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DAMUZ, O DEUS MORTO DA PÁSCOA DOS CALDEUS, por artur felisberto.

Figura 1: Tamuz das ruínas de Achur em postura de Osíris. (Restauro cibernético


do autor a partir da imagem: Cult wall relief from Assur. A deity, probably god Assur, is flanked by 2
water deities and 2 goats. 2000-1500 BCE. Pergamon Museum, Berlin)
Tamuz, Dumuzi ou ainda Dumuzi-de (em hebraico: Tammuz; em acádio:
Duʾzu ou Dūzu; em sumério: ddumu-zid) era uma antiga divindade suméria, sendo o
deus pastor da fertilidade agro-pecuária. O nome Tamuz parece ter sido derivado da
forma acádica Tammuzi, baseada no antigo sumério Damu-zid, que no sumério
padrão posterior se tornou Dumuzide ou Dumuzi.
Deus Mesopotâmico da fertilidade, era o filho de Enki, deus de água, e
Duttur, uma personificação da ovelha. A adoração de Tamuz foi centrada ao redor
de dois festivais anuais, um no começo de primavera no qual se dava o matrimónio
do deus com Inana simbolizando a fertilização de natureza durante o próximo ano, e
outro no verão quando a morte do deus às mãos de demónios era lamentada.
O mês de Dumuz-id caía no meio do verão, quando a terra estava seca e estéril,
pensando-se por isso que Dumu-zid tinha "morrido" pelo que todas as pessoas da
Suméria lamentavam a sua morte e ao mesmo tempo sofriam a «canícula» do estio.

CANÍCULA
A propósito importa aqui referir a etimologia de «canícula».
«Canícula» < Lat. cani-cŭla = «cadelinha», antiga designação da estrela Sírio.
Por sua vez a estrela Sírio fazia parte de Constelação Canis Major.
Os antigos acreditavam que os dias mais quentes começavam na altura em que a
estrela Sirius aparecia mesmo antes do nascer do sol, em finais de julho. Este
fenómeno astronómico fazia antever dias de temperatura muito alta que traziam febre e
catástrofes próprias dum «tempos de cão», ou seja, de «canícula». Ou seja, as ondas de
calor são mais antigas do que a crença nas alterações climáticas e a sua explicação
mágica e astrológica não eram muito mais claras nem menos catastróficas do que hoje.

Figura 2: Órion era filho da titã Gaia, e de Poseidon, sendo assim tinha grandes
habilidades para a caça e um vasto conhecimento, porém era um gigante pequeno. Ele
era o gigante opositor aos gêmeos arqueiros, Artemisa e Apolo, mas se desviou de sua
função tornando-se amigo dos deuses e o fiel e mais valoroso caçador de Ártemis.
De acordo com a mitologia grega, Orion, filho de Posseidon, foi cegado por
Enopião, e depois procurou Hélio, o deus do sol, para ser curado. Orion tornou-se
arrogante por suas grandes habilidades de caça e prometeu matar todas as criaturas do
planeta. A Deusa da Terra, Gaia, respondeu enviando um escorpião gigante para destruí-lo.
Na batalha que se seguiu, Orion foi morto e tanto ele como o escorpião foram colocados entre
as estrelas.

Após sua morte, diz a mitologia que ele foi colocado por Zeus no firmamento
como constelação, tomando a forma da estrela Sírio ou das duas constelações do Cão
Maior e Cão Menor. Os antigos gregos também associavam Sírio ao calor do verão,
apelidando-a de Σείριος (Seirios), que é geralmente traduzida como A Escaldante.
Essas associações com o verão e o mormaço explicariam, por exemplo, a origem da
expressão popular «tempo do cão». (...)

Figura 3: Visão profunda da Nebulosa de Orion no infravermelho.

Sírio era conhecida no antigo Egito como Sopdet (do grego: Sothis, português:
Sótis), e está registrada nos anais astronômicos mais antigos dos egípcios. Durante o
Médio Império, a base do calendário egípcio foi a ascensão helíaca de Sírio, ou seja,
o dia em que ela se tornava visível a olho nu pouco antes do alvorecer e estando
suficientemente afastada do brilho do sol. Este evento ocorria antes da inundação
anual do rio Nilo e do solstício de verão, após um hiato de setenta dias no céu. O
hieróglifo para Sótis é uma estrela e um triângulo. Sótis era relacionada com a deusa
Ísis, enquanto o período de setenta dias com a passagem de Ísis e Osíris pelo tuat, o
submundo egípcio.
A constelação era conhecida pelos sírios como Al Jabbar, o Gigante, e pelos
caldeus como Tamuz porque o nome de Orion vem do sumério Uru-anna, a Luz do
Céu, título do herói caldeu Tamuz, o filho do Sol, que se terá tornado no Adónis grego
dos tempos clássicos. Cerca de 5000 anos a.C., o "cinturão" de Orionte começava a ser
visível, de madrugada, no mês de Tamuz (Junho). Era também neste mês que se
celebrava a morte de Adónis. É muito provável que Guilgamesh seja uma variante do
mito de fertilidade agrícola tal como Hércules terá sido uma variante de Hermes e
Teseu de ambos.
«Orion-te» < Lat. Orion < Ωρίων < Ωρίωνας < Aur-i-aun < K(a)ur-i-Anu
> Acadic. Uru-anna, => «Oriente».
O acádico Uru-anna era literalmente a “luz do céu” ou senhor guerreiro (Kaur)
de sua mãe Anna / Inana que no mito grago aparece como Artemisa, variante
olímpica da matriarca Pótnia Teron. Este guerreiro de sua mãe foi várias entidades
semi-divinas como Tamuz e agora é Jesus Cristo.
Em Lagash, o mês de Dumuz-id era o sexto do ano e este mês e o feriado
associado, o «taclinto», foi posteriormente transmitido dos sumérios para os babilónios
e outros povos semitas orientais. Possivelmente ainda mais arcaico que este seria um
ritual associado no templo E-kur em Nippur que igualava Dumuz-id ao deus-cobra
Ištaran, que ali era descrito como tendo morrido também, o que tudo leva a entender
tratar-se de uma forma mística de morte do marido de Ištar, que seria assim a cobra
Ištaran. Outra variante terá sido Iskur e como esta Ashur.
Notar que o deus Nin-Gišzida, como seu pai Nin-Azu, é uma divindade ctónica
associada com a vegetação, crescimento e morte, e por isso com cobras e demónios
enquanto divindades infernais. Ningišzida era o “Senhor das pastagens e campos" e os
de seus cortesãos eram "como erva fresca" (Wiggerman 1998-2001b). A “árvore” da
vida que lhe estava associada seria a videira, e nos textos de Ur III Ningišzida é
associada a é-ĝeštin, a "casa do vinho" (Sallaberger 1993: 125, 368), em outro lugar
com deus da cerveja Siriš e a deusa da cerveja Nin-kasi. Além disso, ele é o "senhor
dos estalajadeiros" (Wiggermann 1998-2001b: 370), ou seja, em tudo semelhante a
um deus da fertilidade agrícola como Dionísio e, no caso vertente, Tamuz.
Dumuzid, na qualidade de deus da fertilidade, foi também identificado com o
deus Ama-ušumgal-ana que era um deus local adorado na cidade de Lagash onde
estava associado à tamareira e a seus frutos que podiam ser colhidas durante todo o
ano, mesmo durante a estação seca, o que dava uma certa estabilidade ao cultivo da
tamareira e fazia com que o culto de Tamuz a ela associado fosse menos sombrio.
Como parece de evidência lógica, Tamuz era, como Dionísio, o filho querido
da deusa Mãe e seria por isso referido como "meu Da-mu", ou seja "meu filho". Este
título é uma alegoria do viço das plantas que enfatiza a alegria do retorno de Dumuz-
id no Outono e o começo das actividades guerreiras e de caça.
Dumuz-id não tinha virtualmente nenhum poder fora de seu âmbito de deus da
fertilidade e de morte e ressurreição primaveril por isso o seu culto estava
particularmente associado às mulheres, que foram as responsáveis pelo luto da sua
morte, assim como foram as responsáveis pelo início da agricultura ao terem iniciado,
de forma ritual, o costume de plantar jardins em miniatura com plantas de crescimento
rápido, como alface e erva-doce, para brotarem antes da canícula do estio. O mesmo
costume estaria relacionado com o cultivo de flores usadas nos funerais de Tamuz.
Este costume ritual bem comprovado na Grécia antiga associado ao festival de Adónia
e nos vasos de mangerico das festas dos santos populares de Lisboa em homenagem a
Santo António & S. João, podem ter sido uma continuação de uma prática oriental
anterior que remontaria ao início do neolítico.
Pensa-se que é o precursor de várias deidades posteriores associado com
agricultura e fertilidade, inclusive Ninsun, Damu e Dumuzi-Abzu. 1
Ninsun (nin-Sun), divindade suméria, deusa da cidade de Kullab na região de
pastoreio do sul. Como o nome de Nin-sun, "Senhora Vaca selvagem", indica, ela foi
originalmente representada em forma bovina e foi considerada o poder divino por
trás da vaca, bem como a personificação de, todas as qualidades que o pastor
desejava em suas vacas: ela era a "perfeita vaca” e uma “mãe de boa descendência
que ama a prol”. No entanto, também foi representada na forma humana e poderia
dar à luz uma descendência humana. O touro selvagem Dumuzi (diferente de
Dumuzi, o pastor) era tradicionalmente seu filho, de quem ela lamentava no ritual
anual que marcava a sua morte. Em seu papel como uma figura materna, suas outras
contrapartes sumérias incluem NINHURSAG (acadico: Belit-ili) e Nin-lil (BELIT).
O marido de Ninsun era o lendário herói Lugalbanda2.
Damu, divindade suméria, deus da cidade de Gir-su no rio Eufrates perto de
Ur na região de pomares ao sul. Damu, filho de Enki (acadiano: EA), era um deus da
vegetação, especialmente do fluir primaveril da seiva das árvores e plantas. Seu nome
significa “a criança”, e seu culto - aparentemente celebrado principalmente por
mulheres - centrava-se na lamentação e na busca por Damu, que se havia deitado sob
a casca de sua ama, o cedro, e havia desaparecido. A busca terminou quando ele
reapareceu fora do rio. O culto de Damu influenciou e mais tarde se misturou ao
culto semelhante de DUMUZI, o Pastor, uma divindade suméria adorada pelo povo
dos campos centrais.
Damu é filho da deusa da cura, Gula / Nin-karrak, e de um deus da cura
também, tanto como asû era "curandeiro" quanto āšipu, "exorcista", o que diz tanto
sobre a estreita ligação entre as duas profissões quanto sobre as capacidades divinas:
"Damu, cose os ligamentos rompidos" (Ebeling 1938: 115).
Os dois irmãos de Damu são o deus Ninazu e a deusa Gunurra, ambos muito
menos proeminentes do que ele. De acordo com Jacobsen 1962: 190, Damu é um
aspecto de Dumuzi / Tammuz devido às suas qualidades regenerativas. Kramer 1983:
sugere que tal sincretismo se deve em parte a uma confusão com dois dos locais de

1 Mesopotamian god of fertility. He was the son of Enki, god of water, and Duttur, a personification of the ewe.
Worship of Tammuz was centered around two yearly festivals, one in the early spring in which his marriage to
the goddess Inanna symbolized the fertilization of nature for the coming year, and one in summer when his death
at the hands of demons was lamented. He is thought to be the precursor of several later deities associated with
agriculture and fertility, including Ninsun, Damu, and Dumuzi-Abzu.
2 NINSUN (´nin-sun), in MESOPOTAMIAN RELIGION, Sumerian deity, city goddess of Kullab in the
southern herding region. As Ninsun’s name, “Lady Wild Cow,” indicates, she was originally represented in
bovine form and was considered the divine power behind, as well as the embodiment of, all the qualities the
herdsman wished for in his cows: she was the “flawless cow” and a “mother of good offspring that loves the
offspring.” She was, however, also represented in human form and could give birth to human offspring. The
Wild Bull Dumuzi (as distinct from Dumuzi the Shepherd) was traditionally her son, whom she lamented in the
yearly ritual marking his death. In her role as a mother figure, her other Sumerian counterparts include
NINHURSAG (Akkadian: Belit-ili) and Ninlil (BELIT). Ninsun’s husband was the legendary hero Lugalbanda.
-- Encyclopedia of World Religions, Encyclopaedia Britannica, Inc.
culto que Damu tinha: em Isin, Larsa, Lagaš, Ur e Girsu. Porém a confusão pode ter
sido meramente teológica porque no papel de cobra de Ištaran ele deveria ser filho e
não irmão de Ninazu, ou seja, mal vai quem leva as mitologias à letra como realidade
objectiva irrevogável.
Uma divindade diferente chamada Damu era um deus da cura e filha de
Nininsina de Isin3.
Father: Enki
Mother: Ninsun
Strengths: The royal shepherd, lover and bridegroom
Spouse: Inanna/Ishtar
Festival: hieros gamos, descent and return
City Babtibira, Uruk (kullaba)
His name, usually written as "dumu.zi" means literally "rightful son"; Thorkild
Jacobsen in his master work The Treasures from Darkness prefers "Quickener of the
Young in the Mother´s Womb". (…). Zu = ardor sexual (= tesão erecção > altivez >
hombridade =>) «rectidão»!
=> Zi = Righteous > Zid = Faithful.
Dumu = Son (of) + Zu = Dum-Uzu = Faithful son > Dumu-zi.
Ou então:
Du-mu + Uz > Dumuuz > Dumuzu > Dumuzi.
Uz (< En-zu) = «Capricornio» < Zu = «Storm bird» => wise.

Figura 4: Damuz fazendo florir a “árvore da vida”, para alimentar o seu


rebanho de cabras.
O NAMORO DE INANNA E DUMUZI

3 DAMU in MESOPOTAMIAN RELIGION, Sumerian deity, city god of Girsu on the Euphrates River near Ur
in the southern orchards region. Damu, son of Enki (Akkadian: EA), was a vegetation god, especially of the
vernal flowing of the sap of trees and plants. His name means “the child,” and his cult — apparently celebrated
primarily by women — centered on the lamentation and search for Damu, who had lain under the bark of his
nurse, the cedar tree, and had disappeared. The search ended when he reappeared out of the river. The cult of
Damu influenced and later blended with the similar cult of DUMUZI the Shepherd, a Sumerian deity worshiped
by the central grasslands people. A different deity called Damu was a goddess of healing and the daughter of
Nininsina of Isin. -- Encyclopedia of World Religions, Encyclopaedia Britannica, Inc.
O irmão falou para sua irmã mais jovem,
Utu, o deus Sol, falou a Inana, dizendo:
- Jovem senhora, o linho em flor é lindo,
Os grãos estão reluzentes nos campos.
Eu vou pegar alguns para você,
Eu vou trazer um pouco de linho para você.
Uma peça de linho é sempre bom de se Ter.
- Irmão, se você me trouxer o linho, quem irá fiá-lo para mim?
- Irmã, eu trá-lo-ei já fiado.
- Irmão, se você me trouxer o linho fiado, quem irá trançá-lo para mim?
- Irmã, eu trá-lo-ei fiado.
- Irmão, se você me trouxer o linho fiado, quem irá trançá-lo para mim?
- Irmã, eu trá-lo-ei trançado.
- Irmão, se você me trouxer o linho trançado, quem irá tecê-lo para mim?
- Irmã, eu trá-lo-ei tecido.
- Irmão, se você me trouxer o linho tecido, quem irá tingi-lo para mim?
- Irmã, eu trá-lo-ei tingido.
- Irmão, se você me trouxer meu lençol de noiva,
Quem irá para o leito comigo?
Utu, quem irá para o leito comigo?
- Seu noivo irá para o leito com você.
Ele, que foi concebido no Casamento Sagrado. Damuz, o pastor!
Ele irá para o leito com você!
Inana falou:
- Não, irmão! O homem do meu coração é aquele que trabalha os campos!
O agricultor! Ele é o homem do meu coração!
Ele junta cereais em grandes pilhas,
Ele traz grãos regularmente para meus falcões.
Utu falou:
- Irmã, case-te com o pastor! Por que não o queres?
O creme que ele faz é bom, o leite dele é bom.
O que ele toca, ele faz brilhar.
Inana, case-te com Damuz!
Você, que se adorna com o colar de ágata da fertilidade,
Por que não o queres?
Damuz irá compartilhar o seu rico creme contigo.
Tu foste concebida para ser a protectora do rei, por que não o queres?
Inana respondeu:
- O pastor! Eu não me casarei com o pastor!
Suas roupas são rústicas, a lã dele é dura.
Eu vou casar-me com o agricultor.
O agricultor cultiva o linho para minhas roupas.
O agricultor planta cevada para minha mesa.
Eu me casarei com o agricultor!
Então Damuz apareceu e disse:
- Por que toda esta conversa sobre o agricultor?
Se ele der a você farinha, eu lhe darei lã,
Se ele lhe der cerveja, eu lhe darei leite doce,
Se ele lhe der pão, eu lhe darei o mais doce dos queijos.
Eu darei ao agricultor o creme que me sobrar.
Eu darei ao agricultor o leite que me sobrar.
Por que você fala [só] sobre o agricultor?
O que ele tem que eu não tenho?
Inana disse:
- Pastor, se não fosse por causa a minha mãe, Ningal,
eu o mandaria embora.
Sem meu pai, Nana, você não teria teto sob sua cabeça.
Sem meu irmão Utu...
Damuz falou:
- Inana, não comece uma briga!
Meu pai, Enki, é tão bom quanto seu pai.
Minha mãe, Sirtur, é tão boa quanto sua mãe.
Minha irmã Geshtinana é tão boa quanto você,
Eu sou tão bom quanto seu irmão Utu.
Rainha do Palácio, vamos conversar!
Inana, vamos sentar e conversar:
eu sou tão bom quanto Utu,
Enki é tão bom quanto Nana,
Sirtur é tão boa quanto Ningal.
Rainha do Palácio, vamos conversar!
As palavras que eles falaram foram palavras de desejo.
Do momento em que brigaram, surgiu de amantes o desejo.
O pastor trouxe creme para o palácio real
Damuz trouxe leite para o palácio real
Ele esperou do outro lado dos portais. Ele chamou:
- Abra a porta, minha senhora. Abra a porta da casa!
Inana correu para a mãe que a havia dado à luz.
Ela perguntou: - O que devo fazer?
Ningal aconselhou-a, dizendo:
- Minha filha, o jovem Damuz irá tratá-la como se fosse seu pai.
Ele vai cuidar de você como se fosse sua mãe.
Abra a porta, minha filha, Abra a casa [para ele]!
A pedido de sua mãe,
Inana se banhou e se ungiu com óleo perfumado
Ela cobriu seu corpo com o vestido branco real
Ela aprontou seu dote
Ela arrumou as preciosas contas de lápis lazuli ao redor de seu pescoço
Ela pegou seu selo sagrado.
Damuz esperou com ansiedade.
Inana abriu a porta para ele
Dentro da casa, ela brilhou diante dele
Como a luz da lua.
Damuz olhou para ela alegremente
Ele aproximou seu pescoço do dela
Ele a beijou.
Inana falou:
- O que eu te digo, que o cantor teça em canção
O que te digo, que passe do ouvido para a boca
Que passe do jovem para o ancião
Minha vulva, minha cornucópia
A Nau dos Céus
Está cheia de expectativa como a lua nova
Minha terra que não foi arada está desocupada
E quanto a mim, Inana,
Quem irá arar a minha vulva?
Quem irá arar meu campo amplo?
Quem irá arar meu solo úmido?
E quanto a mim, a donzela,
Quem irá arar a minha vulva?
Quem irá deixar o gado ficar lá?
Quem irá arar minha vulva?
Damuz respondeu:
- Grande Senhora, o rei irá arar sua vulva,
eu, Damuz, o rei, irei arar a sua vulva.
Inana:
- Então are a minha vulva, homem do meu coração!
Are a minha vulva!
No colo do rei ergueu-se o cedro
Plantas cresceram ao seu lado
Cereais cresceram ao lado das plantas e do cedro
Jardins floresceram da forma mais exuberante.
Inana cantou:
- Ele desabrochou, ele desabrochou,
Ele é como alface plantada junto à água
Ele é aquele que meu ventre mais adora.
Meu luxuriante jardim da planície
Minha cevada crescendo alta nos campos
Minha macieira que traz frutos em sua coroa,
Ele é como alface plantada junto à água.
Meu doce amor, meu doce amor tu sempre me enterneces
Meu senhor, meu doce amor dentre os deuses
Ele é aquele que meu ventre mais ama.
A mão de meu amor é mel, seus pés são de mel
Ele sempre me enternece.
Meu impetuoso amor que acaricia o meu umbigo
Ele é aquele a quem meu ventre mais ama
Ele é como alface plantada junto à água.
Damuz cantou:
- Ah, senhora, teu seio é o teu campo
Inana, teu seio é o teu campo
Teu campo amplo derrama plantas
Teu campo amplo derrama cereais
As águas circulam alterosas para o teu servo
Derrama-a para mim, Inana,
Eu beberei tudo o que me ofereceres!
Inana cantou:
- Faz teu leite doce e espesso, meu noivo.
Meu pastor, eu beberei teu leite fresco.
Touro selvagem, Damuz, faz teu leite doce e espesso
E eu beberei teu leite fresco.
Que o leite de cabra corra nos meus rebanhos
Encha meus baldes com queijo doce
Senhor Damuz, eu beberei teu leite fresco.
Meu esposo, eu guardarei os meus rebanhos para ti.
Eu irei zelar pela tua casa da vida, o armazém.
O local do brilho e prazer que faz as delícias da Suméria
A casa que dá o hálito da vida às pessoas
A casa que dá o pão da vida às pessoas
Eu, a rainha do palácio, zelarei pela tua casa!
Damuz falou:
- Minha irmã, eu gostaria de ir contigo ao meu jardim
Inana, eu gostaria de ir contigo ao meu jardim
Eu gostaria de ir contigo ao meu pomar
Eu gostaria de ir contigo até a minha macieira
E lá eu gostaria de plantar a doce semente coberta de mel.
Inana falou:
- Ele me levou ao seu jardim
Meu irmão, Damuz, me levou para seu jardim
Eu passeei com ele entre as árvores viçosas
Eu fiquei ao seu lado entre as árvores caídas
Junto à macieira, eu me ajoelhei, como de costume
Meu irmão veio até mim entoando uma canção
Ele apareceu dentre as folhas de álamo
Ele veio até mim no calor do meio-dia
Ante meu senhor Damuz
Eu derramei plantas do meu ventre
Eu coloquei plantas diante dele
Eu derramei grãos diante dele
Eu derramei grãos do meu ventre.
Inana cantou:
- Ontem à noite, quando eu, a rainha estava radiante
Ontem à noite, quando eu, a Rainha dos Céus, estava radiante,
Quando eu estava radiante e dançando
Cantando à chegada da noite...
Ele foi ao meu encontro, ele foi ao meu encontro!
Meu senhor Damuz foi ao meu encontro!
Ele pôs sua mão na minha
Ele colocou seu pescoço junto ao meu.
Meu sumo sacerdote está pronto para os quadris sagrados
Meu senhor Damuz está pronto para os quadris sagrados
As plantas e as ervas estão maduras nos campos
Ah, Damuz, teu viço faz as minhas delícias!
Ela chamou pelo leito, ela chamou pelo leito, ela chamou pelo leito!
Ela chamou pelo leito que alegra o coração
Ela chamou pelo leito que adoça os quadris
Ela chamou pelo leito que nos faz reis
Ela chamou pelo leito que nos faz rainhas
Ela chamou pelo leito:
- Que o leito que alegra o coração seja preparado!
Que o leito que adoça os quadris seja preparado
Que o leito que faz reis seja preparado
Que o leito que faz rainhas seja preparado!
Que o leito real seja preparado!
Inana estendeu o lençol de noivado por sobre o leito
Ela chamou pelo rei:
- O leito está pronto!
Ela chamou por seu noivo:
- Meu noivo, o leito está esperando!
Ele pôs a sua mão na mão dela
Ele pôs a sua mão no coração de Inana
Doce é o adormecer de mãos dadas
Mais doce ainda é o adormecer de corações se tocando.
Ela se banhou para o touro selvagem
Ela se banhou para o pastor Damuz
Ela perfumou a sua pele com o óleo
Ela molhou seus lábios com âmbar de doce perfume
Ela pintou seus olhos com *kohl
Ele esculpiu os quadris dela com suas doces mãos
O pastor Damuz encheu o colo de Inana com creme e leite
Ele acariciou os pêlos púbicos dela
Ele aguou o ventre de Inana.
Com as mãos, ele tocou na vulva plena
Ele alisou a nau escura dela com seu creme
Ele tocou a nau estreita de Inana, enchendo-a com seu leite
Ele acariciou Inana no leito.
Então ela acariciou o alto sacerdote no leito
Inana acariciou o fiel pastor Damuz
Ela acariciou os quadris dele, a força do pastoreio da terra.
Ela decretou um doce destino para ele.
Inana, a Primogénita da Lua, a Rainha do Céu e da Terra,
A jovem e heróica mulher, maior que sua mãe
Inana,
a quem foram dadas as Sagradas Medidas do Céu e da Terra por Enki,
O deus da Sabedoria, das Águas Doces e da Mágica,
Inana, a Rainha dos Céus, decretou o destino de Damuz:
- Na batalha, eu te lidero
No combate, seguro a tua armadura
Na assembleia, sou tua advogada,
Na campanha, sou tua inspiração
Tu, o pastor escolhido do templo sagrado
Tu, o rei, o fiel provedor de Uruk
Tu, a luz do grande templo de Anu
De todas as formas te acho capaz
Para caminhar de cabeça erguida nos corredores elevados
Para se sentar no trono de lápis lázuli
Para cobrir tua cabeça com a coroa sagrada
Para vestir roupas longas no teu corpo
Para colocar os trajes da realeza
Para carregar a clava e a espada
Para guiar em linha recta o arco e a flecha
Para colocar a funda no ombro
Para correr na estrada com o cetro sagrado em tua mão
E usar as sandálias sagradas nos teus pés
Para brincar no seio sagrado como berloque de lápis lazuli.
Tu, o melhor corredor, o melhor de todos, o pastor escolhido,
De todas as formas eu te acho capaz
Que teu coração viva longos dias
O que Anu decretou para ti, que não seja alterado.
O que Enlil te concedeu - que não seja mudado.
Tu és o favorito de Ningal.
E eu, Inana, te quero muit.
Ninshubur, a serva fiel do templo sagrado de Uruk,
Levou Damuz até os doces quadris de Inana, e falou:
- Minha senhora, aqui está a escolha de vosso coração,
O rei, vosso amado noivo.
Que ele passe longos dias na doçura de vossos sagrados quadris.
Concedei, pois também a ele um reinado favorável e glorioso
Concedei-lhe o bastão de julgamento dos pastores
Concedei-lhe a coroa duradoura com o diadema nobre e radiante.
De onde o sol surgir até onde o sol se põe
De Sul a Norte, dos Mares Superiores aos Mares Inferiores
Da terra da Árvore de Hulupu à terra dos cedros
Que o bastão de pastor de vosso noivo proteja toda a Suméria e Acádia.
Como agricultor, que ele faça os campos férteis
Como pastor, que ele faça os rebanhos se multiplicarem
Sob seu reinado, que existam campos viçosos
Sob seu reino que haja abundância de grãos.
Nos campos do Sul, que os peixes e os pássaros se multipliquem
Nos canaviais que os juncos novos e velhos cresçam alto
Nas estepes, que as árvores *mashgur4 cresçam viçosas,
Nas florestas, que o veado e as cabras selvagens se multipliquem
Nos pomares, que haja leite e vinho.
Nos jardins, que as alfaces e os agriões cresçam alto
No palácio, que haja longa vida.
Que haja água para as cheias do Tigre e Eufrates
Que as plantas cresçam alto nos seus bancos e encham os campos
Que a Senhora da Vegetação empilhe grãos em montes e montanhas.
Oh, minha Rainha do Céu e da Terra, Rainha de Todo Universo
Que ele passe longos dias na doçura de vossos sagrados quadris!
O rei foi de cabeça erguida até os quadris sagrados
Ele foi de cabeça erguida até os quadris de Inana
Ele foi até a rainha de cabeça erguida

4
Mash-gur: Uma árvore ainda não identificada. Mash-gula: Um dos pastores de Nidaba. Mash-mash: Um
exorcista. Árabe: Mashgur, Mashhur famoso - "conhecido". Mashkur - "digno de gratidão, louvável". A melhor
forma de interpretar este conceito botânico sumério é usar o Épico de Gilgamesh: Na tabuinha nove da versão
padrão do Épico de Gilgamesh, este herói viaja para o jardim dos deuses através da Floresta de Cedro e as
profundezas de Mashu, um local comparável na versão suméria é a "Montanha da derrubada de cedros". [...] “Os
Cedros do Líbano, às vezes ligados ao "jardim dos deuses" sumério. O nome da montanha é Mashu. Ao chegar à
montanha de Mashu, Que todos os dias vigia o nascer e o pôr do sol, Cujos picos chegam até as "margens do
céu", e cujo peito desce até o mundo inferior, O povo-escorpião vigia em seu portão”. Então é possível suspeitar
que as árvores *mashgur não sejam senão os cedros da montanha sagrada ou seja, cedros de *Ma-Shu-Kur.
Ele abriu bem os braços para a alta sacerdotisa dos céus.
Inana falou:
- Meu amor, a delícia dos meus olhos, me encontrou.
Juntos, fomos felizes.
Ele foi feliz comigo. Ele me trouxe para sua casa.
Ele me deitou no leito perfumado de mel
Meu doce amor deitou-se junto ao meu coração.

Passion, joy, spontaneity, exuberance are the main characteristics of the poems
involving Inanna and Dumuzi, and it is possible to affirm that the Courtship is the
forerunner of the Song of Songs of Solomon and Sheba. (…)

The Great Goddess (symbolized by Demeter) also correlates to Dionysus-


Bacchus-Zagreus (or in the older, Sumero-Babylonian myths, Dumuzi-absu, Tammuz,
the "child of the abyss," who was originally a tree god and son of Ningishzida, he died
because of Ishtar’s love.
Tammuz also Thammuz is the tenth month of the year in the Jewish calendar
[Hebrew Tammuz, from Babylonian Du’uzu, the name of a god]. In Egypt, Tammuz
was a god of harvest (late summer month) of Mesopotamia, Akkad and Sumer.
Tammuz (Ezek. 8:14) is equivalent to Osiris (Hay-Tau) in Egypt and Adonis
[Greek Adonis, from Phoenician adon, lord]. Osiris is Dionysus in the Greek tongue,
and the Roman Bacchus.
A cylinder seal from Erech, end of the fourth century B.C., depicts the god
Tammuz (a fertility god widely worshipped in Mesopotamia, Syria, and Palestine)
feeding the cattle of the temple. Tammuz was killed by a wild boar while shepherding
his flocks. His wife rescued him from the underworld. His death was taken to represent
the onset of winter. The Adonis Cult (in Nega, Byblus -Syrian coast) parallels Dumuzi,
Tammuz, and Attis.
Gul-a-Bau < Kul-a-Kaw < Kali-kaki > Ishkar > Istar
A relação de Tasmuz com Istar acaba por nos reportar para o paradoxo,
miticamente tão divertido quanto interessante de esta poderosa deusa ter tido afinal
todo o tipo de relações possíveis (e impossíveis no plano da coerência real) com Enki,
o deus que ocupou a mesma plenipotência mítica no masculino, e de quem Ishtar foi,
afinal e simultaneamente, mãe & esposa; filha & neta e com o casamento com Damuz,
sua nora adorada!
Remember her husband, Dumuzi-Ama-ushum-galanna dies early on in their
marriage --5
Amaushum-| galanna < Hamaushu Thamashu > Dâmaso.
> Adamasto(r).
6
«Dumas» < Damuzi (= Du (m)'uzi na Assíria > Jud. Tammuz.
Tinha por diminutivo Damu, e era seguramente o género masculino de
«Dama».

5 In the Eyes of Inanna: The Aspects of a Goddess in Literature, Mary Lynn Schroeder. Anthropology 207:001
Ancient Civilizations of the Old World. Mr. Mike Fuller. April 19, 1993.
6 > «damo», masculino de «dama» > Tomaz, Ataumas ou «Adamau» e outros nomes próprios masculinos com
múltiplas variantes!
«Dama» < Thiama < *Kima => *Ki-Ama-Xu, lit. “o macho (damo) de sua
mãe” e, portanto, quase «Camus», o género masculino do seu nome mais arcaico,
*Kima.
< *Ki-Ama-Kiku, literalmente «*Kiko, o macho dominante de *Kima».
*Ki-Ama-Kiku seria uma fórmula litúrgica que poderia ser quase uma
aliteração da mais velha declaração de amor «Ki ama Kiko» escrita na árvore do
hullupu de Inana a modos que no género da fórmula ritual de casamento romano:
«ubi tu Gaius, Gaia».
A razão porque se pode brincar em português com as etimológicas sumérias e
porque esta língua parece ser a forma transliterada mais arcaica de uma língua que
estaria por isso ainda muito próxima das línguas orais emergentes mas que tudo leva a
crer que se terão formado na longa espera evolutiva dos povos que partilhavam as
orlas dos glaciares peri pirenaicos onde se desenvolvia a cultura paleolítica que
floresceu no Douro Superior e no sopé dos montes Cantábricos e dos Pirineus.
Sendo assim, *Kima-Kius pode ter sido o paredro de Kima-Kiki / Tiamat que,
sendo esta esposa de Abzu, que foi seguramente a forma mais arcaica e primordial de
Enki, faria de Damuz uma espécie de variante do jovem Enki.
Kima-Kiki > *Kima-ish > Thima-at > Tiamat
De qualquer modo Damuz terá acabado como genérico de senhor como o
Adonai judeu derivou duma idêntica relação de domínio religioso exercida por
Adónis. Em português Damuz acabou no genérico «dama» e «amo / amo».
«Dama» < Fr. dame, n. f. XIe siècle, dama. Du latin classique domina,
«maîtresse de maison; épouse ; amie ; souveraine».
Na verdade, o termo «amo» aparece nos dicionários como se nem sequer tivesse
etimologia, quando seria o mero masculino de «ama» e mera contracção de «dama»!
Então, estes termos teriam, a oriente de Itália, o equivalente helénico Adamas.
A forma latina dominus seria uma redundância erudita de origem minoica,
possivelmente um arcaísmo litúrgico para senhor Da-Minus, dono e senhor do céu!
Na verdade, existe a suspeita de que o nome Egeu deste deus fosse *At-Minus
Adimus.
*At-Minus, lit “filho de Mino” *Atumnus => Athymus > Adimus.
Adimus irmão de Europa, adorado juntamente com Britomartis era, para os
minóicos, uma variante de Faetonte enquanto estrela da manhã e da tarde e, por isso,
fazendo parte da mesma mitologia do sol-posto ou caído do céu como estrela cadente.
Esta forma arcaica teria dado posteriormente Damuz.
Na verdade, existiria uma variante latina não erudita idêntica a outras
congéneres mediterrâneas de «dama» que estaria por detrás do termo Lat. domare,
acostumar em casa. A domus latina seria o reduto último da deusa mãe do fogo e do
lar, Deméter ou Vesta, mãe / esposa de Dionísio / Hefaisto / Tamuz / Ninguizida.
Pois bem, o conceito latino de amável e domável pelo lado feminino da casa teria por
oposto o «indomável» guerreiro que terá dado nome grego ao diamante.
«Diamante» < Lat. Adamante
< Gr. adámas, antos, indomável, pela sua dureza.
Adamas era uma variante do nome de Adão no mundo judaico.
“Adamas was in the first luminous cloud that no angel has ever seen among
all those called ‘God.’ He [49] […] that […] the image […] and after the likeness of
[this] angel. He made the incorruptible [generation] of Seth appear […] the twelve
[…] the twentyfour […]. He made seventy-two luminaries appear in the incorruptible
generation, in accordance with the will of the Spirit. The seventy-two luminaries
themselves made three hundred sixty luminaries appear in the incorruptible
generation, in accordance with the will of the Spirit, that their number should be five
for each. -- THE GOSPEL OF JUDAS

Ver: ADAMASTOR (***)

Claro que a mania de tudo derivar do latim resulta nisto, de o português ter
herdado termos do francês do século XI, seguramente do tempo em que o Provençal
era a cultura dominante do mundo mediterrânico! Claro que o mais provável é supor
que, a par do catalão, haveria vários dialectos ao longo do mediterrâneo e o latim seria
apenas uma das variantes ocidentais destes falares arcaicos herdados da talassocracia
cretense. Como se suspeita que, de facto, Enki andou metido em amores com a própria
filha Inana estas hipóteses só se tornariam inverosímeis se estivemos a fazer a análise
crítica de um romance de amores humanos. De facto, Enki e Damuz tiveram pelo
menos duas coisas importantes em comum: eram irmãos enquanto filhos de Anu e
foram ambos amantes de Inana / Ishtar! Ora, esta tese se nunca foi explícita nem
sequer sugerida pela mitologia caldeia é no entanto fundamental para fazer de Enki o
elo de ligação com todos os restantes mitos agrários da morte do sol e da ressurreição
do «Filho de Deus» na Primavera de que resultaria o paradigma patriarcal da trindade
cristã. Urano, o velho deus pai do céu, Enki, o filho de deus que desceu feito sol-
posto aos infernos do Kur para ressuscitar Damuz no 3º dia da primavera e subir ao
seu nas asas do Espirito santo que paira sobre os abismos como pássaro Anzu do
paraíso qual anjo do céu sobre as águas doces do baptismo da vida eterna! Existem
suficientes contradições míticas que permitem optar pelas seguintes revisões
conclusivas: Enki, senhor da terra e do céu, era Nana no céu e Kur na terra, enquanto
Nana foi pai de Inana, e irmã gémea do sol. Mas, enfim, entre deuses caprichosos e
omnipotentes quem poderia ter a certeza do nome dos seus desígnios?
O problema com o entendimento de Inanna é devido o seu caráter
multifacetado, provavelmente resultado da unificação de diferente deidades. Aqui
parece bastante apropriado o epíteto Nim-me-sar-ra, "Senhora de uma miríade de
ofícios". Inanna era cultuada como a deusa da armazenagem (principalmente dos
grãos) e era a esposa do deus da colheita, Amaushum-galanna. Aqui pode-se perceber
o caráter metafórico da religião sumeriana. Essa deusa aparentemente foi relacionada
com a Inanna, deusa do céu (da chuva), esposa e amante do pastor Dumuzi. É
justamente no ciclo de mitos de Inanna e Dumuzi, que a deusa adquire seu caráter
mais conhecido.
Figura 5: Inanna & Bilulu = Inana
& Damuz.
INANNA & BILULU
Inanna falaram:
"Pastor, sem minha mãe, Ningal,
você seria expulso,
Sem minha avó Ningikuga,
você seria levado para as estepes,
Sem meu pai, Nanna, você não teria teto,
Sem meu irmão, Utu [...]
"Dumuzi falou:"Inanna,
não comece uma briga.
Meu pai, Enki,
é tão bom quanto seu pai, Nanna.
Minha mãe, Sirtur,
é tão boa quanto sua mãe, Ningal.
Minha irmã, Geshtinanna,
é tão boa quanto a sua Rainha do palácio,
vamos conversar sobre isso, Inanna,
vamos sentar e conversar.
Eu sou tão bom quanto Utu.
Enki é tão bom quanto Nanna.
Sirtur é tão bom quanto Ningal.
Rainha do palácio, vamos conversar sobre isso."
As palavras que eles falaram
Fram palavras de desejo.
Desde o início da briga
Veio o desejo dos amantes. - Inanna e Bilulu (Jacobsen, Kraemer, 172-179).7

7 INANNA & BILULU


Inanna spoke:
"Shepard, without my mother, Ningal, you'd be driven away,
Without my grandmother Ningikuga, you'd be driven into the steppes,
Without my father, Nanna, you'd have no roof,
Without my borhter, Utu [...]"
Dumuzi spoke:
"Inanna, do not start a quarrel.
My father, Enki, is as good as your father, Nanna.
My mother, Sirtur, is as good as your mother, Ningal.
My sister, Geshtinanna, is as good as yours.
Queen of the palace, let us talk it over
Inanna, let us sit and speak together.
I am as good as Utu. Enki is as good as Nanna.
Sirtur is as good as Ningal.
Queen of the palace, let us talk it over."
The words they had spoken
Was a word of desire.
From the starting of the quarrel
Came the lovers' desire. -- Inanna and Bilulu (Jacobsen, Kraemer, 172-179
Assim sendo, Damuz, que a si mesmo se declara como filho de Enki num mito
que leva o título de «Inana & Bilulu», se não era Enki era o seu filho. Então, seria
Embilulu.
Embilulu = En + Bil-ulu, lit. “o Sr. Bil, o homem, ou então.
Embilulu = Enwilulu < Enki-lulu, lit. “O sr. da terra dos homens”!
= En-Wir-ulu < En-kur-lu, lit ”Homem de Enkur”, etc.
A verdade é que Embilulu era, na mitologia caldeia, um dos quatro filhos
enquianos, e, seguramente, o mesmo que acabaria com o nome de Apolo na cultura
Grega. De qualquer modo, a suposição de que Damuz teria sido apenas um semideus
deve ter surgido por reflexão religiosa à posteriori para colmatar a evidente falta de
senso dum «filho de deus» que, para ter necessidade de ressuscitar teria que
experimentar primeiro a morte e logo, não ser imortal por nascimento e «direito
divino» mas por mérito ou dom divino! Aliás, quando o mito coloca na divina boca de
Damuz as palavras «eu sou tão bom como Uto», depois de considerar iguais a
bondade de ambas as linhagens em querela, deixa a suspeita de Damuz e Uto serem a
mesmas entidade, o que, no plano das infinitas e pluripotenciais virtualidades míticas,
nada teria de extraordinário.
Porém, mais do que uma querela semântica o nome de Embilulu revela algo
muito mais importante a respeito dos acontecimentos trágicos que terão estado na
origem do mito do «decesso de Inana».
Dumuzi: (demigod) A Sumerian god,
called Tammuz in Babylonian, and Adonis in
Greek. In life, he was the shepherd king of Uruk.
brother of Geshtin-anna,
He successfully courted the goddess of
love and fertility, Inanna in Sumerian, Ishtar in
Babylonian, who fell in love and married with
him, but he was abducted by the demons of the
underworld to the land of death.
Inanna decided to go in search of him,
so she had to descend to the land of death, which
has seven gates. At each of the gates, she had to
pay for her passage with a piece of garment
because we all go into the land of death naked.
In some versions of the myth she could
only take her lover out of Hades by sacrificing
her husband.

Figura 6: Hierogamos de Inana &


Damuz nos festivais da primavera.
Matar o marido por causa do amante tem sido um grande motivo para crimes
passionais desde o princípio dos tempos, crime que terá sido ainda maior nos tempos e
em ambientes de matriarcado. Esta situação seria, em regime de «macho dominante»,
a forma inevitável de substituir um velho marido incómodo, mas ainda poderoso e bem
relacionado, por um jovem macho sexualmente pujante mas socialmente inexperiente
e fisicamente ainda menos calejado pela idade! Com o patriarcado os papeis dos
actores inverteram-se e também as respectivas razões que fizeram com se tornasse
mais frequente a morte das esposas adúlteras do que os duelos de mortes em defesa da
honra!
This is the image of the earth shedding the leaves and flowers of the old season
and decorating itself with fresh vegetation at each new spring. Following the
consummation of this marriage, he was given divine powers over the fertility of plants
and animals, especially over grain. Doorkeeper of Anu, paired with Gishzida,
fisherman of Ku'ara. He has a palace in Kur, and is due a visit by those entering Kur.
Upon her rescue from the dead, he was pursued by galla demons, which he eluded for a
time with the aid of Utu. Eventually he was caught and slain; however, he was partially
freed from his stay in the underworld by the actions of his sister Geshtinanna. Now he
resides there only half of the year, while she lives there the other half year; this
represents seasonal change. He is also known as Tammuz, Ezekiel 8:13.
No que respeita a Damuz parece que Inana quando regressou das terríveis
provações da sua descida aos infernos acabou por matar o marido que se banqueteava
na sua ausência e a recebeu em triunfo.
Dumuzi, o marido de Inanna,
estava vestido com suas vestes reluzentes.
Ele se sentou em seu trono magnífico; (ele não se moveu).
Os galla o agarraram pelas coxas.
Eles derramaram o leite de suas sete batedeiras.
Eles quebraram a flauta de cana que o pastor estava tocando.
Inanna fixou em Dumuz o olho da morte.
Ela falou contra ele a palavra da ira.
Ela proferiu contra ele o grito de culpa:
"Levem-no! Leve Dumuzi daqui!"
Os galla, que não conhecem comida, que não conhecem bebida,
Que não comem oferendas, que não bebem libações,
Quem não aceitam presentes, prenderam Dumuzi.
Eles o fizeram levantar se; eles o fizeram sentar se.
Eles bateram no marido de Inanna.
Eles o cortaram com machados.8

8
Dumuzi, the husband of Inanna, was dressed in his shining me-garments.
He sat on his magnificent throne; (he did not move).
The galla seized him by his thighs.
They poured milk out of his seven churns.
They broke the reed pipe which the shepherd was playing.
Inanna fastened on Dumuzi the eye of death.
She spoke against him the word of wrath.
She uttered against him the cry of guilt:
"Take bim! Take Dumuzi away!"
The galla, who know no food, who know no drink,
Who eat no offerings, who drink no libations,
Who accept no gifts, seized Dumuzi.
They made him stand up; they made him sit down.
They beat the husband of Inanna.
They gashed him with axes
Figura 7: Inana retirando Damuz dos infernos.
Claro que a deusa era também uma amante desgraçada e iria acabar por se
arrepender da perda do marido / amante acabando por desejar ir ter com ele ao reino
dos infernos. E por causa do luto de 40 dias de Inana apareceu a «Quaresma».

TAKLIMTU
Ora, não apenas por estas inferências míticas mas sobretudo enquanto figura
central das festa da primavera do taklimtu (a Páscoa suméria e equivalentes das
«saturnálias» romanas e as «falofórias» gregas) Damuz era um deus solar relacionado
com o culto das cobras. De facto
Takl-imtu < Takrimn-tu < Ta-Kur-Min-tu, lit. “as festas do Minotauro?”
< *Ka-Kal(i)-Ama-tu > (An) kar-Ki-ama-tu => Artemisa.
< Sacar- Min-tu > «Sacramento»!
O “Sacramento” era algo relativo ao culto dos mistérios de «morte e
ressurreição» pascal realizado nas festas dos rapazes e de fertilidade agrícola.
Nos palácios labirínticos de Creta parece que teriam existido rituais taurinos
com o nome laburinto, que, pelo menos foneticamente, estiveram relacionados com
estas festas pascais arcaicas em hora da deusa mãe das cobras do rejuvenescimento e
ressurreição da natureza primaveril!
«Labirinto» < Laburinto < Laburinmto
< Ra-Wer-min-tu < *Kur-Kur-| Min-tu < Ma-U(n)to.
Este nome tem ressonâncias com aos montes da aurora, seguramente num ritual
relativo ao nascimento solesticial de Uto, que seria o deus central destes mistérios
cretenses ignoramo-lo. Talvez fosse já uma versão arcaica de Dionísio o «deus
menino» solar que veio a chamar-se Into entre os incas, por influência de uma arcaica
colonização cretense.

Ver: LABURINTO (***)

Legend has it that Tammuz was killed by a wild boar when he was forty years
old. Hislop points out that forty days -- a day for each year Tammuz had lived on earth -
- were set aside to "weep for Tammuz." In olden times these forty days were observed
with weeping, fasting, and self chastisement -- to gain anew his favor -- so he would
come forth from the underworld and cause spring to begin. This observance was
known not only at Babylon, but also among the Phoenicians, Egyptians, Mexicans,
and, for a time, even among the Israelites. -- Source: Babylon Mystery Religion, by
Ralph Edward Woodrow, Copyright 1966, 1992 printing, page 139.

Ver: SALUS/QUARESMA (***)

Claro que quem foi morto por um javali foi Adonis, mas tudo bem porque este
deus fenício era uma variante de Tamuz!
(Siduru, Sabatu): Name of alewife, meaning of name unknown. Goddess of
brewing and of wisdom. Word "alewife", "sabitum", may also mean "woman from the
land of Sabum." The Babylonian equivalent of Hebe, the goddess of divine wine, who is
depicted as seated in heaven in the shade of her vineyard.
Ora, no mito de Damuz apenas o nome da sua mãe, Sirtur, parece destoar
duma intriga mítica já conhecida. Esta deusa, copeira dos deuses, é assim suspeita de
ser a deusa da cerveja, e perfeitamente adequada para mãe de Gestinana. Para tanto
bastaria que *Nin-Kurkur fosse Sidur, como parece ser possível: *Nin-Kurkur, lit. “a
Sr. da Serras, seguramente um heterónimo virtual de Ninhursag como foi Aruru <
Kur-Kur(-at-ili), aliás foneticamente similares?
Ki®tur < Situr > Siduri/Siduru < Shi-thuru <
Ish-Taura, a guerreira taurina >Kikitar > Ishtar.
Depois, se Gestinana foi também Belili e esta possivelmente uma variante de
Belet-Ili que era também Ninhursag, não nos admiraria que estivéssemos, de facto,
perante mãe e filha.
She (Inanna) was preceded by Belili, wife of Baal (Heb. Tamar, taw-mawr',
from an unused root meaning to be erect, a palm tree).
Gestinana = Bel(et)ili <?> Belet-Ili = Ninhursag.
Claro que Bel Marduque era filho de Enki desde que os amorritas, que o
impuseram à conquistada Babilônia, assim o decidiram, mas a sucessão de gerações,
que se fazia na mitologia em analogia com a dinâmica monárquica emergente não era
senão uma certa forma de criar o novo em moldes antigos. Quer então dizer que
formalmente Belil seria filha de Belet-ili, e feita à imagem e semelhança desta a tal
ponto que bem poderiam ter sido em tempos mais arcaicos a mesma entidade. Porém,
nem sequer é necessário chegar a tal extremo. Belil era irmã de Damuz logo esposa
deste como era de regra neste período matriarcal logo uma variante de Istar que era a
mais conhecida amante de Damuz a menos que nesta família divina tudo fosse uma
infinita confusão. Claro que tal indeterminação acabou quando surgiu o politeísmo por
força da autonomização dos heterónimos divinos!
Gesht-Inanna - The sister of Dumuzi the sheperd god, she interprets dreams as
one of her mediums, along with being a demigoddess of the grape harvest used in the
making of wine, every year she descends into the underworld to replace her brother to
allow him to cause the Earth to be fertile again. Belili: A name of the goddess Geshtin-
anna, wife of Nin-gishzida. Epithet: "she who always weeps."
Gestinana < *Gesht Inana, metade Inana a rainha do céu, metade *Gesht.
*Gesht < Kiash > Hesta > Vesta > «giesta».

Ver: GESTINANA (***)

Esta deusa que era meio rainha do inferno e senhora da lenha, de gestas e vides
secas para o fogo do Inverno, era possivelmente uma deusa que presidia aos cultos da
vinha, ou seja, uma irmã virtual de Dioniso. Em boa verdade, nada haveria de
admirável numa ressonância étmica por interferência Assíria.
Damuz < Anu + Du'uzi Assírio > Di´w(an)uzio
> micénico Diwonus(ojo) > Dioniso!
Este seria um dos poucos casos em que o J não micénico derivaria da vogal
consonântica Y e não da nasal labiada Lh.

Figura 8: O deus do estio e Damuz.


Com estas voltas todas Gestinana acaba sendo um heterónimo de Inana o que
faz de Damuz um amante solar da própria irmã lunar! Se entre tanto suspeitamos que
Damuz tenha sido antepassado de Apolo então esta irmã lunar teria sido Artemisa.
Mas, o Damuz cretense também poderia ter sido Sarpedon, ou, porque não,
talvez o Minotauro! Na verdade, Damuz era, na suméria, «o touro do céu»!
Muitas vezes Dionísio era representado na forma animal, principalmente na
forma de um touro (ou pelo menos com os seus chifres. Assim, ele era conhecido como
"Com Face de Touro", "Com Forma de Touro", "Com Chifres de Touro", "Chifrudo",
"Touro". Em seus festivais, acreditava-se que ele aparecia como um touro.
"Venha aqui, Dionísio, ao seu templo sagrado junto ao mar;
Venha com as Graças ao seu templo,
correndo com seus pés de touro,
Oh bom touro, Oh bom touro!"
Pelo menos à luz destas afirmações Dionísio era o Minotauro e, por isso um
«filho de deus» de Creta, que era também a terra de Zeus! Neste mito Zeus é a
serpente macho que era um avatar de Enki, pelo que Enki foi Zeus, como já se
suspeitava por outras vias de análise semântica. Enki foi amante de sua filha Innana.
Assim, Dionísio foi Hanish, filho de Pan, que foi Enki, e Innana? Então, se Dionísio
foi Osíris no Egipto também Osíris foi filho de Enki/Toth. A morte de deus por
espostejamento aconteceu a Osíris pai e a Dionísio menino. Se fosse possível provar
em definitivo que o mito de Osíris é mais antigo teríamos que inferir que o mito de
Dionísio era uma variante do egípcio mas mal aprendido porque numa versão em que
Osíris seria Harpocrates, o «deus menino».

Ver: DIONISO (***)

LAMENT OF THE FLUTES FOR TAMMUZ


At his vanishing away she lifts up a lament,
'0h my child!' at his vanishing away she lifts up a lament;
'My Damu!' at his vanishing away she lifts up a lament.
'My enchanter and priest!' at his vanishing away she lifts up a lament,
At the shining red cedar, rooted in a spacious place,
In Eanna, above and below, she lifts up a lament.
Like the lament that a house lifts up for its master, lifts she up a lament,
Like the lament that a city lifts up for its lord, lifts she up a lament.
Her lament is the lament for a herb that grows not in the bed,
Her lament is the lament for the corn that grows not in the ear.
Her chamber is a possession that brings forth not a possession,
a weary woman, a weary child, forspent.
Her lament is for a great river where no willows grow,
Her lament is for a field, where corn and herbs grow not.
Her lament is for a pool, where fishes grow not
Her lament is for a thicket of reeds, where no reeds grow.
Her lament is for woods, where tamarisks grow not.
Her lament is for a wilderness, where no cypresses grow.
Her lament is for the depth of a garden of trees,
where honey and wine grow not.
Her lament is for meadows, where no plants grow.
Her lament is for a palace, where length of life grows not."
The Golden Bough. Vol. V, p. 11.
Como deusa que era seus desejos seriam sonhos realizáveis e acabaria por vir a
juntar-se com o marido metade do ano no inferno o que não passa duma óbvia
metáfora do desaparecimento da Deusa Mãe da vegetação Natural, metaforicamente
considerada como morte da deusa Flora, durante o tempo de morte aparente do sol de
inverno!

Ver: GESHTINANNA, A DEUSA SUMÉRIA DO VINHO (***) &


*KIMA/*ASHMA (***)

Dumuzi: "Faithful son" Sumerian god, lover of Ishtar, shepherd of Uruk. Spent
half the year in the Underworld and so was the subject of the annual taklimtu-ritual of
lying-in-state. Name pronounced Du'uzi in Assyria.

In classical mythology, Attis was a Phrygian god whose death and resurrection
symbolized the end of winter and the arrival of spring. He was loved by the goddess
Cybele, who drove him mad as a punishment for his infidelity, he castrated himself and
bled to death.

Dionysus was a Greek god of happiness. He was also called Bacchus and
Iacchus.
Bacchus < Iacchus < Jakikus < *Kakiko!
Hesus = "Lord" or "Master". A Celtic agricultural deity of the Essuvi (Gaul),
who derived their name from him. His cult was associated with the bull (with three
skulls) and he is portrayed with one. He is also represented cutting branches from trees
with an axe. According to some he was a bloodthirsty god, while other regard him as a
god of commerce (similar to Mercury). His consort is Rosmerta.

Étymologiquement, Ésus signifie «bon, maitre, puissant» On retrouve le terme


dans esugenus (« fils d’Ésus » ou «bien né, équivalent à Eugène en grec»). Selon
Joseph Vendryes, le nom «Esugenos» se retrouve en gallois sous la forme d’O-wain et
en irlandais dans Eo-gain, ainsi qu'en breton, en particulier sous les formes Y-ves,
Erwann et Yo-uenn. Julius Pokorny ajoute Ywein, devenu Yvain dans la littérature
médiévale française.
Grec. Eu- < Esus < Hesus < *kekus < ? Kakus.
Rosmerta (< Urash-Amatha < Ur-kima-ish > Artemisa).
Kius > Thius < An + *Ki-ish > Anphis > Antis > Attis.
«Menino Jesus» <= Dion Yesus < Esus < Hesus <= Ki kius <= Ki + Kius.
Kikius, e o filho de Kius, Enki/Eia e da terra, Ki cujo plural enfático, Kiki pode ter
originado Isis, deusa sempre presente nos mistérios da ressurreição.

Ver: CIBEL (***)

Mas, antes de Atis e Cibele, Adónis e Afrodite/Perséfone tivemos Isis com


Osíris Chausca com Telepinus e ... Tamuz ,o amante de Inana. Mas, quem foi então
Tamuz?
"Dumuzi son of Anu, paired with Gishzida (< Kish-Kiki > Ishat?) , fisherman
of Ku'ara. Spent half the year in the Faithful son" Sumerian god, lover of Ishtar,
brother of Geshtin-anna (< Kiash-ten-Ana, Vesta, a lua-cobra-de-fogo-céu?), shepherd
of Uruk, doorkeeper Underworld and so was the subject of the annual taklimtu-ritual of
lying-in-state. Name pronounced Du'uzi in Assyria. A Sumerian god, called Tammuz
in Babylonian, and Adonis in Greek.“
Dumuzi > Tammuz <= Dam(us), masculino de Dama
< Thi-Ama < *Kima Deusa Mãe da Terra Primordial!
The goddess of love and fertility, Inanna in Sumerian, Ishtar in Babylonian,
Venus in Latin, fell in love with him, but he was abducted by the demons of the
underworld to the land of death. Inanna decided to go in search of him, so she had to
descend to the land of death, which has seven gates. At each of the gates, she had to
pay for her passage with a piece of garment because we all go into the land of death
naked. Every year the goddess had to retrieve her husband from the clutches of death.
In some versions of the myth she could only take her lover out of Hades by sacrificing
her husband. This is the image of the earth shedding the leaves and flowers of the old
season and decorating itself with fresh vegetation at each new spring.
Uma das fundamentações para a hipótese de que o nome de Afrodite seria uma
variante do nome de Perséfone, ou vice-versa, reside precisamente no facto de os
mitos de morte e ressurreição terem em toda a parte as deusas do amor por
protagonista principal quando entre os gregos Adónis era partilhado com Perséfone.
Some say that when Adonis was still an infant Aphrodite, for the sake of his
beauty, hid him in a chest unknown to the gods and entrusted it to Persephone. But
when Persephone beheld him, she would not give him back. The case being tried before
Zeus, the year was divided into three parts, so that Adonis should stay by himself for
one part of the year, with Persephone for one part, and with Aphrodite for the
remainder. However Adonis made over to Aphrodite his own share in addition. For this
reason Adonis may be counted among those who were in the Underworld and came
back to be among the living.
Telepino < Kere-Phian.
Osíris < *Kau-Kyrish < Ka Kurish < *Kaphuris => Ka Ishkur Ashur
> Ka-atur > Satur.
Com a evolução da agricultura os mistérios primaveris desenvolvem-se e
diversificam-se particularmente em torno de cultos masculinos de iniciação com
padroeiros diversos. Dioniso na Grécia e Osíris no Egipto. No entanto, todos estes
mistérios de salvação masculina típica de reservistas tiveram o deus Sacar dos
canaaneus por paradigma.
The Larousse says Eshmun = Adonis. --- Gwen Saylor 9
A verdade é que, se Osíris pode ter sido morto por um irmão gémeo, ciumento
e ambicioso como no mito de Caim & Abel, tal facto pode ter ocorrido por obscuras
intrigas passionais envolvendo a própria esposa.

9 <gwen@wave.park.wy.us
Figura 9: Kali sobre o cadáver do deus
Lua, (Visnu) possível eufemismo do sol-morto.
Nesta representação Kali, a virgem negra, é uma
metáfora dos misteriosos poderes ocultos da
mulher regida pelos ciclos da Lua, senhora
nocturna da vida e da morte e dos sentimentos
violentos de amor-ódio!
Começam a se adensar as suspeitas de que
desde os primórdios da humanidade que se soube,
ou pelo menos se suspeitou, que o «verde cadáver»
sobre o qual Kali se saliva de gula e luxúria canibal
era o do próprio filho e/ou amante e/ou marido
assassinado por um marido rival, ou pelas suas
próprias mãos, às sua ordens ou com o sue tácito
consentimento por ter tentado desobedecer às regras
fundadoras do matriarcado, fora ele Damuz,
Adónis, Atis, Visnu ou mesmo Osíris, o deus Glauco por excelência por ser um
eterno cadáver!
Por ter sido Isis amante do cunhado Set, o deus do pecado e da satisfação, seria
assim explicável que Hórus tenha sido concebido muito tempo depois da morte do pai,
por obra e graça de um pássaro freneticamente esvoaçante sobre o falo mutilado de
Osíris o qual teria sido amante da cunhada Néftis com quem teve o deus Anubis,
ainda em vida de ambos!

Ver: OSÍRIS (***) & SET (***)

Mas continuemos com a história dos quatro filhos de Geb e Nut, e digamos que
Set casou com a sua irmã Néftis, mantendo a tradição iniciada pelos seus
antecessores divinos. Mas Néftis foi esposa do malvado Sete também mau grado seu,
porque ela amava Osíris, e deste casamento não surgiu nenhum filho, porque Sete
tinha que ser forçosamente estéril pela sua maldade. Mas não sucedeu a mesma coisa
com Néftis, dado que ela sim, conseguiu ter um filho e, precisamente um filho de
Osíris. Para conseguí-lo, embebedou o seu irmão e deitou-se com ele. Esse filho
nasceria mais tarde e seria conhecido com o nome de Anúbis. Néftis amava tanto
Osíris e tanto desprezava o seu marido que, quando se produziu o seu assassínio, a
boa e infeliz Néftis fugiu do seu perverso marido, para poder estar ao lado do amado,
junto da sua irmã Ísis, ajudando-a no embalsamamento.
Após aquele momento, Ísis e Néftis permaneceriam sempre unidas à morte do
irmão e amante o deus Osíris, acompanhando o piedoso defunto na sua sepultura,
para proporcionar-lhe a ajuda que necessitasse no outro lado da morte.

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