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BASEADO NO IDH
RESUMO
ABSTRACT
This article analyzes Mozambique's development and challenges based on the Human Development Index
(HDI). The HDI is a general, synthetic measure of human development. The HDI combines three basic
components of human development: longevity, education, and income. Mozambique lags behind on key
human and social development indicators. The number of people living in extreme poverty has increased, life
expectancy remains low, it continues to have one of the lowest levels of educational attainment in the world,
regional disparity in development. We used the method of bibliographic research in various sources, official
websites, articles, reports, theses. Mozambique faces the challenge of increasing per capita income by
strengthening agricultural and tourism activities, capitalizing on mining dividends, reducing infant mortality,
controlling diseases and expanding education services and improving quality.
Segundo Porter, Bohl, Kwasi, Donnenfeld & Cilliers (2017), Moçambique mantém-se em atraso com
relação aos seus pares nos indicadores-chave de desenvolvimento humano e social. O número de
pessoas que vivem em condições de extrema pobreza aumentou em mais de 5 milhões desde 1995,
o número de pessoas sem acesso a água e a saneamento melhorados aumentou em quase 4 milhões
e em mais de 7 milhões, respectivamente, e Moçambique continua a ter um dos níveis mais baixos
de sucesso escolar no mundo.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para a realização de seus cálculos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considera fatores
como uma vida longa, acesso ao conhecimento e o padrão de vida de uma população, medindo
assim, o progresso de uma nação a partir de três dimensões (Prearo, Maraccini, & Romeiro, 2003).
Segundo Prearo, Maraccini & Romeiro (2003), na dimensão renda, observa-se o padrão de vida de
uma sociedade. Por meio dela temos acesso às necessidades básicas e a possibilidade de escolhas
genuínas de padrões de vida. Para mensurar a riqueza de uma nação, utiliza-se o indicador Renda
Nacional per capita, no conceito da paridade do poder de compra. Na dimensão longevidade,
espera-se que o desenvolvimento humano aconteça a partir da redução da morte prematura e do
acesso a saúde de qualidade para o alcance do mais alto padrão de saúde física e mental. A unidade
de medida observada para cálculo da dimensão é a esperança de vida ao nascer. Na dimensão
educação, o desenvolvimento traz como objetivo principal o acesso ao conhecimento, que é visto
como essencial para o bem-estar dos indivíduos por orientar as pessoas de modo que consigam
tomar decisões sobre seus futuros. Para o cálculo dessa dimensão, são utilizadas duas variáveis: a
média de anos de escolaridade e os anos de escolaridades esperados.
Assim, de acordo com o Relatório da UNPD (1990), o Índice de Desenvolvimento Humano era
construído em três etapas. O primeiro passo consistia em definir as medidas de privação que um
país sofre em relação a cada uma das três variáveis básicas – expectativa de vida ( 𝑋 ),
escolaridade (𝑋 ) e o logaritmo do PIB real per capita (𝑋 ). Os valores máximos e mínimos eram
determinados para cada um dos três parâmetros e a medida de privação de um país consistia na
diferença entre tais valores extremos, limitados em uma amplitude de 0 e 1.
A partir de 2010, entretanto, o cálculo do IDH sofreu algumas modificações, ainda que permaneça
fazendo uso das mesmas variáveis em sua análise. a medida é estimada em duas partes. A
primeira delas consiste na ordenação dos valores máximos observados e mínimos fixados pelo PNUD
(20 anos para a expectativa de vida, zero para as variáveis educacionais e $ 100 para a renda
nacional per capita) (UNPD, 2011).
O IDH é uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Ele não abrange todos os
aspectos econômicos do desenvolvimento e serve somente para apontar em que setores um país
deve reunir esforços para melhorar o bem-estar e a prosperidade de seus habitantes. Com o passar
dos anos, o indicador do desenvolvimento humano acabou se tornando uma referência mundial
(UNPD, 2007).
Segundo a UNPD (2007), a classificação geral das nações é o resultado da somatória das estatísticas
avaliadas pelo PNUD, apenas uma parte do relatório de desenvolvimento humano. Além do
“ranking” propriamente dito, o relatório faz uma análise crítica dos desafios enfrentados pela
sociedade para promover e garantir o desenvolvimento humano.
Segundo Prearo, Maraccini & Romeiro (2003), a mesma forma que os governos aplicam medidas
sistemáticas em diversos aspectos da economia, alcançando desde a empregabilidade até taxas de
poupança para o crescimento, eles também devem recolher uma variedade de medidas que reflitam
avaliações subjetivas das vidas dos indivíduos para atingir percepções de desenvolvimento social.
Além disso, esse conhecimento ajuda na educação de cidadãos sobre as escolhas que afetam suas
vidas. Tal entendimento justifica-se no sentido de propiciar, por exemplo, aos administradores
públicos, tomadas de decisão mais eficazes, uma vez que o bem-estar subjetivo pode completar as
informações disponíveis e orientar políticas alternativas.
Streeten (1994), afirma que o IDH simplifica o problema da concentração econômica do bem-estar
humano, haja vista que nele existem dificuldades de não comparabilidade no tempo e no espaço,
além de erros de mediação e viés.
Mais do que isso, Mahlberge e Obersteiner (2001) identificaram duas correntes de críticas ao IDH,
que ainda estão relacionadas com aquelas feitas à renda nacional como forma de valorar o bem-
estar. A primeira delas questiona a escolha dos indicadores que compõem o índice, enquanto o
segundo grupo de pesquisadores afirma que o IDH falha em medir a real condição de vida de uma
sociedade, uma vez que importantes aspectos do desenvolvimento não são levados em
consideração, tais como a situação ambiental, distribuição de renda e estabilidade política.
Em uma dessas críticas, Hicks (1997) propõe uma forma alternativa que incorpora as
desigualdades de distribuição de renda, de educação e de longevidade na estrutura de cálculo do
IDH. Partindo de Índices de Gini, o autor combina as desigualdades medidas em um grupo de países
em desenvolvimento com os valores originais do IDH.
Pesquisadores como Mahlberge e Obersteiner (2001) afirmam que o IDH deve ser visto como um
movimento introdutório no sentido de prover às pessoas o interesse na grande coleção de
informações disponíveis nos bancos de dados internacionais. Klein (2001) completa o raciocínio
dizendo que o IDH é uma excelente fonte de informação para trabalhos futuros, ou seja, não pode
ser visto como um indicador final e único.
Em função das inúmeras críticas efetuadas e para aperfeiçoar a metodologia de cálculo do IDH, o
PNUD convidou novamente em 1998, Amartya Sen para que efetuasse alterações na fórmula de
cálculo, a partir das observações emitidas pelos críticos. Em 1999 o PNUD divulgou importantes
mudanças metodológicas no IDH, sendo que a principal se referia à sistemática de calcular a
dimensão renda “per capita” (Bueno, 2007).
3. METODOLOGIA
Para a concretização do presente trabalho optou-se pela pesquisa bibliográfica. Assim ʻʻ a pesquisa
bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros
e artigos científicos (Gil, 2002).
segundo o autor acima, ela é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente
de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias,
dissertações, teses, material cartográfico, internet, com a finalidade de entrar em contacto directo
com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa.
4. RESULTADOS
Ao longo dos últimos 20 anos, Moçambique registou um crescimento médio anual do PIB de cerca
de 7% e registou progressos em vários indicadores de desenvolvimento. Desde 1995, o país
aumentou a expectativa de vida em 10 anos, aumentou taxa bruta de matrícula no ensino primário
de 66% para 105% e melhorou os rendimentos agrícolas em 50%. Apesar destas conquistas, o país
ainda fica muito aquém dos pares globais e regionais (Malawi, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué) em
quase todos os aspectos do desenvolvimento humano (Porter, Bohl, Kwasi, Donnenfeld, & Cilliers,
2017).
Segundo o autor acima, o crescimento e desenvolvimento económico de Moçambique não têm
conseguido acompanhar ocrescimento populacional. Nos últimos 20 anos, o número de pessoas que
vivem em condições de extrema pobreza aumentou 5 milhões e o número de pessoas sem acesso a
água e saneamento aumentou 3,8 milhões e 7,3 milhões, respectivamente. A IFs prevê que a
população de Moçambique continue a crescer a um ritmo acelerado, fazendo com que se torne mais
difícil para o Governo de Moçambique (GoM) alargar os serviços básicos.
O PIB real per capita de Moçambique aumentou de US$ 165 1996 para US$ 237 em 1998. Contudo,
o PIB real per capita da Cidade de Maputo aumentou de US$ 879 em 1996 para US$ 1.340 em 1998.
Isto significa que o PIB per capita da Cidade de Maputo é seis vezes maior do que a média nacional, e
11 a 12 vezes maior do que o PIB de províncias como Zambézia, Tete, Manica e Niassa. A província
de Niassa possui o menor PIB per capita, seguida imediatamente da Zambézia: US$ 120 e US$ 126,
em 1998, respectivamente (Francisco, 1999).
Segundo Porter, Bohl, Kwasi, Donnenfeld, & Cilliers (2017), a esperança de vida em Moçambique,
situando-se apenas nos 57,6 anos, é 4,5 anos inferior à média do país africano de baixos
rendimentos e 5,5 anos inferior à média dos seus pares regionais. Moçambique também tem um
nível de mortalidade infantil relativamente elevado com 59 mortes por 1 000 nados-vivos (em 2015).
Nível de educação de Moçambique é um dos mais baixos do mundo. O número médio de anos de
escolaridade (para adultos maiores de 15 anos) é de 2,5 anos, ocupando o 52º lugar em África (num
total de 54) e o 184º mundial (num total de 186). Apenas cerca de 50% da população adulta (com
mais de 15 anos) é alfabetizada, o que é 10 pontos percentuais inferior aos pares regionais,
ocupando o 170º no mundo. Menos de 30% da população adulta concluiu a escola primária e apenas
5% dos adultos completaram o ensino secundário (IMF, 2016)
Segundo Francisco (2000), Para o autor acima, Moçambique também mostra uma lacuna grave entre
o nível de escolaridade masculino e feminino. A escolaridade média (15+) é de 3,2 anos para os
homens e de apenas 1,9 anos para as mulheres. Mais uma vez, o problema decorre da matrícula e
sobrevivência na escola primária; apenas 86% das mulheres em idade escolar se matriculam na
escola primária (90% para os homens), apenas 32% das mulheres matriculadas chegam ao último
ano (34% para os homens) e apenas 70% das mulheres que completaram a escola primária avançam
para o primeiro ciclo do ensino secundário (67% para homens.
Segundo o autor acima, a disparidade entre a Cidade de Maputo e o resto do país é enorme. A
Cidade de Maputo, com um IDH igual a 0,605, é a única zona de Moçambique que se pode classificar
na categoria de desenvolvimento humano médio. Em termos regionais, quanto mais distante uma
região se encontra da Cidade de Maputo menor é o seu IDH. O valor do IDH da Cidade de Maputo é
1,8 vezes superior ao do resto do Sul, 2,3 vezes superior ao da região Centro, e 2,9 vezes maior do
que o IDH da região Norte.
4.2. DESAFIOS DE MOÇAMBIQUE ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Actividade Agrária
A agricultura emprega mais de 67% da população e contribui com cerca de 22% do PIB (INE, 2019).
Essa atividade é praticada maioritariamente pelo setor familiar que ocupa cerca de 90% da área
arável em uso, produzindo em parcelas pequenas (em média abaixo de 2 ha), com baixo uso de
tecnologias modernas ou tecnologias não apropriadas as realidades desses agricultores (INE, 2019).
Desafios:
Facilitar o acesso dos produtores aos tractores dos parques de máquinas;
Construir regadios e pequenos sistemas de rega;
Intensificar o programa de fomento pecuário e estruturar a cadeia de valor da avicultura;
Reduzir as perdas pós colheitas e garantir mercado para a produção obtida.
Outros desafios:
Financiar iniciativas locais de empreendedorismo com facilidades de reembolso;
Fomentar a industrialização rural, sobretudo o agroprocessamento e processamento
pesqueiro;
Intensificar a divulgação do potencial turístico muito diversificado existente no País, e
continuar a melhorar os serviços prestados;
Capitalizar dividendos proveniente da exploração mineira e melhorar a quota de
percentagem de funcionários de nacionalidade Moçambicana envolvida nas actividades
mineiras.
Continuar a trabalhar na expansão dos serviços de saúde para os pontos mais recônditos;
Intensificar as campanhas de sensibilização dos partos institucional;
Continuar com actividades de buscas consentidas, sensibilizando mães portadoras do
HIV/SIDA dos riscos da transmissão vertical;
Intensificar campanhas de prevenção de doenças contra malária, HIV/SIDA, cardiovasculares
e cancerígenas.
Criar campanhas de sensibilização de Jovens dos perigos do Álcool e tabagismos;
Intensificar campanhas de segurança alimentar e nutricional.
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