Você está na página 1de 15

HISTÓRIA DE TAQUARITINGA

Nos arquivos da Câmara Municipal de Taquaritinga, há o 1º livro de atas da “Vila de São


Sebastião do Ribeirãozinho”, de 1892, onde em sua 2ª página consta a seguinte inscrição:
“SAIBA A POSTERIDADE, que este livro do registro de ATAS da CÂMARA MUNICIPAL DA
VILA DE RIBEIRÃOZINHO, a partir da instalação da sua primeira Câmara em 22/12/1892, foi
recuperado pelo Secretário interino da Prefeitura JOSÉ ROMANELLI, em janeiro de 1935,
quando pretendiam incinerá-lo por ser considerado velho e inútil”. Felizmente essa atitude do
Secretário preservou o registro histórico e documental de nossas origens e hoje, 58 anos
depois, nos auxilia a compreender os acontecimentos de um século atrás na antiga Vila São
Sebastião do Ribeirãozinho - hoje Taquaritinga. Mas muito de nossa história deve ter sido
consumida pelo fogo do desprezo à memória. Quanto? O que resta? Essa resposta, esse
resgate, somente o compromisso, o “mergulho” na história, a pesquisa metódica poderá
devolver e responder sobre o nosso passado. E este livro do Prof. Arnaldo Ruy Pastore
representa exatamente isto, este primeiro passo de voltarmos ao passado para resgatá-lo e
assim entendermos as raízes do nosso presente e da projeção do futuro melhor que
haveremos juntos de construí-lo.

Sobre o autor considero dispensável maiores referências porquê ele próprio é a referência de
nossa historiografia. A exemplo do cidadão Romanelli, o Prof. Arnaldo Ruy Pastore tomou a si
a responsabilidade do registro da memória histórica de Taquaritinga, certamente sabedor que
mais importante que o conhecimento é a nobreza de sua transmissão. E isso ele tem feito ao
longo de sua vida, como agora, percorrendo nossas escolas e ensinando aos nossos
estudantes os “marcos registrados” em 109 anos de nossa história.que com a caneta ou o suor
no rosto, nos auxiliam na longa travessia de mais um século de história.

TAQUARITINGA: FUNDAÇÃO E CRIAÇÃO

Os doadores das terras (64 alqueires) de Taquaritinga foram:


Bernardino José de Sampaio e sua Senhora Francisca Olegária da Silva, Antonio Paes de
Camargo e sua Senhora Maria Antonia de Ataíde, Manoel Luiz de Souza e sua Senhora Ana
Rita de Faria, José Joaquim Esteves e sua Senhora Maria Umbelina de Jesus, Joaquim Pedro
da Fonseca e sua Senhora Rita Pereira Guimarães, Joaquim Pereira da Costa e sua Senhora
Emerécia Anacleta de Jesus, Isaias Joaquim de Santana e sua Senhora Francisca Maria de
Jesus, dona Joaquina Maria do Espírito Santo, dona Gertrudes Florinda de Castro, João
Ferreira da Costa, Joaquim Alves da Silva Leite e sua esposa Ana Luiza de Jesus.

Foram Fundadores de Taquaritinga:


Bernardino José de Sampaio, Sebastião Domingues da Silva, José Domingues da Silva,
Adrelino Domingues da Silva, Bento Soares de Camargo e outros. em 8 de junho de 1868, deu-
se a doação das terras de São Sebastião dos Coqueiros.

A lei n. 99, de 16 de março de 1880, cria o Distrito de Ribeirãozinho.

Por decreto datado de 25 de julho de 1892, é criada a vila de São Sebastião do Ribeirãozinho.

A lei estadual nº 60. de 16 de agosto de 1892, cria o município de Ribeirãozinho, sendo que a
primeira Câmara Municipal se instalou em 22 de dezembro de 1892, constituída dos seguintes
vereadores: Bernardino José de Sampaio (Presidente), Maximiliano Antonio de Moraes,
Joaquim Corrêa de Freitas, Rafael Aiélo e José Camilo de Camargo (1º Intendente).

A Paróquia de São Sebastião foi criada em 1897, sendo, então, Vigário o Pe. Vicente Ruffo.

A lei estadual nº 1.038, de 19 de dezembro de 1906, eleva a sede do município à categoria de


Cidade.
A lei estadual nº 1.102-A, de 25 de novembro de 1907, cria a Comarca de Taquaritinga, cuja
instalação ocorreu em 4 de fevereiro de 1908, sendo o senhor Antonio de Paiva Azevedo o
1º Juiz de Direito.

ASPECTOS GEOGRÁFICOS
A situação do município é NNO, em relação à Capital do Estado. Taquaritinga se limita ao
Norte - Jaboticabal e Monte Alto; Oeste - Guariba; Sudeste - Santa Ernestina e Dobrada; Sul -
Matão; Sudoeste - Itápolis e Noroeste - Fernando Prestes e Cândido Rodrigues. O município
conta com 582 quilômetros quadrados, sendo de 330 quilômetros quadrados a área do Distrito-
Sede, Área Habitável = 530 km2 e Área Urbana = 28,83 km. Os terrenos de Taquaritinga
datam da era mesozóica. E o chamado Arenito Bauru que corresponde ao período cretácio.
Quanto à topografia é ondulada. A altitude da sede é de 532 metros. Latitude-S 21º 24’ 44”.
Longitude - O 48º 29’ 53”. O clima é ameno e a temperatura oscila entre 20.ºC. a 26.ºC. A
queda pluviométrica anual é de 1,78 m. Patm. = 712 mmHg. Destacam-se as serras:
Jaboticabal e Monte Alto. “Monte de Broa” (ponto mais Alto) com 718 m de altitude. Os
principais cursos d’água são Ribeirão dos Porcos, Ribeirão Dobrada, Ribeirão Jurema, Córrego
Guariroba, Córrego Rico e Ribeirãozinho que atravessa a parte Suleste do Distrito-Sede.

PRINCIPAIS DISTÂNCIAS
O município dista de Araraquara, 70 km (por rodovia); São José do Rio Preto, 110 km (por
rodovia); Jaboticabal, 28 km (por rodovia); São Paulo, 333 km (por rodovia); Brasília, 762 km
(por rodovia).

POPULAÇÃO
O município conta com 54.425 habitantes, sendo;
47.775 a população do Distrito-Sede;
2.387 a população da Zona Rural;
Distritos:
Guariroba com 2.336 habitantes
Jurupema com 999 habitantes
Vila Negri com 928 habitantes
(dados Censo 2000 - IBGE)

A população taquaritinguense é constituída por elementos das 3 raças e seus cruzamentos;


predominando o branco.

Eleitores votantes - 34.106 (dados de 17/08/2000)

DIVISÃO ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA


O município compreende. ainda, os Distritos de Paz; Guariroba, criado pela lei nº 1.606, de 31
de outubro de 1918; Jurupema, criado pela lei nº 1.315. de 3 de agosto de 1912.

A comarca de Taquaritinga abrange os municípios: Cândido Rodrigues, criado pela lei nº 5.285,
de 18 de fevereiro de 1959; Fernando Prestes, criado pela lei nº 7.354, de 5 de julho de 1935 e
Santa Ernestina, criado pela lei nº 8.092, de 28 de fevereiro de 1964.

NOMENCLATURA
O nome de Taquaritinga vem do linguajar Tupi: TA haste, COARA furo, I diminutivo, TINGA
branco: TAQUARITINGA = taquara fina branca.

FESTAS CÍVICAS, POPULARES E RELIGIOSAS


Padroeiro da cidade São Sebastião (20 de janeiro); Carnaval; Procissão de Corpus Christi; Dia
da Cidade (16 de Agosto); Festa do Peão de Boiadeiro; Semana da Pátria; Folias de Reis;
Exposições de Orquídeas.

FERIADOS MUNICIPAIS
A Lei Municipal nº 1.414, de 6 de agosto de 1974, dispõe: 20 de janeiro, Sexta-Feira Santa,
Corpus Christi, 16 de Agosto.
ATRAÇÕES TURÍSTICAS

Matriz de São Sebastião;


Igreja da Santíssima Trindade "Centenário";
Clube Náutico (km 324 da Rodovia SP 310);
Clube Imperial - Sede Social Rua Marechal Deodoro (centro)-Sede de Campo Av.
Washingtom Luis (Jd.Contendas);
Loja Maçônica “Líbero Badaró”;
Estádio Municipal “Dr. ADAIL NUNES DA SILVA” (Taquarão);
CARNAVAL, um dos mais animados do Estado de São Paulo abrilhantado pelo
"TRIO ELÉTRICO BATATÃO";
Exposição de Artes Plásticas;
Clube de Rodeio "OS PAMPAS".
Serra do Jaboticabal;

SÍMBOLOS MUNICIPAIS
Taquaritinga possui símbolos municipais próprios: Brasão de Armas, adotado pela lei municipal
nº 133, de 30 de abril de 1954. Bandeira adotada pela lei municipal nº 196, de 10 de outubro de
1956. Hino a Taquaritinga, de autoria do Cônego Lourenço Cavallini, oficializado pela lei
municipal nº 356, de 1º de julho de 1960. A lei municipal nº 1714, de 14 de agosto de 1981
declara Árvore Municipal o Coqueiro (Cocos Nucifera).

DESTAQUES ECONÔMICOS
Produção Agrícola: Cana de Açúcar e Laranja.
Rebanhos: Bovino e Suíno.
Produção Extrativa: Pedra britada e areia.

DOAÇÃO DE TERRAS
No dia 8 de junho de 1868, deu-se a doação das terras de São Sebastião dos Coqueiros, as
quais vieram constituir esta progressista Taquaritinga.
Os escritos relatam que tal doação está firmada em documento do seguinte teor:
“Dizemos nós abaixo-assinados que é verdade somos senhores e possuidores com igual
administração de diversas partes de terras na Fazenda denominada Boa Vista no Ribeirão dos
Porcos, de cujas partes damos muito de nossas livres e espontâneas vontades a São
Sebastião dos Coqueiros, sessenta e quatro alqueires de terra a fim de que nessa fazenda se
levante um templo àquele Mártir, cujas terras no valor de cento e oitenta mil réis damos... Em
dito São Sebastião dos Coqueiros cedemos toda posse e direito em ditas terras as quais ficam
lhe pertencendo de hoje em diante, e para firmeza mandamos passar o presente que firmamos.
Ribeirão dos Porcos, em oito de junho de 1868”.
Os doadores (19) com as respectivas doações foram os seguintes: Bernardino José Sampaio e
sua Senhora Francisca Olegário da Silva, 15 alqueires; Antonio Paes de Camargo e sua
mulher do1~a Maria Antonieta de Ataíde, 8 alqueires; Manoel Luiz de Souza e sua mulher dona
Ana Rita de Faria, 2 alqueires; José Joaquim Esteves e sua mulher dona Maria Umbelina de
Jesus, 5 alqueires; Joaquim Pedro da Fonseca e sua mulher dona Rita Pereira Guimarães, 2
alqueires; Joaquim Pereira da Costa e sua mulher, dona Emerécia Anacleta de Jesus, 5
alqueires; Isaias Joaquim de Santana e sua mulher dona Francisca Maria de Jesus, 2
alqueires; dona Joaquina Maria do Espírito Santo, 6 alqueires; dona Gertrudes Florinda de
Castro, 10 alqueires; João Ferreira da Costa, 4 alqueires; Joaquim Alves da Silva Leite e sua
mulher dona Ana Luiza de Jesus, 5 alqueires.

BERNARDINO JOSÉ DE SAMPAIO


Fundador - Nasceu em 13 de novembro de 1831, Local: Araraquara, Pai: Luiz Caetano de
Sampaio, Mãe: Ana Teixeira de Camargo, Irmãos: José Luiz , Joaquim Caetano, Francisco
Caetano, Antonio Caetano, João Caetano, Felipe Caetano, Luiz Caetano, Virgilio Caetano,
Manoel Caetano, Ambrosina Caetano, Emiliana Caetano, Ana Caetano, Matilde Caetano,
Cândida Caetano, Maria Luiza; Esposa: Francisca Qlegária da Silva, Doador: Primeiro e
Principal (15 dos 64 alqueires) 1868. Em 1870, já morava na Fazenda Paraguaçu, local em que
iniciou a primeira cultura de café; 25 de julho de 1892: Primeiro Juiz de Paz; 22 de dezembro
de 1892: Primeiro Presidente da Câmara; Falece em 22 de Abril de 1896, aos 65 anos, sendo
sepultado no dia 23, às 17 horas; sendo o primeiro sepultamento efetuado na atual necrópole.

LEI Nº 60 de 16 Agosto de 1892


Eleva à categoria de vila o distrito de paz do Ribeirãozinho, no município de Jaboticabal.
O Dr. José Alves de Cerqueira César, Vice-Presidente do Estado de São Paulo:
Faço saber que o Congresso Legislativo do Estado decretou e eu promulgo a lei seguinte:
Artigo 1º Fica elevado á categoria de Vila o distrito de paz do RÍbeirãozinho, no município de
Jaboticabal.
Artigo 2º Revogam-se as disposições em contrário.
O Secretário de Estado dos Negócios do Interior assim o faça executar.
São Paulo, 16 de Agosto de 1892.
José Alves de Cerqueira César
Alfredo Maia
Publicada na Secretaria do Interior, aos 16 de Agosto de 1892
O Diretor Geral, João de Souza Amaral Gurgel.

CERQUEIRA CÉSAR
O estadista José Alves de Cerqueira César nasceu no dia 23 de maio de 1835, na Freguesia
de Nossa Senhora de Gorgulhos.
Matriculado na Faculdade de Direito de São Paulo em 1860. Seguiu para Itapetininga, onde
começou a advogar conquistando grande número de amigos e clientes.
Em 1863, mudou - se para Rio Claro onde fundou o Partido Republicano. Alguns anos depois,
foi para São Paulo e, como republicano apaixonado, ingressou no movimento cine era dirigido
pela Comissão Permanente do Partido Republicano Paulista, do qual foi secretário e
presidente.
Proclamada a República, foi nomeado Inspetor do Tesouro. Eleito vice-presidente cio Estado,
conjuntamente com o presidente Américo Brasiliense (1891), desligou-se deste por não
concordar com a política iniciada pelo golpe de Estado de novembro de 1891, que dissolveu o
Congresso Nacional.Deposto o presidente Américo Brasiliense, assumiu o governo e, embora
passando a Nação por grandes dificuldades, conseguiu administrar com aplausos gerais.
JOSÉ ALVES DE CERQUEIRA CÉSAR, quando Vice-Presidente do Estado de São Paulo, em
exercício, PROMULGOU A LEI N.2 60, DE 16 DE AGOSTO 1892, QUE ELEVA À CATEGORIA
DE VILA (Município) O DISTRITO DE PAZ DO RIBEIRAOZINHO (Taquaritinga). Reeleito vice-
presidente, foi em seguida senador estadual é presidente do Senado Paulista.
Elegeu-se, também, senador federal, não assumindo, porém, o cargo. José Alves de Cerqueira
César, faleceu na Capital Paulista em 26 de julho de 1911.
Na cidade de Taquaritinga a antiga rua G, no Jardim Contendas, por força do Decreto
Municipal nº 1240, de 30 de Abril de 1984, denomina-se RUA JOSÉ ALVES DE CERQUEIRA
CÉSAR.

Fonte: Arquivo Oficial da Câmara Municipal

OUTROS FATOS HISTÓRICOS

ORIGEM DO MUNICÍPIO
No dia 8 de junho de 1868, deu-se a doação das terras de São Sebastião dos Coqueiros, as
quais vieram constituir esta progressista Taquaritinga. Os escritos relatam que tal doação está
firmada em documento do seguinte teor: “Dizemos nós abaixo-assinados que é verdade somos
senhores e possuidores com igual administração de diversas partes de terras na Fazenda
denominada Boa Vista no Ribeirão dos Porcos, de cujas partes damos muito de nossas livres e
espontâneas vontades a São Sebastião dos Coqueiros, sessenta e quatro alqueires de terra a
fim de que nessa fazenda se levante um templo àquele Mártir, cujas terras no valor de cento e
oitenta mil réis damos... Em dito São Sebastião dos Coqueiros cedemos toda posse e direito
em ditas terras as quais ficam lhe pertencendo de hoje em diante, e para firmeza mandamos
passar o presente que firmamos. Ribeirão dos Porcos, em oito de junho de 1868”. Os doadores
(19) com as respectivas doações foram os seguintes: Bernardino José Sampaio e sua Senhora
Francisca Olegário da Silva, 15 alqueires; Antonio Paes de Camargo e sua mulher dona Maria
Antonieta de Ataíde, 8 alqueires; Manoel Luiz de Souza e sua mulher dona Ana Rita de Faria, 2
alqueires; José Joaquim Esteves e sua mulher dona Maria Umbelina de Jesus, 5 alqueires;
Joaquim Pedro da Fonseca e sua mulher dona Rita Pereira Guimarães, 2 alqueires; Joaquim
Pereira da Costa e sua mulher, dona Emerécia Anacleta de Jesus, 5 alqueires; Isaias Joaquim
de Santana e sua mulher dona Francisca Maria de Jesus, 2 alqueires; dona Joaquina Maria do
Espírito Santo, 6 alqueires; dona Gertrudes Florinda de Castro, 10 alqueires; João Ferreira da
Costa, 4 alqueires; Joaquim Alves da Silva Leite e sua mulher dona Ana Luiza de Jesus, 5
alqueires. (Colaborou: Arnaldo Ruy Pastore)

Dados do Fundador - Bernardino José de Sampaio nasceu em 13 de novembro de 1831,


em Araraquara. Filho de Luiz Caetano de Sampaio e Ana Teixeira de Camargo, tinha 15
irmãos: José Luiz , Joaquim Caetano, Francisco Caetano, Antonio Caetano, João Caetano,
Felipe Caetano, Luiz Caetano, Virgilio Caetano, Manoel Caetano, Ambrosina Caetano,
Emiliana Caetano, Ana Caetano, Matilde Caetano, Cândida Caetano, Maria Luiza; foi casado
com Francisca Qlegária da Silva. Foi o primeiro e principal doador de terras para a fundação da
cidade (15 dos 64 alqueires doados em 1868). Em 1870, já morava na Fazenda Paraguaçu,
local em que iniciou a primeira cultura de café; em 25 de julho de 1892 foi eleito o primeiro Juiz
de Paz; em 22 de dezembro de 1892, foi eleito primeiro Presidente da Câmara; Faleceu em 22
de Abril de 1896, aos 65 anos, sendo sepultado no dia 23, às 17 horas; foi o primeiro a ser
sepultado na atual necrópole.

Nota publicada no jornal "O Estado de São Paulo" sobre Taquaritinga, em maio de 1898
O ESTADO DE SÃO PAULO - 28 de maio de 1898 (sabbado) - “Em Ribeirãozinho os
brasileiros natos estão numa bagagem medonha. A maior parte dos funccinarios daquelle
municipio vizinho é de nacionalidade extrangeira. São italianos: um vereador, o agente do
correio, o carsereiro, o admnistrador do cemiterio, o coveiro, o arrumador, o alinhador e o
professor municipal. São portuguezes: O presidente da camara municipal, o sub-delegado de
policia, o official de justiça do juiz do paz. Nota ultra-curiosa e a nosso ver muito grave: o
professor municipal não sabe uma palavra de portuguez”.

Cronologia:

8 de junho de 1868: dá-se a doação das terras de São Sebastião dos Coqueiros- primeira
denominação desta cidade;

Meados de 1870: o caboclo Joaquim Jerônimo constrói a primeira casa, de barrotes, coberta
de palha e chão batido.

16 de março de 1880: através da Lei nº 99, é elevada a categoria de Distrito de Paz , sob a
denominação de Ribeirãozinho;

25 de julho de 1892: é elevada a categoria de vila, através de Decreto Municipal, sob a


denominação de Vila São Sebastião do Ribeirãozinho;

16 de agosto de 1892: Lei nº 60 cria o Município;

12 de novembro de 1892: instala-se a Câmara Municipal, sendo os seus primeiros vereadores


os cidadãos Bernardino José de Sampaio (Presidente), Maximiliano Antonio de Morai, Joaquim
Correia de Freitas, Rafael Aiéllo e José Camilo de Camargo (1º Intendente).

Meados de 1897: é criada a Paróquia de São Sebastião, que teve no padre Vicente Ruffo, o
seu primeiro vigário;

19 de novembro de 1906: A lei estadual nº 1038 eleva a sede do município à categoria de


Cidade.

25 de novembro de 1907: pela lei nº 1102-A, a Vila de Ribeirãozinho é elevada a Comarca de


2ª Entrância, sob o nome de Taquaritinga;
4 de fevereiro de 1908: dá-se a instalação da Comarca de Taquaritinga, sendo o senhor
Antonio de Paiva Azevedo o 1º Juiz de Direito.

14 de agosto de 1981: Lei número 1714, declara árvore municipal o coqueiro (cocos nucifera).

CASOS E "CAUSOS" - Mais dados sobre Taquaritinga, essa terra tem história... (Fontes da
Pesquisadora D. Rosiley D`Aquino Felipe) - Sobre o fundador Bernardino José Sampaio, o ato
da doação das terras para a fundação do patrimônio de "São Sebastião dos Coqueiros" é
encabeçado por ele. Após a doação é Bernardino José Sampaio que se dirige às autoridades
eclesiásticas de São Paulo para solicitar o favor de ser permitida a ereção de uma capela no
patrimônio recém-criado em 1868. Em 1870, Bernadino José Sampaio já residia na chamada
São Sebastião dos Coqueiros, abrindo a primeira cultura de café na Fazenda Paraguassú (ou
Paraguaçu). O fundador de Taquaritinga não deixou descendentes nesta cidade. Foi casado
com uma sobrinha, dona Francisca Olegaria da Silva, filha de sua irmã dona Ana Caetano de
Sampaio e de José Domingues da Silva, sendo em consequência tio e cunhado dos
Domingues da Silva --- José, Sebastião e Adrelino que o acompanharam na empreitada de
desbravar e colonizar esta região. Bernardino José Sampaio faleceu aos 65 anos de idade na
tarde de 22 de abril de 1896, em Ribeirãozinho no eixo das ruas do Mercado, atual 15 de
novembro com a rua Prudente de Morais.Vitimou-o um um colapso cardíaco, caindo morto do
animal que cavalgava no momento.

E TUDO COMEÇOU.. (Fontes da Pesquisadora D. Rosiley D`Aquino Felipe) - No dia 8 de


junho de 1868, quando Bernardino José Sampaio encabeçava com outros cidadãos, todos
residentes em Araraquara e região adjacente, a doação de 64 alqueires de terras, ou seja,
154,88 hectares encravados na Fazenda Boa Vista do Ribeirão dos Porcos do então sertão de
Araraquara, as terras foram dadas o valor de 180 mil réis. O que existia até então? A
construção da primeira casa de barrotes, coberta de palha e chão batido, é atribuída ao
cabloco Joaquim Gerônimo em local hoje ocupado pela rua 15 de novembro, isso pelos idos de
1870. A casa de Joaquim Gerônimo consistia o "pouco" do Ribeirãozinho –dos viajeiros que
demandavam o latifúndio de José Francisco de Castilhos, o "Capa Preta" o qual era dono da
maior sesmaria do então sertão de Araraquara; seus domínios começava no atual distrito de
Jurupema e se estendiam pelo sertão afora até as margens do rio Tietê e era senhor do maior
latifúndio destas paragens, conhecido como "Legitimas dos Castilhos". Nesta época , em 1870,
Bernardino José Sampaio iniciava a primeira cultura de café da região, em sua fazenda
Paraguassú, na atividade agrícola e pastoril, Bernardino José Sampaio foi acompanhado pelos
sobrinhos e cunhados, em várias outras fazendas da região. A denominação primitiva de "São
Sebastião dos Coqueiros" não subsistiu, passando a localidade a ser conhecida por
"Ribeirãozinho", nome do córrego que circunda a cidade.

A POLÍTICA DO MANDONISMO: DE VOLTA PARA O PASSADO (Fontes da Pesquisadora


D. Rosiley D`Aquino Felipe) - Durante a chamada primeira República ou República Velha, de
1891 a 1930, as eleições eram manipuladas pelos poderosos coronéis (chefes políticos do
interior e mesmo das capitais que usavam com muito orgulho o título de coronel. Existia
naquela época um grupo que detinha em suas mãos o poder econômico, e portanto,
manejavam a situação política eram principalmente os grandes proprietários rurais (em São
Paulo cafeicultores). Eram chamados de coronéis porque recebiam da Guarda Nacional uma
patente honorífica que lhes proporcionava um engajamento no exército nacional, possuíam
privilégios como possuir uma guarda particular de homens armados ao seu inteiro dispor
popularmente conhecidos como capangas (jagunços). Os títulos ou patentes, eram comprados
com suntuosa farda e espada, homens rudes analfabetos ou semi-analfabeto mas ricos
ostentavam o título de Coronel, Major, Capitão, Tenente, Alferes. Como funcionava na prática o
coronelismo no interior? Os coronéis apoiavam um candidato a um determinado cargo e dava
um jeito de conseguir os votos necessários utilizando métodos que variavam desde o emprego
da violência a ameaças mais sutis. Como as eleições eram realizadas com o voto a descoberto
ficava muito fácil controlar os resultados . Tudo era preparado de antemão, as urnas com os
votos destinados ao recomendado (candidato favorito do coronel), os livros de presença dos
votantes preenchidos por funcionários das Câmaras Municipais e partidários do governo e de
nada adiantavam os protestos dos opositores. Aliás ninguém tinha força de se opor contra o
coronel. As eleições se transformavam freqüentemente em grandes farsas, onde até os mortos
"votavam", seus nomes constavam dos livros de presença dos votantes. As eleições para
renovação das Câmaras Municipais eram de 4 em 4 anos, feitas em regime de violência, entre
as facções em disputa aos cargos de vereador, os quais uma vez em maioria elegiam o
prefeito que era chamado na época de intendente municipal. Durante as eleições imperava o
"capanguismo". Eram homens pagos para atemorizar e perseguir os eleitores que votavam
contra o partido do governo. Era muito comum também a violência no ato da apuração dos
votos, quando as urnas eram furtadas e as apurações feitas de acordo com os interesses dos
coronéis, dos mandatários que não admitiam derrotas eleitorais, ou resultados contrários aos
seus interesses e do governo. As atas eram lavradas como bem entendiam. Em todo esse
sistema não havia qualquer tipo de oposição, mas sim, partidos rivais com interesses idênticos.
O partido político então existente na época era o P.R.P.- Partido Republicano Paulista. Esse
sistema só vai desaparecer em 1930 quando assume o poder o senhor Getúlio Vargas. Como
em muitos lugares Taquaritinga também viveu essa fase. De 1891 a 1930 contando com 22
prefeitos municipais, sendo o último prefeito dessa fase o coronel Manoel Gomes de
Mendonça, que exerceu o mandato de prefeito de 15 de janeiro de 1929 a 27 de outubro de
1930. Em todos esses anos de coronelismo, nenhum intendente municipal exerceu o cargo por
quatro anos consecutivos em Taquaritinga. Muitas vezes renunciavam ao cargo deixando para
aquele que tivesse maior força dentro da Câmara Municipal. Curioso também é o fato de
alguns prefeitos ocuparem dois cargos: o de intendente municipal e de presidente da Câmara
Municipal. Alguns coronéis exerceram maior influência como por exemplo o coronel Manoel
Gomes de Mendonça, coronel Gustavo Augusto de Morais, coronel José Ferreira Leite, coronel
José Domingues Ramalho, coronel Sebastião Moreira da Silva. O capanguismo em
Taquaritinga também foi bastante acentuado. Destacando-se Tareco, Propércio, Santo, Gatuito
e Armelindo Nunes da Silva de alcunha "Lino Catarina".

Taquaritinga : Raízes com cheiro de Café.(Fontes da Pesquisadora D. Rosiley D`Aquino


Felipe) - A expansão da cultura do café pelos "Oestes" paulistas (primeiro para a região de
Campinas e depois para a região de Ribeirão Preto), a partir de 1870, acabou provocando à
medida que avançava pelo interior de São Paulo a decadência do trabalho escravo e a
introdução do trabalho livre. Além disso, outras atividades econômicas se desenvolviam,
dinamizadas pela cafeicultura: surgiam as primeiras estradas de ferro, as indústrias de
fabricação de máquinas agrícolas, e o sistema bancário crescia em importância. Ao mesmo
tempo, as cidades adquiriam uma posição cada vez mais dominante em relação à economia
agrária, sediando atividades como a comercialização do café e o financiamento de sua
produção, além das primeiras indústrias, lojas e armazéns. Já a partir de 1850, com o fim do
tráfico negreiro, discutia-se no Brasil a forma como deveria ocorrer a substituição do trabalho
escravo para o trabalho livre. A vinda de imigrantes para o Brasil logo desponta como uma das
soluções possíveis para garantir a oferta de mão-de-obra para a lavoura de café. Havia um
problema, porém: como garantir a oferta que os trabalhadores livres oferecessem seu trabalho
ao fazendeiro, em um país em que havia uma grande quantidade de terras devolutas? Os
grandes cafeicultores defenderam a colocação de obstáculos para os colonos estrangeiros
ocuparem essas terras. Isso foi feito através de uma lei, a Lei de Terras de 1850, que proibia a
ocupação de terras devolutas de outra forma que não que não através de sua compra.

FABRICANDO UM SONHO:.(Fontes da Pesquisadora D. Rosiley D`Aquino Felipe) - Assim, o


trabalhador livre imigrante só se tornaria um proprietário se antes trabalhasse na fazenda de
café e se, com seu trabalho, conseguisse poupar o suficiente para conseguir comprar a terra.
Pelo menos, essa seria a promessa para atrair o imigrante europeu: ele poderia conseguir terra
--- e, dessa forma, passar a trabalhar para si próprio --- se antes trabalhasse na lavoura de
café. Atraídos pelo sonho de "fazer a América", centenas de milhares de imigrantes, italianos
em sua grande maioria, entraram no País, entre 1880 e 1930. A vinda dos imigrantes passou a
ser subvencionada pelo Estado, o apoio à imigração era o resultado do crescente poder dos
cafeicultores paulistas na sociedade brasileira .Eles conseguiram, primeiramente, que recursos
públicos da então Província de São Paulo (ainda durante a monarquia) fossem destinados a
pagar as despesas de transporte dos imigrantes da Europa para as regiões produtoras de café.
Após a proclamação da República, em 1889, os cafeicultores obtiveram recursos públicos
federais para a mesma finalidade. O Estado passava a financiar a imigração, livrando os
cafeicultores de desembolsarem dinheiro para isso. Quem pagava a conta? Em verdade , a
sociedade como um todo, na medida em que recursos públicos foram usados para isso,
passava a custear a formação de um mercado de trabalho para a cafeicultura paulista. A
expansão da cultura do café em São Paulo para o Oeste paulista recebeu dois poderosos
estímulos: a possibilidade de transformar as terras devolutas e muito férteis de São Paulo em
propriedade privada dos fazendeiros, e a imigração financiada pelo Estado. A importância
desse último ponto para explicar a rápida expansão cafeeira em São Paulo é enorme: somente
formando novos cafezais, os fazendeiros teriam direito à imigração subvencionada pelo
Estado. Surgiu, então, uma febre de formar novas plantações. Os cafezais avançaram
rapidamente pelos "Oestes" paulistas, engolindo terras devolutas, expulsando lavradores
pobres de suas roças de subsistência (seja através da grilagem ou da compra de suas terras) e
lançando as bases de uma nova forma de sociedade. O regime de trabalho livre que se
estabeleceu entre o fazendeiro e o imigrante foi o colonato. O termo colonato deriva de colono,
denominação que , no Brasil, foi dada aos trabalhadores rurais (inicialmente imigrantes) que
moravam na "colônia", o conjunto de habitações a eles destinadas na própria fazenda . Eram
trabalhadores, portanto, que viviam na própria fazenda (diferentemente dos assalariados
agrícolas de hoje, os bóias-frias, que vivem na periferia das cidades). A outra relação de
trabalho que se constituiu no colonato, em combinação com o assalariamento, foi a produção
direta dos meios de vida pelo colono e sua família. O colono mantinha sua própria roça de
milho, feijão,batata etc., nas ruas entre os cafeeiros (pelo menos nas regiões de solo mais
fértil). Onde o solo não permitia essa cultura intercalar de alimentos, o fazendeiro destinava
uma área separada do cafezal para as roças dos colonos. Esse regime de trabalho,
combinando o assalariamento com o cultivo familiar de alimentos, atraiu centenas de
imigrantes italianos para o Brasil, entre 1880 e 1930. Foi a forma de trabalho livre que
substituiu o trabalho, só entrando em decadência por volta da década de 1950. O ponto central,
para o fazendeiro, era o de atrair mão-de-obra para o trabalho em suas lavouras. Mas isso só
poderia ocorrer, na escala desejada, se as ambições dos imigrantes fossem minimamente
satisfeitas. Que ambições eram essas? Os imigrantes vinham ao Brasil com a esperança de se
tornarem proprietários. É claro que se tratava de uma aspiração contrária ao interesse do
fazendeiro. Por isso mesmo, como já vimos, a Lei de Terras de 1850 proibira a ocupação da
terra de outra forma que não através de sua compra. Os imigrantes que chegavam ao Brasil,
em geral camponeses italianos muito pobres, não tinham recursos para comprar terras (ainda
mais com a valorização produzida com a expansão cafeeira). Só lhes restava, então, o
caminho de trabalhar na lavoura do fazendeiro. O colonato se mostrou um regime de trabalho
eficiente para conciliar os interesses opostos do fazendeiro e do imigrante. O que permitiu essa
conciliação foi a possibilidade oferecida ao colono de café. O colono acreditava que pagava
para ter direito à sua própria roça, isto é, para poder trabalhar para si próprio. Essa forma de
ajustamento do colono à fazenda era bastante conveniente ao fazendeiro. Como ocorria com a
formação do cafezal, o fazendeiro livrava-se de grandes dispêndios em salários. A
sobrevivência do trabalhador não era garantida pelo salário que recebia (como ocorre com o
trabalhador assalariado), mas principalmente pela produção de alimentos que ele próprio
mantinha.

A ideologia da valorização do trabalho (Fontes da Pesquisadora D. Rosiley D`Aquino Felipe) -


Nesse período na sociedade brasileira, começava a ser difundida a idéia de que todos
poderiam se tornar proprietários desde que trabalhassem para isso. Isto é, o imigrante poderia
se tornar independente, e mesmo se tornar patrão, se antes trabalhasse na fazenda de café e
poupasse o suficiente para isso (por exemplo, para comprar terra). Muitos "intelectuais"
brasileiros, uniram-se ao clamor pela vinda de imigrantes, salientando que teria efeito benéfico
no "branqueamento" da população brasileira. Bastante estimulados pela propaganda do
governo brasileiro sobre "a terra da oportunidade", muitos europeus afluíram entre 1870 e o
começo da Primeira Guerra Mundial. Vinham alemães, austríacos e poloneses, mas em grande
maioria, italianos, portugueses e espanhóis. Partindo da Itália, onde as condições econômicas
eram precárias no sul agrário, uma multidão de trabalhadores acorreu para o Novo Mundo.
Entre 1884e 1903, o Brasil recebeu mais de um milhão de italianos, o estado de São Paulo,
ansioso por braços agrícolas, subvencionou empresas de navegação para o transporte
transatlântico dos imigrantes, ao mesmo tempo que as companhias italianas remuneravam os
agentes que convencessem os italianos de empreender a viagem para "Canaã, a terra
prometida". Chegando ao porto de Santos os imigrantes eram encaminhados para a
hospedaria dos imigrantes e aguardavam ali os pedidos dos fazendeiros que buscavam
trabalhadores para as fazendas de café . Afora, os que vinham por iniciativa própria
estimulados pela grandeza da terra, oportunidades de crescimento e riqueza para quem
estivesse disposto ao desafio de uma terra em construção. Taquaritinga nascerá, findando o
século passado, neste cenário de muitos sonhos a serem concretizados, do esforço e da luta
de homens e mulheres, que aqui chegaram e do "sertão" fizeram surgir uma cidade.

ORIGEM DO NOME
Taquaritinga – (reprodução do “Cidade de Taquaritinga em Revista, de 15/08/1969) - Os
moradores de Ribierãozinho consideravam o nome desta vila impróprio pela origem e pelo
constante desvio de correspondência e de mercadorias destinadas à população e ao comércio
local. Aproveitando a instalação na Vila de Ribierãozinho de uma comarca, instalação esta
prometida para 15 de Novembro de 1907, o jornal “O Correio do Interior” encetou uma
campanha que visava a mudança do nome do povoado. Nesta campanha, iniciada em outubro
de 1907, sugeria-se o nome de Itagaçaba. Entretanto, o nome de Itagaçaba também
ocasionaria confusões e na sessão do Senado Estadual, de 29 de Outubro daquele ano foi
aprovado o projeto nº 9 que criava a nossa comarca recebendo o citado projeto uma emenda
do Senador Ignácio Uchoa mudando o nome de Ribeirãozinho para o de Taquaritinga. Dez dias
após a aprovação da citada emenda pela Câmara, o projeto deveria ser promulgado pelo
Presidente do Estado, Doutor Jorge Tibiriçá. Em sua edição de 10 de Novembro de 1907, “O
Correio do Interior” relatava a instalação da comarca e a justificativa do Senador Ignácio de
Mendonça Uchoa no seguinte artigo:

“Conforme havíamos previsto, está creada a comarca de Taquaritinga e concebida a verba


necessária à sua instalação que deve efectuar-se nos últimos dias do corrente mez. À título de
curiosidade registramos aqui os nomes lembrados para substituir o malfadado e inconveniente
Ribeirãozinho: Jurema, Renascença, Itapera, Contendas, Itaperana, Itaporopolis, Itagaçaba,
Taguaçaba e Taquaritinga, sendo adoptado este último que, segundo os versados em
lingüística indígena, é traduzível por Barro Branco.

A emenda relativa à adopção do nome Taquaritinga foi justificada, no Senado pelo dr. Ignácio
de Mendonça Uchoa, que disse:

“Senhor Presidente, não é meu animo, tanto mais quanto a hora se acha adeantada, abusar da
benevolência de v. exa. e de meus ilustres companheiros de Senado. Eu não pretendia dar a
razão do conceito que assisti à comissão de justiça para elaborar o projeto que é hoje
submetido à apreciação da casa. Mas, como tenho de apresentar uma emenda, que requeiro à
v. exa. se digne submeter à discussão, conjuctamente com o projeto, entrarei numa breve
ordem de considerações.

A população de Ribeirãozinho, representando 30.000 almas, de capacidade moral e material


elevada, prevalecendo-se da disposição contida na Constituição Federal, art. 72, paragrapho
90, e, amparada pela Constituição Estadual, artigo 53, requereu à Câmara dos Deputados a
elevação do município de Ribeirãozinho à cathegoria de comarca.

O desenvolvimento material e o progresso moral daquelle município deixam ver à luz do dia
que, realmente os habitantes de Ribeirãozinho estão na altura de merecer o favor que lhes
assiste pela lei reguladora da creação de comarcas. Os documentos que se serviram os
signatários da representação ao Congresso estão instruídos de tal forma que prescinde, da
minha parte, de toda e qualquer expansão. Não tenho, pois, necessidade de desenvolver
considerações de qualquer natureza para deixar provado exhuberantemente a necessidade da
creação da comarca de Ribeirãozinho.

É justo que um município que está no pé de prosperidade em que está Ribeirãozinho goze dos
favores que a lei reguladora do caso e que estabeleceu o critério para a creação de novas
comarcas, estatue. Na qualidade de relator da comissão e companheiro dos demais membros
da mesma, recebi um telegrama dos habitantes de Ribeirãozinho em que pediam para evitar
confusões, que à nova comarca fosse dado o nome de Itagaçaba. Como porém me consta que
perto de Areias.

O Senhor Rodrigo Leite: - Entre Areias e Barreiros.


O Senhor Ignácio Uchoa: - Existe uma villa ou freguesia com esse nome, a comissão entendeu
substituir o nome de Itagaçaba pelo de Taquaritinga. Nessas condições elaborei uma emenda
concebida nos seguintes termos. (lê).

Mando à mesa a emenda pedindo a v. exa. que se digne submettel-a à consideração do


Senado nos termos do artigo 85 do Regimento em vigor.

(muito bem, muito bem)

Vai à mesa, é lida e posta em discussão com o projeto seguinte: EMENDA APRESENTADA
EM 3.a DISCUSSÃO DO PROJECTO Nº 9, DE 1907, DA CAMARA DOS DEPUTADOS.

Artigo 1 – Substitui-se pelo seguinte: “O município de Ribeirãozinho fica elevado à cathegoria


de comarca com a denominação de Taquaritinga”. Sala das Sessões, 29 de outubro de 1907 –
Siqueira Campos, Ignácio de Mendonça Uchoa, Rodrigo Leite.

MONARQUIA POR UM DIA

A Restauração da Monarquia (José Romanelli, publicado no jornal “Cidade de Taquaritinga”,


edição especial de agosto de 1980) - Dentre os episódios mais interessantes e pitorescos da
história das cidades do interior e de valor social e histórico, sem dúvida, é de se destacar o
movimento revolucionário irrompido no mês de agosto de 1902, na então Vila de São
Sebastião do Ribeirãozinho, esta nossa majestosa cidade, hoje, de Taquaritinga, incrustada no
coração da zona araraquarense e a cidade de Espírito Santo do Pinhal (hoje simplesmente;
Pinhal) da importante região da zona mogiana. O movimento insurrecional teve por escopo,
nada mais, nada menos, do que a restauração da Monarquia no país e a coroação do novo
Imperador D. Luiz de Bragança e Orleans e segundo expressão do causídico e historiador
Arthur de Cerqueira Mendes teve a duração das Rosas de Malherbe, a efêmera existência de
um dia. Um dia, ou seja, a duração de 24 horas para os revoltosos de Ribeirãozinho e um dia e
meio – 36 horas para a cidade de Pinhal. Embora esporádicos e isolados, esses atos
revolucionários foram bastante significativos para a época e demonstraram ao país estupefato,
a energia moral e a firmeza de caráter dos sacudidos caboclos daqueles tempos, os quais, fiéis
ao plano estabelecido, não retrocederam e na data aprazada, 23 de agosto, deram o GRITO
restaurador sozinhos, embora inseguros, do êxito da rebelião que promoviam. É preciso saber,
escreve Arthur Mendes, que a revolta de Ribeirãozinho como a de Pinhal, obedeceu a um
plano político calmamente refletido e estudado com grandes vagares. A ele estavam
associados dezenas e dezenas de municípios. O Conselho Deliberativo sediado em São Paulo.
Da Capital partiam agentes sagazes, telegramas enigmáticos, cifrados, incompreendidos nas
estradas de ferro, porém perfeitamente decifrados pelos revolucionários. Havia dinheiro em
caixa para atender às necessidades do movimento e estoque de aramas. No Rio de Janeiro,
então Capital da República, altos personagens correspondiam-se com outros de São Paulo.
Afinal, depois de ter sido julgado tudo pronto foi designado o dia 23 de agosto para eclosão do
movimento. E quando se esperava o levante geral, apenas a sertaneja Vila do Ribeirãozinho e
a cidade de Pinhal se ergueram em armas na mão. Os jornais da Capital instalados na Rua 15
de Novembro [atual Rua Hermínio Piva] afixavam naquele memorável dia, nos seus placardes
em destaque, a sensacional notícia: “FOI PROCLAMADA A MONARQUIA EM
RIBEIRÃOZINHO”, notícia que causava à multidão ali reunida, as mais desencontradas
emoções. Riam-se uns e teciam comentários jocosos da audácia dos homens de
Ribeirãozinho, ao passo que outros mostravam-se apreensivos e ponderavam que a situação
era delicada e que graves acontecimentos se esperavam em São Paulo e no rio de Janeiro
naquele mesmo dia. Mais tarde, isto é, no dia imediato, 24, outro telegrama anunciava que
Espírito Santo do Pinhal secundava o gesto de ribeirãozinho, causando sérias apreensões no
governo do Estado. Enérgicas medidas foram postas em prática contra os dois focos rebeldes
e inúmeras e severas medidas e ordens foram expedidas por telegramas do palácio do
governo. A um político de Jaboticabal, então sede da comarca desta região, foi enviado em
telegrama do seguinte teor: “Não poupe dinheiro nem balas”. Não foi, felizmente, disparado um
tiro sequer para reprimir a intentona aqui, “aliás a única tentativa séria, trabalhada para a
restauração do antigo regime”, como a definiu Arthur Mendes.
Fontes de dados e informações (José Romanelli, publicado no jornal “Cidade de
Taquaritinga”, edição especial de agosto de 1980) – Para compilação destas notas evocativas
para a formação do ciclo histórico da Revolta do Ribeirãozinho, como é geralmente conhecido
esse notável acontecimento da nossa cidade, valemo-nos, em tempos idos, do testemunho de
pessoas que participaram da revolta e de outros que a presenciaram. Sobretudo aproveitamos
um trabalho de uma revista teatral de autoria do professor Lindolfo Barbosa de Camargo, há
muito falecido, e intitulada “A Revolta de Ribeirãozinho – 24 horas de Monarquia”. O autor,
espírito boêmio, aventuroso, participou dos conluios e dos preparativos para o movimento. Seu
trabalho, escrito em linguagem simples, reflete com fidelidade as peripécias desenroladas na
ocasião. Sabemos por ele quais os mentores do movimento em Ribeirãozinho que foram:
Joaquim Matheus Correia, então proprietário da fazenda Cruzeiro; Leonardo Botelho, residente
na fazenda Água Santa; Thomaz Sebastião de Mendonça; João de Toledo Lara; Pedro Paulo
Correia; Cel. João Ferreira de Castilho; Dr. J. Alvarenga; Dr. Eulogio de Matos Pitombo
(médico); Dr. Augusto de Castilho (advogado); Cel. Gustavo A. de Moraes; os irmãos Ferreira
Leite; Alberto Costa Osório de Souza e Avelino Negreiros, escrivão de polícia, além de outros
elementos de importância na vida social e política da localidade. As reuniões conspiratórias
realizavam-se nas fazendas de Joaquim Matheus Correia, Leonardo Botelho e do Dr. J.
Alvarenga. Tudo certo e delineado registra Lindolfo Barbosa as expressões de João Lara:
“Estamos combinados! Amanhã, às 3 horas da madrugada, entraremos em Ribeirãozinho e
faremos parar o trem e cercaremos a Vila”. A uma interrogação se haveria emprego de armas,
responde Joaquim Matheus: “Qual nada a essa hora lá no Rio tudo está preparado. O que é
preciso é que depois que chegarem os telegramas de deposição de Campos Salles, reunimo-
nos todos para consultar a Nação. E outra coisa havemos de fazer: - entrar em Ribeirãozinho
às 3 horas da madrugada porque nossa intenção é esta – tomar café em Ribeirãozinho,
almoçar em Araraquara, jantar em Campinas e tomar chá no palácio do governo na Capital”.
Afinal à hora aprazada os revoltosos em avultado número, procedentes de todos os pontos e
cantos do município, invadem a Vila, depõem o delegado de polícia Virgílio Nogueira que é
substituído por Thomaz Sebastião de Mendonça. Ocupam militarmente a estação ferroviária
depondo o agente João Batista de Camargo, substituindo-o pelo escrivão de polícia Avelino
Negreiros, que conhecia os serviços de telégrafo e do tráfego. Detém um comboio de
passageiros que se destinava a Araraquara prendendo o maquinista e o foguista e senhores da
situação telegrafam para São Paulo nos seguintes termos: - “RIBEIRÃOZINHO TOMADA 2.000
HOMENS EM ARMAS, GRANDE ENTUSIASMO”. Em seguida voltam os revolucionários
triunfantes para o centro da Vila para o almoço, pois em todas as hospedarias e hotéis havia
refeições adrede preparadas. Contou-nos Alfredo Prata, então estabelecido com açougue, ter
recebido grande número de rezes das quais abateu na véspera do movimento 17 cabeças par
alimentação dos amotinados. Aos curiosos que indagavam as razões de tais preparativos,
informava Leonardo Botelho: - “É para uma reunião de lavradores para fazer subir o preço do
café. Dizia, ainda, que era para pedir auxílio ao governo para a lavoura duramente castigada
por forte geada caída dias antes”, o que era certo, pois no dia 2 de agosto daquele ano (1902)
caíra, realmente, forte e danosa geada na região. Contavam, com isso, reunir maior número de
adeptos para a rebelião. Cenas pitorescas sucederam a seguir, registradas pelo professor
Lindolfo Barbosa, quando o coronel João Ferreira de Castilho, oficial da Guarda Nacional,
passeava garboso envergando sua farda cheia de alamares e botões dourados, afirmando: -
“Hoje é dia em que farei valer a espada da Monarquia” e fez de fato de vez que entrando no
recinto da Câmara convertida em quartel-general e deparando sobre a mesa um moringue com
as insígnias da República bradou solene e irado: - “alto lá! Em pleno regime monárquico ,
moringue republicano?! Isso é afrontoso.” Desembainha com altivez a espada e com certeiro
golpe – zás – DECAPITOU, ou melhor DEGOLOU a inerte bilha de água. Por sua vez Atílio
Accorci, que acompanhou todas as peripécias da intentona, nos disse que para sair da Vila era
necessário ser portador de uma senha, de uma palavra de “passe” convencionada e diferente
fornecida pelos chefes do movimento aos guardas postados nos pontos estratégicos da Vila. A
senha era o nome de um animal, um bicho diferente para cada local. Aconteceu então que um
lavrador da região de Jurema, hoje Jurupema, viu-se barrado, impedido de sair rumo de sua
casa, justamente por um seu compadre que servia de sentinela na parte alta da Rua Prudente
de Moraes. Daí originar-se longa conversação enjtre os compadres: a sentinela fiel ao
cumprimento da sua missão a exigir do compadre e amigo a senha necessária e o outro a
desculpar-se não possuí-la, insistindo para que o deixasse passar. Depois de longa espera e
morosa exposição de razões e após necessários CONSIDERANDOS de que não se negam
favores e atenções entre compadres, a sentinela concluiu: - “OLHE COMPADRE! ORDEM É
ORDEM E ENQUANTO VANCÊ NÃO FALAR MACACO, VANCÊ NÃO PASSA...” Em Pinhal,
também, tiveram suas cenas e atos pitorescos que serão relatados em separado no tópico que
vamos transcrever sobre o movimento daquela cidade. Prosseguindo nas ruas e praças da Vila
do Ribeirãozinho, oradores improvisados abordavam o auspicioso acontecimento e incitavam o
povo a prosseguir na luta contra os Republicanos se estes, porventura, se insurgissem contra o
movimento que consideravam triunfante. Num rústico coreto existente ao lado da igreja matriz,
fala um advogado: - “CIDADÃOS! Revive a Nação. Pelo seu orgam mais auctorisado-o povo –
foi proclamada a Monarchia do Paiz! Já anunciada pelas manifestações da opinião pública,
profundamente radicada na consciência nacional, apparece agora com um facto consumado
sob a bandeira da Monarchia. E sob essa bandeira ressurgem os velhos partidos unindo todos
os brasileiros para a felicidade da Pátria! Chegou o período da reorganisação e é preciso que
todos os homens de boa vontade se congreguem para salvar a Pátria do perigo que a
ameaçava. A generosinade do povo brasileiro, o seu amor à ordem, o seu espírito de paz
garantem desde já a mais completa tranqüilidade no novo regimem de justiça, paz e concórdia.
O povo, no exercício da sua soberania, acaba de aclamar o Governo Provisório que se
esforçará para manter firme o regimem restaurado. Sem ódios, sem risentimentos, saberá
distribuir justiça e levará a todos os pontos do Estado e do Paiz o sentimento que domina a
Nação neste período que se lhe abre cheio de esperanças. Unimo-nos cidadãos! e prestemos
culto a antiga e verdadeira liberdade e à justiça que devem unir membros de uma grande
Nação Brasileira! Viva a Monarchia! Viva o Exército! Viva a Armada! Viva São Paulo! Viva o
Governo Provisório!”. Prolongados aplausos e vivam partiam da multidão fazendo coros as
palavras inflamadas dos discursadores. E entre aquela assistência entusiasmada, notavam-se
elementos de todas as categorias sociais e raças que brandiam, como em Paris brandia o
povo, no memorável dia da tomada da Bastilha, forcados, gadanhas, foices, podões, etc. na
falta de armas mais práticas e mais eficientes. Os revolucionários, no entanto, haviam-se
prevenido de armas de fogo. O peninsular Nino Sptotti estabelecido com casa de armas e
munições foi intimado a entregar todo o seu estoque de armas e munições na Câmara
Municipal transformada em quartel general dos revolucionários. Apresenta-se o armeiro. Nino
Sptotti com as armas e munições que possuía e dirigindo-se, um tanto desconfiado e
cerimonioso a Joaquim Matheus e diz: - “PERMESSO SIGNORE COLLONELLO! PERMESSO
ÉCO I FUCILI E LA MUNIZIONE. PERO BISOGNA IL DENARO... CAPIERETE...! – Quanto
importa isso tudo? – pergunta Leonardo Botelho. – DUE CONTOS OITOCENTO E
CINQUANTA CINQUE MILLA RÉIS... – Aqui tem o dinheiro, conte e passe o recibo. – SI
SIGNORE, GRAZIE, GRAZIE...responde o negociante de armas. Havia, portanto, dinheiro em
caixa.

Se non é vero é bene trovato (José Romanelli, publicado no jornal “Cidade de Taquaritinga”,
edição especial de agosto de 1980) – Voltando aos fatos de Ribeirãozinho, segundo relato de
pessoa da época da Revolta Monarquista, talvez por escárneo, maldade e mordacidade,
afirmavam que as damas, senhoras dos ilustres chefes do histórico movimento, contando com
a vitória e a conseqüente restauração do antigo regime, na certeza de serem distinguidas,
agraciadas com títulos honoríficos de nobreza – condessas, duquesas, baronesas etc, etc,
mandaram confeccionar custosos vestidos, pomposos para as cerimônias da... coroação. No
entanto o certo é que, ignoradas as críticas malévolas, a então Vila sertaneja de São Sebastião
do Ribeirãozinho de meu Deus e a cidade do Espírito Santo do Pinhal, abrindo exceção a todas
as capitais, cidades, vilas e distritos do nosso vastíssimo e bem amado Brasil, viveram,
excepcional e privilegiamente aquelas horas de regime monárquico... em pleno domínio
republicano. Isso foi há 78 anos passados, nos dias 23 e 24 de agosto de 1902.

DATA DO ANIVERSÁRIO DO MUNICÍPIO


16 DE AGOSTO – ANIVERSÁRIO DE EMANCIPAÇÃO POLITICO-ADMINISTRATIVA DE
TAQUARITINGA.

Anais da História >>>


A CONSTRUÇÃO DA PRIMEIRA CASA DE BARROTES COBERTA DE PALHA E CHÃO
BATIDO É ATRIBUÍDA AO CABOCLO JOAQUIM JERÔNIMO, ISTO EM 1870. NESSE
MESMO ANO BERNARDINO JOSÉ SAMPAIO INICIAVA A PRIMEIRA CULTURA DE CAFÉ
DA REGIÃO EM SUA PROPRIEDADE RURAL DENOMINADA FAZENDA PARAGUAÇU.
A ATIVIDADE AGRÍCOLA-PASTORIL FOI ACOMPANHADA PELOS SOBRINHOS E
CUNHADOS: SEBASTIÃO DOMINGUES DA SILVA NA FAZENDA DO MOINHO OU
FAZENDA ALICE; ADRELINO DOMINGUES DA SILVA NA FAZENDA CONTENDAS; JOSÉ
DOMINGUES DA SILVA, NA FAZENDA GRAMA, E BENTO SOARES DE CAMARGO NA
FAZENDA SÃO BENTO.

O MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA FOI FUNDADO HÁ MAIS DE UM SÉCULO, QUANDO


OCORREU A DOAÇÃO DE TERRAS, POR PARTE DE 19 FAMÍLIAS EM 1868 ÀS MARGENS
DO CÓRREGO RIBEIRÃOZINHO, LOCAL QUE FICOU DENOMINADO SÃO SEBASTIÃO
DOS COQUEIROS, NOME QUE FOI TROCADO EM 16 DE MARÇO DE 1880 PARA
RIBEIRÃOZINHO.

Doação das Terras >>>


OS DOADORES DAS TERRAS DE TAQUARITINGA, TOTALIZANDO 64 ALQUEIRES
FORAM:

1.Bernardino José de Sampaio e sua Senhora Francisca Olegária da Silva;


2.Antonio Paes de Camargo e sua Senhora Maria Antonia de Ataíde;
3.Manoel Luiz de Souza e sua Senhora Ana Rita de Faria;
4.José Joaquim Esteves e sua Senhora Maria Umbelina de Jesus;
5.Joaquim Pedro da Fonseca e sua Senhora Rita Pereira Guimarães;
6.Joaquim Pereira da Costa e sua Senhora Emerécia Anacleta de Jesus;
7.Isaias Joaquim de Santana e sua Senhora Francisca Maria de Jesus;
8.Joaquim Alves da Silva Leite e sua Senhora Ana Luiza de Jesus;
9.Joaquina Maria do Espírito Santo;
10.Gertrudes Florinda de Castro e
11.João Ferreira da Costa.

Fundação >>>
FORAM FUNDADORES DE TAQUARITINGA:
BERNARDINO JOSÉ DE SAMPAIO, SEBASTIÃO DOMINGUES DA SILVA, JOSÉ
DOMINGUES DA SILVA, ADRELINO DOMINGUES DA SILVA, BENTO SOARES DE
CAMARGO E OUTROS, APÓS O ATO DE DOAÇÃO DAS TERRAS OCORRIDO EM 8 DE
JUNHO DE 1868, FICANDO DENOMINADA “SÃO SEBASTIÃO DOS COQUEIROS”.

Trajetória Administrativa >>>


EM 1892 - POR DECRETO DE 25 DE JULHO, RIBEIRÃOZINHO FOI ELEVADO À
CATEGORIA DE VILA, AINDA SOB A DENOMINAÇÃO DE VILA DE SÃO SEBASTIÃO DO
RIBEIRÃOZINHO. NESTE MESMO ANO PELA LEI N.º 60, DE 16 DE AGOSTO, CRIA-SE O
MUNICÍPIO.

EM 12 DEZEMBRO INSTALA-SE A CÂMARA MUNICIPAL SENDO OS SEUS PRIMEIROS


VEREADORES OS CIDADÃOS BERNARDINO JOSÉ DE SAMPAIO (PRESIDENTE),
MAXIMILIANO ANTONIO DE MORAIS, JOAQUIM CORREIA DE FREITAS, RAFAEL AIÉLLO
E JOSÉ CAMILO DE CAMARGO (ESTE ÚLTIMO 1º INTENDENTE).

1ª Paróquia >>>
CINCO ANOS DEPOIS, CRIA-SE A PARÓQUIA DE SÃO SEBASTIÃO, QUE TEVE NO
PADRE VICENTE RUFFO, O PRIMEIRO VIGÁRIO.

Taquaritinga Comarca >>>


EM 1907, PELA LEI N.º 1102-A, DE 25 DE NOVEMBRO, A VILA DE RIBEIRÃOZINHO FOI
ELEVADA A COMARCA DE 2ª ESTÂNCIA, SOB O NOME DE TAQUARITINGA.

Limites Territoriais >>>


NO INÍCIO O MUNICÍPIO COMPREENDIA UMA VASTÍSSIMA REGIÃO, TENDO SOFRIDO,
DESDE A SUA FORMAÇÃO VÁRIOS DESMEMBRAMENTOS. PARA SE TER UMA IDÉIA
BEM EXPRESSIVA NESTE SENTIDO, BASTA CONSIDERAR QUE AS LEIS QUE
DELIMITARAM A SUA PRIMITIVA ÁREA GEOGRÁFICA, DERAM-LHE COMO LINHAS DE
LIMITES, ENTRE OUTRAS, OS RIBEIRÃO DOS PORCOS, RIO CUBATÃO, RIO TRÊS
BARRAS OU ÁGUA LIMPA E O RIO DA ONÇA, LIMITES ESTES QUE ENGLOBAVAM
CÂNDIDO RODRIGUES E SANTA ERNESTINA.

Datas importantes ao Município >>>

v 08 DE JUNHO DE 1868 - DÁ-SE A DOAÇÃO DAS TERRAS DE SÃO SEBASTIÃO DOS


COQUEIROS, PRIMEIRA DENOMINAÇÃO DESTA CIDADE;

v 16 DE MARÇO DE 1880 - É ELEVADA À CATEGORIA DE DISTRITO DE PAZ, SOB A


DENOMINAÇÃO DE RIBEIRÃOZINHO;

v 25 DE JULHO DE 1892 - É ELEVADA À CATEGORIA DE VILA, SOB A DENOMINAÇÃO DE


VILA SÃO SEBASTIÃO DO RIBEIRÃOZINHO;

v 16 DE AGOSTO DE 1892 - É CRIADO O MUNICÍPIO;

v 1897 - É CRIADA A PARÓQUIA DE SÃO SEBASTIÃO;

v 25 DE NOVEMBRO DE 1907 - É ELEVADA À COMARCA, SOB A DENOMINAÇÃO DE


TAQUARITINGA.

TAQUARITINGA, COM BRILHANTISMO COMEMORAVA AS DATAS NACIONAIS,


RELIGIOSAS E ALGUMAS INTERNACIONAIS, ENTRETANTO NÃO TINHA O “DIA DA
CIDADE”.

CONSIDERANDO QUE A NOSSA CIDADE DEVERIA TER UMA FESTA SUA, COM
CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS, EXALTANDO A SUA HISTÓRIA E DEMONSTRANDO A
SUA PUJANÇA, "SURGE ENTÃO UMA RESOLUÇÃO, DO SR. GOVERNADOR DO ESTADO,
QUE RECEBEU O AUTÓGRAFO DE RESOLUÇÃO Nº 512, A QUAL DIZ:

ART 1º - FICA DECLARADO PONTO FACULTATIVO NAS REPARTIÇÕES PÚBLICAS


ESTADUAIS NOS MUNICÍPIOS CONSTANTES DA RELAÇÃO COM ESTE BAIXA, NAS
DATAS DECLARADAS, EM QUE SE COMEMORA ANUALMENTE A SUA FUNDAÇÃO".
DA RELAÇÃO ANEXA CONSTA: TAQUARITINGA 16 DE AGOSTO.

"ORA, SE O GOVERNO DO ESTADO RECONHECE O DIA DA CIDADE, ESTE DEVERIA


SER CRIADO E FESTEJADO CONDIGNAMENTE”.

FORAM BOAS AS SEMENTES LANÇADAS EM SOLO FÉRTIL; POIS EM 7 DE AGOSTO DE


1956, SURGIRAM AS LEIS MUNICIPAIS Nº 189 E 190, QUE DIZEM:

· LEI MUNICIPAL Nº 189, DE 7 DE AGOSTO DE 1956.


DISPÕE SOBRE A ABERTURA DE UM CRÉDITO ESPECIAL DE CR$ 100.000,00 (CEM MIL
CRUZEIROS) E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O DR. ADEMAR CARVALHO GOMES, PREFEITO MUNICIPAL DE TAQUARITINGA,
USANDO DAS ATRIBUIÇÕES QUE A LEI LHE CONFERE:

FAZ SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL DECRETA E ELE PROMULGA A SEGUINTE LEI:

ART 1º - FICA ABERTO NA CONTADORIA MUNICIPAL UM CRÉDITO ESPECIAL DE CR$


100.000,00 (CEM MIL CRUZEIROS), DESTINADO A CUSTEAR AS DESPESAS COM OS
FESTEJOS COMEMORATIVOS DO 64º ANIVERSÁRIO DA CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO, A
TRANSCORRER NO DIA 16 DE AGOSTO DO CORRENTE ANO.

ART 2º - O VALOR DO PRESENTE CRÉDITO SERÁ COBERTO COM OS RECURSOS


PROVENIENTES DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO QUE O EXECUTIVO MUNICIPAL FICA
AUTORIZADO A REALIZAR.
ARTIGO 3º - ESTA LEI ENTRARÁ EM VIGOR NA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO,
REVOGADAS AS DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO.
PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA, EM 7 DE AGOSTO DE 1956.
ADEMAR CARVALHO GOMES
PREFEITO MUNICIPAL

PUBLICADA NA SECRETARIA DA PREFEITURA, EM 7 DE AGOSTO DE 1956.

REINALDO PINSETA
SECRETÁRIO

· LEI MUNICIPAL Nº 190, DE 7 DE AGOSTO DE 1956

DECLARA FERIADO MUNICIPAL O DIA DA CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO.

ART 1º - É FERIADO MUNICIPAL, EM COMEMORAÇÃO A CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO, O “DIA


16 DE AGOSTO”.

ART 2º - ESTA LEI ENTRARÁ EM VIGOR, REVOGADAS AS DISPOSIÇÕES EM


CONTRÁRIO.

PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA, EM 7 DE AGOSTO DE 1956.

ADEMAR CARVALHO GOMES


PREFEITO MUNICIPAL

PUBLICADA NA SECRETARIA DA PREFEITURA, EM 7 DE AGOSTO DE 1956.

REINALDO PINSETA
SECRETÁRIO

v ATIVIDADES AGRÍCOLAS:

LARANJA, CANA-DE-AÇÚCAR
LAVOURA DE SERINGUEIRAS

v LETRA DO HINO E MÚSICA: CÔNEGO LOURENÇO CAVALINE

v PEDOREIRO: SÃO SEBASTIÃO

v NOMES DA CIDADE: SÃO SEBASTIÃO DOS COQUEIROS, RIBEIRÃOZINHO E


TAQUARITINGA - EXPRESSÃO TUPI-GUARANI QUE SIGNIFICA TAQUARA FINA E
BRANCA.

Este é um breve sobre a rica história da nossa QUERIDA TERRA QUE CHAMAMOS DE
TAQUARITINGA, nosso lar a que amamos muito e que sempre se fará sempre altaneira, como
seu próprio hino diz!

Você também pode gostar