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22 de Março, Dia Mundial da Água

Aiê-iê Mamãe Oxum


Dê-me água para beber.
Tenho sede de esperança.
Tenho sede de aprender.

(Canto para Oxum – domínio público).

Dia 22 de março é o Dia Mundial da Água!

A data foi instituída em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo
de conscientizar e alertar a necessidade da preservação da água para a sobrevivência não
só dos seres humanos, mas de todos os ecossistemas do planeta. Para saber mais, você
pode entrar na página oficial da iniciativa: https://www.worldwaterday.org/. Além disso, você
pode seguir as hashtags #WorldWaterDay e #DIAMUNDIALDAÁGUA nas mídias sociais e
se informar sobre o assunto!

Nesse mesmo dia foi divulgada a “Declaração Universal dos Direitos da Água”, documento
importantíssimo com uma série de sugestões, medidas e informações que buscam
despertar a consciência ecológica da população sobre o recurso mineral. Leia aqui!

A cada ano, é proposto um novo tema acerca da água para ser debatido. Em 2021, o
assunto principal é “Valorizando a Água”. Isso não quer dizer que haverá conversas sobre o
preço da água, e sim sobre a sua importância para a integridade ambiental, para nossa
cultura, nossa comida, nossa saúde e nossas casas.

No ano de 2020, com a pandemia do Covid-19, a água se tornou fator fundamental para a
saúde de todos. Lavar as mãos se tornou mais importante que nunca! Mas infelizmente,
muitos não tiveram acesso a esse direito básico. Em primeiro lugar, a escassez de água é
algo que afeta milhões de pessoas pelo mundo. Segundo dados da UNESCO, cerca de dois
milhões de pessoas vivem em regiões com forte escassez de água, e quatro milhões sofrem
com essa carência pelo menos uma vez ao ano.

Mas só o acesso à água não é suficiente. É preciso que seja uma água própria para o
consumo, e os dados mostram que isso piora ainda mais a quantidade de pessoas
afetadas. Em 2019, o relatório da Unicef afirmou que cerca de 2,2 bilhões de pessoas em
todo o mundo não têm serviços de água tratada, 4,2 bilhões de pessoas não têm serviços
de saneamento adequado e 3 bilhões não possuem instalações básicas para a higienização
das mãos.

Tudo isso se configura em resultados catastróficos: só no Brasil, cerca de 15 mil pessoas


morrem todo ano por doenças ligadas ao saneamento.

O acesso à água própria para o consumo está diretamente ligada às desigualdades sociais.
São muitos os impedimentos para que todos os grupos tenham acesso à água em
quantidade e qualidade, mas a pobreza é o principal fator. Quase metade da população que
tem acesso apenas a fontes desprotegidas está na África Subsaariana, situação que piora
entre mulheres e meninas.

Em contraponto, o uso da água aumenta cerca de 1% a cada ano desde a década de 80.
Até 2050, é estimado que o aumento do consumo do recurso seja de 20% a 30%. Se já não
conseguimos garantir água potável a todos agora, imagine em 30 anos?

Não é só o crescimento populacional que aumenta o uso de água. A urbanização pode


chegar a triplicar o uso residencial do recurso, conforme as pessoas migram das zonas
rurais para as metrópoles. Além disso, a industrialização também é outro fator fundamental
para que a utilização de água doce quase triplicasse. Porém, maior que tudo isso é o
aumento explosivo das atividades agrícolas. Atualmente, 73% desse consumo é
responsabilidade da irrigação, 21% da indústria e apenas 6% está a cargo do uso
doméstico.

Com tudo isso, percebemos que é extremamente necessário que a gente procure ter
atitudes mais conscientes não só no dia 22, mas durante todo o ano! A Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável, pactuada entre países integrantes da ONU, busca que todas
as pessoas se beneficiem do desenvolvimento econômico e que tenham garantido seus
direitos humanos, incluindo o acesso perene à água potável.

E o que nós podemos fazer? Nos conscientizar!

Devemos buscar informações, diminuir nosso impacto pessoal no consumo de água, mas
principalmente cobrar do governo, das grandes organizações e das grandes empresas que
sejam tomadas medidas para que se diminua o consumo exacerbado de água e que haja
melhor distribuição dos recursos hídricos entre a população.

Para você saber um pouco mais, vão aqui algumas dicas: no canal do YouTube da
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), está sendo promovido o Congresso
Mundial de Águas Subterrâneas 2021, e você pode ver uma série de discussões com
especialistas sobre os mais variados temas sobre à esse recurso tão importante. Outro
fonte interessante para conhecer é a site Águas do Brasil, que lança revistas e artigos
abordando a importância do líquido precioso. E por último, a Agência Nacional das Águas
divulga quais são as medidas governamentais relacionadas à ela.

A água é o nosso maior bem, vamos preservá-la!


Máteria sobre a Declaração dos Direitos da Água

Traga-me um copo d'água, tenho sede


E essa sede pode me matar
Minha garganta pede um pouco d'água
E os meus olhos pedem teu olhar

A planta pede chuva quando quer brotar


O céu logo escurece quando vai chover
Meu coração só pede teu amor
Se não me deres, posso até morrer

(Tenho Sede - Dominguinhos/ Anastácia)

© UN Photo/UNICEF/ZAK, A mother gives her child a bowl of clean water in Charsarda District, an area severely
affected by monsoon floods.
Art. 1º – A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada
nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de
todos.

© UNESCO/Inès Mens, Ouarzazate, Morocco

Art. 2º – A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser
vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o
clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos
fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração
dos Direitos do Homem.
© UN Photo/Ian Steele, Women collecting fire-wood for cooking pause on the cracked bed of the Niger River.

Art. 3º – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos,


frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade,
precaução e parcimônia.
© UNESCO/Béatrice Petit, Aerial view of Assouan dam, Egypt

Art. 4º – O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de


seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a
continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação
dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
© UN-HABITAT/Julius Mwelu, Filling up with water

Art. 5º – A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo,
um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital,
assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
© UNESCO/Ariane Bailey, Water in cities, Michigan, USA

Art. 6º – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico:
precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem
escassear em qualquer região do mundo.
© UN Photo/WFP/Amjad Jamal, Victims of the worst floods to hit Pakistan in several years walk through water-
filled streets in the northwestern city of Nowshera. The flooding caused by monsoon rains has claimed up to
1,400 lives

Art. 7º – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira
geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se
chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas
atualmente disponíveis.
© UN Photo/Eskinder Debebe, A young resident of Maslakh camp (Afghanistan) takes a drink of water

Art. 8º – A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação
jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada
nem pelo homem nem pelo Estado.
© UN photo/Gill Fickling, Colombia's Indigenous Wayuu Struggle with Water Shortages

Art. 9º – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as


necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
© UN Photo/Kibae Park, Access to water and sanitation in developing countries. Children collecting water in
Kallayanpur slum, one of the urban slums in Dhaka.

Art. 10º – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o


consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

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