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LIVROS DO VESTIBULAR UERJ

Anos de Chumbo: simulado de


questões para a UERJ/2024.

Alexandre Batista
Candice Pantoja
Claudia Oliveira
Elisa Costa
Felippe Gustavo Cunha
Gregory Magalhães
Hilma Ribeiro
Jacqueline Barros
Juliana Santos
Lethicia Gonçalves
Lindomar Castilho
Lívia Paiva
Luana Duarte
Lucas Barroso
Lucas Ramos
Solange Vasconcelos
Silvia Guimarães
Victória Tirapelli
Vitória França
Wagner Fernandes Gonzaga
Welington Oliveira
(Organizadores)

Wagner Fernandes Gonzaga


(Ilustração)

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


INSTITUTO DE APLICAÇÃO FERNANDO RODRIGUES DA SILVEIRA
CAP/UERJ
APRESENTAÇÃO

Quando pensamos em estratégias de ensino-aprendizagem, reconhecemos a


importância de os educadores apresentarem recursos que possibilitam um estudo mais
proficiente. Este e-book tem o objetivo de ajudar os alunos a aperfeiçoarem seus
conhecimentos para o Vestibular da UERJ 2024 e disponibilizar para os professores mais
um material de estudo.

Ele é composto de questões sobre o livro “Anos de Chumbo e Outros Contos” do autor
Chico Buarque que procuram evidenciar um trabalho metodológico que relaciona
recursos linguísticos e aplicabilidades discursivas para evidenciar a produção de sentido.
Este material é o resultado do convite que a Professora Hilma Ribeiro de Mendonça
Ferreira fez a mim para que as orientandas do meu projeto de extensão (Metodologias
para análise de textos no ensino de língua portuguesa) colaborassem com o projeto de
extensão dela (Rodas de leitura Lélia González). Com isso, as alunas do projeto foram
orientadas na elaboração de questões que produzissem análises interpretativas sobre o
livro que será cobrado no 2° exame de qualificação do vestibular da UERJ.

O material, portanto, tem o propósito de funcionar como mais um instrumento de estudo


para os alunos do ensino médio e, consequentemente, de preparo para a prova oficial.
Além das questões que evidenciam uma abordagem linguístico-discursiva, o documento
ainda conta com gabarito comentado para auxiliar alunos e professores.

Desejamos que este e-book seja mais um trabalho que beneficie a ampliação dos
estudos sobre a língua portuguesa e que colabore para o processo de ensino-
aprendizagem.

Charleston Chaves
(Professor Adjunto de Língua Portuguesa- ILE/UERJ)
INTRODUÇÃO

O livro Anos de Chumbo e outros contos, do celebrado compositor e escritor


Chico Buarque, é um livro de contos que retrata, cada um ao seu modo, os efeitos dos
turbulentos anos da ditadura militar no Brasil no cotidiano na vida cotidiano das pessoas
que nos perturbam até hoje. É uma leitura angustiante, pois as pessoas retratadas
experimentam a realidade sombria e opressiva do período conhecido como anos de
chumbo, entre o decreto AI-5, em 1968, e o fim do governo Médici. Mas, os contos dão
conta também da realidade opressiva posterior a esse período como uma espécie de
resquício do mal prolongado do regime ditatorial.
O livro é composto de oito contos com narrativas independentes. Contudo, é a
violência instaurada na ditadura militar que se manifesta de maneiras diferentes nas
diferentes pessoas nas diferentes dimensões da vida. E é essa da abordagem desse triste
tema: na obra, Chico Buarque mostra os impactos da truculência do Regime não apenas
do ponto de vista do militar e dos perseguidos políticos, mas mostra como essa truculência
invadiu as relações na vida cotidiana das pessoas, sejam elas ligadas ou não ao fazer direto
da ditadura.
O autor utiliza vida cotidiana de personagens que organizam sua vida a partir da
lógica da violência física ou simbólica para narrar os eventos, criando uma atmosfera de
tensão e medo, a qual permeia toda a obra. Vale acentuar que um dos pontos mais
marcantes do livro é a habilidade de Chico Buarque em retratar os personagens de forma
vívida e complexa. Cada um deles tem sua própria história, motivações e dilemas
pessoais, o que adiciona camadas de profundidade à trama. O leitor é apresentado a
diferentes perspectivas e conflitos internos dos personagens, explorando temas como
amor, amizade, traição e compromisso político.
Além disso, Chico Buarque demonstra sua maestria como músico e letrista ao
incorporar elementos musicais à narrativa. O livro também aborda de forma contundente
as questões sociais e políticas da época. Chico Buarque critica a repressão do regime
militar, a censura artística e a violência sistemática contra os opositores políticos. Ele
retrata as dificuldades enfrentadas pelos personagens em um contexto de perseguição,
tortura e desaparecimentos forçados, além das implicações emocionais e psicológicas
dessas experiências traumáticas.
Anos de Chumbo e outros contos é uma obra que exige reflexão por parte de quem
se debruça na leitura. Por meio da ficção, Chico Buarque provoca uma análise profunda
sobre a história recente do Brasil e a importância da resistência em tempos sombrios. O
livro nos lembra dos horrores do passado, mas também nos faz refletir sobre a importância
de preservar a memória coletiva e lutar por uma sociedade mais justa e democrática.
Enfim, Anos de Chumbo" é uma leitura intensa e emocionalmente impactante.
Chico Buarque nos presenteia com uma narrativa poderosa, personagens cativantes e uma
crítica afiada ao regime militar. O livro é relevante, já que serve como um bom
apontamento da importância da liberdade, da resistência e da luta pelos direitos humanos,
condições tão recentemente ameaçadas na história recente do Brasil.

Volta Redonda, 13/07/2023.


Alexandre Batista.
Resenha sobre o conto “Meu tio” do livro Anos de chumbo e outros contos, de Chico
Buarque

Meu tiozão do zap?

Quando você for ler o conto "Meu tio", do livro Anos de chumbo, de Chico
Buarque de Hollanda, publicado pela Companhia das Letras no ano de 2021, se deparará
com uma narração da perspectiva de uma menina, “eu seria a mais felizarda por morar
perto da praia” (p. 9, grifo do autor), provavelmente uma criança ou pré-adolescente:
“papai fingiu que estava dormindo no quarto. Mamãe recebeu meu tio com dois
beijinhos” (p. 9). O fato de se referir aos seus genitores como papai e mamãe induz o
leitor a acreditar nesta hipótese de o conto ser narrado pela aventada perspectiva infanto-
juvenil.
Apesar de o autor tentar imprimir perspectiva infantil, a verossimilhança dessa
perspectiva é quebrada aqui e ali por palavras típicas do repertório dos adultos como
“irrequieto” ou “pedúnculo”. Às vezes, porém, acerta em cheio, como quando descreve o
carro do tio: “todo branco e grandalhão feito uma ambulância, ocupava a calçada inteira
em frente ao meu prédio” (p. 10). O conhecimento avançado da criança sobre marcas
automotivas e de outros aspectos da vida também prejudicam essa verossimilhança, que,
de todo modo, acaba sendo sustentada por passagens felizes, como a citada acima.

O leitor começa a perceber que o tio é de classe média alta, pois se gaba de seus
carrões e acha que os outros têm inveja. No passeio, param em um posto na Lagoa e
seguem para a Barra da Tijuca, onde o tio mora, o que indica ser uma família de classe
média. Todos serão de classe média ou apenas o tio? A reposta só aparecerá no final da
narrativa. Até o momento, nos parece uma simples viagem de lazer em família num fim
de semana, tradicional da cultura de classe média branca do Rio de Janeiro.

Em frente ao shopping na Barra, há um tenso encontro de classes tipicamente


carioca: “malabares e vendedores ambulantes ocuparam a faixa de pedestres no instante
mesmo em que o sinal fechou para nós. Os moleques armavam pirâmides humanas para
exibir seus lances com bolas de tênis. Os marmanjos passavam limpadores no para-brisa
ou penduravam sacos de bala no espelho retrovisor” (p. 11). Ao estacionar na praia de
Grumari, nos deparamos com mais um confronto de classes tipicamente carioca: “um
flanelinha veio avisar que ali era a saída de outros carros, mas ele não deu trela” (p. 12).

Com isso, observamos que o conto narra conflitos medíocres típicos de classe
média carioca, que hoje são ironicamente chamados de white people problem, como o
envolvendo lugar de estacionar carros sem obstruir a passagem dos outros ou a descrição
de um “pega” com uma moto. O termo em inglês demonstra que o conflito de classes em
países colonizados e periféricos, no capitalismo atual, financeirizado, é também de etnia
e, como veremos, também de gênero.
Aparece, então, a primeira menção de estupro de vulnerável: “quando saí do mar
ele disse que sentiu uma vontade de comer o meu rabinho” (p. 12). O fato de se referir a
uma parte do corpo culturalmente considerada erótica, o ânus, como “meu rabinho”
reforça a tese da narração de uma perspectiva infanto-juvenil. Teria sido o tio que usou o
termo “rabinho” ou esse foi o modo que a menina traduziu para o leitor o que o tio disse
para ela?
O conflito de classes começa a se materializar na paisagem, na arquitetura e na
divisão geopolítica da cidade: “do lado esquerdo era uma rua residencial, com prédios de
quatro andares, garagem, gradil, guarita, porteiro e tudo. O lado direito estava mais para
favela, com casas tortas sem reboco e todo tipo de comércio” (p. 13). Ele era o patrão de
vários peões, que receberam o pagamento dele.
Numa concessionária, um vendedor “usava a máscara da covid” (14), situando
o conto historicamente pós-2020. O tio demonstra intolerância típica da classe média
manipulada pela elite do atraso[i], como quando chamou o vendedor de babaca por
cumprir sua obrigação profissional de recusar o empréstimo de carro que era destinado a
test drive e não à locação. A seguir, ele pede para a sobrinha comprar Viagra na farmácia
por receio de prejudicar a sua fama no bairro, caso ele fosse visto adquirindo o
medicamento. A cena desenha o tio como um esnobe, que vive de aparência por sua
vaidade de parecer o que não é. Essa soberba, que só pode ser sustentada pelas aparências,
no remete à poética de Machado de Assis, porém sem empreender a sofisticada ironia
corrosiva machadiana. O tema é o mesmo, a elite do atraso oligárquica é a mesma, mas
a criação literária não chega a alcançar a sofisticação do Bruxo do Cosme Velho, mesmo
se demonstrando construção estética competente a partir de denúncia grave.
O conto, que parece tratar de assunto ordinário, como os dramas medíocres de
classe média, ganha tom grave ao narrar o estupro da sobrinha pelo tio: “na suíte Premium
do motel Dunas, meu tio encomendou um balde de cervejas, uma coca-cola e dois
cheesebúrgueres. Ligou a televisão e depois do lanche me mandou tomar banho na
jacuzzi. Eu ainda estava me enxugando quando ele me puxou para a cama. Sem tirar os
óculos escuros, comeu meu rabinho me mordendo a cabeça” (p. 15). O estupro é narrado
da perspectiva infanto-juvenil da narradora. Como inferimos se tratar de uma menor de
idade, o ato se consuma em estupro de vulnerável.
Depois de sofrer o abuso terrível, o constrangimento da menina, que parece não
ter a dimensão a que foi submetida, não termina aí. Ao ser deixada em casa, a mãe confere
na bolsa da menina e encontra a camisinha fechada. A mãe demonstra saber do estupro,
assim como o pai, mas não sugerem não se importar). O pai ainda culpa a menina,
xingando-a de piranha. Não fica claro se se trata de prostituição infantil, imposta pelos
pais, ou de estupro, provavelmente o segundo, já que o pai queria expulsá-la de casa por
ser “piranha”. Os pais se preocupam mais com possível gravidez precoce, com abortar ou
não, do que com a própria filha. Como a narração procura se fechar num tom enigmático,
não fica claro se ato sexual entre a menina e o tio tinha sido previamente acordado entre
os pais da menina e o seu tio ou se o estupro não seria consentido pelos pais.
O abuso sofrido pela menina foi imposto pelo tio e passivamente aceito pelos
pais? Os pais se submetiam a isso simplesmente pelo tio ter mais poder financeiro do que
eles? O tio recompensava financeiramente os pais pelo abuso imposto à menina? Um
aliciador de menor pode se dizer cidadão de bem? Esse tipo de família é o que alguns
chamam hoje de família tradicional brasileira? A narração denuncia de forma indireta e
poética a hipocrisia da classe média do Rio de Janeiro, senão de todo o Brasil, e
provavelmente de todo o mundo financeirizado pelo capitalismo, que tenta esconder
práticas cruéis e facínoras sob fachada supostamente civilizada e superior. A narradora
parece querer dar a entender que se superioridade civilizatória é ser cruel a partir da
imposição hierárquica financeira, melhor é ser inferior. Melhor ainda é não haver
hierarquia social imposta por condições financeiras, origem da opressão e da coerção.

Esteticamente, o conto é atravessado por oscilações da verossimilhança da


perspectiva infanto-juvenil da narradora, que, no entanto, não compromete a estrutura
criativa da obra, sustentada, na maior parte da travessia, de forma literária convincente,
mesmo que não alcance, nem de longe, a sofisticação da ironia corrosiva machadiana.
Ainda assim, a narrativa atinge o seu objetivo de denúncia dos efeitos da concentração de
renda e distribuição da miséria promovida pelo capitalismo neoliberal financeiro, que,
cada vez mais, investe na ascensão da extrema direita fascista. Esse é o nosso Chico,
artista, crítico, carioca, Fluminense, brasileiro.

Rio de Janeiro, 02/07/2023

Gregory Magalhães Costa

[i]
SOUZA, Jessé. A Elite do Atraso: Da Escravidão à Lava Jato, São Paulo: Editora Leya, 2017. 242p.
As questões foram separadas por temáticas gramaticais, para seu estudo pessoal das
questões, mostramos aqui os contos em suas páginas, cujos números são citados nas
questões produzidas neste e-book.

Meu tio 9
O passaporte 23
Os primos de campos 47
Cida 73
Copacabana 87
Para Clarice Lispector, com candura 99
O sítio 123
Anos de chumbo 167
PONTUAÇÃO

Questão 1
Em 9 de maio de 1971 a cavalaria do exército confederado atravessou o rio Tennessee
sob o comando do general James Stuart, que ato contínuo apontou seus canhões contra o
forte Anderson. (pág. 86)

O uso da vírgula está, entre outras condições, relacionado à construção sintática do


período. Depois da expressão em destaque no período acima poderia ser empregada uma
vírgula

(A) porque se trata de um adjunto adverbial deslocado.


(B) pois é o sujeito anteposto ao verbo.
(C) uma vez que isola o objeto indireto do verbo.
(D) visto que indica o tempo em que ocorreu o processo verbal.

Questão 2
Mas o major fez mais: numa de suas viagens internacionais comprou para mim um jogo
com duzentas peças de estanho, mais modernas e realistas que as de chumbo: em 21 de
julho de 1970, ao pé das pirâmides, as tropas de Napoleão desbarataram o exército de
mamelucos, derrubando todos os cavalos e avançando rumo ao Cairo.

A respeito dos dois pontos empregados no excerto acima pode-se afirmar que

(A) expressam um detalhamento da informação anterior.


(B) o primeiro introduz um detalhamento e o segundo uma ressalva.
(C) somente o segundo introduz uma condição em relação à informação anterior.
(D) estabelecem relação causal entre as informações que os precedem e as anteriores.

Questão 3

a. No banheiro só havia dois mictórios, ambos ocupados, e o grande artista correu para
se aliviar na latrina de uma cabine. (pág. 18)

b. A passos largos, ele redobrava a velocidade da esteira, com pressa de se instalar na


primeira fileira do avião, sem parar para nada ou ninguém. (pág. 19)

Segundo o manual de comunicação do Senado Brasileiro, a vírgula é opcional depois de


adjunto adverbial deslocado que tenha até três palavras. Em relação aos períodos
destacados acima, pode-se afirmar que
(A) a ausência de vírgula no período a está errado.
(B) a presença da vírgula no período b está errado.
(C) a ausência e presença, respectivamente, da vírgula nos dois períodos estão corretas
(D) a regra de uso da vírgula nesse caso só se aplica ao período b.

Questão 4

No saguão foi compelido a seguir pelos meandros do free shop, que ele estava acostumado
a atravessar acompanhando o fluxo dos passageiros. (pág.18)

No período acima, sobre o uso da vírgula em relação ao sintagma destacado, pode-se


afirmar que:

(A) não há erro, pois a vírgula é opcional no caso de adjunto adverbial deslocado
relativamente pequeno.
(B) há um erro, pois a vírgula é obrigatória em qualquer caso de adjunto adverbial
deslocado.
(C) não há erro, pois os adjuntos adverbiais de lugar podem ser separados por vírgulas na
oração, mesmo que não deslocados.
(D) há um erro, uma vez que todo adjunto adverbial sempre deve ser isolado por vírgula
independente do lugar que ocupa na oração.

Questão 5

Falei no seu ouvido que a vida é bela, falei que nasci para ser rico, falei para ela esquecer
o Alain Delon, e quando ia beijar a sua boca, fui agarrado por dois grandalhões. (p. 96)

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que contribuem para a coesão e coerência
do texto. Considerando os diversos usos da vírgula, seu emprego no trecho destacado teve
como função:

(A) enumerar os eventos


(B) isolar o aposto
(C) separar o vocativo
(D) enfatizar a repetição

Questão 6
De imediato detestou a ideia de que a celebridade fosse tomar champanhe em Paris,
viajando no mesmo avião que ele. (pág.19)

A inserção da vírgula antes de gerúndio é correta à medida em que o gerúndio faz parte
de uma oração reduzida, na qual se inicia com o verbo no gerúndio. No caso do período
acima, o uso da vírgula está

(A) correto, uma vez que se pode substituir o gerúndio por “e viajar”
(B) correto, pois o verbo pode ser flexionado também no futuro sem alterar o sentido da
oração.
(C) incorreto, porque a oração encabeçada pelo verbo viajar indica modo
(D) incorreto, já que a oração com verbo no gerúndio é uma oração adjetiva restritiva.

SEMÂNTICA

Questão 7

Nesses rompantes, também me parecia que ele tinha alguma bronca do pai do Luiz
Haroldo, seu colega de academia e de caserna, que era condecorado sem disparar um tiro,
era destacado para missões secretas no exterior e em breve seria promovido a tenente-
coronel, enquanto ele marcava passo na carreira, fazendo o serviço sujo nos porões. (pág.
89)

A conjunção enquanto, destacada no período acima, introduz oração subordinada


adverbial dando ideia de

(A) tempo concomitante.


(B) tempo posterior.
(C) tempo anterior.
(D) tempo comparativo.

Questão 8
No conto ´´O passaporte´´, o autor usa diferentes elementos para se referir ao personagem
principal da obra durante o texto, pode-se considerar que Chico Buarque faz grande uso
da:
(A) Coesão por associação semântica
(B) Coesão por pronominalização
(C) Coesão lexical
(D) Coesão por retomada

Questão 9
´´Os beijinhos da chegada já valeram como despedida´´
No termo destacado no fragmento, a ideia que sustenta o substantivo é:
(A) dimensão
(B) valoração
(C) afetividade
(D) proximidade

Questão 10

Posso dizer que, mesmo de cama, foi esse o período mais feliz da minha infância, por
causa de todo o movimento lá em casa e sobretudo porque foi então que o Luiz Haroldo
me apresentou seus soldados. (pág. 88)

Mais tarde, ele passou a vir mesmo nas noites em que meu pai dava plantão no quartel, e
antes de dormir eu vinha cumprimentar os dois, tentando me enxerir um pouco nos
assuntos deles. (pág. 88)

Considerando as das ocorrências da palavra mesmo nos períodos acima, pode-se


identificar o valor semântico de, respectivamente,

(A) concessão e inclusão.


(B) ênfase e restrição.
(C) concordância e inclusão.
(D) concessão e ressalva.

Questão 11

“Mamãe recebeu meu tio com dois beijinhos, ofereceu café, água, pão de queijo, mas lá
em casa ele ficava irrequieto, não se instalava.”
A opção que corresponde ao antônimo do termo destacado é:

(A) Traquinas
(B) Sossegado
(C) Peralta
(D) Distraído
Questão 12
´´no saguão foi compelido a seguir pelos meandros do free shop ´´.
O autor de ´´Anos de chumbo´´ faz uso de diferentes estrangeirismos através da obra, no
contexto deste fragmento, pode se definir estrangeirismo como:
(A) Um processo de criação de palavras
(B) Um vício de linguagem
(C) Uma figura de linguagem
(D) Um neologismo

Questão 13

Quando a porta se abriu me vi cara a cara com um general de nome basco, Etchegoyen
ou Etcheverría, cuja cara não me era estranha. (p. 96)

Uma reformulação possível para a passagem acima, sem que haja alteração de sentido, é:

(A) Quando a porta se abriu me vi cara a cara com um general de nome basco, Etchegoyen
ou Etcheverría, na qual a cara não me era estranha.
(B) Quando a porta se abriu me vi cara a cara com um general de nome basco, Etchegoyen
ou Etcheverría, pelo qual a cara não me era estranha.
(C) Quando a porta se abriu me vi cara a cara com um general de nome basco, Etchegoyen
ou Etcheverría, de quem a cara não me era estranha.
(D) Quando a porta se abriu me vi cara a cara com um general de nome basco, Etchegoyen
ou Etcheverría, da qual a cara não me era estranha.

Questão 14

No conto ´´Os meus primos de campos´´ é possível notar uma espécie de velocidade
atribuída contextualmente à narrativa do conto, é possível identificar essa ideia no
fragmento:
(A)´´Minha mãe desce comigo para recebe-los, e mal dá tempo de ver a cor do carro que
os deixou na calçada oposta. ´´
(B) ´´Da calçada da praia do Leme vejo meu irmão partir em velocidade com a bola a
saltitar dos calcanhares para as coxas[...]
(C)´´ Recentemente ele até inventou de correr com o corpo todo arqueado para trás,
prendendo a pelota com o queijo[...]´´
(D)´´[...]ele passa por nós com a bola em órbita e os cabelos ao vento. ´´

Questão 15

"Não podia ir pessoalmente porque é bastante conhecido no bairro e não ficava bem
para ele..."

No fragmento do texto "Meu tio" retirado do livro Anos de chumbo e outros contos - de
Chico Buarque. O trecho em destaque tem o valor semântico de:

(A) Causa.
(B) Concessão.
(C) Finalidade.
(D) Modo.

Questão 16

Também me enrabichei pela fisioterapeuta, que me lembrava a miniatura da enfermeira


da Cruz Vermelha, e não tardei a dar meus primeiros passos no andador até me adaptar à
muleta.

A palavra destacada expressa

(A) encantamento
(B) repulsa
(C) angústia
(D) raiva

Questão 17

Tudo começou quando ela descobriu que o tio Adolfo, que a sentava no colo e beijava
suas bochechas de criança, outro não era senão Adolf Hitler, íntimo de sua mãe. (p. 95)

A oração em destaque no trecho acima, em relação à oração principal, apresenta valor:

(A) restritivo
(B) explicativo
(C) apositivo
(D) Especulativo
Questão 18

Como o mundo parecia conspirar contra o grande artista, a cabine onde ele havia
urinado estava ocupada, tendo do lado de fora um tipo com um crachá do aeroporto. (pág.
20)

A oração destacada, tem valor semântico de

(A) causa
(B) consequência
(C) conformidade
(D) explicação

Questão 19

Analise o fragmento abaixo, do conto "O Passaporte":

"Talvez também houvesse em Paris alguém à espera do grande artista, que se enterneceu
vendo o rapaz roçar o passaporte novinho em folha na ponta do nariz da garota. Foi aí
que teve um sobressalto e começou a se apalpar, embora ciente de que não guardara seus
documentos nos bolsos ou na valise." (l.)

O termo destacado na oração traz, junto a ele, o sentido de:

(A) Comoção
(B) Emoção
(C) Sensibilidade
(D) Condolência

Questão 20

Com a violência reinante nas ruas, é claro que andam armados, para o caso de
defrontarem com delinquentes. (p. 69)

O trecho destacado assume valor de:

(A) finalidade
(B) condição
(C) consequência
(D) Causa
Questão 21

No Conto Os Primos de Campos do livro de Chico Buarque Anos de Chumbo e Outros


Contos, no fragmento ‘Foi por isso que comprei um caderno onde registro esses fatos no
calor da hora, e ali está a cena narrada pela minha mãe que logo mais darei a ler à minha
namorada. Graças a esse tipo de diário ela se aproximou de mim na escola, pois é dada à
leitura, pretende estudar letras e jornalismo, se possível escrever roteiros para cinema e
televisão. Aprecia meus textos, me corrige, me ensina expressões como “dar a ler”, mas
tem restrições à forma elíptica como trato certos temas.”

No fragmento acima a palavra elíptica tem, no comentário do narrador, o sentido de:

(A) A construção de um texto de ser claro e conciso;


(B) A omissão do termo linguístico torna o enunciado incompreensível;
(C) A figura de linguagem elíptica é uma forma verbal;
(D) Evidencia omissões, que são marco da sua escrita;

Questão 22

“Alguns iam na frente como que abrindo caminho, balizando nossa passagem entre carros
velhos e carcaças de carros malparados nos dois lados da rua. Quando desembocamos na
avenida, festejaram com palmadas na carroceria.”
O sinônimo do verbo destacado é:
(A) Delimitando
(B) Cerceando
(C) Cultivando
(D) Rabiscando

Questão 23

Era uma esteira intermitente de onde a cada cem metros se passava para o piso de granito,
como quem salta de um bonde em movimento. (pág. 18)

A palavra destacada poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por

(A) infrequente,
(B) descontínuo/a,
(C) contingente,
(D) alternado/a,
Questão 24

Clarice Lispector, uma grande escritora da literatura brasileira, é também personagem do


livro de Chico Buarque Anos de Chumbo e outros contos, no conto " Para Clarice
Lispector, com candura ". O conceito que melhor sustenta a construção desse personagem
ficcional, baseado numa figura real e histórica, é o dá:

(A) Catarse
(B) Epifania
(C) Verossimilhança
(D) Polissemia

Questão 25

No trecho “Meu tio pegou a tamborilar no volante espiando de lado o motociclista, que
era um tipo forte, mais alto até que o nosso carro. ” (BUARQUE, p.13), as vírgulas
separam uma oração intercalada no período composto. Esse sinal de pontuação usado
isola uma oração com valor semântico de:
(A) Restrição

(B) Explicação

(C) Condição

(D) Enumeração

Questão 26

Pelo menos não era longo o trajeto de volta que o artista rastreou cabisbaixo,
esquadrinhando o piso de granito e três segmentos de esteira. (pág. 20)

As palavras destacadas poderiam ser substituídas, sem prejuízo de sentido, por

(A) desolado, perscrutando


(B) envergonhado, bisbilhotando
(C) derrotado, estudando
(D) humilhado, excogitar

Questão 27
Mas o grande artista persistia na esperança de ter pousado o documento sobre a caixa de
descarga da latrina no açodamento de abrir a braguilha. (pág. 20)

A palavra destacada tem o sentido de

(A) nervosismo
(B) pressa
(C) raiva
(D) violência

Questão 28

“Aí perdi a cabeça e falei o que não devia falar, falei que ela era louca. Em seguida pensei
que ela fosse me bater na cara, mas não; baixou a cabeça, puxou a filha pela mão, cruzou
o pontilhão e embarcou num ônibus 443.”

Uma reformulação que mantém sentindo equivalente ao da frase acima destacada é:

(A) Aí perdi o bom senso e falei o que não devia falar.


(B) Aí perdi a carisma e falei o que não devia falar.
(C) Aí perdi a lógica e falei o que não devia falar.
(D) Aí perdi o controle e falei o que não devia falar.

Questão 29

Só perdeu algum tempo na polícia, porque havia um problema com o chip do


passaporte e foi preciso chamar um supervisor que o liberasse. (Pág.18) As duas
orações destacadas expressam, respectivamente, o valor semântico
(A) causa em relação à oração principal e consequência em relação à oração subordinada.
(B) causa em relação à oração principal e consequência em relação ao período anterior.
(C) consequência em relação à oração principal e causa em relação à oração subordinada.
(D) consequência em relação à oração subordinada e causa em relação à oração principal.

Questão 30

O grande artista, desinteressado de querelas conjugais, forçou um pigarro para ver se o


casal lhe dava passagem. (pág. 21)

A palavra destacada tem sentido de


(A) ofensa
(B) conflito
(C) debate
(D) lamento

Questão 31

“Era uma mulher até bonita, apesar da pele rude e dos dentes maltratados; tinha entre
trinta e quarenta anos e usava roupas de grife ao sol do meio-dia.”
A frase acima se refere a fala do narrador em relação à figura da personagem Cida
expressando uma ideia de contrariedade.

O elemento que determina essa percepção relacionada à contrariedade é

(A) “até bonita”


(B) “apesar da”
(C) ‘Era uma”
(D) “de grife”

Questão 32

Só permitia que eu saísse sozinho para dar a volta no quarteirão, e assim mesmo me
seguia alguns passos atrás. (pág. 87)

A expressão destacada indica

(A) condição
(B) restrição
(C) relevância
(D) restrição

Questão 33

O Luiz Haroldo às vezes se fazia de bobo, sabia muito bem que minha mãe não me
deixava atravessar a rua, temendo que eu morresse atropelado com minhas muletas.

O uso do gerúndio no período assim, poderia ser substituído, em prejuízo do sentido


original, por

(A) quando temia


(B) uma vez que temia
(C) portanto temia
(D) conquanto temia

Questão 34

[...] meu pai se gabava de, em trinta anos de carreira militar, nunca ter se locupletado,
nem um cigarro de um subalterno jamais filou. (pág. 87)

A palavra destacada pode ser substituída por

(A) ter se tornado rico


(B) ter se vendido
(C) ter se emocionado
(D) ter se envenenado.

Questão 35

Chamei o Luiz Haroldo para assistir ao ataque final, mas ele estava de castigo e não pôde
vir. (pág. 86)

A oração em destaque expressa a ideia de

(A) objetividade
(B) adversidade
(C) finalidade
(D) contrariedade

Questão 36

Quando veio, dias depois, a investida da infantaria era na Bélgica e durou menos de
quinze minutos. (pág. 86)

Em relação à informação oracional “Quando veio”, expressão de tempo relacionado à


oração principal, o sintagma destacado tem semanticamente o papel de

(A) restrição
(B) comparação
(C) precisão
(D) condição.

Questão 37

Tive de acelerar o avanço das tropas alemãs, porque o Luiz Haroldo estava impaciente,
ultimamente só queria saber de futebol. (pág. 86)

A oração em destaque expressa, em relação à principal, a relação de

(A) consequência.
(B) explicação.
(C) ponderação.
(D) conformidade.

TRANSITIVIDADE VERBAL
Questão 38

“Meu tio veio me buscar em casa com seu carro novo. Ele não costumava subir, mas dessa
vez trazia uma encomenda para a minha mãe. Como sempre acontece nessas situações,
papai fingiu que estava dormindo no quarto. Mamãe recebeu meu tio com dois beijinhos,
ofereceu café, água, pão de queijo, mas lá em casa ele ficava irrequieto, não se
instalava.[…] Reclamou do elevador que vive enguiçado, mas até o fim do ano pretendia
nos mudar para um apartamento melhor, num bairro melhor.[…] Meu pai nunca recusaria
um upgrade, segundo meu tio, e eu seria a mais felizarda por morar perto da praia.”

“Meu tio veio me buscar em casa com seu carro novo. Ele não costumava subir, mas
dessa vez trazia uma encomenda para a minha mãe.” Classifique o verbo em destaque
quanto à transitividade.

(A) Verbo Intransitivo


(B) Verbo Transitivo Direto
(C) Verbo Transitivo Direto e Indireto
(D) Verbo Transitivo Indireto

Questão 39

De qualquer modo ele não me faria tanta falta, porque com o tempo aprendi a guerrear
sozinho. (pág. 86)
Na oração acima, o pronome oblíquo em destaque tem a seguinte função sintática

(A) sujeito
(B) objeto direto
(C) objetivo indireto
(D) pronome pessoal reto.

Questão 40

“Também acontece de um guarda verdadeiro querer nos pegar, mas em geral eles são
gordos e não correm muito, com aquela farda e um calor do cão” (p.34-35). O verbo
destacado na oração classifica-se quanto a sua transitividade como

a) um verbo de ligação que une duas orações distintas.


b) um predicativo do sujeito.
c) sofre a ação na voz passiva, ou seja, objeto da oração.
d) um verbo transitivo direto.

Questão 41

"No saguão foi compelido a seguir pelos meandros do free shoops, que ele estava
acostumado a atravessar acompanhado pelos fluxos dos passageiros." (l.5) Com base no
conto "O Passaporte" do livro "Anos de Chumbo " de autoria do escritor Chico Buarque,
analise o papel desempenhado pelo "que", em negrito no fragmento retirado do conto:
(A) exerce a função de sujeito da oração.
(B) exerce a função de objeto direito.
(C) exerce a função de aposto explicativo.
(D) exerce a função de aposto restritivo.

Questão 42

“Acaba de fechar uma caixa de papelão com o bolo de laranja, que com jeito cabe na
minha mochila, e desce conosco no elevador até a entrada do prédio.” (p.43). As palavras
destacadas, por completarem o sentido dos verbos, classificam-se sintaticamente como

(A) um objeto indireto.


(B) um aposto.
(C) um objeto direto.
(D) um sujeito da oração.

Questão 43

“Tão logo nos vemos sozinhos no sítio, ela sai andando para casa na minha frente. E
quando penso que vamos nos divertir na cama, ela veste o maiô com a intenção de
aproveitar o sol e tomar banho de rio.” (Pág 81)
Qual é a função sintática do pronome "nos", no trecho "Tão logo nos vemos sozinhos no
sítio, ela sai andando para casa na minha frente"?

(A) Objeto direto. Ele indica que o sujeito (nós), realiza a ação de ver a si mesmos
sozinhos no sítio.
(B) Objeto indireto. Ele indica a quem a ação de sair andando para casa é direcionada.
(C) Sujeito, indicando que nós estamos vendo a nós mesmos no sítio.
(D) Neste contexto, o pronome "nos" desempenha a função sintática de adjunto adverbial,
indicando a maneira como nos vemos sozinhos no sítio.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS
Questão 44

“Disse ainda que só me faltava essa de engravidar, pois meu tio é casado e não ia querer
encrenca com a esposa´´.

Do fragmento retirado do conto ´´Meu tio´´, a ideia denunciada pelo autor é de:

(A) Assédio
(B) Exploração sexual
(C) Incesto
(D) Estupro

Questão 45

“Agora, o primeiro tapa na cara que levo da polícia não é por causa do ônibus, mas porque
o cheiro de mijo infesta a viatura, tal qual se impregnava no colchão do meu irmão´´.

No fragmento destacado do conto ´´Os meus primos de campos´´, o autor está por fazer
uma denúncia a (o):

(A) Violência policial


(B) Abuso de poder
(C) Violência civil
(D) Violência contra criança e adolescente

Questão 46

´[...]mas o grandão não é chegado à escrita, mal concluiu o ensino fundamental. Tem
dificuldade até para ler o nome do remetente de um envelope enviado pelo correio[...]´´
No fragmento destacado do conto ´´Os meus primos de Campos´´, o autor acaba por
denunciar uma questão ainda enfrentada por muitos brasileiros na sociedade
contemporânea. A dificuldade do menino está relacionada a(o):

(A) Analfabetismo
(B) Analfabetismo funcional
(C) Letramento fragmentado
(D) Evasão escolar

Questão 47

No conto, ´´Anos de chumbo´´, é possível identificar uma certa denúncia à impunidade


de um determinado grupo. Em qual fragmento melhor se identifica essa ideia:

(A) ´´[...] como Luiz Aroldo não deu por falta do tenente, no dia seguinte roubei um
general[...]´´
(B) ´´Não sei se por sugestão da minha mãe, ou por sincero arrependimento, no dia
seguinte ele me deu de presente uma caixa de cartolina com seis soldados. ´´
(C) ´´[...]pois ele voltava para casa com a mandíbula travada e sem mais nem menos
pegava a bater na minha mãe. ´´
(D) ´´[...] chupando um picolé de limão virei à esquerda, e de novo à esquerda, de novo e
de novo, e quando complete a volta no quarteirão, minha casa inteira pegava fogo.

Questão 48

O encontro entre Clarice e o jovem poeta é um tema proposto no conto “Para Clarice
Lispector, com candura”, em Anos de Chumbo de Chico Buarque. Com base no
comportamento das personagens, observamos que:

A) entre as partes, há uma relação assimétrica


B) Clarice está apaixonada pelo filho da sua professora
C) as motivações das personagens são semelhantes
D) a musa do poeta é Clarice Lispector

Questão 49

“Ele tem idade para haver testemunhado eventuais desentendimentos do casal, quando
não agressões físicas, e nesse caso é natural que tome as dores da mãe”. (p.34, PDF). A
partir da afirmação do protagonista acerca da relação de seus pais e o modo como seu
irmão reagia, é possível afirmar que

(A) o irmão mais velho tinha mais afinidade com o pai, por isso evitava a mãe.
(B) o remorso do irmão mais velho pode ser devido a um possível machismo por conta
do pai.
(C) o irmão mais velho tomava as dores da mãe por ser mais apegado a ela.
(D) a mãe dos irmãos tentava manter uma relação saudável com o marido.

Questão 50

Observe o trecho: “As tias a quem ele se refere são conhecidas do pai, ora uma vizinha,
ora uma paquera, ora uma viúva solitária, que tomam conta dos meninos enquanto ele
trabalha nos campos de petróleo. É um estoque de tias, porque depois de abrigá-los uma
vez, nenhuma se habilita a repetir a experiência.” (p.34) O fato de nenhuma das mulheres
voltarem a repetir a experiência acontece

(A) por conta de que o pai era muito ausente deixando o cuidado para outras pessoas.
(B) pelo fato de que havia muitas outras opções de pessoas que pudessem ficar com eles.
(C) por causa da índole do pai que fica com muitas mulheres e também pelo
comportamento das crianças.
(D) porque nenhuma das tias conseguiu adaptação com as crianças.

Questão 51

“A Cida morava na praça Antônio Callado, endereço bacana a poucos passos do mar do
Leblon. Na época em que eu caminhava no calçadão da praia, me habituei a vê-la duas
vezes por dia, na ida e na volta para casa. Era uma mulher até bonita, apesar da pele rude
e dos dentes maltratados; tinha entre trinta e quarenta anos e usava roupas de grife ao sol
do meio-dia. Eram longos, tailleurs, pantalonas e até uma estola de lebre que as moradoras
dos prédios ricos lhe doavam por caridade e por deboche. Também graças à vizinhança
ela aproveitava sobras de refeições e tinha um travesseiro para deitar a cabeça no banco
de cimento. Em noites de chuva dormia numa guarita abandonada na calçada do canal do
Leblon, bem em frente ao seu jardim. E nas águas não muito limpas desse canal fazia suas
necessidades, se lavava e lavava suas roupas finas, conforme ouvi dos porteiros dos
prédios no entorno.”
O primeiro parágrafo do conto estabelece uma narrativa acerca da personagem, do cenário
etc., entretanto, há características na construção textual que nos possibilitam classifica-lo
como possuidor de uma

A) Narrativa descritiva
B) Narrativa explicativa
C) Narrativa argumentativa
D) Narrativa informativa

 Para responder as próximas seis questões, é recomendável que realize a leitura do


conto Para Clarice Lispector, com candura. A compreensão desse conto é
fundamental para a resolução dessas questões.

Questão 52
Qual o motivo da visita do jovem poeta ao apartamento de Clarice Lispector?
A) Entregar um maço de poemas manuscritos
B) Pedir conselhos sobre sua carreira literária
C) Discutir a possibilidade de um tête-à-tête
D) Solicitar uma dedicatória em seu livro

Questão 53
Por que o jovem poeta sentiu alívio ao descobrir que Clarice Lispector não estava em
casa?
A) Ele tinha medo de enfrentar a famosa escritora
B) Ele estava atrasado para a aula na faculdade
C) Ele não queria ter um tête-à-tête com Clarice
D) Ele estava preocupado com seus poemas sendo rejeitados

Questão 54
O que a mãe do jovem poeta revelou sobre Clarice Lispector?
A) Ela era uma pintora autodidata
B) Ela era uma professora de artes
C) Ela havia sofrido um acidente com queimaduras
D) Ela era amiga íntima do poeta Lúcio Cardoso

Questão 55
Por que o jovem poeta temia visualizar a mão direita de Clarice Lispector?
A) Ele não gostava da caligrafia dela
B) Ele temia que a mão estivesse deformada ou cicatrizada
C) Ele tinha repulsa por mãos queimadas
D) Ele achava que a mão direita dela era sensível ao tato

Questão 56
Como o jovem poeta percebeu que a mão direita de Clarice Lispector estava sã?
A) Ele a viu animado e tragar um cigarro com a mão direita
B) Ele ouviu que a pele da região estava escurecida
C) Ele observou que ela segurou o bule de café com firmeza
D) Ele viu que ela movimentou a mão direita sem tremores

Questão 57
“Ele não tinha amigos próximos na faculdade e fora daquele âmbito era invisível: não
praticava esportes, não saía com a turma para beber, não participava dos movimentos
estudantis.” (Pag. 64-65) No trecho anterior, o uso dos dois pontos explicita ao leitor,
sentido de:
A) exemplificação
B) consequência
C) exemplificação
D) enumeração

Questão 58

“No asfalto da rua, olhando bem, dá para vislumbrar os vestígios de uma superbandeira
do Brasil. Do Rio a Barranquilla são seis dias de ônibus” (p.43) O protagonista diz que
consegue ver no chão os restos da bandeira do Brasil que foi pintada durante uma copa
em sua infância. Ali ele, seu irmão e seus primos tiveram uma história. Ao dizer que só
ao olhar bem se vê os vestígios, conforme o modo de lidar com as memórias ruins,
entendemos que:

(A) o protagonista ainda tem recordações de sua infância apesar de tudo o que passou.
(B) o protagonista fica atento nas coisas sem sentido para esquecer o passado.
(C) o protagonista está preso ao passado.
(D) o protagonista deseja continuar sua vida sem olhar para trás.

Questão 59

“Costumo namorá-la em casa de tarde, à saída da escola, quando o meu primo vai para o
curso supletivo em que ela o matriculou. À noitinha caminhamos de mãos dadas cinco
quadras até a entrada do prédio onde mora seu outro namorado...Vejo as costas nuas do
grandão deitado na cama, acho que vejo os cabelos castanhos da minha namorada, acho
que vejo um cotovelo dela, a sola de um pé dela, acho que escuto um sussurro dela, mas
torno a fechar a porta sem que eles deem por mim.” (p.40, 42). O protagonista mostra
como era sua relação com a namorada e a partir disso podemos observar que

(A) para ele é ruim saber desses fatos, fazendo com que se sinta triste.
(B) ele se sente indiferente quanto a fidelidade de sua namorada.
(C) o que importa para ele é que ela se sinta feliz.
(D) o primo do protagonista estava conversando com sua namorada.

Questão 60

“No embalo do salto corremos desembestados até uma transversal mais tranquila, a fim
de evitar que algum transeunte nos pare, porque o que não falta por aí é gente com instinto
de polícia.” (p.34). O termo destacado tem por finalidade coesiva atribuir

(A) uma explicação ao fato deles correrem ao saltar.


(B) uma adição de informação sobre o instinto de polícia.
(C) um contraste/oposição em relação a oração anterior.
(D) uma marcação de tempo na oração anterior.

Questão 61

O conto “Meu tio” apresenta uma narrativa em primeira pessoa, mas contém passagens
nas quais se identifica a presença de outros tipos textuais. O fragmento que exemplifica
apenas o tipo textual narrativo é:
(A) O carro novo era um SUV Pajero 4 × 4. Todo branco e grandalhão feito uma
ambulância, ocupava a calçada inteira em frente ao meu prédio.

(B) Meu tio sempre repetia que a inveja é uma merda, mas a meninada da rua admirava
verdadeiramente os carros dele,(...)

(C) Segundo papai, eu faria um belo de um favor ao meu tio se o livrasse daquela piranha.

(D) Meu tio parou para abastecer num posto da Lagoa. Mandou encher o tanque com
diesel, depois fechou a janela e ligou o som num volume impressionante.

Questão 62

"Em casa mamãe abriu minha bolsa e conferiu a embalagem de jontex fechada. Disse
estar cansada de dizer que, se a mulher não fincar pé, homem nenhum usa preservativo.
Disse ainda que só me faltava essa de engravidar, pois meu tio é casado e não ia querer
encrenca com a esposa."

O fragmento acima é parte do conto "Meu tio" do livro Anos de chumbo e outros contos
- de Chico _Buarque, onde o autor faz algumas críticas. Indique abaixo uma dessas
críticas em relação às ações do tio:

(A) Indignação paternal.


(B) Amor fraternal em exagero.
(C) Excesso de bondade.
(D) Abuso de poder.

Questão 63

Leia o fragmento a seguir:

“Com certeza ouviu também os argumentos do delegado, que faz bico de caça-talentos
para clubes de futebol, e aceitou que o filho sacrificasse os estudos para se dedicar aos
treinamentos nas categorias de base do Fluminense. (...) Se fosse o meu irmão, o delegado
acertaria as contas com o morcego, e custei a atinar que esse é o apelido do volante que
ceifou sua carreira futebolística. (p.36 e 39).

Podemos concluir que a decisão da mãe do protagonista acerca de seu irmão foi

(A) irresponsável, uma vez que devia fazer o filho só estudar.


(B) protetora, uma vez em que ela acreditou no sonho do filho de se tornar um jogador de
futebol profissional.
(C) inteligente, na medida em que o filho podia ter sucesso e ajudá-la financeiramente.
(D) precipitada, uma vez em que não observou a possibilidade de o filho não ter sucesso.

Questão 64

Não é a primeira vez que apago da memória um acontecimento extraordinário,


incompreensível, mais ou menos como se esfuma aos poucos um sonho de que acordamos
sobressaltados. Foi por isso que comprei um caderno onde registro esses fatos no calor
da hora, e ali está a cena narrada pela minha mãe que logo mais darei a ler à minha
namorada. (...) Ela diz que escrever também é um modo de esquecer... (p.37)

O protagonista apaga memórias ruins, contudo, tenta escrevê-las. Sua namorada diz que
escrever é um modo de esquecer. A tentativa de esquecimentos do protagonista se dá

(A) pelo fato dele tentar ter na cabeça somente boas memórias.
(B) pelo fato dele não saber lidar com as situações difíceis.
(C) pelo fato dele optar por escrever e lembrar somente depois.
(D) pelo fato dele escrever para esquecer e deixar que outros leiam.

Questão 65

O indivíduo mal acreditou ao ver no documento o nome e as fuças do grande artista que
ele mais detestava. De imediato detestou a ideia de que a celebridade fosse tomar
champanhe em Paris, viajando no mesmo avião que ele. Pressentindo que o canalha
voltaria ao banheiro a qualquer momento, num reflexo atirou passaporte e cartão na
lixeira embutida na pia. (pág. 19)

A progressão temática é um procedimento utilizado pelos enunciadores para dar


sequência a seus textos, orais ou escritos. Ela consiste em fazer o texto avançar
apresentando informações novas sobre o tema, retomando, sempre que necessário, as
informações já dadas no próprio texto.

O uso da palavra canalha no exceto acima, cumpre o papel de

(A) apresentar uma informação nova sobre a avaliação que o personagem faz do artista.
(B) apontar o posicionamento do narrador a respeito ao artista.
(C) sintetiza a ideia já demonstrada sobre a percepção que o personagem tinha do artista.
(D) mostrar uma retomada neutra de uma informação nova no texto.

Questão 66

“Guardamos silêncio, eu, o caseiro, o cachorro, e olho para trás a fim de me assegurar
que ela não presenciou a cena.” (Pág 79)
Qual é o significado implícito da ação de "olhar para trás a fim de me assegurar que ela
não presenciou a cena", no contexto do trecho?

(A) O narrador busca confirmar que a pessoa não presenciou o evento para evitar possíveis
repercussões, manter segredo ou evitar constrangimentos. Essa ação revela a
importância da não revelação da cena para o narrador.
(B) O narrador olha para trás para se certificar de que a pessoa presenciou a cena e quer
confirmar isso.
(C) O narrador olha para trás apenas por reflexo, sem nenhum motivo específico
relacionado à pessoa mencionada.
(D) O significado implícito é que o narrador quer impressionar a pessoa mencionada ao
garantir que ela tenha testemunhado a cena.

Questão 67
“Ela está na cama por cima de mim, com os olhos nos meus, e não pode ver o que
entrevejo através da cortina de tule às suas costas: o vulto de um homem de jaqueta verde-
oliva camuflado na folhagem do flamboyant.” (Pág 76)

De acordo com o contexto do conto “O Sítio”, de Chico Buarque, o que o autor sugere
com o uso da expressão "vulto de um homem de jaqueta verde-oliva camuflado na
folhagem do flamboyant", no trecho fornecido?

(A) O autor sugere que há a presença de um homem não identificado se escondendo


habilmente na folhagem do flamboyant. A expressão "vulto", transmite a ideia de algo
indistinto ou pouco visível, enquanto a menção da jaqueta verde-oliva e da
camuflagem sugere uma possível intenção de se esconder ou passar despercebido.
Essa descrição cria uma atmosfera de suspense ou intriga, despertando a curiosidade
do leitor sobre quem seria esse homem e suas intenções.
(B) O autor sugere que o vulto de um homem de jaqueta verde-oliva camuflado na
folhagem do flamboyant representa uma figura amigável que trará boas notícias.
(C) Para o autor, o vulto de um homem é apenas uma ilusão de ótica e não tem qualquer
significado especial no contexto da história.
(D) O vulto do homem representa a presença de um personagem misterioso e intrigante.

Questão 68

“Ao entrarmos em casa, ela deixa o cão uivando do lado de fora e já parece esquecida do
caseiro e das galinhas. Cantarola o nosso samba da Lapa, abre uma garrafa de vodca e me
pede para preparar dois mistos quentes. Subo com a bebida para o quarto ao passo que
ela leva para a cama seu livro de receitas. Planeja um menu vegetariano para os próximos
dias e concorda comigo quando lhe digo que não precisamos de empregados, ou
funcionários, para sermos felizes no sítio.” (Pág 82)
No conto “O Sítio”, do livro “Anos de Chumbo”, de Chico Buarque de Holanda, a
metódica das ações percebidas pelo narrador é importantíssima para a história e revela
personalidade. Levando em conta o contexto existente no trecho acima, a continuidade
dos acontecimentos evidencia:

a) A transição do momento em que entram em casa até a preparação de comida e a


discussão sobre a felicidade no sítio.
b) A preocupação da personagem com o cão uivando do lado de fora, mas não há menção
sobre as outras ações subsequentes.
c) A mudança de ambiente da personagem, mas não há indicação de outras ações ou
diálogo.
d) A busca da personagem por seu livro de receitas, mas não há menção sobre as ações
posteriores ou discussões sobre a felicidade no sítio.

Questão 69
“Saudades dela não tenho, nem lembranças pungentes, nada. Quando a relembro, penso
num tempo meio que girando em falso, meio que transcorrendo sempre no presente, meio
que sendo um gerúndio, por assim dizer.” (Pág 82)
Qual é a sensação ou percepção transmitida pela descrição do tempo como "meio que
girando em falso, meio que transcorrendo sempre no presente, meio que sendo um
gerúndio, por assim dizer" no trecho fornecido?

a) A sensação ou percepção transmitida é a de uma experiência de nostalgia ou lembrança


que parece estar presa em um estado contínuo, sem avançar ou se afastar do presente.
b) Uma experiência de aceleração, onde o tempo passa rapidamente e a pessoa tem
dificuldade em acompanhar as lembranças.
c) Relata uma experiência de nostalgia intensa, onde as lembranças são vívidas e trazem
à tona emoções fortes.
d) Uma experiência de fluidez temporal, onde o passado, presente e futuro se mesclam,
criando uma sensação de atemporalidade.

Questão 70

No último parágrafo do conto " O passaporte, o trecho final - (...) Ao partir, o grande
artista desejou uma boa estada ao companheiro de viagem, que respondeu com o isqueiro
na mão: da próxima vez eu taco fogo.”

Esse trecho resume o conto, evidenciando:

(A) Camaradagem de amigos.


(B) Antagonismo e vingança entre os passageiros.
(C) Cordialidade entre companheiros de viagem.
(D) Brincadeira de mau gosto de um dos companheiros de viagem.

Questão 71

Em casa mamãe abriu minha bolsa e conferiu a embalagem de Jontex fechada. Disse estar
cansada de dizer que, se a mulher não finca pé, homem nenhum usa preservativo. Disse
ainda que só me faltava essa de engravidar, pois meu tio é casado e não ia querer encrenca
com a esposa. Segundo papai, eu faria um belo de um favor ao meu tio se o livrasse
daquela piranha. Fosse como fosse, para minha m ãe, meu tio me faria abortar e jamais
casaria comigo. Já meu pai garantiu que ninguém me obrigaria a abortar, nem mesmo
meu tio com todo o poderio que tem. Mamãe disse que não me criou para lhe dar um neto
que é sobrinho ao mesmo tempo. Sem contar que parentes consanguíneos às vezes
procriam filhos degenerados. Meu pai falou que não é bem assim. (BUARQUE, p.16)
Os contos reunidos em “Anos de chumbo”, escritos por Chico Buarque, tratam de relações
de poder em que o mais forte subjuga o mais fraco sob diversos aspectos. No conto “Meu
tio”, observa-se que o tio, personagem que dá título à narrativa, sobrepõe-se à família
pelo dinheiro que possui e mantém um relacionamento com a sobrinha. No trecho acima,
é possível entender que a visão dos pais da menina sobre tal relação é de:
(A) Discordância, visto que o pai, ao contrário da mãe, revolta-se com a postura do tio, ao
seduzir a sobrinha pelo dinheiro e presentes que lhe oferece.
(B) Conivência, visto que os pais têm conhecimento da relação entre tio e sobrinha e
aceitam o que ocorre pelos agrados e auxílio que o parente presta à família.
(C) Revolta por parte dos pais, visto que são obrigados a aceitar a situação por
necessitarem da ajuda do tio.
(D) Indignação, pois não concordam com a postura da filha, mas aceitam pela rebeldia da
jovem que não aceita o conselho dos pais.

Questão 72

"Também me acontece de achar que ela está com uma cara misteriosa, quando apenas
repartiu os cabelos para o outro lado, mas me recuso a crer que a esta altura de uma vida
livre e bem delineada eu vá me amarrar nessa dona"? (Pág 76)
No trecho acima, qual é a atitude do narrador em relação à suposta mudança na aparência
da pessoa mencionada?
(A) Descrença ou de não dar importância. O narrador menciona que às vezes tem a
sensação de que a pessoa está com uma expressão facial misteriosa, mas logo
desconsidera essa possibilidade, atribuindo-a à simples mudança de penteado.
(B) O narrador está apaixonado e encantado com a suposta mudança na aparência da
pessoa mencionada.
(C) Medo da suposta mudança na aparência da pessoa mencionada.
(D) Dificuldade de aceitação na mudança da pessoa.

Questão 73

No conto Copacabana do livro de Chico Buarque Anos de Chumbo e Outros Contos,


observe o fragmento: ‘’infelizmente, não teve o prazer de conhecer John Huston nem
Richard Burton, ao passo que Romy Schneider nunca foi cogitada para A Noite do Iguana,
rodada com Ava Gardner no México. Quanto a Pablo Neruda, morreu doze dias depois
do seu amigo Salvador Allende, que se matou para não dar esse gosto a Pinochet. “Com
o tempo, fui perdendo a inocência de sonhar com artistas, e a vida me levou a paragens
distantes de Copacabana’’
Especificamente neste trecho: [...] Quanto a Pablo Neruda, morreu doze dias depois
do seu amigo Salvador Allende, que se matou para não dar esse gosto a Pinochet.

Considerando o período histórico, a partir do trecho destacado acima e o conjunto da


narrativa, pode-se inferir que o suicídio de Allende foi por:

(A) Conflito entre amigos


(B) Inabilidade profissional
(C) Repressão política
(D) Revelação amorosa

Questão 74

O Luiz Haroldo vinha depois das aulas, se sentava na minha cama e com um pouco de
nojo roçava o dedo na minha perna paralítica. Nos fins de semana o pai dele aparecia
para um uísque com meu pai e os dois casais ficavam até tarde jogando canastra. (pág.
88)

A predominância do pretérito imperfeito do indicativo no excerto acima indica passagem

(A) argumentativa, na qual o narrador se posiciona em relação aos fatos narrados.


(B) injuntiva, com a qual o narrador demonstra o papel imperativo do tempo.
(C) descritiva, na qual o narrador apresenta sua rotina.
(D) dissertativa, pela qual o narrador expressa sua avaliação da rotina experimentada.

Questão 75

Fui instado a andar no trem-fantasma, na montanha-russa, no carro de dar trombada,


dei voltas na roda-gigante e tive náuseas. (p. 97) Os trechos destacados pertencem a um
conjunto de palavras relacionadas a uma mesma realidade. Essa relação está corretamente
expressa em:

(A) composição por aglutinação — jogos


(B) campo semântico — parque de diversão
(C) adjetivação — brincadeiras
(D) campo lexical — parque de diversão

Questão 76

A generalização é um procedimento no qual se faz uma afirmação geral sobre determinada


ideia. A alternativa que constitui uma generalização é:
(A) Certa vez andávamos devagar à beira do canal, onde não passava ninguém e já
escurecia (p. 81)
(B) pois meu irmão e seus amigos às vezes saem para se divertir como todos os rapazes
da sua idade. (p. 68)
(C) Só seria possível desarmá-lo apelando para faltas grosseiras, (p. 52)
(D) Praticamente deitado na pia, imergiu o braço inteiro até as profundezas do saco de
lixo, (p. 35)

Questão 77

No conto Meu Tio, do livro de Chico Buarque “Anos de Chumbo e Outros Contos”, o
texto se inicia e se desenvolve sem expor especificamente a principal característica da
narrativa que leva a história para um certo rumo conclusivo. Mesmo que o conto omita
algumas informações de quem relata a história, esta característica está presente em
pontos específicos compondo alguns elementos que se destacam ao longo do texto. Esses
elementos evidenciam que:

(A) O tio é muito rico.


(B) Eles vivem no Rio de Janeiro.
(C) O relato é de uma mulher.
(D) Existem muitas pessoas invejosas no mundo.

Questão 78

“Por um bom tempo a Cida encasquetou que eu era um agente secreto. Ao me ver
chegando ela fugia com a caixa de sapatos debaixo do braço para se esconder atrás dos
carros estacionados na praça. Depois passou a me ignorar, largava minhas esmolas
jogadas no chão. Foi o período em que deu para se pintar; usava batom, blush, esmalte de
unhas, bobes de cabelo, e descolou um balde para escovar os dentes com água do canal.
Ao mesmo tempo foi corrigindo a postura acorcundada, a cabeça baixa, o modo de olhar
sem ver, e um dia me parou para dizer que, apesar de ser político, eu tinha jeito de bom
pai. Eu tinha cara de quem amaria o seu futuro filho, o levaria para morar num
apartamento alto e lhe ensinaria bons modos. Expliquei que eu era casado, não podia fazer
filho nela, mas não era isso que ela queria. Ela queria que eu criasse o filho que ela trazia
na barriga, e bem que eu já a tinha achado meio pançuda.” (p. 46)

A passagem acima não conta com elementos tradicionais de subclassificação dos tipos de
articulação de orações. Com base na ausência desses recursos linguísticos, é possível
afirmar:
(A) Pela falta de articulação sintático-semânticas, as frases apresentam apenas um
compilado de informações.
(B) O ritmo da narrativa é criado a partir do uso de elementos coesivos por parte do autor.
(C) A caracterização de Cida ajuda o leitor a vivenciar a realidade da mulher em situação
de rua.
(D) A narrativa é superficial por ser contada por um narrador em terceira pessoa.

Questão 79

Uma vez, no meio de uma fuzilaria, escondi debaixo do travesseiro um tenente da Legião
Estrangeira para passar a noite comigo. Como o Luiz Haroldo não deu por falta do
tenente, no dia seguinte roubei um general, depois um centurião, depois um jipe, e eu já
possuía quase um pelotão quando minha mãe me flagrou invadindo a Normandia debaixo
do lençol. (pág. 86)

O excerto acima, tem, em relação à narrativa, um tom de

A) crítica
B) amoralidade
C) brincadeira
D) memorialismo.

Questão 80

“Cida”, conto pertencente à Anos de Chumbo, de Chico Buarque, retrata a história de


uma mulher que vive nas ruas do Leblon e é acolhida pela sociedade que também a trata
com desdenho. Essa afirmação fica evidente em
(A) “Também graças à vizinhança ela aproveitava sobras de refeições e tinha um
travesseiro para deitar a cabeça no banco de cimento.” (p. 45)
(B) “Confesso que me dava um pouco de vergonha, porque no calçadão eu sempre topava
com conhecidos, e por mais que acelerasse ela emparelhava comigo, com seu vestido de
baile, a barriga protuberante e a caixa de sapatos.” (p. 48)
(C) “Eram longos, tailleurs, pantalonas e até uma estola de lebre que as moradoras dos
prédios ricos lhe doavam por caridade e por deboche.” (p. 45)
(D) “Corria o boato de que ela havia parido num ônibus, mas os motoristas do ponto não
o confirmavam. Os porteiros, os vigias, as babás, durante muito tempo ninguém mais teve
notícias da Cida.” (p. 48)

Questão 81

“Com receio de que ela me seguisse até em casa, na volta da caminhada eu me sentava a
seu lado no banco da praça, onde ela acabava por se recostar e dormir”(p. 48).
A passagem acima indica um hábito que o narrador pratica a fim de evitar que Cida o siga
até a sua residência. Essa atitude do homem demonstra que:

(A) a sua solidariedade com a Cida tinha limites definidos.


(B) ele se importava com a maneira que Cida dormiria.
(C) ele era paciente por esperar Cida dormir e só depois ir para casa.
(D) a sua preocupação com Cida era genuína.

Questão 82

Leia o trecho a seguir do conto Copacabana e responda à questão:

[...] Então fui me chegando às ruas internas de Copacabana, onde jogava futebol no asfalto
com os filhos das empregadas. Ali eu podia andar de torso nu sem constrangimento, pois
meus camaradas, com séculos de bordoadas no lombo, talvez não hesitassem em trocar
sua pele marrom por uma vermelhenta e sebácea como a minha. (Pg.92)

A partir do trecho destacado é possível inferir que o narrador se refere à sua própria
condição de branco, contrastando com a cor da pele de seus camaradas, que são negros.
A referência à cor da pele sugere uma distinção racial entre o enunciador e os filhos das
empregadas, a qual compartilha a mesma posição social.
Seu tom narrativo, pragmático e semântico, evidencia pensamentos e valores estruturais
que remetem a uma violência e opressão histórica com:

(A) Depreciação, pois para o autor mesmo tendo uma pele maltratada por ser branca ela é
mais valiosa que a pele negra.
(B) Ironia, já que ele critica sua própria pele evidenciando sua vermelhidão e seu
problema com sebácea.
(C) Sátira, porque se refere aos séculos de dor e sofrimento da escravidão como “séculos
de bordoadas no lombo”.
(D) Descrição, já que o enunciador faz uma descrição detalhada de suas memórias,
revelando seus próprios pensamentos preconceituosos.

Questão 83

Até que outro dia, como quem vê um fantasma, avistei a moça albina sentada no banco
da praça, num vestido meio roto que eu conhecia no corpo da Cida:
— Sacha.
Ela me olhou com seus olhos transparentes.
— Lembra de mim? Quase colou o rosto no meu, a fim de me enxergar.
— Sou o amigo da Cida. Não me reconheceu.
— Cadê sua mãe?
Buscou debaixo do banco a caixa de sapatos da Cida e me mostrou ali dentro um punhado
de cinzas:
— Quando ela voltar para Labosta, vai ficar de novo inteira, igual ela era aqui
(BUARQUE, p.50). Esse fragmento, pertencente ao conto Cida, narra a história de uma
mulher, moradora em situação de rua. No desfecho, quem aparece é sua filha Sacha, em
conversa com um transeunte que havia conhecido Cida, sua mãe. É possível inferir pela
conversa que:
(A) Sacha segue rumo diferente da mãe, pois compreende a vida com mais realismo.

(B) Cida conseguiu provar à filha que a teoria sobre a existência do pai era verdadeira.

(C) Sacha repete a trajetória da mãe, tanto nas condições de vida quanto na fantasia dos
fatos.

(D) Cida legou à filha a possibilidade de viver com dignidade pelo dinheiro deixado.

Questão 84

No livro, os contos são distintos entre si, representados por tempos e espaços onde eventos
ordinários se sobrepõem, construídos por modos diferentes de abordagem. Em relação à
escrita do conto “Para Clarice Lispector, com candura”, a proposta narrativa está baseada
no seguinte aspecto:

A) retratar a década de 70 e suas fragilidades sob a figura icónica e real de Clarice


Lispector
B) trazer para o foco narrativo uma concepção irônica de enredo
C) propor um enfoque poético aos delírios do poeta
D) traduzir um caráter novelesco de ficção

Questão 85

Talvez por estar num mau dia, ela foi me delatar ao meu pai, logo ela que em brigas de
casal volta e meia o chamava de otário. (pág. 86-87)

A oração destacada, em relação à informação dada na oração principal é

(A) uma explicação objetiva


(B) uma observação lógica
(C) uma condição ingênua
(D) uma justificativa subjetiva
Questão 86

Anos de Chumbo apresenta um conjunto de contos que retratam a realidade brasileira. No


conto “Cida”, o autor faz uma crítica direta ao seguinte aspecto da injustiça social no
Brasil:

(A) a descrição sobre como Cida faz suas necessidades em canais públicos, tem o
objetivo de criticar a falta de saneamento básico.
(B) a descrição sobre os motoristas dos ônibus, tem o objetivo de criticar a situação dos
transportes públicos
(C) a descrição inicial do lugar em que Cida mora, cria a ilusão no leitor de que ela
habita em um lugar confortável na Barra da Tijuca, porém, a mulher está em situação de
rua. Assim, o autor critica desigualdade social.
(D) a descrição sobre o parto de Cida, tem o objetivo de criticar a saúde pública.

Questão 87

Por isso ele me arrancou da cama, me xingou de escroque e ladravaz, me deu quatro
tapas na cara e dois murros na boca, me passou uma rasteira na perna boa e me fez
cair com o queixo na quina da mesa, fazendo jorrar sangue e me deixando uma cicatriz.
(pág. 87)

A sequência de orações assindética no excerto acima, expressa, em relação ao processo


da narração, uma construção

(A) narrativa
(B) expositiva
(C) injuntiva
(D) argumentativa

Questão 88

Na relação entre o poeta, filho de Maria Jasen, e a escritora Clarice, em “Para Clarice
Lispector, com candura”, as poesias são vistas como menores diante daquilo que os
envolve. Nesse contexto, a ironia que subjaz à narrativa fica evidente em:

(A) “Entretanto Maria Jansen daria tudo para voltar ao tempo em que mandava o
pirralho desligar a televisão e ir para a cama” (p. 67).
(B) “Mas em dez segundos Maria Jansen se enche de remorsos, sabendo que o filho seria
incapaz de abandoná-la ao cuidado de estranhos” (p. 66).
(C) “Veja lá, filho (...) veja lá se não vai para a rua vestido de Clarice Lispector” (p. 68).
(D) “Quanto aos poemas do filho, mandou Maria Jansen dizer que era melhor ele imitar
o que ela própria fez na juventude: queimá-los” (p. 62).

Questão 89

Não sei se por sugestão da minha mãe, ou por sincero arrependimento, no dia seguinte
ele me deu de presente uma caixa de cartolina com seis soldados. (pág. 87)

A ausência do pronome “se” na segunda oração destacada, revela

(A) que a segunda oração é informação tomada como certa.


(B) que primeira oração destacada é um fato certo em relação à segunda.
(C) que as duas orações expressam a mágoa do narrador.
(D) a quebra do paralelismo sintático, mas não a ideia de possibilidade.

Questão 90

Em um dado momento da história, no conto “Cida, a mulher acusa, em local público, o


narrador de ter abusado sexualmente dela. Em meio aos berros de Cida, os porteiros, as
babás, as cozinheiras, o motorista e os cobradores do ponto de ônibus aparecem para
verificar o que está acontecendo.

Essa narrativa que o autor cria demonstra qual aspecto sobre o personagem narrador:

(A) o seu desconforto quando pessoas que compõe a minoria social aparecem.
(B) o seu alívio quando outras pessoas aparecem para ajudá-lo.
(C) a sua preocupação com o que as outras pessoas vão pensar sobre Cida.
(D) o seu incômodo em estar sendo exposto publicamente.

Questão 91

Mas eram uns bonecos do Exército brasileiro, muito mequetrefes, chumbados num
pedestal de madeira, um deles tocando corneta, outro batendo continência. (pág. 87)

A expressão destacada, aponta

(A) um julgamento de valor.


(B) uma expressão de prazer.
(C) uma indicação de felicidade.
(D) uma ideia de gratidão.

Questão 92

“Vira e mexe perguntava se eu tinha chumbinho para matar pombos, e achando que eu
era advogado, queria que eu mandasse para a cadeia uma babá que tinha roubado o seu
dinheiro. Um dia desandou a falar da infância, da sua família rica, dos pais que tinham
uma fábrica de sabão nos fundos de casa. Queriam que ela se casasse com um português
mais rico ainda, um velho coroca, por isso fugiu com um famoso ator de televisão, e mais
não me contava por que eu era da polícia.”
Considerando a organização das palavras nos trechos sublinhados, o emprego das vírgulas
indica as funções respectivamente, de

A) exemplificar elementos – explicar atitude


B) particularizar objetos – detalhar sensação
C) descrever cena – reforçar repetição
D) apresentar gradação – enfatizar diferenças

Questão 93

“Ele não tinha amigos próximos na faculdade e fora daquele âmbito era invisível: não
praticava esportes, não saía com a turma para beber, não participava dos movimentos
estudantis” (“Para Clarice Lispector, com candura”, p. 64).

Merleau-Ponty, em O visível e o invisível (1964/2000, p. 131), afirma que "é preciso que
aquele que olha, não seja, ele próprio, estranho ao mundo que olha", pois só quem possui
o visível e dele faz parte, consegue vê-lo, caso contrário, permanecemos estrangeiros em
nossos próprios corpos e territórios, excluídos e invisíveis ao outro.
Isso posto, qual das imagens a seguir melhor retratam a invisibilidade proposta na
narrativa:

(A) (B)

Synnöve Hilkner

(C) (D)
Questão 94

Relacionando o fragmento do conto, “Para Clarice Lispector, com candura”, a seguir,


“Daí a pouco uma onda quebrou no mar, uma vizinha soltou uma gargalhada, um alarme
de carro disparou na rua e o toque do sino da igreja do Leme foi a senha para ele se
levantar. Alegou necessidade de estudar para uma prova, e ela se espantou que ele
cursasse faculdade, pois aparentava no máximo dezesseis, nunca dezenove anos” (p. 61),
com a leitura da imagem abaixo, entendemos que, tanto a imagem quanto o fragmento
narrativo podem ser retratados pelo substantivo:

(A) - Medo
(B) - Pressa
(C) - Constrangimento
(D) – Decisão

Questão 95
Sobre a temática clariceana em “Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem
de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da
noite” em A Hora da Estrela (1998) e a construção textual da narrativa de Chico Buarque
em “Para Clarice Lispector, com candura”, destaca-se uma proposta em comum a ambas,
a saber:
(A) - A presença da dor e da falta no cotidiano das personagens
(B) - A invisibilidade das personagens protagonistas
(C) - A certeza da morte iminente
(D) - O encontro com o inesperado

***OBSERVAÇÃO!!!*** (SEM GABARITO)

Questão 96

Leia o fragmento:
“Maria Jansen até faria gosto em receber em casa um homem como companheiro do seu
filho, com direito à adoção de um casal de gêmeos. Vá à merda, mãe, reage o filho, numa
rara quebra do linguajar escorreito de Clarice Lispector” (“Para Clarice Lispector, com
candura”, p. 68).

Ao observarmos o trecho, o filho, aprendiz de poeta, responde mal à mãe por não se
conformar com as suas considerações sobre ele. A força da resposta da personagem está
na marcante colocação verbal do imperativo. Assim, devemos afirmar que o verbo grifado
indica que essa pequena parte do fragmento textual traz uma característica própria da:
A) narração
B) descrição
C) injunção ou instrucional
D) dissertação

Questão 97

“Em matéria da Folha de São Paulo (veja em


https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/09/1676677-pais-de-alunos-reclamam-
de-palavroes-em-livro-usado-por-colegio-de-sp.shtml?cmpid=facefolha), pais de uma
escola particular da capital paulista reclamam de um palavrão numa adaptação de Oliver
Twist para quadrinhos. Entre as reclamações, estão o uso dos termos prostituta e filho da
puta. A reclamação dos pais é de que alunos de 6º ano, com 11 anos de idade em média,
não deveriam ser expostos a tal linguajar. Um pai indignado pergunta “que tipo de valor
e que tipo de leitor se quer criar ao substituir uma obra-prima da literatura inglesa por um
gibi!” (...) a fala da pedagoga da escola explica que um leitor em formação se sente mais
atraído por obras do gênero e que grandes clássicos adaptados para HQ podem ser uma
boa entrada para esse panteão, além de firmar as bases do(a) jovem leitor(a). Negar o
valor do quadrinho ou das adaptações literárias ao gênero é afirmar um falso moralismo
latente (palavrões e quadrinhos na escola?). Vivemos numa sociedade/realidade líquida,
dirá Bauman, (...). Nela, não se admite parte da língua – e os palavrões fazem parte dela,
quer queiram, quer não; não se admite desafiar o aluno, no sentido positivo da palavra,
para que ele cresça enquanto ser humano ou em conhecimento, baseado em valores do
século (risos) XIX. Precisamos acabar com o falso moralismo (...) e, principalmente, com
a arrogância”. Disponível em https://homoliteratus.com/oliver-twist-o-palavrao-e-o-
falso-moralismo-brasileiro-do-seculo-xxi/

Sobre a temática debatida na questão, em qual dos momentos da narrativa literária de


Chico Buarque em “Para Clarice Lispector, com candura!”, observamos algo semelhante
ao linguajar disposto na HQ Oliver Twist?

(A) - “(...) falavam de homens. Relembravam seus casamentos, seus affairs, suas
esparrelas, e a sorrir as duas admitiram que já não namoravam (...)” (p. 65).
(B) - “Maria Jansen nem sabia que tinha um filho poeta, e lhe passou uma descompostura
quando ele chegou da faculdade” (p. 59)
(C) - “(...) deformações, cicatrizes e enxertos de pele. Ele temia não conseguir disfarçar a
repulsa, mas ao mesmo tempo começou a sentir uma curiosidade aflitiva, uma atração
vertiginosa pela mão lesada (p. 60).
(D) - “Se fosse o caso, Maria Jansen até faria gosto em receber em casa um homem como
companheiro do seu filho, com direito à adoção de um casal de gêmeos. Vá à merda,
mãe, reage o filho (...)” (p. 68).

Questão 98

De acordo com Marcos Bagno, linguista brasileiro, “rejeitar a língua é rejeitar a própria
pessoa e a comunidade de que ela faz parte”. Na literatura, “Carlos Drummond de
Andrade, considerado por muitos o maior poeta da Língua Portuguesa, tinha obras
eróticas. Em 1992, por exemplo, veio à luz o livro “Amor Natural”, com poesias
eróticas/pornográficas do grande autor mineiro. Jorge Amado, outro dos grandes autores
brasileiros, ao “cantar” a Bahia não deixa de usar a linguagem chula e de baixo calão dos
personagens retratados” (https://www.acritica.com/palavr-o-na-sala-de-aula-literatura-
realista-incomoda-1.214670). Em qual trecho do conto “Para Clarice Lispector, com
candura”, vemos semelhanças literárias de Chico Buarque com Drummond e Amado?

(A) - “Vá se foder, diz entre dentes para divertimento da mãe, que se gaba de ser uma
mulher moderna aos noventa e tantos anos” (p.68).
(B) - “(...) falavam de homens. Relembravam seus casamentos, seus affairs, suas
esparrelas, e a sorrir as duas admitiram que já não namoravam (...)” (p. 65).
(C) - “Maria Jansen nem sabia que tinha um filho poeta, e lhe passou uma descompostura
quando ele chegou da faculdade” (p. 59)
(D) - “(...) deformações, cicatrizes e enxertos de pele. Ele temia não conseguir disfarçar
a repulsa, mas ao mesmo tempo começou a sentir uma curiosidade aflitiva, uma atração
vertiginosa pela mão lesada (p. 60).

Questão 99

“Ao mesmo tempo foi corrigindo a postura acorcundada, a cabeça baixa, o modo de olhar
sem ver, e um dia me parou para dizer que, apesar de ser político, eu tinha jeito de bom
pai. Eu tinha cara de quem amaria o seu futuro filho, o levaria para morar num
apartamento alto e lhe ensinaria bons modos.”
A personagem Cida faz uma comparação ao falar com o narrador, sua fala se refere a
forma como ela vê o seu amigo caso ele fosse pai. A frase destacada demonstra:

A) Apreço
B) Elogio
C) Ironia
D) Devaneio

Questão 100

“As joias que ele lhe dava estavam guardadas na sua caixa de sapatos, que depois de muita
relutância e mediante uma nota de cinquenta, ela me abriu. Eu nada disse, mas ela ficou
ofendida com a minha cara, que era a cara de quem vê um punhado de areia e brita no
fundo de uma caixa. Eu não tinha capacidade para compreender que aquilo eram ouros,
pratas, diamantes, tesouros que se desintegravam com a entrada na atmosfera terrestre,
mas que na subida voltariam ao estado brilhante. Sem ironia lhe perguntei se o Ló também
não virava pó com essas viagens intergalácticas, e pela primeira vez a vi sorrir.”

Cida era uma mulher que transitava entre a realidade e a irrealidade, para conversar com
ela, o narrador utilizava-se de artimanhas para tentar convencê-la a contar um pouco da
sua história, essas artimanhas na maioria das vezes, eram recebidas pela personagem
como algo:

A) Tendencioso
B) Real
C) Suspeito
D) Correspondente

Questão 101

Não sabemos se a personagem Cida faz parte da ficção, ou da realidade. O que sabemos
é que a história nos conduz a refletir sobre esses “personagens invisíveis” que vivem em
situações adversas e muitas vezes “contrastando com o cenário”. Nesse conto, podemos
observar essa afirmação em diversos momentos. Marque a frase que concretiza a
disparidade:

A) “A Cida morava na praça Antônio Callado, endereço bacana a poucos passos do mar
do Leblon. Na época em que eu caminhava no calçadão da praia, me habituei a vê-la duas
vezes por dia, na ida e na volta para casa.”
B) “Em noites de chuva dormia numa guarita abandonada na calçada do canal do Leblon,
bem em frente ao seu jardim.”
C) “E nas águas não muito limpas desse canal fazia suas necessidades, se lavava e lavava
suas roupas finas, conforme ouvi dos porteiros dos prédios no entorno.”
D) “Com receio de que ela me seguisse até em casa, na volta da caminhada eu me sentava
a seu lado no banco da praça, onde ela acabava por se recostar e dormir.”

CLASSES DE PALAVRAS
Questão 102

Segundo Evanildo Bechara (2019) ´´As orações coordenadas reúnem orações que
pertencem ao mesmo nível sintático´´ (p, 345).
Essas conjunções acabam por desenvolver um valor semântico entre elas, desta forma,
em qual fragmento é possível identificar a ideia de adversidade:

(A) ´´Na cola do artista vinha o seu vizinho de poltrona, que pelo visto não era francês,
pois quela fila era de estrangeiros. ´´
(B) ´´Àquela hora da tarde, porém, com poucas partidas internacionais, era escasso o
movimento no terminal [...]´´
(C) ´´[...]ainda bem que mus pais tinham adormecido, senão eu ia apanhar na certa. ´´
(D) ´´a localização das grandes pedras lisas naquele trecho do rio, ora pontudas, ora
corcundas[...] ´´

Questão 103

No fragmento ´´evitava repisar os caminhos da infância, pois tenho a impressão que a


nostalgia é um pântano´´, a conjunção atribui sentido de:

(A) Conclusão
(B) Adversidade
(C) Adição
(D) Explicação

Questão 104

Ao compreender que as conjunções subordinadas são aquelas que conectam duas orações
com estruturas sintáticas distintas, é notável que essas conjunções carregam um
significado que relacionam essas orações. Em qual fragmento encontra-se uma conjunção
que atribui ao texto uma ideia de causa:

(A) ´´Mas a cada quinhentos metros era obrigado a reduzir a marcha, porque os sinais
fechavam um sim um não. ´´
(B) ´´Rasteiras e carrinhos tampouco funcionavam, porque seus pés são lépidos e
voláteis´´
(C) ´´O moço mandou avisar que o telefone da casa estava com defeito, porque só dava
sinal de ocupado. ´´
(D) ´´De qualquer modo ele não me faria tanta falta, porque com o tempo aprendi a
guerrear sozinho´´

Questão 105

O advérbio é uma classe de palavras que atua como um modificador de verbos, adjetivos
e demais advérbios, exprimindo diversas circunstâncias. A alternativa em que o termo
destacado representa um advérbio de modo é:

a) Não teve dúvida; com o polegar e o indicador içou o cartão de embarque, que trouxe a
reboque meio metro de fio dental. (p. 35)
b) imergiu o braço inteiro até as profundezas do saco de lixo, onde em meio a
consistências de lodo tateou um papelão acetinado. (p. 35)
c) Mas de repente, com o auxílio das unhas, conseguiu romper a foto ao meio. (p. 42)
d) Meio sem se dar conta, o artista já revolvia a superfície da lixeira, com papéis-toalha
mais ou menos úmidos. (p. 34)

Questão 106

Leia o fragmento a seguir: “ O frentista não podia se afastar da bomba, mas com uma
nota de cinquenta deu um pulo rapidinho na loja de conveniência.”
Existem, na Língua Portuguesa, classes de palavras invariáveis, tais como as dos termos
em destaque. Aponte, respectivamente, a qual classe cada item pertence:
(A) Advérbio – Preposição
(B) Conjunção – Advérbio
(C) Advérbio – Conjunção
(D) Interjeição – Preposição

Questão 107
Era uma esteira intermitente de onde a cada cem metros se passava para o piso de granito,
como quem salta de um bonde em movimento. A passos largos, ele redobrava a
velocidade da esteira, com pressa de se instalar na primeira fileira do avião, sem
parar para nada ou ninguém.
O trecho em destaque assume, no contexto, valor de: (Pag. 18,19)
(A) lugar
(B) afirmação
(C) intensidade
(D) negação

Questão 108
Leia atentamente o excerto retirado da obra Anos de Chumbo, de Chico Buarque, e
identifique o tipo de advérbio presente na parte em destaque:
Quando voltei para a barraca vi meu tio lá em cima, andando devagar em direção ao
estacionamento. (Pag.12)

(A) modo
(B) intensidade
(C) afirmação
(D) negação

Questão 109

“Ele não costumava subir, mas dessa vez trazia uma encomenda para a minha mãe. Como
sempre acontece nessas situações, papai fingiu que estava dormindo no quarto.” As
palavras destacadas pertencem, respectivamente, as classes de palavras:

(A) Advérbio; Conjunção


(B) Conjunção; Advérbio
(C) Conjugação; Conjunção
(D) Advérbio; Advérbio

Questão 110

Leia o trecho a seguir do conto Copacabana:

[...] As crianças da favela já trepavam no capô do carro quando ela me convocou a


acompanhá-la a pé morro acima. (Pg. 94)

Com base no advérbio destacado, qual é a alternativa correta que o descreve?

A) Advérbio de lugar.
B) Advérbio de afirmação.
C) Advérbio de modo.
D) Advérbio de tempo.

Questão 111
Minha mãe tinha medo de tudo; instalou em casa uma porta blindada, além de grades nas
janelas como as de uma cadeia e eletrificação no muro que nem o de Berlim.

Ao ponto e vírgula poderia ser atribuído, sem prejuízo gramatical a conjunção

(A) logo
(B) mas
(C) todavia
(D) porém

Questão 112

A conjunção "como" está empregada em que sentido no seguinte trecho:


"Já se via entrando em casa com o semblante vago, como quem voltasse de uma viagem
sem recordações.
(A) Comparação
(B) Causal
(C) Conforme
(D) Consoante

Questão 113

Mas ele podia se dirigir ao serviço de achados e perdidos, que ficava no outro terminal.
(pág. 22)

A palavra “que” pode ser classificada de diferentes maneiras. No período acima, ele
encabeça uma oração adjetiva, e, sendo assim, recebe a classificação de

(A) conjunção integrante


(B) conjunção subordinativa
(C) conjunção coordenativa
(D) pronome relativo.

Questão 114

Foram não mais que três ou quatro aulas, depois ela perdeu a paciência, achou que não
levava jeito para a coisa. (p. 103)

Com base na sequência de ideias das frases destacadas, a segunda oração do fragmento
poderia ser introduzida pela expressão:

(A) embora
(B) pois
(C) contudo
(D) apesar de
Questão 115

Mas ele podia se dirigir ao serviço de achados e perdidos, que ficava no outro terminal.
Senão, ali mesmo no segundo andar havia um posto de expedição de passaportes, e no
prazo de trinta dias o interessado poderia obter uma segunda via. (pág. 22)

A palavra “senão”, é

(A) uma preposição, com valor semântico de exclusão de; exceto.


(B) uma conjunção com sentido “caso contrário”; de outra maneira.
(C) um substantivo com significado de defeito; falha.
(D) um adjetivo com sentido de exceto.

Questão 116

No trecho “Segundo papai, eu faria um belo de um favor ao meu tio se o livrasse daquela
piranha. (p.15)”, os conectivos estabelecem as seguintes relações de sentido entre os
períodos:
(A) Comparação e condição.
(B) Finalidade e tempo.
(C) Conformidade e condição.
(D) Concessão e tempo.

Questão 117

Lavou as mãos e retomou seu caminho sem tanta folga de tempo, pois até o portão de
embarque, na outra extremidade do aeroporto, era preciso vencer um extenso corredor
com uma esteira rolante central. (pág. 18)

A conjunção “pois”, destacada no período acima, expressa uma explicação em relação ao


seguinte sintagma do texto

(A) Lavou as mãos


(B) retomou seu caminho sem tanta folga de tempo
(C) o portão de embarque
(D) vencer um extenso corredor com uma esteira rolante central

Questão 118

No saguão foi compelido a seguir pelos meandros do free shop, que ele estava acostumado
a atravessar acompanhando o fluxo dos passageiros. Àquela hora da tarde, porém, com
poucas partidas internacionais, era escasso o movimento no terminal e redundante a
iluminação nas lojas quase às moscas. (pág. 18)

A conjunção “porém”, em destaque no segmento do conto O passaporte, de Chico


Buarque de Holanda, expressa uma relação de adversidade entre duas informações no
período. No entanto, esse contraste pode ser dar em diferentes níveis na produção
discursiva. Pode-se afirmar que, no segmento acima,

(A) a oposição é marcada em relação à informação “Àquela hora da tarde”.


(B) há um contraste em relação à hora da tarde e o movimento escasso no terminal
(C) a oposição pretendida é entre a expectativa do saguão cheio naquela hora.
(D) o contraste é evidenciado no fato de personagem ter sido compelido ao free shop.

Questão 119

Uma vez sentado à janela colocaria um ansiolítico debaixo da língua, taparia a cara com
a manta, dispensaria a refeição e pegaria no sono tão logo fosse permitido reclinar o
encosto da poltrona. Mas foi obrigado a frear atrás de um rapazola e uma garota com
mochilas nas costas, parados de mãos dadas no meio da esteira.

A conjunção “mas” expressa, normalmente, o valor semântico de oposição, contraste.


Entretanto, a esse valor, é possível acrescentar outros. No caso do período encabeçado
pela referida conjunção, pode-se dizer que há

(A) restrição, pois o personagem foi impedido de realizar parte das ações pretendidas
(B) resolução, porque o autor resolver não incomodar os namorados.
(C) atenuação, pois personagem se fingiu de desentendido para não arrumar co nflito.
(D) retificação, pois o personagem foi impedido de realizar as ações planejadas.

CRASE
Questão 120

Daí meu pai ensinava à sua equipe como introduzir adequadamente objetos naquelas
criaturas. (pág. 90).

A respeito da crase indicada no período acima, pode-se afirmar que

(A) é obrigatória devido ao pronome possessivo.


(B) é relativa apenas ao verbo ensinar.
(C) é facultativa visto que acontece antes de um pronome possessivo.
(D) não deveria estar marcada pelo acento grave, pois é equipe é palavra feminina.

FIGURAS DE LINGUAGEM

Questão 121
´´Noutra ocasião vamos buscá-los na rodoviária, e hesito em reconhecer o primo caçula
saltando do ônibus´´.
No elemento destacado, o autor faz uso de um termo fora de seu contexto ´´saltar´´, em
relação a outro elemento ´´descer´´, a figura de linguagem responsável por esse efeito é:
(A) Metonímia
(B) Antonomásia
(C) Catacrese
(D) Anacoluto

Questão 122

Dentre as variadas figuras de linguagem usadas por Chico Buarque na obra ´´Anos de
chumbo´´, encontra-se a catacrese, é possível identifica-la no fragmento:
(A)´´[...]vislumbramos nosso chalé entre dois flamboyants[...]´´ (O sítio)
(B)´´catou um molho de chaves em cima da geladeira[..]´´ (O sítio)
(C)´´não acreditei que a Cida viesse com conversa de extraterrestre, mas segundo ela o ló
vinha realmente de outra constelação, de um tal planeta chamado Labosta. ´´ (Cida)
(D)´´[...] depois de uns dias acabo por me instalar em um colchonete ao pé da cama deles.
´´ (os meus primos)

Questão 123

Ficou desolada ao saber que eu não fumava Chesterfield, e o Continental sem filtro que
lhe ofereci se molhou com a chuva grossa que só chovia em cima dela. (p. 96)

As figuras de linguagem são recursos muito utilizados pelos autores em suas obras, a fim
de alcançarem determinados efeitos estilísticos. No trecho acima, é possível identificar as
seguintes figuras de linguagem:

(A) metonímia, elipse e pleonasmo


(B) metáfora, assíndeto e pleonasmo
(C) metonímia, anáfora e eufemismo
(D) antonomásia, silepse e ironia

Questão 124
Durante grande parte da obra, Chico Buarque faz uso de diferentes figuras de linguagem
como a metáfora, marque o fragmento que melhor representa essa figura de linguagem:
(A)´´ Relembrar a juventude é como olhar dentro de um poço´´
(B) ´´Tenho a impressão de que a nostalgia é um pântano´´
(C)´´ É sabido que as águas de um rio nunca são as mesmas´
(D) ´´ há sempre um dedo do diabo em um corpo em desequilíbrio´´

Questão 125

Meu tio parou para abastecer num posto da Lagoa. Mandou encher o tanque com diesel,
depois fechou a janela e ligou o som num volume impressionante. Cada batida do funk
era como o coração bombeando forte. (Pag.11)
O trecho em destaque expressa, no contexto, uma:
(A) metonímia
(B) hipérbole
(C) catacrese
(D) comparação

Questão 126

Leia atentamente a frase abaixo e identifique o tipo de figura de linguagem indicada no


termo destacado:
O xerife, na língua dos presos, é o maior arrebentador de pregas dos moleques que
baixam no distrito. (Pag. 35)
(A) metonímia
(B) hipérbole
(C) metáfora
(D) anáfora

Questão 127

Quando a personagem diz: “Disse ela que, como imperador de Labosta, além do sangue
azul, o Ló tinha carne de matéria especial e era todo empelicado por fora” fica evidente
que ela recorre a um tipo de figura de linguagem denominada:
A) metonímia
B) assíndeto
C) metáfora
D) alegoria

Questão 128

Observe o trecho a seguir:

“Aí perdi a cabeça e falei o que não devia falar [...]”

Pode-se classificar a oração acima como uma

A) Antítese
B) Metonímia
C) Hipérbole
D) Catacrese

Questão 129

“Se fosse o caso, Maria Jansen até faria gosto em receber em casa um homem como
companheiro do seu filho, com direito à adoção de um casal de gêmeos. Vá à merda, mãe,
reage o filho, numa rara quebra do linguajar escorreito de Clarice Lispector. Vá se foder,
diz entre dentes para divertimento da mãe, que se gaba de ser uma mulher moderna aos
noventa e tantos anos” (p. 68).

A passagem acima indica a revolta do filho sobre a fala de sua mãe no conto, “Para Clarice
Lispector, com candura”. Observando a sua reação, a alternância entre palavras ditas às
claras e outras “entre os dentes”, sugere, entre as partes:

(A) uma relação irônica


(B) uma relação platônica
(C) uma relação metafórica
(D) uma relação eufemística

Questão 130

Foi aí que um valentão numa Harley-Davidson, com ares de chefe do tráfico, dispersou
a turba. (p. 94)

Ao narrar a cena, o personagem recorreu a um recurso estilístico muito comum no dia a


dia, destacado na passagem. O recurso utilizado pelo narrador constitui um(a):

(A) eufemismo
(B) metonímia
(C) catacrese
(D) metáfora

Questão 131

No fragmento: “Na Barra da Tijuca meu tio iria a mil por hora, caso pegasse uma onda
verde nos sinais de trânsito. Mas a cada quinhentos metros era obrigado a reduzir a
marcha, porque os sinais fechavam um sim um não. (p.11)”, empregam-se figuras de
linguagem como forma expressiva de detalhar a cena vivenciada pela menina no carro do
tio. Cada período apresenta respectivamente as seguintes figuras:
(A) Antítese e comparação.

(B) Metonímia e paradoxo.

(C) Hipérbole e antítese.

(D) Metáfora e sinestesia.

Questão 132

Citava o nome dos motoristas e cobradores, os que eram bons, os que eram maus, depois
me pedia para lhe trazer de Ipanema um pão doce com creme de baunilha. (p. 76)

Na passagem, o autor distingue os profissionais ao empregar um recurso de linguagem


chamado:
a) prosopopeia
b) hipérbato
c) antítese
d) anáfora

Questão 133

“Reclamou do elevador que vive enguiçado…”


Qual é a figura de linguagem presente no trecho acima?
(A) Metáfora
(B) Personificação
(C) Metonímia
(D) Oximoro

Questão 134

Figuras de linguagem são formas de expressão que destoam da linguagem comum ou


denotativa. Elas dão ao texto um significado que vai além do sentido literal, portanto
permitem uma plurissignificação do enunciado. No trecho do conto “Meu tio”,
“Desenvolveu cento e vinte, cento e quarenta por hora, costurando de uma faixa a outra
com a mão pesada na buzina.”, o gerúndio pode ser compreendido como a seguinte figura
de linguagem:
(A) Metonímia

(B) Comparação

(C) Metáfora

(D) Antítese

Questão 135

“Reclamou do elevador que vive enguiçado, mas até o fim do ano pretendia nos mudar
para um apartamento melhor, num bairro melhor.” O elemento em destaque no trecho faz
uma referenciação:
(A) Metafórica
(B) Catafórica
(C) Hiperbólica
(D) Anafórica

TEMPOS VERBAIS E REGÊNCIA VERBAL

Questão 136

Durante grande parte do conto ´´O sitio´´, é possível identificar que a tipologia textual
predominante é a narrativa devido a(o):

(A) Uso de adjetivos e sentenças no presente do indicativo


(B) Foco nas ações e a sentenças no pretérito perfeito do indicativo
(C) Predominância de verbos no imperativo
(D) Uso de adjetivos e sentenças no presente do indicativo

Questão 137

Uma vez sentado à janela colocaria um ansiolítico debaixo da língua, taparia a cara com
a manta, dispensaria a refeição e pegaria no sono tão logo fosse permitido reclinar o
encosto da poltrona. (pág. 19)

A sequência narrativa do segmento acima é marcada pelo(a)


(A) paralelismo das formas verbais no pretérito perfeito do indicativo.
(B) repetição da ideia hipotética marcada pelo pretérito imperfeito do subjuntivo.
(C) planejamento indicado pelas formas verbais do futuro do pretérito do indicativo.
(D) execução objetiva de ações indicados pelos verbos no preterido imperfeito do
indicativo.

Questão 138

Leia o fragmento: “– Meu tio veio me buscar em casa com seu carro novo. Ele não
costumava subir, mas dessa vez trazia uma encomenda para a minha mãe.” (ANOS DE
CHUMBO E OUTROS CONTOS, 2008, p.10). Sobre os modos verbais, o verbo em
destaque expressa a ideia de:

a) pretérito imperfeito do indicativo.


b) pretérito perfeito do indicativo.
c) pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
d) pretérito imperfeito do subjuntivo.
e) pretérito perfeito do subjuntivo.

Questão 139

Despertei com o dia alto, desconfiando que o passeio com Neruda fora um sonho, quando
vi Ava Gardner sair do elevador. (p. 91) O uso do pretérito mais-que-perfeito na forma
verbal destacada é justificado por:

(A) indicar um evento passado anterior ao representado pela marca verbal "Despertei"
(B) apresentar relação direta com o gerúndio presente em "desconfiando"
(C) expressar um fato pontual ocorrido no passado entre o narrador e Neruda
(D) introduzir a oração subordinada adverbial temporal

Questão 140

"Então saltou do carro e saiu andando de um lado para outro com o celular no ouvido. Pretendia
ligar para a imobiliária, mas o telefone não dava sinal e ela festejou: estávamos isolados do
mundo" (Pág 71)
Qual é o tempo verbal predominante no trecho acima?
(A) Pretérito perfeito do indicativo
(B) Futuro do subjuntivo
(C) Imperativo
(D) Pretérito imperfeito.

Questão 141

Sobre os modos verbais, está correta a sequência:


I - “Meu tio parou para abastecer num posto da Lagoa.” (ANOS DE CHUMBO E
OUTROS CONTOS, 2008, p.11)

II – Desejo que chegue bem em Paris.

III – Encha o tanque com diesel, depois feche a janela e ligue o som.

a) modo imperativo – modo subjuntivo – modo indicativo.

b) modo imperativo – modo indicativo – modo subjuntivo.

c) modo indicativo – modo subjuntivo – modo imperativo.

d) modo indicativo – modo imperativo – modo subjuntivo.

Questão 142

“Ela é de arrepio fácil, igual às plantas sensitivas que um dia me mostrou, os não-me-
toques que ao mais leve toque se contraem.” (Pág 81)
Qual é a relação de concordância verbal no trecho "Ela é de arrepio fácil, igual às plantas
sensitivas que um dia me mostrou, os não-me-toques que ao mais leve toque se
contraem"?

(A) O verbo "mostrou" concorda em número com o sujeito "plantas sensitivas" (plural)
ao utilizar a forma no passado do singular "me mostrou".
(B) O verbo “mostrou" concorda com o sujeito "Ela" em gênero e número.
(C) O verbo "mostrou" concorda com o advérbio "um dia" indicando um momento
passado.
(D) Não há relação de concordância verbal no trecho, pois o verbo "mostrou" está no
infinitivo, desconsiderando qualquer concordância com o sujeito.

Questão 143

“A praia do Grumari no fim da Barra estava superlotada, apesar de ser dia de semana.”
(ANOS DE CHUMBO E OUTROS CONTOS, 2008, p.12). A forma verbal estava se
encontra no tempo:

a) presente do subjuntivo

b) imperfeito do indicativo

c) pretérito imperfeito do indicativo

d) presente do indicativo

e) imperativo afirmativo
Questão 144

No fragmento: “Puxei o vestido pela cabeça e fiquei com o biquíni amarelo que ele tinha
me dado de aniversário.” (ANOS DE CHUMBO E OUTROS CONTOS, 2008, p.12). Os
verbos destacados estão no modo verbal:

a) modo indicativo

b) modo subjuntivo

c) modo imperativo

d) modo gerúndio.

e) modo particípio

Questão 145

No fragmento: “Vi três caras gesticulando contra ele, mas não dava para ouvir o que
pareciam gritar.” (ANOS DE CHUMBO E OUTROS CONTOS, 2008, p.12). O verbo
destacado está no modo verbal:

a) modo imperativo.

b) modo gerúndio.

c) modo particípio.

d) modo gerúndio.

e) modo indicativo.

Questão 146

Em relação aos modos verbais, o fragmento: “Talvez também houvesse em Paris alguém
à espera do grande artista, que se enterneceu vendo o rapaz roçar o passaporte novinho
em folha na ponta do nariz da garota.” (ANOS DE CHUMBO E OUTROS CONTOS,
2008, p.19). Se trata de um modo verbal que:

a) expressa ideia de certeza, quando um fato é concluído como real;

b) expressa dúvida, incerteza, quando há poucas possibilidades de concretização da ação


verbal;
c) expressa ideia de ordem, conselho ou pedido e pode estar na forma afirmativa ou na
forma negativa.

d) expressa forma nominal do verbo que indica continuidade. Assim, ele mostra o
desenvolvimento de uma ação em andamento ou duradoura.

e) expressa formas nominais porque podem substituir um nome.

Questão 147

Assinale a alternativa em que uma forma verbal foi empregada corretamente:

a) Cansei de lhe telefonar para vir em casa.

b) Canse de lhe telefonar para vir em casa.

c) Cansa de lhe telefonar para vir em casa.

d) Cansei de lhe telefonar para vim em casa.

e) Cansei de lhe telefonar para vires em casa.

Questão 148

Assinale a alternativa em que uma forma verbal foi empregada incorretamente:

a) Ainda ouvi os carros dos bombeiros.

b) Eu ainda ouvias os carros dos bombeiros.

c) Ainda ouvia os carros dos bombeiros.

d) Ainda ouço os carros dos bombeiros.

e) Ainda ouvira os carros dos bombeiros.

Questão 149

Sobre os verbos “encha, feche, ligue”, estão no modo verbal:

a) modo indicativo

b) modo subjuntivo

c) modo imperativo

d) modo gerúndio.
Questão 150

“No canto direito da bancada, a boca da lixeira era um buraco circular com borda de
alumínio.” (ANOS DE CHUMBO E OUTROS CONTOS, 2008, p.22). A forma verbal
era se encontra no tempo:
a) pretérito imperfeito do indicativo.
b) pretérito perfeito do indicativo.
c) pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
d) pretérito imperfeito do subjuntivo.
e) pretérito perfeito do subjuntivo.

Questão 151

Observe o fragmento a seguir: “A passos largos, ele redobrava a velocidade da esteira,


com pressa de se instalar na primeira fileira do avião, sem parar para nada ou ninguém.”
(ANOS DE CHUMBO E OUTROS CONTOS, 2008, p.19). Assim, julgue as
proposições:

I – O verbo “redobrava” está no pretérito imperfeito;

II – A forma verbal “redobrava” está no modo indicativo;

III – O verbo “redobrava” está no pretérito perfeito;

IV – A forma verbal “redobrava” está no modo subjuntivo;

V - A forma verbal “redobrava” está no modo imperativo.

Estão corretas:

a) I e IV.

b) II e III.

c) I e II.

d) III e V.

e) II e V.

Questão 152

Observe o fragmento a seguir: “Poderia pedir licença, mas não queria chamar
atenção, nem havia real necessidade de ultrapassar os namorados, que se dirigiam
igualmente ao portão de embarque para Paris.” (ANOS DE CHUMBO E OUTROS
CONTOS, 2008, p.19). Assim, julgue as proposições:
I – O verbo “poderia” está no futuro do pretérito;

II – A forma verbal “poderia” está no modo gerúndio;

III – O verbo “poderia” está no pretérito perfeito;

IV – A forma verbal “poderia” está no modo indicativo;

V - A forma verbal “poderia” está do modo imperativo.

Estão corretas:

a) II e IV.

b) II e III.

c) I e IV.

d) III e V.

e) II e V.

Questão 153

Observe o fragmento a seguir: “Ele lhe avisara que talvez se atrasasse para o jantar,
porque depois da faculdade ia visitar Clarice Lispector mais uma vez.” (ANOS DE
CHUMBO E OUTROS CONTOS, 2008, p.62). Assim, julgue as proposições:

I – O verbo “avisara” está no pretérito mais-que-perfeito;

II – A forma verbal “avisara” está no modo gerúndio;

III – O verbo “avisara” está no pretérito perfeito;

IV – A forma verbal “avisara” está no modo imperativo;

V - A forma verbal “avisara” está do modo indicativo.

Estão corretas:

a) II e IV.

b) II e III.

c) I e IV.
d) III e V.

e) I e V.

Questão 154

Observe o fragmento a seguir: “Quando começou a chover forte, viu o menino se retirar
com as flores e lhe ocorreu telefonar para Maria Jansen, que no dia seguinte retomou as
aulas semanais com a antiga aluna.” (ANOS DE CHUMBO E OUTROS CONTOS, 2008,
p.65). Assim, julgue as proposições:

I – O verbo “começou” está no futuro do pretérito;

II – A forma verbal “começou” está no modo gerúndio;

III – O verbo “começou” está no pretérito perfeito;

IV – A forma verbal “começou” está no modo indicativo;

V - A forma verbal “começou” está do modo imperativo.

Estão corretas:

a) II e IV.

b) II e III.

c) I e IV.

d) III e IV.

e) II e V.

Questão 155

Observe o fragmento a seguir: “Na mesma hora saiu do banheiro um comissário de bordo
nervoso, ordenando ao recém-chegado que guardasse a valise no bagageiro e se sentasse
na poltrona do corredor, pois a aeronave não tardaria a decolar.” (ANOS DE CHUMBO
E OUTROS CONTOS, 2008, p.25). Assim, julgue as proposições:

I – O verbo “poderia” está no futuro do pretérito;

II – A forma verbal “poderia” está no modo indicativo;

III – O verbo “poderia” está no pretérito perfeito;


IV – A forma verbal “poderia” está no modo gerúndio;

V - A forma verbal “poderia” está do modo imperativo.

Estão corretas:

a) II e IV.

b) II e III.

c) I e IV.

d) III e V.

e) II e V.

Questão 156
Os tempos verbais marcam determinados sentidos com relação ao tempo em que se
encontram em um contexto. No fragmento "Meu tio sempre repetia que a inveja é uma
merda, mas a meninada da rua admirava verdadeiramente os carros dele, desde o dia em
que ele apareceu com um Mini Cooper conversível. (P..10-11), os verbos destacados
indicam:
(A) Probabilidade

(B) Ação concluída no passado

(C) Ação contínua no passado

(D) Ação passada anterior a outro passado

Questão 157

Uma vez sentado à janela colocaria um ansiolítico debaixo da língua, taparia a cara com
a manta, dispensaria a refeição e pegaria no sono tão logo fosse permitido reclinar o
encosto da poltrona. (p. 26)

O uso do tempo verbal nos termos destacados indica:


a) eventos concluídos no momento da narrativa
b) fatos que acontecerão num futuro recente
c) ações que estão em andamento na sequência narrativa
d) situações hipotéticas posteriores ao momento da narrativa

Questão 158

O grande artista se olhou no espelho bem no momento em que estava envelhecendo. (p.
30)
No fragmento, o narrador faz menção a um processo natural da vida percebido pelo
personagem naquele momento. A forma verbal que faz menção a esse processo é
identificada pelo emprego do(a):

a) presente do indicativo
b) futuro do subjuntivo
c) flexão no gerúndio
d) voz passiva

Questão 159

Os tempos verbais expressam sentidos importantes na construção de textos. No trecho,


“Fosse como fosse, para minha mãe, meu tio me faria abortar e jamais casaria comigo.
(p.15-16) ”, os tempos verbais utilizados expressam, no contexto da narrativa, valores
semânticos de:
(A) Hipótese.
(B) Certeza.
(C) Fato realizado no passado.
(D) Proximidade de concretização de um fato.

Questão 160

As outras três ou quatro pessoas que estavam por perto não haveriam de ter notado seu
gesto, pois num banheiro masculino ninguém se olha. (pág. 19)

Em relação ao verbo haver, destacado no período acima, pode-se afirmar que

(A) está flexionado no plural adequadamente, pois esse verbo, no sentido de existir, deve
sempre concordar com o sujeito.
(B) há um erro de concordância, já que esse verbo não deve ser flexionado no plural
quando puder ser substituído pelo verbo existir.
(C) não há verbo, visto que o verbo haver não está na mesma acepção do verbo existir, o
que obriga a concordância com o sujeito da oração que integra.
(D) o verbo haver não deve ser flexionado nem no tempo nem no número, devendo ser
empregado apenas na sua forma infinita.

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO


Questão 161

Perguntou se era ele mesmo, o grande artista, que imaginava a viajar rodeado de
mulheres, assessores e fotógrafos. (pág. 22)

O sintagma destacado em função sintática de

(A) sujeito da oração


(B) adjunto adverbial de pessoa.
(C) aposto do pronome reforçado “ele mesmo”
(D) objeto indireto do verbo perguntar.

Questão 162

Observe o trecho a seguir, do livro Anos de Chumbo, Chico Buarque:


“Tinha sido combinado que um caseiro nos receberia, mas o portão de madeira estava
fechado e ela buzinava sem sucesso.” (Pág 71)
Qual é a função sintática do pronome "nos", no trecho acima?
(A) Objeto indireto
(B) Objeto direto
(C) Sujeito
(D) Predicativo do Sujeito

Questão 163

“Antes de dar a partida, resolveu pedir também uma cerveja e um picolé de uva, meu
preferido.”
Como pode ser classificado o termo destacado?
(A) Adjunto Adnominal
(B) Aposto
(C) Complemento nominal
(D) Predicativo do sujeito

Questão 164

“Tirou do bolso da jaqueta umas notas de cem reais e mandou ele calibrar os pneus e ficar
com o troco. Antes de dar a partida, resolveu pedir também uma cerveja e um picolé de
uva, meu preferido. O frentista não podia se afastar da bomba, mas com uma nota de
cinquenta deu um pulo rapidinho na loja de conveniência.”
Classifique os termos destacados quanto a sua função sintática:
(A) Conjunção
(B) Adjunto adverbial
(C) Adjunto Adnominal
(D) Exercem função de conectivos

Questão 165
“Pressentindo que o canalha voltaria ao banheiro a qualquer momento, num reflexo atirou
passaporte e cartão na lixeira embutida na pia.” (p.19)
O trecho acima é iniciado por uma oração subordinada reduzida de gerúndio que expressa
o seguinte sentido, em relação à principal:
(A) Condição

(B) Proporção

(C) Causa

(D) Concessão

Questão 166

A oração principal se faz presente no trecho em destaque:


"Como o mundo precisa conspirar contra o grande artista, a cabine onde ele havia
urinado estava ocupada, tendo do lado de fora um tipo com crachá de aeroporto"
Especifique o motivo:
(A) É a que completa uma oração subordinada.
(B) É a oração que por obrigação não tem verbos.
(C) É uma oração que tem mais de um verbo.
(D) Não precisa de um complemento para ter sentido completo.

Questão 167

Poderia pedir licença, mas não queria chamar atenção, nem havia real necessidade de
ultrapassar os namorados, que se dirigiam igualmente ao portão de embarque para
Paris. (pág. 19)

A oração destacada no período acima pode classificada como

(A) adjetiva restritiva


(B) substantivo objetiva direta
(C) adjetiva explicativa
(D) substantiva subjetiva

Questão 168

Leia o fragmento e identifique a função que a partícula "se" exerce:

"Na entrada do banheiro teve de se desviar de um sujeito ali plantado"

(A) partícula apassivadora


(B) partícula conjuntiva
(C) partícula de realce
(D) partícula reflexiva

Questão 169

O indivíduo mal acreditou ao ver no documento o nome e as fuças do grande artista que
ele mais detestava. (pág. 19)

A oração destacada no período acima pode ser classificada como

(A) oração subordinada adjetiva apositiva.


(B) oração subordinada substantiva subjetiva.
(C) oração subordinada adjetiva explicativa.
(D) oração subordinada adjetiva restritiva.

PRONOMES
Questão 170

Considerando o fragmento do conto "Meu tio " (...) Fosse como fosse, para minha mãe,
meu tio me faria abortar e jamais casaria comigo, já o meu pai garantiu que ninguém me
obrigaria a abortar, nem mesmo o meu tio com todo o poderio que tem (...)
Qual o marcador linguístico de subjetividade é evidenciado nesse fragmento?

(A) Pronome possessivo


(B) Uso de verbos no presente
(C) Uso de conjunção proporcional
(D) Pronome de tratamento

Questão 171

“Meu tio veio me buscar em casa com seu carro novo”; “Reclamou do elevador que vive
enguiçado, mas até o fim do ano pretendia nos mudar para um apartamento melhor, num
bairro melhor.”
Como são classificados os pronomes em destaque?
(A) Impessoal
(B) Pessoal do caso reto
(C) Pessoal do caso oblíquo
(D) Demonstrativo
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Questão 172

Não sei, as pessoas costumam dizer que sou a cara do meu irmão, que por sua vez é igual
à minha mãe, com seus cabelos lisos e alourados. (p. 63-64)

É possível reconhecer que o termo em destaque apresenta uma derivação:

(A) parassintética
(B) sufixal
(C) prefixal
(D) regressiva

Questão 173

Nisso chegou um carrinho elétrico transportando duas gestantes mais o velhote da


cadeira de rodas, (p. 32)

A palavra em destaque no trecho acima passou por um processo de formação no qual um


morfema foi acrescentado ao seu radical. Sabendo que alguns morfemas são capazes de
exprimir a opinião do enunciador, identifique, respectivamente, o processo de formação
pelo qual o termo passou e a intenção do narrador ao utilizá-lo:

(A) prefixação — valorizar o personagem


(B) parassíntese — objetificar o homem
(C) sufixação — reforçar a idade avançada
(D) prefixação e sufixação — depreciar pessoas mais velhas

Questão 174

No térreo havia portas de garagem e entregas de serviço, além de botequins pés-sujos


onde Neruda deve ter se desgarrado de mim sorrateiramente; (p. 90)

A composição é um processo linguístico no qual uma palavra é formada por dois ou mais
radicais, ocorrendo por meio de justaposição ou aglutinação. A palavra retirada do
fragmento em destaque cujo processo de composição está corretamente indicado é:

(A) botequins — justaposição


(B) desgarrado — aglutinação
(C) sorrateiramente — aglutinação
(D) pés-sujos — justaposição
Questão 175

“Meu pai nunca recusaria um upgrade, segundo meu tio, e eu seria a mais felizarda por
morar perto da praia.”
O uso de palavra, expressão ou construção estrangeira que tenha ou não equivalente é
conhecido como:
(A) Estrangeirismo
(B) Neologismo
(C) Hibridismo
(D) Vernaculismo

Questão 176

"Enxugou-se como o papel-toalha e o largou sobre a bancada, porque a lixeira


embutida na pia estava abarrotada"
Com base no fragmento exposto acima, explique a atuação/formação dos termos em
destaque:
(A) Partícula de realce e aglutinação.
(B) Partícula apassivadora e justaposição
(C) Pronome Reflexivo e justaposição
(D) Pronome Reflexivo e aglutinação.

GÊNEROS TEXTUAIS
Questão 177
Leia o fragmento:
Do chumbo antigo ao chumbo novo
Parentes descontrolados, violentos e abusadores; crianças perversas e em situação
familiar de desamparo e negligência; moradores de rua delirantes, apaixonados por
tempos idos e inalcançáveis; e relacionamentos desencontrados. Composto por oito
narrativas curtas e a princípio sem relação, Anos de chumbo e Outros Contos joga luz
sobre um Rio de Janeiro marcado pela violência da milícia, pela corrupção e pelas
ambições e frustrações amorosas e familiares, não deixando de lado, é claro, uma boa
dose da comicidade – própria ao cotidiano ordinário – e também de melancolia, adequada
a um senhor que viveu para ver o Brasil frustrar suas expectativas no que diz respeito à
elaboração dos traumas históricos nacionais. (E que, pelo contrário, aparenta dar
continuidade a esses traumas.) disponível em https://durasletras.com/resenha-anos-de-
chumbo-e-outros-contos-chico-buarque-grmartins/, acessado em 12/07/2023.

Agora, leia o verbete:

resenha
substantivo feminino
 1. descrição feita com detalhes, com pormenores.
 2. contagem, conferência, verificação.
Disponível em https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/, acessado em 12/07/2023.

Tendo em vista a função do gênero resenha e sua tipologia, podemos que afirmar que uma resenha é
um texto majoritariamente:
A. Narrativo
B. Injuntivo
C. Argumentativo
D. Expositivo

178. Leia a ilustração:


Podemos afirmar que a ilustração pode resumir a temática central do livro na medida em
que sugere:
A. O trauma histórico como consequência de uma sociedade alienada/perversa;
B. A covardia estatal que gera carências sociais dos diferentes tipos;
C. A passagem do tempo como fuga para dissonâncias sociais
D. O medo e o desespero representados pelas cores

Questão 179

Cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor, engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira tanta força bruta
Pai (pai), afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado, eu permaneço atento
Na arquibancada pra qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai (pai), afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda (cálice)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai (pai), abrir a porta (cálice)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai (pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno (cálice)
Nem seja a vida um fato consumado (cálice)
Quero inventar o meu próprio pecado (cálice)
Quero morrer do meu próprio veneno (pai) (cálice)
Quero perder de vez tua cabeça (cálice)
Minha cabeça perder teu juízo (cálice)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (cálice)
Me embriagar até que alguém me esqueça (cálice)
Composição: Chico Buarque / Gilberto Gil. acessado em 12/07/2023.

A. O tormento de uma nação nas mãos de um regime opressor


B. O desejo de se embriagar como forma de entorpecer
C. A sociedade dominada por opressões históricas
D. A agressão como fonte da formação social
Questão 180
Leia a fotografia:

Sexta-feira sangrenta, de Evandro Teixeira. Disponivel em


https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/07/foto-de-evandro-teixeira-na-sexta-feira-
sangrenta-virou-simbolo-da-repressao-militar.shtml, acessado em 12/07/2023.

A. A obediência militar em “Anos de Chumbo”


B. A luta de classes no texto “Copacabana”
C. A passionalidade em “O passaporte”
D. A violência no conto “Meu tio”
GABARITO

PONTUAÇÃO
1–A
2–A
3–C
4–C
5–D
6–A

SEMÂNTICA
7–A
8–D
9–C
10 – A
11 – B
12 – B
13 – C
14 – B
15 – A
16 – A
17 – B
18 – C
19 – A
20 – D
21 – D
22 – A
23 – B
24 – C
25 – B
26 – A
27 – B
28 – D
29 – B
30 – B
31 – B
32 – C
33 – B
34 – A
35 – C
36 – C
37 – B

TRANSITIVIDADE VERBAL
38 – A
39 – C
40 – D
41 – B
42 – C
43 – A

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


44 – C
45 – B
46 – B
47 – A
48 – A
49 – B
50 – C
51 – A
52 – A
53 – C
54 – C
55 – B
56 – D
57 – D
58 – A
59 – B
60 – A
61 – D
62 – D
63 – D
64 – B
65 – C
66 – A
67 – A
68 – A
69 – A
70 – B
71 – B
72 – A
73 – C
74 – C
75 – D
76 – B
77 – C
78 – A
79 – D
80 – C
81 – A
82 – A
83 – C
84 – B
85 – B
86 – C
87 – A
88 – C
89 – D
90 – D
91 – A
92 – A
93 – D
94 – C
95 – SEM GABARITO
96 – C
97 – D
98 – A
99 – B
100 – D
101 – A

CLASSES DE PALAVRAS
102 – C
103 – D
104 – C
105 – D
106 – C
107 – C
108 – A
109 – B
110 – D
111 – A
112 – A
113 – D (A REVISAR)
114 – B
115 – B
116 – C
117 – B
118 – C
119 – D

CRASE
120 – C

FIGURAS DE LINGUAGEM
121 – A
122 – D
123 – A
124 – B
125 – D
126 – C
127 – C
128 – C
129 – A
130 – B
131 – C
132 – C
133 – B
134 – C
135 – B

TEMPOS VERBAIS E REGÊNCIA VERBAL


136 – B
137 – B
138 – A
139 – A
140 – A
141 – C
142 – A
143 – C
144 – A
145 – D
146 – B
147 – A
148 – B
149 – C
150 – A
151 – C
152 – C
153 – E
154 – D
155 – B
156 – C
157 – D
158 – C
159 – A
160 – C

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO


161 – C
162 – B
163 – B
164 – B
165 – C
166 – D
167 – C
168 – D
169 – D

PRONOMES
170 – A
171 – C

FORMAÇÃO DE PALAVRAS
172 – A
173 – C
174 – D
175 – A
176 – C

GÊNERO TEXTUAL
177. Expositivo, pois o texto acrescenta informações sobre o livro, essência desse tipo
textual.
178. Letra A. A permanência do trauma é temática do livro resumida/ilustrada na
pintura.
179. Letra C. A canção, escrita na ditadura, usa verbo/substantivo “cálice” como fonte
de libertação da opressão.
180. Letra A. Apenas esse conto coaduna-se à temática da fotografia, com militares
cegamente obedientes e violentos.

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