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O Menino do Vitral
*Esquema da peça:
Monge: SDP.
Capela: A Vocação.
Vitral e imagem de Nossa Senhora: As graças místicas da vocação.
Cruzado: O Thau.
*Cena na praça:
Meninos brincando numa praça, divertindo-se com um saltimbanco, etc.
Chega um velho monge e faz uma pregação ou coisa parecida, o menino se
converte, ou então o monge o convida... Em ambos os casos, a conclusão vai ser de que
o monge o convidará para cuidar de uma Saint Chapelle, de um vitral e de uma imagem
de Nossa Senhora. O menino aceita transbordante de entusiasmo. Os outros meninos
saem desinteressados, com o saltimbanco dizendo que o monge tinha acabado com a sua
festa.
*Cena no quarto
Travesseiro pesado, cama dura, cobertas geladas...
-- O que aconteceu comigo? Será que aquele menino está certo?
Aparece, debaixo da cama, um demônio. A partir daí, o demônio sugere e ele
aceita.
Dem.-- Ou será que tudo não passa de uma mentira?
-- Ou tudo não é senão uma mentira?
Dem.-- Você é muito imaginativo... Talvez você tenha imaginado tudo isso...
-- Sabe, eu sou muito imaginativo... Tenho a imaginção muito fértil...
Dem.-- É isso mesmo! O melhor é ir dormir...
Dorme um pouco... amanhece o dia...
Não consegue dormir direito.
-- Ah, é esse moleque que me perturba!
Expulsa o menino da Capela.
Depois de tê-lo brutalmente expulsado o menino, faz um movimento brusco,
derruba a imagem que cai no chão, quebrando-se toda.
Peso de consciência... Abafamento da consciência...
Recolhe os cacos da imagem... São seis horas da manhã. Meio atormentado,
desanimado e confuso, vai sentar-se no funda da Capela, entre as penumbras. Está triste
e carrancudo...
Instantes depois, barulho de cavalos. Entra um Cruzado, com barba, queimado
pelo sol, com cicatrizes...
Vai colocar o adorno na imagem de Nossa Senhora, mas não a encontra. Percebe
que o vitral e a capela, estão sujos, com teia de aranha, pó, folhas, etc.
-- O que aconteceu... Será que aquele menino morreu e ninguém tomou seu
lugar...
-- Pior do que a morte...
-- Quem é você?
-- Sou aquele menino...
-- Ah, Meu Deus, não posso acreditar... Seria melhor eu ter morrido no campo de
batalha do que agora ter que contemplar esta cena. Ai meu Deus! Minha Mãe, quisera
eu reconquistar esta alma para vós, assim como reconquistei o Santo Sepulcro... Pois
uma alma vale mais que o Sepulcro de Vosso Divino Filho... Como pôde o ouro
obscurecer-se?
O menino cai no chão, vertendo profundas lágrimas...