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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA – UFRB

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES – CFP


LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ANÁLISE DA FONTE “REVISTA ESCOLA NOVA E O ENSINO DE


EDUCAÇÃO FÍSICA”

Atividade apresentada pelas


discentes Bruna Machado Dos
Santos e Samile Silveira Dos
Santos, do Curso de Licenciatura
em Pedagogia. Disciplina de
História Social da Educação
Brasileira, ministrada pelo
Professor: Fernando Henrique
Tisque Dos Santos.

Amargosa 2023
A Revista Escola Nova (1931) foi criada em 1927, porém naquele momento
era conhecida como “Revista Educação”. A Diretoria Geral da Instrução Pública
Paulista e a Sociedade de Educação eram as responsáveis pelas Publicações realizadas
pela Revista Educação (1927) e Revista Escola Nova (1931), (REIS, 2017).
Outro aspecto interessante é que a Sociedade de Educação foi criada em 1922.
Um dos membros da Sociedade e Educação é Lourenço Filho, este se tornaria o diretor
da Revista Escola Nova em 1931.
Após estudos realizados ficou evidenciado que a então, Revista Escola Nova
surgiu a partir da junção de duas outras revistas: Revista Sociedade de Educação (1923-
1924) e a Revista Escolar (1923-1924), sendo nesse primeiro momento denominada como
“Revista Escola”, tendo como diretor Amadeu Mendes. Sua fundação aconteceu no dia
27 de agosto de 1927 (REIS, 2017).
Os responsáveis pela criação da Revista Educação em 1927, são: Amadeu
Mendes, Sampaio Daria, Carlos da Silva Roldão Lopes de Barros e Lourenço Filho. Os
textos publicados eram direcionados aos profissionais da Educação, em especial para os
professores como sendo suportes teórico para estes. Algo interessante que percebemos
durantes as investigações é que cada uma destas revistas citadas foi utilizada para
propagar entre os profissionais da educação, a Educação a qual defendia cada grupo das
respectivas revistas.
No ano de 1930, a direção da revista passa para Lourenço Filho, passando a ter
outro nome “Escola Nova”. A partir que Lourenço Filho assume a direção da revista é
assumido uma nova concepção de educação: “Escola Nova”.
Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Anísio Texeira são os responsáveis pela
propagação e implantação de reformas educacionais, sendo defensores da Escola Nova.
“O conceito de progresso estava muito enraizado nas concepções escolanovistas a partir
de 1920” (REIS, 2017, p. 36). Segundo Reis (2017, p. 41), “no editorial do n. 1, de
out./dez., de 1930, da Escola Nova, refere-se ao novo modelo de escola como, ―uma
escola renovada nos processos didáticos‖, enfatizando a ciência e a importância da
assistência técnica aos professores” (REIS, 2017, p. 41). Essa concepção de educação
baseada na Escola Nova é o que norteia o ensino no Brasil durante este período, inclusive
o ensino da Educação Física.
“Em 1932, nesse momento de efervescência e disputas políticas em todos os
âmbitos da sociedade brasileira, a revista, então Escola Nova, voltou ao seu nome de
origem – revista Educação [...]” (REIS, 2017, p. 44). Desta forma, em 1932 a revista era
denominada como revista Educação (1931-1932), em 1933 a 1944 como Revista de
Educação e Educação entre 1945e 1961.
As aulas de Educação Física ministrados em 1929 eram baseadas em métodos
europeus (suecos, alemães e posteriormente franceses) que se baseavam em princípios
biológicos. Em consonância com a nova escola, a gymnastica (ginástica) foi integrada ao
discurso da saúde como disciplina da educação física, prometendo melhorar o físico dos
alunos e dar-lhes mais temperamento, força e resistência.
A ginástica sueca era recomendada para meninas por serem consideradas mais
vulneráveis, por isso as aulas deveriam enfatizar a plasticidade e a beleza nos
movimentos. Segundo Soares (1994), o método sueco era dividido em quatro partes: 1)
Ginástica de ensino ou educacional - evitando doenças, zelando pela saúde, evitando
vícios e defeitos posturais; 2) Ginástica militar - exercícios guerreiros (tiro, esgrima, etc.)
; 3) Ginástica médica e ortopédica - fazer desaparecer certas deformidades ou curar certas
doenças; 4) Ginástica estética - desenvolvimento harmonioso do corpo.
Na aula de educação física, a ginástica feminina tem como foco as questões
estéticas, enquanto a masculina são principalmente exercícios militares, vigorosos e
poderosos, que incorporam as virtudes dos guerreiros e enfatizam a formação de emoções
cívicas, patriotismo e consciência nacional.
Portanto, a partir das análises realizada por meio das fontes encontradas
relacionada a Revista Escola Nova e o ensino da Educação Física percebemos que estas,
foram influenciadas pelo movimento escolonovista que se iniciou na Europa se
propagando pelo o Brasil. Analisando os discursos assumidos pelos intelectuais da época
a respeito do ensino da educação física identificamos que eles são atravessados pelo o
capitalismo -quando traz a estética feminina e formação do homem da classe dirigida para
o mercado de trabalho braçal-; e o desenvolvimento do sentimento de patriotismo -
verificável com a implantação da ginástica militar-, estando alinhado com os interesses
da classe burguesa do Brasil.
A Revista Escola Nova contribuiu para a educação da época, pois atesta que
um dos objetivos do movimento escola nova era eliminar o ensino tradicional que
sustentava fins individualistas, pois buscava os princípios da ação, da solidariedade e
da cooperação social. Para isso, recomendava a introdução de novas técnicas e
conceitos de ensino. Obviamente, o objetivo era de educar o país ao nível dos países
desenvolvidos, modernizá-lo e ter uma cultura própria para que se destacasse na
civilização contemporânea.
REFERÊNCIAS

REIS, Karina Cásssia Oliveira. REVISTAS EDUCAÇÃO (1931-1932), REVISTA DE


EDUCAÇÃO (1933-1944) E EDUCAÇÃO (1945-1961) COMO FÓRUNS DE
DISCUSSÕES SOBRE DIDÁTICA: As revistas Educação (1931-1932), Revista de
Educação (1933- 1944) e Educação (1945-1961): materialidade, colaboradores e
temáticas para uma história da disciplina de Didática. 2017. Dissertação (Mestrado em
Educação. Universidade Estadual Paulista (Unesp) Faculdade de Filosofia e Ciências, São
Paulo, 2016.
WALTRICK, Ramon Diego; HERBST, Dulce Mari; OGLIARI, Clara Angela Carlini.
SISTEMAS E MÉTODOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ATUALIDADE.
Universidade do Contestado, Curitibanos, Santa Catarina, Brasil. p. 01-08.
ANDRADE, Ricardo Adriano de. A IDEOLOGIA DA ESCOLA NOVA E A
EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL: CRÍTICA À “EDUCAÇÃO SOB MEDIDA”
DE INEZIL PENNA MARINHO. Germinal: Marxismo e Educação em Debate,
Salvador, v. 9, n. 1, p. 193-201 , ago. 2017.

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