Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LEONARDO BARBIERI
DOIS VIZINHOS
2022
LEONARDO BARBIERI
DOIS VIZINHOS
2022
___________________________________________________________________________
Adalberto Luiz de Paula
Doutor em Agronomia
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
___________________________________________________________________________
Fabiana Luiza Matielo de Paula
Doutora em Irrigação e Drenagem
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
___________________________________________________________________________
Dalva Paulus (Orientadora)
Doutora em Agronomia
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
DOIS VIZINHOS
2022
AGRADECIMENTOS
O agrião (Nasturtium officinale) é uma planta herbácea que pertence à família das
Brassicaceae, planta bem adaptada a solos úmidos devido as suas raízes aquáticas,
característica que proporcionou um bom desenvolvimento da planta em sistema
hidropônico. O magnésio é um nutriente importante para produção de clorofila,
absorção de fósforo, dentre outros componentes importantes para o desenvolvimento
da qualidade nutricional e visual da planta. O objetivo do presente trabalho foi avaliar
a produção de agrião sob diferentes concentrações de sulfato de magnésio em
sistema hidropônico, visando melhorar a qualidade visual das plantas. O experimento
foi realizado na área experimental de Olericultura da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR), Campus Dois Vizinhos. O experimento foi conduzido em
ambiente protegido no sistema de fluxo laminar de nutrientes (NFT), utilizando o
delineamento inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 2 x 5 com cinco
repetições, onde o fator 1: duas espécies de agrião, o agrião da terra (Barbarea verna)
e agrião d’água (Rorippa nasturtium-aquaticum L.) cv. Folha Larga Gigante, fator 2:
concentrações de sulfato de magnésio, onde os níveis foram: Dose padrão (0,4g L-1),
(0,42g L-1), (0.44 g L-1), (0.46 g L-1) e (0,48 g L-1) de sulfato de magnésio (MgSO4), da
solução proposta por Furlani. As variáveis analisadas foram: índice relativo de
clorofila, matéria fresca e seca da parte aérea e das raízes, pH solúvel, sólidos
solúveis (°BRIX), umidade e nutrientes do tecido vegetal (N, P, K, Ca, Mg, S, B,
Cu, Fe, Mn e Zn). Os resultados obtidos mostram que o aumento nas doses de MgSO4
contribuem para o aumento do teor de clorofila e massa fresca e seca, sendo o melhor
resultado observado na dose de (0,48 g L-1). O teor de macronutrientes em sua maioria
não apresentou diferenças significativas com o aumento das doses. O aumento nas
doses de magnésio na solução nutritiva contribui para um melhor desenvolvimento da
cultura, melhorando assim a produtividade e a qualidade visual da planta.
The watercress (Nasturtium officinale) is a herbaceous plant that belongs to the family
of Brassicaceae, a plant well adapted to moist soils due to its aquatic roots, a
characteristic that provided a good development of the plant in hydroponic
system. Magnesium is an important nutrient for chlorophyll production, phosphorus
absorption, among other important components for the development of nutritional and
visual quality of the plant. The objective of this work was to evaluate the production of
watercress under different concentrations of magnesium sulfate in hydroponic system,
aiming to improve the visual quality of plants. The experiment was carried out in the
experimental area of Olericulture of the Federal Technological University of Paraná
(UTFPR), Campus Dois Vizinhos. The experiment was conducted in a protected
environment in the nutrient laminar flow system (NFT), using a completely randomized
design (IHD), in a 2 x 5 factorial scheme with five replications, where factor 1: two
species of watercress, land watercress (Barbarea verna) and watercress (Rorippa
nasturtium-aquaticum L.) cv. Giant Broad Leaf, factor 2: magnesium sulfate
concentrations, where the levels were: Standard dose (0.4g L-1), (0.42g L-1), (0.44 g L-
1), (0.46 g L-1) and (0.48 g L-1) magnesium sulfate (MgSO ), of the solution proposed by
4
Furlani. The variables analyzed were: relative chlorophyll index, fresh and dry matter
of shoots and roots, soluble pH, soluble solids (°BRIX), moisture and nutrients of plant
tissue (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn and Zn). The results obtained show that the
increase in mgso4 doses contribute to the increase of chlorophyll content and fresh
and dry mass, being the best result observed at the dose of (0.48 g L-1). The
macronutrient content mostly did not show significant differences with the increase in
doses. The increase in magnesium doses in the nutrient solution contributes to a better
development of the crop, thus improving the productivity and visual quality of the plant.
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................8
2 REVISÃO DE LITERATURA ...............................................................................10
2.1 Descrição da espécie e importância econômica ..........................................10
2.2 Sistema de cultivo ...........................................................................................12
2.3 Solução nutritiva .............................................................................................13
2.4 Função do magnésio nas plantas ..................................................................14
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................15
3.1 Local e característica da área experimental .................................................15
3.2 Condução do experimento .............................................................................16
3.2.1 Bancadas de produção...................................................................................17
3.2.2 Monitoramento do pH e condutividade elétrica (C.E) da solução nutritiva .....17
4 VARIÁVEIS ANALISADAS ..................................................................................18
4.1 Índice relativo de clorofila ..............................................................................18
4.2 Produção de matéria verde e seca do agrião ...............................................18
4.3 Determinação do pH solúvel ..........................................................................19
4.4 Sólidos Solúveis Totais (°BRIX) .....................................................................19
4.5 Teor de umidade ..............................................................................................19
4.6 Teor de nutrientes dos tecidos ......................................................................20
4.7 Análise estatística ...........................................................................................20
5 RESULTADOS E DISCUÇÕES ...........................................................................21
6 CONCLUSÕES ....................................................................................................32
REFERÊNCIAS .......................................................................................................33
8
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
3 MATERIAL E MÉTODOS
4 VARIÁVEIS ANALISADAS
Foram analisadas a massa verde e seca da parte aérea e das raízes aos 32
dias após o transplante, no momento da colheita, colhendo seis plantas
aleatoriamente de cada tratamento, separando-se logo após a colheita a parte aérea
das raízes. Os materiais foram devidamente identificados, pesando-se a massa verde
em balança de precisão. Para massa seca as plantas foram desidratadas em estufa
de circulação de ar forçado, a uma temperatura de 65° C, até atingir a massa
constante.
19
% = ∗ 100 (1)
Onde:
U – Teor de umidade (%)
MFPA – Massa fresca da parte aérea (g Planta-1)
MSPA - Massa seca da parte aérea (g Planta-1)
20
5 RESULTADOS E DISCUÇÕES
20 82
80
15 78
76
10 74
5 72
70
0 68
0-10DAT 10-20DAT 20-32DAT
corresponde por 2,7% do peso molecular das clorofilas e 10% do Mg total presente
nas folhas. De forma geral, a sua deficiência resulta em desequilíbrio fotossintético e
respiratório (MALAVOLTA, 2006).
O índice relativo de clorofila é o principal fator utilizado na avaliação do teor
de clorofila presente nas folhas das plantas, sendo um dos principais fatores levados
em consideração para a avaliação nutricional das plantas, principalmente a correlação
ao nitrogênio. A produção de clorofila nas plantas é dependente de três fatores,
nutricional, luminosidade e genético (FLOSS, 2011).
Para o índice relativo de clorofila verificou-se diferença significativa entre as
doses, apresentando uma equação linear (Gráfico 2). O maior índice relativo de
clorofila 42,72 foi observado na dose de 0,48 (g/L) de sulfato de magnésio, indicando
que possivelmente o aumento na concentração das doses de sulfato de magnésio
influenciou para o aumento na síntese de clorofila nas plantas.
Valores semelhantes foram encontrados por Hirata e Hirata (2015) avaliando
o desempenho produtivo do agrião d’ água sob telas de sombreamento, onde
encontrou valores médios para o índice de clorofila de 44,9 e 42,2 no primeiro e
segundo cultivo, respectivamente.
44
índice relativo de clorofila
43
y = 60x + 14.378
42 R² = 0.8368
41
40
39
38
37
0.4 0.42 0.44 0.46 0.48
Gráfico 3 – Massa fresca folha (A); massa seca folha (B); massa fresca raiz (C) e massa seca
raiz (D) de agrião em diferentes doses de sulfato de magnésio no cultivo hidropônico
A B
320
12 y = 49.079x - 13.464
y = 1400x - 375.85
280 R² = 0.9455 R² = 0.8092
200
160 6
120
4
80
y = 800.93x - 253.25
R² = 0.8317 2
40
0 0
0.4 0.42 0.44 0.46 0.48 0.4 0.42 0.44 0.46 0.48
Doses de Sulfato de Magnésio Doses de Sulfato de Magnésio
(g/L) (g/L)
CV. AGUA CV. TERRA CV. TERRA
C D
80 3
70 y = 13.248x - 3.8856
y = 453.76x - 151.73 2.5 R² = 0.9917
60 R² = 0.9856
M.F. Raiz (g planta-1)
2
50
40 1.5
y = 400.98x - 133.95 y = 6.2883x - 0.99
30 R² = 0.9868 R² = 0.8264
1
20
0.5
10
0 0
0.4 0.42 0.44 0.46 0.48 0.4 0.42 0.44 0.46 0.48
resultados mostram que a cultivar de agrião d’ água utilizada neste experimento teve
maior produção de massa fresca, possivelmente devido as características da cultivar
e local de cultivo.
O Mg é um nutriente de grande importância para as plantas, pois é
responsável pela ativação de várias enzimas, e por ser cofator de praticamente todas
enzimas fosforiladas, atua formando pontes entre difosfato de adenosina (ADP) ou
pirofosfato do trifosfato de adenosina (ATP) entre as moléculas de enzimas. Pois a
transferência de energia que ocorre entre esses processos é fundamental para a
respiração e fotossíntese nas plantas (BARROSO, 2013).
Por esses fatores, o aumento do magnésio contribui para o aumento da
respiração e fotossíntese nas plantas, consequentemente contribuindo para o
aumento da produção de biomassa nas plantas.
Para variável analisada pH solúvel, a cultivar d’ água não apresentou
diferenças significativas entre os tratamentos. Diferentemente da cultivar d’ terra, onde
houve interação entre a cultivar e as doses, porém com o aumento nas doses de
sulfato de magnésio, não houve incremento no pH solúvel e sim um decréscimo nos
valores conforme o aumento das doses, obtendo-se assim o maior valor de pH (6,99)
na dose padrão (Gráfico 4).
y = -2.4x + 7.9647
7.05
R² = 0.7162
7
6.95
pH Solúvel
6.9
6.85
6.8
6.75
0.4 0.42 0.44 0.46 0.48
Doses de sulfato de magnésio (g/L)
CV. TERRA
Fonte: Autoria própria (2022)
aumento das doses, sendo o maior valor obtido 95,67 % foi na dose 0,48 (g/L) e o
menor valor obtido 94,34% na dose padrão ,040 (g/L).
Para a cultivar d’ terra a variável umidade também foi significativa em relação
ao aumento das doses de sulfato de magnésio, onde o maior valor de umidade
encontrado 92,26% foi na dose de 0,46 (g/L) e o menor 91,61% na dose padrão 0,40
(g/L) (Gráfico 5).
y = 16.05x + 87.886
96
R² = 0.9261
95.5
95
94.5
94
Umidade (%)
93.5
93
92.5
92
y = 8.4x + 88.312
91.5
R² = 0.8198
91
0.4 0.42 0.44 0.46 0.48
Souza (2019) avaliando o cultivo de agrião d’ água cultivar folha larga com
águas salobras e em diferentes tempos de circulação da solução nutrititiva, encontrou
valores semelhantes para o agrião, 85,2 e 86,34% em tempos de circulação 10 e
15min respectivamente.
Já SOUZA (2003), avaliando a composição mineral do agrião convencional e
hidropônico na cidade de salvador, encontrou valores maiores, de 94,93 durante o
inverno e 91,60% no verão.
O aumento da umidade das plantas não é uma característica desejável,
pensando em conservação em pós colheita, pois o mesmo pode contribuir para a
redução do tempo de prateleira do produto, porém os valores encontrados no presente
trabalho estão dentro dos valores de umidade encontrados na literatura.
Para a avaliação dos teores de nutrientes das folhas de agrião d’ terra,
realizada com a coleta das amostras no momento da colheita aos 32 DAT, não houve
diferenças significativas entre as doses, para os macronutrientes nitrogênio (N),
29
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S) e micronutrientes,
boro (B) e ferro (Fe).
Apresentando assim diferenças significativas apenas para os micronutrientes,
cobre (Cu), manganês (Mn) e zinco (Zn) (Tabela 5). Desta forma o aumento nas
concentrações de (MgSO4), influenciaram de forma positiva no aumento nutricional
das folhas de agrião d’ terra.
A quantidade de nutrientes extraídos pela planta em maior quantidade
apresentou a seguinte ordem decrescente N>K>Ca>S>Mg>P.
O teor de cobre foi maior na dose 0,44 (g/L) de MgSO4, onde obteve 9,97 Mg
Kg-1 seguido da dose de 0,42 (g/L) com teor de 7,99 Mg Kg-1, o menor valor (6,82 Mg
Kg-1) foi obtido na maior dose 0,48 (g/L), as demais doses não diferiram
estatisticamente entre si.
Para o teor de manganês o maior resultado foi obtido na dose de 0,48 (g/L) com
teor de 55,59 Mg Kg-1 seguido da dose de 0,44 (g/L) onde obteve 45,88 Mg Kg-1, não
diferindo entre si para as demais doses avaliadas. O melhor teor de zinco foi obtido
na dose 0,46 (g/L) 70,23 Mg Kg-1, seguido da dose 0,42 (g/L) com 58,49 Mg Kg-1, não
diferindo entre si nas demais doses (Tabela 5).
A deficiência de fósforo nas plantas resulta em um menor crescimento das
plantas, folhas velhas amarelas e com pouco brilho e folhas arroxeadas em algumas
espécies de plantas. Os sintomas de deficiência de potássio ocorrem primeiramente
nas folhas mais velhas da planta, isso devido a sua mobilidade e apresentando
cloroses seguido de necroses nas pontas e margens das folhas das plantas (FAQUIN;
30
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BOLIGON, A.A; BOLIGON, A.A; PIVETTA, C.R; ATHAYDE, M.L; LORENTZ, L.H.
Atividade antioxidante de (Nasturtium Officinale) cultivado em sistema
hidropônico. UFSM, RS. 2008.
FLOSS, Elmar Luiz. Fisiologia das Plantas Cultivadas. 5. ed. Passo Fundo: Upf,
2011. 734 p.
HOAGLAND, D.R.; ARNO, D.I. The method of growing water from plants without
soil. Berkeley: University of California/College of Agriculture/ Agricultural Experiment
Station, 32 p. (Circular, 347), 1950.
SILVA, J.S.; ALVES,M.S.; PAZ, V.P.S.; SOARES, T.M.; ALMEIDA, W.F. Cultivo de
agrião em diferentes usos de água salobra em sistema hidropônico NFT. In:
XXVI Congresso nacional de irrigação e drenagem. 2017. IV INOVAGRI International
Meeting, 2017. p. 5-6.