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Gilherme Miller
Sua origem histórica está ligada a uma série de fenômenos relacionados ao cumprimento de
profecias bíblicas que apontam para o desfecho da história. No final do século 18, e início do século
19, diversos estudiosos cristãos passaram a estudar diversos fenômenos naturais e político-sociais,
tais como: (a) O grande terremoto de Lisboa em 01 de novembro de 1755; (b) O escurecimento
do sol e da lua observado na parte leste do continente americano em 19 de maio de 1780, o qual
ficou conhecido entre os americanos como o [Dark Day] “Dia Escuro”; (c) A Revolução Francesa,
e a intervenção napoleônica no pontificado de Pio VI, pelo General Berthier em 10 de fevereiro
de 1798 (Maxwell, 1951, p.66); (d) A chuva de meteoros observada no hemisfério ocidental em 15
de novembro de 1833.
Dentre os pioneiros adventistas destaca-se a liderança de Tiago White que nasceu no dia 04 de
agosto de 1821, em Palmyra, Maine, EUA. Seu notável talento como organizador, administrador e
editor fez dele o pioneiro de muitas das instituições adventistas. Seis anos mais tarde, em 26 de
novembro de 1827, nasceu Ellen Gould Harmon, na cidade de Gorham, Maine, EUA.
Gilherme Miller
Em 14 de agosto de 1831, surge um pregador em Dresden, Nova Iorque, que marcaria
fortemente a vida de Ellen, Tiago White e mais 100 mil pessoas nos Estados Unidos. Guilherme
Miller, um fazendeiro e juiz de paz, que pelo seu estudo sistemático da Bíblia, chegara à
conclusão de que Cristo retornaria a Terra por volta de 1843.
Sua pregação baseava-se na interpretação da profecia de Daniel 8:14 e nas evidências bíblicas
quanto ao retorno de Jesus Cristo. Muitos americanos presenciariam esses sinais, sobretudo, nos
dias 12 e 13 de novembro de 1833, quando uma chuva de meteoros caiu sobre os céus dos
Estados Unidos. Os mileritas relacionaram tal evento com as predições feitas por Cristo e pelo
profeta João no livro de Apocalipse.
Por volta do ano de 1836, Ellen Harmon sofreu um acidente em um desentendimento entre
crianças a qual a impediria de freqüentar a escola e desenvolver atividades regulares. Uma colega
atingiu seu rosto com uma pedra, quebrando seu nariz. A fratura a deixou três semanas
inconsciente, desacreditada de recuperação pelos próprios médicos. Como resultado, Ellen
Harmon cresceu com sérias debilidades físicas, porém, sua espiritualidade, manteve-se firme.
Em março de 1840, Guilherme Miller pregou na cidade de Portland, estado do Maine, onde sua
família residia. Ao ouvir o conteúdo da pregação de Miller, ela e sua família aceitaram a
mensagem quanto ao breve retorno de Cristo.
Dois anos mais tarde, houve a primeira manifestação do espírito de profecia entre os mileritas.
William Foy, pastor negro batista, recebeu a primeira de suas duas visões em 18 de janeiro de
1842. O conteúdo referia-se ao Céu e a proximidade do julgamento. No entanto, Foy relutou em
testemunhar suas mensagens devido ao clima racial da época.
A pregação de Miller impressionou diversos corações. Ellen Harmon estava entre estes e, como
demonstração de sua fé, foi batizada na Igreja Metodista em 26 de junho de 1842. Nesse mesmo
ano, Tiago White iniciou sua pregação sobre a volta de Jesus.
Embora o movimento milerita fosse composto por membros de diversas igrejas, muitos
rejeitaram sua mensagem. No entanto, as verdades expostas pelos mileritas alcançaram o
coração da família Harmon.
Ellen White
Em fevereiro de 1845, Ellen Harmon recebeu uma visão que confirmaria a experiência de Hiram
Edson sobre a entrada de Jesus no lugar santíssimo do Santuário Celestial no dia 22 de outubro
de 1844. Ambas as visões proveram consolo aos crentes que sofreram a grande decepção.
Ellen White
Em agosto de 1846, Tiago White e Ellen Harmon se casaram e neste mesmo ano abraçaram a
mensagem do sábado conforme o 4º mandamento. Dois anos depois, Ellen White recebeu duas
importantes visões: (a) visão sobre a obra de publicações onde viu os raios de luz a circundar a
terra, e (b) a primeira visão sobre saúde onde Deus lhe revelou alguns princípios que ela deveria
eliminar o consumo do chá, tabaco e café.
Ao longo de sua história os pioneiros adventistas relutaram em abrir escolas. O pensamento que
possuíam estava sempre focado na volta do Senhor Jesus. No entanto em 1872, Deus
comunicou uma visão a Ellen White na qual foram revelados amplos princípios de educação os
quais deveriam ser aplicados numa escola. Sendo assim, em 03 de junho de 1872, foi aberta a
primeira escola adventista na cidade de Battle Creek, Michigan. Dois anos depois em 1874, a
IASD fundou sua primeira instituição de ensino superior, o Battle Creek College. Neste mesmo
ano, John N. Andrews foi enviado a Europa como o primeiro missionário além mar da IASD. No
ano seguinte, em 1875, foi fundada na cidade de São Francisco, CA a segunda editora da IASD
nos EUA, a Pacific Press Publishing Association.
Um dos mais duros desafios que a família White enfrentou em sua jornada foi a perda de Tiago
White em 06 de agosto de 1881. Homem dedicado e fiel esposo, pai e servidor, morreu cedo aos
61 anos de idade. No entanto a IASD deveria continuar avançando em sua trajetória. Em abril de
1882, Urias Smith um dos mais promissores pioneiros da IASD lançou o livro “As profecias de
Daniel e Apocalipse”.
No ano de 1888, ocorreu na cidade de Minneapolis um dos mais importantes eventos da História
do adventismo, a Assembléia da Associação Geral. Neste evento foram discutidos importantes
assuntos que contribuíram para o avanço da IASD e, sobretudo, quanto ao cumprimento de sua
missão. O principal tema ali discutido foi a Justificação pela Fé em Cristo Jesus. As principais
mensagens foram apresentadas pelo Pr. Urias Smith e pelos jovens Ellet Waggoner e Alonzo
Jones.
Ao vislumbrar os desafios evangelísticos em outros continentes, a liderança da IASD decidiu
enviar missionários para alcançar os povos em áreas remotas da terra. Em 20 de outubro de
1890, foi enviado o Pr. John Tay para a Ilha de Pitcairn no Sul do Pacífico.
Com o propósito de solidificar a obra no continente da Oceania, Ellen G. White foi enviada a
Austrália em 12 de novembro de 1891. Durante nove anos, atuou de forma intensa como uma
serva fiel ajudando a fundar a estruturar a obra educacional e de saúde.
Em 1892, foi publicado um dos mais importantes livros escritos por Ellen G. White – “Caminho a
Cristo” que se tornou a obra mais difundida de seu acervo. Atualmente, traduzida em mais e 160
línguas e dialetos.
No mês de julho de 1894, o Pr. Edson White, filho de Ellen White iniciou um projeto missionário
junto aos negros do Sul dos EUA. Numa embarcação a vapor chamada “Morning Star” ele
imprimia materiais e também alfabetizava alunos.
Ao regressar da Austrália 1900, Ellen White adquiriu uma propriedade em Elmshaven estado da
Califórnia, local este em que era passaria seus últimos anos de vida. Em 1901, participou da
Assembléia da Associação Geral da IASD em Battle Creek, MI. Neste evento, sob a orientação
divina, ela apresentou aos líderes a necessidade de uma reorganização estrutural no sistema
administrativo da IASD.
Neste mesmo ano, ela reforçou a idéia de que a liderança a IASD deveria descentralizar-se,
saindo de Battle Creek em direção a outras áreas geográficas do país. Com meses de
antecedência, Deus lhe mostrou em visão a cena do Sanatório e a Casa Editora sendo destruídas.
Tais fatos se cumpriram conforme a visão a ela revelada.
Em 1903, foi lançado o manual da educação cristão adventista, o clássico “Educação”, manual de
consultas para todo educador cristão. No ano seguinte, Ellen G. White teve que enfrentar uma
forte heresia que surgiu a partir da publicação do livro “The Living Temple” de autoria do Dr.
Kellogg. Tal obra defendia as idéias panteístas que vieram confundir muitos adventistas levando-
os a apostasia juntamente com o Dr. Kellogg.
Com 82 anos de idade, em abril de 1909, Ellen White fez sua última viagem a trabalho para a
costa leste. Nesta ocasião, de acordo com a luz que havia recebido, ela orientou aos líderes da
Igreja para que estabelecessem uma escola bem equipada, que preparasse seus alunos para o
exercício legal da medicina e que estivesse oficialmente reconhecida junto ao governo.
Em 1911, após 23 anos de seu lançamento, o livro “O Grande Conflito” foi revisado a fim de
aprimorar o seu conteúdo. A versão revisada é aquela que circula até os dias de hoje. Em 09 de
fevereiro de 1912, Ellen White preparou um testamento onde designou o estabelecimento de
um comitê de depositários dos seus escritos que era composto por cinco pessoas tendo o seu
filho como diretor.
Em maio de 1913, proferiu sua última mensagem aos líderes da IASD por ocasião da Associação
Geral da IASD que ocorreu na cidade de Washington DC. Após este evento, ela dedicou a maior
parte do tempo na edição de seus escritos. No dia 03 de março de 1915, ela recebeu a última
visão onde Deus lhe revelou a importância de se preparar novos livros e materiais para os jovens.
Era do desejo de Deus que os jovens pudessem ter uma visão mais clara sobre a justificação pela
fé e a perfeição do caráter a fim de prepará-los para a vida eterna.
Após uma queda em 13 de fevereiro de 1915, sua saúde se deteriorou levando-a a um estado de
fraqueza intensa. E assim, numa sexta-feira a tarde do dia 16 de julho de 1915, ela morreu na paz
do Senhor. Sua últimas palavras foram “eu sei em quem eu creio”. Por ocasião de sua morte,
haviam sido publicados 24 livros.
O percurso que os pioneiros da fé adventista passaram remete-nos não somente aos fatos em si,
mas ao sentido disposto nestes. Pois, ao transcendermos o plano terreno dos acontecimentos,
vemos revelado Aquele que conduz a História, Jesus Cristo. E aí realmente encontramos o
sentido da vida individual, visto que nos descobrimos participantes de uma realidade mais ampla.
Ao recapitular a nossa história passada, havendo percorrido todos os passos de nosso progresso
até ao nosso estado atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Quando vejo o que Deus tem
executado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que
recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e
os ensinos que nos ministrou no passado.” Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 162.
Brasil
Chile
No Chile, o casal adventista francês Dessignet imigrou para o país em 1885 a fim de pregar a
mensagem do advento. Mas foi com o trabalho de Clair A. Nowlen, F. W. Bishop e Thomas H.
Davis, a partir de 1894, que o estabelecimento da Igreja Adventista no Chile teve maior
avanço. G. H. Baber foi o primeiro pastor adventista a chegar ao Chile em 1895, e na cidade de
Iquique (Santiago) foi fundada a primeira igreja no país
Paraguai
Uruguai
Por volta de 1892, Albert B. Stauffer introduziu a mensagem adventista no Uruguai por meio
de literaturas e do evangelismo na colônia suíço-alemã de Nueva Helvecia. Após conferências
públicas do pastor F.L. Perry foi organizada uma igreja em Montevideo em 1912.
Peru
O primeiro adventista a chegar ao Peru foi um carpinteiro chileno que se mudou para o país
em 1898. Em 1904 foram batizadas sete pessoas. E no ano seguinte com a chegada de F.L.
Perry a IASD começou a ser organizada. Em 1907, foi organizada a primeira igreja do Peru com
17 membros.
Equador
Em 1904 Thomas H. Davis ao voltar de uma viagem aos EUA, desembarcou no Equador
iniciando assim a história da mensagem do advento naquele país. Santiago Mangold veio da
Argentina em 1911 fundou um grupo na província de Oro e deu os primeiros passos para a
organização da IASD no Equador.
Bolívia
A Bolívia foi um dos últimos territórios a se estabelecer a obra da IASD. Como noutros países a
distribuição de literaturas exerceu um papel fundamental no processo de difusão da
mensagem adventista. Juan S. Pereira foi o missionário pioneiro. Recém-convertido ao
adventismo, chegou ao país em meados 1897, tendo como primeiro converso o Dr. J. Suárez
Miranda, juiz que o livrou da condenação à morte por causa de suas crenças.
Mais tarde, em 1911, foi organizada uma nova unidade administrativa que
supervisionaria o desenvolvimento da obra adventista no Brasil: a União
Brasileira. Essa nova união foi reorganizada alguns anos mais tarde, entre 1918 e
1919. Nessa ocasião, foi criada a União Norte Brasileira, antecessora da atual
União Sudeste Brasileira. Quando essa divisão ocorreu, a União Brasileira se
tornou a União Sul Brasileira e responsável pela supervisão das Associações
Sul-Rio-Grandense e Santa Catarina, bem como das missões no estado do
Paraná, oeste de Minas, São Paulo, Mato Grosso e Goiás .
Nos cinco primeiros anos de atuação da USB, 30.308 pessoas foram batizadas no
território. Com o aumento do número de membros, a liderança viu a necessidade
de criar mais associações. Assim, foram criadas a Associação Norte Paranaense
e a Associação Sul Paranaense, com uma divisão do território da Associação
Paranaense em 1989. Hoje a ANP presidida pelo pastor Montano tem em seu
departamento de Desbravadores o pastor Edi Peixoto.