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Unidade IV
7 Indicadores FIESP‑Serasa e Revista EXAME
O Brasil conta com a divulgação de indicadores econômico‑financeiros por meio de duas excelentes
fontes: a Serasa, em parceria com a FIESP, e a Revista Exame. A Serasa, uma das mais conceituadas
empresas de levantamento e posicionamento para concessão de crédito do mundo, decidiu, em parceria
com a FIESP, divulgar, no seu site, os principais indicadores da indústria nacional. Os indicadores
econômico‑financeiros estão divididos em cinco grupos:
• rentabilidade;
• nível de atividade;
• estrutura de capitais;
Essas informações são calculadas com base no arquivo das demonstrações financeiras que a Serasa
compila e são explicitadas por um glossário completo, explicando o significado de cada indicador e sua
respectiva aplicação.
Saiba mais
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Unidade IV
Já a revista Exame, por meio da edição das “Melhores e Maiores”, apresenta, desde 1973, uma
edição elucidativa de como se posicionam as melhores e maiores empresas do país. Enquanto a parceria
Fiesp‑Serasa trata apenas de indústrias, a edição da revista Exame contempla todas as atividades.
Não há paralelo de comparação. O trabalho da revista Exame é bem mais completo e elucidativo para
a tomada de decisões. Ambos se complementam. Torna‑se possível afirmar que é impossível, no mundo
das finanças, no território nacional, ignorar esses dois estudos. O importante é que, para os estudiosos,
existam parâmetros de comparação e de estímulo ao desenvolvimento de trabalhos analíticos sobre
finanças.
Saiba mais
<http://exame.abril.com.br/topicos/melhores‑e‑maiores>
Os indicadores setoriais mais importantes e que são contemplados em ambos os estudos são:
• liquidez corrente;
• liquidez geral;
• giro do Ativo;
Este trecho de nossa análise focaliza uma série de situações típicas que envolvem as organizações
nos seus aspectos econômico‑financeiros. Uma vez diagnosticados os problemas, à luz dos diversos
indicadores empresariais e setoriais, é possível uma tomada de decisão com relação às prováveis soluções.
Trata‑se de “aprender com os problemas”, uma metodologia tão difundida no ensino de finanças.
Observação
A técnica de diagnosticar em finanças deve seguir algumas premissas básicas que poderiam até
transformar‑se em “conselhos úteis” para os gestores financeiros:
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administração financeira
• gastar R$1.200,00 todos os meses, quando a receita mensal é de R$1.000,00, poderá ser fatal;
• a empresa pode acumular prejuízos durante meses ou anos; no entanto, existem limites;
• se o capital de giro não for bem dimensionado, a empresa terá de recorrer a terceiros, para quem,
normalmente, pagará juros.
• recorrer a bancos não é uma atitude errada, mas recorrer sem ter condições de pagar juros e
quitar o empréstimo é uma atitude extremamente perigosa;
• iniciar uma empresa e destinar todo o capital social inicial para imobilizações é trabalhar
eternamente para terceiros.
Utilizaremos os padrões Serasa para efeitos de comparação com o desempenho setorial e, ao final
de cada diagnóstico serão apresentadas as principais constatações.
Observação
Nesta parte, apresentaremos casos de sucesso e insucesso na administração das finanças para que se possa,
por meio das ferramentas oferecidas, proceder a um diagnóstico comparativo entre diferentes situações.
Iniciaremos com um diagnóstico empresarial de empresa com lucros e de empresa com prejuízo
em um mesmo setor, qual seja, metalurgia. Primeiro, apresentando o Balanço Patrimonial das duas
empresas e depois a Demonstração dos Resultados do Exercício nas duas situações.
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Quadro 35
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Unidade IV
Indicadores para Grandes Empresas Média 2006 Com lucros Com prejuízos
Evolução das vendas 4,6 % 0,8 % ( 41,0 % )
Margem ebitda 17,7 % 34,0 % ( 25,8 % )
Custo industrial x faturamento 70,0 % 43,0 % ( 100,1%)
Despesa operacional x faturamento 16,2 % 11,3 % 13,1 %
Despesa financeira x faturamento ( 5,1 % ) ( 0,9 %) (53,2 %)
Rentabilidade das vendas 9,5 % 16,2 % (52,5%)
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 8,7 % 18,0 % PL NEG
Endividamento total 130,5 % 28,1 % PL NEG
Endividamento oneroso 67,4 % 36,4 % PL NEG
Investimento imobilizado x faturamento 5,9 % 2,9 % 11,5 %
Lembrete
Lembre‑se que a margem Ebitda é a sigla em inglês para lucro antes dos
juros, imposto de renda, depreciação e amortização.
Constatações:
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Quadro 38
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Constatações:
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Quadro 41
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Lembrete
Constatações:
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Unidade IV
Quadro 44
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Indicadores para grandes empresas Média 2006 Com capital giro Sem capital Giro
Evolução das vendas 4,6 % ( 0,1 % ) ( 1,0 % )
Margem ebitda 17,7 % 15,5 % 20,2 %
Custo industrial x faturamento 70,0 % 56,1 % 50,5 %
Despesa operacional x faturamento 16,2 % 22,2 % 38,4 %
Despesa financeira x faturamento ( 5,1 % ) ( 6,0 %) ( 7,8 %)
Rentabilidade das vendas 9,5 % 3,3 % (19,7 %)
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 8,7 % 12,3 % PL Neg
Endividamento total 130,5 % 213,4 % PL Neg
Endividamento oneroso 67,4 % 76,9 % PL Neg
Investimento imobilizado x faturamento 5,9 % 9,6 % 1,3 %
Constatações:
• liquidez corrente positiva (com capital de giro) e negativa (sem capital de giro);
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Unidade IV
Quadro 47
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Constatações:
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Quadro 50
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Indicadores para grandes empresas Média 2006 Com Liquidez Sem Liquidez
Evolução das vendas 4,6 % 13,3 % (2,7 %)
Margem ebitda 17,7 % 16,2 % 4,8 %
Custo industrial x faturamento 70,0 % 84,2 % 66,1 %
Despesa operacional x faturamento 16,2 % 10,1 % 5,0 %
Despesa financeira x faturamento (5,1 %) 3,9 % (0,7 %)
Rentabilidade das vendas 9,5 % 0,9 % 1,3 %
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 8,7 % 0,7 % 13,5 %
Endividamento total 130,5 % 16,2 % 177,1 %
Endividamento oneroso 67,4 % 11,7 % 29,6 %
Investimento imobilizado x faturamento 5,9 % 1,8 % 12,0 %
Constatações:
Resumo
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Unidade IV
Exercícios
Questão 1 (Enade 2006). A Estelar Aérea S.A., uma das mais importantes empresas na vida empresarial
recente do Brasil, viveu, durante o ano de 2006, um processo de insolvência, como se pode observar
pelos seguintes grupos de contas em seu balanço de 31 de dezembro de 2005:
Em R$ milhões
O patrimônio líquido da Estelar Aérea S.A, em 31 de dezembro de 2005, em R$ milhões era de:
A) 12.593
B) 7.921
C) 2.336
D) - 2.336
E) - 7.921
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A tabela a seguir mostra o balanço patrimonial da Estelar Aérea S.A. elaborado a partir dos valores
informados na questão.
Tabela 6
2336 = 2111 + 8446 + Patrimônio Líquido à Patrimônio Líquido = 2336 – 2111 – 8146 à
ATIVO X1 X2 PASSIVO X1 X2
Circulante Circulante
Disponível 6.850 7.000 Fornecedores 4.780 10.290
Clientes 4.800 3.710 Dividendos a Pagar 1.300 520
Estoques 7.460 5.800 IR/CSSL a Pagar 430 510
Total do Circulante 19.110 16.510 Total do Circulante 6.510 11.320
Não Circulante Não Circulante
Investimentos 10.200 15.000
Imobilizado 17.200 21.500 Exigível a Longo Prazo
Máquinas 20.000 25.300 Empréstimos 8.000 9.300
Deprec. Acumulada (2.800) (3.800)
Intangível 10.000 Total do Não Circulante 8.000 9.300
Total Não Circulante 27.400 46.500 Patrimônio Líquido
Capital Social 30.000 40.000
Reservas de Lucros 2.000 2.390
Total do PL 32.000 42.390
Total do Ativo 46.510 63.010 Total do Passivo + PL 46.510 63.010
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Unidade IV
I – No ano X2, o Ativo Circulante, em relação ao Ativo Total, é proporcionalmente maior do que no
ano X1. Tal conclusão é permitida a partir de uma análise horizontal.
II – A liquidez corrente do ano X2 é maior do que a liquidez corrente de X1, sendo possível observar
que o Ativo Circulante em X2 é maior do que o Passivo Circulante do mesmo período.
III – No Ano X2, o percentual de lucro sobre o faturamento foi superior ao percentual de lucros
gerados aos acionistas.
A) I e II.
B) II e III.
C) III.
D) I.
E) II.
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Figuras e ilustrações
Figura 1
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Harper & Row: 1984. p. 7.
Referências
ALVES, S. D. S.; SOARES, M. M. Democratização do crédito no Brasil: atuação do Banco Central. Bacen,
jun. 2004. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/democrat.pdf>. Acesso
em: 12 dez. 2013.
BERNSTEIN, P. L. Desafio aos deuses: a fascinante história do risco. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
BRAGA, R.; NOSSA, V.; MARQUES, J. A. V. C. Uma proposta para a análise integrada da liquidez e
rentabilidade das empresas. Revista de Contabilidade e Finanças, v. 15, São Paulo, jun 2004. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1519‑70772004000400004&script=sci_arttext.>. Acesso
em: 6 nov. 2013.
BRIGHAN, E.; GAPENSKI, L.; EHRHARDT, M. Administração financeira: teoria e prática. São Paulo: Atlas,
2001.
Fortuna, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 19. ed. São Paulo: Qualitymark, 2013.
GITMAN, L., J. Princípios de Administração Financeira. 3. ed. São Paulo: Harper & Row, 1984.
___. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.
MARION, J. C. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009.
NOGAMI, O.; PASSOS, C. R. M. Princípios de economia. 6. ed. São Paulo: Cengage, 2011.
NAGLI, T.; HOGAN, J. Estratégia e táticas de preços: um guia para crescer com lucratividade. 4. ed. São
Paulo: Prentice Hall Brasil, 2007.
SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos. São Paulo: Atlas, 2004.
VASCONCELOS, M. A. S.; TONETO JR., R.; GREMAUD, A. P. Economia brasileira contemporânea. 7. ed.
São Paulo: Atlas, 2007.
Site
<http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP>
<http://www.bcb.gov.br>
<http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP>
<http://www.cvm.gov.br/>
Exercícios
Unidade III – Questão 1: FUNDAÇÃO CESGRARIO. Petrobras Transporte S.A.: Analista Financeira Júnior.
Questão 27. Disponível em: <http://www.centraldeconcursos.com.br/docs/prova/PROVA%2024%20
-%20ANALISTA%20FINANCEIRO%20JTNIOR.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2013.
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000