
8. Remova os tubos do banho de
tolerância de #0,2 mg (ex: o padrão de 50 mg pode variar de 49,8 a 50,2 gelo e adicione 2 mL da solução de
g de D-glicose pura). Contudo, no momento dos cálculos, o valor real zinco 15%. Agite os tubos em vórtex e mantenha em repouso em
pesado deve ser utilizado. Terceiro, os padrões devem ser analisados temperatura ambiente por 10 minutos.
concomitantemente às alíquotas de amostras. 9. Utilizando funis e papel de filtro qualitativo (30 g/m), filtre o
178 179
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
13. Remova os tubos do banho de gelo e mantenha-os sobre a bancada
em
até que: B =
fator de conversão de
o equilíbrio com a temperatura ambiente. absorbância em massa
por
intcrmédio da Lei de Lambert-Beer (/g): P quantidade de
=
%&ASA x100
%GMs/6ASE
%AMs = %GMs X 0,9
G
%G ASA ASA 100
180 181
INCT Ciência Aninmal
Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
Exemplo de cálculo
%GASA 10029.32
65,00
MS0ASEX0Ua 25 X100=72,78%
Alíquota (ASA): 0,2517 g
oASE: 89.32% %AMS=%GMsX0,9=72,78x0,9=65,50%
Absorbância: 0,300
Literatura Citada
Padrão (mg) COOPER, E.R.; McDANIEL, V.: BAER, D.M.: DUBOWSKI, K.;
Quantidade real (g) Absorbância MORRISON, D.B.; VANDERLINDE. R.: FASCE, C.; KOWALSKI, P.
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INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
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Capítulo 9
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SHEN. Y. ZHAO, F.: YU, L.; YANG, W.; WANG, M.; WANG, H. Starch
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BENEDETI, P.B.; DETMANN, E. A suitable enzymatic method for laboratoriais de rotina para alimentos: cinzas ou maténa mineral (MM),
starch quantification in different
organic matrices. MethodsX, v.6,
p.2322-2328, 2019. proteína bruta (PB), gordura bruta ou extrato etéreo (EE) e fibra bruta (FB).
TEBBE, A.W.; FAULKNER, M.J.; WEISS, W.P. Effect of partitioning the Contudo, a avaliação quantitativa de um alimento deve se basear
nonfiber carbohydrate fraction and neutral detergent fiber method on
digestibility of carbohydrates by dairy cows. Journal of Dairy Science,
na
pressuposição de que sua composiço centesimal é inteiramente
v.100. p.6218-6228, 2017. conhecida. Portanto, a união dos compostos químicos definidos acima em
Van SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2 ed. Ithaca: Cornell uma avaliação quantitativa de alimento somente pode ser realizada se,e
University Press, 1994. 476p.
somente se, sua soma produzisse a composição total do alimento. Isto
WHITE, R.R.; ROMAN-GARCIA, Y.; FIRKINS, J.L; VANDEHAAR,
MJ.; ARMENTANO, L.E.; WEISS, w.P.; MCGILL, T.GARNETT, obviamente não é verificado. A partir disso, um quinto grupo químico foi
R.HANIGAN, M.D. Evaluation of the National Research Council (2001)
estabelecido, o qual deveria compreender todas as características
dairy model and derivation of new prediction equations. 1. Digestibility
offiber, fat, protein, and nonfiber carbohydrate. Journal of Dairy químicas que não fossem contempladas nos demais gupos. Este novo
Science, v.100, p.3591-3610, 2017.
grupo de compostos químicos seria estimado como
ZINN, R. Influence of flake density on the comparative feeding value of
steam-flaked corn for feedlot cattle. Journal of Animal Science, v.68,
ENN = 100 - MM - PB - EE - FB
p.767-775, 1990. (1)
ZURAK, D.; KLJAK, K.; GRBE`A, D. The composition of floury and
vitreous endosperm affects starch digestibility kinetics of the whole maize em que ENN é o extrativo não nitrogenado. Todos os termos são
kernel. Journal of Cereal Science, v.95, p. 103079, 2020.
expressos como percentual da matéria seca (MS).
184 185
INCT Cincia Animnal Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
De um ponto de vista teórico, o ENN deveria compreender dos compostos fibrosos, constitui a principal limitação funcional para
todos os compostos não nitrogenados, não gordurosos e não fibrosos utilização da FB e do ENN na nutrição de ruminantes.
do alimento e deveria apresentar alta digestibilidade (pois conteria A partir do desenvolvimento do conceito analitico de fibra
amido, açúcares. etc). Adicionalmente, como o ENN é calculado por insolúvel em detergente neutro (FDN) por P.J. Van Soest na década de
diferença (Equação 1), a soma dos cinco grupos de compost 1960, novas perspectivas foram geradas para a avaliação quantitativa de
químicos resultaria no alimento total (100%), fazendo com que a alimentos e dietas para animais ruminantes. A FDN representa uma
suposição básica para avaliação quantitativa fosse suprida. aproximação química da fibra insolúvel em meio aquoso (como o rúmen)
Ao contrário do ENN, a FB deveria representar ou mensurar e coresponde à porção do alimento que efetivamente causa efeito de
o material indigestível dos alimentos, notoriamente para animais não enchimento no rúmen ou em outros segmentos do trato gastrintest1nal
ruminantes. O conceito analítico FB foi baseado em características (Detmann, 2010). A FDN é formada basicamente por celulose.
químicas da digestão (extração em ácido, simulando as condições hemicelulose e lignina e sua utilização elimina grande parte das distorções
estomacais, seguida por extração em base, simulando as condições de causadas pela solubilização de compostos fibrosos durante a análise por
intestino delgado) (Detmann, 2010). No entanto, a extração ácido-base intermédio do conceito de FB.
causa a solubilização de hemicelulose e de lignina solúvel em álcali (Van A substituição da FB pela FDN representa uma opção lógica na
Soest, 1994). Portanto, a FB é teoricamente formada por celulose, lignina nutrição de animais numinantes, pois confere entendimento nutricional
insolúvel em álcali e por resíduos de hemicelulose. Assim, grande parte da mais concreto e amplo de alimentos e dietas. Contudo, a alteração do
hemicelulose e da lignina seria incluída no ENN". A partir disso, o ENN, conceito analitico aplicado à avaliação da fração fibrosa do alimento
o qual deveria representar a fração facilmente digerível dos carboidratos, obviamente demanda a modificação da interpretação do grupode
passa a apresentar digestibilidade baixa e altamente variável entre compostos químicos calculado "por diferença". Assim, quando utilizada
alimentos (Detmann, 2010). Este aspecto, em conjunto com a subestimação a FDN, o conceito de ENN não deve ser utilizado, pois este deve somente
Em sistemas mais recentes de avaliação quantitativa de aumenta a exatidão dainterpretação energética dos alimentos/dietas.
alimentos, o amido contido nos alimentos passou a ser (ao lado de Contudo, a avaliação direta de AGCLpossui base cromatográfica
MM, PB, EE e FDN) a quinta entidade diretamente analisada (Tebbe (Sukhija & Palmiquist, 1988; Weiss & Wyatt, 2003), sendo de difícil
et al., 2017; White et al., 2017; NASEM, 2021). Dessa forma um novo acesso como análise de rotina na maioria dos laboratórios de análise
de alimentos no Brasil. Desta forma, embora ciente do maior vício
componente calculado por diferença é definido pela separação entre
causado pelo uso do EE, o comitê organizador deste Manual optou por
amido e os demais componentes do CNF, o qual passa a ser formado
essencialmente por fibra solúvel em detergente neutro e outros
sua manutenção para estimação dos componentes calculados por
Esse diferença devido à maior acessibilidade de análise.
componentes minoritários como açúcares e ácidos orgânicos.
Em termos de nutrição de ruminantes, a separação do amido
passa a ser denominado de matéria orgânica residual (MOR; Tebbe et
dos CNF mostra-se extremamente funcional,
al., 2017), sendo definido por: haja vista que a MOR
composta basicamente por fibra solúvel, possui padrão de fermentação
MOR = 100 MM- PB - EE - A - FDN distinto. Assim, o entendimento em separado propicia melhor
(3)
antecipação dos efeitos da dieta sobre o padrão de fermentação ruminal
em que A éa concentração de amido como percentual da MS.
(e seus efeitos indiretos sobre saúde e desempenho animal) e sobre a
188 189
INCT Ciência Animal Mélodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
eficiência energética da dieta em si. Por outro lado. para nutriçâo de CNF =100 MM- EE - FDN -
(5):
-
fontes de polissacarídeos não-amiláceos solúveis (PNAS), os quais em que: PBu = teor de PB oriunda da ureia (ou mistura ureia e sulfato de
interferem efetivamente nos eventos de digestão e absorção no amônio); e Ué o teor de ureia. Todos os termos são expressos como o
da MS.
intestino delgado.
Em situações em que ureia no é utilizada percebe-se facilmente
Contudo. um problema básico se ergue a partir da utilização
que as equações (4) e (5) convergirão exatamente para aquilo queé
das equações (2) e (3). Como os CNF e a MOR são calculados por
exposto nas equações (2)e (3), respectivamente.
diferença. estes irão englobar todos os erros associados às estimativas
Sob um ponto de vista analítico, os principais vícios associados
dos componentes químicos que são analisados diretamente.
às estimativas dos teores de CNF e MOR estão associados com problemas
Equívoco característico observado quando ureia é incluída
sobre as estimativas do teor de FDN. Em geral, estes problemas são
em concentrados ou dietas. A despeito do fato de a PB da ureia ser
causados pela presença de contaminantes no resíduo insolúvel em
estabelecida com base nos pressupostos do método de Kjeldahl (PB =
migração do detergente para a fase apolar, que é formada pela gordura. para cinzas; e FDNcp FDN corrigida para cinzas e proteina. Todos
=
Assim, a ação do detergente neutro se torna limitada na fase polar e o teor Os termos são expressos como % da MS.
de FDN será superestimado. Amostras com teores de EE superior a A FDNp (Equação 6) foi
10% sugerida por Hall (2000) para que se
(com base na MS) devem ser parcialmente desengorduradas antes de procedesse à estimação dos CNF. incluindo-se dietas nas quais uréia for
serem submetidas à extração utilizada. Contudo, uma inconsistência químicaé observada devido ao fato
com detergente neutro (Mertens, 2002;
Valente et al., 2011). de as CIDN serem parte da MM. Assim, a omissão da começão para cinzas
Resíduos fibrosos mensurados levará a uma dupla suburação das CIDN na estimação dos teores de CNF.
gravimetricamente, como a FDON,
estão sujeitos a contaminantes indesejados, porém inerentes ao método, Paura ilustrar tal fato. a equação (2) pode ser reeserita utlizando-se
Os quais englobam, de forma daas pressuposições: L. a FDN possui obrigatoriamente contaminação por
geral, compostos nitrogenados e minerais,
192 193
INCT Ciência Animal
Métodospara Análise de Alimentos2 Ediçin
minerais além contaminação por pnoteina: e 2. a MM do alinmentodicta
Por outro lado, no método oficial para análise de FDN adotado
pode ser fracionada em duas pongöces. uma solível e outra insolivel em
pela Association of Official Analytical Chemists (AOAC: Mertens, 2002)
detergente neutro. A partir disso. utilizando-se as cquaçöes (2) e (6). faz-se:
Somente a correção para cin7as foi con iderada
(FDNc: Equação 7).
Pressupondo-se que a PB de um alimento pode fracionada
CNF 100-(CSDN + CIDN) -PB -EE -FDNp (9a): ser em uma
EE - FDNcp (10c):
procedimento para se estimar o teor energético de alimentos e dietas para proteína ser o principal contaminante da ibra mensurada
bovinos. Contudo, mais uma vez se observa inconsistência nutricional gravimetricamente (Van Soest, 1994). A despeito da inclusão de sulfito
(além da questão da subestimação dos CNF), pois cinzas não produzem de sódio na solução de detergente (Mertens, 2002), deve ser ressaltado
da FDN que este composto químico não remove toda a proteina contaminante.
energia (Detmann et al., 2008). ILogo, a correta utilização em
195
194
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
2012) e sua utilização não tem sido recomendada no Brasil (Gomes et al.
2007; Tebbe et al., 2017). Portanto, a
FDNcp (Equação 8) deve
2012; Detmann et al.. 2016). ser
usada no processo de estimação dos CNFe da MOR.
Tabela 9.1- Exemplo teórico da estimação dos teores de CNF eMOR Considerando-se os
argumentos até aqui apresentados, na
utilizando-se diferentes aproximações para a FDN
avaliação de concentrados ou dietas contendo ureia os CNF e a MOR
Item devem, portanto, ser estimados como:
Teor
MM 5,0
PB 21,5 CNF 100 MM EE FDNcp (PB PBu + U)
-
-
-
(11);
-
-
EE 3,8
Amido 48,5 MOR =
100 MM- EE -A FDNcp (PB PBu + U) (12):
-
-
-
FDN 20,3
PIDN 3,4 Quando a ureia não for utilizada, as equações (11) e (12)
CIDN 1,5
FDNc2 convergirão para:
18,8
FDNp2 16,9 CNF 100 MM - EE - FDNcp - PB
FDNcp? 15,4 (13);
Estimativa Vício MOR = 100 M M - EE -A - FDNcp - PB
CNF (usando FDN) 49,4 -4,9 (PIDN + (14):
MOR (usando FDN) 0,9 CIDN) Deve ser novamente enfatizado que a não consideração da
CNF (usando FDNc) 50,9
3,4 (PIDN) ureia causará subestimação dos CNF e da MOR (Tabela 9.2). Por
MOR (usando FDNc) 2,4
CNF (usando FDNp) 52,8 Outro lado, quando a correção para o teor de ureia é aplicada, verifica-
-1,5 (CIDN)
MOR (usando FDNp) 4,3 se que a soma dos grupos de compostos químicos não produz 100%
CNF (usando FDNcp) 54,3
MOR (usando FDNcp) 5,8 (Tabela 9.2; MM + PB + EE+FDNcp + CNF = 103,2%). Contudo,
o da MS.2cepindicam coreções para cinzas e proteína, respectivamente.
isto não deve ser visto como vício, mas somente como um reflexo do
Em adição, a ausência de correções para cinzas e proteína entendimento mais correto da dieta avaliada.
196 197
INCT Ciência Anima Métodos ara Análise de Alimentos 2"
- Ediçio
Tabela 9.2 - Exemplo teórico do processo de estimação dos teores de DETMANN, E.: VALADARE FILHO. S.C.: PINA. D.S.; HENRIQUES.
CNF e MOR em uma dieta contendo ureia L.T. PAULINO. M.F. MAGALH K.A.: SILVA. P.A.
CHIZZOTTI. M.L. Prediction of the energy value of cattle diets based on
Item Teor chemical composition of the feeds under
tropical conditions. Animal
MM 6,0 Feed Science and Technology. v.143. p. 124-147. 2008.
PB 13,2 DETMANN, E.; SILVA. T.E. ; VALADARES FILHO. S.C.: SAMPAIO.
Ureia:Sulfato de amônio (9:1) (U0) 2,0 C.B.; PALMA, M.N.N. Prediction of the energy value of cattle diets
PBu2 5,2 based on the chemical composition of feeds. In: VALADARES FILHO:
EE 2,6 S.C.; COSTA E SILVA, L.F.: GIONBELLI. M.P.: ROTTA. P.P.:
Amido 28,2 MARCONDES, M.I.; CHIZZOTTI, M.L.: PRADOS. L.F. (Org.).
Nutrient
requirements of zebu and crossbred cattle BR-CORTE.
FDNcp 40,5
3ed.Viçosa: DZO-UFV. 2016. p.85-118.
Estimativa Vício
CNF (não se considerando a ureia) 37,7 -3,2 (PBuu GOMES, D.I.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO. S.C.: MEZzOMO.
R., SOUZA, N.K.P.; QUEIROZ, A.C.; DETMANN, K.S.C. Evaluation
MOR (não se considerando a ureia) 9,5 U of sodium sulfite and
CNF (considerando a ureia) 40,9 protein correction in analyses of fibrous compounds
in tropical forages. Revista Brasileira de Zootecnia. v.41. p 225-231.
MOR (considerando a ureia) 12,7 2012.
% da MS. 2 Assumindo-se 260% de PB na mistura uréia:sulfato de amônio.
HALL, M.B. Neutral detergent-soluble carbohydrates. Nutritional
relevance and analysis. Gainesville: University of Florida. 2000. 76p.
Literatura Citada MERTENS, D.R. Creating a system for meeting the fiber requirements of
dairy cows. Journal of Dairy Science, v.80. p. 1463-148 1. 1997.
CHIZZOTTI, M.L.; VALADARES FILHO, S.C.; VALADARES, R.F.D.;
MERTENS, D.R. Gravimetric determination of amylase treated neutral
CHIZZOTTI, F.HM.; MARCONDES, M.I.; FONSECA, M.A.
detergent fiber in feeds with refluxing in beaker or crucibles:
Consumo, digestibilidade e excreção de uréiae derivados de purinas em
vacas de diferentes níveis de produção de leite. Revista Brasileira de collaborative study. Journal of AOAC International, v. 85, p.1217-
1240, 2002.
Zootecnia, v.36, p.138-146, 2007.
MERTENS, D.R. Challenges in measuring insoluble dietary fiber. Journal
CODEX ALIMENTARIUS COMISSION. Procedural manual. 26th ed.
of Animal Science, v.81. p.3233-3249, 2003.
Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations, 2018.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of
253p.
dairy cattle. 7 ed. Washington: Academic Press, 2001. 38 1p.
DETMANN, E. Fibra na nutrição de novilhas leiteiras. In: PEREIRA, E.S.;
PIMENTEL, P.G.; QUEIROZ, A.C. (Eds.) Novilhas leiteiras. Fortaleza: NATIONAL ACADEMIES OF SCIENCES. ENGINEERING, AND
Graphiti, 2010. p.253-302. MEDICINE - NASEM. Nutrient requirements of dairy cattle. 8 ed.
200 201
Métodos para Análise de Alimentos 2" Ediçio
INCT Ciência Animal
Capítulo 10
Lignina
Definiçies básicas
1961).
202 203
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
Existem diferentes métodos empregados na avaliação de
rcmanescentes são oxidadas e clivadas (Van Soest. 1994). Neste
lignina. porém nenhum atende plenamente à expectativa nutricional,
sentido, oxidação por permanganato de potássio constitui método
a
relacionando o teor de lignina ao processo digestivo do animal. Há
para avaliação gravimétrica do teor de lignina (Van Soest &
divergencias significativas nos resultados obtidos em laboratórios para
Robertson, 1985).
todos os métodos aplicados (Gomes et al., 2011).
O método de lignina Klason difere analiticamente do método
Todos os métodos praticados para avaliação do teor de lignina
da hidrólise ácida na sequência com que a concentração do ácido
baseados no isolamento dos componentes químicos apresentam sulfúrico e a
temperatura de extração são utilizadas, o causa
que
limitações no tocante aos processos analíticos, de forma que os
efeitos diferentes hidrólise dos
somatórios das partes são sempre contraditórios em uma mesma
na
polissacarídeos (Hatfield al.. et
procedimento pode ser obtida em Van Soest (1994). Bomba de vácuo acoplada, em linha, a
-
um kitassato e a um
suporte
para cadinhos filtrantes
Atualizaçõões
Geladeira
- Termômetro
As atualizações apresentadas nesta edição envolvem apenas
pequenas correções no preparo e concentração dos reagentes e em Proveta de borossilicato
polietileno 2 L
-
ou
206 207
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de limentos -2" Edição
Características da solução -
Com cuidado, retire a proveta da águae seque seu exterior com papel
solução (g ou mL); P = pureza do ácido sulfúrico concentrado (%).
toalha.
3. Preparo do ácido
Acondicione a proveta sobre a balança semi-analítica e adicione
lentamente ácido sulfúrico até o peso total da solução atingir 3268 g
-
Adicione a água destilada na quantidade estimada em uma proveta (não se esqueça de contabilizar a tara).
de 2 L. O peso da proveta deve ser previamente conhecido.
Retire a proveta da balança e homogeneíze a solução com um bastão
de vidro.
0 Essas especificações dizem respeito à solução sob temperatura de 20°C.
208 209
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
-
Para o caso de volumes inferiores 1995 mL, ficou 3. Acondicione cadinho filtrante contendo
a a solução o o resíduo insolúvel em
demasiadamente concentrada. Assim, para cada 3 mL abaixo de detergente ádcido em coletor universal e adicione pequena porção da
2000 mL, retire 5 mL da solução e adicione 8 mL de água. solução de ácido sulfúrico de forma a apenas umedecer o resíduo.
Homogeneíze o conteúdo com auxílio de bastão de vidro com o
Para o caso de volumes superiores a 2005 mL, a solução ficou
objetivo de quebrar todos os grumos e permitir que o ácido entre
demasiadanmente diluída. Assim, para cada 1 mL acima de 2000 mL em contato com todas as partículas da amostra até que esta adquira
retire 9 mL da solução e adicione 8 mL de ácido sulfúrico
consistência pastosa. Mantenha o bastão de vidro dentro do cadinho
concentrado.
(deve ser usado um bastão para cada alíquota).
210 211
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
nível equivalente à metade da altura interna do cadinho. Mantenha
T0.Pese os cadinhose registre o peso. Esse resíduo obtido é composto
nessas condições por mais 2,5 horas.
por lignina e contaminantes minerais (i.e., sílica)"
5. Com cuidado, retireo cadinho do coletor universal e o acople no
suporte de filtração. Acione o vácuo e drene todo o ácido sulfúrico. 11.Acondicioneos cadinhos filtrantes contendo os resíduos no interior
da mufla.
forma a remover todo o ácido aderido na vidraria. 13.Proceda à queima por 3 horas a 550°C. Após este tempo, desligue a
(temperatura > 90°C). Cuide para que não transborde. Acione o 14.Coloque os cadinhos filtrantes com os resíduos minerais em
vácuo drene.
dessecador (máximo de 20 unidades por procedimento), deixe
e Repita essa operação até que todo o ácido seja
estabilizar com a temperatura ambiente. Pese e registre os pesos.
removido.
temperatura ambiente.
0Esse resíduo é também composto por cutina. A descrição do método
pressupõe que a contribuição da cutina seja desprezível. Veja mais detalhes
nas definições básicas no início do Capítulo.
212 213
INCT Ciência Animal Métodos paru Análise de Alimentos -2" Edição
LIG=(CAD+RES)-(CAD+RM)=40,4313-40.4074=0.0239 g
Para o cálculo da concentração de lignina, utilize as equações:
LIG 0,0239
LIG=(CAD+RES)-(CAD+RM) 6LIGASA ASA x100: =
0,8006
x100=2,99%
LIG
6LIGASA SA X100
o/LIGASAx100 a586
o LIaMs= .ASE X100
4,99
ocx100=3,11%
96LIGASAx100
%LIGMS9%ASE Item
Alíquota
Balões volumétricos 1L
Solução tampão
-
2" Edição
Solução de etanol 80% vh
Procedimentos
- Em balão volumétrico de 1 L. misture 155 mL de água destilada e
1. Use balança analítica aferida
845 mL de solução de etanol 95% ou 200 mL de água destilada e pelo INMETRO, com precisão de
0,0001 g, sobre bancada especial de laboratório e em ambiente
800 mL de etanol absoluto. Homogeneíze.
climatizado (20-25°C ou de acordo com as
especificações do
16 horas. ar, =
LIG 0,0292
Estufa sem circulação forçada de ar
%LIGASA=ASA X100 0 , 8 1 4 5 0 0 = 3 , 5 9 %
- Forno mufla
Alíquota
Bomba de vácuo acoplada, em linha, a um kitassato e a um suporte
Item 1 2
para cadinhos filtrantes
ASA (g) 0,8145 0,8807
- Geladeira
CAD+FDA () 38,1752 39,0521
- Termômetro
CAD+RES (g) 38,1460 39,0200
- Proveta de borossilicato ou polietileno 2 L
LIG (g) 0,0292 0,0321
- Banho-maria
oLIGASA 3,59 3,64
- Autoclave
oASE 95,86
%LIGMs 3,75 3,80
Reagente
oLIGMs (média) 3,78
- Acido sulfúrico (H2SOA) concentrado P.A.
Solução
Lignina Klason
Acido sulfirico (12 M ou 720 g/kg ou 72% p/p)
(Método F-007/2)
método F-005/2.
Prepare a solução como descrito no
Aparatos
Edição
Procedimentos
procedimento até a transferência quantitativa do resíduo do coletor
1. Adicione 250 a 350 mg de amostra em coletor universal para o cadinho. A transferência deve ser realizada com o
autoclavável com capacidade de 100 a 120 mL. As amostras material ainda morno após a
autoclavagem.
devem ser processadas enm moinho com peneira com
7. Com o vácuo desligado, lave resíduo
o com água destilada quente
porosidade de 1 mm.
(temperatura2 90°C). Acione o vácuo e drene. Repita esse
2. Adicione 3 mL da solução de ácido sulfúrico sobre a amostra e procedimento por trê vezes.
temperatura ambiente.
4. Retire os coletores do banho-maria e adicione 80 mL de água
da mufla.
6. cadinho filtrante previamente conhecido no
Acople o com peso
destilada quente 12. Ligue a mufla e, aguarde que a mesma alcance a temperatura de
suporte de filtração. Com o auxílio de água
550°C. E desejável uma rampa de aquecimento de 1 hora para que
conteúdo do
(temperatura 90°C), transfira gradativamente o
2" Edição
13. Proceda à queima por 3 horas a 55O°C. Após este tempo, desligue a
%PCLIG=%PLRES /%%RESMS
procedimentos descritos para o método N-004/2.
LKMSNC
%LKMsc=%LKusNCX-(100-%PCLuG
100
em que: CAD =
peso do cadinho tiltrante (g): RES =massa do resíduo
após a extração ácida: %RESasA =
percentual de resíduo obtido após
o tratamento com ácido sultúrico com base na amostra seca ao ar; ASA
massa de amostra (g): %RESns
seca ao ar =
percentual de resídu0
226 227
INCT Ciencia Animal
Métodos para Análise de Alimnentos 2"
-
Edição
obtido após o tratamento com ácido sulfúrico com base na matéria
seca: %ASE =
percentual de "amostra seca em estufa"; RM = massa RM ASA (CAD+RM)-CAD
ASA
x100=
38,1759-38,1546
-x100=8,38% 0,2541
do resíduo mineral (g): GRMASA =
percentual de resíduo mineral
obtido após incineração em mufla com base na amostra seca ao ar; %RM ASA100 gs,86
%RMMs 9/%ASE 8,38
x100=8,74%
%RMMs percentual de resíduo mineral obtido após incineração em
04
Valor obtido pela avaliação do resíduo conforme o método N-004/2.
229
228
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2" Fdicão
Literatura Citada
Capítulo 11
DEHORITY. B.A. Microbial ecology of cell wall fermentation. In: JUNG
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A estimação da digestibilidade dietética tem como ponto
GOMES D.I.: DETMANN. E. VALADARES FILHO, S.C.:
FUKUSHIMA. R.S.: SOUZA. M.A.: VALENTE, T.N.P.; PAULINO inicial a
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Neste contexto, a excreção fecal constitui a característica básica de
using different analytical methods and their correlations with degradation
of insoluble fiber.Animal Feed Science and Technology, v.168, p.206- indigestibilidade de um alimento ou dieta, uma vez que representa, ao
222. 2011.
menos aparentemente. a porção ingerida não aproveitada durante a
HATIFIELD. R.D.: JUNG. H.G.: RALPH, J.; BUXTON, D.R.; WEIMER,
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JUNG. H.G.: ALLEN, M.S. Characteristics of plant cell walls affecting
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Science, v.73, p.2774-2790, 1995.
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LOWRY, J.B.; CONLAN, A.C.; SHLINK, A.C.; McsWEENEY, C.S. Acid
ruminantes compreendem os residuos indigestiveis dos alimentos,
detergent dispersible lignin in tropical grasses. Journal of Science and
Food Agriculture, v.65, p.41-49, 1994.
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NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of
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SOEST, P.J.
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Press, 1994. 476p. As estimativas de produção fecal são obtidas por intermédio
Van SOEST, P.J.; ROBERTSON, J.B. Analysis of forages and fibrous de relaçao de causa e eteito entre alinmento/dieta e os eventos
foods. Ithaca: Cornell University, 1985. 202p.
ligestivos do trato gastrintestinal (Detmanu et al., 2007). A base para
protocolo cstabelecido para as dos resultados (Silva et al. 2018). possível reflexo acúmulo de
já contempla tal diferença. sendo o
robustez parao uso de ambos bolhas no interior dos filter hags (CGomes et al. 201),
maiores demandas de tempo. garantindo o que
análises de FDN demandarem partículas moídas 1 ser extraído. A pressurização amplia a temperatura de ebulição do
Apesar de as
em peneira de porosidade mm. as avaliações de FDNi e FDAi são Cxtrator e, consequentemente, evita a formação de bolhas no interior
peneiras de porosidade 2 dos filter hags. A maioria dos equipamentos nacionais para extraçöes
realizadas com partículas processadas em
mm. Este é o padrão para avaliações in situ (favor consultar o Capítulo com filler bags opera sob condições não pressurizadas, não sendo
menor superficie específica não compromete a extração pelas soluções Questionamentos são também direcionados ao fato de haver
de detergente. Embora possuam base analítica comum, a extração ou não diferenças entre animais quanto ao valor de FDNi ou FDAi
de FDN, por exemplo, é obtido. Nutricionalmente. animais são incapazes de causar tal
possui objetivos distintos. A extração
há muitas interferências oriundas diferença, uma vez que a dimensio da fração indigestívelé
complexa sob a ótica química, pois
de outros compostos do alimento. A avaliação no material incubado característica inerente ao alimento utilizado. 0 que ocore são
de a-amilase para análise de FDNi ou de extração sequencial para características inerentes aos animais em si, como, por exemplo,
análise de FDAi, pois, por exemplo, amido e pectina já foram peculiaridades no seu microbioma ruminal. Os efeitos destas variaçõöes
na estimação da tração indigestivel são conrolados pelo fornecimento
degradados durante a permanência da amostra no rúmen.
de dieta adequada e pela adoção de tempo adequado de incubação.
No entanto, similarmente ao recomendado para o uso de filier
bags nas análises de FDN e FDA, aqui também há necessidade dese A utilizaço de ovinos como animais doadores mostra-se uma
conduzir a extração utilizando-se sistemas pressurizados. O uso de dúvicla recormente sobre os protocolos de avaliação de trações
Erlenmeyers (4 e 10L)
comparação a bovinos, exigindo tempos de incubação extremamente
-
Panela de alumínio
longos para estimação da fração indigestível (Reis et al., 2017). Logo,
considerando que a fração indigestível é uma característica do
-
Bandejas de alumínio
alimento, sua avaliação é mais vantajosa utilizando-se bovinos como Fogão ou fogareiro
Sacos de filó
animais doadores.
-
Edição
- Acetona (C:H.O) P.A. Sob temperaturas ambientes baixas pode haver precipitaço
- Detergente neutro comercial parcial na solução armazenada. Nesses casos, aqueça levemente
a solução e agite para a ressobulização antes do uso.
Soluções
Solução de detergente ácido
Solução de detergente neutro comercial Em
- Em Erlenmeyer de 4 L. adicione 1 L de água destilada e 80 mL de
Erlenmeyer de 10 Ladicione 4 L de água destilada previamente
aquecida. Adicione 200 g de CTAB P.A. e agite levemente. Adicione
detergente neutro comercial. Agite até a completa homogeneização lentamente 277 mL de ácido sulfúrico concentrado P.A. Agite até a
e complete o volume com água destilada. solubilização e complete o volume com água destilada.
238
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2" Edição
3. Leve o recipiente ao fogão ou fogareiroe aqueça. A solução deve
ser mantida em ebulição por 15 minutos.
Adaptaçãoe dieta do animal(is) doador(es)
de ar a 55°C por 24 horas e em estufa não ventilada a 105°C por 2 proteína bruta, também com base na matéria seca. A suplementação
horas. mineral deve ser realizada ad libitum, mantendo-se também água
disponível em abundância.
6. Acondicione os filter bags em dessecador (máximo de 20 unidades
possuem aproximadamente 36 cm2 de superfície. Assim, seriam 2. Retire os filter bags do rúmen e lave-os bem em água corrente até a
necessários 720 mg de matéria seca ou, aproximadamente, 800 mg de retirada do excesso de material aderido à superfície externa.
amostra seca ao ar. O mesmo raciocínio é seguido para os filter bags Sugere-se que, durante a lavagem, os filter bags sejam pressionados
confeccionados com TNT, cujas dimensões sugeridas são de 4,0 x 4,5 levemente com as mãos para auxiliar a retirada de material solúvel.
cm. As amostras devem ser obrigatoriamente processadas em
3. Acondicione os filter bags em lavadora tipo "tanquinho". Encha-a
moinho de facas com peneira de porosidade de 2 mm.
com água limpa e, usando regulagem para "lavagem delicada",
240 241
INCT Cência Animal Métodos para Análise de Alimentos 2" Edição
4. Após os ciclos de lavagem. pressione gentilmente osfilter bags para 3. Lave os filter bags com água destilada quente (temperatura> 90°C)
retirada do excesso de água (que deve estar límpida). até a completa retirada da solução de detergente.
detergente não ocorra de imediato, seque os 4. Adicione os filter bags em um recipiente e cubra-os com acetona.
5. Caso a extração com
filter bags em bandejas (camada delgada sem sobreposição) em Agite por 3 a 5 minutos.
242 243
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
Cálculo da concentração de FDNi e FDAi
dclergente neutro indigestível com base na matéria seca:. FDAi =
massa de fibra em detergente ácido indigestível (g): %FDAiasA =
Para o cálculo da concentração de FDNi e FDAi, utilize as
percentual de fibra em detergente ácido indigestível com base na
equações: %FDAims
amostra seca ao ar; =percentual de fibra em detergente
ácido indigestível com base na matéria seca; e %ASE = percentual de
FDNi=(FB+FDNi)-FB
"amostra seca em estufa".
FDNi
%6FDNiASAASA x100 Exemplo de cálculo
FDAi=(FB-+FDAi)-FB FDNi=(FB+FDNi)-FB=0,6161-0,5003=0,1158 g
FB =
peso do filter bag (g); ASA =massa de amostra seca ao ar
(g)
OFDNiASA = percentual de fibra em detergente neutro indigestível
244 245
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2"
-
Edição
Alíquota GOMES, D.I.; DETMANN, E.; VALENTE, T.N.P.; VALADARES FILHO,
Item 1 S.C.; QUEIROZ, A.C. Avaliação laboratorial de compostos fibrosos em
alimentos e fezes bovinas sob diferentes ambientes físicos.
ASA (g) 0.8058 0.8038 0,8031 Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.63. Arquivo
p.522-525, 2011.
FB (g) 0.5003 0.5651 0,4671 REIS, M.J., SANTOS, S.A., PRATES, L.L.; DETMANN, E.; CARVALHO.
G.G.P.; SANTOS, A.C.S.; RUFINO, L.M.A.; MARIZ, L.D.; NERLA, F.;
FB+FDNi(g) 0.6161 0,6763 0,5795 COSTA, Comparingsheepandcattle toquantify internalmarkers
FDNi (g) 0.1158 0,1112 intropical feeds using in situ ruminal incubation. Animal Feed Science
0,1124 and Technology, v.232, p. 139-147, 2017.
ToFDNiASA 143 13,83 14,00 SAMPAI0, C.B.; GOMES, D.I.; REGADAS FILHO, J.G.L.; DETMANN,
%ASE 95,86 E.; VALADARES FILHO, S.C. Variations among animals when
estimating the undegradable fraction of fiber in forage samples. Semina.
T%FDNiMs 14,99 14,43 14,60 Ciencias Agrárias, v.35, p.2739-2748, 2014.
%FDNins (média) 14,67 SILVA, R.S.T.; FERNANDES, A.M.; GOMES, R.S.; BENDIA, L.C.R.;
SILVA, LC.; VIEIRA, R.A.M. On the specificity of different methods
for neutral detergent fiber and related problems. Animal Feed Science
and Technology,v.240, p.128-144, 2018.
Literatura Citada
VALENTE, TN.P.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C.; CUNHA,
M.; QUEIROZ, A.C.; SAMPAIO, C.B. In situ estimation of indigestible
DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C.; PAULINO, M.F.; contents in cattle feed and feces using bags made from different
ZERVOUDAKIS, J.T.; CABRAL, LS. Avaliação da técnica dos compounds
textiles. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.666-675, 201la.
indicadores na estimação do por ruminantes
consumo em pastejo. VALENTE, TN.P.; DETMANN, E.: QUEIROZ, A.C.; VALADARES
Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, v.46, p.40-57, 2004.
DETMANN, E.; SOUZA, A.L.; GARCIA, R.; VALADARES FILHO, S.C.; FILHO, S.C.; GOMES,
of
DI; FIGUEIRAS, J.F. Evaluation of ruminal
CABRAL, L.S.; ZERVOUDAKIS, J.T. Avaliação do vício de tempo degradation profiles forages using bags made from different textiles.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.2565-2573, 2011b.
longo de indicadores internos em ensaio de digestão com ruminantes.
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.59, p.182-
188, 2007. Literatura Adicional
DETMANN, E.; SILVA, T.E. ; VALADARES FILHO, S.C.; SAMPAIO,
C.B.; PALMA, M.N.N. Prediction of the energy value of cattle diets CASALI, A.O.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C.; PEREIRA, J.C.
based on the chemical composition of feeds. In: VALADARES HENRIQUES, L.T; FREITAS, S.G.; PAULINO, M.F. Influência do tempo
FILHO;
S.C.; COSTA E SILVA, L.F.; GIONBELLI, M.P.; ROTTA, P.P.; de incubação e do tamanho de partículas sobre os teores de compostos
MARCONDES, M.I.; CHIZZOTTI, M.L.; PRADOS, L.F. (Org) indigestíveis am alimentos e fezes bovinas obtidos por procedimentos in situ.
Nutrient requirements of zebu and crossbred cattle BR-CORTE. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, p.335-342, 2008.
3ed.Viçosa: DZO-UFV, 2016. p.85-118.
246 247
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2"
- Edição
sOUZA. M.A.: DETMANN. E.: ROCHA. G.C.: FRANCO, M.O.
BATISTA. E.D.: VALADARES FILHO. S.C.; BERCHIELLI, T.T
Collaborative study to evaluate the indigestible neutral detergent fiber and Capitulo 12
indigestible acid detergent fiber contents in feeds by in situ procedure.
Semina. Cieências Agrárias, v.37. p.2589-2600, 2016.
Solução mineral
Definições básicas
maior
-
Reagentes
Procedimentos
- Ácido clorídrico (HCI) 37% P.A.
- Ácido perclórico (HC10,) 70% P.A. 1. Use balança analítica aferida pelo INMETRO, com precisão de
- Ácido nítrico (HNO:) 65% P.A. 0,0001 g, sobre bancada especial de laboratório e em ambiente
climatizado (20-25°C ou de acordo com as especificações do
Soluções fabricante). Ligue a balança e aguarde 30 minutos para sua
252 253
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos -
2" Edição
5. Acondicione tubos bloco
os em digestor e aqueça lentamente até
8.
atingir a temperatura de 200°C. O bloco digestor deve permanecer Complete o volume do balo com água destilada.
em capela com o exaustor ligado durante toda a digestão. O 9. Transfira a
solução mineral para potes de
polietileno devidamente
aquecimento no início deverá ser lento, até que cesse a formação de limpos. Realize a
lavagem do frasco no momento da transferência
espuma. sendo aumentado em seguida. para haver ebulição e com um pouco da solução mineral. Adicione cerca de 5 a 10 mL da
desprendimento de gases com coloração marrom-avermelhada. solução no frasco, tampe e agite. Descarte este material e então
Aguarde até a solução tormar-se clara e cessar o desprendimento de acondicione a solução a ser armazenada. Amazene a
soluço em
vapor de coloração marrom. Jamais permita que o aquecimento se geladeira até o momento da leitura.
tubos do bloco, para análise de minerais para evitar contaminação com minerais de
os mantendo-os, contudo, no interior da capela.
outros procedimentos.
Aguardeo resfriamento até a temperatura ambiente, adicione 5 mIL
da mistura nitro-preclórica e reinicie o aquecimento no bloco. 2. Embora não haja nada que indique que há deterioração da solução
mineral, recomenda-se o armazenamento da mesma sob refrigeração
6. Retire os tubos e os deixe-os esfriar interior da
no capela.
(4°C).
7. Proceda à transferência
quantitativa do material para balão
3. Durante feitura da
a solução, use um balão limpo para cada solução.
volumétrico de 25, 50 ou 100 mL. Utilize papel de filtro
Não reutilize balões entre soluções sem a devida limpeza.
quantitativo, livre de cinzas e de filtração rápida. O volume do balão
a ser utilizado irá depender da concentração do(s) mineral(is) de
255
254
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
Digestão nitro-perclórica
(Método M-004/3)
Soluçies
Aplicável a todas as matrizes orgânicas, incluindo ossos e Solução de ácido clorídrico (200 m/L)
Em capela, em um balão de 1000 mL
cartilagens com cerca de 200 mL de água
destilada, adicione 200 mL do ácido clorídrico. Complete o volume
Aparatos com água destilada e homogeneíze a solução.
Bloco digestor
-
polietileno
-
Reagentes
Procedimentos
Ácido clorídrico (HCI)
P.A. 1. Siga todos os procedimentos definidos para o método M 004/2,
Ácido perclórico (HCI0. 70%) P.A.
substituindo, contudo, a mistura ácida de 4:1 por 2:1.
Acido nítrico (HNO; 65%) P.A.
256 257
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
Literatura Citada
Capítulo 13
BAKER. D.E.: GORSLINE. G.W.: SMITH. C.B.: THOMAS, W.I.: GRUBE,
W.E.: RAGLAND. J.L. Technique for Rapid Analyses of Corn leaves for
eleven elements. Agronomy Journal. v.56. p.133-136, 1964. Fósforo inorgânico total
GOMES. J.c.: OLIVEIRA. G.F. Análises fisico-químicas de alimentos.
Viçosa: Editora UFV. 2011. 303p Definições básicas
ISAAC, R.A.: JONES Jr.. J.B. Effects of various dry ashing temperatures on
the determination of 13 nutrient elements in five plant tissues A avaliação direta de fósforo em amostras convertidas em solução
Communications in Soil Science and Plant Analysis, v.3, 261-269,
1972. mineral pode ser realizada com base em reações coloriméticas. Uma
SILVA, D.J.: QUEIROZ, A.C. Análise de Alimentos. Métodos químicos e alternativa consiste em colocar o fósforo presente na soluço mineral em
biológicos. 3 ed. Viçosa: Editora UFV, 2002. 235p.
contato com molibdato de amônio, produzindo amônio fosfomolibdato.
PALMA. M.NN: ROCHA, G.C.; VALADARES FILHO, S.C.;
Este composto é reduzido na presença da vitamina C (ácido ascórbico).
DETMANN, E. Evaluation of acid digestion procedures to estimate
mineral contents in materials from animal trials. Asian-Australasian formando óxidos coloidais proporcionais à concentração de fósforo na
Journal of Animal Science, v. 28, p. 1624-1628, 2015.
ROCHA, G.C.; PALMA, MN.N. DETMANN, E.; VALADARES FILHO,
solução. O excesso de molibdato de amônio não reage com a vitamina C.
S.C.. Evaluation of acid digestion techniques to estimate chromium A quantidade de fósforo é quantificada medindo-se a intensidade
contents in cattle feces. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.50, p.92-
de cor azul, que é produzida pela formação dos óxidos coloidais reduzidos
95, 2015.
de molibdato. A intensidade da cor desenvolvida pelo fosfomolibdato
depende da acidez e da temperatura da solução. sendo estável em solução
Atualizaçõöes
Nenhuma atualização direta foi realizada sobre o método aplicado
259
258
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
Molibdato de amônio tetraidratado [(NH:)%Mo;034.4H;0] P.A. Em béquer de 200 mL, adicione 20 g de molibdato de amônio e 150
Fosfato de potássio monobásico (KH2PO4) P.A. mL de água destilada ou desmineralizada. Agite com basto de vidro
até a solubilização.
Vitamina CP.A. (ácido ascórbico)
261
260
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
Solução final Tabela 13.1 - Esquema para preparação dos padrões de fósforo
Em um balão volumétrico de 1000 ml, pese 4,39 g de fosfato de Solução ácida de molibdato 5 5 5 5 5
potássio monobásico P.A. e complete o volume com água destilada. Adicionar água destilada ou desmineralizada a 2/3 e agitar
A massa de KH;PO; deverá ser ajustada para a pureza do reagente. Solução de ácido ascórbico (40 g/L) 2 2 2
Alternativamente, padrões minerais podem ser adquiridos Agua 9.s.p. 50 mL e agitar
diretamente na forma de ampolas para serem diluídos em OBS: Aguarde 5 minutos após se completar o volume para que haja
quantidades específicas de água. O uso destes padrões é interessante, estabilidade da coloração azul.
estoque. 1. Lave toda a vidraria exclusiva para minerais (tubos, funis, balões
6. Ajuste o espectrofotômetro para o comprimento de onda de 725 nm. fósforo no padrão i (ppm); Ai = absorbância no padrão i: Plst =
7. Proceda à calibração do aparelho, inserindo o "branco" (0 ppm) e absorbância para a amostra: [P]asA = concentração de fósforo com
ajustando a absorbância para zero (A=0). Insira os demais padrões base na amostra seca ao ar (ppm): VBSL = volume do balão usado no
e obtenha as absorbâncias. preparo da solução de leitura (no caso dos procedimentos aqui
descritos este volume será fixado em 50 mL); ASL: alíquota de
8. Insira as soluções de leitura e obtenha as respectivas absorbäncias.
solução mineral usada no preparo da solução de leitura (mL); VBSM
-OBS: O tempo entre o preparo da solução de ácido ascórbico e a volume do balão volumétrico usado para o preparo da solução
leitura não deve ultrapassar 60 minutos. mineral (mL); ASA = massa de amostra seca ao ar usada no preparo
E
da solução mineral (g).
264 265
INCT Ciência Animal
PlMs PlASA
X 100
100 R
B2PxA
A_0.0x0,000)+.+(1,0x0,539) 0.5265
%ASE (0,0)2++(1,0)2
em que: P]Ms =
concentração de fósoforo com base na matéria seca AA 0,204
(ppm); %ASE =
percentual de "amostra seca em estufa". Pls 0,5265 =0,3875 ppm
o ASE: 95,86%.
Alíquota de solução mineral usada na produção da solução de
leitura: 5 mL.
266 267
INCT Cíência Animal Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
Literatura citada
Capítulo 14
SILVA. D.J.: QUEIROZ, A.C. Análise de
Alimentos. Métodos químicos e
268 269
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos
-2" Ediço
métodos aplicados para estimar a sua concentração pode resultar em
orgânica da amostra deixando o cromo em uma forma química modificada de 2:1 para 3:1. sem comprometer exatidão
a e precisão
quantificável. Neste ponto. aplica-se a segunda técnica, que é das estimativas, porém reduzindo o custo das análises. Esta
responsável pela quantificação da concentração em si. modificação foi adotada. Por outro lado. nenhuma modificação foi
A primeira técnica está normalmente baseada na digestão proposta para o método M-006/1.
valência do de +3
Digestão nitro-perclórica
cromo (sesquióxido) para +6 (dicromato). A partir
(Método M-005/2)
daí. o elemento é facilmente quantificado. Vários ácidos ou
Molibdato de sódio diidratado (Na2MoO4 2H,0) P.A. (eg. Merk 1,09948 Tritisol®).
-
Solução de ácido cloridrico (200 m/L) peculiaridades dos equipamentos (faixa de linearidade de
Em um balão de 1000 mL com cerca de 200 mL de água destilada, mensuração de cada equipamento).
8. Complete o volume do balão com água destilada ou Erlenmeyer de 50 mL em borossilicato com orla
9. Cubra o balão com tampa ou para-filme e homogeneizar a solução. - Forno mufla com temperatura controlada
Bolas de vidro
275
214
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Nimentos-2" Fdição
- Banho de areia 2. Lave toda a vidraria exclusiva para minerais, usando solução de
Reagentes mutla.
4. Acondicione os erlenmeyers contendo as amostras em
perclórico P.A. na razo de 0,75:0,75:1 (v/v/v). 7. Cubra os erlenmeyers com bolas de vidro e leve-os ao banho de
areia para digestão a 300°C até as amostras atingirem coloração
Procedimentos amarelada. Este procedimento deve ser realizado em capela.
balança e aguarde 30 minutos para sua estabilização. volumétrico de 25, 50 ou 100 mL. Utilize funis e papel de filtro
276 277
Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
INCT Ciência Animal
de cromo na amostra.
deve ser utilizada em nenhuma hipótese. pois os óxidos adquiridos
a ser utilizado irá depender da concentração
comercialmente variam muito quanto ao teor real de cromo. E comum
destilada ou
volume do balão com água 60%. Assim, dose real de cromo
10. Complete o verificar-se teores variando de 55 a a
desmineralizada.
deve ser aferida por experimento e/ou por partida de óxido crômico
a 10 mL da solução no frasco, tampe e agite. Descarte este material 2. Utilizar balões de 100 ou 200 mL
momento da leiura.
antes da leitura na absorção atômica.
13. Armazene a solução em geladeira (4°C) até o
Procedimentos adicionais
AA
Durante a condução de ensaios de consumo e/ou digestão
amostra(s) do óxido crômico utilizado deve(m) ser reservada(s) para
que a mesma seja aferida quanto ao teor de cromo.
279
278
INCT Ciencia Animal
Métodos para Análise de Alimentos -20 Edição
VBSM
umidade residual:
[CrlASA=[Crls1xFx ASA Proceda à correção da concentração para a
CrlASA 100
em que: B =fator de conversão de absorbância em concentração por CrMs%ASE
intermédio da Lei de Lambert-Beer /ppm); Pi =concentração de base na matéria seca
em que: [Cr]Ms
=
concentração de cromo comn
(ppm): %ASE =
percentual de "amostra seca em estufa"
concentração de cromo na solução de leitura (ppm); AA absorbância
=
4 0,0758
Extrapolaçöes (ie., [Crlst.> 10 ppm) não são toleradas.
6 0,1200
8 0,1644
41
Este fator de diluição é aplicado quando, anteriormente à leitura, há
10 0,1967
necessidade de nova diluição das soluções minerais produzidas por
intermédio dos métodos M-005/2 e M-006/1.
281
280
INCT Ciência Animnal
Métodos para Análise de Alimentos -2" Edição
2XA_(Ox0,0000)+..+(10x0,1967)
=0,0199
E,P (0)2++(10)2 Absorbância da solução de leitura: 0.1644
AA 0,1644
[Cr)s
AA 0,1391
0,01996,9887 ppm [Crsu 0,0199 =8,2598 ppm
VBSM
VBSM 50 Cróxido|CTJsuxr Alíquota
[CrlasA=[CrlsLXFx- ASA =6,9887xS* 0,1391 = 12560,5 ppm 200
Crloxido8,2598x35x
1055
=548043,4 ppm
CrlasA 100 90,15
Cr]Ms %ASE
12560,5- x100=13932,9 ppm1,39%
[Crlóxide=548043,4 ppm >54,80%
Alíquota de óxido crômico usada no preparo da solução mineral CABRAL, L.S.; ZERVOUDAKIS, J.T. Avaliação do vício de "tempo
com ruminantes.
(amostra seca ao ar): 0,1055 g. longo" de indicadores internos em ensaio de digestão
Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.59, p.182-
Arquivo
Balão volumétrico usado no preparo da solução mineral: 200 mL 188, 2007
the determination
Diluição da solução mineral para compor a solução de leitura: FENTON, T.W.; FENTON, M. An improved procedure for
feces.Canadian Journal of Animal
of chromic oxide in feed and
0,2 mL. em 6,8 mL de água destilada [F =
(6,8+0,2)/0,2 =35]. Science, v.59, p.631-634, 1979.
283
282
INCT Cncia Animal Mtndos para Análive de Aiimentse 2 Fdict
oxide in
V.L. Improved determination of chromic
KIMURA. F.T.: MILLER. Chemistry. v.5. Capítulo 15
feed and feces. Journal of
Agricultural and Food
cow
p.216-216. 1957.
for appraising
Extermal and intermal markers
OWENS. FN.: HANSON. C.F.
of Science, v.75,
Dairy Nitrogênio amoniacal em fluidos biológicos
site and extent of digestion in ruminants.Journal
p.2605-2617. 1992
FLHO,
DETMANN, E.: VALADARES Definições hásicas
ROCHA. G.C.: PALMA. M.N.N.: chromium
to estimate
S.C. Evaluation of acid digestion techniques
Agropecuária Brasileira, v.50, p.92-
contents in cattle feces Pesquisa amoniacal (N-NH:) tem sido
A concentração de nitrogênio
95. 2015.
D.S.: VALADARES FILHO, S.C.; usada como uma referência qualitativa para entender a adequação do
SOUZA. N.K.P.: DETMANN. E.: PINA.
C.M. Evaluation of
SAMPAI0. C.B.: QUEIROZ, A.C.: VELOSO, atividade microbiana sobre os carboidratos
ambiente ruminal quanto a
different acid digestion and
chromium concentration in cattle feces using
associado
Arquivo Brasileiro de
com
fibrosos (Detmann et al.. 2009). Isto está possivelmente
spectrophotometric quantification techniques.
2013.
Medicina Veterinária e Zootecnia, v.65, p.1472-1482, N-NH: fonte de nitrogenio preferida para o
o fato de o ser a
determination of chromic
WILLIAMS. C.H.: DAVID. D.J.; IISMAA, O. The Por
microrganismos fibrolíticos (Russell, 2002).
outro
crescimento de
oxide in faeces samples by atomic absorption spectrophotometry.
1962. tambén
lado, avaliações qualitativas da produçäo de silagem
se
Journal of Agricultural Science, v.59, p.381-385,
"suco" uma das
baseiam na concentração de N-NH: no como
285
284
INCT Ciência Animal
2" Edição
nitroprussiato de sódio, sendo este método amplamente utilizado em
avaliações microbiológicas (e.g.. Thomas & Russell, 2004) e produz Método da reação colorimétrica de indofenol catalisada
estimativas exatas e precisas da
concentração de amônia em fluídos (Método N-006/1)
biológicos (Souza et al., 2013).
Aparatos
Alternativamente. Fenner (1965) estabeleceu as bases teóricas
para avaliação de N-NH3 no líquido ruminal por destilação a vapor, na
-
Tubos de ensaio
- Tubos eppendorf
presença de uma solução de hidróxido de potássio. Esta base foi
Balöes volumétricos de 100 mLe 1000 mL
adaptada para a utilização da destilação de Kjeldahl. O método
-
Potes de polietileno
resultante foi amplamente utilizado em ensaios de
nutrição de
ruminantes (e.g., Detmann et al., 2009). Contudo, sua exatidão Pipetas
pode - Agitador (vortex)
ser
comprometida por problemas associados à liberação de amônia a
Banho-maria
partir de proteína verdadeira e à recuperação incompleta do N
- Espectrofotômetro UV/visível
amoniacal presente na amostra (Souza et al, 2013). - Centrífuga
De forma geral, recomenda-se como método padrão a reação Frascos âmbar para armazenamento de soluções
colorimétrica de indofenol catalisada em função da exatidão das -
286 287
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos 2" Edição
aproximadamente, 500
-
aproximadamente 50
Agite em vórtex e deixe em repouso por 30 minutos em temperatura
-
potes de polietileno e mantenha sob refrigeraço até o momento da Cálculo da concentração de N amoniacal
análise.
A solução padrão utilizada para fazer padrão de NH.CI
a curva
4. Pipete de 5 a 25 uL de amostra (i.e., sobrenadante) para tubos de (63 mg/100 mL) possui concentração de NH, de, aproximadamente
uma
290 291
INCT Cncia Animal Métodos para Análive de Aiimenters Ediçie
13.2
Essa AA
diluição específica se resere ao uso connum de ácidos puru lixução N-NH= FD x FA x FTC.A x FCQ
do Namoniacal logo após sua coletü. Por exemplo, caso a alíquota de líquido
de rúmenseja de 50 ml., à qual é adicionado mi. de ácido, o FD seria de
(50+1 )/50 = 1,02.
I
292
INCT Cência Animal
Potes de
polietileno Solução alcoólica de verde de bromocresol (1 g/L)
-
Solução de hidróxido de potássio (2 M) água destilada, 20 g (200 g) de ácido bórico P.A. Adicione 12.5 ml
Em (125 mL) de solução alcoólica de vermelho de metila e 6 mL (60
-
Solução-padrão de ácido clorídrico a 0,005 N (0,49 g/L) Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
Dilua 0,414 mL (4.14
mL) de HCI P.A. em balão volumétrico de
5. Em
1000 mL (10 L). contendo em média
500 mL (5 L) de água destilada.
erlenmeyer de 250 mlL. adicione 10
mL de solução de ácido
Deixe esfriar, bórico (20 g/AL). Adapte
complete
o volume com água destilada e homogeneíze
o
erlenmeyer ao
conjunto de destilação
para receber a amónia destilada.
a
solução. Proceda à padronização da solução conforme descrito no
método N-001/2. 6. Por intermédio do dosador do
destilador de Kjeldahl adicione 10
ml de solução de hidróxido de
potássio (2 M). A razão entre a
Procedimentos
solução de KOH e a amostra deve ser
mantida em 5:1.
1. Lave os tubos de digestãoe os tubos de centrífuga e deixe secar enm 7. Destile por arraste, mantendo o terminal do condensador
estufa nãão ventilada. mergulhado
na
solução receptora de ácido bórico até que toda a amõnia seja
liberada. O volume final do destilado deve ser de 100 mL.
2. Adicione em tubos de centrífuga 10 mL de amostra de líquido de
rúmen e l mL da solução de ácido tricloroacético (100 g/L) 8. Retire o erlenmeyer, e titule com soluço de ácido clorídrico (0.005
xFTCAXFDD
4. Pipete 2 mL de amostra (i.e., sobrenadante) para tubos de digestão
e acople no destilador de
Kjeldahl. em que: N-NH:(K) = concentração de nitrogênio amoniacal obtida pela
procedimentos descritos são totalmente aplicáveis a outras matrizes, como, utilizado na destilação (mL): B = volume de ácido clorídrico utilizado
por exemplo, "suco" de silagem.
296 291
INCT Ciência Animal
detalhes no
Capítulo 4): 14 =
peso atômieo do nitrogênio; A = volume R
0,83
da alíquota (mL): FTCA fator de
=
correção devido ao uso de ácido
em
que: N-NH(C) concentração de nitrogênio amoniacal corrigida
=
tricloroacético. o qual é dado pela razão volume de
entre o líquido de (mg/dL): N-NH:(k) =concentração de nitrogènio amoniacal obtida
rúmen somado ao volume de solução de ácido tricloroacético e o
volume de
com a
destilação de Kjeldahl (mg/dL): N-NH(d) nitrogènio
=
para os casos de haver diluição prévia da amostra antes de sua destilação de Kjeldahl.
análise154
Literatura Citada
Ajuste da concentração de N-NH3
BOLLETER, W.T.: BUSHMAN,C.J.. TIDWELL. P.W.
determination of ammonia
Spectrophotometrie
as
indophenol. Analitycal Chemistry, v.33,
A concentração de p.592-594, 1961.
nitrogênio amoniacal estimada por
intermédio do método da destilação de CHANEY, A.L.; MARBACH. E.P. Moditied reagents tor determination of
Kjeldahl apresenta viés urea and ammonia.Clinical Chemistry. v.3. p. 130-132, 1962.
causado pela deaminação de
proteína verdadeira e por propiciar DETMANN, E.: PAULINO, M.E.: MANTOVANI. H.C.: VALADARES
recuperação incompleta da amônia presente n0 meio. Assim, os FILHO, S.C.: SAMPAIO, C.B. SOUZA, M.A.: LAZZARINl, I.;
DETMANN, K.S.C. Parameterization of ruminal tibre degradation in
valores obtidos por este método devem low-quality tropical torage using Michaelis-Menten kineties. Livestock
corrigidos para que se ser
Science, v.126. p. l36-146, 2009.
amplie sua exatidão. Essa correção é dada pela equação (Souza et al.,
FENNER, H. Method for determining total volatile bases in rumen fluid by
2013): steam distillation. Journal of Dairy Science, v.48. p.249-251, 1965.
Aparatos
-
Solução de ácido nítrico (100 mLA) Esses tubos passarão por toda as etapas analíticas descritas abaixo.
dissolva 100 mL de ácido nítrico P.A. Complete o volume com água indicador usado
padroes deve ser oriundo de alíquotas do
destilada e homogeneíze a solução. durante o ensaio de consumo/digestão.
balão
8. Proceda à transferência quantitativa do material para
de filtro 14. Proceda à calibração do equipamento inserindo
o padrão 0 mg e
10. Cubra o balão com tampa ou para-filme e homogeneíze a solução. elemento (titânio). Segundo, porque o próprio composto usado no
a 10 mL da solução no frasco, tampe e agite. Descarte este material Utilize sequencialmente as equações abaixo
e então acondicione a solução a ser armazenada.
B 2Px A)
12. Armazene a solução em geladeira (4°C) até o momento da leitura. EP
306 307
-2" Ediço
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos
[TiO2lMs
Ti02 ASA 100
%ASE *0
[Ti02lasA (Ti02Ax
ASA
100
concentração de TiO; com base na matéria seca
que: [TIO:]Ms
=
em
- %ASE: 91,80%.
amostra seca ao ar (o); e ASA = massa de amostra seca ao ar (mg).
- Absorbância da solução de leitura: 0,413
mais
E desejável que (TiO2)A esteja entre 2 e8 mg. Quanto Absorbancia
Padrão (mg) Quantidade real (mg)
confiabilidade da leitura. Leituras no
próximo à média, maior a
0 0,000
baixa confiabilidade.
extremo superior (8-10 mg) possuem
0,167
2.2
Leituras no extremo inferior (0-2 mg), além da baixa
4,1 0,330
confiabilidade, poderäo sofrer interferências significativas do
6 5,9 0,499
ruído do equipamento. A (TiOz)A pode ser ajustada pelo analista 8,1 0.678
8
variando-se a alíquota de amostraeo volume do balão utilizados.
10 10,2 0,836
Extrapolações (Ge, (TiO)A > 10 mg) não são toleradas.
309
308
Métodos para Análise de Alimentos 2" Edição
INCT Ciência Animal
182, 2011a.
T.N.P.; COSTA, V.A.C.
SAMPAIO, C.B.; DETMANN, E.; VALENTE,
5,00 VALADARES FILHO, S.C.; QUEIROZ, A.C.
Fecal excretion patterns
ITiO2lASA (Ti02)A x
ASA x 100 500,2
100= 1,00%
and short term bias of internal and external
markers in a digestion assay
201lb.
with cattle.Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, p.657-665,
J.; BOORMAN, K.N.
, 00 SHORT, F.J.; GORTON, P. WISEMAN,
Capítulo 17
matéria para
Digestibilidade in vitro da
seca
ruminantes
Definições básicas
Ou referências primárias para este tipo de método, esses não podem ser
de
validados quanto a sua exatidão, ou seja, quanto à sua capacidade
"valor real" para a entidade
produzir resultados convergentes ao
312 313
Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
INCT Ciência Animal
devido à facilidade
da amostra, entre outros (Mould et al., 2005; Hall & Mertens, 2008; estimativas obtidas (Camacho, 2017), foi fomentado
Patra & Yu, 2013; Silva et al., 2017; Camacho et al., 2019;
Castro- de uso e aquisição dos equipamentos.
número
Montoya & Dickhoefer, 2019). Assim, qualquer mudança no
- Incubadora artificial
314 315
INCT Ciência Animal Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
Cilindro de CO
Soluções
Tecido gaze
Solução tampão
- Erlenmeyers
- Em balão volumétrico de 1L (10 L) contendo 0,1 L (1 L) de água
- Baloes volumétricos
de
destilada, adicione 9,80 g (98 g) de NaHCOs, 3,71 g (37.1 g)
- Liquidificador
de NazHPO; diidratado ou 7,00
Na2HPO4 anidro ou 4,65 g (46.5 g)
- Garrafas térmicas
g (70,0 g) de NazHPOs heptaidratado, 0,57 g (5,7 g) de KCl; 0,47 g
Potenciómetro digital
4,7 g) de NaC1; 0,12 g (1,2 g) de MgSOa heptaidratado e 0,05 g (0,5
- Animal doador de inóculo
g) de CaClh diidratado. Agite para dissolução parcial. Adicione 0,8
Lavadora tipo "tanquinho
L (8 L) de água destilada e agite até a completa solubilização.
- Panela de alumínio
Complete o volume do balão para 1 L (10 L). Este procedimento
- Bandejas de alumínio
deve ser realizado, preferencialmente, 24 horas antes da incubação.
-
Fogão ou fogareiro
Solução de ureia
Reagentes - Adicione 5,5 g de ureia em balão volumétrico de 100 ml.
Cloreto de potássio (KCI) P.A. armazenada sob refrigeração até o momento da utilização.
- Cloreto de sódio (NaCI) P.A.
Solução de detergente neutro comercial (20 mL/L)
- Sulfato de magnésio (MgSO.) heptaidratado P.A.
-
com as
climatizado (20-25°C ou de acordo
laboratório e em ambiente
minutos 8. Pese aproximadamente 500 mg de amostra seca ao ar processada em
marcador permanente. 10. Para cada jarro da incubadora faz-se necessário o uso de. ao menos
1. Identifique os filter bags com
selados "branco" (i.e.., sem amostra)
adicione a solução dois filter bags em
de ar a 55°C por 24 horas e em estufa não ventilada a 105°C por 2 passo neste método que depende da decisão do analista.
horas.
319
318
INCT Ciência Animal
Métodospara Análise de Alimentos -2" Ediçio
pH da solução. O
5. Com o potenciómetro digital, monitore o
1. Acione previamente o aquecimento da incubadora (39°C) contendo
valor
borbulhamento com CO: é encerrado quando pH atingir o
o
os jarros vazios em seu interior.
de 6.8.
2. Abra a cânula ruminal e colete porções das partes sólida e líquida
6. Com de estufa ou sala climatizada, aclimatize a solução diferentes pontos do númen e armazene-as em
o uso da digesta em
7. Este procedimento deve ser realizado anteriormente à coleta do 3. Conduza o material imediatamente ao laboratóri1o.
inóculo ruminal.
4. Usando liquidificador. homogeneize a digesta por,
aproximadamente, 30 segundos.
Coleta e processamento do inóculo ruminal
mais animais. Adicionalmente, o(6) 6. Mantenhao filtrado (i.e., inóculo) climatizado (39°C) com o uso de
digesta ruminal obtida de três ou
animalis) doador(es) deve(m) ser adaptados à dieta basal por, no garrafas térmicas, estufa ou sala climatizada
mínimo, 14 dias antes da coleta de inóculo.
7. Este procedimento deve ser realizado imediatamente antes do início
A dieta basal deve ser formada por volumoso e concentrado
da incubação
na proporção de 80:20, com base da matéria seca, e conter 12% de
proteina bruta, também com base na matéria seca. A suplementação
320 321
INCT Ciência Anima Métodos para Análise de Alimentos 2" Edição
Encha-a
Procedimento de incubação . Acondicione os filter bags em lavadora tipo "tanquinho".
"lavagem delicada".
com água limpa e. usando regulagem para
da incubadora e acondicione
1. Retire os jarros previamente aquecidos acione a lavadora por I minuto. Drene a água após a lavagem. Este
com
Recomenda-se que cada jarro opere
em seu interior os filter bags. procedimento deve ser realizado por, no mínimo, trës vezes.
substituir o atmosférico por dióxido de carbono. estufa não ventilada a 105°C por 16 horas.
jarro de forma a ar
24 horas e em
processo de incubação.
Inicialmente, caleule o resíduo obtido com os filter bags em
323
322
de Alimentos-2" Ediçã
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise
ao ar
na amostra seca
de incubação indigestibilidade com base
decorrente do procedimento CIn quc: Uasa
=
contaminação
que: B indigestibilidade
=
em
(g): Uus
=
branco após incubação seca ao ar
dofilter bag
Fs peso
em
(h): ASA =massa de amostra
de matéria seca): da
=
= 100 43, 09 =
56, 91% MOULD, F.L.; KLIEM, K.E.; MORGAN, R.: MAURICIO, R.M. In vitro
%DIVMS=100-%UMs Animal
microbial inoculum: A review of its function and properties.
Feed Science and Technology. v. 123-124. p.31-50. 2005.
Literatura Citada PATRA, A.K.; YU, Z. Effects of gas composition
in headspace and
bicarbonate concentrations in media on gas and
methane production,
degradability,and rumen fermentation using in vitro gas production
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HALL, M.B.; MERTENS, D.R. In vitro fermentation vessel type and method
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327
326
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de Alimentos- 2" Edição
Capítulo 18
Definições básicas
principal característica na
A digestibilidade constitui a
utilização de outros
laborioso. Estas características fomentam a
microbiológicas do
objetivo simular as condições fisicas, químicas e
digestibilidade in vivo
rúmen, relacionando-se com precisão com a
da degradação de dificuldades
considerados como referência para a avaliação podc constituir ferramenta útil para se contornar as
pluralidade observada nos protocolos aplicados (e.g.. Nocek, 1988; NRC, são descritos de forma direta na Tabela 18.1.
Os protocolos
2001; Mertens, 2005; Trujillo et al, 2010; Seifred et al., 2015; Machado Abaixo são discutidos os fundamentos que levaram à recomendação
et al., 2013; Menezes et al., 2017). Essa variabilidade deveria ser vista dos principais pontos das proposições aqui apresentadas.
como indesejada, uma vez que pode comprometer a reprodutibilidade das
recomendado em estudos recentes na tentativa de padronização de indigestíveis (e.g.. FDN indigestível) em procedimento de incubação de
utilizados para avaliação de pertis de
ensaios de ruminal in vitro no Brasil (Silva et al., 2017; tempo único, não devem ser
digestão
meios
Camacho et al., 2019). Contudo, variações podem ocorrer caso o degradação. Esses tecidos apresentam menor taxa de troca entre os
332 333
INCT Ciencia Animal
Métodos para Análise de Alimentos 2" Ediç o
correta estimação da
avaliou estimativas de parâmetros da cinética de estimaço da assíntota e, consequentemente, a
Assunção (2017) as
degradação de volumosos e concentrados usando de 2 a 5 animais. dimensão das frações insolúvel potencialmente degradável e
de lavadora tipo
(Tabela 18.1). A sugestão de
uso
trabalho
e
"tanquinho" se deve à busca por padronização entre procedimentos
336 337
INCT Cíência Animal
TI Métodos para Análise de Alimentos 2" Ediça
5
E
i 339
338
Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
INCT Ciência Animal
alimentos volumosos,
Para estudos da degradação da PB em
portanto, necessária.
realizada baseia no fato de a
A recomendação aqui se
%C =
79,21 x (1 -e-0,055Sxt) x e-0,0874xPB
(100 6C)
PBR (t) =
PBR(t) x
100
341
340
INCT Cíência Animal Métodos para Análise de Alimentos - 2" Edição
os
estatísticas convencionais,
Ao contráio das análises t) xet] (4)
D= A +B x [1
-
(1+2 x
O estabelecimento de um modelo único a priori pode gerar taxa fracional de latência (h*"); ei =
parâmetro taxa
discreta (h); u =
Alimentos
interpretação equivocada dos resultados experimentais. tempo-dependente da degradação (h').
frações diferentes dentro do mesmo
diferentes e. algumas vezes,
distintos,
alimento podem apresentar comportamentos de degradação 100
D =A + B x[1-ekx{t-1)1 (2)
Figura 18.1. Comportamento comparativo de pertis de degradaçãoo
seca e proteína
aplicáveis para interpretação da matéria
de primeira ordem; 2, exponencial
D, =A + Bx[1-( euxtue
k-u
(3)
bruta (1, exponencial
de primeira ordem corrigido para latência discreta;
e
3/4, compartimental).
343
342
INCT Ciência Animal
Métodos para Análise de A/imentox 2 Ediçi
se baseia no fato de
direcionado à fração degradada
O ajuste Caso no processo de ajustamento do modelo (3),
as taxas de
nutricional, 1nesse
essa fração ser mais relevante para interpretação tendam valor. o modelo
que degradação e latência (1.e.. k e u) ao mesmo
interesse
o uso da PB no ambiente ruminal, o
caso. Por exemplo. para indeterminação matemática devido à estrutura de seu
apresentará uma
344 345
INCT Ciencia Animnal Métodos para Análise de Alimentos 2" Edição
taxa
(h'); e a = parâmetro modelos (1) (4) jamais
taxa fracional de latência anteriormente. Somente ressalta-se que
os a
discreta (h); u =
Literatura Citada
discreta; e 7/8, compartimental). Nordic feed evaluation system. Wageningen: Wageningen Academic
Publishers, 2011. p.41-54.
AFRC. Energy
De forma ajuste
simples, o direcionado ao resíduo não AGRICULTURAL AND FOOD REsEARCH
and protein requirements of ruminants.
COUNCIL
Wallingford: CAB
degradado se baseia no fato de que a fibra insolúvel possui capacidade International, 1993. 159p.
de ocupação de espaço no rúmen. Logo, torna-se interessante avaliar CAMACHO, L.F.: SILvA. T.E.: PALMA M.N.N.; ASSUNÇÃO, A.S.;
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As bases teóricas dos modelos são as mesmas apresentadas
digestibility of feeds.
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INCT Ciencia Animal
Métodos para Análise de Alimentos- 2" Fdiçin
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