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Morte e vida Severina

João Cabral de Melo Neto


SEMINÁRIO DE PORTUGUÊS
Professora orientadora :Taís da Silva
Etepam 3°Mec
Equipe 01

 Davi Victor
 Davi Oliveira
 Isaac França
 Itállo Oliveira
 Luiz Gabriel
 Miguel de Oliveira
 Niedson Mikael
Indice

 Introdução
 Obra
 Personagens
 Enredo
 Estrutura
 Resumo da obra
 Análise crítica
 Biografia do autor
 obras
 Prêmios
 Curiosidades
Introdução
 “Somos muitos Severinos, iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande que a custo é que se
equilibra.”
 Conhece esses versos? Eles são considerados um
dos mais bonitos e importantes da literatura
brasileira e fazem parte de Morte e vida Severina,
do poeta João Cabral de Melo Neto.
 Morte e Vida Severina (1954-55), poema que dá nome ao livro, é a obra
mais popular de João Cabral de Melo Neto Criada como um poema
dramático, a obra pode ser encenada; inclusive o objetivo do autor era
que sua encenação ocorresse durante o período do Natal, como um auto
de teor regionalista, uma vez que fala sobre os problemas pelos
quais o Nordeste brasileiro passava.
 A obra foi traduzida para diversos idiomas e consagrou João Cabral de
Melo Neto. Além disso, ela foi adaptada para a televisão, para o cinema,
para o teatro e até em forma de animação.
Personagens

 Severino é o narrador e personagem principal, um


retirante nordestino que foge para o litoral em busca
de melhores condições de vida.
 Seu José, mestre carpina, é o personagem que salva
a vida de Severino, impedindo este de tomar sua
própria vida.
Enredo
 Morte e vida Severina mostra ao leitor o
personagem Severino, um retirante nordestino. Perceba como o
título coloca a palavra “morte” antes de “vida”, mostrando
como é mais fácil morrer do que viver na miséria em que ele
vivia.
 O enredo mostra Severino deixando o sertão rumo ao litoral,
em busca de uma vida melhor. No caminho, ele vai
encontrando outros moradores do sertão nordestino que, como
ele, também estão sofrendo diante do esquecimento que o local
recebe do Estado e das autoridades, principalmente a
população pobre.
Estrutura
 O livro está dividido em 18 partes .
 Mas podemos fazer uma divisão quanto a temática:
 Da parte 1 ao 9 compreende a ida de Severino até Recife.
 Da parte 10 a 18 compreende a estadia de Severino em Recife.
 Nele há monólogos e diálogos e é todo escrito em redondilha maior.
 Redondilha é o recurso poético que estabelece versos de cinco ou sete sílabas
poéticas.
 Verso Heptassilábico = Redondilha Maior
Contém sete sílabas:
 — Des1/de2 /que es3/tou4 /re5/ti6/ran7/do só1/ a 2/mor3/te4/ ve5/jo a6/ti7/va,
só1/ a2 /mor3/te 4/de5/pa6/rei7 e às1 /ve2/ze3/sa4/té5 /fes6/ti7/va;
 (Parte 5- CANSADO DA VIAGEM O RETIRANTE PENSA INTERROMPÊ-
LA POR UNS INSTANTES E PROCURAR)
Resumo da obra
 Morte e Vida Severina retrata a trajetória de Severino, que deixa o sertão nordestino
em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. Severino encontra no
caminho outros nordestinos que, como ele, passam pelas privações impostas ao sertão.
 A aridez da terra e as injustiças contra o povo são percebidas em medidas nada sutis do
autor. Assim, ele retrata o enterro de um homem assassinado a mando de latifundiários.
 Assiste a muitas mortes e, de tanto vagar, termina por descobrir que é justamente ela, a
morte, a maior empregadora do sertão. É a ela que devem os empregos, do médico ao
coveiro, da rezadeira ao farmacêutico.
 Nota, ao vagar pela Zona da Mata, onde há muito verde, que a morte a ninguém poupa.
Retrata, contudo, que a persistência da vida é a única a maneira de vencer a morte.
 No poema, Severino pensa em suicídio jogando-se do Rio Capibaribe, mas é contido
pelo carpinteiro José, que fala do nascimento do filho.
 A renovação da vida é uma indicação clara ao nascimento de Jesus, também filho de
um carpinteiro e alvo das expectativas para remissão dos pecados.
• verso a seguir mostra como todos no sertão compartilham a
mesma sina, a mesma situação e, às vezes, até o mesmo
nome:
• "O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como
há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de
me chamar Severino de Maria como há muitos Severinos com
mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado
Zacarias.
Análise critica da obra

 Morte e Vida Severina é um poema de construção dramática com


exaltação à tradição pastoril. Ele foi adaptado para o teatro, a
televisão, o cinema e transformado em desenho animado.

 A obra é, acima de tudo, uma ode ao pessimismo, aos dramas


humanos e à indiscutível capacidade de adaptação dos retirantes
nordestinos.
 O poema choca pelo realismo demonstrado na universalidade da
condição miserável do retirante, desbancando a identidade pessoal.
 Por trás de toda a beleza da obra, é muito clara a denúncia que ela carrega nos
versos.
 Primeiramente, a questão agrária é presente desde o começo. Seca, disputa por
terras, falta de oportunidades em terras inférteis, fome… Essa denúncia
também é extremamente evidente no funeral de um lavrador.
 Para além disso, a miséria, de bens e de espírito, é outro fator denunciado nessa
grande obra. No mangue, onde a vida poderia abrandar, as pessoas trabalham
por migalhas e se rendem ao suicídio.
 A pobreza material é notável na alusão ao nascimento de Jesus, que na obra é
representado pelo filho do trabalhador José. Em vez do ouro, do incenso e da
mirra, presentes dados ao recém-nascido na história bíblica, o bebê de Morte e
Vida Severina recebe dos vizinhos presentes singelos e símbolos de uma vida
difícil e miserável.
 Como todo poema, Morte e Vida Severina permite interpretações riquíssimas
com detalhes diferentes para cada leitor.
Biografia do autor
 João Cabral de Melo Neto foi poeta, escritor
e diplomata brasileiro. Conhecido como
“poeta engenheiro”, ele fez parte da terceira
geração modernista no Brasil, conhecida
como Geração de 45.
 Nesse momento, os escritores estavam mais
preocupados com a palavra e a forma, sem
deixar de lado a sensibilidade poética. De
maneira racional e equilibrada, João Cabral
se destacou por seu rigor estético
 Morte e Vida Severina” foi, sem dúvida, a obra
que o consagrou. Além disso, seus livros
foram traduzidos para diversas línguas
(alemão, espanhol, inglês, italiano, francês e
holandês) e sua obra é conhecida em
diversos países.
 O pernambucano João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife em 6 de janeiro de 1920.
 Filho de Luís Antônio Cabral de Melo e de Carmen Carneiro Leão Cabral de Melo, João era primo
de Manuel Bandeira e Gilberto Freyre.
 Passou parte da infância nas cidades pernambucanas de São Lourenço da Mata e Moreno.
 Muda-se com a família em 1942 para o Rio de Janeiro, onde publica seu primeiro livro, “Pedra do
Sono”.
 Começa atuar no serviço público em 1945, como funcionário do Dasp (Departamento de
Administração do Serviço Público).
 No mesmo ano, inscreve-se para o concurso do Ministério das Relações Exteriores e passa a
integrar em 1946 o quadro de diplomatas brasileiros.
 Após passar por vários países, assume o posto de cônsul-geral da cidade do Porto, em Portugal em
1984.
 Permanece no cargo até 1987, quando volta a viver com a família no Rio de Janeiro. É aposentado
da carreira diplomática em 1990. Pouco depois, começou a sofrer com uma cegueira, fato que o
leva a depressão.
 João Cabral morreu em 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, com 79 anos. O escritor foi
vítima de um ataque cardíaco.
Obras
 João Cabral escreveu diversas obras e segundo ele “escrever é estar no extremo de si mesmo”:
 Considerações sobre o poeta dormindo, 1941;
 Pedra do sono, 1942;
 O engenheiro, 1945;
 O cão sem plumas, 1950;
 O rio, 1954;
 Quaderna, 1960;
 Poemas escolhidos, 1963;
 A educação pela pedra, 1966;
 Morte e vida severina e outros poemas em voz alta, 1966;
 Museu de tudo, 1975;
 A escola das facas, 1980;
 Agreste, 1985;
 Auto do frade, 1986;
 Crime na Calle Relator, 1987;
 Sevilla andando, 1989.
Prêmios

 Por conta do seu trabalho literário, o escritor recebeu diversas homenagens e


prêmios:
 Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo;
 Prêmio Olavo Bilac, concedido pela da Academia Brasileira de Letras;
 Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro;
 Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro;
 Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto de sua obra;
 Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator"
(1988).
Curiosidades

 Por meio da obra, João Cabral de Melo Neto, que também era diplomata, foi
consagrado como autor nacional e internacional.
 Como diplomata, o autor trabalhou em Barcelona, Madri e Sevilha, cidades espanholas
que permitiram clara influência sobre sua obra.
 João Cabral de Melo Neto foi seduzido pelo realismo espanhol e confessou ter, daquela
terra, o reforço ao seu anti idealismo, antiespiritualismo e materialismo.
 Os instrumentos lhe permitiram escrever com mais clareza sobre o nordeste brasileiro
em Morte e Vida Severina e outros poemas.
Obrigado

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