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MODERNISMO – 3° GERAÇÃO:

1945 - 1980

Professor: Eduardo Firmino


Modernismo - (3ª Fase) – Visão Geral

Início: 1945

Também chamada de “Pós-Modernismo”;

A fase da “Reflexão” e da “Ponderação” com a linguagem;

Se opunha a 1ª fase do modernismo e por isso era


ridicularizada com o apelido de “neoparnasianismo”;

A partir dos anos 50,preferiu-se atribuir ao modernismo o


status de estilo contemporâneo
A terceira geração modernista, terceira fase do Modernismo ou fase pós-
modernista representa o último momento do movimento modernista no Brasil.
Também chamada de “Geração de 45”, a última fase do Modernismo começa
em 1945 e se estende até 1980.
Alguns estudiosos preferem apontar o fim do modernismo na década de 1960.
Outros, ainda, afirmam que o modernismo está presente até os dias atuais.
Contexto Histórico

O momento em que surge a terceira geração modernista no


Brasil, é o período menos conturbado em relação às outras
duas gerações. Ou seja, é a fase de redemocratização do país,
visto que em 1945 termina o Estado Novo (1937-1945) que fora
implementado pela ditadura de Getúlio Vargas. Em nível
mundial, o ano de 1945 é também o fim da Segunda Guerra
Mundial e do sistema totalitário do Nazismo. Entretanto, tem
início a Guerra Fria (Estados Unidos e União Soviética) e a
Corrida Armamentista.
Modernismo - (3ª Fase) – Contexto
Histórico

No Mundo:
1939 a 1945: Segunda Guerra Mundial
Pós-Guerra
1930 a 1934:
Governo provisório
No Brasil:
1934 a 1937: Governo
Getúlio Vargas no poder constitucional
1942: Participação da
FEB e FAB na Segunda Guerra 1937 a 1945:
Estado novo
Desenvolvimento da
Industrialização
1951 a 1954: Getúlio voltar ao poder
Modernismo• -Na
(3ªprosa:
Fase) –
Características

 Investigação psicológica das personagens e seus conflitos íntimos;

 A ação e o enredo perdem importância em favor das emoções, estados


mentais e reações das personagens;

A literatura torna-se cada vez mais subjetiva, interiorizada e abstrata,


constituída de experiências mentais;

 Normalmente, o autor não faz o retrato do personagem: este vive e o leitor


o conhece e julga.
nismo - (3ª Fase) –
Características
Principais autores:

Clarice Lispector João Guimarães


Rosa
Guimarães Rosa

Regionalismo universal – temas como a morte, a existência de


Deus ou do diabo, o amor, a vingança, entre outros.

Região retratada – sertão de Minas Gerais, que simboliza o


mundo.
Trecho de Grande sertão:veredas

NONADA. TIROS QUE O SENHOR ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei
mira em árvores no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto;
desde mal em minha mocidade.
(...)
De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía os prazos. Vivi puxando
difícil de difícil, peixe vivo no moquém: quem mói no asp’ro, não fantaseia. Mas, agora, feita a
folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste
gosto, de especular ideia. O diabo existe e não existe? Dou o dito. Abrenúncio. Essas
melancolias.
O senhor vê: existe cachoeira; e pois? Mas cachoeira é barranco de chão, e água se caindo por
ele, retombando; o senhor consome essa água, ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma?
Viver é negócio muito perigoso...
Clarice Lispector
Características

Introspecção – sondagem psicológica;


Predominam a filosofia e a psicologia;
Universo feminino – predominante;
Fluxo de consciência;
Epifania – momento de revelação que ocorre normalmente nos seguintes passos:
 personagem em comportamento cotidiano;
 acontece algo que incomoda a personagem;
 o clima de tensão aumenta;
 ocorre a epifania – a personagem se descobre
Minha alma tem o peso da luz

Minha alma tem o peso da luz.


Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita,
prestes quem sabe a ser dita.
Tem o peso de uma lembrança.
Tem o peso de uma saudade.
Tem o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência.
E a lágrima que não se chorou.
Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
CLARICE LISPECTOR
Modernismo - (3ª Fase) – Características

• Na poesia

 Maior apuro do verso;

 Mais ênfase na palavra, no ritmo, na rima;

 Tendência para uma arte mais racional;

Busca do regionalismo temático e do universalismo;

 Caráter “engajado” da poesia.


Modernismo - (3ª Fase) –
Características

Principal autor:

João Cabral de Melo Neto


Modernismo - (3ª Fase) - Por dentro
da obra

Morte e Vida Severina


auto de Natal Pernambucano

João Cabral de Melo Neto


Modernismo - (3ª Fase) - Por dentro
da obra
Ano de publicação: 1956;
Gênero: Poesia drámatica;
Temas: Morte, vida, seca, miséria;
Divisão da obra: 18 cenas;
Local: Pernambuco (Sertão, Litoral – Recife);
Narração: 1ª Pessoa;
Auto: peça breve, de cunho religioso, pedagógico ou moral.
Modernismo - (3ª Fase) - Por dentro
da obra
• Personagens

Severino – Um retirante nordestino que parte da serra para o litoral em


busca de melhores condições de vida.
Estrela-guia = rio-guia
Pastores = severinos
Reis magos = os moradores que levam os presentes às crianças
José (carpinteiro, pai de Jesus) = José, mestre carpina, pai da criança
que nasce
Cristo = criança (esperança de vida)
Modernismo - (3ª Fase) - Por dentro
da obra
• Enredo:
Conta a história do retirante Severino que parte do sertão para o
litoral.
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Vida
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Morte O
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• Enredo: Modernismo - (3ª Fase) - Por dentro
da obra
ENREDO

Como guia, Severino tem o Rio Capibaribe, mas, durante o percurso, só


encontra morte e miséria.

Ao chegar a Recife, a decepção: também lá há muita morte e tristeza.

Resolve, então, "saltar fora da ponte e da vida", atirando-se no Capibaribe;


enquanto conversa com o mestre José carpina, uma mulher avisa que o filho
(de José) “saltou para dentro da vida" (nasceu).

O nascimento da criança devolve-lhe a esperança de vida, mesmo que seja


uma vida severina.
Por dentro da obra

• Estrutura: Grupo I - Cap. 1-12 (cenas


de morte) = Severino sai da
serra e vai para Recife,
seguindo o Rio Capibaribe.
Vai para fugir da morte, mas
a encontra por todo o
caminho, para seu
18 partes desespero.
GRUPO II - Cap. 13-18
(presépio) = é descrito o
nascimento do filho de José,
mestre carpina, uma alusão
feita ao nascimento de
Jesus.
 Versos com 7 sílabas poéticas (redondilha maior), muita sonoridade, muita rima.
• Grupo I – Morte- (3ª Fase) - Por dentro
Modernismo
da obra
1. O retirante explica ao leitor quem é e a
que vai.
“O meu nome é Severino, muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
como não tenho outro de
pia. na mesma cabeça grande
Como há muitos
Severinos, que a custo é que se
que é santo de romaria, equilibra, no mesmo ventre
deram então de me crescido sobre as mesmas
chamar pernas finas
Severino de Maria e iguais também porque o
como há muitos Severinos sangue,
que usamos tem pouca
com mães chamadas tinta”. [..]
Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias. [...]

[...] Somos

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