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Serviço de Gestão
Ambiental -SEGAM

ESTUDO SOBRE COPOS

PLÁSTICOS, COPOS
REUTILIZÁVEIS E USO DE
CANECAS E SQUEEZES

segam@crer.org.br
Camila Alves CRBIO: 93735/04-D

Daniel de Paiva
 OBJETIVO
O presente estudo tem por objetivo
estudar a viabilidade de copos
descartáveis, copos reutilizáveis,
canecas e squeezes, atrelando à
economia circular, buscando
implementar um gerenciamento
sustentável atendendo a ação 14 do
PDSA desenvolvido para o Programa de
Gerenciamento dos Resíduos do Serviço
de Saúde. Criando um uma nova cultura
de consumo acessível a todos.

COPO DESCARTÁVEL
Das 6,3 bilhões de toneladas de
plástico que jogamos fora desde o
Extraído do petróleo, o poliestireno
início da produção em massa do
é um homopolímero resultante da
material na década de 1950, apenas
polimerização do monômero do
600 milhões de toneladas foram
estireno.A principal matéria prima
recicladas – e 4,9 bilhões de toneladas
dos plásticos é a fração nafta do
foram enviadas para aterros sanitários
petróleo. Ele ainda é o material
ou descartadas no meio ambiente.
utilizado na maioria dos copos
descartáveis no Brasil e é No Brasil, cerca de 720 milhões de
identificável por meio do símbolo copos descartáveis são utilizados
triangular indicando sua todos os dias.
reciclabilidade, com o número “6” Uma pessoa consome em média 04
por dentro e as letras “PS” por baixo. copos descartáveis por dia.
Dentre suas principais Segundo dados levantados com a
características, estão a total SUNUD, a instituição utiliza em
reciclabilidade, a baixa resistência a média 68.000 copos
solventes orgânicos, calor, descartáveis/mês, que são de
intempéries e fratura – os copos de responsabilidade da empresa Mais
plástico PS são mais suscetíveis à Sabor.
quebra que os de PP.

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 Figura 1. Tipos de plásticos, suas origens e potencial biodegradável

PLÁSTICO OXIBIODEGRADÁVEL
É aquele que, ao receber um aditivo pró-degradante, tem sua fragmentação
acelerada por influência de oxigênio, luz, temperatura e umidade. A
biodegradabilidade do material gera controvérsias entre os agentes da cadeia.

O que determina a condição de

Eles são adicionados a
oxidegradabilidade (degradação
compostos convencionais da
pelo oxigênio) de um plástico é a
produção de plásticos, feitos a
utilização de aditivos chamados de
partir de recursos retirados de
pró-degradantes, tipicamente sais
subprodutos do refinamento do
de metal baseados em elementos
petróleo (e que também
como cobalto (Co), ferro (Fe),
funcionam, nessa etapa inicial,
manganês (Mn) ou níquel (Ni).
como captadores de CO2), tais
como o polietileno (PE), o
polipropileno (PP), o
poliestireno (PS) e o
politereftalato de etileno (PET).
Desse modo, os aditivos
proporcionam propriedades de
fragmentação aos plásticos,
condição prévia e necessária à
biodegradação.

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 Figura 1.Ciclo de reciclagem do plástico com ou sem aditivos pró-degradantes

PLÁSTICO OXIBIODEGRADÁVEL
É aquele que, ao receber um aditivo pró-degradante, tem sua fragmentação
acelerada por influência de oxigênio, luz, temperatura e umidade. A
biodegradabilidade do material gera controvérsias entre os agentes da cadeia.

Oxibiodegradação é definida pela

CEN (Organização para as Normas
Européias), na norma TR15351, como
“a degradação resultante da Eles são adicionados a
clivagem oxidativa de compostos convencionais da
macromoléculas mediados por produção de plásticos, feitos a
células, simultaneamente ou partir de recursos retirados de
sucessivamente. “O que determina a subprodutos do refinamento do
condição de oxidegradabilidade petróleo (e que também
(degradação pelo oxigênio) de um funcionam, nessa etapa inicial,
plástico é a utilização de aditivos como captadores de CO2), tais
chamados de pró-degradantes, como o polietileno (PE), o
tipicamente sais de metal baseados polipropileno (PP), o
em elementos como cobalto (Co), poliestireno (PS) e o
ferro (Fe), manganês (Mn) ou níquel politereftalato de etileno (PET).
(Ni). Desse modo, os aditivos
proporcionam propriedades de
fragmentação aos plásticos,
condição prévia e necessária à
CRER biodegradação.
Serviço de Gestão Ambiental Bioplásticos oxibiodegradáveis
custam entre 5 e 15% mais
caros que os plásticos
convencionais.
 Plásticos
Hidrobiodegradáveis

Podem ser produzidos em parte a partir

de fontes de base biológica, tal como
derivados de amido, fontes derivadas de
petróleo ou composto por misturas de
ambos, e incluem PLA, PHA
(polihidroxialcanoato), PHBV
(polihidroxibutirato valerato), PCL
(policaprolactona), PVA (álcool polivinil)
e certos poliésteres.

A biodegradação de produtos em
É um tipo de material biodegradado Poliestireno e PET é muito lenta e
por bactérias, algas e fungos, que pequena. Faltam evidências e estudos
convertem o material em biomassa, científicos do desempenho de
dióxido de carbono e água. Para que isso biodegradação em EPS, PS e PET. Por
ocorra, o plástico deve ser coletado e precaução evite produzir e consumir
compostado em usinas de estes produtos rotulados como sendo
compostagem junto com resíduos biodegradáveis sem provas da sua
orgânicos, por exemplo, restos de biodegradação baseadas no
alimentos. Plásticos cumprimento de normas.
hidrobiodegradáveis só serão
biodegradados no prazo de 180 dias,
conforme normas ASTM 6400 ou EN
13432, se estiverem depositados em
usinas de compostagem. Este tipo de
plástico não será biodegradável,
conforme estas normas, se estiverem
largados na natureza.

Bioplásticos hidrobiodegradáveis custam entre 4 e 10 vezes mais caro que os

plásticos convencionais

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Um dos diferenciais da ACV, quando
comparado à outras ferramentas de
estudo ambientais, é que com ela pode-
se analisar todo o ciclo de vida do que se
pretende estudar, desde a extração de
matérias primas até o uso e sua
disposição final, seja ela reuso, reciclagem
ou fim de vida. É o que se chama
popularmente no meio acadêmico de
uma análise “do berço ao túmulo”. Com
isso, é possível identificar quais etapas do
ciclo de vida analisado oferecem maior
potencial de impacto ao meio ambiente.
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Avaliação do ciclo de
vida de copos
descartáveis e
reutilizáveis
Durante a década de 60, a sociedade passou
por uma grande crise mundial conhecida
como “crise do petróleo” e começou a se
questionar sobre os limites de extração de
recursos naturais, minerais e geração de
combustíveis fósseis. Havia surgido o
interesse de entender os impactos
ambientais relacionados à determinado
produto ou processo. Naquela época foram
iniciados estudos relacionados a análise de
energia de processos, com
consequentemente contabilização de
matérias primas utilizadas e resíduos
gerados. Mas foi apenas nos anos 1990, com o
crescente interesse pela preservação do meio
ambiente, que surgiu uma ferramenta de
estudo mais completa para avaliar os
impactos ambientais de um processo, sendo
denominada de Avaliação do Ciclo de Vida
(ACV).
A ACV é uma metodologia a partir da qual é
possível avaliar os potenciais impactos
ambientais relacionados a um produto,
processo ou serviço.

identificar as
No caso dos copos e opções reutilizáveis,
há o impacto relacionado ao consumo de
água para lavagem ou mesmo aos
resíduos químicos de detergentes
associados ao processo de limpeza
destes, potenciais causadores de
poluição. O que é preciso levar em conta
são os gastos de energia, água e emissões
de carbono em seus processos
produtivos, de distribuição e descarte.
Uma das desvantagens do copo
descartável é o material do qual é feito.
Provenientes do refinamento do petróleo,
os copos descartáveis plásticos são feitos
a partir de uma de suas frações, a nafta,
substância líquida muito parecida com a
gasolina. A pegada ecológica do produto
começa nesse momento, com o carbono
sendo liberado durante o refino do
petróleo; em seguida, entram para a
conta a água, a eletricidade e o carbono
liberado no processo de produção; o
transporte; e o tempo de vida útil. A
fabricação de copos de plásticos provoca
a emissão de CO2 e de outros gases
responsáveis pelo desequilíbrio do efeito
estufa, uma das formas de contribuição
humana para o processo de aquecimento
do planeta (conheça os poluentes
emitidos na atmosfera e como neutralizá-
los).
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Qual a melhor opção
em termos
ambientais?
Não há uma resposta simples para essa
pergunta e é preciso
questões críticas associadas ao uso de
cada tipo de recipiente, sejam
descartáveis (em suas variadas formas)
ou reutilizáveis (que também
apresentam muitos modelos). Todo
produto sintetizado pelo ser humano e
desconhecido pela natureza reúne
potencial para causar algum dano
ambiental. Análises diversas apontarão
pontos a favor ou contra em ambas
opções.
Dentre as possibilidades, contra os
copos de plástico (descartáveis ou não)
há o argumento de que sua matéria-
prima é feita à base de petróleo. No caso
específico do copo descartável, a crítica
se dá em termos dos resíduos que seu
uso proporciona e à baixa taxa de
reciclagem desse material em nosso
país, causando problemas ambientais e
aumento do lixo plástico.
No caso dos copos e opções reutilizáveis,
há o impacto relacionado ao consumo
de água para lavagem ou mesmo aos
resíduos químicos de detergentes
associados ao processo de limpeza
destes, potenciais causadores de
poluição. O que é preciso levar em conta
são os gastos de energia, água e
emissões de carbono em seus processos
produtivos, de distribuição e descarte.

Para a limpeza manual, estimou-se o uso
de 1,2 litros a 1,7 litros de água por copo
lavado manualmente (consumo direto).
Dentre as conclusões alcançadas,
destacam-se: o fato de que o copo
descartável consumiu menos água desde
sua produção até seu descarte e
reciclagem que os copos reutilizáveis,
indicando que, para estes últimos, a água
utilizada na lavagem representa em
média 99% da água total de seu ciclo de
vida; que a energia utilizada na lavagem
mecânica dos reutilizáveis (máquinas de
lavar louças) é aproximadamente 2,4
vezes maior que a energia utilizada no
ciclo de vida dos copos descartáveis;
maior impacto ambiental no uso do copo
reutilizável com lavagem manual frente
ao uso do copo descartável.
Copos hidrobiodegradáveis, em
contrapartida não podem ser
reciclados junto com o plástico
convencional. Em geral são mais
espessos, consomem mais matéria
prima e energia tanto na produção,
quanto no transporte. E se forem
degradados por microrganismos
anaeróbicos – sem a presença do ar -,
o resultado será metano, gás 23 vezes
mais potente com o efeito estufa,
além de ser explosivo.
Estudos de ciclo de vida mostram que os copos descartáveis demandam
menor consumo de água e energia que os copos reutilizáveis.
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Apesar de suas características físicas os
tornarem totalmente recicláveis, os
componentes envolvidos na produção
de copos descartáveis são muito
baratos, o que pode tornar a reciclagem
mais cara que a própria produção de
novos itens. Devido ao seu caráter
extremamente leve (as cooperativas
pagam os catadores por quilo recebido)
e ao fato de ocuparem um volume
muito grande para pouco peso, o
retorno acaba sendo baixíssimo para
catadores, cooperativas e recicladoras.
Além disso, é um material que
dificilmente chega às cooperativas
limpo, o que pode prejudicar a
reciclagem. Lavar os itens antes do seu
descarte também não é uma solução
sustentável, pois, além do gasto de água
para sua lavagem, eles perderiam sua
principal vantagem de praticidade.
Em contraponto, estudo elaborado
pela ACV Brasil, consultoria em
sustentabilidade especializada na
técnica da avaliação do ciclo de vida
de produtos, aponta que copos de
plástico apresentam melhor
performance no uso de água e
energia. O estudo teve como objetivo
a comparação entre o de copo de
cerâmica reutilizável (200 ml e 190
g), o copo de vidro reutilizável (200
ml e 115 g), o copo plástico PP
reutilizável (200 ml e 20 g) e o copo
PP descartável (200 ml e 1,88 g) – na
análise, levou-se em conta o uso no
ambiente corporativo, em que cada
descartável foi utilizado duas vezes
antes do descarte e em que os
reutilizáveis foram também
utilizados duas vezes antes da
lavagem.
 R$ 0,20

média do kg do
copo reciclável
4
Copos em média por dia,
para cada pessoa

96 mil
toneladas/
ano
Somente no Brasil

Comparativo Descartável Reutilizável

Gasto energético
6,66 WH/copo 16,01 WH/Copo
médio (ACV)

Peso médio 1,88 g 20 g

R$ 40.00
Custo médio caixa/1000 R$ 10.00 à 15.00/ unidade
unidades

26 ml desde sua
Processo manual: 1,2 à 1,7 litros
produção até seu
Consumo de água descarte e
por copo
Máquina: 232 ml por copo
reciclagem
 PRÓXIMOS
PASSOS
E daqui pra frente? Quais ações
podemos assumir no dia a dia?

01 Busca por parcerias 02 Educação Ambiental

Buscar parcerias com cooperativas locais É preciso fortalecer a cultura do descarte

para destinar os copos plásticos utilizados correto dos resíduos com os
na instituição, diminuindo o quantitativo colaboradores e pacientes, além de
enviado aos aterros sanitários e incentivar o consumo consciente e
destinando à reciclagem. sustentável. Fortalecendo o compromisso
com o PGIRSS da instituição
Avaliar a viabilidade de
03 squeezes e canecas 04 Campanhas

O uso de squeezes e canecas em Incentivar o uso de canecas no refeitório

ambientes administrativos é uma das
práticas alternativas para diminuir o
consumo de copos, porém, é preciso
levarem em consideração os padrões de
higienização dos mesmos, cuidados com
os bebedouros, bem como os bons hábitos
no ambiente de trabalho.
Serviço de Gestão
Ambiental
pode ser uma solução interessante, os
copos descartáveis liberam uma
substância chama estireno, que é
apontada como cancerígena. Além disso,
copos sujos não são recicláveis, a
diminuição deste consumo, pode ser uma
alternativa para melhorar a destinação dos
recicláveis.