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A DINÂMICA DA POPULAÇÃO
NO DESENVOLVIMENTO
DE MOÇAMBIQUE
A DINÂMICA DA POPULAÇÃO
NO DESENVOLVIMENTO DE MOÇAMBIQUE
Nos termos legais, é expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer
forma ou meio, nomeadamente fotocópia ou digital, este livro.
FICHA TÉCNICA
Título: A Dinâmica da População no Desenvolvimento de Moçambique
Autor: Manuel de Azevedo Antunes
Copyright © Manuel de Azevedo Antunes & CPES
Lisboa, 2015
ISBN 978-1495447822
Impressão: Createspace – Amazon
17
ABSTRACT
18
RÉSUMÉ
19
INTRODUÇÃO
Para esclarecer esta problemática, começa-se por algumas Questões Prévias, com
uma breve referência à Metodologia utilizada e uma Reflexão Epistemológica sobre o
enquadramento do tema desta tese no âmbito da Ciência Política. Seguir-se-á uma análise da
antinomia do desenvolvimento/subdesenvolvimento. O que levará às origens, evolução e
prospectivas da Economia do Crescimento, passando pela análise sociocultural do
desenvolvimento e do desenvolvimento sustentável. No pressuposto (mais uma hipótese) de
que o desenvolvimento é um fenómeno global, resultante da interpenetração dinâmica de
múltiplos factores actuantes.
Esta refexão apontará, também, para a diversidade de caminhos ou modalidades de
desenvolvimento, nomeadamente, em função da história, da geografia, da política, da
economia, da cultura, da população.
Daí a necessidade de uma delimitação ao tema: A dinâmica da população no
desenvolvimento de Moçambique independente, nos finais do século XX, com principal
incidência na primeira década da independência, tendo em conta o passado mais recente
de Moçambique e o futuro mais próximo, com o conveniente enquadramento no contexto
regional e internacional, sempre que possível, necessário e oportuno.
25
Para isso, far-se-á uma caracterização geral de Moçambique, a nível
geográfico, político, socioeconómico e demográfico, a que se seguirá uma análise mais
aprofundada da problemática da população, com as suas implicações no desenvolvimento de
Moçambique. Isso será realizado, avaliando a evolução populacional e a política de
natalidade e protecção materno-infantil, a mortalidade, a escolarização e força de
trabalho, as migrações e pólos de desenvolvimento, a produção e distribuição
alimentar, as prospectivas para um futuro próximo, enfim, tentando definir e calcular um
Índice de Desenvolvimento Humano Sustentável para Moçambique. O que constitui uma
importante e original inovação.
Desta análise sairão, assim se espera, algumas prospectivas e conclusões.
Trata-se de uma abordagem de grande pertinência científica. É, até, a primeira vez que,
nas Universidades portuguesas, se analisa a população de um país com os métodos aqui
utilizados, como se verá, não se limitando, nesse aspecto, o estudo a uma simples análise
demográfica, com a ideia pré-concebida de que os dados são incorrectos e de que a
Demografia é «para os países civilizados», no dizer de Achille Guillard, em 1855,
remetendo-se os outros países, como Moçambique, por exemplo, para o campo privilegiado
da Etnografia ou da Etnologia.
Intencionalmente, não se fará qualquer abordagem, nesta tese, dos aspectos
etnográficos ou etnológicos da população moçambicana, pois entende-se que a referida
população tem direito a ser estudada como a população de qualquer outro país, nomeadamente
em termos demográficos.
Por outro lado, a população, que, a par do território e do governo, constitui um dos
elementos fundamentais do Estado, costuma andar bastante arredada das análises políticas e
não só.
Daí a importância que é dada à componente populacional, no âmbito desta tese,
essencialmente centrada na bem pertinente questão da dinâmica da população no
desenvolvimento, em Moçambique, no último quartel do século XX.
26
Como contraponto/complemento da globalização tem-se desenvolvido a teoria e
prática da regionalização.
Como refere Raposo MEDEIROS,
“Na base da institucionalização da regionalização, estão forças políticas com
referencial aos poderes do Estado e buscando diminuir obstáculos intra-regionais à
circulação de mercadorias, de capitais e de pessoas. (...) No plano de facto, a
regionalização é encarada como um fenómeno económico resultante das mesmas
forças microeconómicas que aparecem na globalização. (...) Em suma: a
regionalização pode ser definida como «o conjunto de medidas tomadas pelos
Estados para aumentar, ou diminuir, os obstáculos às trocas, aos investimentos, aos
fluxos de tecnologia e a outros movimentos de factores entre os grupos de países».
Há ligações entre globalização e regionalização. Se na verdade constituem
processos opostos, na medida em que um é fundamentalmente centrífugo e o outro
centrípeto, eles podem não ser antagónicos, sobretudo quando a regionalização
reforça o campo da concorrência”371.
371
Eduardo Raposo de MEDEIROS, op. cit., p. 583.
372
Cf. Idem, op. cit., p. 584.
122
que assentavam na ideia de que uma rápida industrialização levaria a uma modernização da
economia nacional, com uma consequente difusão dos benefícios monetários. Essas
estratégias resultaram num incremento dos Indicadores Sociais373.
Este «Movimento de Indicadores Sociais», como foi designado, nomeadamente, por
Otis Dudley DUNCAN374, surgido a meados da década de sessenta do século passado e
aplicado, principalmente, nos anos de 1970 e 1980, abarca uma grande variedade de
tentativas para especificar indicadores de bem-estar socioeconómico, tais como a qualidade
da habitação, da saúde, da educação, do emprego, da alimentação, segurança social,
lazer, etc., enfim, da qualidade de vida. E distendeu-se por todas as Ciências Sociais,
com uma grande variedade de aspectos e realizações, visando a mensuração do social
para apoio, em última instância, à decisão governamental, tentando romper com a fórmula
economicista:
desenvolvimento = crescimento = bem-estar.
373
Cf. Michael CARLEY, Indicadores Sociais: Teoria e Prática (Tit. orig. Social Measurement and social
indicators: issues of policy and theory, Londres, 1981), Trad. de Vera Ribeiro, Zahar Editores S.A., Rio
de Janeiro, 1985, Prefácio, s/p.
374
Cf. Otis Dudley DUNCAN, Towards Social Reporting: Next Steps, Russel Sage Foundation, New York, 1969.
375
Instituto Nacional de Estatística, Recenseamentos da População e da Habitação 1981 - Antecedentes,
Metodologia e Conceitos, Lisboa, 1984, pp. 9-10.
376
Cf. Vasco FORTUNA, Curso de Estatística, Repartição de Estatística Geral, Direcção dos Serviços de
Economia e Estatística Geral, Luanda, 1964, p.16.
123
todos os outros, que dele se distinguiriam por desvios mais ou menos acentuados. Interessado
pelos problemas sociais, tanto quanto possível mensuráveis, QUETELET escreveu em 1835 a
sua primeira obra de envergadura Sobre o Homem e o Desenvolvimento das suas Faculdades,
ou Ensaio de Física Social. E, em 1842, QUETELET conseguiu a realização do Censo de
Bruxelas, espécie de balão de ensaio para o Recenseamento de toda a Bélgica, em 1846, para,
poucos anos depois, em 1853, organizar, em Bruxelas, o 1º Congresso Internacional de
Estatística, que tão grande importância teve nos Censos posteriores de todo o mundo,
nomeadamente no I Recenseamento Geral da População Portuguesa, em 1864, que seguiu de
perto as orientações daquele Congresso.
No princípio do século XX, o italiano NICÉFORO (1876-1960), publicou um livro
que hoje é considerado o primeiro relatório social de todos os tempos: Les Indices numériques
de la civilisation et du progrès [Os Índices numéricos da civilização e do progresso], onde o
autor procura desenvolver indicadores que considera importantes para vários aspectos do seu
conceito de civilização377.
Na Inglaterra, Arthur Cecil PIGOU (1877-1959), discípulo de Alfred MARSHALL
(1842-1924), publicou, em 1920, o seu The Economics of Welfare [A Economia do Bem-
Estar], defendendo que a economia neoclássica teria que ter em conta os custos sociais e
ambientais, ou desserviços (disservices), hoje designados por «externalidades», e assinalando
que o bem-estar público poderia ser prejudicado por tais custos sociais, que estavam para além
dos custos de produção privados378.
Uma outra fonte do movimento dos indicadores sociais encontra-se na obra do
sociólogo americano William F. OGBURN, da Universidade de Chicago. Procurando
desenvolver o papel da investigação social no processo decisório do governo, OGBURN
publicou, em 1922, um livro intitulado Social Chance [Mudança Social], onde defende que a
melhor maneira de explicar a mudança social seria através da elaboração de medidas
fidedignas do desenvolvimento e da evolução cultural, isto é, de descrições tanto quanto
possível quantitativas sob a forma de séries estatísticas ou de observações descritas
cuidadosamente379.
Por incumbência do Presidente Hoover, dos Estados Unidos, OGBURN teve ainda a
oportunidade de dirigir a equipa de pesquisa de um Comité Presidencial, criado em 1929 com
o objectivo de analisar as tendências sociais em vários sectores da vida norte-americana, do
que resultou o clássico Recent Social Trends [Tendências Sociais Recentes], de 1933. Nesse
relatório, com 32 itens, que vão da educação à religião, passando pelos grupos étnicos,
recreação e lazer, saúde e ambiente, tendências rurais, mulheres, ocupações, família,
criminalidade, etc., OGBURN procurou estabelecer a inter-relação entre esses diversos
tópicos, de forma a obter uma perspectiva mais abrangente da sociedade norte-americana.
Nessa linha de ideias, OGBURN organizou ainda uma edição anual do American Journal of
Sociology [Jornal Americano de Sociologia], dedicado à mudança social entre 1928-1934380.
A influência da obra de OGBURN ainda hoje se repercute em inúmeras publicações de
indicadores estatísticos, por todo o mundo, a começar pelos Estados Unidos. De facto,
“(…) o impulso para o aumento do interesse pelos indicadores sociais nos Estados
Unidos surgiu em 1962, quando a Academia Norte Americana de Artes e Ciências
empreendeu um projecto para a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço
377
Cf. Michael CARLEY, op. cit., p. 16.
378
Cf. A. C. PIGOU, The Economics of Welfare (1920), Macmillan, Londres, 1932.
379
Cf. Michael CARLEY, op. cit., p. 17.
380
Cf. Idem, op. cit., pp. 17-18.
124
(NASA). A finalidade desse projecto era examinar os efeitos secundários do
programa de exploração espacial na sociedade norte-americana”381.
381
Idem, op. cit., p. 19.
382
Cf. Idem, op. cit., pp. 20-21.
383
UNITED NATIONS, Measures for the Economic Development of Underdeveloped Countries, New York,
1951, p. 3.
125
PIRÂMIDE DA INFORMAÇÃO
384
J. B. Pena TRAPERO, Problemas de la Medicion del Bienestar y Conceptos Afines. (Una Aplicacion al
Caso Español), Instituto Nacional de Estadística, Madrid, 1977, p.10.
126
No caso presente, interessa considerar o nível de vida. E, como este não é
directamente mensurável, pois resulta de um conjunto de situações objectivas e subjectivas,
além da agregação implícita na passagem do individual ao colectivo, há que elaborar
substitutos das medidas mais directas do nível de vida. Esses substitutos é que constituem
os Indicadores Sociais, “medidas de uma característica observável de um fenómeno social e
que estabelecem o valor de uma característica diferente mas não observável do fenómeno”385.
Nesse âmbito, com tais indicadores (que incluem aspectos tão variados como o nível de
emprego, qualidade habitacional, nível de instrução, qualidade dos transportes, esperança
média de vida, indicadores de morbilidade e mortalidade, de lazer, de carácter ambiental,
etc.), procura-se ultrapassar as limitações da medição do desenvolvimento apenas pelo
Produto Nacional Bruto.
Com refere Paul SAMUELSON,
“(…) os apologistas da economia e do sistema social existentes argumentam com
frequência que a livre iniciativa produziu um crescimento do PNB real nunca antes
observado na história da humanidade. Mas a confiança no PNB abrandou. Os
críticos queixam-se de que o PNB representa o materialismo excessivo de uma
sociedade devotada à produção enorme de bens inúteis. Como disse um crítico:
«Não me falem de todos os vossos números e dólares, do vosso produto nacional.
Para mim, o PNB significa poluição nacional bruta»”386.
Para o cálculo do BEEL, SAMULSON propõe que ao PNB seja adicionado o «Valor
do Tempo de Lazer» e o «Valor da Economia Subterrânea», a que devem ser deduzidos os
«Prejuízos Ambientais»388. Remetendo, assim, também este consagrado autor, defensor da
«Economia Mista», para a utilização dos Indicadores Sociais. O que, como se viu, tem sido
feito por várias organizações internacionais. Será essa também a perspectiva aqui adoptada:
tentar abordar a problemática do desenvolvimento/subdesenvolvimento, em Moçambique,
pela identificação, definição e interligação de um conjunto de indicadores que permitam
visualizar a situação socioeconómica do país, com a consequente compreensão ex-
plicativa.
385
Michael CARLEY, op. cit., p. 2.
386
Paul A. SAMUELSON; William D. NORDHAUS, Economia (Tit. orig. Economics, 1948), 14ª Ed., Trad. de
Elsa Nobre Fontainha e Jorge Pires Gomes, McGraw-Hill, Lisboa, 1996, p. 498.
387
Idem, ibid.
388
Cf. Idem, op. cit., pp. 498-499.
127
É um facto que os modelos, até agora surgidos, de medição do desenvolvimento, não
conseguem abranger todos os aspectos do desenvolvimento assim definido.
O que mais se aproximaria seria um modelo que conjugasse o Índice do
Desenvolvimento Humano, preconizado pelo PNUD, desde 1990 a esta parte, com um Índice
de Desenvolvimento Sustentável, minimamente consensual, ainda inexistente, não obstante
algumas tentativas de construção desse Índice.
De facto, ao longo dos últimos anos, começaram a surgir alguns métodos para tentar
medir a sustentabilidade.
Um dos exemplos de novo método é o Indicador de Progresso Genuíno (GPI),
apresentado pela organização não-governamental Redefining Progress, baseado na
metodologia do Friends of the Earth, que, assente no cálculo do PIB, agrega outros dados
que podem influenciar aquele valor.
No cálculo do GPI entram os cálculos da distribuição da receita, do trabalho
doméstico e voluntário, o nível educacional, o custo do crime, a perda de recursos naturais, a
poluição, a degradação ambiental a longo prazo, a diminuição do tempo de lazer, os gastos
defensivos, o tempo de vida útil dos bens de consumo e da infra-estrutura pública, a
dependência de activos externos389.
Mas outros métodos têm surgido, tais como, por exemplo:
• O modelo Ecological Footprint Method (método da pegada ecológica);
• O modelo Dashboard of Sustainability (painel de sustentabilidade);
• O modelo Barometer of Sustainability (barómetro de sustentabilidade);
• O Índice de Sustentabilidade Ambiental;
• O Índice de Desempenho Ambiental;
• O modelo Pressão-Estado-Resposta, com os Indicadores da O.C.D.E.;
• O modelo Força Motriz-Estado-Resposta, com os Indicadores das
Nações Unidas.
389
Cf. Luís INDRIUNAS, HowStuffWorks - Como funciona o desenvolvimento sustentável, publicado em 17 de
outubro de 2007 (atualizado em 16 de junho de 2008) http://ambiente.hsw.uol.com.br/desenvolvimento-
sustentavel3.htm. Acedido a 11 de Setembro de 2008.
390
Cf. M. WACKERNAGEL; W. REES, Our Ecological Footprint, BC and Stony Creek, CT, New Society
Publishers,Gabriola Island, 1996.
391
Hans Michael Van BELLEN, “Desenvolvimento Sustentável: Uma Descrição das Principais Ferramentas de
Avaliação”, in Rev. Ambiente & sociedade, Jan.-Jun., Vol. 7, número 001, ANPPAS, Campinas, Brasil, 2004, p.
69.
128
Nesse sentido, o referido método fundamenta-se no conceito de capacidade de carga,
imposta ao meio ambiente pela sociedade, que o sistema pode suportar, segura e
persistentemente.
Em síntese, “este método consiste em definir a área necessária para manter uma
determinada população ou sistema económico indefinidamente, fornecendo:
a) energia e recursos naturais e
b) capacidade de absorver os resíduos ou dejetos do sistema”392.
A escala de cores, varia entre o vermelho escuro (situação crítica), passando pelo
amarelo (médio), até ao verde-escuro (estado positivo).
“Conceptualmente, o Dashboard of Sustainability é um índice agregado de vários
indicadores dentro de cada um dos mostradores citados anteriormente; a partir do
cálculo destes índices deve-se obter o resultado final de cada mostrador. Uma
função adicional calcula a média destes mostradores para que se possa chegar a um
índice de sustentabilidade global ou Sustainable Development Index, SDI. Se o
objetivo é avaliar o processo decisório, um índice de performance política, Policy
Performance Index, PPI, é calculado”395.
129
Como refere Van BELLEN,
“Para calcular ou medir o progresso em direcção à sustentabilidade os valores para
os índices de bem-estar social e da ecosfera são calculados, bem como os dos
subíndices, caso existam. O índice de bem-estar do ecossistema identifica
tendências da função ecológica no tempo. É uma função da água, terra, ar,
biodiversidade e utilização dos recursos. O índice de bem-estar humano representa
o nível geral de bem-estar da sociedade e é uma função do bem-estar individual,
saúde, educação, desemprego, pobreza, rendimentos, crime, bem como negócios e
atividades humanas. Trata-se de um gráfico bidimensional onde os estados do
bem-estar humano e do ecossistema são colocados em escalas relativas, que vão de
0 a 100, indicando uma situação de ruim até boa em relação à sustentabilidade. A
localização do ponto definido por estes dois eixos, dentro do gráfico
bidimensional, fornece uma medida de sustentabilidade ou insustentabilidade do
396
sistema” .
130
Em Portugal, após a edição de um documento de trabalho, em 1998, elaborado no
âmbito do Ministério do Ambiente, publicou-se, em 2000, a Proposta para um Sistema de
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, com 132 indicadores, dos quais 72 ambientais,
29 económicos, 22 sociais e 9 institucionais402, segundo o modelo Pressão-Estado-Resposta,
da O.C.D.E. Este trabalho foi melhorado, em 2007, com o Sistema de Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável – SIDS-PORTUGAL403, incluindo as categorias
Actividade/Força Motriz, Pressão, Estado, Impacte e Resposta, seleccionados com base em
critérios específicos para este tipo de indicadores, nomeadamente os critérios apresentados
pela Comissão da União Europeia e pela O.C.D.E., entre outros404.
Como se pode ler no referido documento,
“O número de indicadores-base do actual SIDS Portugal é de 118 (…), enquanto os
subdomínios de indicadores-chave e de indicadores-regionalizáveis são de 30 indicadores
(…), seguindo a experiência internacional em que os indicadores-base não devem exceder
os 150 e que os restantes subdomínios se devem situar entre os 10 e 30 indicadores
405
(…)” .
402
Cf. Direcção Geral do Ambiente, Proposta para um Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável,
DGA, Amadora, 2000, p. 1.
403
Agência Portuguesa do AMBIENTE, Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – SIDS-
-PORTUGAL, Amadora, 2007.
404
Cf. Idem, op. cit., p. 14.
405
Idem, ibid.
406
Cf. The UN CDSDashboard, http://esl.jrc.it/dc/dbgal_en.htm. Acedido a 30 de Outubro de 2008.
131
4.3 - PARA A DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO
HUMANO PARA MOÇAMBIQUE
E o relatório, continua:
“(…) o que chamamos desenvolvimento humano é o processo que alarga o leque
das possibilidades oferecidas aos indivíduos: viver durante muito tempo e em boa
saúde, ser instruído e dispor de recursos que permitam um nível de vida
conveniente, são exigências fundamentais; a que se deve juntar a liberdade
18
política, os direitos do homem e o respeito por si próprio” .
15
Cf. PNUD, Rapport Mondial sur le Développement Humain 1990, (Tit. Orig. Human Development Report
1990), Economica, Paris, 1990.
16
Amartya SEN, “Avaliar o Desenvolvimento Humano”, in PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano
1999, (Tit. orig. Human Development Report 1999), Trinova Editora, Lisboa, 1999, p. 23.
17
Cf. PNUD, Rapport Mondial sur le Développement Humain 1990, …, p. iii.
18
Idem, op. cit., p. 1.
410
vida, o nível de alfabetização e dos recursos que permitem gozar de condições de vida
decentes”19.
No que respeita à esperança média de vida à nascença, o interesse deste critério está
no facto de, além de expressar a longevidade média de uma coorte, reflecte outros aspectos,
tais como uma correcta alimentação e uma boa saúde. O que faz da esperança média de vida
um importante indicador do desenvolvimento humano.
Por outro lado, a alfabetização é o reflexo do acesso ao ensino, cada vez mais
indispensável na sociedade dos nossos dias. Pelo que, na falta de informação mais detalhada
sobre a instrução, a alfabetização é um elemento importante a ter em conta no
desenvolvimento humano de base.
A terceira componente preconizada para a elaboração do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) acesso aos recursos necessários às convenientes condições de vida é o
que apresenta maior dificuldade de medição. Por isso se recorre a um outro indicador, o PIB
per capita, em $US, ajustado em função do poder de compra, não obstante todas as
limitações deste critério20.
19
Idem, ibid.
20
Cf. Idem, op. cit., pp. 12-13.
21
Cf. Idem, op. cit., p. 120.
22
Cf. Idem, op. cit., pp. 120, 140.
411
- Esperança máxima de vida
à nascença = 78.4
- Esperança mínima de vida
à nascença = 41.8
- Esperança média de vida
em Moçambique (1987) = 47.0
- Taxa máxima de alfabetização
dos adultos = 100.0
- Taxa mínima de alfabetização
dos adultos = 12.3
- Taxa de alfabetização
dos adultos
em Moçambique (1985) = 39.0
- PIB real máximo
por habitante (log) = 3.68
- PIB real mínimo
por habitante (log) = 2.3
- PIB ajustado por habitante
em Moçambique -1987-(log) = 2.70
O que situa Moçambique, para o ano de 1987, no conjunto dos países, como o 13º
país mais subdesenvolvido do mundo. Nessa escala, o Japão aparece como o país mais
desenvolvido, com um IDH = 0.996, e o Níger surge como o mais subdesenvolvido, com um
IDH = 0.11623.
Tomando por critério o PNB per capita, o Relatório do Banco Mundial de 1990,
colocava Moçambique em último lugar, com base nos dados de 198824.
23
Cf. Idem, op. cit., pp. 140-141.
24
Cf. World BANK, World Development Report 1990, World Bank, Washington, 1990, pp. 178-179.
412
4.3.3 - Aperfeiçoamento do IDH de base
QUADRO Nº 181
Valores do IDH
1960-1992
Anos
1960 1970 1980 1992
País IDH
Canadá 0.865 0.887 0.911 0.932
Moçambique 0.169 0.248 0.247 0.252
Guiné 0.083 0.111 0.148 0.191
Fonte: Cf. PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano 1994, ..., p. 105.
Tendo em conta o referido critério, Moçambique ocupava, em 1992, o 12º lugar antes
do fim da escala, entre os 173 países referenciados de todo o mundo.
Prosseguindo com a tarefa de aperfeiçoar o IDH, o relatório do PNUD de 1995
introduz duas alterações na construção do IDH. Assim, a variável média de anos de
escolaridade foi substituída pelas taxas de escolaridade conjuntas do primário, secundário e
25
Cf. PNUD, Rapport Mondial sur le Développement Humain 1991, Economica, Paris, 1991, pp. 100-104;
Rapport Mondial sur le Développement Humain 1993, Economica, Paris, 1993, pp. 110-114.
26
Cf. Idem, Relatório do Desenvolvimento Humano 1994, (Tit. Orig. Human Development Report 1994),
Tricontinental Editora, Lisboa, 1994, p. 90.
413
superior, ao mesmo tempo que o valor mínimo de rendimento passou a ser considerado 100
dólares ponderados per capita27.
Nestas condições, Moçambique aparece, para 1992, em 167º lugar (oitavo antes do
fim), numa lista de 174 países de todo o mundo, em que o Níger ocupa o último lugar e o
Canadá continua com a primeira posição, na escala do Índice de Desenvolvimento Humano28.
Situação essa que se mantém em 199329. Já para 1994, Moçambique passa a ocupar a 166ª
posição, ficando a Serra Leoa, em último, numa lista de 175 países, continuando o Canadá em
primeiro lugar30. Posição que se mantém idêntica em 1995, com os 174 países considerados31.
Na busca de um aperfeiçoamento da metodologia para o cálculo do IDH, em 1999, o
PNUD elaborou novos critérios para a sua determinação32.
Segundo o PNUD, o IDH baseia-se nos indicadores de longevidade, medida pela
esperança média de vida à nascença, nível educacional, medido por uma combinação da
alfabetização adulta (ponderação de 2/3) com a taxa de escolarização combinada do primário,
secundário e superior (ponderação de 1/3) e nível de vida, medido pelo PIB real per capita em
$US.
Para a construção do índice foram estabelecidos valores mínimos e máximos fixos
para cada um dos seguintes indicadores:
• Esperança média de vida à nascença: 25 e 85 anos;
• Alfabetização adulta: 0% e 100%;
• Taxa de escolaridade bruta combinada: 0% e 100%;
• PIB real per capita em $US: 100 e 40000.
Para qualquer componente do IDH podem ser calculados índices individuais de acordo
com a seguinte fórmula geral:
27
Cf. Idem, Relatório do Desenvolvimento Humano 1995, (Tit. Orig. Human Development Report 1995),
Tricontinental Editora, Lisboa, 1995, p. 134.
28
Cf. Idem, op. cit., pp. 155-157.
29
Cf. Idem, Relatório do Desenvolvimento Humano 1996, (Tit. Orig. Human Development Report 1996),
Tricontinental Editora, Lisboa, 1996, pp. 135--137.
30
Cf. Idem, Relatório do Desenvolvimento Humano 1997, (Tit. Orig. Human Development Report 1997),
Trinova Editora, Lisboa, 1997, pp. 146-148.
31
Cf. Idem, Relatório do Desenvolvimento Humano 1998, (Tit. Orig. Human Development Report 1998),
Trinova Editora, Lisboa, 1997, pp. 128-130.
32
A metodologia a seguir apresentada é retirada de PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano 1999, (Tit.
orig. Human Development Report 1999), Trinova Editora, Lisboa, 1999, pp. 159-160.
33
Cf. Sudhir ANE; Amartya SEN, “The Income Component in the HDI – Alternative Formulations”, Occasional
Paper, Human Development Report Office, United Nations Development Programme, New York, 1999.
414
log y − log y min
W(y) =
log y max − log y min
Como o IDH é uma média simples do índice da esperança de vida, do índice do nível
educacional e do índice do PIB real ajustado per capita, pode-se agora calcular, dividindo a
soma dos três índices por 3:
O IDH para Moçambique, em 1997, é, pois, igual a 0.341, tal como vem referido na
página 137 do Relatório do Desenvolvimento Humano 1999.
34
Cf. PNUD, op. cit., p. 137.
415
Tendo em conta os novos critérios introduzidos no cálculo do IDH, no mencionado
Relatório de 1999, Moçambique decaiu para a 169ª posição em 1997, continuando o Canadá e
a Serra Leoa a ocupar, respectivamente, a primeira e última posição entre os mesmos 174
países35.
Embora, em rigor, os valores do IDH no Relatório de 1999, não sejam comparáveis
com os dos anos passados, devido às mudanças introduzidas no tratamento do rendimento no
IDH e também à profunda revisão efectuada nas séries de dados de alguns indicadores,
nomeadamente nos dados do rendimento provenientes do Banco Mundial36, mesmo assim,
como se pode constatar, a posição de Moçambique tem-se mantido, segundo os Relatórios do
PNUD, sensivelmente idêntica de ano para ano.
Mas pode haver alterações no curto e médio prazos, pois, têm-se vindo a notar
melhorias na Escolarização e no PIB. Importará também inverter a tendência para a baixa
esperança média de vida à nascença, outro dos indicadores que entra na composição do Índice
do Desenvolvimento Humano, que foi especialmente afectado pelo incidência do VIH/SIDA.
De facto, essa tendência é já assinalada no Relatório do Desenvolvimento Humano
20002, onde Moçambique, para o ano de 2000, aparece no 170º lugar, com uma esperança
média de vida à nascença de 39.3 anos, no conjunto de 173 países37.
35
Cf. Idem, op. cit., pp. 134-137.
36
Cf. Idem, op. cit., p. 160.
37
Cf. Idem, Relatório do Desenvolvimento Humano 2002, Edição em Língua Portuguesa, Mensagem, Queluz,
s/d, p. 152.
416
QUADRO Nº 182
VALORES DO IDH
1975-2000
Anos
País 1975 1980 1985 1990 1995 2000
IDH
Noruega 0.859 0.887 0.888 0.901 0.925 0.942
Moçambique --- 0.302 0.290 0.310 0.313 0.322
Serra Leoa --- --- --- --- --- 0.275
Fonte: Adaptado de PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano 2002, Edição em Língua
Portuguesa, Mensagem, Queluz, s/d.
GRÁFICO Nº 59
TENDÊNCIA DO IDH
0,9
0,8
0,7
0,6
VALORES
Noruega
0,5
Moçambique
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1975 1980 1985 1990 1995 2000
ANOS
Para o ano de 2000, o IDH dos 173 países considerados apresenta os seguintes
parâmetros estatísticos:
- Valor mínimo: 0.275
- Valor máximo: 0.942
- Média aritmética: 0.693
- Desvio Padrão: 0.177
417
Uma análise mais pormenorizada, pode ser feita.
QUADRO Nº 183
ALGUNS PARÂMETROS DO IDH
ESTATÍS-
IDH PARÂMETROS
TICAS
Média 0.693
ESTATÍS-
IDH PARÂMETROS
TICAS
Média 0.878
Limite inferior 0.864
95% Intervalo de
ELEVADO Confiança da Média Limite superior 0.892
Desvio Padrão 0.050
Mediana 0.883
Média 0.695
Limite inferior 0.677
95% Intervalo de
MÉDIO Confiança da Média Limite superior 0.713
Desvio Padrão 0.083
Mediana 0.727
Média 0.416
Limite inferior 0.395
95% Intervalo de
BAIXO Confiança da Média Limite superior 0.438
Desvio Padrão 0.063
Mediana 0.430
Fonte: Resultados dos cálculos sobre os valores do IDH.
418
Considerando os limites de confiança das médias dos IDH, distribuídos pelos três
níveis, já é de pressupor que há uma diferença significativa entre eles. O que é confirmado
pelo teste da Análise da Variância, com Sig. = 0.000, como se pode ver:
QUADRO Nº 185
ANÁLISE DA VARIÂNCIA
(ANOVA)
QUADRO Nº 186
TIPO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Nº Nº
Tipo Observado Esperado Residual
Baixo 36 57.7 -21.7
Médio 84 57.7 26.3
Elevado 53 57.7 -4.7
Total 173
QUADRO Nº 187
TESTE DO QUI-QUADRADO
Parâmetros Valor
Qui-Quadrado de Pearson 20.543
Gl 2
Asimp. Sig. (bilateral) 0.000
Fonte: Resultados dos cálculos sobre os valores do IDH.
419
4.3.5 - Proposta de um Índice de Desenvolvimento Humano
Ponderado Sustentável
38
Idem, op. cit., p. 255. Aí se refere também a fórmula de cálculo, cuja reprodução, aqui, se dispensa.
39
Idem, op. cit., p. 257. Também aqui se refere a fórmula de cálculo.
420
melhorada e a percentagem de crianças menores de cinco anos com peso
40
deficiente” .
Já
“O IPH-2 mede privações nas mesmas dimensões que o IPH-1 e também
capta a exclusão social. Reflecte, assim, privações em quatro dimensões:
• Uma vida longa e saudável – vulnerabilidade à morte numa idade
relativamente prematura, medida pela probabilidade à nascença de não
viver até aos 60 anos.
• Conhecimento – exclusão do mundo da leitura e das comunicações,
medida pela percentagem de adultos (idades entre 16-65 anos) que são
funcionalmente analfabetos.
• Um nível de vida digno – medido pela percentagem de pessoas que
vivem abaixo da linha de privação de rendimento (50% da mediana do
rendimento familiar disponível.
• Exclusão social – medida pela taxa de desemprego de longo prazo (12
meses ou mais)”41.
A partir de três dos Índices referidos (IDH, IDG, MPG), deixando de parte o IPH, por
não apresentar um critério uniforme para todos os países, propõe-se a elaboração de um
Índice de Desenvolvimento Humano Ponderado (IDH_P), que poderá vir a ser melhorado.
Mas que, numa primeira versão, resultou de uma ponderação dos três Índices referidos.
Assim, para cada país, calculou-se:
IDH_P = 0.40xIDH + 0.30xIDG + 0.30xMPG
Nos casos em que não havia dados de IDG nem de MPG, considerou-se:
IDH_P = IDH
Nas situações em que faltavam dados de IDG, definiu-se:
IDH_P = 0.60xIDH + 0.40xMPG
Quando faltavam dados de MPG, fez-se:
IDH_P = 0.60xIDH + 0.40xIDG
Os resultados estão reproduzidos em APÊNDICE.
421
QUADRO Nº 188
MATRIZ DE CORRELAÇÕES
422
QUADRO Nº 188 (cont.)
MATRIZ DE CORRELAÇÕES
423
A correlação é uma medida de associação que procura quantificar a intensidade e a
direcção da associação entre variáveis. As correlações podem ser univariadas ou
multivariadas, conforme se reportam a duas ou mais variáveis. E, em função da escala de
medida das variáveis consideradas, existem vários tipos de coeficientes de correlação, de que
os mais usados são o coeficiente de correlação de Pearson, o coeficiente de correlação de
Spearman, o coeficiente V de Cramer, e o Phi (φ)42.
Como, no caso em análise, se trata de variáveis contínuas, com distribição normal
bivariada, achou-se por bem calcular o coeficiente de correlação de Bravais-Pearson,
conforme consta do QUADRO Nº 187.
Da análise dos resultados anteriores, constata-se que existe, ao nível de 1.00%,
correlações significativas, que vão de 0.534 (correlação moderada), entre TAXA DE
ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS e PRODUTO INTERNO BRUTO/CAPITA, a 0.999
(correlação muito alta) entre ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO_2000 e
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO AJUSTADO AO GÉNERO.
Não é de estranhar que haja correlação entre as variáveis consideradas, na medida em que os
Índices foram calculados a partir de Indicadores que entram na referida análise.
No texto original, a partir das variáveis em causa, aproveitou-se para fazer a Análise
Fatorial, que aqui se dispensa.
O QUADRO seguinte apresenta os valores do Índice de Desenvolvimento Humano
Ponderado (IDH_P) para Moçambique, em 2000, e para os países que ocupavam,
respetivamente, o topo e o fim da tabela:
QUADRO Nº 189
VALORES DO IDH_P
2000
Ano
Posição País 2000
IDH_P
1º França 0.927
170º Moçambique 0.316
173º Níger 0.271
Fonte: Resultados dos cálculos efectuados.
Neste caso, há uma ligeira alteração relativamente ao IDH, com a França a ocupar o
primeiro lugar e o Níger o último, mas Moçambique mantém-se no mesmo 170º lugar, o 4º
antes do fim.
Numa tentativa de construir um Índice de Desenvolvimento Humano Ponderado
Sustentável, o QUADRO seguinte dá conta de alguns dos valores do Índice de
Desenvolvimento Sustentável (IDS), segundo os dados do Dashboard of Sustainability43,
divididos por 1000, para reduzir à mesma escala do IDH_P.
42
Cf. João MAROCO, Análise Estatística - Com Utilização do SPSS, Edições Sílabo, Lisboa 2003, p. 32.
43
Cf. The UN CDSDashboard, http://esl.jrc.it/dc/dbgal_en.htm. Acedido a 30 de Outubro de 2008.
QUADRO Nº 190
VALORES DO IDS
2000
Ano
Posição País 2000
IDS/1000
1º Dinamarca 0.763
138º Moçambique 0.466
163º Serra Leoa 0.360
Fonte: The UN CDSDashboard, http://esl.jrc.it/dc/dbgal_en.htm.
Acedido a 30 de Outubro de2008.
Dados trabalhados em SPSS.
Fazendo a média aritmética dos valores do IDH_P com os do IDS, obtém-se o Índice
QUADRO Nº 191
VALORES DO IDH_PS
2000
Ano
Posição País 2000
IDH_PS
1º Luxemburgo 0.832
157º Moçambique 0.391
163º Serra Leoa 0.318
Fonte: Cf. Idem, ibid.
425
QUADRO Nº 192
MATRIZ DE CORRELAÇÕES DE ÍNDICES
2000
Índice de Coeficiente de
1 .888(**) .968(**) .962(**)
Desenvolvimento Correlação
Humano Ponderado Sig. (bilateral) .000 .000 .000
Sustentável
N
163 163 163 163
Índice de Coeficiente de
.888(**) 1 .745(**) .774(**)
Desenvolvimento Correlação
Sustentável Sig. (bilateral) .000 .000 .000
N 163 163 163 163
Índice de Coeficiente de
.968(**) .745(**) 1 .974(**)
Desenvolvimento Correlação
Humano Ponderado Sig. (bilateral) .000 .000 .000
N
163 163 173 173
Índice de Coeficiente de
.962(**) .774(**) .974(**) 1
Desenvolvimento Correlação
Humano Sig. (bilateral) .000 .000 .000
N 163 163 173 173
** A correlação é significativa ao nível de 0.01 (bilateral).
Fonte: Resultados dos cálculos efectuados.
426
que se refere ao Índice de Desenvolvimento Sustentável e Índice de Desenvolvimento dos
Objectivos do Milénio.
QUADRO Nº 193
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
TENDÊNCIA 1990-2000
Âmbito Posição de
Índice
Moçambique
QUADRO Nº 194
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO
DOS OBJECTIVOS DO MILÉNIO
TENDÊNCIA 1990-2006
Âmbito Posição de
Índice
Moçambique
427
De tal modo que, nas hipóteses de:
• A esperança média de vida à nascença retomar o ritmo de crescimento,
de forma a atingir os 50 anos, como era espectável, em 2010, se não se
tivessem verificado os efeitos do VIH/SIDA, que reduziu essa E0 para
39.3 anos, em 2000;
• A taxa de alfabetização de adultos atingir os 60.0%, ao contrário do que
aconteceu em 2000, com 44.0%;
• A taxa de escolaridade bruta conjunta dos 1.º, 2.º e 3.º níveis chegar aos
70.0%, diferente dos 23.0%, de 1999;
• O «PIB per capita» atingir os 1500 US$, diferente dos 854 US$ de 2000;
Moçambique alcançaria o valor de 0.501 de Índice de Desenvolvimento Humano, deixando,
assim, de figurar no grupo dos países de Desenvolvimento Humano Baixo, para passar ao dos
países com Desenvolvimento Humano Médio.
Este objectivo afigura-se perfeitamente alcançável até 2015, meta estabelecida pelas
Nações Unidas para cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, tendo em
conta os indicadores do processo de desenvolvimento em curso, em Moçambique44.
44
Cf. PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano 2007/2008, Edição em Língua Portuguesa, Ed. Almedina,
Coimbra, 2007, p. 234.
428
CONCLUSÃO
1
Cf. Gaston BACHELARD, O Novo Espírito Científico (Tit. orig. Le Nouveau Esprit
Scientifique, 1934), Edições 70, Lisboa, 1996.
2
Cf. Thomas KUHN, A estrutura das Revoluções Científicas (Tit. orig. The Structure of
Scientific Revolutions, 1962), 7.ª Ed., Perspectiva, São Paulo, 2003.
3
Cf. E. BÖSERUP, Évolution agraire et pression démographique (1965), Trad. francesa,
Flammarion, Paris, 1970. Cf. Idem, Population and Technology, Basil Blackwell, Oxford,
1981.
Cf. Idem, Population and Technology, Basil Blackwell, Oxford, 1981.
429
Malthus
_
+ _
Crescimento Desenvolvimento
demográfico socioeconómico
Böserup
+ +
Crescimento Desenvolvimento
demográfico socioeconómico
- +
Crescimento Desenvolvimento
demográfico socioeconómico
Outras
? ?
Crescimento Desenvolvimento
? ?
demográfico socioeconómico
4
Cf. Idem, ibid.
Cf. F. BÉZY, Demographie et sous-développement. Propositions anti-malthusiennes,
Louvain, 1974.
Cf. J. SIMON, Theory of population and economic growth, Basil Blackwell, Oxford, 1986.
5
Christophe VANDESCHRICK, Du passé au future – Initiation aux logiciels de perspectives
démographiques, 2e Ed., Col. Population et Développement, nº 3, Academia-
Bruylant/L’Harmattan, Louvain-la-Neuve/Paris, 1998, p. 30.
6
Cf. Hervé le BRAS, (org.), L’Invention des populations – Biologie, idéologie et politique,
Ed. Odile Jacob, Paris, 2000.
430
Política, sobre o desenvolvimento, nos aspectos históricos, económicos, culturais, ecológicos,
para culminar com uma definição: bem-estar da população, em harmonia com a natureza.
Mas como medir ou quantificar o desenvolvimento assim definido?
A partir dos instrumentos de análise social, essa medida e quantificação tornou-se
possível pelo cálculo e utilização de indicadores e índices apropriados.
Para isso, procurou-se fazer uma caracterização de Moçambique, através de vários
indicadores socioeconómicos, nomeadamente nos aspectos geográficos, políticos,
económicos, financeiros, sanitários, demográficos, escolares, laborais, nutricionais.
O que permitiu a elaboração de dois cenários:
• Um cenário de catástrofe, com base nas tendências da década de 80, do
século passado, em que os indicadores apontavam para que a situação
socioeconómica continuaria a degradar-se e a população a aumentar;
• Um ciclo de recuperação, a partir das tendências socioeconómicas e
demográficas, da década de 1990, nomeadamente depois do fim da
guerra civil, em Outubro de 1992.
431
Durante anos, Moçambique andou à procura do seu próprio destino, definindo
estratégias, gizando tácticas, elaborando planos, percorrendo caminhos que, por
condicionalismos internos ou pressões externas, se viu obrigado a abandonar, com frequência,
para recomeçar de cada vez mais baixo.
A análise feita leva a concluir que Moçambique não tem hoje capacidade para se
desenvolver, sozinho, pelas suas próprias forças. Carece da comunidade internacional, aos
níveis mais elementares, para a sua própria sobrevivência, incluindo a alimentar. Até a
eventual estabilidade interna do país depende dessa comunidade, como depende e dependeu a
instabilidade que aí se vive e viveu. O que criou fortes laços de dependência
político-económica, com vantagem para muitos países dessa mesma comunidade. Espera-se
que também seja de algum interesse para a população moçambicana.
São desde há muito conhecidos os interesses que envolvem a «ajuda» da comunidade
internacional a países subdesenvolvidos8.
O sistema de ajuda internacional para o desenvolvimento constituiu-se a partir dos
anos sessenta Primeira Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento9. Foi a
década da reivindicação, pelos países pobres, de uma Nova Ordem Económica Internacional,
com poucos ou nenhuns resultados práticos, apesar da criação de instituições como a
Associação Internacional para o Desenvolvimento (IDA), o Banco Africano para o
Desenvolvimento, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(O.C.D.E.), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), etc.
Os anos setenta não alteraram significativamente a situação, apesar da 1ª Convenção
de Lomé e da criação de Fundos e Bancos Árabes para o desenvolvimento, o que levou à
crítica generalizada das políticas de cooperação dos países mais industrializados.
Depois, a década de oitenta, foi marcada pelo apelo ao investimento privado e à ajuda
bilateral, com acentuadas restrições à ajuda pública para o desenvolvimento, fortemente posta
em causa pelos teóricos liberais, defensores dos mecanismos de mercado e da livre
concorrência. O lema passou a ser trade not aid comércio e não ajuda10.
De facto, como refere Adelino TORRES,
“Em África, a articulação entre o nacional e o mundial depende ainda muito
da ajuda internacional. Mas esta está a mudar, apontando para a diminuição
da ajuda pública e uma maior intervenção do capital privado. A nova
orientação é, sem dúvida, susceptível de favorecer dinâmicas económicas,
mas não beneficia actualmente o continente africano na medida em que se
dirige essencialmente para outras regiões”11.
No entanto, Moçambique não pode prescindir dessa ajuda. E isto num mundo onde
há capacidade instalada para fazer de qualquer país, Moçambique incluído, em pouco tempo,
o país com maiores índices de crescimento económico. O que não significa que a solução seja
apenas de carácter técnico-económico-financeiro. A solução estará, parece, a nível político,
com as inevitáveis implicações internacionais, o que têm um preço nacional.
De qualquer forma, as medidas técnico-económico-financeiras serão imprescindíveis
e a elas haverá que chegar, mais tarde ou mais cedo. O que significa que o desenvolvimento
8
A propósito, cf. Tibor MENDE, Ajuda ou Recolonização? - As Lições de um Fracasso (Tit.
Orig. De l'Aide à la Recolonisation, Ed. du Seuil, Paris, 1974), Pub. Dom Quixote, Lisboa,
1974.
9
Cf. O Relatório do Secretário Geral das Nações Unidas, The United Nations Developmente
Decade — proposals for action, New York, 1962.
10
Cf. António SILVA, et al., A Cooperação Portuguesa: Balanço e Perspectivas à Luz da
Adesão à C.E.E. E do Alargamento da Convenção de Lomé III, Cadernos CEE, Instituto de
Estudos para o Desenvolvimento, Lisboa, 1986, pp. 24-25.
11
Adelino TORRES, Horizontes do Desenvolvimento Africano no Limiar do Século XXI, Col.
Vega Universidade/Ciências Sociais e Políticas, VEGA Editora, Lisboa, 1998, p. 220.
432
de Moçambique e o respectivo crescimento económico não se fará sem o recurso à importação
de capitais, de tecnologia e de imigração de mão-de-obra qualificada, incluindo,
possivelmente, os quadros moçambicanos na diáspora. O que, aliás, não é caso único. O
contrário é que constituiria excepção. De facto, a generalidade dos países mais
industrializados passaram por esse processo, ainda que isso crie dependências.
A primeira e principal dependência teve-a Moçambique, durante anos, em relação à
vizinha República da África do Sul. Daí que, juntamente com outros países da região (Angola,
Tanzania, Botswana, Zâmbia, Lesoto, Malawi, Zimbabwe e Suazilândia) surgisse a tentativa
de criação de uma vasta zona económica que atraísse as atenções políticas e os apoios
financeiros internacionais, o que levou, em 1980, à criação da SADCC - Southern
African Development Coordination Conference. Mas, apesar dos múltiplos projectos em
carteira, devido à instabilidade político-militar da região, não produziu os resultados
esperados12, vindo a transformar-se na SADC – South African Development Community, em
1992, a que a própria África do Sul já aderiu durante o governo de Nelson MANDELA. Mas
outras dependências teve, ainda, Moçambique, a Leste e a Oeste.
Nos primeiros anos de independência, Moçambique voltou-se, sobretudo, para os
países ditos socialistas. Principalmente depois do III Congresso da FRELIMO, em 1977, em
que esta se constituiu como Partido Marxista-Leninista. Essa foi a tendência dominante até ao
IV Congresso, em 1983, altura em que se deu uma nítida viragem ao Ocidente, pelo menos a
nível da política externa, do que veio a resultar a adesão de Moçambique à Conferência de
Lomé III, ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional. Isso acabou por ter as suas
repercussões a nível interno, de que o Programa de Recuperação Económica PRE ,
iniciado em princípios de 1987, foi uma das mais significativas expressões.
De qualquer forma, seja qual for o programa, por mais coerente que pareça, se não
for acompanhado de consensos e apoios internacionais que levem a uma estabilidade militar
interna e regional, aliada a um afluxo de recursos financeiro--tecnológicos e força de trabalho
qualificada, tal programa estará condenado ao fracasso. Tal como fracassaram tantos outros
programas, desde a independência de Moçambique, com naturais consequências a nível de
todas as componentes sócio--económico-políticas da sociedade moçambicana, apesar das
novas perspectivas abertas pelo compromisso dos Objectivos de Desenvolvimento do
Milénio, dos 189 Estados Membros das Nações Unidas, de Setembro de 2000, ou da NEPAD
– Nova Parceria para o Desenvolvimento de África, aprovada na 37ª Cimeira da OUA, em
Julho de 200113.
Em síntese, nesta era da globalização/regionalização, com todas as suas grandes
limitações e múltiplas potencialidades, Moçambique continua nas encruzilhadas do
desenvolvimento.
12
Cf. Manuel ANTUNES, “África Austral: as encruzilhadas”, in Jornal ÁFRICA, 16.4.1986, pp. 20-21.
13
Cf. http://www.un.org/millenniumgoals/. Acedido a 28 de Dezembro de 2007.
Cf. http://www.nepad.org/2005/files/home.php. Acedido a 28 de Dezembro de 2007.
Cf. Fátima Moura ROQUE, A África, a Nepad e o Futuro, Texto Editores, Luanda, 2007.
433
APÊNDICE XII
503
504
505
506
507
508
ÍNDICE GERAL
PREFÁCIO ............................................................................................................................. 11
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................... 14
PESSOAS E INSTITUIÇÕES CONTACTADAS............................................................... 15
1 – PESSOAS ..................................................................................................................... 15
1.1 - Responsáveis e/ou Técnicos Moçambicanos .................................................. 15
1.2 - Responsáveis e/ou Entidades não-Moçambicanos ........................................ 15
2 – INSTITUIÇÕES .......................................................................................................... 15
RESUMO ................................................................................................................................ 17
ABSTRACT ............................................................................................................................. 18
RÉSUMÉ ................................................................................................................................. 19
ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ........................................................................................ 20
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 25
PARTE 0 - ALGUMAS QUESTÕES PRÉVIAS ................................................................ 27
0.1 - METODOLOGIA ..................................................................................................... 27
0.2 - UMA QUESTÃO DE EPISTEMOLOGIA............................................................. 28
0.2.1 - O âmbito da Ciência Política ....................................................................... 29
0.3 – A QUALIDADE DOS DADOS EM CIÊNCIAS/POLÍTICAS
DA POPULAÇÃO ................................................................................................... 34
Parte 1 - A ANTINOMIA DO DESENVOLVIMENTO / SUBDESENVOLVIMENTO 39
1.1 - A «(RE)DESCOBERTA» DO DESENVOLVIMENTO / SUBDESEN-
VOLVIMENTO ECONÓMICO ............................................................................. 39
1.1.1 - As ambiguidades do subdesenvolvimento .................................................. 40
1.1.2 - A diversidade das explicações do subdesenvolvimento/desenvolvi-
mento ............................................................................................................. 43
1.1.2.1 - As perspectivas deterministas do desenvolvimento ........................... 44
1.1.2.2 - As «etapas do crescimento económico»............................................... 45
1.1.2.3 - As análises dualistas do subdesenvolvimento .................................... 49
1.1.2.3.1 - O dualismo de Arthur LEWIS..................................................... 51
1.1.2.4 - As análises multissectoriais .................................................................. 52
1.1.2.5 - Para além dos sectores .......................................................................... 53
1.1.2.6 - O círculo vicioso do subdesenvolvimento............................................ 54
1.1.2.7 - O desenvolvimento como cadeia de desequilíbrios ............................ 56
1.1.2.8 - O desenvolvimento polarizado............................................................. 57
1.1.2.9 - O estruturalismo versus monetarismo ................................................ 61
1.1.2.10 - As teorias da dependência .................................................................. 63
1.1.2.11 - A ortodoxia marxista .......................................................................... 65
1.1.3 - As estratégias do crescimento/desenvolvimento......................................... 67
1.1.3.1 - As estratégias da industrialização ....................................................... 67
1.1.3.1.1- A industrialização para substituição das importações................ 68
1.1.3.1.2 - A industrialização para exportação............................................. 69
1.1.3.1.3 - A industrialização pelas indústrias industrializantes ................ 70
1.1.3.2 - A vertente agrícola ................................................................................ 71
1.1.3.2.1- A agricultura nas teorias do desenvolvimento do pós-guerra.... 73
1.2 - ORIGENS DA ECONOMIA DO CRESCIMENTO.............................................. 74
1.2.1 - As preocupações mercantilistas ................................................................... 75
1.2.2 - A conquista de novos mercados................................................................... 76
541
1.2.3 - Do fisiocratismo ao liberalismo ................................................................... 76
1.2.4 - Da ordem liberal à desigualdade social ...................................................... 79
1.2.5 - David RICARDO e a concentração do capital........................................... 81
1.3 - EVOLUÇÃO E PROSPECTIVAS DA ECONOMIA DO CRESCIMENTO ..... 82
1.3.1 - O distanciamento dos clássicos .................................................................... 83
1.3.2 - Da inovação empreendedora à crise capitalista ......................................... 85
1.3.3 - O intervencionismo capitalista .................................................................... 86
1.4 - ANÁLISE SOCIOCULTURAL DO DESENVOLVIMENTO ............................. 88
1.4.1 - As valorizações culturais .............................................................................. 89
1.4.2 - Para uma definição de cultura..................................................................... 89
1.4.3 - A estrutura cultural ...................................................................................... 91
1.4.4 - Do saudosismo ao difusionismo ................................................................... 92
1.4.5 - A interpenetração de culturas ..................................................................... 93
1.4.6 - Do funcionalismo ao estrutural-funcionalismo .......................................... 94
1.4.7 - A explicação do desenvolvimento na teoria da modernização.................. 97
1.4.8 - O materialismo dialético e histórico e a dinâmica sociocultural ............ 100
1.4.8.1 - Do modo de produção em abstrato à formação social concreta ..... 101
1.4.8.2 - As condições sociais do processo de produção.................................. 101
1.4.9 - A teoria do imperialismo, nas suas ligações com o marxismo-leninismo,
para a explicação do desenvolvimento/subdesenvolvimento.................. 103
1.4.10 - Para uma visão crítica da perspectiva marxista do desenvolvimento.. 105
1.5 - PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ....................................... 107
1.5.1 - Os limites do crescimento........................................................................... 107
1.5.2 - A população no pensamento ocidental...................................................... 108
1.5.3 - As preocupações ecológicas do desenvolvimento ..................................... 113
1.5.3.1 - Da «economia da natureza» à socioecologia......................................... 114
1.5.3.3 - O desenvolvimento sustentável .......................................................... 116
1.5.4 - Para uma definição do desenvolvimento .................................................. 119
1.6 - A MEDIDA DO DESENVOLVIMENTO............................................................. 122
1.6.1 - A busca de Indicadores Sociais.................................................................. 122
1.6.2 - A medida do «nível de vida» ...................................................................... 126
1.6.3 - Dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável ao Índice de
Desenvolvimento Humano Sustentável ..................................................... 127
Parte 2 - CARACTERIZAÇÃO GERAL DE MOÇAMBIQUE, NA PRIMEIRA
DÉCADA DA INDEPENDÊNCIA ..................................................................... 133
2.1 - A NÍVEL GEOGRÁFICO...................................................................................... 133
2.2 - A NÍVEL POLÍTICO ............................................................................................. 135
2.2.1 - Da independência moçambicana às opções político-ideológicas............. 135
2.2.2 - SADCC - Um plano para a «libertação económica da África Austral». 136
2.2.3 - A «Estratégia Total» Sul-Africana e o confronto de blocos.................... 138
2.2.4 - A guerra civil moçambicana ...................................................................... 141
2.3 - A NÍVEL SOCIOECONÓMICO .......................................................................... 143
2.3.1- Aspectos económicos................................................................................... 143
2.3.2 - Aspectos financeiros .................................................................................. 153
2.3.3 - Outros aspectos sociais ............................................................................... 159
2.3.3.1 - Escolarização ....................................................................................... 159
2.3.3.2 - A saúde ................................................................................................. 164
2.4 - A NÍVEL DEMOGRÁFICO .................................................................................. 177
2.4.2 - População Rural e Urbana......................................................................... 182
542
2.4.3 - População e Idades ..................................................................................... 185
2.4.3.1 - A qualidade/regularidade dos dados................................................. 187
2.4.3.2 - Os grandes grupos etários .................................................................. 194
2.4.4 - Evolução populacional .............................................................................. 198
Parte 3 - A POPULAÇÃO NA PERSPECTIVA POLÍTICA
DO DESENVOLVIMENTO EM MOÇAMBIQUE.......................................... 202
3.1 - PARA UMA APROXIMAÇÃO SISTÉMICA...................................................... 203
3.1.1 - A população como subsistema ................................................................... 204
3.2 - FECUNDIDADE E MORTALIDADE EM MOÇAMBIQUE ............................ 207
3.2.1 - A fecundidade.............................................................................................. 207
3.2.1.1 - A estimativa da fecundidade .............................................................. 208
3.2.1.2 - Da Fecundidade Total à Taxa Bruta de Reprodução ...................... 213
3.2.1.3 - A Taxa Líquida de Reprodução......................................................... 214
3.2.1.4 - O padrão de fecundidade ................................................................... 216
3.2.1.5 - A comparação da taxa de fecundidade ............................................. 217
3.2.2 - A nupcialidade feminina ............................................................................ 220
3.2.2.1 - Idade média ao primeiro casamento ................................................. 222
3.2.2.2 - Construção de uma Tábua de Nupcialidade .................................... 225
3.2.3 - Política de natalidade ................................................................................. 230
3.2.3.1 - Protecção materno-infantil................................................................. 232
3.2.3.2 - Comportamento reprodutivo da mulher na cidade de Maputo...... 236
3.2.3.2.1 - Idade do primeiro casamento e separação matrimonial.......... 237
3.2.3.2.2 - As uniões poligâmicas ................................................................. 237
3.2.3.2.3 - Idade reprodutiva e fecundidade ............................................... 238
3.2.3.2.4 - Mortalidade infantil e aborto ..................................................... 239
3.2.3.2.5 - A primeira relação sexual ........................................................... 240
3.2.3.3 - Comportamento reprodutivo da mulher, a nível do país ................ 241
3.2.3.3.1 - Determinantes da fecundidade................................................... 242
3.2.4 - A mortalidade.............................................................................................. 246
3.2.4.1 - Estimativa da mortalidade nos primeiros anos ................................ 247
3.2.4.2 - A mortalidade infantil e juvenil......................................................... 252
3.2.4.3 - Estimativa da mortalidade geral........................................................ 258
3.2.4.3.1 - Estimativa da mortalidade pelo «Método das Populações
Estáveis» ....................................................................................... 258
3.2.4.3.2 - Determinação das características da «População Quase-Estável».. 261
3.2.4.4 - Mortalidade e condições de vida........................................................ 265
3.2.5 - Acerca da teorização sobre a fecundidade e a mortalidade.................... 268
3.3 - ESCOLARIZAÇÃO E FORÇA DE TRABALHO ................................................... 273
3.3.1 – Escolarização .............................................................................................. 274
3.3.1.1 - A situação do analfabetismo............................................................... 275
3.3.1.2 - Ensino frequentado e completado ..................................................... 276
3.3.1.3 - População em idade escolar................................................................ 281
3.3.1.4 - A evolução do analfabetismo e os «ratios» escolares ....................... 283
3.3.1.5 - O sentido da alfabetização.................................................................. 286
3.3.1.6 - O Sistema Nacional de Educação e a sua aplicação......................... 288
3.3.2 - Força de trabalho........................................................................................ 292
3.4 - MIGRAÇÃO E PÓLOS DE DESENVOLVIMENTO ........................................ 299
3.4.1- Migração ....................................................................................................... 299
3.4.1.1 - Migrações internas .............................................................................. 299
543
3.4.1.2 - Migrações internacionais.................................................................... 306
3.4.1.3 - A migração moçambicana nos anos 90.............................................. 309
3.4.1.4 - Análise dos modelos explicativos dos movimentos migratórios ...... 312
3.4.2 - Pólos de desenvolvimento........................................................................... 321
3.5 - PRODUÇÃO/DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR E POPULAÇÃO ..................... 324
3.5.1 - A estrutura da produção agrária .............................................................. 324
3.5.2 - A produção agrária..................................................................................... 325
3.5.3 - A produção de pecuária e pescas............................................................... 326
3.5.4 - A dieta alimentar ........................................................................................ 328
3.6 - PARA UMA PROJECÇÃO DA POPULAÇÃO MOÇAMBICANA ................. 330
3.6.1. A variável demográfica em alguns modelos de crescimento .................... 330
3.6.2 - Para uma noção de modelos....................................................................... 332
3.6.3 - Projecções da população moçambicana, com base no Censo de 1980 . 334
3.6.4 - Projecções com base no Censo de 1997 ..................................................... 339
3.6.4.1 - O Censo de 1997 .................................................................................. 339
3.6.4.2 - Os efeitos da SIDA .............................................................................. 340
3.6.4.3 - Perspectivas de evolução demográfica .............................................. 344
3.6.4.3.1 - Pressupostos para uma projecção demográfica,....................... 346
com base nos dados definitivos do Censo de 1997 ..................................... 346
3.6.4.3.2 - Resultados de uma projecção demográfica, com
base nos dados definitivos do Censo de 1997 ........................... 365
Parte 4 – PROSPECTIVAS ................................................................................................. 379
4.1 - CENÁRIO DA CATÁSTROFE,............................................................................ 379
A PARTIR DAS TENDÊNCIAS DA DÉCADA DE 80 ....................................... 379
4.1.1 - Aspectos económicos................................................................................... 379
4.1.2 - Outros aspectos sociais ............................................................................... 385
4.2 - O CICLO DA RECUPERAÇÃO........................................................................... 394
4.2.1 - Aspectos económicos................................................................................... 394
4.2.2 - Outros aspectos sociais ............................................................................... 400
4.3 - PARA A DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO.......... 410
HUMANO PARA MOÇAMBIQUE .............................................................................. 410
4.3.1 - O Relatório do PNUD ................................................................................ 410
4.3.2 - O cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano .................................. 411
4.3.3 - Aperfeiçoamento do IDH de base.............................................................. 413
4.3.4 - Para uma análise mais aprofundada do IDH........................................... 416
4.3.5 - Proposta de um Índice de Desenvolvimento Humano ............................. 420
Ponderado Sustentável .......................................................................................... 420
CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 429
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 434
1 - FONTES PRIMÁRIAS................................................................................................... 434
2 - BIBLIOGRAFIA GERAL ............................................................................................. 442
3 - ALGUNS SÍTIOS CONSULTADOS NA INTERNET .............................................. 481
BREVE GLOSSÁRIO ......................................................................................................... 482
APÊNDICES ......................................................................................................................... 489
APÊNDICE I ........................................................................................................................ 490
APÊNDICE II ....................................................................................................................... 492
APÊNDICE III ..................................................................................................................... 494
APÊNDICE IV ...................................................................................................................... 495
APÊNDICE V ....................................................................................................................... 496
544
APÊNDICE VII .................................................................................................................... 498
APÊNDICE VIII .................................................................................................................. 499
APÊNDICE IX...................................................................................................................... 500
APÊNDICE X ....................................................................................................................... 501
APÊNDICE XI...................................................................................................................... 502
APÊNDICE XII .................................................................................................................... 503
APÊNDICE XIII .................................................................................................................. 509
SOFTWARE .......................................................................................................................... 509
ÍNDICES ............................................................................................................................... 511
ÍNDICE REMISSIVO.......................................................................................................... 512
ÍNDICE DE QUADROS ...................................................................................................... 531
ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................ 539
ÍNDICE GERAL .................................................................................................................. 541
545