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Instituto Federal de São Paulo

Campus Barretos

Ciências Biológicas

Gabrielly Belizario Pereira

Jaqueline Aparecida de Paula

ATIVIDADE PRÁTICA DE ECOLÓGIA DE COMUNIDADES E


ECOSSISTEMAS: sucessão ecológica

Barretos

2023
Gabrielly Belizario Pereira

Jaqueline Aparecida de Paula

ATIVIDADE PRÁTICA DE ECOLÓGIA DE COMUNIDADES E


ECOSSISTEMAS: sucessão ecológica

Relatório sobre a atividade pratica de ecologia


de comunidades e ecossistemas apresentado
ao Prof. Everaldo Rodrigo de Castro, como
requisito para obtenção parcial de nota.

Barretos, 2023
No dia 17 de agosto de 2023, os alunos do 1° ano de Ciências
Biológicas saíram para uma aula de campo – realizada na matinha do IFSP –
acompanhados pelo professor Everaldo, a aula ocorreu entre às 7h40 e 10h30.

Durante a aula, o professor explicou o que é a sucessão


ecológica e as suas fazes e passamos por duas matas, ambas fragmentos de
Cerrado, (mata 1 e mata 2), onde foi possível observar duas das três fazes da
sucessão ecológico.

Na mata 1 foi possível observar um baixo índice de riqueza de


espécies de vegetação e a predominância de sucupira (gênero Pterodon); as
áreas de bordas têm clareiras – com predominância de gramíneas do gênero
Brachiaria – e o interior da mata possui vegetação pioneira, como é possível
observar na Imagem 1.

Imagem 1

Fonte: Gabrielly Belizario Pereira, 2023

Na mata 2, em comparação com a mata 1, possuí uma


riqueza de espécies vegetais maior, mais humidade e mais matéria orgânica no
solo e nascente (imagem 2); também, a mata é mais fechada e escura, fazendo
com que seja viável o crescimento de vegetação tardia (como é possível
observar na imagem 3), como a samambaiaçu (ver imagem 4).

Imagem 2

Fonte: Gabrielly Belizario Pereira, 2023

Imagem 3

Fonte: Bruno Boscolo, 2023


Imagem 4 – Samambaiaçu (Dicksonia sellowiana)

Fonte: Bruno Boscolo, 2023

Segundo Michael Cain a sucessão é a mudança na


composição de espécies, vegetais ou não, das comunidades ao longo do
tempo. Mecanicamente, a sucessão envolve colonização e extinção devido a
agentes de mudança bióticos e abióticos (físicos e químicos).

Os exemplos de agente de mudança abióticos são: ondas,


tempestades, furacões, enchentes, vento, secas, enchentes e deslizamento de
terras, poluição, chuva ácida, suprimento de nutrientes alto ou baixo,
avalanches, calor excessivo, entre outros. Os exemplos de agente de mudança
biótico são: predação, herbivoria, doença, parasitismo, pisoteio, escavação,
entre outros.

Ecólogos reconhecem dois tipos de sucessão, que diferem em


seus estágios iniciais. A sucessão primária, envolve a colonização de hábitats
sem de vida seja como resultado de evento catastrófico, seja por serem
hábitats criados recentemente; pode ser muito lenta, pois as primeiras
colonizadoras (conhecidas como espécies pioneiras ou espécies sucessionais
iniciais) em geral enfrentam condições extremamente inóspitas, como falta de
nutrientes e água. Assim, os primeiros colonizadores tendem a ser espécies
capazes de resistir a grandes estresses fisiológicos e transformar o hábitat de
modo a beneficiar seu crescimento e expansão. Já a sucessão secundária,
envolve o restabelecimento de uma comunidade quando a maioria, dos
organismos foram destruídos; as espécies preexistentes que resistiram ao
evento catastrófico e suas interações com espécies colonizadoras
desempenham um grande papel na trajetória da sucessão secundária, pois
graças a essas interações o restabelecimento do ambiente será mais rápido.

Figura 1 – Um modelo simples da trajetória da sucessão

Fonte: Michael Cain, 2018

Teoricamente, a sucessão progride passando por vários


estágios que incluem um estágio clímax (Figura 1). Imagina-se o clímax como
sendo um ponto estável que experimenta poucas mudanças até que algum
distúrbio intenso leve a comunidade de volta a um estágio anterior. Uma
comunidade clímax geralmente é composta pelo grupo de organismos que
dominam determinado bioma, mas a sequência dos estágios sucessionais
pelos quais um local passa em sua trajetória na direção da comunidade clímax
pode diferir, dependendo das condições iniciais.

Segundo Ricklefs, os ecologos tradicionalmente focam nas


mudanças das espécies de plantas ao descreverem e descrevem como a
natureza se recupera depois de um distúrbio, como um incêndio florestal. Mas
essas mudanças nas plantas também afetam os animais que vivem nesses
lugares. Um estudo de David Johnston e Eugene Odum examinou as diferentes
espécies de pássaros em diferentes estágios da recuperação de uma floresta
após um incêndio. No começo, algumas espécies de pássaros, como o
Ammodramus savannarum, dominam a área porque eles gostam de viver entre
as plantas mais jovens que crescem depois do incêndio. Mas conforme a
floresta vai voltando ao normal, outras espécies de pássaros aparecem, como
o Spizella pusilla e o Geothlypis trichas. E assim por diante. Algumas espécies
de pássaros só vivem em determinados estágios da recuperação da floresta,
mas muitas espécies podem viver em várias fases diferentes.

Em 1977 Joseph Connell e Ralph Slatyer propuseram três


modelos de sucessão que consideravam importantes (figura 2).:

 Modelo de facilitação: as espécies pioneiras chegam primeiro ao


ambiente e modificam o local de uma maneira que beneficia outras
espécies que chegam mais tarde, mas impedem sua própria dominância
continuada. Essas espécies iniciais têm características que as tornam
boas colonizadoras de ambientes abertos. Elas são resilientes ao
estresse físico, crescem rapidamente e melhoram as condições
adversas do ambiente, especialmente nos estágios iniciais de sucessão.
Depois de algum tempo, essa sequência de facilitações leva a uma
comunidade composta por espécies que não mais facilitam o
crescimento de outras espécies e, em vez disso, são substituídas
apenas por distúrbios no ambiente.
 Modelo de tolerância: também acredita-se que as espécies pioneiras
modificam o ambiente, mas de forma que não beneficia nem atrapalha
as espécies tardias. As espécies pioneiras crescem e se reproduzem
rapidamente, enquanto as espécies tardias conseguem sobreviver por
terem estratégias de vida mais lentas, poucos descendentes e uma vida
longa, o que as ajuda a tolerar o aumento de estresses ambientais ou
biológicos que poderiam prejudicar as espécies pioneiras.
 Modelo de inibição: acredita-se que as espécies pioneiras modificam o
ambiente de tal maneira que dificultam ou atrasam o crescimento das
espécies tardias. Por exemplo, os colonizadores iniciais podem utilizar
os recursos necessários das espécies subsequentes. Esse impedimento
é interrompido somente quando ocorre um estresse ou perturbação que
reduz a abundância das espécies inibidoras. Assim como no modelo de
tolerância, as espécies tardias conseguem persistir simplesmente
porque possuem estratégias de vida que as permitem tolerar os
estresses ambientais ou biológicos que normalmente atrapalhariam as
espécies pioneiras.

Há mais de 30 anos, Connell e Slatyer escreveram seu


influente artigo teórico sobre sucessão. Desde então, pesquisadores realizaram
diversos experimentos para testar seus três modelos e esses estudos
mostraram que os processos que levam à sucessão não seguem apenas um
modelo, mas dependem da comunidade e do contexto em que os experimentos
são feitos.

CONCLUSÃO

Por meio da aula de campo, realizada na mata do IFSP, foi


possível conhecer a importância da conservação dos biomas; a sucessão
ecológica, suas fazes e seu tempo de duração.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAIN, Michael L; BOWMAN, William D; HACKER, Sally D. Ecologia=Ecology.


3ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2018.

RICKLEFS, R. E. A Economia da Natureza. 8. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2021.

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