Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CELULAR E GENÉTICA

Osteogénese

Alyson Figueredo da Silva

Natal/RN
2023
1. INTRODUÇÃO
A osteogênese, também conhecida como osteopoiese ou ossificação, é o
processo biológico através do qual o tecido ósseo é formado e regenerado no
corpo humano. Durante a osteogênese, as células especializadas chamadas
osteoblastos sintetizam e depositam uma matriz extracelular composta
principalmente por colágeno e minerais, como cálcio e fosfato. Essa matriz se
solidifica e forma a estrutura sólida e resistente dos ossos.
Existem dois tipos principais de osteogênese: a intramembranosa e a
endocondral. A osteogênese intramembranosa é responsável pela formação dos
ossos planos do crânio e do esqueleto facial. Nesse processo, as células
osteoprogenitoras se diferenciam diretamente em osteoblastos, que secretam a
matriz óssea diretamente no local desejado, sem a necessidade de um modelo
de cartilagem pré-existente.
Por outro lado, a osteogênese endocondral ocorre na formação dos ossos
longos do corpo, como os ossos dos membros. Nesse caso, o tecido ósseo é
formado a partir de um modelo de cartilagem hialina pré-existente. As células do
tecido cartilaginoso se multiplicam, amadurecem e começam a passar por um
processo de calcificação gradual. Simultaneamente, os osteoblastos invadem a
cartilagem e depositam a matriz óssea ao redor dela, substituindo-a
progressivamente. Esse processo continua até que o osso esteja completamente
formado.
2. A OESTEOGÊNESE E AS CÉLULAS
A matriz extracelular do tecido ósseo é composta por uma matriz orgânica
e uma matriz inorgânica. A matriz orgânica é composta principalmente por fibras
de colágeno tipo I, glicoproteínas adesivas e proteoglicanas, que conferem
resistência e flexibilidade aos ossos. A matriz inorgânica é composta por cristais
de hidroxiapatita, formados por cálcio e fosfato, que fornecem rigidez e
resistência aos ossos. A organização estrutural da matriz extracelular varia de
acordo com o tipo de osso, mas em geral apresenta uma rede complexa de fibras
de colágeno envolta pelos cristais de hidroxiapatita, proporcionando a dureza e
a capacidade de suporte de carga do tecido ósseo.
As células osteoblastos são responsáveis pela síntese e deposição da
matriz óssea durante o processo de osteogênese. Elas desempenham funções
específicas essenciais para a formação e regeneração do tecido ósseo. Aqui
estão algumas das principais funções dos osteoblastos:
Produção da matriz óssea: Os osteoblastos sintetizam e secretam
componentes da matriz extracelular, como fibras de colágeno tipo I,
glicoproteínas adesivas e proteoglicanas. Eles são responsáveis por criar a
estrutura tridimensional da matriz, que fornece suporte e resistência aos ossos.
Mineralização da matriz: Os osteoblastos também são responsáveis pela
mineralização da matriz óssea. Eles liberam íons de cálcio e fosfato, que se
depositam ao redor das fibras de colágeno, formando cristais de hidroxiapatita.
Essa mineralização confere rigidez e dureza aos ossos.
Regulação do equilíbrio mineral: Os osteoblastos também desempenham
um papel importante na regulação do equilíbrio mineral no corpo. Eles controlam
a absorção e liberação de minerais, como cálcio e fosfato, do tecido ósseo,
ajudando a manter a homeostase desses minerais no organismo.
Comunicação com outras células: Os osteoblastos desempenham um
papel ativo na comunicação com outras células envolvidas no processo de
formação óssea. Eles interagem com os osteoclastos, células responsáveis pela
reabsorção óssea, e com os osteócitos, células ósseas maduras, estabelecendo
um equilíbrio dinâmico entre a formação e a reabsorção óssea.
Participação na regulação hormonal: Os osteoblastos também respondem
a sinais hormonais e fatores de crescimento que afetam a formação e a atividade
óssea. Hormônios como o hormônio do crescimento, hormônios sexuais e
hormônio paratireoidiano podem modular a atividade dos osteoblastos,
influenciando a formação e o remodelamento ósseo.
As organelas que constituem os osteoblastos se diferenciam das demais
existentes no corpo humano pelo fato de produzir um material bem mais
resistente em relação as outras células do corpo.
Retículo Endoplasmático Rugoso (RER): O RER é uma organela que
contém ribossomos aderidos à sua superfície. Nos osteoblastos, o RER é
responsável pela síntese de proteínas, incluindo a produção de colágeno tipo I,
que é um dos principais componentes da matriz óssea.
Complexo de Golgi: O Complexo de Golgi é responsável pelo
processamento, modificação e transporte das proteínas sintetizadas no RER.
Nos osteoblastos, o Complexo de Golgi está envolvido no empacotamento e
secreção dos componentes da matriz óssea, como colágeno e outras proteínas.
Mitocôndrias: As mitocôndrias são organelas envolvidas na produção de
energia celular através da respiração celular. Nos osteoblastos, as mitocôndrias
fornecem energia necessária para a atividade metabólica intensa durante a
síntese de matriz óssea e a mineralização.
Aparelho de Golgi: O Aparelho de Golgi está envolvido no processamento
e modificação das proteínas, preparando-as para serem direcionadas a
diferentes locais dentro ou fora da célula. Nos osteoblastos, o Aparelho de Golgi
desempenha um papel importante na modificação e empacotamento dos
componentes da matriz óssea antes de sua liberação.
3. FARMACOS PARA TRATAMENTO DA OSTEOGENESE
Os bisfosfonatos são medicamentos usados para prevenir e tratar condições
como hipercalcemia e doenças ósseas, incluindo osteoporose, doença de Paget
e certos tipos de câncer ósseo, como o mieloma múltiplo. Eles funcionam
reduzindo a atividade dos osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção
óssea. Isso leva a uma diminuição do processo de remodelação óssea e um
aumento na mineralização e na formação da matriz óssea. Em resumo, os
bisfosfonatos agem controlando o equilíbrio entre a formação e a reabsorção
óssea, promovendo a saúde e a resistência do tecido ósseo.
Para entrar nas células-alvo, os bisfosfonatos utilizam receptores
específicos denominados mevalonato quinase (MK). Esses receptores estão
localizados na membrana das células osteoblásticas e osteoclastos, que são as
células-alvo dos bisfosfonatos no tecido ósseo.
Quando os bisfosfonatos se ligam aos receptores MK, são internalizados
pela célula. Uma vez dentro da célula, esses medicamentos inibem a atividade
da enzima fosfato de difosfato de isopentenil transferase, que faz parte da via
metabólica do mevalonato. Essa inibição interfere na síntese de moléculas
essenciais para a formação e função dos osteoclastos, resultando em uma
redução da atividade dessas células e uma diminuição na reabsorção óssea. Em
resumo, os bisfosfonatos agem bloqueando a via metabólica do mevalonato e
afetando negativamente os osteoclastos, contribuindo para a redução da perda
óssea.

4. INTERAÇÃO DO FARMACO NA CÉLULA


Após a interação com a célula, os bisfosfonatos exercem seu mecanismo
de ação específico. Esses medicamentos se ligam aos osteoclastos, células
responsáveis pela reabsorção óssea, por meio de receptores específicos
presentes na superfície celular. Uma vez ligados aos osteoclastos, os
bisfosfonatos interferem em vias metabólicas intracelulares vitais para o
funcionamento dessas células.
A interferência nas vias metabólicas dos osteoclastos resulta na inibição
da atividade dessas células, reduzindo sua capacidade de reabsorver o osso.
Isso leva a uma diminuição da reabsorção óssea e ajuda a equilibrar o processo
de remodelação óssea. Além disso, os bisfosfonatos contribuem para a
estabilização da matriz óssea, promovendo a mineralização adequada do osso
e fortalecendo sua estrutura, tornando-o mais resistente a fraturas.
A síntese e o transporte da molécula mais importante da célula, como o
DNA, envolvem várias etapas e a participação de diversas organelas celulares.
A síntese do DNA ocorre no núcleo da célula por meio da transcrição, em que a
enzima RNA polimerase realiza a leitura de uma das fitas do DNA e sintetiza
uma molécula de RNA mensageiro (mRNA) complementar. Esse mRNA passa
por processos de modificação no núcleo, incluindo a remoção de íntrons e a
união dos exons, resultando em um mRNA maduro.
Posteriormente, o mRNA é transportado para o citoplasma por meio dos
poros nucleares presentes na membrana nuclear, com auxílio de proteínas de
transporte. No citoplasma, ocorre a tradução, na qual o mRNA serve como molde
para a síntese de proteínas nos ribossomos. Após a síntese das proteínas, estas
passam por processos de dobramento tridimensional e modificações pós-
traducionais no retículo endoplasmático rugoso e no complexo de Golgi.
O direcionamento e a localização correta das proteínas são mediados por
sinais específicos presentes nas próprias proteínas ou em suas regiões N-
terminais. Organelas como as mitocôndrias e os peroxissomos participam do
transporte e da localização adequada das proteínas dentro da célula. Esses
processos são altamente regulados e complexos, garantindo o funcionamento
adequado da célula e a correta distribuição das moléculas essenciais. Vale
destacar que diferentes moléculas podem seguir vias específicas de síntese e
transporte, dependendo de sua natureza e função na célula.
BIBLIOGRAFIA
ALBERTS, Bruce. Tecidos Especializados, Células-tronco e Renovação de tecidos. In:
ALBERTS, Bruce. Biologia Molecular da Célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p.
1417-1484.
OSTEOGÉNESE Imperfeita Em Adultos: A Experiência de um Centro Hospitalar.
Disponível em: scielo.pt. Acesso em: 16 jun. 2023.
OSTEOGÉNESE imperfeito tipo III de descoberta tardia: sobre um caso - PMC.
Disponível em: nih.gov. Acesso em: 15 jun. 2023.

Você também pode gostar