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Modernismo (terceira

fase): múltiplos caminhos


da poesia - a “geração de
45”

Lívia Saraiva
A literatura do pós-guerra na História
A produção literária do pós-guerra, produzida pelos autores da
“terceira geração modernista”, inaugurou a literatura
contemporânea brasileira.
Os poetas e ficcionistas que começaram a publicar suas obras em
meados da década de 1940 apresentaram uma renovação, ainda em
curso atualmente, nas formas de expressão literária.
Essa renovação, basicamente identificada com o apagamento de
fronteiras entre a poesia e a prosa, a quebra dos modelos narrativos
tradicionais e a experimentação linguística, é perceptível nos textos
de vários escritores que, de modo muito próprio, dialogam com a
difícil e complexa realidade instaurada pela Segunda Guerra Mundial
(1939-1945).
Múltiplos caminhos da poesia: a “geração de 45”
No Brasil, um importante e bastante heterogêneo grupo de
poetas, conhecido como “geração de 45”, surgiu em meados da
década de 1940.
Pode-se dizer que o grupo buscava, por meio da renovação
estética, formas de representar a desagregação do mundo após
a Segunda Guerra Mundial. Por isso, o experimentalismo formal
esteve na base da produção de vários desses escritores.
Participaram da chamada “geração de 45” os poetas Paulo
Mendes Campos, José Paulo Paes, João Cabral de Melo Neto,
Ferreira Gullar, Manoel de Barros, entre outros.
Múltiplos caminhos da poesia: a “geração de 45”
Ainda que a prosa tenha sido o tipo de texto mais explorado na
terceira geração modernista, a poesia é apresentada mediante
aspectos de equilíbrio. Por isso, os poetas dessa fase eram
chamados de “Neoparnasianos”, ao fazerem referência as
principais características da poesia parnasiana:
preocupação com a estética;
metrificação e versificação;
busca da perfeição;
culto à forma.
João Cabral de Melo Neto: : o poema como construção
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) foi um dos mais representativos poetas brasileiros do século
XX. Nascido em Recife, tornou-se nacionalmente conhecido a partir de 1956, com sua obra Morte e
vida severina.
O traço mais marcante da poesia de João Cabral de Melo Neto é a tentativa de desvendar os
elementos concretos da realidade, que constituem um desafio para a inteligência do poeta. Seus
poemas evitam a exposição do eu e voltam-se para o universo dos objetos, das paisagens, dos fatos,
sempre guiados pela lógica, pelo raciocínio, sem recorrer ao sentimentalismo.
O poeta busca a elaboração consciente de seus textos, demonstrando grande domínio técnico e
formal. Em sua poesia, privilegia o rigor e a clareza, o que não o impede de emocionar e encantar os
leitores.
escreveu sobre cidades como Recife e Sevilha, sobre a miséria do Nordeste, sobre futebol, sobre
pintores como Miró, Paul Klee e Mondrian, e também sobre a própria poesia.
Algumas obras de João Cabral de Melo Neto: Pedra do sono (1942), O engenheiro (1945), Psicologia da
composição (1947), Morte e vida severina (1956), A educação pela pedra (1966), Museu de tudo
(1975);
João Cabral de Melo Neto
"Para mim, a poesia é uma construção, como uma casa. Isso eu aprendi com
Le Corbusier. A poesia é uma composição. Quando digo composição, quero
dizer uma coisa construída, planejada – de fora para dentro. Ninguém
imagina que Picasso fez os quadros que fez porque estava inspirado. O
problema dele era pegar a tela, estudar os espaços, os volumes. Eu só
entendo o poético neste sentido. Vou fazer uma poesia de tal extensão, com
tais e tais elementos, coisas que eu vou colocando como se fossem tijolos. É
por isso que eu posso gastar anos fazendo um poema: porque existe
planejamento."

INSTITUTO Moreira Salles. João Cabral de Melo Neto. Cadernos de


Literatura Brasileira, n. 1, mar. 1996.
Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto
Morte e vida severina, um “auto de natal pernambucano”, foi escrito em 1956 e encenado numa
montagem histórica no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Tuca), em 1966.
É considerado o poema longo de João Cabral de Melo Neto que apresenta maior equilíbrio entre
rigor formal e temática social.
Convidado a escrever um auto de natal, ou seja, uma representação do nascimento de Jesus, o poeta
optou por localizar seu texto no Nordeste brasileiro. Em vez de narrar diretamente o nascimento de
Jesus, o auto começa de um modo inusitado: acompanhando a trajetória de Severino, um retirante do
agreste que segue para o litoral em busca de melhores condições de vida, mas que tem seu caminho
pontuado por encontros com a morte.
Ao chegar ao destino final, o Recife, o retirante se decepciona com a situação que encontra na
cidade: lá também há poucas possibilidades de inserção social e de uma vida digna. Quando chega
ao mangue, prestes a dar fim à própria vida, Severino inicia uma conversa com José, mestre
carpina (carpinteiro). Em meio ao diálogo, José recebe a notícia de que seu filho havia nascido –
mais um menino pobre, simbolizando a resistência à morte. O brilho dessa nova vida, ainda que
magra e pálida, contagia a todos e leva Severino a desistir da morte.
Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto
O título da obra é bastante significativo: a morte está em primeiro plano naquele cenário de
desolação e abandono. Apenas depois de inúmeros contatos com a morte é que a vida finalmente
surge.
Outro ponto importante da obra é o trabalho de João Cabral com os aspectos formais. O emprego das
redondilhas maiores (sete sílabas poéticas), o ritmo do texto que se assemelha ao da fala e também
o aproveitamento da cultura popular na construção da obra a aproximam da tradição nordestina
dos cordéis.
Por meio da trajetória de Severino, o autor propõe uma série de críticas sociais: as denúncias
voltadas ao coronelismo, à concentração de terras em latifúndios e à falta de perspectivas que
assola o homem sertanejo são elementos fundamentais da obra, como comprova o trecho a seguir, em
que Severino se apresenta ao leitor.
Morte e vida severina, João Cabral de Melo Neto
– O meu nome é Severino, Somos muitos Severinos
não tenho outro de pia. iguais em tudo na vida:
Como há muitos Severinos, na mesma cabeça grande
que é santo de romaria, Que a custo é que se equilibra,
deram então de me chamar no mesmo ventre crescido
Severino de Maria sobre as mesmas pernas finas
como há muitos Severinos e iguais também porque o sangue,
com mães chamadas Maria, que usamos tem pouca tinta.
fiquei sendo o da Maria E se somos Severinos
do finado Zacarias. [...] iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina [...]

MELO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994. p. 302-303. © by Herdeiros de João
Cabral de Melo Neto.
O ovo de galinha, João Cabral de Melo Neto
I II
Ao olho mostra a integridade O ovo revela o acabamento
de uma coisa num bloco, um ovo. a toda mão que o acaricia,
Numa só matéria, unitária, daquelas coisas torneadas
maciçamente ovo, num todo. num trabalho de toda a vida.

Sem possuir um dentro e um fora, E que se encontra também noutras


tal como as pedras, sem miolo: que entretanto mão não fabrica:
e só miolo: o dentro e o fora nos corais, nos seixos rolados
integralmente no contorno. e em tantas coisas esculpidas

No entanto, se ao olho se mostra cujas formas simples são obra


unânime em si mesmo, um ovo, de mil inacabáveis lixas
a mão que o sopesa descobre usadas por mãos escultoras
que nele há algo suspeitoso: escondidas na água, na brisa.

que seu peso não é o das pedras, No entretanto, o ovo, e apesar MELO NETO, João Cabral de. Obra
inanimado, frio, goro; da pura forma concluída, completa. Rio de Janeiro: Aguilar,
que o seu é um peso morno, túmido, não se situa no final: 1994. p. 302-303. © by Herdeiros de
um peso que é vivo e não morto. está no ponto de partida. [...] João Cabral de Melo Neto.
Ferreira Gullar: poesia e engajamento
Ferreira Gullar é considerado um dos poetas brasileiros mais importantes da contemporaneidade.
Em 1954, Gullar teve contato com os poetas concretistas paulistas Décio Pignatari, Augusto e
Haroldo de Campos e, a convite deles, participou da I Exposição Nacional de Arte Concreta, no
Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1956.
No ano seguinte, desentendeu-se com o grupo concretista e escreveu artigo em que rompeu com o
movimento. No Rio de Janeiro, fundou o movimento chamado “Neoconcretismo”.
Nos anos 1960, escreveu para o teatro, em par ceria com Oduvaldo Vianna Filho, e chegou a ser
exilado durante a ditadura militar. De volta ao Brasil, o poeta retomou suas atividades como crítico,
poeta e jornalista.
Segundo o crítico Alfredo Bosi, na fase mais participante de Ferreira Gullar é possível perceber o
abandono dos experimentos no corpo da palavra e uma opção pela estrutura mais tradicional do
verso. A mensagem assume o primeiro plano, em detrimento da forma, e o engajamento social se
evidencia.
Meu povo, meu poema, Ferreira Gullar
Meu povo e meu poema crescem juntos
como cresce no fruto
a árvore nova
No povo meu poema vai nascendo
como no canavial
nasce verde o açúcar
No povo meu poema está maduro
como o sol
na garganta do futuro
Meu povo em meu poema
se reflete
como a espiga se funde em terra fértil
Ao povo seu poema aqui devolve
menos como quem canta
do que planta.

GULLAR, Ferreira. Toda poesia (1950-1987). Rio de Janeiro: José Olympio, 1991. p. 152.
Manoel de Barros: artes‹o das palavras
A experiência de viver a infância no Pantanal Mato-Grossense marcou profundamente a obra poética de
Manoel de Barros. Sua escrita privilegia as imagens pantaneiras e os detalhes da natureza, bem como a
reflexão sobre o caráter simples da arte e da própria poesia.
A descoberta da beleza das palavras, bem como dos jogos de sentido que é possível construir com elas,
encanta o poeta na infância, indicando as diretrizes do que será sua poesia – um jogo lúdico com as
palavras. Valorizando a dimensão concreta da realidade (objetos, animais, plantas) e ampliando seus
significados, os poemas de Manoel de Barros questionam o sentido usual da linguagem.

As obras de Manoel de Barros apresentam estes elementos:


neologismos;
regionalismo;
traços autobiográficos;
valorização da natureza;
lirismo;
metalinguagem;
caráter histórico;
Os deslimites da palavra, Manoel de Barros
Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas.

Manoel de Barros, do livro “Concerto a céu aberto para solos de ave” (1981), em ‘Poesia completa:
Manoel de Barros’. São Paulo: Editora Leya, 2010.
Manoel de Barros e a profunda e lúdica relação com as
palavras
"Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: este é meu neto. Ele foi
estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me
fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço.
Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo- -mundo riu. Porque
aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho
que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De
outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei
ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas
férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra
engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que
elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade:
Ai morena, não me escreve/que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir,
ampliava a solidão do vaqueiro."

BARROS, Manoel de. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003. p. 37.
Exercícios:
1) Responda as questões abaixo acerca do poema "O ovo de galinha", de João Cabral de Melo Neto.
a) Como você entendeu a contradição exposta pelo eu poético na estrutura do ovo?
b) Esse poema é constituído de cinco partes, das quais transcrevemos duas. A estrutura de cada
uma delas é idêntica: são dezesseis versos distribuídos em quatro estrofes. Logo, cada estrofe
tem quatro versos. Esse tipo de preocupação formal é bem diferente da que predominou entre os
modernistas da primeira fase. Explique essa afirmativa em seu caderno.

2) A seguir você lerá um poema de Ferreira Gullar que o carioca Oscar Niemeyer (1907- -2012),
considerado um dos mais importantes arquitetos do mundo e um dos primeiros a experimentar as
possibilidades da construção arquitetônica com concreto armado. Homem de intensa atuação
política, Niemeyer foi responsável por obras que tentam aproximar a arquitetura do povo. As
citadas no poema são o Museu de Arte Moderna de Caracas (Venezuela) e a Mesquita de Argel
(Argélia). Depois da leitura, responda às questões propostas.
Exercícios:
Lições de arquitetura No coração de Argel sofrida Nos ensina a sonhar
fez aterrizar mesmo se lidamos
Para Oscar Niemeyer uma tarde uma nave estelar e com matéria dura:
linda o ferro o cimento a fome
No ombro do planeta como ainda há de ser a vida da humana arquitetura
(em Caracas)
Oscar depositou (com seu traço futuro Oscar
para sempre nos ensina que o sonho é
uma ave uma flor popular)
(ele não faz de pedra
nossas casas:
faz de asa)
Exercícios:
nos ensina a viver a) Identifique, no poema, os elogios que o eu lírico dedica à arquitetura
no que ele transfigura: de Niemeyer.
no açúcar da pedra b) Ao comentar a obra de Niemeyer, na terceira estrofe, o eu lírico
no sonho do ovo caracteriza o traço do arquiteto usando a palavra “futuro”. Relacione
na argila da aurora esse termo ao restante da estrofe.
na pluma da neve c) No poema, há diversas passagens em que se observa o uso da
na alvura do novo primeira pessoa do plural: “nossas casas”, “nos ensina”, “lidamos”,
Oscar nos ensina etc. Que efeito de sentido produz esse uso? Explique. d) A quarta
estrofe contém um termo que não condiz com o universo da
que a beleza é leve
arquitetura. Identifique-o e explique a relação dele com a expressão
“humana arquitetura”.
GULLAR, Ferreira. Toda e) Todas as imagens poéticas expressas na estrofe final do poema
poesia (1950-1987). Rio de remetem a uma transfiguração. De que maneira a ideia contida no
Janeiro: José Olympio, 1991. verso final “a beleza é leve” está presente nessas imagens?
p. 280-281.
Exercícios:
3) Leia o poema a seguir para responder ao que se pede.

Sabiá com trevas – IX

O poema é antes de tudo um inutensílio.


Hora de iniciar algum
convém se vestir de roupa de trapo.
Há quem se jogue debaixo de carro
nos primeiros instantes.
Faz bem uma janela aberta.
Uma veia aberta.
Pra mim é uma coisa que serve de nada o poema
Enquanto vida houver
Ninguém é pai de um poema sem morrer.

BARROS, Manoel de. Gramática expositiva do chão: (poesia quase toda). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996. p.
208.
Exercícios:
a) O gosto de Manoel de Barros pela reinvenção das palavras aparece logo no primeiro verso do
poema. O que seria, no contexto, um “inutensílio”?
b) Na segunda estrofe há a indicação de um procedimento que, segundo o eu lírico, seria
necessário na hora de escrever um poema. Que procedimento é esse?
c) Explique o sentido da imagem poética “há quem se jogue debaixo de carro / nos primeiros
instantes”, presente na terceira estrofe.
d) Os dois versos que compõem a quarta estrofe se complementam. Explique o sentido que o uso
dos substantivos “janela” e “veia” constrói em cada um dos dois versos.
e) Explique o sentido do verso final do poema. f) Depois de todas as considerações sobre o fazer
poético, propostas pelo eu lírico, é possível discordar do verso inicial do poema? Justifique sua
resposta.
Gabarito
1) a) Ovos encerram matrizes de novas vidas; são, por isso, ponto de partida, não de chegada, embora sua forma
pareça já concluída, esculpida.
b) A liberdade formal foi a reivindicação fundamental dos modernistas da primeira fase.
2) a) Os elogios são ao fato de a arquitetura de Niemeyer ser diferente, inovadora, criativa.
2) b) Como o traço do arquiteto não se restringe ao presente, mas se projeta no futuro, para o eu lírico, isso
alimenta o sonho de ver a transformação social, ideia que aparece expressa na afirmação “o sonho é popular”.
2) c) Ao optar pelo uso da primeira pessoa do plural, o poeta amplia o elogio feito ao arquiteto: não é apenas o
eu lírico que está homenageando Niemeyer, mas uma voz coletiva, representada pelo “nós”.
2) d) O termo é “fome”. Ao privilegiar uma arquitetura humana, não se deve considerar apenas o ferro e o
cimento, mas também as condições sociais. O propósito da arquitetura não é apenas a construção de espaços
físicos, mas também a construção de espaços sociais para que os seres humanos usufruam deles.
2) e) As imagens poéticas remetem à ideia da possibilidade de retirar do que é concreto algo leve, fluido,
delicado – da pedra, o açúcar; do ovo, um sonho; da argila, a aurora, etc. –, apontando para a dimensão frágil da
beleza.
Gabarito
3) a) Algo inútil, sem serventia.
3) b) Portar-se de maneira humilde, ideia representada pela metáfora “se vestir de roupa de trapo”.
3) c) O ato de escrever poesia pode ser tão desesperador que o poeta pode querer desistir. A metáfora é
forte, pois faz referência a um desespero que levaria ao suicídio. A ideia de morte é retomada na quarta
estrofe e também no verso final do poema.
3) d) No primeiro verso, “janela aberta” pode significar uma necessidade de arejar as ideias, abrir-se para
novas perspectivas. No segundo verso, “veia aberta” encerra um sentido mais dramático, sugerindo a
busca do eu lírico por algo essencial, suas motivações mais profundas para a escritura do poema.
3) e) Sugestão de resposta: Toda escrita de um poema exige uma espécie de morte, como se o poeta vivesse
em suspensão, fora da vida, e só assim pudesse criar.
3) f) Sim, visto que, ao longo do poema, a ideia do verso inicial é relativizada. Embora o eu lírico afirme que a
vida é mais importante que a poesia (quinta estrofe), não se pode deixar de notar que tal afirmação se dá
pela própria construção do poema.
Referências
bibliográficas:
SM, Edições (org.). Ser Protagonista. 3. ed.
São Paulo: Sm, 2016, 352 p.

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