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Preparando o cascalho: caminhos metodológicos de uma pesquisa em (des) construção1

Daniella Silva dos Santos de Jesus2

[...] Comecei a trabalhar garimpo mais meu pai [...]. Trabalhei na terra seca. Quando
tava chovendo, nóis tava lá trabalhando, quando a chuva estiava, nóis ia no rancho
trocar a roupa e ia trabalhar seco. [...] Primeiro nóis relemo o cascalho, eu mais ele
metemo o ralo e relemo. Agora carrega o cascalho do carumbé para deitar num
lajedo pra secar [...] e meter no ralo. No dia de carregar foi uma irmã minha. Se você
ver a distância que nos carreguemos! Batemo esta cangaia, chama cangaia.
Batemo esta gangaia, carreguemo e amotoamos na beira de um córrego, num dia de
sexta-feira. Quando foi um dia de sábado, foi o meu irmão e pai lavar. E no é que
tinha cinco diamantes?! [...] Teve pedra de 9 grão, de 8 e aí acabava a precisão da
gente, se tivesse com precisão acabava.
Alda Silva Pereira (2019)

Durante muito tempo as discussões em torno do trabalho remunerado, que colocou


em questão o “trabalho das mulheres”, foi apontado por diversas correntes do feminismo -
radical, liberal e marxista - como um condicionante para a libertação feminina. Partia-se do
pressuposto de que a identificação da mulher com o mundo privado, tal como sua exclusão do
mundo público, era a raiz da subordinação social das mulheres. O “enegrecimento” do
feminismo, contudo, questionou o caráter unidimensional do discurso feminista “branco”, que
segundo Hooks (2019a) ignorou a existência das mulheres que mais sofriam com a opressão
sexista: mulheres negras e pobres. Essas mulheres, distantes das fileiras do movimento
feminista sentiam na pele que o trabalho muito longe de libertar e/ou trazer gratificação
pessoal, as exploravam e desumanizavam. Com possibilidades reduzidas de verem alteradas
suas condições de vida, formavam uma massa silenciosa e silenciada por aquelas que se
diziam porta vozes da luta contra o sexismo.
Bell Hooks (2019a) ao referenciar o livro A mística feminina, de Betty Friedan,
apontado como um dos precursores do movimento feminista contemporâneo teceu críticas
contundentes ao caráter classista, racista e sexista da obra. Segundo Hooks (2019a, p.28), “ela
fez de seu drama e do drama de mulheres brancas como ela o sinônimo da condição de todas
as mulheres da América”. Acrescenta, contudo que a obra pode ser considerada útil “como
estudo de caso sobre narcisismo, insensibilidade, sentimentalismo, autoindulgência”
(HOOKS, 2019a, p.29), pouco interessada em questionar se sua perspectiva correspondia à

1
Texto apresentado como requisito avaliativo, da disciplina Seminários Multidisciplinares de Pesquisa,
ministrada pelos professores Janja Costa Araujo e Cloves Luiz Pereira Oliveira, junto ao PPGNEIM.
2
Graduada em Licenciatura em História (UEFS/BA), bacharela em Serviço Social (UNIT/SE), mestra em
Serviço Social (UFS/SE) e doutoranda em Estudos Interdisciplinares sobre Mulher, Gênero e Feminismo
(NEIM/UFBA).
experiência da mulher como grupo. Sueli Carneiro (2019) argumenta que o mito da
fragilidade feminina nunca se sustentou em se tratando das mulheres negras, haja vista que as
mesmas nunca se viram ou foram tratadas como frágeis.
As reflexões apontadas por feministas negras dão conta da falácia do sexismo como
causa (única) da opressão das mulheres, ratificando sua natureza interligada permeada pela
interlocução das opressões de raça, gênero e classe. Se os escritos de Friedan fomentaram as
expectativas das mulheres brancas das classes média e alta, com nível superior de que através
do trabalho quebrariam os grilhões da dependência econômica masculina, permitindo-as
alcançar a liberdade, às mulheres negras e pobres, não eram facultadas as mesmas
prerrogativas. Dona Alda, mulher garimpeira desde a infância, não pode escolher entre
trabalhar ou não. Após a morte da mãe assumiu juntamente com os irmãos a responsabilidade
pelo sustento de sua família. Enquanto sua irmã mais velha cuidava dos irmãos mais novos,
ela partia juntamente com seu pai para a serra e como gente grande fazia todo o processo de
preparação e carregamento do cascalho a ser apurado posteriormente. O sentido do trabalho
nesse caso tinha mais a ver com a autopreservação do que com a realização pessoal e/ou
liberdade que o trabalho poderia lhe proporcionar. “Ser capaz de trabalhar e ter que de
trabalhar são duas coisas bem diferentes”, pontuou Hooks (2019b, p. 149). As mulheres
negras, mesmo que crianças, sempre foram vistas como “batedoras de cangaia”, eram mulas!
No intuito de continuar revirando os cascalhos e os silêncios que recobrem as
experiências laborativas de mulheres nos garimpos de diamantes da Chapada Diamantina, na
Bahia, este texto se propõe a apresentar aspectos teóricos metodológicos, que serão
mobilizados no âmbito do projeto de pesquisa intitulado: O peso do garimpo: quanto vale o
trabalho da mulher negra? Divisão sexual do trabalho, na Chapada Diamantina/BA
(anos de 1950 a 1996), em desenvolvimento no Programa de Pós Graduação em Estudos
Interdisplinares sobre Mulher, Gênero e Feminismo. A pesquisa tem como objetivo geral
realizar uma analise comparativa das experiências de trabalho de mulheres negras nos
garimpos de serra (tradicional) e de draga (mecanizado), de modo a perscrutar as mudanças,
deslocamentos e permanências no que se refere a divisão sexual do trabalho. Além disso,
busco identificar e caracterizar os papéis exercidos pelas mulheres negras no mundo do
trabalho do garimpo, bem como a construção social da separação entre as funções masculinas
e femininas; historicizar, através da pesquisa bibliográfica e documental, a inserção das
mulheres na mineração/garimpo; verificar como ocorre a relação entre o trabalho remunerado
e o trabalho doméstico das mulheres que atuaram nos garimpos; investigar o contexto
histórico da Chapada Diamantina, no período recortado, de modo a reconstituir os processos
econômicos e sociais, as relações de produção e trabalho; e por fim será mapeado e analisado
as formas de dominação e controle masculinos, as táticas e estratégias das mulheres para
negociar com o patriarcado, assim como as formas de resistência exercidas pelas mulheres
envoltas ao mundo do garimpo.

“José para onde?” Traçando o caminho (o que, para que e onde)

Nas últimas décadas do século XX, verificou-se o alargamento do campo de


investigação na pesquisa histórica. Temas relacionados à família, ao crime, aos negros e às
mulheres, por exemplo, emergiram e firmaram espaço na historiografia. Os estudos da “gente
comum” passaram a preencher as lacunas deixadas por uma forma tradicional de fazer
história, dando voz às minorias sociais, as quais fora negado o reconhecimento como agentes
do processo histórico. Se nos moldes tradicionais apenas os homens brancos eram
considerados sujeitos da história, no ambiente historiográfico atual as mulheres também vêm
ganhando visibilidade e suas vozes aos poucos têm ecoado. Se em pesquisa anterior centrei
esforços em desvelar a presença e o exercício laborativo de mulheres no garimpo, espaço
historicamente ocupado por homens, atestando que a atividade garimpeira tem dois sexos, no
estudo a ser desenvolvido no doutorado a ideia é demonstrar que além de classe, gênero, o
garimpo também tem cor, e é preta!
Busco dessa forma “reparar” a falta no que se refere a baixa incidência do
componente racial nos estudos sobre as trabalhadoras/es no Brasil, especialmente quando
reportados ao século XX. O reparar assume tanto a ideia de chamar atenção para a
invisibilidade, quanto à necessidade de construção de novos caminhos de reparação,
sobretudo epistêmicas. Problematizar este enegrecimento requer a adoção de lentes
epistemológicas que dêem conta das complexidades das interconexões dos sistemas de
opressão de gênero, raça e classe. As lentes escolhidas foram a do feminismo negro
interseccional em interlocução com a História Social do Trabalho, que apesar de uma relação
controversa e complexa, serão acionadas por oferecerem mecanismos de compreensão de
múltiplas desigualdades que atingem as mulheres negras trabalhadoras.
O lócus da pesquisa compreenderá o núcleo histórico da atual região da Chapada
Diamantina, especialmente os municípios de Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras, com
recorte temporal que compreende os anos de 1950 a 1996. O ano inicial é demarcador de um
processo de decadência do garimpo tradicional, que coexistiu com o processo de mecanização
do garimpo em fins da década de 1980. Conforme pontuou Jesus (2021) uma conjugação de
fatores como a dependência do mercado exportador, esgotamento das jazidas e utilização de
instrumentos e técnicas rudimentares, assim como o intenso fluxo migratório impactou
diretamente nas condições materiais de sobrevivência da população garimpeira remanescente.
A população dessa região, urbana e masculina, em seus períodos de maior florescimento
econômico, passou por um processo de ruralização e feminização a partir de 1950.
Um novo fôlego à atividade garimpeira ocorreu em meados dos anos de 1980,
quando por iniciativa do Governo do Estado da Bahia o garimpo mecanizado foi implantado,
nas cidades de Andaraí, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. As “dragas” reacenderam o imaginário
dos habitantes das Lavras, que saudaram com entusiasmo a chegada da nova tecnologia,
pontuou Brito (2005). Vale ressaltar, contudo que a retomada do garimpo, na versão
mecanizada, ocorreu numa conjuntura em que também se gestava uma consciência ambiental,
que culminou com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina (1985). Para Brito
(2005), diferentemente do período anterior, os impactos ambientais promovidos pelas dragas
não eram bem vistos, e foram duramente repelidos por ambientalistas e defensores da
atividade turística. Por esta razão, acredita que esta modalidade de garimpo tenha surgido
como “crônica de um fechamento anunciado”, haja vista, a incompatibilidade de seu
desenvolvimento com o ecoturismo, também fomentado pelo governo estadual. Em 1996,
face às incursões em áreas de preservação ambiental, os garimpos mecanizados foram
fechados por tempo indeterminado, sendo este o recorte final desta pesquisa.
O imaginário social construído sob o signo da aventura, do provisório, do vício e do
perigo revela uma identificação e/ou justaposição que se assemelham as representações
sociais da masculinidade garimpeira, reforçando e construindo estereótipos de gênero para
esta atividade. Em razão dos requisitos de força e resistência, que contrastam com a suposta
fragilidade dos corpos femininos, o garimpo se corporificou como “um não lugar” para as
mulheres, negando e diminuindo a sua presença. No entanto, os construtos sociais que
idealizam papéis sociais para cada sexo, com base em atributos naturais, nem sempre se
sustentam. As experiências dos sujeitos e os elementos materiais de existência, também,
contribuem para a mudança de pensamentos e práticas, podendo interferir na forma como as
pessoas percebem as diferenciações sexuais do trabalho no garimpo. Conscientemente ou não,
por força da necessidade de sobrevivência ou por vontade própria, o fato é que muitas
mulheres burlaram as interdições que lhes foram socialmente impostas e adentraram este
universo viril, ainda que invisibilizadas.
Estudos realizados em outros centros de mineração, nos estados de Minas Gerais,
Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina, Amazonas aliados aos resultados obtidos por Jesus
(2021) para a região das Lavras Diamantinas apontam uma maior inserção de mulheres em
atividades de extração mineral em processo de declínio econômico. A realidade miserável
experienciada pelas poucas pessoas que teimavam em continuar tentando a sorte nos
garimpos, que, mesmo com a crise, continuou a ser a principal atividade exercida na região,
tangeu as mulheres cada vez mais para o espaço público, as ruas e as serras. Tiveram que
trabalhar e compartilhar com os homens (e na maioria das vezes sozinhas) os custos da
sobrevivência de suas famílias. Todavia, a imersão das mulheres no garimpo, segundo Jesus
(2021), não se deu nos moldes masculinos. Para adentrarem e prosseguirem trabalhando nesta
atividade, as mulheres tiveram que tecer diversos enfrentamentos, dentre eles o de conciliar
trabalho doméstico com o garimpo e outras tantas atividades.
Como se deu a inserção das mulheres na nova modalidade de garimpo implementada
na Chapada Diamantina? Teriam as mulheres ficado circunscritas à prestação de serviços
como cozinheiras ou foram inseridas no processo produtivo da garimpagem? Quais
enfrentamentos tiveram que fazer para conciliar trabalho remunerado e trabalho reprodutivo,
já que permaneciam nos acampamentos? Seriam estigmatizadas as mulheres que trabalhassem
ao lado de homens no garimpo? Quais as condições de trabalho, os riscos e vulnerabilidades
estavam sujeitas as mulheres trabalhadoras do garimpo de draga? Um estudo que contemple
as experiências de trabalho de mulheres negras nos garimpos de serra e draga permitirá tecer
quadros comparativos destas duas realidades, de modo a compreender o impacto da
incorporação tecnológica às relações de produção do garimpo, perscrutando as mudanças,
deslocamentos e permanências da divisão sexual do trabalho.
Essa proposta amplia seu locus de análise em relação a outras pesquisas que
tematizam a divisão sexual no garimpo, ao se valer do pensamento feminista negro para
pensar as especificadades das opressões de mulheres negras no trabalho. Dessa forma, para
além de pensar uma divisão do trabalho genderizada, que hierarquiza e atribue “pesos”
distintos às atividades desenvolvidas por mulheres e homens, problematizarei o impacto do
racismo nesse processo. Segundo Collings (2019) as análises feministas negras em torno do
trabalho das mulheres negras invetigam como o trabalho remunerado dessas mulheres se
organiza no âmbito das opressões interseccionais de raça, classe e gênero, ao passo que
evidenciam as condições de trabalho dessas mulheres e suas lutas cotidianas pela
sobrevivência, com vistas a identificar padrões de desigualdades de raça e de gênero. Essas
apreciações quando articuladas às análises acerca do trabalho remunerado e não remunerado
realizados, seja no mercado de trabalho ou no âmbito familiar viabiliza posicionar as
mulheres negras como as “mulas do mundo”, as que carregam o “peso” do garimpo.
Modos de garimpar: epistemologia feminista, instrumentos e técnicas de pesquisa

A epistemologia pode ser caracterizada como um campo conceitual de produção do


conhecimento científico. De acordo com Rago (1998) é a maneira pela qual se estabelece a
relação entre sujeito e objeto do conhecimento, assim como a operacionalização do mesmo
como verdade. Por essa razão ressalta a relevância de prestarmos atenção ao processo de
constituição das epistemologias feministas ou do que denominou de projeto feminista de
ciência, haja vista ser este um momento oportuno de crítica e construção de uma nova
linguagem e de um contra discurso ao caráter particularista, ideológico, racista e sexista do
conhecimento científico hegemônico. Collins (2019, p. 402) acrescenta que a epistemologia
enquanto teoria do conhecimento, longe de ser um estudo apolítico da verdade científica,
aponta “como as relações de poder determinam em que se acredita e por que”. Justifica a
importância da epistemologia em razão dela determinar as perguntas que merecem
investigação, quais referenciais interpretativos serão mobilizados e os destinos do
conhecimento produzidos.
O processo de validação do conhecimento ocorre a partir de dois critérios políticos,
de acordo com Collins (2019, p. 405): 1- as avaliações das reivindicações de conhecimento
são feitas por um grupo de especialistas com experiências sedimentadas pela realidade que
refletem o lugar de fala que ocupam em seus grupos e nas opressões interseccionais; 2-cada
comunidade de especialistas se responsabiliza pela manutenção de sua credibilidade, definida
pela população da qual advém seus conhecimentos básicos. Os que questionam os
pressupostos da cultura vigente são considerados pouco confiáveis e consequentemente são
desacreditados. Os critérios traçados pelos grupos que avaliam a pertinência da concessão do
status de conhecimento cientificamente válido contribuem para o apagamento de perspectivas
diversas e/ou contrárias às seus postulados.
Faz sentido, portanto, considerar a epistemologia feminista negra um conhecimento
subjugado pelos pressupostos tradicionais. Como teoria social crítica, as epistemologias
insubmissas, conforme denominou Figueiredo (2020) reflete os interesses daquelas que as
elaboraram. A perspectiva analítica das mulheres negras oferece um campo de visão
privilegiado, através do qual é possível observar aspectos importantes do grupo do qual se é
parte. Historicamente, o conhecimento produzido por mulheres negras em instituições sociais,
controladas por homens brancos, assim como no âmbito do feminismo hegemônico, foi
suprimido. Patrícia Hill Collins (2019, p. 58) argumenta que as intelectuais negras melhor
contribuem para a formação de um “ponto de vista” quando utilizam suas experiências como
“conhecedoras situadas”. Todavia, correm mais riscos de serem taxadas de menos acadêmicas
e desacreditadas pela demasiada subjetividade. Esta perspectiva pode ser encontrada também
em Dona Haraway (1995), que se vale da metáfora do “ponto de vista” para questionar a
noção de objetividade e neutralidade do fazer científico tradicional. A objetividade feminista
significa saberes localizados, logo é impossível alcançar a imparcialidade, tampouco isso é
desejável. Vale salientar, que a imbricação do sujeito/objeto na produção científica é um dos
principais aportes do feminismo à ciência.
Débora Aymoré (2017) ao discorrer sobre o conceito de objetividade forte como
alternativa à ciência livre, de Sandra Harding, demonstra que em contraposição à
“objetividade fraca”, aquela já predominantemente praticada, a “objetividade forte” possibilita
dar visibilidade aos grupos historicamente oprimidos, não apenas como meros objetos de
investigação e/ou consumidores de seus resultados, mas como sujeitos ativos 3. A
contemplação da diversidade é um ponto central na promoção de uma “ciência a partir de
baixo” por promover a perspectiva “[...] das pessoas pobres, de “minorias” étnicas e raciais,
de mulheres, de minorias sexuais”, tal qual ponderou Harding (2015 apud AYMORÉ, 2017,
p. 180).
Os grupos subordinados desenvolveram desde sempre estratégias de resistência. Tal
qual asseverou Collins (2019, p. 402) as mulheres negras recorreram “[...] a formas
alternativas para criar autodefinições e auto-avaliações independentes, rearticulando-as por
meio de nossos próprios especialistas”. Desenvolveram um ponto de vista específico e se
valeram de formas alternativas, a exemplo da música, da literatura, das conversas e
comportamentos cotidianos, para produzir e validar o conhecimento produzido. A experiência
é um conceito importante para o feminismo negro, sendo base fundamental de sua
epistemologia. Integrantes do grupo subordinado “[...] as mulheres negras não pode se dar ao
luxo de ser idiotas, pois nossa objetivação com o Outro retira de nós as proteções conferidas
pela branca, pela masculinidade e pelo dinheiro". A sabedoria construída por meio da
experiência vivida é essencial para a sobrevivência dos subordinados.
É inegável a contribuição do feminismo na reavaliação do conhecimento científico e
na construção de novas perspectivas metodológicas. De acordo com Coutinho (2006) na área
dos estudos de gênero abriu-se um leque de metodologias alternativas, comumente de caráter
qualitativo, como resposta à insatisfação ao dos métodos tradicionais. O campo

3
Tendo como base os ensinamentos da feminista negra Bell Hooks, a psicóloga Grada Kilomba (2019, p. 28)
argumenta que sujeitos são aqueles que têm o direito de definir suas próprias realidades e nomear a suas
histórias. Na condição de objeto esta realidade é definida por outros, as identidades são criadas pelos outros. A
passagem da condição de objeto a sujeito concebe a escrita como ato político.
historiográfico não ficou imune a estas transformações. Conforme destacaram Perrot (1995) e
Soihet (1997) a relação dialética do movimento feminista e o movimento de revisão da
história, atuantes nas décadas de 1960 e 1970 foi decisiva para o surgimento de novas
abordagens. O ramo que se convencionou chamar de História das Mulheres surgiu em
contraposição à historiografia positivista. A ênfase dessa narrativa histórica tradicional
reservava pouco espaço às mulheres na medida em que era a cena pública o centro das
atenções e lá elas pouco apareciam, ressalva Perrot (1989). Outro aspecto de que trata essa
historiadora diz respeito ao silenciamento das fontes tradicionais em relação às experiências
femininas. Esse silenciamento depõe contra sua existência concreta, o que ratifica a
importância da História Oral como instrumentos dos mais adequados para o registro da
memória feminina.
Para alcançar os objetivos traçados por essa pesquisa, que busca analisar
comparativamente as experiências de trabalho de mulheres negras nos garimpos de diamantes
(de serra e draga) da Chapada Diamantina-BA, no que tange à configuração da divisão sexual
do trabalho me valho das lentes epistêmicas do feminismo negro interseccional. Nesse sentido
defendo a pluralidade metodológica me valendo de métodos e/ou abordagens críticas na
análise das fontes que viabilize auto definição e empoderamento das mulheres em suas
vivências. Nesse sentido é que tomarei como principal referência as trajetórias de vida de
homens e mulheres que compartilharam experiências comuns no garimpo, considerando o
recorte temporal que compreende os anos de 1950 e 1996, tendo como base metodológica a
História Oral.
Essa metodologia, ao possibilitar a construção de novas versões para a História, ao
“dar voz” a grupos historicamente excluídos, pode fazer desta uma atividade mais
democrática, por pensá-la a partir das referências e também do imaginário daqueles que
vivenciaram e participaram de um determinado período. A História Oral mostra-se como
campo fértil na reversão do silenciamento em que as mulheres foram submetidas enquanto
sujeitos com/da história. Como método de pesquisa produz uma “fonte especial”, cuja
característica principal pauta-se na subjetividade. Esta particularidade atribuída à História
Oral de modo a desqualificá-la se constituiu, até a década de 1970, num entrave quanto a sua
incorporação ao universo da pesquisa histórica. Acreditava-se que em razão dos depoimentos
expressarem uma visão de mundo particular, estes não poderiam ser considerados
representativos de uma época ou grupo. Todavia, conforme ponderou Alberti (1990),
atualmente não é mais negativo o fato do depoente eventualmente distorcer a realidade, ter
falhas de memória ou até mesmo “errar” em seu relato, o que importa é refletir de forma mais
ampla estas ocorrências, localizando seus porquês e em que medida sua concepção difere (ou
não) das dos outros depoentes.
Pela natureza dessa pesquisa, o procedimento a adotado consistirá em trabalhar com
memórias individuais e coletivas na perspectiva de histórias de vida, (re) compondo por meio
delas, as práticas sociais vivenciadas no período que compreenderá este estudo. Acredita-se
que essa modalidade oferece vantagens por pensar a história através da experiência vivida
pelo entrevistado. A história de vida, segundo Piscitelli (2005) outorga um lugar de privilégio
às experiências dos sujeitos a partir de seus pontos de vistas, sendo importante para a
integração de percepções individuais à pautas sociais mais amplas. Esse mérito reforça a
responsabilidade e o rigor de quem trabalha com entrevistas, pois é preciso ter claro que esta
não é um “retrato” do passado e que as leituras que as pessoas fazem do mesmo são
interpretadas e ressignificadas a partir das necessidades do presente. Debert (1986) reforça
que a produção de novos documentos através da História Oral torna-se rico à medida em que
toma o presente como parâmetro ou considera que o destinatário final das fontes produzidas
está no futuro.
As entrevistas serão do tipo semiestruturadas, que para Laville e Dionne (1999,
p.188) são aquelas “[...] cujos temas são particularizados e as questões (abertas) preparadas
antecipadamente. Mas com plena liberdade quanto a retirada eventual [...], a ordem em que
essas perguntas foram colocadas e ao acréscimo de perguntas improvisadas [...]”. Seguindo as
recomendações de Alberti (2004) as entrevistas terão como centro de interesse a trajetória dos
entrevistados, da infância até o momento em que esse estudo se reporta, passando pelos
diversos acontecimentos e conjunturas que presenciaram, vivenciaram ou de que se
inteiraram. A história de vida permite que, ao longo das narrativas, os temas relevantes para a
pesquisa sejam aprofundados. O roteiro de entrevista – entendido enquanto uma orientação
aberta e flexível – será pensado de modo a contemplar perguntas amplas apresentadas em
grandes blocos. Priorizará uma linguagem simples e direta na formulação das questões,
procurando criar um clima de confiança na relação entrevistadora/entrevistado, deixando-os
livres para contar suas experiências de vida. Um cuidado importante, de que chamou a
atenção Coelho (2005, p.24), diz respeito à necessidade deste tipo de entrevista considerar que
“[...] além das palavras registradas no gravador e transcritas no papel, é preciso considerar a
plenitude dos depoimentos colhidos, ou seja, os silêncios, as emoções e as omissões das
entrevistas”.
Para a composição deste estudo realizarei entrevistas com mulheres e homens.
Mesmo sendo as mulheres as “sujeitas” protagonistas da pesquisa, em face da necessidade
delas opinarem sobre sua condição de opressão, vozes masculinas serão inseridas. Tal opção
se deu em função dos homens terem sido maioria no garimpo e por possibilitar uma análise
comparativa e relacional intrínseca aos conceitos de gênero e divisão sexual do trabalho. Silva
(2007, p. 16) Acrescenta ainda que “[...] as formas e espaços de trabalho femininos têm
também suas representações nas narrativas masculinas [...].” O autor, citando Bourdieu e
Scott, afirma que os símbolos culturais que constituem a masculinidade são construídos como
negações do feminino. Desta forma, as práticas femininas podem ser desveladas a partir das
negações do imaginário masculino, fazendo-se necessário a utilização do gênero como
categoria (relacional) de análise, visto que: “Esse uso [...] sustenta que estudar as mulheres de
maneira isolada perpetua o mito de que uma esfera, a experiência de um sexo, tenha muito
pouco ou nada a ver com o outro sexo.” (SCOTT, 1990, p. 75).
Este trabalho é uma continuidade de pesquisas iniciadas desde a graduação em
História, posteriormente aprofundadas no mestrado. Ao longo de mais de 15 anos realizei
entrevistas com mulheres e homens que tiveram experiências laborativas no garimpo de serra
de Andaraí e Igatu, muitos desses já falecidos. No doutorado utilizarei aproximadamente 15
(quinze) dessas entrevistas, sendo dez (10) realizadas com mulheres e cinco (5) com homens.
A utilização dessas entrevistas em trabalhos futuros foi à época da sua produção autorizada
pelos depoentes. Como nessa nova pesquisa realizarei um estudo comparativo da divisão
sexual do trabalho em duas modalidades de garimpo, num recorte temporal e espacial mais
amplo em relação à pesquisa do mestrado, serão produzidas novas entrevistas para dar conta,
sobretudo das experiências de trabalho das/dos trabalhadoras/es do garimpo de draga, que em
geral não abarcou as/os trabalhadoras/es do garimpo tradicional.
A utilização da História Oral articulada a outras fontes e procedimentos
metodológicos viabiliza resgatar o indivíduo como sujeito do processo histórico. Desta
maneira, fez-se necessário a diversificação de fontes e intersecção de diferentes
procedimentos metodológicos, a exemplo da pesquisa documental e bibliográfica. Tal
panorama se apoiou em pressupostos teóricos e metodológicos semelhantes a outros
trabalhos que tematizaram o universo garimpeiro, a exemplo dos trabalhos de Carola (2002),
Jesus (2005), Coelho (2005), Barrozo (2007) e Jesus (2021) que contaram com o cruzamento
dos depoimentos orais com outras modalidades de fontes. Adriana Piscitelli (2005) ao buscar
compreender as estratégias matrimoniais em cinco gerações, de dois grupos de parentesco de
cafeicultores de uma pequena cidade de Minas Gerais também ressaltou os ganhos dessa
articulação. O intercruzamento de fontes será realizado não no sentido de constituir uma
espécie de contraprova, de modo a confirmar ou contestar os depoimentos obtidos, mas dar
maior inteligibilidade às informações produzidas com as entrevistas. Assim, me valho da
leitura da leitura de obras literárias e memorialísticas, projetos e decretos de leis,
correspondências oficiais e pessoais, jornal de circulação regional e estadual, códigos de
mineração e de trabalhos já realizados sobre garimpos e garimpeiros na Bahia (com e sem o
recorte de gênero e raça) e em outros estados brasileiros. A intenção é a de conhecer de forma
ampla o tema e a região em estudo para obter um resultado mais qualificado com as
entrevistas.
As fontes literárias, especialmente os romances históricos Cascalho, de Herberto
Sales, nas suas diversas edições (1944), (1951) e (1956), Garimpos, de Herman Lima (1932),
Maria Dusá, de Lindolfo Rocha (2001) e O Diamante Verde, de Almachio Diniz (1987)
aliadas à oralidade, oferecerão bases importantes para a execução desta pesquisa. A literatura
regional nos possibilita compreender as especificidades do labor garimpeiro, suas relações de
trabalhos, bem como, as condições de vida da população garimpeira. Nela é evidenciado o
tom da realidade miserável, a fome, o perigo, a exploração, mas também a solidariedade e
estratégias de sobrevivência empreendidas pelos garimpeiros/as para resistirem aos
infortúnios da pobreza, tendo o trabalho das mulheres desempenhado papel crucial à
sobrevivência familiar. Tanto nas edições de Cascalho, quanto em Garimpos e Maria Dusá,
aparecem descrições de variadas atividades desenvolvidas por mulheres: costureiras,
benzedeiras, rendeiras, prostitutas, quitandeiras, lavadeiras e também de mulheres
garimpeiras. A presença de mulheres desempenhando funções nos garimpos aparece,
sobretudo, no romance de Lindolfo Rocha (1910) e de Almachio Diniz (1910).
Como a oralidade, a literatura se constitui em significativo artefato capaz de
expressar os sentimentos e as experiências humanas. Deve, portanto, ser inserida no conjunto
de referências sociais e culturais – históricas, portanto, – em que foi produzida, de modo a
auferir dela uma variedade de elementos que iluminam o passado, assim como o presente. Tal
qual apregoa Chartier (1990), na teia imaginativa e ficcional do texto literário, encontra-se o
substrato de uma experiência vivida e de uma realidade histórica localizada no tempo e no
espaço. Transfiguradas em representação pelas palavras do autor, dão conta de uma série de
preocupações, impressões, visões críticas e representações da vida social que permite
tocar a história pelas sensibilidades particularmente desenvolvidas por aqueles que viveram
os fatos trazendo um interessante uso da literatura como um valioso testemunho histórico.
Com a leitura dos memorialistas, dos relatórios, da documentação
administrativa, dos jornais e análise dos dados censitários e imagéticos intenta-se analisar as
condições políticas, econômicas e sociais que operaram durante a segunda metade do século
XX, de modo a entender como estes aspectos influenciaram na vida de homens e mulheres
pobres corroborando para a ampliação da marginalidade do trabalho das mulheres e sua
desvalorização. A pesquisa bibliográfica, diante das parcas referências sobre a região, também
será relevante no desenvolvimento deste estudo. Tal qual apregoou Lima e Mioto (2007, p.
40) “[...] a pesquisa bibliográfica tem sido utilizada [em pesquisas] em que o objeto de estudo
proposto é pouco estudado, tornando difícil a formulação de hipóteses precisas e
operacionalizáveis”. Desta forma, sobretudo na fase exploratória, a mesma instrumentalizará a
pesquisadora “[...] na construção, ou na melhor definição do quadro conceitual que envolve o
objeto de estudo proposto.” (LIMA; MIOTO, 2007, p. 40). Também possibilitará tecer
quadros comparativos com pesquisas realizadas em outras realidades, que apresentem
objetivos comuns aos percorridos neste estudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1990.
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CRONOGRAMA DE PESQUISA

Atividade 1.º 2º 3º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º


Cursar disciplinas obrigatórias
Revisão Bibliográfica/Referencial
Teórico
Tirocínio docente orientado
Elaboração artigos, apresentação em
eventos científicos e publicação.
Qualificação da pesquisa
Pesquisa de campo/entrevistas
Análise dos dados produzidos
Defesa da tese

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