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ADMINISTRATIVO
Direito de Petição, Ações
Constitucionais e Ações de
Procedimento Comum para 1ª Fase
Livro Eletrônico
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outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
230511199722
NILTON COUTINHO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Direito de Petição, Ações Constitucionais e Ações de Procedimento Comum
para 1ª Fase
Nilton Coutinho
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Direito de Petição, Ações Constitucionais e Ações de Procedimento Comum para 1ª
Fase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Aplicabilidade das Leis de Processo Administrativo: Direito de Petição, Recursos
Administrativos e Pareceres. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Princípios a Serem Observados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Direito de Petição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Direito de Petição e Lei de Acesso à informação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Direito de Petição e Processo Administrativo – Lei n. 9.784/1999 . . . . . . . . . . . . 10
Da Instrução do Processo Administrativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Dever de Decidir. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
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Habeas Data . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Lei n. 4.717, de 29 de junho de 1965 – Lei de Ação Popular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Documentos etc. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Prazo para Entrega das Informações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Dos Sujeitos Passivos da Ação e dos Assistentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Atuação do Ministério Público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Reexame Necessário/Remessa Obrigatória/Duplo Grau Obrigatório . . . . . . . . . . 24
Ação Civil Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Legitimados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Ações de Procedimento Comum e Procedimento Especial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Petição Inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Contestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Da Reconvenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Sentença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Apelação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Outros Recursos Previstos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
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Direito de Petição, Ações Constitucionais e Ações de Procedimento Comum
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APRESENTAÇÃO
Futuro(a) advogado(a),
Saudações!
Neste módulo, analisaremos os itens do edital referente aos seguintes temas:
16. Aplicabilidade das leis de processo administrativo: direito de petição, recursos
administrativos, pareceres.
17. Ações constitucionais: mandado de segurança (individual e coletivo), habeas data,
habeas corpus, ação popular, ação civil pública.
18. Ações de procedimento comum e procedimento especial.
18.1. Petição inicial.
18.2. Contestação e, reconvenção. Provas.
18.3. Recursos.
18.4. Reclamação.
18.5. Cumprimento de sentença e processo de execução.
18.6. Embargos à Execução.
18.7. Tutelas de urgência e tutela de evidência.
Trata-se de temas com uma probabilidade maior de serem indagados na segunda
fase em direito administrativo – peças prático-profissionais ou na disciplina de direito
processual civil.
Contudo, alguns itens constantes desse conteúdo podem ser indagados na primeira fase.
Lembremos, contudo, de que as questões que venham a ser cobradas na OAB abrangerão
temas de direito processual relacionados ao direito administrativo, mas, também, temas
de direito material.
Exemplo:
improbidade administrativa: polo passivo, prazo prescricional, prazos processuais, recursos
cabíveis etc.
agentes públicos: direitos e deveres, defesa dos direitos em juízo, nulidades no processo
administrativo disciplinar, sanções aplicáveis etc.
ação de indenização: ajuizamento em face do ente público, ação de regresso em face do
agente público, prazos processuais, prazo prescricional etc.
Assim, tendo em vista que os temas de direito material já foram abordados em outros
blocos, vamos nos concentrar, agora, nas questões relacionadas a aspectos processuais.
Sem mais delongas, passemos a eles:
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DIREITO DE PETIÇÃO
Nos termos do artigo 3º da lei citada acima, o administrado tem os seguintes direitos
perante à administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado,
ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação,
por força de lei.
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Direito de Petição, Ações Constitucionais e Ações de Procedimento Comum
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Art. 5º (...)
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
(…)
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
(…)
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
(…)
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;
(…)
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
(…)
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
(…)
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
(…)
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;
(…)
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
(…)
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
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b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos;
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
LXXIX – é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos
meios digitais.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(…)
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e
indireta, regulando especialmente:
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII (sobre o tema, vide Lei n. 12.527, de 2011)
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Do mesmo modo, é dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será
franqueada mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em
linguagem de fácil compreensão.
ABRANGÊNCIA DA LEI
I – orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local
onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada;
II – informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus
órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos;
III – informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de
qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
IV – informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
V – informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à
sua política, organização e serviços;
VI – informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos
públicos, licitação, contratos administrativos; e
VII – informação relativa:
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos
órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos
de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
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I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais
ou no exercício do direito de representação;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.
DEVER DE DECIDIR
A administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Prazo: concluída a instrução de processo administrativo, a administração tem o prazo de
até 30 (trinta) dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
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Motivação
Em relação à motivação, esta deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir
em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
Registre-se que a mesma regra é trazida na Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro (LINDB), em seu artigo 21, o qual estabelece que:
“(…) a decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso
suas consequências jurídicas e administrativas”.
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de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou
locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art.
1° por preço superior ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição
de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores,
de empregados ou de terceiros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração
ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de
qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração
falsa sobre qualquer dado técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo, de emprego ou de
função pública, e em razão deles, bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos
no caput deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do
agente público, assegurada a demonstração pelo agente da licitude da origem dessa evolução;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para
pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública
de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir
ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta
Lei, e notadamente:
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XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações
de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas
sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Adminis-
tração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando
em risco a segurança da sociedade e do Estado;
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a
segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de
chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto
ou indireto, ou de terceiros;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições
para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
serviço.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas.
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas;
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Obs.: A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art.
22 desta lei.
Opção 2: Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata
apuração dos fatos, observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar
aplicável ao agente.
Observe-se, finalmente, que, para apurar qualquer ilícito previsto na Lei de improbidade
administrativa, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa
ou mediante representação formulada por qualquer pessoa, poderá instaurar inquérito civil
ou procedimento investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito policial.
Vê-se, assim, que a legislação previu formas do particular participar da apuração de
atos de improbidade administrativa.
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a) Certa. João poderá apresentar petição nos autos do processo administrativo, acompanhada
de cópia do julgamento havido na esfera criminal, mas não terá direito à alteração da pena
de demissão que lhe foi imposta, uma vez que a absolvição foi por insuficiência de provas.
Lei 8112 - Art.126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
b) Errada. As esferas de responsabilidade são, em regra, independentes.
c) Errada. não há, no caso, que se falar em suspensão do processo penal.
d) Errada. A jurisprudência admite a delegação da competência para ministro de Estado.
Letra a.
JURISPRUDÊNCIA
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. DEMISSÃO DE
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. GOVERNADOR DO ESTADO. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA.
SECRETÁRIO ESTADUAL. ART. 37, XII, E PARÁGRAFO ÚNICO DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
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Direito de Petição, Ações Constitucionais e Ações de Procedimento Comum
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PARECERES
Os pareceres constituem-se como manifestações técnicas, nas quais se expressam
opiniões favoráveis ou contrárias à determinada indagação.
O parecer jurídico é uma peça jurídica com informações técnicas sobre um tema em
específico, na qual o parecerista discorre acerca das normas relacionadas ao tema, analisa
a jurisprudência sobre o tema e, com base nas informações apresentadas, elabora o seu
parecer, emitindo sua opinião técnica.
É fundamental que o documento esteja devidamente embasado e fundamentado, sendo
certo que, caso o parecerista tenha elaborado um parecer falso ou com informações falsas
ou distorcidas, poderá ser responsabilizado pelo ato praticado.
Por outro lado, é importante observar que o parecer pode ser favorável ou contrário a
determinada indagação da administração pública.
O essencial é que o parecer esteja devidamente fundamentado e alicerçado na legislação
e jurisprudência sobre o tema.
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AÇÕES CONSTITUCIONAIS
As denominadas ações constitucionais recebem este nome por estarem previstas na
Constituição Federal.
São elas: mandado de segurança (individual e coletivo), habeas data, habeas corpus,
ação popular, ação civil pública.
Neste item, abordaremos os principais aspectos de cada uma delas, com foco na
primeira fase.
MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança tem como objetivo proteger direito líquido e certo.
Espécies: nosso ordenamento jurídico admitiu duas espécies de mandado de segurança:
o mandado de segurança individual e o mandado de segurança coletivo.
Art. 5º (…)
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
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Art. 5º (…)
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
Maria Helena Diniz conceitua o direito líquido e certo como “aquele que não precisa
ser apurado, em virtude de estar perfeitamente determinado, podendo ser exercido
imediatamente, por ser incontestável e por não estar sujeito a quaisquer controvérsias.
Para protegê-lo, é cabível mandado de segurança”.
Hely Lopes Meirelles ensina o seguinte:
(…) direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua
extensão e apto a ser exercido no momento da impetração. Por outras palavras, o direito invocado,
para ser amparável por mandado de segurança, há de vir expresso em norma legal e trazer
em si todos os requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante: se sua existência for
duvidosa, se sua extensão ainda não estiver delimitada, se seu exercício depender de situações
e fatos ainda indeterminados, não rende ensejo à segurança.
LEGISLAÇÃO
O tema foi regulamentado por meio da Lei n. 12.016/2009, a qual disciplina o mandado
de segurança individual e coletivo e dá outras providências.
Segundo estabelece a referida lei, conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam
quais forem as funções que exerça.
PESSOAS EQUIPARADAS
Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de
partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes
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PROCEDIMENTO
Segundo estabelece o artigo 7º da Lei n. 12016/2009, ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I – que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada
com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
II – que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada,
enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;
III – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e
do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo
facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o
ressarcimento à pessoa jurídica.
Obs.: A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso
de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando
decorrido o prazo legal para a impetração.
Feitas as notificações, o serventuário juntará aos autos, no cartório em que corra
o feito, aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coautor e ao órgão de
representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da entrega a
estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do artigo 4 º desta Lei, a
comprovação da remessa.
Findo o prazo da notificação, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que
opinará dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
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Depois, com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz
para a decisão.
Com a publicação da sentença, denegando ou concedendo o mandado, caberá apelação.
Considerações Finais
PRAZO PARA IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA – PRAZO DECADENCIAL
Segundo estabelece a lei, em seu artigo 23, o direito de requerer mandado de segurança
extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado,
do ato impugnado.
HABEAS CORPUS
Art. 5º (…)
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Como se vê, o habeas corpus tem um foco específico, qual seja a proteção do direito de
ir e vir da pessoa que tenha sido vítima de uma ilegalidade ou abuso de poder.
Da mesma forma que acontece no mando de segurança, exige-se que haja a violação a
um direito líquido e certo, não havendo necessidade de fase probatória.
HABEAS DATA
O habeas data encontra-se previsto na CRFB, em seu artigo 5º, LXXII.
O habeas data possui duas finalidades:
a) assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
O habeas data encontra-se previsto na Lei n. 9.507/1997.
Conforme mencionado, o habeas data visa assegurar ao impetrante o conhecimento
de informações a ele relativas constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público, bem como a retificação de tais dados.
Segundo estabelece a mesma lei, considera-se de caráter público todo registro ou banco
de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros
ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das
informações.
Do mesmo modo, caso fique constatado que há erro nas informações armazenadas no
banco de dados, o interessado, em petição acompanhada de documentos comprobatórios,
poderá requerer sua retificação.
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Procedimento
1) Ajuizamento da ação, por meio de petição inicial instruída com prova:
I – da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
II – da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem
decisão; ou
III – da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do artigo 4º ou do decurso
de mais de quinze dias sem decisão.
2) Despacho judicial, ordenando que se notifique o coautor do conteúdo da petição,
entregando-lhe a segunda via apresentada pelo impetrante, com as cópias dos documentos,
a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações que julgar necessárias.
3) Findo o prazo da notificação, será ouvido o representante do Ministério Público e, na
sequência, os autos serão conclusos ao juiz para decisão.
4) Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz marcará data e horário para que
o coautor:
I – apresente ao impetrante as informações a seu respeito, constantes de registros ou
bancos de dadas; ou
II – apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos assentamentos
do impetrante.
Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade
de atos lesivos ao patrimônio da Administração Direta e Administração Indireta, ou, ainda,
empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos
Municípios e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
A CRFB, por sua vez, ampliou a área de atuação da ação popular.
Veja:
Art. 5º (…)
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
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ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
DOCUMENTOS ETC.
Segundo estabelece a lei de ação popular, para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer
às entidades detentoras das informações necessárias o envio das certidões e informações
que julgar necessárias, bastando, para isso, indicar a finalidade das mesmas.
Obs.: É possível que a administração pública não entregue os documentos sob alegação de
sigilo. Nesse caso, a Lei de Ação Popular determina que a ação poderá ser ajuizada
sem esse documento, mas isso deverá ser informado ao juiz.
O juiz, por sua vez, notificará a pessoa para que ela forneça os documentos, passando
o processo a correr em segredo de justiça.
Obs.: Se o autor popular desistir da ação, o MP poderá dar prosseguimento, mas não
poderá defender o polo passivo de jeito nenhum.
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I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si
ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum
Deste modo, tem-se que, em resumo, a ação civil pública terá como objetivo a tutela
de interesses transindividuais, cujo rol (exemplificativo) foi inserido na mesma lei. São
exemplos de interesses transindividuais:
l – meio ambiente;
ll - consumidor;
III – bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV – qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
V – infração da ordem econômica;
VI – ordem urbanística.
VII – honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
VIII – patrimônio público e social, etc.
LEGITIMADOS
Segundo estabelece o artigo 5º, tem legitimidade para propor a ação principal e a
ação cautelar:
I – o Ministério Público;
II – a Defensoria Pública;
III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
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Obs.: Com relação ao requisito da pré-constituição, a lei estabelece que este poderá
ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
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PETIÇÃO INICIAL
Requisitos da petição inicial:
A petição inicial indicará:
I – o juízo a que é dirigida;
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão,
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação
CONTESTAÇÃO
O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo
inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação,
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do artigo 334, § 4º, inciso I ;
III – prevista no artigo 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos
demais casos.
DA RECONVENÇÃO
A lei processual civil permite que, na contestação, o réu proponha reconvenção para
manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
Uma vez proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado,
para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
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SENTENÇA
Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos artigos. 4851
e 4872, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
Com a publicação da sentença, dá-se início ao prazo para apresentação do recurso
de apelação.
APELAÇÃO
A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I – os nomes e a qualificação das partes;
1
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código
2
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
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III – agravo interno: é o recurso cabível contra decisão proferida pelo relator, o qual
será julgado pelo respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as
regras do regimento interno do tribunal.
IV – embargos de declaração: é o recurso cabível para sanar omissão contradição
ou obscuridade existente em uma decisão judicial. Segundo o CPC, cabem embargos de
declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar
contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz
de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material.
V – recurso ordinário: recurso cabível no caso de processos decididos em única instância
por tribunais (órgãos colegiados).
Vejamos:
VI – recurso especial: recurso endereçado ao STJ, o qual terá competência para julgar,
em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
VII – recurso extraordinário: recurso de competência do STF para julgamento de causas
decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
VIII – agravo em recurso especial ou extraordinário: recurso cabível contra decisão do
presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário
ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime
de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
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Obs.: Não obstante o foco deste módulo sejam questões processuais, as provas do OAB
costumam cobrar, também, temas relacionados ao direito material, tais como: lei
de improbidade administrativa, direitos e deveres dos servidores públicos etc.
Assim, a resolução das questões demandará conhecimentos na área processual, mas,
também, na área do direito material.
Desde já desejo a você, desejo sucesso na resolução das questões e, principalmente,
na sua prova da OAB!
Estarei aqui torcendo por você!!!
Atenciosamente,
Nilton Carlos Coutinho
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RESUMO
Nesta apostila, especificamente, abordamos o direito de petição em face da Administração
Pública, tendo como fundamento o princípio da publicidade e da moralidade administrativa.
Para tanto, trouxemos alguns dispositivos constitucionais relacionados ao tema, bem
como algumas normas nas quais o direito de petição em face da Administração Pública é
exercido. Cite-se como exemplo a Lei de Processo Administrativo (Lei 9.784/99) e a Lei de
Acesso à Informação, entre outras.
No mesmo bloco, também abordamos as ações constitucionais (mandado de segurança –
individual e coletivo – habeas data, habeas corpus, ação popular, e ação civil pública, focando
nos pontos relacionados ao direito administrativo.
Por fim, foram apresentados alguns pontos relacionados às ações de procedimento
comum e procedimento especial e as petições a elas relacionadas, tais como: petição
inicial, contestação e reconvenção, petição de especificação de provas, e recursos junto
aos referidos processos.
Frisamos, no entanto, que tais temas são tratados com maior profundidade nas aulas
de direito processual civil e segunda fase da OAB.
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QUESTÕES DE CONCURSO
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e exoneração pela autoridade competente, que não está vinculada ou limitada aos motivos
expostos para a prática do ato administrativo.
b) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que
tal ato é classificado como vinculado, no que tange à liberdade de ação do administrador
público, razão pela qual o Poder Judiciário não pode se imiscuir no controle do mérito
administrativo, sob pena de violação à separação dos Poderes.
c) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que,
apesar de ser dispensável a motivação para o ato administrativo discricionário de exoneração,
uma vez expostos os motivos que conduziram à prática do ato, estes passam a vincular a
Administração Pública, em razão da teoria dos motivos determinantes.
d) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que, por
se tratar de um ato administrativo vinculado, pode o Poder Judiciário proceder ao exame
do mérito administrativo, a fim de aferir a conveniência e a oportunidade de manutenção
do ato, em razão do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.
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GABARITO
1. c 4. a 7. c
2. d 5. a
3. d 6. d
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GABARITO COMENTADO
Vamos às alternativas:
a) Errada. A Constituição é expressa no sentido de que o princípio da razoável duração do
processo também se aplica aos processos administrativos (art. 5º, LXXVIII);
b) Errada. A ação popular é uma ação coletiva em que o cidadão busca anular ato lesivo ao
patrimônio público, ao meio ambiente, ao patrimônio histórico e cultural ou à moralidade
administrativa (art. 5º, LXIII); no caso em questão, Maria sofre lesão ao seu direito individual
à razoável duração do processo, de modo que pode e se recomenda ingressar com uma
ação individual (e não com uma ação coletiva), podendo ser um mandado de segurança;
c) Certa. Aqui, tem-se lesão, por ato omissivo, a um direito constitucional, que é o direito
à razoável duração do processo administrativo (art. 5º, LXXVIII); essa ilegalidade ou abuso
de poder dá ensejo ao ajuizamento de um mandado de segurança individual (art. 5º, LXIX):
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
poder público.
d) Errada. Deve-se impetrar habeas data para conhecimento ou retificação de informação
constante de bancos de dados públicos a respeito do impetrante (art. 5º, LXXII); no caso,
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não se quer isso, mas, sim, que a Administração aprecie um pedido de licença formulado
e não apreciado ainda.
Para maiores detalhes, vide: Como passar na OAB 1ª fase, organizado por Wander Garcia.
16ª. edição, editora Foco, 2020, p. 535
Veja também: Lei n. 13.874/2019 (Liberdade Econômica).
Art. 3º São direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o desenvolvimento e o
crescimento econômicos do País, observado o disposto no parágrafo único.
(…)
IX – ter a garantia de que, nas solicitações de atos públicos de liberação da atividade econômica
que se sujeitam ao disposto nesta Lei, apresentados todos os elementos necessários à instrução do
processo, o particular será cientificado expressa e imediatamente do prazo máximo estipulado para
a análise de seu pedido e de que, transcorrido o prazo fixado, o silêncio da autoridade competente
importará aprovação tácita para todos os efeitos, ressalvadas as hipóteses expressamente
vedadas em lei;
Letra c.
Vamos às alternativas:
a) Errada. De acordo com a Lei n. 8.429/1992, a indisponibilidade recairá sobre bens que
assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem incidir sobre
os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou sobre acréscimo
patrimonial decorrente de atividade lícita.
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STJ decidiu, que pode ser decretada a indisponibilidade sobre bens que o acusado
possuía antes ou depois da suposta prática do ato de improbidade (inclusive aos
bens adquiridos antes da vigência da LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA). Pode
ocorrer tanto na ação principal ( judicial) quanto no procedimento administrativo
(por requerimento ao Ministério Público ou à Procuradoria da Pessoa Jurídica
respectiva).a ação, na forma dos arts. 2º e 3º da Lei n. 8.429/92 (REsp n. 1.249.531).
d) Certo.
Segue para conferência o artigo 37, § 4º, da Constituição Federal:
Letra d.
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a) não poderia ter dado prosseguimento ao feito, na medida em que Odorico é agente
político e, por isso, não responde com base na lei de improbidade, mas somente na esfera
política, por crime de responsabilidade.
b) não tem competência para o julgamento da ação civil pública por improbidade ajuizada
em face de Odorico, ainda que o agente tenha foro por prerrogativa junto ao respectivo
Tribunal de Justiça estadual.
c) não poderia ter determinado o afastamento cautelar de Odorico, pois a perda da função
pública só se efetiva com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
d) agiu corretamente ao determinar o afastamento cautelar de Odorico, que, apesar de
constituir medida excepcional, cabe quando o agente se utiliza da máquina administrativa
para intimidar servidores e prejudicar o andamento do processo.
Obs.: Questão elaborada antes da entrada em vigor da Lei n. 14.230/2021, a qual alterou
a Lei n. 8.429/1992.
Com exceção do presidente da república, todos os agentes políticos respondem pela Lei
de Crime de Responsabilidade e pela Lei de Improbidade Administrativa.
Para o STJ, a ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias
ordinárias, ainda que proposta contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito
penal e nos crimes de responsabilidade.
Assim, o prefeito responderá por ato de improbidade, cuja ação se processará na 1ª instância.
Além disso o afastamento preventivo é plenamente possível, conforme dispositivo abaixo
da Lei n. 8.429/1992:
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. (REDAÇÃO NA ÉPOCA
DA REALIZAÇÃO DA PROVA)
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do
exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for
necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos (REDAÇÃO
ATUAL)
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Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração
da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o
seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo
da remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão
os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
Letra d.
Obs.: Questão elaborada antes da entrada em vigor da Lei n. 14.230/2021, a qual alterou
a Lei n. 8.429/1992.
Vamos às alternativas:
a) Certa. Violação ao Princípio da Lealdade, artigo 11, III da Lei n. 8.429/92.
b) Errada. De acordo com o STF, todos os agentes políticos, com exceção do presidente
da república, encontram-se sujeitos a um duplo regime sancionatório, e se submetem
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Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando
em risco a segurança da sociedade e do Estado;
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor
público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei;
Letra a.
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Vamos às alternativas:
a) Certa. Artigo 5º, inciso I, da Lei n. 12.016/2009:
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c) ficará prejudicado, uma vez que a responsabilidade administrativa somente pode configurar
efeito secundário da responsabilidade penal.
d) ficará prejudicado, uma vez que a responsabilidade administrativa é afastada no caso
de absolvição criminal que negue a autoria do fato.
Lei n. 8.112/1990:
Letra d.
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Vamos às alternativas:
a) Errada. Mesmo em situações em que a motivação não se faz necessária, como no caso
de dispensa de servidor ocupante de cargo em comissão (de livre nomeação e exoneração),
se o ato for motivado e o motivo apresentado não for verdadeiro, o ato será inválido,
pois o administrador está vinculado aos motivos apresentados como fundamento para a
prática do ato.
b) Errada. Os cargos em comissão são destinados para a execução de atribuições
de direção, chefia ou assessoramento e são de livre nomeação e exoneração pela
autoridade competente. Ressalte-se que não há necessidade de qualquer motivação
ou garantia de contraditório, caracterizando verdadeiro ato discricionário. Entretanto,
caso a autoridade, no ato de exoneração, indique um motivo falso, o ato será passível
de anulação.
c) Certa. A administração, ao justificar a prática do ato administrativo, fica vinculada
às razões ali expostas, para todos os efeitos jurídicos, de acordo com o preceituado na
teoria dos motivos determinantes.
Assim, em regra, para cargos em comissão (ad nutum), por ser uma decisão discricionária,
não faz necessário que seja obrigada em tal ato demonstrar os motivos da exoneração,
entretanto, caso motive ocorrerá vinculação do ato.
A teoria dos motivos determinantes prevê que validade do ato se vincula aos motivos
indicados como seu fundamento, de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam
sua nulidade.
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Assim, é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis
que, apesar de ser dispensável a motivação para o ato administrativo discricionário de
exoneração, uma vez expostos os motivos que conduziram à prática do ato, estes passam
a vincular a administração pública, em razão da teoria dos motivos determinantes.
Letra c.
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