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No dia 20/1, a agência Sumaúma noticiou que 570 crianças de até cinco anos morreram
de doenças evitáveis, entre 2019 e 2022, na Terra Indígena (TI) Yanomami (AM-RR). As
fotos de crianças e idosos esquálidos, desnutridos, divulgadas na imprensa e nas redes
sociais causaram comoção dentro e fora do Brasil.
Acompanhado de vários ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a Roraima
avaliar a crise. O governo decretou emergência de saúde na área e anunciou uma série de
medidas, como o envio de equipes médicas à região e a instalação de um hospital de
campanha em Boa Vista.
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problema veio a público só agora, e, claro, fake news. Logo começaram a circular notícias
falsas para desviar o foco da responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Contra
ACEITO
fatos e imagens, ele classificou a situação como uma “farsa da esquerda”.
Juristas ouvidos pela imprensa nos últimos dias dizem que há indícios de que a gestão
Bolsonaro cometeu o crime na TI Yanomami, mas apenas um julgamento pela Justiça
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o ministro que oTribunal
do Supremo façamos.Federal (STF) Luís Roberto Barroso
Na semana passada, o ministro da Justiça, Flávio Dino, já tinha determinado que a Polícia
Federal (PF) também investigasse os possíveis crimes de genocídio e omissão de socorro
por parte do governo anterior no território indígena.
Não é verdade que a origem da situação seja a suposta incapacidade produtiva dos
indígenas. Ao contrário, com suas terras e seus recursos naturais preservados, eles
conservam boas condições de vida.
Todo o quadro é agravado pelo desmonte da assistência aos indígenas. Além disso, os
invasores têm se apossado de parte da infraestrutura de atendimento, como pistas de
pouso e postos de saúde. A violência do garimpo dificulta a presença de equipes médicas,
a distribuição de medicamentos e alimentos.
Apenas entre 2020 e 2021, a TI Yanomami registrou mais de 40 mil casos de malária, de
acordo com o Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica (Sivep) do Ministério
da Saúde. Isso tudo para uma população de cerca de 30 mil pessoas.
É importante observar que a TI Yanomami é a maior do país, com cerca de 96 mil km2
(superando a extensão de Portugal), e há diferenças entre as 370 comunidades. As
regiões mais distantes das invasões têm uma condição sanitária mais favorável, embora a
precarização do atendimento à saúde impacte todo o território.
Em 2022, o Ministério da Saúde deixou faltar cloroquina para atender os casos de malária
entre
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este fim entre os Yanomami, apesar de a
Organização Mundial de Saúde (OMS) e cientistas rejeitarem esse uso.
Não é verdade, portanto, que a situação seja a mesma em 30 anos, embora os Yanomami
já tenham passado por crises graves, principalmente com a intensificação do contato com
os não indígenas e a primeira grande onda garimpeira, nos anos 1970 e 1980.
Profissionais de saúde e lideranças indígenas reafirmam que a situação nunca foi tão
grave nesse período.
Muita gente teve a impressão de que a crise veio a público só agora porque as notícias
sobre ela alcançaram uma audiência sem precedentes, resultado da repercussão da visita
do recém-empossado presidente Lula e das medidas emergenciais tomadas por seu
governo.
Durante todo o governo, ele estimulou o crime ambiental e sua regularização, em especial
o garimpo ilegal nas TIs. Também promoveu um desmonte administrativo sem
precedentes na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e no Ibama, responsáveis
pela fiscalização dessas áreas.
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2019, numa onda de invasões a áreas protegidas e recordes
sucessivos de desmatamento em cerca de 15 anos. A TI Yanomami foi uma das mais
afetadas.
Toda a situação foi denunciada aos órgãos federais, ao Ministério Público, à imprensa e
nas redes sociais pelo Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye’kwana (Considisi-Y), a
Hutukara Associação Yanomami, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e o
ISA. Os alertas foram desprezados, no entanto. Pelo menos 21 ofícios sobre o caso foram
ignorados por diversas instituições oficiais em apenas dois anos, informou o The Intercept
Brasil.
O governo Bolsonaro descumpriu a maioria das decisões tomadas pelo STF e pela Justiça
Federal de Roraima, a partir de 2020, para garantir o atendimento aos indígenas na
pandemia de Covid-19, como garantir a vacinação, a presença de profissionais de saúde, o
envio de medicamentos, insumos e cestas básicas e a implantação de barreiras
sanitárias.
A gestão federal também anunciou o envio de equipes médicas para prestar assistência
emergencial e fazer um diagnóstico da situação, além da instalação de um hospital de
campanha em Boa Vista e de um Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública
(COE), que fará a coordenação das ações contra a crise e deverá ser gerido pela Sesai.
No dia 23, uma equipe da Força Nacional do SUS também foi enviada à Roraima. Pelo
menos mil doentes já foram retirados às pressas da área, após a decretação da situação
de emergência.
O governo planeja uma grande operação de retirada dos garimpeiros. A ação ainda não
tem data para acontecer, mas nesta segunda (30), em reunião com vários ministros, o
presidente Lula pediu pressa no bloqueio do espaço aéreo e dos principais rios que cortam
a área, com o objetivo de estrangular a logística do garimpo. Cerca de 56 toneladas de
alimentos e medicamentos já teriam sido enviados à TI Yanomami, segundo a Força Aérea
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Brasileira (FAB).
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