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É MELHOR SEREM DOIS DO QUE UM

“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se
caírem, um levanta o companheiro; aí, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá
quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se
aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três
dobras não se rebenta com facilidade.” (Eclesiastes 4.9-12)

O rei Salomão, instrumento divino para nos trazer estas palavras, não estava falando
especificamente sobre o casamento; ele falava sobre um exemplo de unidade que cabe num
relacionamento de amigos, de parceiros de trabalho e ainda outros. E embora estas
palavras não se apliquem exclusivamente ao matrimônio, este princípio bíblico também não
exclui, em hipótese alguma, a relação conjugal. E é dentro deste contexto, da vida do casal,
que queremos buscar entender não apenas o texto em si, mas como estas verdades se
relacionam com outras declarações bíblicas acerca do casamento. O texto menciona quatro
áreas onde o companheirismo faz toda a diferença e justifica a afirmação de que é melhor
serem dois do que um. São elas:

1) Parceria – 2) Suporte – 3) Cuidado – 4) Proteção

Sem estas quatro expressões de companheirismo talvez fossem melhor declarar que
é melhor ser um do que dois, uma vez que os “benefícios” que justificam esta afirmação
deixaram de estar presentes. Queremos refletir um pouco sobre cada um deles.

PARCERIA
Primeiramente vamos analisar a visão de parceria e como isto se encaixa no
relacionamento matrimonial. O casamento é uma parceria contínua!
a) A mulher foi criada por Deus para ser uma auxiliadora idônea, capaz (Gn 2.18);
b) O homem não foi criado por Deus para conquistar sozinho e, somente depois,
partilhar a conquista com sua esposa;
c) O casal precisa viver a relação de parceria em cada conquista no casamento;
d) Ao criar a mulher, Deus a fez com toda capacidade de prover ajuda;
e) Procriação, cuidado, provisão e educação dos filhos;
f) Ganhos materiais e financeiros o casal deve caminhar em parceria;
g) O esposo deve ouvir os conselhos de sua esposa e incluí-la em seus projetos;
h) A beleza da parceria, além do companheirismo e cumplicidade nas conquistas, pode
também ser vista nos resultados;
i) O casamento não é apenas duas pessoas que decidiram viver juntas, é o ato de
construírem juntos uma vida;
j) A verdade é que, juntos, mesmo repartindo, o casal conquista muito mais!
SUPORTE
A Escritura Sagrada declara que “se caírem, um levanta o companheiro”. Nos
momentos de altos e baixos que enfrentamos, o que está melhor ajuda o outro.
Encorajamento, apoio, suporte, são essenciais a união matrimonial.

Muitas pessoas entram com a motivação e expectativa errada no matrimônio:


a) Entrar na aliança matrimonial pensando muito mais em receber do que em oferecer;
b) Esperam que o cônjuge, ou mesmo a própria relação, façam-nas felizes;
c) Porém, o fato é que não nos casamos com o único propósito de sermos felizes, mas
primeiramente, para fazermos o cônjuge feliz (Dt 24.5);
d) A Palavra de Deus nos ensina que o homem casado deve agradar a sua esposa e vice-
versa (1 Co 7.33,34);
e) A maioria das queixas dos casados contra o próprio cônjuge são cobranças do que o
outro deveria ter feito;
f) Devemos colocarmos nossos cônjuges à frente e passarmos primeiro a servir, em vez
de também apenas cobrarem, passarão a também nos servir com alegria;
g) Portanto, espera-se dos cônjuges cristãos um comportamento que demonstre
maturidade cristã. E esta maturidade nos faz compreender que dar é mais importante
do que receber (At 20.35);
h) Nunca deixe de ser um instrumento divino de apoio e fortalecimento, de consolo e
amparo ao seu cônjuge!

CUIDADO
O texto afirma que “se dois dormirem juntos, se aquentarão”. Acredito que relaciona
levar calor para a vida do companheiro, ajudá-lo a superar os desconfortos da vida, bem
como promover pequenas alegrias e cuidados. A Palavra de Deus nos adverte: “Irai-vos e
não pequeis; não se ponha o Sol sobre a sua ira, nem deis lugar ao diabo.” (Efésios
4.26,27)
a) um casal nunca deve deixar a irá durar até o dia seguinte; pelo contrário, os cônjuges
devem se reconciliar antes de dormir;
b) A verdade é que dormir junto fala de intimidade. Também fala do leito do casal e da
sua vida sexual;
c) O conceito de amor e intimidade de um casal está fortemente associado ao quarto e
à cama. E este tipo de cuidado mútuo não pode faltar;
d) Aquecer um ao outro é algo que, no casamento, fazemos não só de modo literal, sob
cobertas, mas também no âmbito emocional;
e) São conversas, expressões de carinho por meio de palavras, presentes e atitudes que
não permitem que o coração do cônjuge se esfrie.
f) Quando isso falta, a relação se deteriora, e então, sem estes valores, acabamos tendo
que dizer que é melhor ser um do que dois.
PROTEÇÃO
O texto de Eclesiastes ainda revela que “se alguém quiser prevalecer contra um, os
dois lhe resistirão”. Isso fala de proteção, defesa mútua, cobertura recíproca. Quando as
batalhas surgem, o casal deve aprender a se unir e resistir juntos. Há muitos tipos de lutas e
de inimigos que tentam prevalecer contra nós. Uma delas, é a batalha que é continuamente
travada no reino espiritual contra todo cristão (e matrimônio). “Com toda oração e súplica,
orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica
por todos os santos”. (Efésios 6.18)
a) A oração não é apresentada como uma arma. O ato de orar é a própria guerra onde
entramos munidos de toda a armadura de Deus;
b) O primeiro nível de resistência que um casal deve aprender a oferecer é mediante a
oração;
c) Temos que cobrir a vida de nosso cônjuge de oração; devemos fazer guerra contra o
inimigo (e as circunstâncias) por meio da oração;
d) A guerra contra a sensualidade e as propostas de envolvimento sexual ilícito, cujo
apelo é cada dia maior;
e) A Bíblia diz que Satanás, como tentador, vai tentar explorar as brechas que os
cônjuges dão nesta área;
f) Um cônjuge suprido emocional e sexualmente não estará exposto a este tipo de
ataque como aquele que tem sido negligenciado nesta área;
g) O casal deve lutar junto, e não um contra o outro. Talvez um dos tipos de defesa que
deva ser praticado pelo marido e mulher seja o de proteger ao cônjuge de si mesmo
h) Nunca descubra seu cônjuge a quem quer que seja; não exponha as fraquezas dele,
não o critique em público. Proteja-o de ser ferido emocionalmente!

CONLUSÃO
Estes são ingredientes importantíssimos para um relacionamento: parceria, suporte,
cuidado e proteção. Sem eles não dá para dizer que é melhor serem dois do que um! Se
não trouxermos estes valores e práticas para nossa relação conjugal, então, tristemente
teremos que reconhecer que é melhor ser um do que dois. Negligenciando estas práticas
acabaremos por concluir que era melhor ter ficado solteiro. E muitos casados estão
tentando viver sob o mesmo teto como se ainda fossem solteiros; isto tem que mudar, caso
contrário, seu relacionamento estará condenado.

Maestro Dary Souza

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