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HIGIENE INDUSTRIAL E Prof.

Paulo Igor Milen NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES


SEGURANÇA DO TRABALHO Firmino INSALUBRES

ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES


São consideradas atividades ou operações insalubres as Limite de Tolerância: concentração ou intensidades máximas ou
mínimas, relacionadas com a natureza e o tempo de exposição
que se desenvolvem:
ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador,
Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos nº 1, 2, 3, durante a sua vida laboral.
5, 11 e 12.

Nas atividades mencionadas nos Anexos nº 6, 13 e 14.

Comprovadas através de laudo de inspeção do local de


trabalho, constantes dos Anexos nº 7, 8, 9 e 10.

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ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
O trabalho em condições de insalubridade, assegura ao
trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o
salário mínimo da região, equivalente a:
40%, para insalubridade de grau máximo;

20%, para insalubridade de grau médio;

10%, para insalubridade de grau mínimo.

ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES


No caso de incidência de mais de um fator de
insalubridade, será apenas considerado o de grau mais
elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo
vedada a percepção cumulativa.

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ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
A eliminação ou neutralização da insalubridade Cabe à autoridade regional competente em matéria de
determinará a cessação do pagamento do adicional: segurança e saúde do trabalhador, comprovada a
insalubridade por laudo técnico de engenheiro de segurança
do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado,
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o
fixar adicional devido aos empregados expostos à
ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;
insalubridade quando impraticável sua eliminação ou
neutralização.
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.

ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES


A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias
caracterizada através de avaliação pericial por órgão profissionais interessadas requererem ao Ministério do
competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do Trabalho, através das DRTs, a realização de perícia em
trabalhador.
estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de
caracterizar e classificar ou determinar atividade
insalubre.

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ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do
Trabalho, desde que comprovada a insalubridade, o
perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional
devido.

RISCOS FÍSICOS

RISCOS FÍSICOS
Ruído
Radiação
não Frio
ionizante

Radiação Riscos Calor


ionizante físicos

Pressões Umidade
RUÍDOS EXCESSIVOS
Vibração
(NR 15 - ANEXOS 1 E 2)

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INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO
O som é originado por uma vibração mecânica que se
propaga no ar e atinge o ouvido, estimulando o
aparelho auditivo (vibração sonora).

Som: é um conjunto de vibrações ou ondas mecânicas que


podem ser ouvidas.

Ruído: mistura de sons.

INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO
Para que uma vibração seja considerada sonora:
Frequência deve situar-se entre 16 e 20.000Hz;
A variação de pressão deve possuir um valor mínimo para
atingir o limiar de audibilidade.

A faixa audível é entre 0 e 140 dB:


Limiar de audibilidade: 2 × 10-5 N/m2 = 0dB.
Limiar da dor: 200 N/m2 = 140 dB.

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INTRODUÇÃO INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
Nível de pressão sonora (NPS): Existem dois tipos de levantamento de ruído:
2
P 
2
P  Ambiental: levantamento ponto a ponto, com medições
P
NPS = 10 log 2
= 10 log  = 20 log  importantes para conhecimento do perfil do ruído na área, que
P0  P0   P0  pode ser obtido unindo-se os pontos de mesmo nível de ruído;
P0 = pressão de referência que corresponde ao limiar da
audibilidade (2 × 10-5 N/m2) Pessoal: através de dosimetria de ruído para avaliação de
P funções, sendo geralmente feito por meio de audiodosímetros.
NPS = 20 log  = 20 log P − 20 log P0 = 20 log P + 94dB
(em dB)
 P0 

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO


O ouvido humano responde de maneira diferente a Curvas de compensação:
diversas frequências. Para simular tal comportamento,
foram estabelecidas as curvas de compensação:
A: Baixos valores de NPS;
B: Médios valores de NPS;
C: Altos valores de NPS;
D: Padronizada para medições em aeroportos.

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INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
As normas internacionais e a Secretaria do Trabalho Medidores de nível de pressão sonora (NPS) ou
adotaram a curva de compensação A, para medições de decibelímetros:
níveis de ruído contínuo e intermitente, devido a sua São instrumentos utilizados para medir o NPS instantâneo;
maior reposta do ouvido humano. Podem ter um ou mais circuitos de compensação (A, B, C e D);
É necessário registrar o tempo de exposição para o cálculo da
dose (D) de ruído;
Circuitos de respostas: FAST (rápido) e SLOW (lento). São usados principalmente para trabalhadores que não se
deslocam (NPS aprox. constante).

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO


Audiodosímetros:
Constituído de aparelho e microfone;
Pode ser obtida a dose de ruído ou efeito combinado (D), e o
nível equivalente de ruído (LEQ) sem a necessidade do registro
dos vários NPS e tempo de exposição (integração dos NPS);
Usados em trabalhadores que se deslocam para vários locais
sob diferentes níveis de ruído.

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INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS


Quando se utiliza a escala em dB, a soma de NPS não
pode ser feita algebricamente.

Para se obter o valor total da combinação de dois ou


mais NPS, é preciso transformá-los em pressão sonora
(Pa), somá-los e novamente retornar ao NPS em dB,
através da relação logarítmica.

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ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS
O nível resultante é igual ao NPS maior mais o
incremento ΔL, que é função da diferença dos NPS que
se pretendem somar.

O gráfico que se apresenta é a função que relaciona ΔL


com a diferença dos NPS: Lp1 (maior) e Lp2 (menor).

ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS


O NPS resultante é sempre um pouco superior ao mais O acréscimo tende a zero à medida em que se acentua a
alto dos NPS em estudo. diferença entre os NPS parciais.

O acréscimo a ser feito tem o valor máximo de 3 dB (A), Quando a diferença entre os dois NPS parciais é
quando os dois NPS parciais são iguais. superior a 16 dB, pode-se admitir que o NPS resultante é
praticamente igual ao NPS mais alto dos níveis dados.
A avaliação deve ser feita aos pares.

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ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS
Lp1 – Lp2 ΔL Lp1 – Lp2 ΔL Exercício 1:
0 3 7 0,8 Se, a uma máquina, que é responsável por 90 dB (A) de NPS
1 2,6 8 0,6 em determinado local de trabalho, adicionarmos outra
2 2,1 9 0,5 máquina que sozinha produz 88 dB (A) de NPS, qual será o
3 1,8 10 0,4 NPS resultante?
4 1,5 12 0,3
5 1,2 14 0,2
6 1,0 16 0,1
Quando a diferença entre os NPS for maior
do que 16 dB, adotar o maior NPS

ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS


Exercício 1: Exercício 2:
Lp1 = 90 dB Em um canteiro de obras, existem três máquinas, denominadas
Lp2 = 88 dB M1, M2 e M3. Avaliando-se o nível de ruído produzido,
isoladamente, por cada máquina, o Técnico de Segurança no
Trabalho obteve as seguintes leituras num dado ponto: M1 – 86
Lp1 – Lp2 = 90 – 88 = 2 dB → ΔL = 2,1 dB (Tabela)
dB (A); M2 – 90 dB (A); M3 – 94 dB (A). Considerando a pior
situação exposta do trabalhador, quando funcionam as três
Lp = Lp1 + ΔL = 90 + 2,1 = 92,1 dB máquinas simultaneamente, calcule o valor do nível de ruído
produzido no mesmo ponto de leitura.

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ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS
Exercício 2: Exercício 2:
M1 e M2: M(1+2) e M3:
 Lp1 = 90 dB  Lp1 = 94 dB
 Lp2 = 86 dB  Lp2 = 91,5 dB

 Lp1 – Lp2 = 90 – 86 = 4 dB → ΔL = 1,5 dB (Tabela)  Lp1 – Lp2 = 94 – 91,5 = 2,5 dB → ΔL ≈ 2,0 dB (Tabela, interpolação
linear)
 Lp = Lp1 + ΔL = 90 + 1,5 = 91,5 dB
 Lp = Lp1 + ΔL = 94 + 2,0 = 96 dB

ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS


Exercício 3: Exercício 3:
Imagine que as fontes A, B, C, D e E produzam isoladamente, A e B:
no ponto O, os NPS apresentados no quadro abaixo. Calcule o  Lp1 = 85 dB
NPS resultante no ponto O para todas as máquinas  Lp2 = 81 dB
trabalhando simultaneamente.
Fonte NPS em dB (A)
A D A 85
 Lp1 – Lp2 = 85 – 81 = 4 dB → ΔL = 1,5 dB (Tabela)
B O
B 81
C 82  Lp = Lp1 + ΔL = 85 + 1,5 = 86,5 dB
C E D 87
E 94

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ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS
Exercício 3: Exercício 3:
C e D: A+B e C+D:
 Lp1 = 87 dB  Lp1 = 88,2 dB
 Lp2 = 82 dB  Lp2 = 86,5 dB

 Lp1 – Lp2 = 87 – 82 = 5 dB → ΔL = 1,2 dB (Tabela)  Lp1 – Lp2 = 88,2 – 86,5 = 1,7 dB → ΔL ≈ 2,3 dB (Tabela,
interpolação linear)
 Lp = Lp1 + ΔL = 87 + 1,2 = 88,2 dB
 Lp = Lp1 + ΔL = 88,2 + 2,3 = 90,5 dB

ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS


Exercício 3: Exercício 4:
A+B+C+D e E: Em uma determinada empresa, existem num ambiente de
 Lp1 = 94 dB trabalho, três máquinas da mesma marca e tempo de uso que,
 Lp2 = 90,5 dB individualmente, produzem o mesmo ruído X dB (A). Quando as
três máquinas funcionam simultaneamente, o técnico de
 Lp1 – Lp2 = 94 – 90,5 = 3,5 dB → ΔL ≈ 1,7 dB (Tabela, interpolação segurança do trabalho registrou no decibelímetro 96 dB (A) em
linear) um ponto equidistante de todas as máquinas. Nessa situação,
calcule o NPS produzido em cada máquina (valor de X).
 Lp = Lp1 + ΔL = 94 + 1,7 = 95,7 dB

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ADIÇÃO DE NPS ADIÇÃO DE NPS
Exercício 4: Exercício 4:
A e B: A+B e C:
 Lp1 = X dB  Lp1 = X + 3 dB
 Lp2 = X dB  Lp2 = X dB

 Lp1 – Lp2 = X – X = 0 dB → ΔL = 3 dB (Tabela)  Lp1 – Lp2 = (X + 3) – X = 3 dB → ΔL = 1,8 dB (Tabela)

 Lp = Lp1 + ΔL = X + 3 dB  96 = Lp1 + ΔL = (X + 3) + 1,8 → X = 91,2 dB

SUBTRAÇÃO DE NPS SUBTRAÇÃO DE NPS


O gráfico que se apresenta é a função que relaciona ΔL
com a diferença dos níveis Lp e Lp2.

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SUBTRAÇÃO DE NPS SUBTRAÇÃO DE NPS
A subtração de níveis de ruído é particularmente
importante nos problemas de ruído de fundo.

Deve ser analisada a diferença de leituras com a


máquina funcionando Lpt (ruído total = máquina + ruído
de fundo) e sem a máquina funcionando para medir
exclusivamente o ruído de fundo Lpf.

SUBTRAÇÃO DE NPS SUBTRAÇÃO DE NPS


Lpt – Lpf ΔL Exercício 5:
2 4,3 Supondo que o ruído total produzido em um ponto próximo a
3 3,0 uma betoneira funcionando é 60 dB (A) e que o ruído de fundo
4 2,2 da betoneira desligada é 53 dB (A), calcule o ruído produzido
5 1,5 pela betoneira.
6 1,3
7 1,0
8 0,8
9 0,6
10 0,4

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SUBTRAÇÃO DE NPS SUBTRAÇÃO DE NPS
Exercício 5: Exercício 6:
Lpt = 60 dB Uma lixadeira pneumática está colocada no meio de outras
Lpf = 53 dB máquinas. O NPS, quando todas estão funcionando é de 100
dB (A). Desligando-se somente a lixadeira, o NPS reduz-se a
90 dB (A). Determine o NPS produzido isoladamente pela
Lpt – Lpf = 60 – 53 = 7 dB → ΔL = 1 dB (Tabela)
lixadeira no ponto de medição.
M1 M4
Lpmáq = Lpt – ΔL = 60 – 1 = 59 dB
M2 Lixadeira

M3 M5

SUBTRAÇÃO DE NPS EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE


Exercício 6: Ouvido (audição e equilíbrio):
Lpt = 100 dB Externo: pavilhão auricular, concavidade da concha e meato
Lpf = 90 dB acústico externo;

Médio: membrana timpânica, martelo, bigorna, estribo e


Lpt – Lpf = 100 – 90 = 10 dB → ΔL = 0,4 dB (Tabela)
trompa de Eustáquio;

Lpmáq = Lpt – ΔL = 100 – 0,4 = 99,6 dB Interno: também chamado de labirinto, formado pela cóclea
(audição) e sistema vestibular (equilíbrio).

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EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE
Ouvido (audição e equilíbrio): O ruído provoca efeitos auditivos e não auditivos,
causando problemas na saúde e no desempenho e na
produtividade no trabalho, além de contribuir para os
acidentes de trabalho e doenças profissionais

EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE


Taquicardia Problemas digestivos
Dores de cabeça Ansiedade
Aumento da pressão arterial Depressão
Perda total ou diminuição da audição – PAIR Estresse
Infarto do miocárdio Etc.
Problemas sexuais

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EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE
Efeitos secundários: Perda auditiva:
Cansaço Trauma acústico:
Irritação  Perda auditiva súbita, provocada por ruído repentino e de grande
intensidade (exemplo, explosão ou detonação);
Mau entendimento de instruções
 Recuperação total ou parcial (anti-inflamatórios, por exemplo);
Eventual dificuldade de escutar os avisos de alarme
 Às vezes, há ruptura da membrana timpânica e/ou desarticulação da
Aumento do número de acidentes cadeia ossicular, sendo necessário tratamento cirúrgico.

EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE


Perda auditiva: Perda auditiva:
Perda auditiva temporária:  Também denominada disacusia, hipoacusia ou surdez ocupacional;
 Após a exposição a ruído intenso por um curto período de tempo;
 Um ruído capaz de provocar uma perda temporária será capaz de  Causada pela exposição prolongada a níveis elevados de ruído;
provocar uma perda permanente após longa exposição.
 É indolor, gradual e seus sinais são quase imperceptíveis (zumbidos no
Perda auditiva permanente: ouvido durante ou após a exposição a níveis altos de ruído,
dificuldade de manter uma conversação normal, sensação dos sons
 Perda auditiva induzida por ruído (PAIR);
estarem abafados);

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EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES
Perda auditiva: Ruído contínuo ou intermitente, para os fins de aplicação
 Com a destruição das células ciliadas da cóclea, o ouvido interno de limites de tolerância, é aquele que não é ruído de
perde a capacidade de transformar as ondas sonoras em impulsos impacto.
nervosos e, consequentemente, é o fim da audição.

 Infelizmente, ainda não há cura para células ciliadas destruídas;


Devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de
medição com curva de compensação A e circuito de
 Influenciada pelas características físicas do ruído (tipo, espectro e nível
de pressão sonora), tempo de exposição e susceptibilidade individual. resposta lenta (SLOW).

ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES


Nível de ruído (dB) (A) Máx. exposição diária Nível de ruído (dB) (A) Máx. exposição diária
As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do 85 8h 98 1 h e 15 min
trabalhador. 86 7h 100 1h
87 6h 102 45 min
88 5h 104 35 min
89 4 h e 30 min 105 30 min
Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem 90 4h 106 25 min
exceder os limites de tolerância fixados no Quadro deste 91 3 h e 30 min 108 20 min
92 3h 110 15 min
anexo. 93 2 h e 40 min 112 10 min
94 2 h e 15 min 114 8 min
95 2h 115 7 min
96 1 h e 45 min

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ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES
Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de Se a soma das seguintes frações exceder a unidade, a
115 dB(A) para indivíduos que não estejam exposição estará acima do limite de tolerância.
adequadamente protegidos.
Dose equivalente de ruído (D):
Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou ▪ Cn: tempo total que o trabalhador fica
C1 C 2 C 3 C
mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, + + + ... + n  1 exposto a um nível de ruído específico.
T1 T2 T3 Tn
devem ser considerados os seus efeitos combinados. ▪ Tn: máxima exposição diária permissível a
este nível, segundo o Quadro do Anexo.

ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES


Nível equivalente de ruído (LEQ): Nível equivalente de ruído (LEQ):
log D + 5,117
LEQ =
0,06
Representa a exposição ocupacional do ruído durante o
período de medição e representa a integração dos diversos
níveis instantâneos de ruído (NPS) ocorridos nesse período.

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ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES
Embora não citada, explicitamente, na NR 15 - Anexo 1, Exercício 7:
para se determinar os LT para jornadas acima de 8 h, Um trabalhador executa sua atividade num local, cujo NPS é
deve ser aplicada a fórmula: 90 dB (A), durante 1 hora. Após certo tempo, o NPS cai para
86 dB (A), e ele permanece ali durante 4 horas. No restante da
16
log⁡(𝑇) 16 jornada, o trabalhador permanece em um local onde o NPS é
𝐿𝑇 = 𝑥5 + 80 𝑇=
𝑙𝑜𝑔2 (𝐿𝑇−80)
2 5
de 88 dB (A). O limite de tolerância foi ultrapassado?
▪ LT: limite de tolerância para uma
determinada jornada de trabalho (dB) (A).

▪ T: tempo da jornada requerida para o caso


em questão (h).

ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES


Exercício 7: Exercício 8:
90 dB → C = 1 h e T = 4 h (Quadro) Um trabalhador executa sua atividade num local cujo NPS =
86 dB → C = 4 h e T = 7 h (Quadro) 88 dB (A) durante 1 hora. Após certo tempo, o NPS cai para
88 dB → C = 3 h e T = 5 h (Quadro) 84 dB, e ele permanece ali durante 6 horas. No restante da
jornada, o trabalhador permanece em um local onde o NPS é
de 89 dB (A). O limite de tolerância foi ultrapassado?
D = (1/4) + (4/7) + (3/5) = 1,4 > 1 (Condição insalubre)

LEQ = [log(1,4) + 5,117]/0,06 = 87,8 dB (A)

20
ANEXO 1 - RUÍDOS CONTÍNUOS OU INTERMITENTES ANEXO 2 - RUÍDOS DE IMPACTO
Exercício 8: Ruído de impacto é aquele que apresenta picos de
88 dB → C = 1 h e T = 5 h (Quadro) energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a
84 dB → C = 6 h e T = 16/2(LT – 80)/5 = 16/2(84 – 80)/5 ≈ 9,2 h intervalos superiores a 1 (um) segundo.
89 dB → C = 1 h e T = 4,5 h (Quadro)

Deverá ser avaliado em decibéis (dB), com medidor de


D = (1/5) + (6/9,2) + (1/4,5) ≈ 1,1 > 1 (Condição insalubre)
nível de pressão sonora para impacto, com curva de
compensação C e circuito de resposta rápida (FAST).
LEQ = [log(1,1) + 5,117]/0,06 ≈ 86,0 dB (A)

ANEXO 2 - RUÍDOS DE IMPACTO MEDIDAS DE CONTROLE


LT = 120 dB(C). Exposição, sem proteção adequada, a Controle na fonte (mais recomendado quando há
níveis de ruído de impacto > 130 dB(C) oferecerão risco viabilidade técnica):
grave e iminente. Exemplos:
 Substituir o equipamento por outro mais silencioso;
 Balancear e equilibrar partes móveis;
As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do  Lubrificar eficazmente rolamentos, mancais etc;
trabalhador. Nos intervalos entre os picos, o ruído  Regular os motores;
existente deverá ser avaliado como ruído contínuo.  Instalar abafador (silencioso) nos escapamentos.

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MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE
Controle na trajetória: Controle na trajetória:
Exemplos:
 Isolamento da fonte: barreiras revestidas internamente com material
absorvente de som (cortiça, lã de vidro, etc.) e a face externa com
material isolante de som (paredes de alvenaria);
 Tratamento acústico;
 Isolamento do receptor: cabines especiais.

MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE


Controle no homem (último recurso): Protetor tipo concha
Exemplos:
 Limitação do tempo de exposição;
 EPI (protetores auriculares de inserção ou tipo concha)
 O uso não implica a eliminação do risco de o trabalhador vir a sofrer
diminuição da capacidade auditiva;
 Uso correto e qualidade do protetor (certificado de aprovação);
 Atenuação do ruído expressa em NRR (noise reduction rate), função de
cada tipo de protetor.

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MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE
Protetor tipo inserção de espuma de expansão ou Protetor de inserção rígido ou pré-moldado
moldável

MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE


Redução dos valores de atenuação constantes (NRR) das O NIOSH ainda recomenda uma correção de 7 dB nos
embalagens e dados técnicos do produto: casos em que o nível de ruído tenha sido medido
Protetor tipo concha: 25% do NRR (F = 0,75); utilizando-se a curva de compensação A.
NPSc = NPSa – (NRR x F – 7 )
Protetor tipo espuma moldável: 50% do NRR (F = 0,50);
▪ NPSc = Nível de pressão sonora no ouvido do trabalhador, com protetor, em dB (A).

▪ NPSa = Nível de pressão sonora no ambiente, em dB (A).


Protetor tipo pré-moldado: 75% do NRR (F = 0,25).
▪ NRR = Nível de redução de ruído do protetor (informado pelo fabricante).

▪ F= Fator de correção conforme o tipo de EPI.

23
MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE
Exemplo: Atualmente, no Brasil, são seguidos os critérios da ANSI
S12.6/1997 – método B, cujo resultado é denominado
NPSa (dB (A)) 100 100 100 NRRsf (nível de redução de ruído – “subject fit”) e está
NRR 29 30 30
explícito no certificado de aprovação (C.A.).
Tipo de protetor Concha Pré-moldado Espuma
Fator F 0,75 0,25 0,50 dB(A) = dB(A)’ – NRRsf
NPSc (dB (A)) 85,3 98,0 92,0
▪ dB(A) = Ruído entrando no ouvido protegido.

▪ dB(A)’ = Nível equivalente de ruído (LEQ) medido na escala A.

▪ NRRsf = Atenuação do protetor.

INTRODUÇÃO
Definição:
Movimento oscilatório de um corpo devido a forças
desequilibradas de componentes rotativos e movimentos
alternados de uma máquina ou equipamento.

Se o corpo vibra, descreve um movimento oscilatório e


periódico, que envolve um deslocamento num certo tempo. Daí
VIBRAÇÕES (NR 15 - ANEXO 8) resulta a velocidade, uma aceleração e uma frequência.

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INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO
Ao contrário de muitos agentes ambientais, a vibração Tipos:
somente será problema quando houver efetivo contato Vibrações de corpo inteiro:
físico entre um indivíduo e a fonte, o que auxilia no  São vibrações transmitidas ao corpo como um todo, geralmente através
reconhecimento da exposição. da superfície de suporte, tal como pé, costa, nádegas de uma pessoa
sentada ou na área de suporte de uma pessoa reclinada.

INTRODUÇÃO EFEITOS NA SAÚDE


Vibrações localizadas: A exposição à vibração de corpo inteiro pode causar
 São vibrações que atingem certas partes de um corpo, principalmente danos físicos permanentes ou distúrbios no sistema
mãos, braços e outros.
nervoso.

Podem resultar em danos na região espinhal, no sistema


circulatório e/ou urológico, além do sistema nervoso
central.

25
EFEITOS NA SAÚDE EFEITOS NA SAÚDE
Em condições mais severas pode causar problemas na Síndrome de Raynaud:
região dorsal e lombar, problemas de discos Os primeiros sintomas são formigamentos ou adormecimentos
intervertebrais, degeneração da coluna vertebral. leves, usualmente ignorados por não interferirem no trabalho e
outras atividades.

O efeito mais frequente e mais estudado da vibração é Mais tarde, o trabalhador pode experimentar ataques de
a Síndrome de Raynaud (doença do dedo branco), que branqueamento das pontas dos dedos. Com a continuidade da
tem sua origem em alterações vasculares. exposição, os ataques podem se estender à base do dedo.

EFEITOS NA SAÚDE EFEITOS NA SAÚDE


Síndrome de Raynaud: Síndrome de Raynaud:
O tato e a sensibilidade à temperatura ficam comprometidos, e O estágio final da síndrome sempre força os trabalhadores a
há perda de destreza e incapacidade para a realização de deixarem sua ocupação, face à ameaça de gangrena nos
trabalhos finos. dedos, resultado da perda do suprimento de sangue, com
possibilidade de amputação do membro.
Prosseguindo a exposição, o número de ataques de
branqueamento reduz, sendo substituído por uma aparência
cianótica dos dedos (coloração azulada).

26
EFEITOS NA SAÚDE MEDIDAS DE CONTROLE
Outros efeitos: Vibração de corpo inteiro Vibração localizada
Cansaço e irritação; • Assento com suspensão a ar; • Usar ferramentas com
• Assento com almofadas; características antivibratórias;
Dores nos membros; • Cabines com suspensão; • Utilizar luvas antivibração.
Dores na coluna; • Calibração adequada dos pneus.
Artrite;
Problemas digestivos;
Lesões ósseas ou dos tecidos moles;
Risco de infarto agudo do miocárdio.

AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO
Os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa Limite de exposição diária a VMB:
das vibrações de corpo inteiro (VCI) e vibrações de mãos Aren (acel. resultante de exposição normalizada) = 5,0 m/s2.
e braços (VMB) são os estabelecidos nas Normas de
Higiene Ocupacional da Fundacentro.
Limites de exposição diária a VCI:
Aren = 1,1 m/s2;
VDVR (valor da dose de vibração resultante) = 21,0 m/s1,75.

27
AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO
O laudo técnico deve contemplar, no mínimo: O laudo técnico deve contemplar, no mínimo:
Objetivo e datas dos procedimentos; Instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados
de calibração;
Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição de
acordo com Anexo 1 da NR 9; Dados obtidos e respectiva interpretação;

Metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização Circunstâncias específicas que envolveram a avaliação;
da exposição e representatividade da amostragem;

AVALIAÇÃO
O laudo técnico deve contemplar, no mínimo:
Descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente
existentes e indicação das necessárias, bem como a
comprovação de sua eficácia;

Conclusão.

CALOR EXCESSIVO (NR 15 - ANEXO 3)

28
TROCAS TÉRMICAS ENTRE ORGANISMO E AMBIENTE TROCAS TÉRMICAS ENTRE ORGANISMO E AMBIENTE
Mecanismos de troca térmica
Condução: ocorre quando dois corpos sólidos, ou fluidos que
C E não estão em movimento, e se encontram em diferentes
temperaturas, são colocados em contato.

R M Convecção: idêntico ao anterior, com exceção de que as trocas


energéticas se dão através de um fluido em movimento.

TROCAS TÉRMICAS ENTRE ORGANISMO E AMBIENTE TROCAS TÉRMICAS ENTRE ORGANISMO E AMBIENTE
Mecanismos de troca térmica Mecanismos de troca térmica
Radiação: ocorre sem qualquer suporte material. Consiste na Evaporação: processo de passagem de um líquido, a uma
transmissão de energia por meio de ondas eletromagnéticas. determinada temperatura, para a fase gasosa, dispersando
vapor para o meio ambiente. É o mecanismo mais importante
Metabolismo: calor gerado pelo metabolismo basal resultante do equilíbrio térmico (homeotérmico).
da atividade física do trabalhador. Quanto mais intensa for a
atividade física, maior será o calor produzido pelo
metabolismo.

29
TROCAS TÉRMICAS ENTRE ORGANISMO E AMBIENTE TROCAS TÉRMICAS ENTRE ORGANISMO E AMBIENTE
Fatores que influenciam as trocas térmicas Fatores que influenciam as trocas térmicas
Temperatura do ar: diferença entre Tar e Tpele. Tipo de atividade: quanto mais intensa for a atividade física
exercida pelo trabalhador, maior será o calor produzido pelo
Umidade relativa do ar: quanto maior a umidade relativa, metabolismo.
menor será a perda de calor por evaporação.
Etc.
Velocidade do ar: pode alterar as trocas, tanto na condução e
convecção, como na evaporação.

TROCAS TÉRMICAS ENTRE ORGANISMO E AMBIENTE EFEITOS DO CALOR NO ORGANISMO


Equilíbrio homeotérmico Hipertermia (aumento da T interna do corpo)
Os mecanismos de termorregulação tem a finalidade de Mecanismos de defesa:
manter a temperatura interna do corpo constante.  Vasodilatação periférica: maior troca de calor entre o organismo e o
ambiente.
Balanço térmico:
• M: calor produzido pelo metabolismo;  Ativação das glândulas sudoríparas: aumento do intercâmbio de calor
S=M± C± R-E • C: calor ganho ou perdido por condução/convecção; através da transformação do suor de estado líquido em vapor.
• R: calor ganho ou perdido por radiação;
• E: calor perdido por evaporação;
• S: calor acumulado no organismo (sobrecarga térmica).

30
EFEITOS DO CALOR NO ORGANISMO EFEITOS DO CALOR NO ORGANISMO
Hipertermia (aumento da T interna do corpo) Hipertermia (aumento da T interna do corpo)
Consequências: Consequências:
 Exaustão por calor: com a dilatação dos vasos sanguíneos em resposta  Desidratação: provoca a redução do volume de sangue, promovendo a
ao calor, há uma insuficiência do suprimento de sangue do córtex exaustão por calor.
cerebral, resultando em queda da pressão arterial.
 Câimbras de calor: na sudorese há perda de água e sais minerais,
 Prostração térmica: quando a água eliminada por sudorese não é principalmente NaCl, podendo ocorrer câimbras.
reposta através do consumo de líquidos, fazendo aumentar a pulsação
e temperatura do corpo.  Choque térmico.

AVALIAÇÃO DE CALOR AVALIAÇÃO DE CALOR


Instrumentos de medição
Calor Termômetro de bulbo seco (Tbs): termômetro comum de
mercúrio.

Conforto térmico Sobrecarga


térmica Termômetro de bulbo úmido natural (Tbn): revestido com uma
camisa pavio de algodão. O pavio do Tbn deve ser mantido
Ergonomia Calor ou frio em água destilada, por no mínimo meia hora antes de se fazer
(NR-17) excessivo (NR-15) a leitura da temperatura.

31
AVALIAÇÃO DE CALOR AVALIAÇÃO DE CALOR
Instrumentos de medição Instrumentos de medição
Termômetro de globo (Tg): mede o calor por radiação. As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o
Termômetro de trabalhador, à altura da região do corpo mais atingida.
bulbo seco
Termômetro
de globo Termômetro de
bulbo úmido

Medidor de stress Árvore de


térmico (mais utilizado) termômetros

AVALIAÇÃO DE CALOR AVALIAÇÃO DE CALOR


Índice de bulbo úmido termômetro de globo (IBUTG) Taxa metabólica
Ambientes externos com carga solar: Estimada com base na comparação da atividade realizada
pelo trabalhador com as opções apresentadas no Quadro 2 do
IBUTG = 0,7Tbn + 0,2Tg + 0,1Tbs Anexo 3 da NR 15.
QUADRO 2

Ambientes internos ou externos sem carga solar:

IBUTG = 0,7Tbn + 0,3Tg

32
AVALIAÇÃO DE CALOR AVALIAÇÃO DE CALOR
Limite de exposição Limite de exposição
São caracterizadas como insalubres as atividades realizadas QUADRO 1
em ambientes fechados ou ambientes com fonte artificial de
calor sempre que o IBUTG médio ponderado (IBUTG)
ultrapassar os limites de exposição ocupacional (IBUTGmáx)
apresentados no Quadro 1 e determinados a partir da taxa
metabólica média ponderada (M) das atividades,
apresentadas no Quadro 2, ambos do Anexo 3 da NR 15.

AVALIAÇÃO DE CALOR AVALIAÇÃO DE CALOR


Limite de exposição Limite de exposição
É um limite horário e, portanto, deve ser respeitado em Desenvolvimento de duas ou mais atividades físicas
qualquer período de 60 minutos corridos (condição mais diferentes:
crítica) ao longo da jornada de trabalho.

Exposição a duas ou mais situações térmicas diferentes:

33
AVALIAÇÃO DE CALOR AVALIAÇÃO DE CALOR
Exercício 1: Exercício 1:
Um trabalhador fica exposto continuamente a um forno durante IBUTG = 0,7Tbn + 0,3Tg
2 horas. Feita a avaliação de calor no local, obteve-se os IBUTG = 0,7 × 25 + 0,3 × 45 = 31 °C
seguintes dados:
 Tbn de 25º C;
M = 524 W (remoção com pá, Quadro 2)
 Tg de 45º C;
 Ambiente interno sem carga solar;
 Tipo de atividade: remoção com pá. Segundo o Quadro 1, para M = 526 W, IBUTGmáx = 25,4 °C.
Logo, a condição é insalubre.

AVALIAÇÃO DE CALOR AVALIAÇÃO DE CALOR


Exercício 2: Exercício 2:
Atividade 1 (carregamento de forno):  M = (524 × 20 + 126 × 40)/60 = 258,7 W
 M1 = 524 W (Quadro 2); IBUTG1 = 31 ºC; t1 = 20 min.
 IBUTG = (31 × 20 + 23 × 40)/60 = 25,7 °C
Atividade 2 (sentado fazendo anotações):
 M2 = 126 W (Quadro 2); IBUTG2 = 23 ºC; t2 = 40 min.  Segundo o Quadro 1, para M = 261 W, IBUTGmáx = 28,9 °C. Logo, a
condição é salubre.

34
MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE
A insalubridade é eliminada através de medidas no Os EPIs (blusões de manga) muitas vezes podem até
ambiente ou redução do tempo de permanência, prejudicar as trocas entre o organismo e o ambiente.
compatibilizando a taxa de metabolismo com o IBUTG.
Entretanto, os EPIs devem ser sempre utilizados, uma vez
A neutralização por meio de EPI não ocorre, pois não é que protegem os empregados dos riscos de acidentes de
possível determinar se estes reduzem a intensidade de doenças ocupacionais.
calor a níveis abaixo dos limites de tolerância.

MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE


No ambiente: No ambiente:
Reduz a quantidade de calor que o organismo produz ou  Convecção: controle adequado da velocidade, umidade e temperatura
recebe e busca aumentar a possibilidade de dissipá-lo. do ar no intuito de diminuir a sobrecarga térmica;

 Radiação: utilização de barreiras que reflitam os raios infravermelhos;


Pode-se conseguir modificando os parâmetros que influem no
equilíbrio homeotérmico:
 Evaporação: redução da umidade relativa do ar e aumento da
 Metabolismo: minimizar o esforço físico do trabalhador;
movimentação do ar.

35
MEDIDAS DE CONTROLE
No homem:
Aclimatização (adaptação fisiológica do organismo a um
ambiente quente);
Limitação do tempo de exposição;
Exames médicos;
EPI (vestimentas de tecido leve e cor clara, por exemplo);
Educação e treinamento.
RISCOS QUÍMICOS

INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO
Segundo o CAS (Chemical Abstracts Service), cerca de Destes apenas uma pequena porcentagem possui
66 milhões de compostos receberam, até agora, um catalogados os efeitos ao organismo humano, bem como
número CAS. os limites de tolerância (LT).

Atualmente existem mais de 60.000 produtos químicos de A NR-15 apresenta LT de pouco mais de 150 substâncias.
uso industrial.

36
TOXICIDADE TOXICIDADE
Classificação Classificação
O uso crescente de substâncias químicas nas diversas atividades  Potencialização: quando uma substância que não tem efeito tóxico é
pelo homem aumenta a possibilidade da interação de efeitos adicionada a uma substância que tenha efeito tóxico, e então surge um
dos agentes tóxicos. efeito muito maior.

 Adição: quando o efeito combinado de duas substâncias químicas é


A interação química pode ser classificada nos seguintes tipos: igual à soma dos efeitos de cada agente isoladamente.
 Sinergismo: quando o efeito combinado de dois agentes químicos é Efeito de (A + B) = efeito A + efeito B.
maior do que a soma de cada agente dado isoladamente.
Efeito de (A + B) > efeito A + efeito B.

TOXICIDADE TOXICIDADE
Classificação Toxicocinética
 Antagonismo: quando duas substâncias são administradas juntas, uma Peregrinação das substâncias químicas no organismo. Uma
interferindo na ação da outra, e vice-versa. substância tóxica T pode entrar em contato com o corpo por:
Efeito de (A + B) < efeito A + efeito B.
 Via respiratória, quando T apresenta-se como gás ou vapor;

 Independentes.
 Via digestiva, quando T é um líquido ou sólido ingerido;

 Pele, quando T está em contato com o corpo, seja pelas mãos ou mesmo
pelas roupas molhadas.

37
TOXICIDADE TOXICIDADE
Toxicocinética Toxicodinâmica
Absorção: T entra no organismos e chega ao sangue; Estudo das modificações que T provoca no organismo.
Transporte e distribuição: T é distribuída pelo sangue no
organismo; Efeitos imediatos: ocorrem nas primeiras 24 h após contato.
Armazenamento: T é armazenada em um local pelo qual tenha
afinidade; Efeitos tardios: ocorrem com mais de 24 h após contato.
Biotransformação: T é transformada no fígado;
Eliminação: T é eliminada pelos rins.

AR RESPIRÁVEL E RISCOS QUÍMICOS AR RESPIRÁVEL E RISCOS QUÍMICOS


O ar respirável deve ter como características: O ar respirável deve ter como características:
Conter uma concentração mínima de oxigênio (a legislação Deve se encontrar no estado apropriado para respiração, ter
brasileira prevê um mínimo de 18% em volume); pressão e temperaturas normais;

Estar livre de produtos prejudiciais à saúde, que através da Não deve ter qualquer substância que o torne desagradável,
respiração possa provocar distúrbios ao organismo; como por exemplo: odores.

38
AR RESPIRÁVEL E RISCOS QUÍMICOS AR RESPIRÁVEL E RISCOS QUÍMICOS
Os riscos químicos presentes nos locais de trabalho são Riscos químicos

encontrados na forma sólida, líquida e gasosa.


Substâncias, compostos e Presentes no ar atmosférico do ambiente de trabalho
produtos químicos em geral

Classificam-se em: aerodispersóides (poeiras, fumos, Gases e


vapores Aerodispersóides

névoas e neblinas), gases, vapores, e substâncias,


compostos e produtos químicos em geral. Líquido Sólido

Névoa Neblina Poeira Fumo

EFEITOS NA SAÚDE EFEITOS NA SAÚDE


Problemas respiratórios: pneumonia, bronquite, asma, Toxicidade: pode causar enfermidade tanto por inalação
tosse, falta de ar, desmaios. O enrijecimento dos alvéolos quanto pela pele ou ingestão.
pulmonares é conhecido como fibrose pulmonar ou
pneumoconiose, sendo as principais:
Silicose: causada pela poeira da sílica; Alergias e dermatoses ocupacionais: muitas substâncias
Asbestose: causada pela poeira do asbesto;
químicas causam irritação. No lugar de contato, podem
Bissinose: causada pela fibra do algodão;
causar coceira, vermelhidão, inchação, até ulcerações e
sangramento.
Siderose: causada pela poeira do ferro.

39
EFEITOS NA SAÚDE EFEITOS NA SAÚDE
Asfixia: causada por gases que fazem diminuir a Asfixiantes químicos: provocam asfixia independente do local
concentração de oxigênio na célula, provocando falência ser confinado ou não. São gases letais. Os mais comuns são:
em suas funções, podendo levar à morte. H2S (gás sulfídrico), HCN (gás cianídrico) e CO (monóxido de
carbono).

Asfixiantes simples: provocam asfixia ocupando o lugar do


oxigênio no ambiente. São, portanto, mais perigosos em Efeitos sobre o sistema nervoso: quando a substância tem
ambientes confinados. As frações gasosas do petróleo, como afinidade pelo sistema nervoso, afetam tanto o cérebro
metano, etano, propano e butano são asfixiantes simples. quanto os nervos situados em outros lugares do corpo.

EFEITOS NA SAÚDE EFEITOS NA SAÚDE


Câncer: a célula muda sua forma e função e passa a se Teratogênese: efeito provocado no feto quando a mulher
reproduzir de modo descontrolado, originando tumores e grávida expõe-se a substâncias tóxicas.
invadindo outros tecidos.
Outros efeitos: existem substâncias que provocam danos
Mutagênese: é uma modificação na célula, que fica com em determinados pontos do corpo, como ossos, órgãos
a forma e/ou função alteradas. Pode demorar a formadores de sangue, olhos etc.
aparecer ou se manifestar em outras gerações.

40
GASES E VAPORES GASES E VAPORES
Gás: Classificação dos gases e vapores:
Substância que a 25 ºC e 760 mmHg está no estado gasoso.
Ex.: hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Combustíveis

Vapor: Tóxicos
Fase gasosa de uma substância que a 25 ºC e 760 mmHg é
líquida ou sólida. Asfixiantes
Ex.: vapor de água, vapor de gasolina, etc.

GASES E VAPORES GASES E VAPORES


Combustíveis Tóxicos
 Os gases inflamáveis ou combustíveis são aqueles que podem inflamar  Podem causar vários efeitos prejudiciais à saúde humana, sendo estes
ou explodir (ex.: metano, hidrogênio, acetileno, GLP). diretamente dependentes da concentração ao tempo de exposição
(ex.: monóxido de carbono, gás sulfídrico, gás cianídrico).
 Ignição de um gás combustível, são necessárias três condições:
 A presença de gás em quantidade suficiente;  Vários gases tóxicos possuem limites de tolerância, os quais são
 A presença de ar em quantidade suficiente; dependentes do tipo de composto e do subsequente mal que podem
fazer se inalados.
 A presença de uma fonte de ignição.

41
GASES E VAPORES AERODISPERSÓIDES
Asfixiantes Poeiras
 Aqueles que fazem diminuir a concentração de oxigênio na célula, Partículas sólidas (0,1 a 25 µm), produzidas por ruptura
provocando a sua falência e podendo levar à morte. mecânica de sólidos, tais como: moagem, trituração,
esmerilhamento, polimento, explosão, abrasão, corte, etc.
 Como abordado anteriormente, os gases asfixiantes são divididos em
simples e químicos.
Exemplos: poeiras de amianto, carvão, sílica, gesso etc.

AERODISPERSÓIDES AERODISPERSÓIDES
Poeiras Poeiras
Costuma-se associar a doença ao tipo de poeira, tais como:
 Asbestose (asbesto);
 Silicose (sílica);
 Bissinose (algodão);
 Antracose (carvão);
 Berilose (berílio);
 Bagaçose (bagaço de cana).

42
AERODISPERSÓIDES AERODISPERSÓIDES
Fumos Fumos
Partículas sólidas (< 1 µm), produzidas por condensação ou Os mais importantes são os de chumbo, mercúrio, arsênio,
oxidação de vapores de substâncias que são sólidas a cromo, manganês e seus compostos.
temperatura normal.

Os fumos de maior interesse são os metálicos. A maioria dos


metais e seus compostos utilizados em qualquer processo
industrial apresenta algum risco.

AERODISPERSÓIDES AERODISPERSÓIDES
Névoas Névoas
São partículas líquidas, produzidas por ruptura mecânica de
líquidos, tais como nebulização, borbulhamento, spray, respingo.

Exemplos: névoas de ácidos oriundas dos processos de


eletrólise, de solventes na pintura à revolver, na aplicação de
agrotóxicos etc.

43
AERODISPERSÓIDES FISPQ
Neblinas A ficha de informações de segurança de produtos
Partículas líquidas produzidas por condensação de vapores de químicos (FISPQ) é um documento normalizado pela
substâncias que são líquidas a temperatura normal. ABNT conforme a norma NBR 14725 – Parte 4.

Não ocorrem no processo industrial, já que a condensação do


vapor somente pode ocorrer quando há saturação. Fornece informações sobre vários aspectos de produtos
químicos (substâncias ou misturas) quanto à proteção, à
Exemplos: neblina de gasolina. segurança, à saúde e ao meio ambiente.

FISPQ FISPQ
As informações referentes ao(s) perigo(s) de substância(s) As condições adotadas para a proteção do segredo
ou mistura(s) consideradas confidenciais devem ser industrial não podem comprometer a saúde e a
fornecidas para não comprometer a saúde e a segurança dos trabalhadores ou consumidores, e a
segurança dos usuários. Não é necessário informar a proteção do meio ambiente.
composição completa.
O fornecedor deve tornar disponível ao receptor/usuário
uma FISPQ completa e sempre atualizada.

44
FISPQ FISPQ
No caso de alterações na composição do produto O usuário da FISPQ é responsável por agir de acordo
químico que impliquem alteração na sua classificação de com uma avaliação de riscos, tendo em vista as condições
perigo, porém com manutenção do nome comercial, o de uso do produto, por tomar as medidas de precaução
fornecedor deve disponibilizar as diversas versões da necessárias numa dada situação de trabalho e por
FISPQ, assegurando a correta utilização do produto manter os trabalhadores informados quanto aos perigos
químico correlacionado com a sua respectiva FISPQ. relevantes no seu local de trabalho.

FISPQ FISPQ
Uma FISPQ deve fornecer as informações sobre o 6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento
produto químico nas seções abaixo, cujos títulos, 7. Manuseio e armazenamento
numeração e sequência não podem ser alterados: 8. Controle de exposição e proteção individual
1. Identificação do produto e da empresa 9. Propriedades físicas e químicas
2. Identificação de perigos 10.Reatividade e estabilidade
3. Composição e informações sobre os ingredientes 11.Informações toxicológicas
4. Medidas de primeiros-socorros 12.Informações ecotoxicológicas
5. Medidas de combate a incêndio 13.Considerações sobre tratamento e disposição

45
FISPQ AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS
14.Informações sobre transporte Amostragem
15.Regulamentações Instantânea
16.Outras informações  Realizada em um curto espaço de tempo, e os resultados correspondem
à concentração existente nesse intervalo medido.

 Utilizada na avaliação de gases e vapores, normalmente por meio de


detectores de gases e vapores juntamente com tubos colorimétricos ou
reagentes, além de sensores eletroquímicos.

AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS


Amostragem Amostragem
Instantânea Contínua
 Registram-se as concentrações mais altas e mais baixas durante a  Utiliza-se amostrador gravimétrico com o meio de coleta adequado,
jornada de trabalho, o que permite o cálculo da concentração média e como filtros, tubos de carvão ativado, tubos de sílica-gel etc.
se saber se o valor máximo permitido foi ultrapassado, situação
considerada de risco grave e iminente.  Normalmente utilizada para particulados (aerodispersóides), mas
pode também ser usado para gases e vapores quando a
determinação não pode ser realizada no local de trabalho e sim em
laboratório especializado.

46
AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS
Amostragem Equipamentos
Contínua
 Para cada tipo de contaminante, devem-se consultar os métodos que
fornecem a metodologia de amostragem de campo (vazão, tempo de
coleta, tipo de meio de retenção) e análise laboratorial
(cromatografia, espectrofotometria, absorção atômica, etc.).

AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS


Equipamentos Equipamentos

47
AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS
NR 15: Anexo 11
Anexo 11 – Insalubridade caracterizada por LT e inspeção no A caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem
local de trabalho; ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro nº
1 deste Anexo.
Anexo 12 – Poeiras minerais cuja insalubridade é
caracterizada por LT e inspeção no local de trabalho;
Todos os valores fixados no Quadro nº 1 são válidos para
Anexo 13 – Relação das atividades consideradas insalubres em absorção apenas por via respiratória.
decorrência de inspeções realizada no local de trabalho,
excluídos os agentes químicos constantes dos Anexos 11 e 12.

AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS


Anexo 11 Anexo 11
Todos os valores fixados no Quadro nº 1 como "Asfixiantes Na coluna “Valor teto”, estão assinalados os agentes químicos
Simples" determinam que, nos ambientes de trabalho, em cujos limites de tolerância não podem ser ultrapassados em
presença dessas substâncias, a concentração mínima de momento algum da jornada de trabalho.
oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em volume.
Na coluna “Absorção também pela pele”, estão assinalados os
As situações nas quais a concentração estiver abaixo desse agentes químicos que podem ser absorvidos por via cutânea,
valor serão consideradas de risco grave e iminente. portanto exigindo o uso de luvas adequadas.

48
AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS
Anexo 11 Anexo 11
Quadro nº 1 A avaliação das concentrações dos agentes químicos através
de métodos de amostragem instantânea, de leitura direta ou
não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez) amostragens,
para cada ponto - ao nível respiratório do trabalhador. Entre
cada uma das amostragens deverá haver um intervalo de, no
mínimo, 20 (vinte) minutos.

AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS


Anexo 11 Anexo 11
Para agentes químicos sem valor teto: Para agentes químicos sem valor teto:
 Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não  O LT será considerado excedido quando a média aritmética das
deverá ultrapassar o valor máximo, sob pena de ser considerada concentrações ultrapassar os valores fixados no Quadro nº 1.
situação de risco grave e iminente.
 Os limites de tolerância fixados no Quadro nº 1 são válidos para
 Valor máximo: jornadas de trabalho de até 48 (quarenta e oito) horas por semana,
• LT: limite de inclusive.
VM = LT × FD tolerância;
• FD: fator de desvio
(Quadro nº 2).

49
AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS
Anexo 11 Anexo 11
Para agentes químicos sem valor teto: Para agentes químicos sem valor teto:

AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS


Anexo 11 Anexo 11
Para agentes químicos com valor teto: Para agentes químicos com absorção também pela pele:
 Considerar-se-á excedido o limite de tolerância, quando qualquer uma  O laudo é realizado da mesma forma que mostrado anteriormente,
das concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar os valores mas o trabalhador deve usar obrigatoriamente EPI.
fixados no Quadro nº 1.
Para gases asfixiantes simples:
 Como os valores das medições não podem ultrapassar em momento  Não possuem LT, pois o fator limitante é o oxigênio disponível, devendo
algum o LT, VM = LT. ser avaliada a quantidade de oxigênio no ar, sendo de 18% o valor
mínimo permissível.

50
AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS
Exercício 1: Exercício 1: Amostragem Conc. (ppm)
1 10
Um trabalhador é exposto ao agente químico amônia no seu LT = 20 ppm (Quadro nº 1)
2 20
ambiente laboral. Foram realizadas avaliações no local de 3 25
trabalho conforme mostrado na tabela a seguir. Assumindo-se FD = 1,5 (Quadro nº 2) 4 20
que o limite de tolerância para a amônia é de 20 ppm, 5 15

verifique se o ambiente é insalubre ou de risco grave e 6 10

iminente. VM = LT × FD 7 20
8 10
VM = 20 × 1,5 = 30 ppm 9 20
10 25

AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS


Exercício 1: Exercício 2:
Cm = (10 + 20 + 25 + 20 + 15 + 10 + 20 + 10 + 20 + Um trabalhador é exposto ao agente químico ácido clorídrico
25)/10 = 17,5 ppm no seu ambiente laboral. Foram realizadas avaliações no local
de trabalho conforme mostrado na tabela a seguir. Assumindo-
Como a concentração média (Cm) foi menor do que o LT, o se que o limite de tolerância do composto é de 4,0 ppm e este
ambiente é salubre. Como todas as amostras instantâneas possui valor teto, verifique se o ambiente é insalubre ou de
ficaram abaixo do VM, não é uma situação de risco grave e risco grave e iminente.
iminente.

51
AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS
Exercício 2: Amostragem Conc. (ppm) Exercício 3:
1 2,0
LT = 4 ppm (Quadro nº 1) Em um ambiente contaminado com acetileno, obteve-se
2 3,0
3 4,0
concentração de 15% de oxigênio no local de trabalho.
Valor teto, logo VM = LT. 4 6,0 Verificar se atividades neste local são permitidas, ou seja, se
5 3,0 não representam uma situação de risco grave e iminente.
6 5,0
Como amostras instantâneas ficaram 7 4,0

acima do LT = VM, é uma situação de 8 6,0 Como a concentração de oxigênio é menor do que 18%, é uma
risco grave e iminente.
9 3,0 situação de risco grave e iminente.
10 5,0

AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS AVALIAÇÃO DE RISCOS QUÍMICOS


Anexo 12 Anexo 13
Limites de tolerância para poeiras minerais, como asbesto, Avaliação qualitativa com inspeção no local de trabalho.
manganês e seus compostos, e sílica livre cristalizada.
O anexo cita alguns agentes químicos e, conforme o tipo de
Avaliação quantitativa. atividade, classifica a insalubridade como de grau mínimo,
médio ou máximo.
Insalubridade de grau máximo quando caracterizada.
Exemplos: arsênico, carvão, chumbo, cromo, fósforo etc.

52
MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE
No ambiente: No ambiente:
Substituição do produto tóxico ou nocivo; Sistemas de alarme;

Mudanças ou alteração do processo ou operação; Ventilação geral diluidora;

Encerramento ou enclausuramento da operação; Ventilação local exaustora;

Segregação da operação ou processo; Ordem, limpeza e conservação.

MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE


No ambiente: No ambiente:

53
MEDIDAS DE CONTROLE MEDIDAS DE CONTROLE
No homem: No homem:
Limitação do tempo de exposição;

Educação e treinamento;

Equipamentos de proteção individual;

Controle médico.

RISCOS BIOLÓGICOS
Bactérias

Etc. Vírus

Riscos biológicos

Fungos Proto-
zoários

RISCOS BIOLÓGICOS Bacilos

54
VIAS DE INGRESSO ANEXO 14
As mesmas dos agentes químicos: Insalubridade caracterizada por avaliação qualitativa.
Via respiratória (nariz, boca e pulmões);

Percutânea (pele);
Insalubridade de grau máximo
Trabalhos ou operações, em contato permanente, com:
 Pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como
Digestiva (boca e tubo digestivo); objetos de seu uso, não previamente esterilizados;

Parenteral (feridas, corte e arranhões).

ANEXO 14 ANEXO 14
 Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções de Insalubridade de grau médio
animais portadores de doenças infecto-contagiosas (carbunculose,
Trabalhos ou operações, em contato permanente com pacientes,
brucelose, tuberculose);
animais ou com material infecto-contagiante, em:
 Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos
 Esgotos (galerias e tanques);
de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da
saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com
 Lixo urbano(coleta e industrialização). os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de usos desses
pacientes, não previamente esterilizados);

55
ANEXO 14 ANEXO 14
 Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos  Gabinetes de autópias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-
destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas se somente ao pessoal técnico);
ao pessoal que tenha contato com tais animais);
 Cemitérios (exumação de corpo);
 Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro,
vacinas e outros produtos;  Estábulos de cavalariças;

 Laboratórios de análise clínicas e histopatologia (aplica-se tão só ao  Resíduos de animais deteriorados.


pessoal técnico);

OBJETIVOS
Estabelecer os requisitos mínimos para identificação de
espaços confinados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma
a garantir permanentemente a segurança e saúde dos
trabalhadores que interagem direta ou indiretamente
nestes espaços.

NR 33 - ESPAÇOS CONFINADOS

56
DEFINIÇÃO SÍMBOLO
Qualquer área ou ambiente não projetado para
ocupação humana contínua, que possua meios limitados
de entrada e saída, cuja ventilação existente é
insuficiente para remover contaminantes ou onde possa
existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

PET E FUNÇÕES PET E FUNÇÕES


Permissão de Entrada e Trabalho (PET) Nenhum trabalhador pode realizar trabalho em espaço
Documento escrito contendo o conjunto de medidas de controle confinado sozinho, sendo requerido a presença de um
visando à entrada e desenvolvimento de trabalho seguro, além Vigia, definido como um trabalhador designado para
de medidas de emergência e resgate em espaços confinados. permanecer fora do espaço confinado e que é
responsável pelo acompanhamento, comunicação e
Supervisor de Entrada ordem de abandono para os trabalhadores.
Fornece a PET para o desenvolvimento de entrada e trabalho
seguro no interior de espaços confinados.

57
PET E FUNÇÕES TIPOS DE ATIVIDADES
A PET é válida somente para cada entrada. Indústria de papel e celulose
Indústria gráfica
Indústria alimentícia
Indústria da borracha
Couro e têxtil
Indústria naval e operações marítimas

TIPOS DE ATIVIDADES TIPOS DE ATIVIDADES


Indústrias químicas e petroquímicas Beneficiamento de minérios
Serviços de gás Siderúrgicas e metalúrgicas
Serviços de águas e esgoto Agricultura
Serviços de eletricidade Agroindústria
Serviços de telefonia
Construção civil

58
TIPOS DE TRABALHOS RISCOS
Obras da construção civil Falta ou excesso de oxigênio
Incêndio ou explosão, pela presença
Operações de salvamento e resgate de vapores e gases inflamáveis
Intoxicações por substâncias químicas
Manutenção, reparos, limpeza ou Infecções por agentes biológicos
inspeção de equipamentos ou Afogamentos
reservatórios

RISCOS RESPONSABILIDADES
Soterramentos Cabe ao empregador:
Quedas indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento da
NR-33;
Choques elétricos
identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;
Obs.: Todos esses riscos podem levar a mortes ou
doenças. identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;

59
RESPONSABILIDADES RESPONSABILIDADES
Cabe ao empregador: Cabe ao empregador:
implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os
espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção, riscos, as medidas de controle, de emergência e salvamento em
administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de espaços confinados;
forma a garantir permanentemente ambientes com condições
adequadas de trabalho; emissão, por escrito, da PET, conforme modelo constante no
anexo II da NR-33;

RESPONSABILIDADES RESPONSABILIDADES
Cabe ao empregador: Cabe ao empregador:
fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de
nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo
capacitação de seus trabalhadores; ao imediato abandono do local; e

acompanhar a implementação das medidas de segurança e garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de
saúde dos trabalhadores das empresas contratadas provendo controle antes de cada acesso aos espaços confinados.
os meios e condições para que eles possam atuar em
conformidade com a NR-33;

60
RESPONSABILIDADES RESPONSABILIDADES
Cabe aos trabalhadores: Cabe aos trabalhadores:
colaborar com a empresa no cumprimento da NR-33; comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de
risco para sua segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do
utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos seu conhecimento; e
pela empresa;
cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos
treinamentos com relação aos espaços confinados.

GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE


Medidas técnicas de prevenção: Medidas técnicas de prevenção:
identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e
a entrada de pessoas não autorizadas; etiquetagem;

antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados; implementar medidas necessárias para eliminação ou controle
dos riscos atmosféricos em espaços confinados;
proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e mecânicos;

61
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
Medidas técnicas de prevenção: Medidas técnicas de prevenção:
avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados
de trabalhadores, para verificar se o seu interior é seguro; nas áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem
desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições
manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante de acesso e permanência são seguras;
toda a realização dos trabalhos, monitorando, ventilando,
purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado; proibir a ventilação com oxigênio puro;

GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE


Medidas técnicas de prevenção: Medidas administrativas:
testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados,
inclusive dos desativados, e respectivos riscos;
utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro,
provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os
eletromagnéticas ou interferências de radio frequência. riscos do espaço confinado;

manter sinalização permanente junto à entrada do espaço


confinado, conforme o Anexo I da NR-33;

62
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
Medidas administrativas: Medidas administrativas:
implementar procedimento para trabalho em espaço possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade
confinado; da PET;

adaptar o modelo de PET, previsto no Anexo II desta NR, às entregar para um dos trabalhadores autorizados e ao Vigia
peculiaridades da empresa e dos seus espaços confinados; cópia da PET;

preencher, assinar e datar, em três vias, a PET antes do


ingresso de trabalhadores em espaços confinados;

GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE


Medidas administrativas: Medidas administrativas:
encerrar a PET quando as operações forem completadas, disponibilizar os procedimentos e PET para o conhecimento dos
quando ocorrer uma condição não prevista ou quando houver trabalhadores autorizados, seus representantes e fiscalização
pausa ou interrupção dos trabalhos; do trabalho;

manter arquivados os procedimentos e Permissões de Entrada e designar as pessoas que participarão das operações de
Trabalho por cinco anos; entrada, identificando os deveres de cada trabalhador e
providenciando a capacitação requerida;

63
GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
Medidas administrativas: Medidas administrativas:
estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos
exterior e no interior dos espaços confinados; riscos e medidas de controle existentes no local de trabalho; e

assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo
iniciado com acompanhamento e autorização de supervisão com a análise de risco, considerando o local, a complexidade e
capacitada; o tipo de trabalho a ser desenvolvido.

PROVIDÊNCIAS DA EMPRESA DIREITO DOS TRABALHADORES

64
DIREITO DOS TRABALHADORES DIREITO DOS TRABALHADORES

MEDIDAS DE SEGURANÇA MEDIDAS DE SEGURANÇA

65
MEDIDAS DE SEGURANÇA MEDIDAS DE SEGURANÇA

MEDIDAS DE SEGURANÇA MEDIDAS DE SEGURANÇA

66
MEDIDAS DE SEGURANÇA MEDIDAS DE SEGURANÇA

EXERCÍCIO EXERCÍCIO
(Termorio 2009, CESGRANRIO) Uma equipe deve trabalhar em d) Validar a Permissão de Entrada e Trabalho por dois anos, com
um espaço confinado. Para que o trabalho seja realizado nessas intervalo de seis meses para a permissão Seguinte.
condições, como se deve proceder? e) Permitir a realização de qualquer trabalho em espaços confinados,
a) Realizar a ventilação com oxigênio puro a partir da entrada do desde que de forma individual.
espaço confinado.
b) Realizar as avaliações atmosféricas iniciais dentro do espaço
confinado.
c) Realizar a avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos,
mecânicos e ergonômicos.

67
NR 23
Todos os empregadores devem adotar medidas de
prevenção de incêndios, em conformidade com a
legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis.

O empregador deve providenciar para todos os


trabalhadores informações sobre:
NR 23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS utilização dos equipamentos de combate ao incêndio;

NR 23 NR 23
procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser
segurança; claramente assinaladas por meio de placas ou sinais
dispositivos de alarme existentes. luminosos, indicando a direção da saída.

Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em


Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à
número suficiente e dispostas de modo que aqueles que
chave ou presa durante a jornada de trabalho.
se encontrem nesses locais possam abandoná-los com
rapidez e segurança, em caso de emergência.

68
NR 23 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO FOGO
As saídas de emergência podem ser equipadas com Na proteção contra incêndios, é fundamental o
dispositivos de travamento que permitam fácil abertura conhecimento sobre dois aspectos:
do interior do estabelecimento. Prevenção de incêndios:
 As características do fogo;
 As propriedades de risco dos materiais;
 As causas de incêndios;
 O estudo dos combustíveis.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO FOGO COMBUSTÃO


Combate ao incêndio: Brasil - NBR 13.860: Processo de combustão
 Conhecer os agentes extintores; caracterizado pela emissão de calor e luz.
 Saber utilizar os equipamento de combate;
 Saber as características do incêndio.
Internacional - ISO 8.421-1: Processo de combustão
caracterizado pela emissão de calor acompanhado de
fumaça, chama ou ambos.

69
COMBUSTÃO COMBUSTÃO
Fogo: sinal visível de um certo tipo de reação química e Combustão: reação química entre um combustível e um
pode ser definido como sendo a combustão de um ou comburente, com liberação de luz.
mais materiais, com liberação de energia.
Combustível: material que se oxida (agente redutor).
Incêndio: reação de combustão fortemente exotérmica e
que se desenvolve, geralmente, de uma forma
descontrolada quer no tempo, quer no espaço. Comburente: material que se reduz (agente oxidante),
normalmente O2.

COMBUSTÃO COMBUSTÃO
A reação química entre o combustível e o comburente Esses radicais livres vão reagindo com outras moléculas
não é direta. presentes na chama até se formarem os produtos finais
da combustão:
CO2;
Durante a combustão dá-se uma sequência de reações H2O;
intermédias, designadas por reações em cadeia, que Óxidos de nitrogênio (NOx);
conduzem à formação de produtos intermédios (radicais
Óxidos de enxofre (SO2 e SO3) e outros.
livres).

70
COMBUSTÃO COMBUSTÃO
Combustível
Tipos:
 Sólido (madeira, papel, tecidos, etc.);

 Líquido (álcool, éter, gasolina, etc.);

 Gasoso (acetileno, butano, propano, etc.).

COMBUSTÃO COMBUSTÃO
Combustível Combustível
Classificação: Ponto de fulgor:
 Voláteis: Não necessitam de aquecimento para desprenderem vapores  É a temperatura mínima em que um combustível começa a desprender
inflamáveis. Exemplo: gasolina, éter, etc. vapores que, se entrarem em contato com alguma fonte de calor,
incendeiam-se.
 Não voláteis: Precisam de aquecimento para desprenderem vapores
inflamáveis. Exemplo: madeira, tecido, etc.  Entretanto, as chamas não se mantêm, não se sustentam, por não
existirem vapores suficientes.

71
COMBUSTÃO COMBUSTÃO
Combustível Combustível
Ponto de combustão: Temperatura de ignição:
 É a temperatura mínima em que um combustível quando aquecido  É a temperatura mínima em que gases desprendidos de um combustível
desprende gases que em contato com fonte externa de calor inflamam-se pelo simples contato com o oxigênio do ar.
incendeiam-se, mantendo-se as chamas.
 Quando os gases desprendidos do combustível, só pelo contato com o
 No ponto de combustão, portanto, acontece um fato diferente, ou seja, comburente, pegam fogo e, evidentemente, mantêm-se em chamas.
as chamas continuam.

COMBUSTÃO COMBUSTÃO
Combustível Comburente
Tipos:
 Normalmente, o oxigênio combina-se com o material combustível,
dando início à combustão.

 Com a maioria dos combustíveis, não haverá combustão se o percentual


na mistura gasosa contiver menos que 16% de oxigênio. O carvão é
uma das exceções, queima com 9% de oxigênio.

72
COMBUSTÃO COMBUSTÃO
Comburente Fontes de calor ou de ignição
Tipos: Fornece a energia de ativação da reação entre o combustível
 NaNO3 e o KClO2: o oxigênio existente na sua composição é e o comburente, mantendo e propagando a reação, que pode
facilmente liberado ser elétrica, química e mecânica.

 Outros gases comburentes são o cloro e o peróxido de cloro. A energia de ativação é a energia mínima necessária para
que a combustão se inicie, podendo ser produzida por choque,
fricção, pressão, faísca, por um ponto quente ou uma chama.

COMBUSTÃO COMBUSTÃO
Fontes de calor ou de ignição Fontes de calor ou de ignição
Condução: Radiação:
 Em um incêndio o superaquecimento dos pontos superiores de um andar  Podem gerar incêndios secundários em edifícios próximos ao incêndio
transmitirá por intermédio do piso calor suficiente para reiniciar um primário.
incêndio em um outro pavimento imediatamente ao lado ou acima do
ambiente incendiado.

73
COMBUSTÃO FASES DE UM INCÊNDIO
Fontes de calor ou de ignição Eclosão: corresponde à sua fase inicial. Depende da
Convecção: qualidade e quantidade do combustível presente.
 É um fenômeno bastante comum em
edifícios, pois através de aberturas,
como janelas, poços de elevadores, Propagação: corresponde à fase em que o fenômeno se
vãos de escadas, podem ser atingidos
andares superiores (efeito chaminé).
ativa rapidamente transmitindo-se aos corpos vizinhos.

FASES DE UM INCÊNDIO FASES DE UM INCÊNDIO


Combustão contínua: por efeito do calor, a energia Declive das chamas: verifica-se após a inflamação
libertada é suficiente para provocar a combustão de generalizada e resulta da carência de combustível ou da
todos os materiais de forma contínua. O calor libertado dissipação de energia se tornar superior à sua produção,
pelo incêndio é equivalente à energia dissipada. provocando o abaixamento da temperatura até ao
regresso à temperatura ambiente.

74
EFEITOS NA SAÚDE EFEITOS NA SAÚDE
A chama pode provocar por sua incandescência Alguns gases da combustão podem causar asfixia ou
cegueira. intoxicação.

O calor é o responsável fisiológico pelas queimaduras, Os fumos são partículas sólidas que são arrastadas pelos
desidratação e edema. gases no processo de combustão e podem ocasionar
doenças respiratórias e irritação e lesões nos ouvidos.

EFEITOS NA SAÚDE EFEITOS NA SAÚDE


A combustão consome oxigênio. Em concentração inferior CO2 (aceleração na respiração facilitando a absorção de
a 21%, ocorre anoxia, fadiga e colapso. outros gases tóxicos);

Ácido sulfídrico (atua sobre SNC - Sistema Nervoso Central);


Gases tóxicos:
CO (impede o O2 de atingir o cérebro: 17% de O2 causa NO2 (paralisia da garganta);
pouca clareza de raciocínio, levando ao pânico; 6% de O
causa morte cerebral);
HCN (gás cianídrico), etc.

75
PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO
Abafamento Abafamento
Ocorre pela supressão do comburente, ou seja, pela retirada
do oxigênio.

Tal processo pode ocorrer pelo emprego de agentes extintores


tipo espuma, pó químico seco (P.Q.S.), dióxido de carbono
(CO2) ou água sob a forma de neblina.

PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO


Isolamento Resfriamento
O isolamento ocorre pela retirada do combustível ou do seu Ocorre pela redução da temperatura do processo da
afastamento da fonte de calor. combustão até níveis que se torna impossível mantê-la.

Agentes extintores tais como a água, o dióxido de carbono e a


espuma atuam principalmente desta forma.

76
PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO
Resfriamento Químico
Ocorre quando interrompe-se a reação em cadeia.

Quando agentes extintores são lançados ao fogo, suas


moléculas se dissociam pela ação do calor e se combinam com
a mistura inflamável (gás ou vapor mais comburente), formando
outra mistura não-inflamável.

CLASSES DE INCÊNDIO OU DO FOGO CLASSES DE INCÊNDIO OU DO FOGO


Classe A Classe B
São materiais de fácil combustão com a propriedade de São materiais inflamáveis que queimam
queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam somente em sua superfície não deixando
resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibra, etc. resíduos (ex.: gasolina, GLP, álcool etc.)

Há liberação de energia térmica em altas


quantidades quando comparadas ao mesmo
volume de um material da classe A.

77
CLASSES DE INCÊNDIO OU DO FOGO CLASSES DE INCÊNDIO OU DO FOGO
Classe C Classe C
Fogo em equipamentos elétricos energizados, como motores, Nesta classe, deve-se evitar o uso de água para a sua extinção
transformadores, quadros de distribuição, fios, etc. sob risco de graves acidentes.

Entretanto, removendo-se a energia elétrica, ele passa a ser da


classe do elemento combustível predominante, geralmente da
classe A.

CLASSES DE INCÊNDIO OU DO FOGO CLASSES DE INCÊNDIO OU DO FOGO


Classe D Classe D
Fogo em elementos pirofóricos, compostos pela classe dos Deve-se evitar o uso de água para a sua extinção sob risco de
metais combustíveis os quais queimam a altíssimas temperaturas graves acidentes.
produzindo uma chama de cor azul-esbranquiçada.

Como exemplo desta classe tem-se os seguintes metais: sódio,


alumínio, tungstênio, molibdênio, magnésio etc.

78
CLASSES DE INCÊNDIO OU DO FOGO EXERCÍCIOS
(Termorio 2009, CESGRANRIO) Um incêndio em uma fábrica de
tecidos em Várzea Paulista, a 54 km de São Paulo, completava
mais de dez horas no início da tarde deste domingo (19). O
fogo começou por volta das 3h30min deste domingo e, em
poucos minutos, alastrou-se por um pavilhão onde funcionavam o
depósito de tecidos, o refeitório e o vestiário da indústria têxtil.
Trinta funcionários trabalhavam quando o incêndio começou e
todos conseguiram sair com segurança. Em que classe se
enquadra este incêndio?

EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS
a) A. (Infraero 2009, FCC) Um incêndio com classificação “A” está
b) C. associado com os materiais:
c) E. a) motores, transformadores, quadros de distribuição e fios.
d) X. b) óleo, graxas, vernizes, tintas e gasolina.
e) Z. c) magnésio, zircônio e titânio.
d) tecido, madeira, papel e fibra.
e) motores, fios, tintas e papel.

79
SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
São dispositivos instalados e/ou construídos em uma Os principais SPCIP são:
edificação para evitar o surgimento do fogo Sistema de proteção por extintores;
descontrolado ou pelo menos retardar a sua Sistema hidráulico preventivo (SHP);
propagação, como também facilitar a evacuação de Saídas de emergência;
pessoas dessas edificações em caso de algum sinistro. Iluminação de emergência;
Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA);
Sistema de detecção e alarme;
Sistema de sprinklers.

SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
Destinam-se ao combate imediato e rápido de pequenos focos Os agentes extintores podem ser de várias composições, sendo
de incêndios, não devendo ser considerados como substitutos os principais: água, espuma, CO2 e pó químico seco.
aos sistemas de extinção mais complexos, mas sim como
equipamentos adicionais.

80
SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
Água: Água:
 A água tem sua melhor indicação sob a forma de jato compacto para
incêndios classe A e sob a forma de jatos de neblina ou pulverizados
para incêndios classe B.

 Nunca use água em fogo das classes C e D.

 Nunca use jato direto na classe B.

SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
Espuma: Espuma:
 A rigor a espuma seria uma das formas de aplicação de água, pois  O objetivo da formação dessa espuma é tornar a água mais leve,
ela se constitui de um aglomerado de bolhas de ar ou gás (CO2) gasificando-a, que poderá flutuar sobre os líquidos mais pesados que
formadas de películas de água. a água.

 Para que se formem as películas, é necessário a mistura de um agente  A espuma como agente extintor apaga o fogo por abafamento, mas,
espumante. devido à presença de água que a compõe, tem também uma ação
secundária por resfriamento.

81
SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
Espuma: Espuma:
 A sua aplicabilidade é mais indicada para incêndios classe B, podendo  Há duas formas principais de produção de espuma:
também ser utilizada em fogos classe A.  Química - hoje em desuso, consiste de duas substâncias químicas
bicarbonato de sódio e sulfato de alumínio sob a forma de soluções,
 É importante lembrar que a espuma por ser um composto aquoso não que, quando o extintor é invertido de sua posição, as duas misturam-
deve ser aplicado em incêndios da classe C, sob risco de eletrocussão se na presença de um outro elemento estabilizador.
do usuário do extintor, ou classe D.

SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
Espuma: Espuma:
 Mecânica - consiste na passagem de água em alta velocidade por um
dispositivo com o formato de asa de avião (Venturi). Nesse processo,
é criada uma pressão negativa e o agente espumígeno é arrastado
por um tubo (Pitot) e misturado à água. Esse composto ao ser lançado
sobre uma tela produz e espuma mecânica.

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SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO SISTEMA DE PROT. CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
CO2: CO2:
 Este é um gás mais pesado que o ar, sem cor, sem cheiro e inerte à  Quando aliviado dessa compressão, o líquido se vaporiza e sua
eletricidade. rápida expansão abaixa violentamente a temperatura que alcança -
70ºC.
 Quando comprimido a cerca de 60 atmosferas se liquefaz e é então
armazenado em cilindros.  Parte do gás se solidifica em pequenas partículas, formando uma neve
carbônica, conhecida como "gelo seco".

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Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
CO2: CO2:
 Deve ser aplicado nos seguintes tipos de incêndios:
 Materiais inflamáveis, líquidos e gasosos;
 Equipamentos elétricos;
 Motores ou máquinas que utilizam gasolina ou outros combustíveis,
 Diversos produtos químicos perigosos;
 Auxilia a extinção de combustíveis comuns, tais como papel, madeira,
tecidos etc.

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Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
CO2: Pó químico seco:
 Não deve ser aplicado nos seguintes tipos de incêndios:  São substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato de
 Produtos químicos que contenham seu próprio suprimento de oxigênio potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem
(agentes oxidantes, celulose); de pó sobre o fogo, extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e
 Classe D; por abafamento.
 Hidratos metálicos.
 O pó deve receber um tratamento anti-higroscópico para não
umedecer, evitando assim a solidificação no interior do extintor.

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Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
Pó químico seco: Pó químico seco:
 São classificados conforme a sua correspondência com as classes de  A sua ação sobre o incêndio se baseia principalmente no abafamento,
incêndios, a que se destinam a combater: que é reforçado pela produção de CO2 e vapor d’água resultantes da
 Pó ABC; queima do bicarbonato, tendo uma ação secundária de resfriamento.
 Pó BC;
 Pó D ou pó químicos especial (PQE).  Não deve ser aplicado sobre equipamentos elétricos, eletrônicos e
motores mecânicos.

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Sistema de proteção por extintores Sistema de proteção por extintores
Pó químico seco:

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