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Ainda nos falta avançar muito nessa análise de classes, da qual conseguimos fazer
apenas um esboço, inicial e superficial. No entanto, um ponto fundamental é
demarcar campo com todo reformismo, oportunismo e peleguismo mediante a
correta caracterização da burguesia, de seu estado e de seus aliados como inimigos
de classe do proletariado e das demais classes exploradas – sem qualquer espaço
para subordinação do proletariado e para compromissos com a burguesia, como
quer que os pelegos a definam (“nacional”, “progressista”, “desenvolvimentista”
e/ou “democrática”).
A luta comunista tem como tarefa imprescindível mostrar os aspectos comuns que
unem as lutas das classes dominadas – a exploração capitalista, a repressão do seu
estado – em busca de sua ação unida, enquanto classe, contra os patrões e seus
governos.
Esse capital monopolista brasileiro também tem diversos níveis de relação com os
monopólios transnacionais. Por um lado, ambos são concorrentes, seja entre as
empresas instaladas no país ou entre elas e as mercadorias importadas, seja nos
mercados internacionais, com as subsidiárias brasileiras no exterior ou as
exportações nos mercados externos. Mas há também diversas relações de
complementariedade, desde parceria entre seus capitais (“joint-ventures”) à
integração em uma mesma cadeia produtiva. Ou seja, não há antagonismo entre
monopólios brasileiros e monopólios transnacionais, mas relações de concorrência
e complementariedade. Em suma, essa “grande burguesia” (o capital monopolista)
domina praticamente todos os setores da atividade econômica do país, submetendo
inclusive as demais frações burguesas (não-monopolistas) e dirigindo o estado.
Por fim, há diversos monopólios mais recentes nos setores de comércio e serviços
(Magazine Luiza, Matheus, Havan), incluindo transnacionais (Amazon), que
expandem sua atuação em escala nacional, constituindo redes em todas as regiões
do país.
Ainda que existam importantes diferenças entre essas frações monopolistas, essa
grande burguesia tem sido capaz de uma ação conjunta na formulação do programa
hegemônico da ofensiva burguesa (“reformas” trabalhista, sindical,
previdenciária; privatizações e concessões) contra as classes trabalhadoras. Sua
disputa se dá sobre aspectos particulares desse programa, na defesa dos seus
mercados e na disputa pelos fundos públicos.