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Edição 2005
A informação incluída nesta publicação provém de fontes consideradas fiáveis e tem uma
natureza informativa, não constituindo parecer profissional sobre a estratégia de
desenvolvimento local. As suas conclusões não são válidas em todas as circunstâncias. Noutros
casos, deverá ser solicitada opinião específica ao Ministério da Administração Estatal ou à
firma MÉTIER - Consultoria & Desenvolvimento, Lda.
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66..33 UUttiilliizzaaççããoo econnóómmiiccaa doo ssollo 30
Ancuabe
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7 Educação 31
8 Saúde e Acção Social 34
88..11 CCuuiiddaaddooss dee saúddee ee quuaaddrroo e eppi iddé émmi ic coo 34
88..22 AAcçãão SSoocciiaall 35
9 Género 36
99..11 EEdduccaaççããoo 36
99..22 AActti ivvi idda adde e e ec coonnóómmi ic ca a e e e exxplloorra aç çã ãoo 36
daa teerrrra a
99..33 GGovveernaaçãão 37
10 Actividade Económica 39
1100..1 PPooppuullaaççããoo e ec coonnoommi ic ca ameenntte e a ac ctti ivva a 39
1
1100..2 OOrrççaammeenntto ffaamiilliiaarr 40
2
100..3 SSeegguurraanççaa aalliimmeenttaarr e e e es sttrra atté ég gi ia as s dee 41
3 soobbrre evvi ivvê ênnc ci ia a
1100..4 IInffrraa--eessttrruuttuuraass dee bbaassee 42
4
1100..5 AAggrriiccuullttuurraa e DDe es se ennvvool lvvimennttoo RRurraall 43
5
10.5.1 Produção agrícola e sistemas de cultivo 43
10.5.2 Pecuária 45
10.5.3 Pescas, Florestas e Fauna bravia 45
1100..6 IInddúússttrriiaa,, CCoommé érrc ci ioo 46
6 e S Serrviiççooss
Lista de tabelas
TABELA 1: População por posto administrativo, idade e sexo, 1/1/2005 13
TABELA 2: Agregados, segundo a dimensão e o tipo sociológico 13
TABELA 3: População, consoante o conhecimento de Português 14
TABELA 4: População, por condição de alfabetização, 1997 14
TABELA 5: Famílias, tipo de casa e condições básicas de vida 15
TABELA 6: População, por condição de frequência escolar 31
TABELA 7: População, por nível de ensino que frequenta 32
TABELA 8: População, por nível de ensino concluído 32
TABELA 9: Escolas, alunos e professores, 2003 33
TABELA 10: Unidades de saúde, camas e pessoal, 2003 34
TABELA 11: Indicadores de cuidados de saúde, 2003 34
TABELA 12: População, por condição de orfandade, 1997 35
TABELA 13: População deficiente, por idade e residência, 1997 35
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TABELA 14: População activa, por ramo de actividade, 2005 40
TABELA 15: Rede de estradas 42
TABELA 16: Produção agrícola, por principais culturas: 2000-2003 45
Ancuabe
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Lista de figuras
FIGURA 1: Famílias, por condições básicas de vida.............................................15
FIGURA 2: Habitações, por tipo de materiais usados............................................16
FIGURA 3: Habitações, segundo a fonte de abastecimento de água......................16
FIGURA 4: Locais suspeitos de minas...................................................................25
FIGURA 5: Estrutura do orçamento distrital, 2004................................................26
FIGURA 6: Estrutura de exploração agrária da terra..............................................29
FIGURA 7: Parcelas agrárias, segundo o tipo de posse..........................................29
FIGURA 8: Explorações e área, por culturas principais.........................................30
FIGURA 9: População, por nível de ensino que frequenta.....................................31
FIGURA 10: Indicadores de escolaridade, por sexos..............................................36
FIGURA 11: Quota das mulheres no trabalho agrícola e remunerado....................37
FIGURA 12: População activa, por ramo de actividade, 2005................................39
FIGURA 13: Consumo familiar, por grupo de produtos e serviços.........................40
FIGURA 14: Distribuição das famílias, segundo o rendimento mensal..................41
Ancuabe
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República de Moçambique
Ministério da Administração Estatal
Prefácio
Com 800 mil km2 de superfície e uma população de 19,5
milhões de habitantes, Moçambique inicia o séc. XXI, com
exigências inadiáveis de engajamento de todos os níveis da
sociedade e dos vários intervenientes institucionais e
parceiros de cooperação, num esforço conjugado de combate
à pobreza e desigualdade e de promoção do desenvolvimento económico e social do País.
Na esfera da governação, esta exigência abrange todos os níveis territoriais e cada uma
das instituições públicas, estando a respectiva política do Governo enunciada nos
preceitos Constitucionais sobre a Descentralização e a Reforma do Sector Público.
A Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março, ao estabelecer os novos princípios e
normas de organização, competências e de funcionamento destes órgãos nos escalões de
província, distrito, posto administrativo e localidade, dotou o processo de um novo
quadro jurídico que reforça e operacionaliza a importância estratégica da governação
local.
Estamos certos que este produto, apetrechará as várias Instituições públicas e privadas,
nacionais ou internacionais, com um conhecimento de todo o país, que potencia o
prosseguimento coordenado das acções de combate à pobreza em Moçambique.
República de Moçambique
Ministério da Administração Estatal
Efectivamente, entendemos os Perfis Distritais como um contributo para um processo de
gestão que integra, por um lado, os aspectos organizacionais e de competências distritais
e, por outro, as questões decorrentes do desenvolvimento e da descentralização nas áreas
da planificação e da afectação e gestão dos recursos públicos.
A finalizar, referir que a publicação destes Perfis insere-se num esforço continuado, por
parte do Ministério da Administração Estatal e da sua Direcção Nacional de
Administração Local, de monitoria do desenvolvimento institucional da administração
pública local e do seu gradual ajustamento às exigências do desenvolvimento e crescimento
em Moçambique.
AD Administração Distrital
EN Estrada Nacional
PA Posto Administrativo
Ancuabe
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MAPA DA LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO DISTRITO
1 Breve Caracterização do Distrito
O
distrito de Ancuabe está localizado na parte sul da Província de Cabo Delgado, a
cerca de 100 Km de Pemba, a cidade capital, confinando a Norte com o distrito de
Meluco, a Sul com o distrito de Chiúre, a Este com os distritos de Pemba-Metuge e
Quissanga e a
Oeste com o distrito de Montepuez.
Com uma superfície1 de 4.836 km2 e uma população recenseada em 1997 de 87.243
habitantes e estimada, à data de 1/1/2005, em 108.924 habitantes, este distrito tem uma
densidade populacional de 21.9 hab/km2.
O distrito é atravessado por vários cursos de água, quase todos eles de regime periódico. Os
principais rios são o Muaguide, o Montepuez e o Megaruma.
Ancuabe
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1 Direcção Nacional de Terras CADASTRO NACIONAL DE TERRAS http://www.dinageca.gov.mz/dnt/
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populações. Grande parte destas terras está actualmente inexplorada.
O distrito possui numerosas formações rochosas que são utilizadas para exploração de
pedras para construção, como por exemplo a zona de Nipataco, cujas pedras foram
usadas na construção da estrada Pemba-Montepuez. Por outro lado, o distrito possui
inúmeras montanhas, das quais destacamos a montanha de Ancuabe localizada na
periferia da sede, que deu o nome ao distrito. Nalgumas montanhas são realizadas
cerimónias de culto aos antepassados, de acordo com a tradição histórica do povo local.
Uma parte considerável do interior é de altitudes compreendidas entre os 200 e 500 metros,
de relevo ondulado, interrompido de quando em quando pelas formações rochosas dos
“inselbergs”. Fisiograficamente a área é constituída por uma zona planáltica baixa que,
gradualmente passa para um relevo mais dissecado com encostas mais declivosas
intermédias, da zona subplanáltica de transição para a zona litoral.
Os dambos (ndabo nas línguas locais) são formas especiais dos vales, não sendo exclusivos
de uma zona agro-ecológica estão presentes de uma forma consideravel na zona R7. São
depressões hidromórficas suaves ou vales extensos, não profundos, sem escoamento de
água na forma de uma linha de drenagem ou mesmo leito de rio.
A fisiografia é dominada pela alternância de interflúvios e os vales dos rios que, devido á sua
largura, profundidade e posição (em relação aos rios), poderão alternar com dambos. Os
vales dos rios são dominados por solos aluvionares (Fluvisols), escuros, profundos, de
textura pesada a média, moderadamente a mal drenados, sujeitos a inundação regular.
Nos dambos encontram-se solos hidromórficos de textura variada, desde arenosos de
cores cinzentas, arenosos sobre argila a solos argilosos estratificados, de côr escura (Mollic,
Gleyic e Dystric Gleysols, e Haplic e Luvic Phaeozems).
Os topos e encostas superiores dos interfluvios são dominados por complexos de solos
vermelhos e alaranjados (Rhodic Ferralsols, Chromic Luvisols), e amarelos (Haplic Lixisols
e Haplic Ferralsols). A maioria dos solos apresentam texturas média a pesada, sendo
profundos, bem a moderadamente bem drenados. Nas encostas cores
intermédias dos interflúvios os solos variam de cor, desde solos com
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Ancuabe
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pardo-acastanhada a castanho-amareladas, moderadamente bem drenados, com textura
argilosa.
1.3 Infra-estruturas
O Distrito é atravessado por duas estradas importantes: uma no sentido Sul-Norte,
estabelece uma ligação deste para os distritos nortenhos; e outra no sentido Este-Oeste,
ligando Ancuabe aos Distritos de Montepuez, Balama e Namuno. A ligação da sede do
distrito para o resto das aldeias, é feita em estradas de terra batida.
O Distrito possui 2 (duas) cabinas telefónicas: uma na Sede do distrito assegurada pela
Administração; outra em Metoro assegurada por um privado. Existem, ainda, Rádios de
Transmissão e Receptores em algumas instituições, nomeadamente, na Direcção de
Agricultura e Desenvolvimento Rural, Administração e Comando Distrital da PRM. Existe
uma estação postal dos Correios de Moçambique inoperacional.
O distrito possui 52 escolas (das quais, 46 do ensino primário nível 1), e está servido por
6 unidades sanitárias, que possibilitam o acesso progressivo da população aos serviços
do Sistema Nacional de Saúde, apesar de a um nível bastante insuficiente como se
conclui dos seguintes índices de cobertura média:
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estradas e pontes que, na época das chuvas, tem problemas de transitibilidade.
De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de
três sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona
planáltica baixa onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente
mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e
a produção de arroz pluvial nos vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives.
As águas dos rios são aproveitados para a prática de hortícolas, bananal, arrozal,
canavial, bem como a actividade pesqueira. Grande parte das represas existentes no
distrito está
subaproveitada. São disso exemplo, a de Metoro-Sede, Mbonge, anteriormente
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usada na irrigação de campos agrícolas; a de Ungura que se Ancuabe
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encontra praticamente destruída; a de Nanduli que beneficiou de obras de reabilitação e
está a ser usada no abeberamento do gado, para além das de Mariri e Teúle, no PA de
Meza e Macarara em Metoro, também usadas para abeberamento do gado.
O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado
e algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.
Dados do sector indicam haver uma tendência para o aumento do número de licenciados,
prevendo-se que, em 2002, o número chegue a 10 operadores. Apesar deste aumento,
verifica-se que no mesmo período houve uma redução dos volumes de madeira
explorados, resultante das novas medidas introduzidas pelo sector.
A pequena indústria local (pesca, moageiras, carpintarias, latoarias, artesanato e olaria) surge
como alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade.
O comércio informal é o que garante o abastecimento da população em produtos de
primeira necessidade, contando para isso com 30 barracas. A rede do comércio formal
comporta 42 estabelecimentos comerciais, dos quais 23 operacionais e 19 encerrados por
motivos vários. Dos 23 estabelecimentos operacionais, 4 pertencem à APIE.
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distrito tendo, para o efeito, realizado um investimento de 12 milhões de
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dólares americanos. Esta fábrica de grafite de Ancuabe é a grande indústria do distrito e
província de Cabo Delgado, encontrando-se neste momento paralisada devido à falta de
energia eléctrica.
Não existe nenhuma instituição bancária a operar no distrito, nem nenhum sistema
formal de crédito em condições acessíveis aos operadores locais. As possibilidades de
acesso ao crédito derivam de prática no sector informal, nomeadamente dos comerciantes
locais e dos familiares dos interessados.
Ancuabe
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2 História, Política e Sociedade Civil
A
população originária de Ancuabe é proveniente do Lago Niassa na província do mesmo
nome a partir dum grupo de povos Makhua que se rendeu numa prolongada guerra
tribal envolvida entre estes e os povos Ngoni de origem Makwangara. O destino da
viagem era alcançar a Costa. Porém, chegados à região de Napaco, actual serra Ncole, os
viajantes abateram um animal de nome Iphalavi - que significa Pala-pala - por meio de uma
arma de fogo. O ruído inquietou o dono da Região da grande montanha - ANCUABE -
cujo nome era Nthua do Clã Areconi e residia exactamente na gruta desta montanha.
Decididamente, saiu em direcção da proveniência do som, tendo o encontro com o
caçador sido surpreendente. Este levou-o até ao local do acampamento onde cada um
revelou a sua identidade. Daí, o Nthua ficou impressionado com os artigos que via, pela
primeira vez, e para os obter decidiu trocar a montanha por alguns desses artigos, tais
como: Peles de animais, uma espingarda, uma capulana chamada NKWAPA, uma
flecha, uma foice e
artigos de adorno.
A partir de então, a zona da montanha Ancuabe bem como a região circunvizinha passou
a ser habitada pelos Ngonis que desistiram da sua digressão e acabaram por se fixar na região,
dando assim origem aos actuais descendentes.
Colonização
Os primeiros estrangeiros a chegar a Ancuabe foram os Alemães, seguiram-se os
Ingleses secundados por Portugueses enquadrados na Companhia do Niassa. No Posto
Administrativo em Ungura foi instalada a primeira sede em 28 de Janeiro de 1967 que
depois passou para Ntutu perto do actual Centro de Saúde de Ancuabe. De seguida, a
sede foi transferida para Meza e, por último, passou para Metoro. As mudanças
dependiam das
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intenções e interesses da administração colonial.
Ancuabe
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Em 31 de Agosto de 1971 o então Posto Administrativo de Ancuabe foi elevado à
categoria de Circunscrição de Ancuabe, tendo pós a independência do país, em 1975,
passado a distrito.
Aspectos culturais
Ancuabe sempre foi tida como uma região favorita, não só pelos habitantes de outrora,
como também pelos estrangeiros, devido às suas riquezas, designadamente, grafites e solos
aráveis, tendo esta última constituído o foco de atracção da colonização, podendo-se
notar algumas marcas actualmente expressas na estrutura física (ruínas) ou nas grandes
plantações de sisal e de sumaúma localizadas no Posto Administrativo Sede, Metoro e Meza,
sendo que este último ostenta, ainda, grandes machambas de diversas culturas.
Por outro lado, Ancuabe é basicamente habitado por Macuas, uma tribo de origem bantu
composta por diversos clãs como Econy, Alapony, Arecony, An-haka, Anrethe, Arope,
Amiranse, e outros. Os Makondes também fazem parte deste mosaico de culturas, porém
em número mais reduzido.
No que concerne à recreação, os Ancuabianos praticam várias danças tais como: Rumba,
Samanguana, Mapiko, Kirimo, Issinema, Nakoto, Malimoki, Ipampi, Makussanha,
tamaduni, e outras. Essas danças são praticadas em situações e por grupos sexo-etários
diferentes. Destacar também a famosa dança Nakoto do grupo de Nacuale que foi
seleccionada para representar o distrito de Ancuabe no II Festival Nacional de Dança
Popular realizado em 2002 em Maputo.
Para a educação dos jovens, estes eram submetidos a ritos de iniciação que duravam seis
meses em ambos os sexos. Os homens aprendiam tudo o que compete a um chefe da
Ancuabe
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família e aprendiam também a caçar; as mulheres recebiam ensinamentos sobre como tratar
do marido e dos seus filhos.
Quanto à arte, este povo dedica-se ao artesanato, confecção de esteiras, cestos, cilhas, camas
tradicionais, cadeiras de bambu, objectos de paus. Uma outra forma de arte praticada no
distrito é a olaria (objectos de barro e esculturas).
As habitações são feitas com material local (paus, bambus, matope e capim) em aldeias e
povoados dispersos em todo o distrito, dependendo do interesse de cada família ou
comunidade. Dedicam-se também à caça, pesca, comércio e pecuária, onde se criam animais
de pequena espécie.
Os régulos quando morressem eram enterrados nas cavernas juntando-se a ele uma rapariga
e os seus bens. O resto do povo era sepultado em sítios dispersos e as campas eram
sinalizadas por uma árvore, normalmente a Nfuma e Nthili.
Ancuabe
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tradicionais tratam principalmente dos aspectos tradicionais, tais como, cerimónias, ritos
e conflitos sociais.
Ancuabe
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Através dos líderes comunitários, as populações têm-se envolvido na busca de soluções para
os problemas existentes, nomeadamente, no combate à criminalidade, em colaboração com
a Polícia Comunitária, através da apreensão e denúncia de delinquentes; no combate ao
cultivo, consumo e comercialização de estupefacientes (suruma); na abertura de vias de
acesso; na confecção de tijolos no âmbito do programa de “comida por trabalho” e na
abertura de poços comunitários usando material convencional ou local.
Ancuabe
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3 Demografia
O distrito tem uma superfície de 4.836 km2 e uma população, à data de
1/1/2005, de 109 mil habitantes. Com uma densidade populacional de
22 hab/km2, estima-se que o distrito atinja, em 2010, os 118 mil
habitantes.
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Ancuabe
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Na sua maioria casados, após os 12 anos de idade, têm forte crença religiosa, dominada pela
religião Muçulmana.
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4 Habitação e Condições de Vida
30%
21%
0% 0%
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FIGURA 2: Habitações, por tipo de materiais usados
99% 99% 100%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1%0% 1% 0% 0%
Paredes Paredes Paredes Chão de Chão de Tecto de Tecto de Tecto de de bloco de zincodematerial adobelajechapa
caniço, durável ou terrade zinco capim ou colm o
paus ou batida
outros
86%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
11%
3%
10% 0% 0%
0%
Canalizada, dentro
Canalizada,
de casa fora de FontanárioPoço
casa ou furoRio ou Lago
Ancuabe
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5 Organização Administrativa e Governação
O
distrito tem três Postos Administrativos: Ancuabe-Sede, Metoro e Meza que, por sua
vez, estão subdivididos em 9 Localidades.
ANCUABE
ANCUABE - SEDE
CHIOTE
NACUALE
METORO
METORO - SEDE
SALAVE
MEZA
MEZA-SEDE
CAMPINE
NANJUA
MINHUENE
Para além destes órgãos, estão também adstritos ao Governo Distrital, os seguintes
organismos:
Ancuabe
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Neste distrito existem Delegações da EDM-EP, TDM-EP, Correios de Moçambique,
Posto da APIE.
Não obstante situações de avarias, ao nível distrital foi alcançada uma cobertura de 100%
em relação a viaturas para Administradores Distritais, motorizadas para Chefes de
Secretaria, máquinas de escrever manuais e rádios transmissores/receptores.
Ancuabe
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Governo Provincial e Central, pelos vários sectores de actividades do Distrito
organizados em Direcções e Sectores Distritais.
As instituições do distrito operam com base nas normas de funcionamento dos serviços
da Administração Pública, aprovadas pelo Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, do
Conselho de Ministros, publicado no Boletim da república n° 41, I Série, Suplemento.
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Fornecimento dos serviços de autenticação de fotocópias de documentos nos próprios
serviços;
Observado o novo prazo de tratamento de expediente que passou de 15 para 10 dias.
O Plano de Desenvolvimento Distrital (PDD) constitui o guia das directrizes para a redução
da pobreza absoluta e o vector do crescimento da economia sustentável do Distrito, razão
pela qual, o Governo de Moçambique, em particular em Cabo Delgado, decidiu introduzir a
Ancuabe
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elaboração de planos distritais de desenvolvimento participativo em três distritos piloto, nos
quais se inclui o de Ancuabe.
Anualmente, o Governo do Distrito elabora o seu plano de acções que contempla acções
a serem financiadas pelo Orçamento Geral do Estado e outras pelo financiamento
externo, o que significa que as que são financiadas pelo orçamento externo serão
executadas em parceria com as ONGs que operam no Distrito com participação das
comunidades, como por exemplo, a construção de um armazém para a conservação dos
produtos de uma determinada comunidade para posterior venda.
O início do século foi marcado por calamidades naturais que criaram uma situação de
insegurança alimentar, exigindo do Governo Distrital iniciativas enérgicas de mitigação, de
que se destacam:
Ancuabe
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No que respeita à fiscalização e acompanhamento das actividades florestais, foram
apreendidos 368 toros de pau-preto no PA de Meza, tendo o caso sido posteriormente
canalizado à DDADR.
Ancuabe
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manutenção e a rede de estradas terciárias que na época das chuvas tem problemas de
transitibilidade, sendo essencial a afectação de recursos públicos à sua reabilitação corrente.
O distrito está dotado de 1 Centro de saúde de nível I, 5 do nível II/III, com um total de
46 camas e 43 técnicos e assistentes de saúde.
Para o Desporto recreativo, existe uma Comissão composta por 2 (dois) elementos que
organizam o campeonato distrital anualmente. Uma área que funciona com problemas de
ordem financeira e que se ressente da falta de equipamento desportivo. Existe falta de
patrocinadores na área desportiva.
A acção nesta área tem sido coordenada com as organizações não governamentais,
associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e de
direitos entre homem e mulher em todos aspectos de vida social e económica, bem como
a integração no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.
Ancuabe
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Apesar dos esforços desenvolvidos, são ainda bem patentes no distrito os efeitos da
pobreza, calamidades naturais e da guerra que assolou Moçambique nas últimas décadas.
O Tribunal não possui instalações próprias (edifício), tem problemas de formação dos
seus quadros e não possui material de escritório adequado.
Neste período, foram registados 41 tribunais comunitários, o que mostra uma média de
crescimento de 4 tribunais/ano.
A Procuradoria funciona no mesmo edifício que o Tribunal Judicial. Funciona somente com
dois funcionários, ambos com a categoria de Assistente Técnico de Administração. Não tem
Procurador Distrital, o que a torna dependente da Procuradoria Provincial da República.
Ancuabe conta com uma Direcção de Identificação Civil que funciona com apenas um
(1) elemento e nas instalações da Administração do Distrito.
Este Sector conta com Delegações na Sede do Distrito, nos Postos Administrativos de
Metoro e Meza, com um total de 4 funcionários. Nos últimos 4 anos, o número de
registos de nascimento tende a crescer.
No Distrito funciona um Comando Distrital da PRM com três (3) Postos Policiais, assim
distribuídos: um (1) em Metoro, um (1) em Mesa e o terceiro no Posto de Controle
Policial na Localidade Sede de Salaue. A polícia controlou 44 crimes de natureza diversa,
contra 38 no ano passado, o que se traduz numa subida dos níveis de criminalidade na
ordem dos 16%. Foram realizadas igualmente 24 reuniões no âmbito da ligação polícia e
comunidade,
impostas 501 multas e realizados 8 policiamentos.
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Ancuabe
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5.4 Desminagem
As minas constituem ou constituíram, em algumas zonas identificadas, uma ameaça à
segurança da população e ao desenvolvimento económico. A acção de desminagem em
curso no país desde 1992, tem permitido diminuir o seu risco, sendo hoje a situação
existente no país e neste distrito mais controlada e conhecida.
Ancuabe
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5.5 Finanças Públicas
A Administração do Distrito, sem inclusão das instituições subordinadas
e unidades sociais, funcionou nos últimos anos com os seguintes níveis
de receitas e despesas anuais (em contos).
4% 10%
2% 23%
13% 54%
10%
84%
Imposto de Reconstrução NacionalT axas e licenças de Mercados Outras receitas e taxasSubsídio do O.E.
Despesas com pessoal Combustíveis e comunicações
Manutenção Outros gastos materiais
Ancuabe
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Não alocação de fundos de investimentos para manutenção das vias de acesso;
Falta de fundos de investimento para manutenção dos PS de Água e dos furos nas
aldeias;
Falta de infra-estruturas de educação e saúde para a população do distrito;
Falta de viaturas para a Administração e de motorizadas para locomoção dos Chefes
dos Postos Administrativos; e
Ausência de um programa de construções para atender o crescimento do aparelho
de estado.
A participação comunitária tem sido essencial para suprir várias necessidades em matéria de
construção, reabilitação e manutenção de infra-estruturas, nomeadamente estradas
interiores, postos de saúde e escolas, bem como residências para professores e enfermeiros.
Para tal, o Governo Distrital tem estabelecido coordenação de acções com as ONG’s,
visando levar a efeito a reconstrução e construção de infra-estruturas com base em
recursos locais e nos programas “comida pelo trabalho” financiados pelo PMA e pela Acção
Agrária Alemã (AAA).
Ancuabe
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3
6 Posse e Uso da Terra 33
A informação deste capítulo tem por objectivo analisar os traços gerais que
caracterizam a base agrária do distrito, de forma a permitir inferir sobre
eventuais cenários de intervenção que reforcem o sector no contexto do
processo de desenvolvimento distrital.
Apesar das reservas quanto à representatividade ao nível distrital dos dados do CAP, este
capítulo permite avaliar os principais factores que fazem deste sector um veículo
privilegiado de intervenção no desenvolvimento económico e social do país.
Este padrão desigual da distribuição das áreas fica evidente se referirmos que 1/3 da área
cultivada pertence a somente 12% das explorações do distrito.
Na sua maioria os terrenos não estão titulados e, quando explorados em regime familiar,
têm como responsável, em quase 75% dos casos, o homem da família.
3 Baseado em trabalho analítico da MÉTIER, suportado pelos dados do INE do Censo Agro-pecuário de 1999-2000. Apesar de
se tratar de extrapolação s a partir duma amostra cuja representatividade ao nível distrital é baixa, considera-se que – do ponto de
vista da análise da estrutura de uso e exploração da terra - os seus resultados são um bom retrato das características essenciais do
distrito. Aconselha-se, pois, que mais do que os seus valores absolutos, este capítulo seja analisado tendo em vista absorver os
principais
aspectos estruturais da actividade agrária.
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Ancuabe
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FIGURA 6: Estrutura de exploração agrária da terra
Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agro-pecuário, 1999-2000
No que respeita à posse da terra, quase 95% das 40 mil parcelas em que estão divididas
Area (ha) cultivada
Número de Explorações
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
< 1/2 1/2 ha - 1 ha - 2 2 ha - 3 3 ha - 4 4 ha - 5 5 ha - 10 ha - ³ 100 ha1 hahahahaha10 ha 100 haha
as explorações são tradicionalmente pertença das famílias da região, sendo transmitidas
por herança aos filhos, ou estão em regime de aluguer ou de concessão do estado a
particulares e empresas privadas. As autoridades tradicionais e oficiais detêm 5% das
parcelas agrícolas.
4% 1%
29%
66%
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Ancuabe
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Estas explorações estão divididas em cerca de 40 mil parcelas, metade com menos de
meio hectare e exploradas em cerca de metade dos casos por mulheres. De reter que, do
total de agricultores, 35% são crianças menores de 10 anos de idade, de ambos os sexos.
15.000
9.779
10.000 5.106
6.023
5.000 0
2.893
.842
0 1.683
0
Amendoim Batata Doce Feijão Mandioca Milho Arroz
Nº ExploraçõesÁrea (ha)
Ancuabe
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7 Educação
A maior taxa de escolarização verifica-se no grupo etário dos 10 a 14 anos, onde 35%
das crianças frequenta a escola, seguido do grupo de 5 a 9 anos, o que reflecte a entrada
tardia na escola. Na sua maioria, os estudantes são rapazes a frequentar o ensino
primário, dada a insuficiente / inexistente rede escolar dos restantes níveis de ensino
nalgumas localidades.
Primário
100% 8,7%
80%
60%
40%
20%
0%
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Ancua
be
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TABELA 7: Popula ção7, por nível de ensino que frequenta
NIVEL DE ENSINO QUE FREQUENTA Nenhum
Total Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior nível
DISTRITO DE ANCUABE 9,0% 0,0% 8,7% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 91,0%
5 - 9 anos 13,5% 0,0% 13,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 86,5%
10 - 14 anos 34,8% 0,0% 34,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 65,2%
15 - 19 anos 13,3% 0,0% 12,1% 1,1% 0,0% 0,0% 0,0% 86,7%
20 - 24 anos 1,7% 0,0% 1,0% 0,7% 0,0% 0,0% 0,0% 98,3%
25 e + anos 0,6% 0,0% 0,5% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 99,4%
HOMENS 12,1% 0,0% 11,6% 0,4% 0,0% 0,0% 0,0% 87,9%
MULHERES 6,1% 0,0% 6,0% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 93,9%
P.A. de ANCUABE 9,4% 0,0% 9,1% 0,3% 0,0% 0,0% 0,0% 90,6%
P.A. de METORO 7,1% 0,0% 6,9% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 92,9%
P.A. de MEZA 10,4% 0,0% 10,0% 0,3% 0,0% 0,0% 0,0% 89,6%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.
Do total de população8, verifica-se que somente 11% concluíram algum nível de ensino.
Destes, 93% completaram somente o ensino primário e 5% o 1º grau do secundário.
O baixo grau de escolarização reflecte o facto de, apesar da expansão em curso, a rede
escolar e o efectivo de professores serem insuficientes e possuírem uma baixa
qualificação pedagógica. Tais factos são agravados por factores socio-económicos,
resultando em baixas taxas de aproveitamento e altas desistências, em algumas das
localidades do distrito.
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TABELA 9: Escolas, alunos e professores, 2003
NÍVEIS DE ENSINO E N.º de N.º de Alunos N.º de Professores
POSTOS ADMINISTRATIVOS Escolas M HM M HM
TOTAL DO DISTRITO 52 7.118 17.796 60 302
EP1 46 6.196 15.490 50 248
EP2 5 572 1.430 7 37
ESG I 1 350 876 3 17
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Educação
EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos.
A maioria dos professores tem uma formação escolar baixa, possuindo, em média, a 6ª
classe e, em alguns casos, um ano de estágio pedagógico, o que condiciona bastante a
qualidade do ensino ministrado.
Ancuabe
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8 Saúde e Acção Social
8.1 Cuidados de saúde e quadro epidémico
A rede de saúde do distrito, apesar de estar a evoluir a bom ritmo,
é insuficiente, evidenciando os seguintes índices de cobertura média:
Uma unidade sanitária por cada 20 mil pessoas;
Uma cama por 2.600 habitantes; e
Um profissional técnico para cada 2.700 residentes no distrito.
A Direcção Distrital de Saúde distribui regularmente por cada Centro de Saúde “Kits A e B”
e pelos Postos de Saúde “Kits B”. A tabela seguinte apresenta, para o ano de 2003, a
posição de alguns indicadores que caracterizam o grau de acesso e de cobertura dos serviços
do Sistema Nacional de Saúde.
O quadro epidémico do distrito é dominado pela malária, diarreia e DTS e SIDA que, no
seu conjunto, representam quase a totalidade dos casos de doenças notificados no
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di s tr it o .
A n c u a b e
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8.2 Acção Social
A integração e assistência social a pessoas, famílias e grupos sociais em situação de pobreza
absoluta, dá prioridade à criança órfã, mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e
portadores do HIV-SIDA, tóxico-dependentes e regressados.
Neste distrito existem, segundo os dados do Censo de 1997, cerca de 3 mil órfãos (dos quais
25% de pai e mãe) e cerca de 1.500 deficientes (70% com debilidade física, 23% com
doenças mentais e 7% com ambos os tipos de doença).
A acção social no distrito tem sido coordenada com as organizações não governamentais,
associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e de
direitos entre homem e mulher em todos aspectos de vida social e económica, bem como
a integração no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.
Ancuabe
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9 Género
O distrito tem uma população de 109 mil habitantes - 56 mil do sexo feminino - sendo
11% das famílias do tipo monoparental chefiados por mulheres.
9.1 Educação
Tendo por língua materna dominante o Emakuwa, só 11% das mulheres tem
conhecimento da língua portuguesa. A taxa de analfabetismo na população feminina é de
92%, sendo de 69% no caso dos homens.
Das mulheres do distrito com mais de 5 anos, 60% nunca frequentaram a escola e
somente 5% concluíram o ensino primário.
A maior taxa de escolarização feminina ocorre no grupo etário dos 10 a 14 anos, em que
24% das raparigas frequentam a escola. Este indicador evidencia o baixo nível escolar e
a entrada tardia na escola da maioria das raparigas, sobretudo nas zonas rurais.
69%
16%
56%
79%
Ensino primário concluído Sem frequência escolar
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nos homens).
93%
100%
76%
90%
80% 56%
70% 54%
44% Homens Mulheres
60% 46%
50%
24
40% %
30% 7%
20%
10%
9.3 Governação
Ao nível do distrito tem-se privilegiado a coordenação das acções
de algumas organizações não governamentais, associações e sociedade
civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e
direitos
entre sexos em todos aspectos de vida social e
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econó m ic a , e a integração da mulher no mercado de
A n c u a be
trabalho,
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processos de geração de rendimentos e vida escolar.
Ancuabe
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10 Actividade Económica
De um total de 109 mil habitantes, 62 mil estão em idade de trabalho (15 a 64 anos).
Excluindo os que procuram emprego pela primeira vez, a população economicamente activa
é de 50 mil pessoas, o que reflecte uma taxa implícita de desemprego de 20%.
Da população activa, 97% são trabalhadores familiares ou por conta própria, na maioria,
mulheres. A percentagem de assalariados é somente de 3% da população activa, sendo -
de forma inversa, dominada por homens (as mulheres representam apenas 7% do total de
assalariados).
2% 3% 3%
12%
95% 85%
Ancuabe
10 Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
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TABELA 14: População activa11, por ramo de actividade, 2005
POSIÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO
Por
SECTORES DE ACTIVIDADE Assalariados Sector conta Trabalhador Empresário
6% 2%
8%
7%
60%
17%
(*) Inclui o autoconsumo da produção agrícola e a imputação da renda por posse de habitação própria
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, IAF - 2002/03.
11 Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
12 O Índice de Incidência da Pobreza (povery headcount índex) é a proporção da população cujo consumo per capita está abaixo da linha
da pobreza. Ancuabe
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Com variância significativa, a distribuição da receita familiar está concentrada nas classes
baixas, com 55% dos agregados na faixa de rendimentos mensais inferiores a 1.500 contos.
15,4% 15,3%
12,4%
9,2% 10,1%
5,8%
4,2%
m enos De 500.000 a De 1.000.000 De 1.500.000 De 2.000.000 De 2.500.000 De 5.000.000 Com mais de de 500.000 1.000.000 MT a 1.500.000 a 2.000.000 a 2.500.000 a 5.000.000 a 10.000.000 10.000.000 MTMTMTMTMTMTMT
13 Estimativa da MÉTIER, a partir de dados do Relatório sobre Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: 2ª Avaliação
NAanciocnual abe (2002-03), DNPO, Gabinete de Estudos do MPF.
14 Nomeadamente, os Médicos sem fronteira.
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Nos períodos de escassez, as famílias recorrem a uma diversidade de estratégias de
sobrevivência que incluem a participação em programas de "comida pelo trabalho", a
recolha de frutos silvestres, a venda de lenha, carvão, estacas, caniço, bebidas e a caça.
As famílias com homens activos recorrem ao trabalho remunerado nas cidades mais
próximas, já que as oportunidades de emprego no distrito são reduzidas, dado que a
economia ter por base, essencialmente, as relações familiares.
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O Distrito possui 2 (duas) cabinas telefónicas: uma na Sede do distrito assegurada pela
Administração; outra em Metoro assegurada por um privado. Existem, ainda, Rádios de
Transmissão e Receptores em algumas instituições, nomeadamente, na Direcção de
Agricultura e Desenvolvimento Rural, Administração e Comando Distrital da PRM. Existe
uma estação postal dos Correios de Moçambique inoperacional.
Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e
manutenção das infra-estruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água
a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das
chuvas, tem problemas de transitibilidade.
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armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento Ancuabe
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das culturas.
De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de
três sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona
planáltica baixa onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente
mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e
a produção de arroz pluvial nos vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives.
Na maioria da região, este sistema é característico do topo dos interflúvios, declives
superiores e intermédios.
As águas dos rios são aproveitados para a prática de hortícolas, bananal, arrozal,
canavial, bem como a actividade pesqueira. Grande parte das represas existentes no
distrito está subaproveitada.
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TABELA 16: Produção agrícola, por principais culturas: 2000-2003
Campanha 2000/2001 Campanha 2001/2002 Campanha 2002/2003
Principais Área (ha) Produção Área (ha) Produção Área (ha) Produção
Culturas Semeada (Toneladas) Semeada (Toneladas) Semeada (Toneladas)
Milho 9.159 8.793 9.744 9.355 10.273 9.862
Arroz 1.153 922 1.226 981 1.253 1.002
Mapira 5.471 3.830 5.820 4.075 4.002 2.801
Amendoim 5.036 3.021 5.357 3.214 4.467 2.680
Mandioca 12.041 24.082 12.810 25.619 13.422 26.845
Feijões 2.450 980 2.607 1.042 6.883 2.752
Algodão caroço 3.587 1.650 3.330 1.532 2.908 1.338
Castanha de cajú 929 741 667
TOTAL DO DISTRITO 38.898 44.207 40.894 46.558 43.207 47.947
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial de Agricultura
10.5.2 Pecuária
O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado
e algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.
Dados do sector indicam haver uma tendência para o aumento do número de licenciados,
prevendo-se que, em 2002, o número chegue a 10 operadores. Apesar deste aumento,
verifica-se que no mesmo período houve uma redução dos volumes de madeira
explorados, resultante das novas medidas introduzidas pelo sector.
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para a produção de carvão vegetal e extracção de lenha, que constituem uma fonte de
rendimento das famílias, sobretudo nos povoados situados nos corredores. A zona de
Nipataco na Localidade de Salaue, é tida como a mais favorita, pois é a que mais
abastece a Cidade de Pemba, de carvão e material de construção (bambus, barrotes,
tábuas, etc).
Para além de uma grande variedade de frutos silvestres, o distrito tem papaieiras, laranjeiras,
bananeiras, cajueiros, goiabeiras e ateiras. A falta de sementes, a seca e a falta de hábitos são
os maiores obstáculos à silvicultura no distrito. O distrito de Ancuabe já se debate com
problemas de desflorestamento e erosão de solos.
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Ancuabe
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Dificuldade de escoamento de produtos devido ao mau estado das vias;
Falta de apoio financeiro aos comerciantes;
Falta de armazenistas para venda a grosso.
Este recurso serviu para exportação, para além de ter sido a principal fonte de emprego para
muitas famílias do distrito. De acordo com a população, a sua paralisação provocou
desemprego, redução do comércio e da produção e a consequente pobreza do distrito.
Não existe nenhuma instituição bancária a operar no distrito, nem nenhum sistema
formal de crédito em condições acessíveis aos operadores locais. As possibilidades de
acesso ao crédito derivam de prática no sector informal, nomeadamente dos comerciantes
locais e dos familiares dos interessados.
Ancuabe
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Anexo: Autoridade Comunitária no Distrito de Ancuabe
(Fonte de dados: Direcção Nacional da Administração Local)
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Pág ina
21 Benjamin Nacir Pira Secretário Aldeia M Minheweni
22 Resse Salia Régulo M Ncocora
23 Daniel Franco Régulo M Nacaca
24 Alves Laquelia Secretário Aldeia M Nacaca
25 Joaquim da S. Parias Secretário Aldeia M Nanhomane
26 Paulino Bilibiza Secretário Aldeia M Nanune
27 Daniel Namuanja Régulo M Maremano
28 Paulo Rosário Secretário Aldeia M Maremano
29 Simão Hassine Secretário Aldeia M Natocua
30 Rafique C. Mussa Secretário Aldeia M Ncocora
31 Anli Buanassa Secretário Aldeia M Mihegano
32 Tavares Albino Secretário Aldeia M Nacololo
33 Pirate N. Narivai Secretário Bairro M Ntuto
Ancuabe
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Pág ina
Documentação consultada
PÁGINA
Estatístico Sanitário da Província de Cabo Delgado, 2004.
Ministério do Plano e Finanças, Gabinete de Estudos, DNPO, Relatório sobre Pobreza e Bem-
estar em Moçambique: 2ª Avaliação Nacional (2002-03).
Ministério do Plano e Finanças, Plano de Acção Para a Redução da Pobreza Absoluta (2001-2005),
Conselho de Ministros, 2001.
Ancuabe
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Série: Perfis Distritais
Edição: 2005